Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução
Em decorrência do crescimento das organizações em termos de tamanho e de
complexidade, foram surgindo problemas estruturais de difícil solução, desvios em relação
aos objetivos previamente determinados, além de defasagem de técnicas e processos.
Tal constatação passou a exigir dessas organizações uma atitude de constante atenção
aos anseios da sociedade paralelamente à revisão e ao controle interno.
Embora a Revolução Industrial tenha incutido na mente dos administradores uma
relativa preocupação com técnicas e processos incrementadores da produtividade e da
produção - uma espécie de organização da produção, o tratamento científico dessas
questões só tomou pulso a partir do final do século passado, notadamente através dos
estudos de Taylor e Fayol e de outros precursores da área.
Desde cedo, verificou-se que os estudos científicos voltados para a elevação dos
níveis de produtividade e de eficiência organizacionais tinham que se concentrar no
elemento fundamental de qualquer processo produtivo: o homem. Deveriam ser criadas
condições que lhe permitissem o máximo do seu rendimento físico e intelectual;
condições capazes, principalmente, de mantê-lo satisfeito, por um lado, e motivado, por
outro.
Tudo isso visava a um objetivo: criar organizações consistentes e mantê-las
funcionando harmonicamente.
Esses fatos engendraram o surgimento de uma nova área de especialização entre
as funções administrativas chamadas Organização e Métodos.
Essa expressão, usada, inicialmente, pelo norte-americano Thomas W. Wilson, foi
difundida na Inglaterra e em outros países europeus, chegando ao Brasil em 1955.
2. A Necessária Efetividade
Organização e Métodos, ou simplesmente O&M, como tem sido chamada, traz em
bojo a idéia de efetividade das coisas.
Tal idéia traduz a preocupação com o sentido lógico de cada operação e de cada
sistema; é o questionamento do:
• Porquê;
Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas
Organização, Sistemas e Métodos
José Celso Sobreiro Dias, MSc – M01-1
• Para quê.
Todo e qualquer empreendimento deve ter efetividade, precisa possuir razoes
lógicas de ser e conduzir a uma série de resultados esperados.
Seguindo a linha de raciocínio cartesiana, onde se alia uma atitude de constante
questionamento com a decomposição do todo em partes, o analista de O & M está
mentalmente armado de uma eficaz ferramenta para a análise organizacional.
Como roteiro que poderá ser seguido, sugerimos o quadro ao lado proposto
inicialmente, por Rudyard Kipling, aprimorado por César Cantanhece e expandido, depois
por A. Nogueira de Faria, entre outros.
Acrescentamos ao mesmo quadro algumas sugestões, tendo em vista,
principalmente, que as variáveis custo e qualidade tornaram-se, hoje fundamentais para a
preservação das empresas. Aqueles, devido às dificuldades econômicas por que passa o
mundo e, em particular, o nosso Pais, esta, devido à elevada concorrência que tem
havido entre empresas altamente especializadas, disputando um mercado ainda escasso.
5. Visão holística
Essa abordagem da função de O&M é denominada de visão holística por
entendermos indispensável pelo enfoque da empresa em seu todo e não em suas partes
– tem-se que considerar que o todo é mais do que a soma das partes.
De acordo com STEINER & MINER (1981) essa perspectiva global permite um
melhor entendimento da empresa, de seus sistemas, de seus ambientes e da
interdependência existente entre eles. Concluíram, ainda que, alem do relacionamento
entre ambiente e mudança organizacional, que as organizações não funcionam em um
único ambiente e que as forças desses ambientes podem afetar a empresa em diversas
partes e ainda que as respostas a essas mudanças não são tão óbvias.
THOMPSON (1976) ao conceber que a organização complexa como um sistema
aberto, indeciso e confrontado pela incerteza, porém sujeito a critérios de racionalidade e
6. Estrutura de O&M
Basicamente, dois são os profissionais que compõem os quadros de O&M das
organizações: ANALISTA DE O&M e ANALISTA DE SISTEMAS.
As atribuições desses profissionais têm por objetivo:
• organizar,
• padronizar,
• documentar e
• automatizar o processo produtivo nas organizações.
1
Missão – verdadeira razão de existência da empresa; motivo pelo qual a empresa foi constituída e é mantida. A
missão apresenta-se como um ponto de convergência no sentido de orientar e integrar as partes que a compõe
delineando o objetivo permanente e fundamental para sua atuação.
Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas
Organização, Sistemas e Métodos
José Celso Sobreiro Dias, MSc – M01-5
processo, apenas aquela pequena parte com a qual está, em
determinado momento, preocupando-se. Perde a visão do todo, do
processo interagindo com os outros sistemas da empresa. Acaba
considerando que sua obrigação acaba ao desenhar o processo,
independentemente de estar trabalhando um processo que interessa ou
não para o sucesso da organização e sem utilizar os melhores recursos
da empresa.
• Não ter uma formação definida - é comum às empresas aproveitarem
profissionais de seu próprio corpo de funcionários, aqueles que
conhecem muito bem à parte do processo a ser desenhado e controlado.
Normalmente, não importa a formação desse profissional.
• Ser apenas um criador de formulários, que nunca são seguidos, pois não
auxiliam no objetivo principal da empresa : servir o cliente. Excesso de
formulários e rotinas podem levar a inflexibilização da organização, tirar o
poder de decisão e, principalmente, a criatividade dos colaboradores.
• Analista de O&M deve ter em mente que o importante é saber se o que
está sendo feito é o que deve ser feito.
• Os formulários não podem ser um fim em si mesmos. Eles não garantem
nada; nem mesmo que serão seguidos.
• Analista de O&M deve ter uma formação específica na área. Deve ser um
administrador ou ter noções básicas para suportar suas atividades.
Na maioria das empresas, o cargo antes ocupado pelo Analista de O&M, foi
substituído pelo Analista de Processo.
9. Paradigmas em Extinção
A divisão do trabalho aumenta a produtividade
Considerações
A função de O & M tem sofrido modificações ao longo dos tempos, exigindo do seu
órgão um novo posicionamento diante da realidade e dos novos paradigmas.
O tratamento tópico das questões administrativas, que caracterizou os primórdios
da atividade de O&M, deu lugar a um tratamento integrado, sistêmico; a preocupação
puramente técnica acrescentou às soluções um novo ingrediente: o homem; o caráter
intransigente e arbitrário foi substituído por uma atitude de conciliação e de diálogo; a
automatização vista, antes, com reservas, transformou-se numa realidade aceita e
desejada.
Um detalhe fundamental que não pode ser esquecido é que as próprias restrições
do órgão de O & M. Ele é apenas um dos órgãos da empresa e sua função é assessorar e
facilitar o trabalho dos demais órgãos, e não, ditar normas.
É um erro grosseiro fazer rápidas visitas a um setor da empresa, colher opiniões e
informações a esmo e, depois, retornar com um sistema já montado, pronto para ser
implantado.
O caráter autoritário de outrora foi substituído pela discussão participativa.
Bibliografia
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração . 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, v. 1,
1993. 651p.
CURY, A. Organização & Métodos – Uma visão holística. 6. ed rev e amp. São Paulo: