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19. Anarquia militar ou a crise do Século III. De 235 a 284 Roma teve 26 imperadores,
dos quais apenas um morreu de morte natural e outro lutando contra inimigos, os
demais foram assassinados. Os exércitos se achavam no direito de escolher os
imperadores por causa da fraqueza do Senado e por não haver uma regra de sucessão
bem definida para os imperadores, gerando muitos conflitos internos. Além disso,
começaram as invasões bárbaras. Apenas com Diocleciano (284 – 305) findou- se a
anarquia militar. Contudo com o fim do seu governo devido a disputa entre os vários
candidatos ao poder teve início uma nova guerra civil que só terminou quando
Constantino (312 –337) tornou-se o único imperador.
20. Evocatio quando os romanos conquistavam uma região ou um país costumavam
“chamar”(evocar, evocatio) para Roma o culto do deus ou dos deuses principais da
região conquistada, permitindo a construção de um templo para seu culto. Era um ato
de tolerância, mas principalmente de poder, pois demonstrava que até a religião dos
povos conquistados tinha sido levada para Roma.
21. Baixo Império Corresponde ao período de decadência romana, entre os séculos III e
V d.C. e dele faz parte o período chamado Anarquia Militar.
22. Édito de Milão Decreto assinado pelo imperador Constantino(312 – 337), que havia
se convertido ao cristianismo e, talvez por fé, mas com certeza para conseguir o apoio
da religião que já era a mais organizada do império, assinou em 313 o Édito de Milão
que dava liberdade de culto a todas as religiões do império. Liberados, os cristãos
começaram a construir igrejas e as maiores receberam o nome de basílicas.
23. Édito Máximo imperador Diocleciano(284-305) fixava preços máximos para
mercadorias e salários, mas o controle durou pouco e a inflação voltou a subir.
24. Lei do colonato feita pelo imperador Constantino(313-337), obrigava o colono a se
fixar à terra para estabilizar a produção rural e suprir a carência de mão-de-obra.
Tornou-se um dos elementos do feudalismo.
Idade Média:
1. Manso servil O território do feudo era dividido normalmente em três partes: O
Domínio, a terra comum(comunal) e manso servil. O Domínio é a parte da terra
reservada exclusivamente ao senhor feudal(onde ele construía o castelo) e trabalhada
pelo servo. A produção deste território destina-se apenas ao senhor feudal.
Normalmente o servo trabalha para o senhor feudal, nessa porção de terra ou mesmo
no castelo, por um período de 3 dias, sendo essa obrigação denominada corvéia. A
Terra comum(comunal) é a parte da terra de uso comum. Matas e pastos que podem
ser utilizadas tanto pelo senhor feudal como pelos servos. É o local de onde se retiram
lenha ou madeira para as construções, e onde pastam os animais. Manso servil era a
parte destinada aos servos, dividido em lotes (glebas) e cada servo tinha direito a um
lote. De toda a produção do servo em seu lote, metade da produção destina-se ao
senhor feudal, caracterizando uma obrigação denominada talha.
2. Sociedade estamental ou de ordens aquela na qual a posição de cada um é
determinada pelo sangue, pela hereditariedade e pela religião. Ex. Egito Antigo e
feudalismo.
3. Corvéia A corvéia era a obrigação que o servo tinha de trabalhar de graça alguns dias
por semana no manso senhorial, ou seja, no cultivo das terras reservadas ao senhor.
4. Banalidade As banalidades eram os pagamentos que os servos faziam aos senhores
pelo uso da destilaria, do forno, do moinho, do celeiro etc.
5. Tostão de Pedro imposto pago à igreja, utilizado para a manutenção da capela local.
6. Vilões homens livres que viviam nas vilas dos feudos e que sofriam obrigações
menos pesadas do que os servos. Com o passar do tempo(séculos XI, XII) alguns
aprenderam um ofício(ex.carpintaria) e se transformaram em burgueses, outros em
assalariados.
7. Suserano e Vassalo Suserano é o senhor que concede o benefício(geralmente terra e
servos), enquanto que vassalo é o senhor que recebe o benefício. Esta relação serviu
para preservar os privilégios da elite e materializava-se a partir de três atos: a
homenagem , a investidura e o juramento de fidelidade. Normalmente o suserano era
um grande proprietário rural, grande nobre ou mesmo um rei, e que pretende
aumentar seu exército e capacidade guerreira, enquanto o vassalo, é um homem que
necessita de terras e camponeses. No mundo feudal não existiu uma estrutura de
poder centralizada.
8. Homenagem Quando um suserano entregava um feudo a um vassalo isso
compreendia uma série de atos solenes. Primeiro o vassalo prestava a homenagem,
colocando-se de joelhos, com a cabeça descoberta e sem espada, pondo suas mãos
entre as mãos do suserano e pronunciando as palavras sacramentais de juramento. Em
seguida, o senhor permitia que se levantasse, beijava-o e realizava a
investidura(atribuição do feudo) com a entrega de um objeto simbólico, punhado de
terra, ramo, lança ou chave, representando a terra ofertada. Os laços de suserania e
vassalagem vinculavam toda a nobreza feudal. Por exemplo, um duque doava um
feudo a um barão. Este, ao receber o feudo, prestava-lhe homenagem.
9. Comitatus laços de dependência entre guerreiros germânicos, baseados no
juramento pessoal ao líder. Aos poucos se torna um dos elementos do feudalismo.
10. Leis Consuetudinárias leis que se baseiam nos costumes e não eram escritas, por
ex., entre os bárbaros germânicos.
11. Hégira Em 622 Maomé começa a pregar o islamismo, mas a perseguição e uma
tentativa de assassinato fizeram com que ele fugisse de Meca para Medina em 622. É a
Hégira, ou a fuga, que marca o início do calendário muçulmano
12. Direito de primogenitura parte do direito feudal que dava apenas ao filho mais velho
de um nobre o direito de herdar a totalidade dos bens do pai, inclusive o título de
nobreza. Os irmãos, excluídos da herança, lançaram-se às aventuras das Cruzadas, em
busca de terras, glória militar e prestígio.
13. Ordem Beneditina fundada pelo monge São Bento de Núrsia (480-547), cujo lema
era “ora et labora” (ore e trabalhe), foi designado santo padroeiro da Europa pelo papa
Paulo VI em 1964, por causa da importância que essa ordem teve na formação da
Europa: no plano cultural, os monges copistas eram, inicialmente, somente beneditinos
e foram os fundadores das primeiras escolas medievais; no plano econômico, o
trabalho agrícola desenvolvido pelos monges nos mosteiros e as técnicas de plantio e
de aragem do solo aprendidas e ensinadas por eles, os manuais escritos sobre esse
tema. Além disso, os séculos de maior ação dos beneditinos coincidem com os séculos
de formação do continente, da formação da Europa como tal(sécs. V ao X).
14. Heresia Monofisista seita cristã do século VI, que considerava que Jesus Cristo tinha
uma só natureza(divina) e não duas (a divina e a humana). No governo de Justiniano
(527-565) imperador bizantino, ocorreu essa heresia, pregada por Nestório. O
monofisismo comportava aspectos políticos e manifestava-se como reação nacionalista
contra o Império Bizantino. Por isso era mais forte na Síria e no Egito, regiões
dominadas por Constantinopla.
15. Heresia Iconoclasta O movimento iconoclasta caracterizou-se como um longo conflito
religioso iniciado pelo imperador bizantino Leão III (717 - 741), que proibiu o uso de
imagens e ordenou a destruição das existentes nos templos. Com efeito, os ícones
eram as imagens, pequenas ou grandes, representando pessoas santificadas ou o
próprio Cristo; feitos nos mais diversos materiais, incorporaram-se às cerimônias de
culto da sociedade bizantina. Entre os principais produtores de ícones encontravam-se
os monges que obtinham grandes lucros com a venda de imagens. Essas riquezas
reforçavam ainda mais o poderio dos monges, cujas ordens possuíam grandes
propriedades isentas de tributos, exerciam grande influência na sociedade e
constituíam uma ameaça ao poder central porque representavam o avanço da
feudalização. Após um século de repressão e de destruição de obras de arte, é a vez de
os partidários das imagens levarem a melhor. O papel da arte consolida-se no mundo
cristão, uma vez que à função didática afirmada pelo Papa Gregório Magno acrescenta-
se o valor sacro das imagens, de emanação da presença divina, que os defensores das
imagens consideram implícito nas imagens de Deus e dos santos.
16. Cesaropapismo concentração dos poderes temporais (César) e espirituais (Papa) nas
mãos do imperador bizantino, que mantinha o patriarca subordinado a ele, fazendo da
religião um assunto de estado e não do indivíduo. Símbolo do cesaropapismo era a
águia bicéfala, escudo e bandeira do imperador. No Império Bizantino as influências
helenísticas e orientais resultaram na estreita ligação entre Igreja e Estado,
concretizada no Cesaropapismo: ao Basileus (Imperador) cabia a chefia da Igreja e do
Estado. Tal situação funcionava como arma de dois gumes: na condição de protetor da
Igreja poderia gerir seus bens e preencher os cargos eclesiásticos, o que reforçava o
poder imperial; em contrapartida, as reações às diretrizes religiosas refletiam
resistências ao poder central, que transformavam controvérsias religiosas em
problemas políticos.
17. Revolta de Nike ou NikaGastos militares forçaram a elevação dos impostos. A
população de Constantinopla odiava os funcionários do fisco. Em 532 explodiu a revolta
Nika (do grego nike, vitória, que os revoltosos gritavam). Verdes e Azuis, os dois
principais partidos políticos e esportivos que concorriam no hipódromo, rebelaram-se,
instigados por aristocratas legitimistas (partidários da dinastia legítima, já que
Justiniano fora posto no trono pelo tio, usurpador do poder). A firmeza de Teodora e a
intervenção do general Belizário salvaram Justiniano. Os revoltosos foram cercados e
mortos no hipódromo.
18. Concílio De Nicéia 325 D.C. Primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo
Imperador Constantino. Trezentos Bispos se reúnem para condenar o Arianismo(do
Bispo Ário): heresia que nega a Divindade de Jesus Cristo. O momento decisivo sobre a
doutrina da Trindade ocorreu neste Concílio, quando a Igreja rejeitou a idéia ariana de
que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da
mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai. Assim,
há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade
divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o
Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado ou unigênito". O Credo Niceno,
sem equívocos, reconhece oficialmente a divindade de Cristo.
19. Cisma do Oriente Desde a extinção do Império Romano do Ocidente, assim como os
Imperadores bizantinos afirmavam sua condição de herdeiros de Roma, os Patriarcas
apregoavam sua primazia na direção da Igreja. Essa divergência levara a freqüentes
atritos entre o Papado e os Patriarcas, ocasionando rompimentos entre a Igreja Cristã
Ocidental e a Igreja Cristã Oriental, como se verificou com a Questão Iconoclasta. O
Cristianismo, em sua evolução, assumiu características diferentes na Europa Ocidental
e em áreas do Império Bizantino, seja no ritual oriental (celebrado em grego), seja na
disciplina (a subordinação da Igreja ao Estado bizantino) e nas crenças (rejeição do
Purgatório pelos orientais). A cisão seria inevitável e se deu quando o Papa Leão IX e o
Patriarca Miguel Celulário entraram em conflito a respeito da jurisdição sobre dioceses
da Itália Meridional, excomungando-se mutuamente. Não se acreditava que a ruptura
fosse definitiva, mas tornou-se com a intransigência do Patriarca e do Papa, explicável
porque a questão envolvia interesses econômicos relativos à arrecadação das rendas
daquelas dioceses e interesses políticos antagônicos sobre a direção suprema da
cristandade. Assim consumou o Cisma do Oriente, em virtude do qual criaram-se duas
Igrejas: a Igreja Cristã Ortodoxa Grega, subordinada ao Patriarcado de Constantinopla,
e a Igreja Católica Apostólica Romana, dirigida pelo Papado (1054).
20. Caaba Kaaba ou Caaba é uma construção que é reverenciada pelos muçulmanos, na
mesquita sagrada de Al Masjid Al-Haram em Meca, e é considerado pelos devotos do
Islã como o lugar mais sagrado do mundo. A Kaaba é uma construção cúbica e está
permanentemente coberta por uma manta escura com bordados dourados que é
regularmente substituída. Em seu interior encontra-se a "Pedra Negra", uma pedra
escura de cerca de 50 cm de diâmetro que é provavelmente o resto de um meteorito.
Quando o profeta Maomé repudiou todos os deuses pagãos e proclamou um Deus
único, Alá, ele poupou a Kaaba, talvez por pressão dos comerciantes da região que
viam na pedra um chamariz para as lucrativas peregrinações.
21. Sunitas e Xiitas A primeira divisão ocorrida na comunidade islâmica deu-se
imediatamente após a morte do profeta Maomé. A escolha do seu sucessor gerou
controvérsias e enquanto a maioria da comunidade seguiu o princípio do consenso e
elegeu Abu Bakr para ser o seu califa, líder religioso e político, uma parcela pequena
mas significativa defendia a teoria de que Ali, primo do Profeta, deveria ser seu
sucessor. Esta atitude gerou dois sistemas políticos diferentes dentro do Islã : os
sunitas seguem a idéia de que o Chefe de Estado deve ser eleito pela comunidade e
aceitam o Al Corão e a Suna como livros sagrados; e os xiitas seguem a idéia da
sucessão hereditária, traçada a partir dos descendentes do califa Ali e sua esposa
Fátima, filha do Profeta Maomé e recusam-se a aceitar o caráter sagrado da Suna.
22. Suna O conjunto de ensinamentos e atos de Maomé. Essas coleções, além de seu
valor religioso para os crentes, constituem uma exaustiva enciclopédia legislativa,
teológica, cerimonial, moral, social e comercial, que inclui aplicações práticas e
exemplos moralizantes para o cotidiano.
23. Sharia É a lei religiosa do islamismo. Como o muçulmano não vê distinção entre o
aspecto religioso e o resto da sua conduta pessoal, a lei islâmica não trata só de rituais
e crenças, mas de todos os aspectos da vida cotidiana. Apesar de ter passado por um
detalhado processo de formatação, a lei islâmica ainda é aplicada de formas variadas
ao redor do mundo - os países adotam a sharia têm interpretações mais ou menos
rigorosas dela. Na Arábia Saudita, por exemplo, vigora uma das mais conservadoras
versões da lei islâmica. O Afeganistão da época da milícia Talibã teve a mais dura e
radical aplicação da sharia nos tempos modernos - proibia música e outras expressões
culturais e esportivas, restringia gravemente todos os direitos das mulheres e ordenava
punições bárbaras. A sharia, porém, é adotada formalmente numa minoria de países
com grandes populações islâmicas.
24. Sarracenos ou mouros forma generalizada para designar os muçulmanos.
25. Merovíngia(Dinastia) Na Gália, as tribos francas foram unificadas no final do século V
por Clóvis (481/511), convertido ao catolicismo, surgindo o primeiro reino bárbaro
cristianizado. Neto de Meroveu, Clóvis deu início à dinastia merovíngia, que reinou
entre os francos até 741.
26. Carolíngia(Dinastia) No século VIII, Carlos Martel, um nobre da família de
Heristal, conseguiu prestígio e poder ao deter o avanço dos muçulmanos sobre a
Europa Ocidental, vencendo-os em Poitiers(França) em 732. Seu filho Pepino I
(741/768) destronou o último rei merovíngio e proclamou-se rei dos francos com o
apoio do papa, iniciando a dinastia carolíngia (741/987). Sua coroação pelo papa
Estevão II reforçou a aliança entre a Igreja e o reino franco. Pepino I foi sucedido por
Carlos Magno (768/814) que expandiu enormemente o reino franco, anexando a Itália
lombarda, a Saxônia, a Frísia e a Catalunha, tornando-se o único rei da Europa cristã.
Em seu governo, houve o Renascimento Carolíngio. No Natal do ano 800, Carlos Magno
foi coroado Imperador do Ocidente pelo papa.
27. Patrimônio de São Pedro Também chamado de Estados Papais, são as terras
entregues pelos carolíngios à Igreja e que seriam governadas pelos papas. Origem do
Estado do Vaticano atual.
28. Missi dominici Carlos Magno dividiu o Império em condados administrados por
condes, enquanto os marqueses administravam os territórios de fronteiras chamados
marcas. A fiscalização dessas províncias era feita pelos "missi dominici"(enviados do
senhor), delegados do imperador, que as percorriam, fazendo relatórios para Carlos
Magno, a respeito da situação econômica e política desses condados e das marcas,
permitindo ao imperador um maior controle sobre seus senhores feudais.
29. Renascimento Carolíngio Carlos Magno(séculos VIII-IX) promoveu um grande
desenvolvimento cultural. Atraiu à sua corte os mais notáveis sábios, dentre os quais:
Alcuíno de York, gramático; Paulo Diácono, historiador; Eginhard, Historiador; Pedro de
Pisa, gramático; e outros. Nos mosteiros, os monges copistas dedicavam-se aos
manuscritos antigos, copiando-os e preservando-os, às crônicas e aos livros religiosos.
Fundaram-se escolas, entre as quais a célebre Escola Palatina(do Palácio)
30. Tratado de Verdun Em 843, os três netos de Carlos Magno repartiram o império que
ele havia fundado pelo tratado dito de Verdun: Carlos o Calvo recebeu a Francia
ocidental (que se tornará a França), Luís o Germânico a Francia oriental (que se
tornará a Germânia, núcleo do futuro Sacro Império Romano-Germânico), e Lotário,
que se reserva o título imperial, o centro da Itália até a Frísia (que se tornará a
Lotaríngia). Essa divisão acelera o feudalismo, pois representou o fracasso de uma
única autoridade governando a maior parte da Europa Ocidental.
31. Heresia Ariana O arianismo foi uma visão cristológica(de Cristo) sustentada pelos
seguidores de Arius nos primeiros tempos da Igreja Cristã, negando que Cristo e Deus,
o pai, fossem da mesma essência fundamental e vendo o filho como uma criação e um
ser inferior ao Pai. O Concílio de Nicéia (325 D.C.) condenou esta doutrina após uma
grande controvérsia e declarou-a herética
32. Secular ou laico qualquer coisa ligado à vida terrena, exemplo, o poder dos reis e
nobres feudais.
33. Ordens monásticas e monaquismo o Monaquismo é um sistema de vida de
consagração à causa divina, que tenta chegar a Deus passando pelo recolhimento e
uma vida de dedicação e interiorização. A esta palavra associa-se uma outra: monge.
Etimologicamente, designa aquele que vive solitário, dedicando a sua vida ao serviço
de Deus, dedicação essa assumida livremente e que pressupõe o cumprimento das
normas estabelecidas numa Regra, ou seja, conjunto de normas sobre castidade,
pobreza e obediência. Exemplo: São Bento e a Ordem dos Beneditinos, baseada na
regra básica “orar e trabalhar”, ou seja, servir a Deus e trabalhar nas plantações e com
os animais do mosteiro, para seu sustento.
34. Movimento de Cluny ou cluniaense Em 1046 no mosteiro beneditino de Cluny, na
França, começa um importante movimento de moralização da Igreja Medieval, o
Movimento de Cluny, propondo o fortalecimento da disciplina do clero, a obediência às
regras da piedade e castidade e a libertação dos conventos da dominação da
autoridade feudal e das interferências dos governantes, principalmente dos
imperadores do Sacro Império Romano Germânico. Apesar das boas intenções de
alguns, a Igreja continuou a se contaminar com interesses materialistas, por exemplo,
adquirir terras.
35. Concílio de Clermont-Ferrand Reunião de líderes cristãos seculares e do clero
realizada nessa cidade francesa em 1095, convocada pelo papa Urbano II, na qual ele
exibiu uma carta do imperador bizantino Aléxis pedindo ajuda para combater os
muçulmanos, gerando a pregação da 1º cruzada.
36. Comuna Comunas (França), Concelhos (com ‘c”.Península Ibérica), Cidades-livres
(Sacro Império Romano-Germânico) e Repúblicas (Itália) assim foram denominados os
burgos europeus que alcançaram autonomia entre os séculos XI e XIII. A essa luta pela
autonomia chamamos de movimento comunal e as liberdades conquistadas eram
escritas nas Cartas de Franquia.
37. Movimento Comunal (sécs. XI – XIII): luta das cidades européias pela libertação da
autoridade dos senhores feudais, geralmente com o apoio dos reis. Quando a luta era
vitoriosa a burguesia passava a governar a cidade e recebia um certificado dos seus
direitos chamado Carta de Franquia.
38. Gótico, Estilo Arquitetônico em 1154 começa a construção da Catedral de Chartres e
em 1163 inicia-se a construção catedral de Notre-Dame de Paris, ambas na França. É o
marco maior do estilo gótico na arquitetura, que se caracteriza por linhas retilíneas que
se projetam para o céu e por abundância de vitrais coloridos. Com seus arcos ogivais,
vitrais coloridos e usados em profusão, paredes altas e relativamente finas,
sustentadas por arcobotantes e botaréus, essas catedrais se tornam os símbolos desse
novo estilo arquitetônico, mais sofisticado, urbano e burguês do que o estilo românico,
que era mais rural e nobiliárquico.
39. Plantagenetas Plantageneta é o sobrenome de um conjunto de reis britânicos,
conhecidos como Dinastia Plantageneta ou Angevina (de Anjou, feudo francês), que
reinaram em Inglaterra entre 1154 e 1399. O nome tem na sua origem a giesta(plant
gênet em francês), que o fundador da casa Geoffrey V, Conde de Anjou escolheu para
símbolo pessoal. O fim da dinastia Plantageneta é considerado em 1399 e marca a
subida ao trono de Henrique de Lancaster(neto de Eduardo III) e o princípio dos
conflitos que mais tarde iriam evoluir para a Guerra das Duas Rosas.
40. Heresia Cátara ou albigense No início do século XII, a Igreja Católica presencia a
difusão da heresia dos cátaros (puros em grego) ou albigenses (nome derivado da
cidade de Albi, na qual vivia um certo número de heréticos) que se propagará no sul da
França. Os cátaros acreditavam que o homem na sua origem havia sido um ser
espiritual e para adquirir consciência e liberdade, precisaria de um corpo material,
sendo necessárias várias reencarnações para se libertar. Eram dualistas acreditavam na
existência de dois deuses, um do bem (Deus) e outro do mal (Satã), que teria criado o
mundo material e mal. Não concebiam a idéia de inferno, pois no fim o deus do Bem
triunfará sobre o deus do Mal e todos serão salvos. Praticavam a abstinência de certos
alimentos como a carne e tudo o que proviesse da procriação. Jejuavam antes do
Natal, Páscoa e Pentecostes, não prestavam juramento, base das relações feudais na
sociedade medieval, nem matavam qualquer espécie animal, faziam voto de castidade.
A partir de 1140 foram duramente combatidos pela Igreja, que lançou uma cruzada
contra eles, sendo derrotados e praticamente exterminados em 1229, juntamente com
os nobres que os apoiavam. A coroa de França incorporou a maioria dos feudos dessa
região.
41. Hansa Teutônica ou Liga Hanseática Na região do Mar Báltico formou-se em 1241,
uma organização de cidades alemãs(maioria) para a proteção do comércio marítimo,
proteção mútua e aquisição e exploração de privilégios comerciais em regime de
monopólio sem a pretensão de conquistar e organizar territórios. A Liga foi uma forma
adequada de proteção política dos comerciantes contra as exigências tributárias dos
reis e senhores feudais. A Liga foi favorecida pelos objetivos limitados das cerca de 160
cidades que se associaram em número variável ao longo dos tempos, dispondo como
arma eficaz contra seus opositores do boicote comercial. O apogeu foi no século XIV e
o declínio veio com a consolidação dos poderes dos Estados bálticos, como a Polônia,
cujo rei derrotou a frota da Liga.
42. Papa Gregório VII no ano de 1075 escreve seu famoso Dictatus Papae, no qual estão
resumidos os princípios da autoridade papal: a Igreja é de origem divina; o Papa tem
todos os direitos sobre os bispos; o Papa é o juiz de todos, não é julgado por ninguém;
o papa ata e desata, pode desligar os vassalos do juramento de fidelidade feito a seus
suseranos; fica afirmada, pela primeira vez, a monarquia papal, a subordinação do
poder civil ao pontifício em temas de doutrina e moral. Henrique IV, imperador do
Sacro Império, reage e organiza um atentado contra Gregório VII, nomeia um antipapa
e pretende destituir o Papa oficial. Em 1076, Gregório dá o golpe decisivo: depõe e
excomunga Henrique IV. Abandonado por grande parte dos seus vassalos, Henrique IV
se dirige ao castelo de Canossa para pedir perdão ao papa, ficando 3 dias acampado na
neve como penitência. O papa o perdoa, mas pouco tempo depois Henrique IV
recupera seus poderes, derruba o papa, coloca um outro no trono, obrigando Gregório
a se refugiar no sul da Itália, onde veio a falecer por volta de 1080.
43. Excomunhão Um dos piores castigos que a Igreja impunha aos que
desobedecessem a suas diretrizes. Excomunhão é o ato ou efeito de excomungar.
Excluir ou expulsar oficialmente um membro religioso da relação com Deus. Pode ser
aplicada a uma pessoa individual ou aplicada coletivamente a um povo e ninguém
podia ter contato com um excomungado ou fazer negócios com ele.
44. Bailios e senescais oficiais nomeados pelos reis da França para defenderem seus
interesses dentro dos feudos, como o recolhimento de certos impostos e a aplicação da
justiça real. Na Inglaterra os funcionários reais com as mesmas funções recebiam o
nome de sheriffs.
45. Bula Unam Sanctam O papa Bonifácio VIII publicou a bula “Unam Sanctam” (1302),
onde afirma ser necessário para a salvação estar sujeito ao papa em tudo, mesmo em
questões políticas e que a Igreja é uma e santa, que não errou e que jamais errará. Foi
uma forma de tentar colocar os reis sob controle papal. Com isso pretendia mandar um
recado aos reis europeus, principalmente seu maior inimigo, Filipe IV, rei de França.
46. Novo Cativeiro da Babilônia Ou exílio de Avignon (1309-1378). A partir da morte do
papa Bonifácio VIII, a influência francesa sobre o papado havia se tornado cada vez
mais forte. Pressionado pela coroa da França, o Sacro Colégio(conjunto de cardeais)
elegeu um arcebispo francês como papa, que adotou o nome de Clemente V e
transferiu a sede da Igreja de Roma para Avinhão. O mesmo fizeram seus sucessores
até 1378. Esse deslocamento era um claro sintoma de que o eixo de equilíbrio do
poder deslocara-se para a França, no sentido de que os pontífices de Avignon
freqüentemente foram favoráveis à política externa francesa.
47. Cisma do Ocidente A atitude servil do papado perante a França, por exemplo, e sua
cumplicidade com os interesses franceses, sobretudo durante o pontificado de João
XXII, causaram profundos descontentamentos na Alemanha(Sacro Império), que não
tardaram a vir à tona. O cisma propriamente dito começou com a morte de Gregório XI
(1378), depois que este conseguira fazer com que a sede do papado voltasse a ser
Roma. Foi sucedido por Urbano VI, cuja eleição foi considerada inválida pelos cardeais
não-italianos, que a decretaram nula e elegeram outro papa, Clemente VII. O novo
papa refugiou-se em Avignon, uma vez que, por motivos óbvios, não podia residir em
Roma. Papa e antipapa tiveram seus respectivos sucessores. Para pôr fim ao cisma,
convocou-se o Concílio de Pisa (1409), em que se decidiu depor os dois papas e eleger
um novo, Alexandre V, sucedido por João XXIII em 1410. Contudo, como os dois
últimos papas da série de Roma e de Avignon, respectivamente Gregório XII e Bento
XIII, não aceitaram a própria deposição, e como Alexandre V havia sido eleito por um
concílio com plena validade, a Igreja passou a ser governada por três papas. A
comunidade eclesiástica, até as paróquias mais remotas, dividiu-se em campos hostis.
Alexandre V, como papa eleito pelo concílio, conquistou mais adeptos entre o povo. O
Concílio de Constança (1414-17), convocado pelo imperador alemão, pôs fim ao cisma
com a eleição de um único papa, Martinho V. Por causa do desgaste, esses fatos
contribuíram fortemente para a decadência da Igreja e do poder papal.
48. Jacquerie A Jacquerie foi uma revolta camponesa que ocorreu na França em 1358,
durante a Guerra dos Cem Anos. A designação deriva de Jacques Bonhomme, o nome
com conotação paternalista dado genericamente a um camponês. A revolta iniciou-se
de forma espontânea, refletindo a sensação de desespero em que viviam as camadas
mais pobres da sociedade, depois da Peste Negra. As elites acabaram por esmagar a
revolta menos de um mês depois, matando no processo cerca de 20.000 homens, o
que viria a contribuir para o agravamento das condições demográficas do país. A
palavra "Jacquerie" passou a ser sinônimo de rebelião camponesa.
49. Magna Carta A Magna Carta foi um tratado assinado pelo rei João I de Inglaterra e os
seus nobres a 15 de Junho de 1215, perto de Londres. Os seus termos garantem a
liberdade política dos ingleses, , ditam reformas no direito e na justiça(ex. Habeas
corpus; não criação de impostos sem ouvir o Parlamento), mas sobretudo limitam o
espectro e magnitude do poder do rei. O grande motivo para essas mudanças foi o
descontentamento geral para como rei João I que, durante o seu reinado, perdera as
Jóias da Coroa de Inglaterra, e grandes feudos que possuía na França, para além de
ser já de ser extremamente impopular e dado a abusos de autoridade. Aos poucos a
Magna Carta se tornou relevante e reconhecida como o precursora da monarquia
constitucional na Inglaterra.
50. Guerras de Reconquista Paralelamente às Cruzadas, que investiram para o
Oriente(Jerusalém), foram realizadas expedições chamadas Cruzadas do Ocidente, que
tinham como objetivo expulsar os muçulmanos da Península Ibérica e do sul da Itália.
Em 711, os árabes muçulmanos, comandados por Tarik, haviam conquistado a
Península Ibérica. Submeteram toda a península, com exceção das Astúrias(norte). Ali
se formaram os pequenos reinos cristãos de Leão, Castela, Aragão e Navarra. Estes
reinos iniciaram, no século XI, a Guerra de Reconquista. Os reinos cristãos
expandiram-se e dessa Guerra de Reconquista resultou a formação das monarquias
nacionais de Portugal(no final do século XIII) e Espanha(no final do século XV).
51. Revolução de Avis O desenvolvimento do comércio, o crescimento das cidades e a
prosperidade da burguesia mercante tornaram anacrônica a antiga ordem feudal
(fechada, teocêntrica, agrária e descentralizada). A burguesia tinha outros interesses
nacionais (unificação da moeda, transportes, segurança) e por isso alia-se à
monarquia, fortalecendo o poder do rei, a quem dá sustentação política e paga
impostos. É o embrião das monarquias nacionais, do regime absolutista. A Revolução
de Avis (1383 - 1385) marca o início do processo de centralização monárquica e a
consolidação do Estado Nacional Português, em direção ao absolutismo e ao
mercantilismo, com a aliança entre a monarquia e a burguesia ascendente. Com a
morte do rei D. Fernando, em 1383, ficou como regente do trono D. Leonor Teles, até
que a infanta D. Beatriz tivesse um filho varão, maior de quatorze anos. A regente,
influenciada por um aventureiro galego, o Conde de Andeiro, desenvolveu uma política
de aproximação com os reinos castelhanos, contrariando as tendências autonomistas
de parte da nobreza lusitana e dos grandes burgueses, especialmente de Lisboa, que
escolheram como líder, D. João, Mestre da Ordem Militar de Avis, filho bastardo de D.
Pedro I (o amante de Inês de Castro). O Conde de Andeiro é condenado à morte e há
grande agitação popular em várias cidades e vilas. Em Lisboa, o "povo miúdo"
proclama D. João, o Mestre de Avis, "regedor e defensor do reino". O rei de Castela, a
pedido da regente Leonor Teles, entra em Portugal para sufocar a revolta de Lisboa.
um jovem nobre, Nuno Álvares Pereira, liderou a resistência popular contra os
castelhanos e seus aliados, mobilizando o povo a favor do Mestre de Avis. Em abril de
1385, reúnem-se as cortes em Coimbra. Por pressão dos representantes dos
conselhos, dirigidos pelo jurista João das Regras, D. João, o Mestre de Avis, é
proclamado rei, apesar da oposição dos nobres. As cortes decidem que o Conselho do
Rei seja formado por dois representantes de cada um dos grupos sociais: clero,
nobreza, letrados e cidadãos.
52. Milenarismo crença popular cristã baseada em profecias do início do cristianismo, que
dizia que Cristo voltaria uma segunda vez, combatendo os males e instituindo o reino
de Deus na terra, com a duração de mil anos, findos os quais haveria a ressurreição
dos mortos e o Juízo Final. Foi classificado pela Igreja como heresia.
53. Querela das Investiduras e a Concordata de Worms A concordata de Worms é o
compromisso firmado em setembro de 1122 pelo papa Calisto II e o imperador
Henrique V, mediante o qual se regulamentou a questão da "querela das investiduras".
Este documento separava os dois tipos de investidura: (1) a eclesiástica, que concedia
a função espiritual ao bispo indicado pelo papa; e a (2) laica, feita pelo governante(rei,
imperador) e dava ao bispo os poderes como senhor feudal, ou seja, um governo de
caráter temporal ou laico com os respectivos benefícios. Em essência, com a
concordata de Worms, na função daqueles bispos que também eram condes, o ofício
espiritual - que só a Igreja podia conceder mediante formas normais - pouco a pouco
se separa do exercício de direitos e poderes públicos que a autoridade laica conferia
mediante o título de nobreza.
54. Filosofia Escolástica A Escolástica é uma linha dentro da filosofia medieval, de
acentos notadamente cristãos, surgida da necessidade de responder às exigências de
fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e
morais de toda a Cristandade. Por assim dizer, responsável pela unidade de toda a
Europa, que comungava da mesma fé. A partir do século V pensadores cristãos
perceberam a necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, numa
tentativa de harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico. Alguns temas
que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como: Providência
e Revelação Divina e Criação a partir do nada passaram a fazer parte de temáticas
filosóficas. Basicamente, a questão chave que vai atravessar todo o pensamento
escolástico é a harmonização de duas esferas: a fé e a razão. O pensamento de
Agostinho(século V), mais conservador, defende uma subordinação maior da razão em
relação à fé, por crer que esta venha restaurar a condição decaída da razão humana.
Enquanto que a linha de Tomás de Aquino(século XIII) defende uma certa autonomia
da razão na obtenção de respostas(livre-arbítrio), apesar de em nenhum momento
negar tal subordinação da razão à fé.
55. Santo Agostinho Idéia de predestinação. Santo Agostinho usou a filosofia a serviço
da teologia, adotando as idéias platônicas e as moldando de acordo com a sua visão de
mundo. Da mesma forma que Platão, acreditava que a alma habitava um corpo. Dizia:
“O homem é uma alma racional habitando um corpo mortal”. Santo Agostinho insiste
na impossibilidade de o Estado chegar a uma autêntica justiça se não se reger pelos
princípios morais do cristianismo. De modo que na concepção agostiniana se dá uma
primazia da Igreja sobre o Estado. Por outro lado, há que ter presente que na sua
época (séculos IV-V) o Estado romano está sumamente debilitado perante a Igreja.
Seu lema era "crer para compreender”. Santo Agostinho afirmou que o estado devia
ter por finalidade o culto de Deus e velar pelos costumes de acordo com a moral cristã.
Defendeu também uma divisão de poderes: o poder espiritual que ficaria a cargo da
Igreja e o poder temporal que pertenceria ao estado. Estas idéias irão ser largamente
aplicadas ao longo da Idade Média.
56. São Tomás de Aquino livre-arbítrio é a base do tomismo. São Tomás Aquino, retoma
e desenvolve um conceito grego-romano, o do Bem Comum. Defende que este
princípio ético-político deveria orientar não apenas o Estado, mas também a cidade e
ser assumido pelos indivíduos no seu dia-a-dia. O objetivo é unir num só princípio
teórico: política, religião e ética.
57. Dante Alighieri(1265-1321) Já é considerado como parte do Renascimento Cultural,
nasceu em Florença. Em 1289 cumpriu rito típico da época do trovadorismo: identificou
a dama pela qual deveria apaixonar-se até o fim de seus dias, um amor impossível. Na
Divina Comédia o nome dela, Beatriz, aparece 64 vezes (além de indicações do tipo "a
minha dama", "aquela que"), enquanto Cristo surge 40 vezes. Somente o nome de
Deus supera o de Beatriz. Ao morrer Beatriz, aos 24 anos e casada com outro homem,
Dante imergiu em dores, aflição e lágrimas. Apesar disso ele casou-se e teve pelo
menos três filhos. Político, soldado, homem de governo, embaixador, em maio de 1300
está coordenando a liga arregimentada pelos toscanos(da Toscana) contra o Papa
Bonifácio VIII e a favor do imperador Henrique VII. Dante era gibelino.
58. Gibelinos e Guelfos facções políticas existentes nas regiões italianas e no Sacro
Império. Os gibelinos eram partidários da supremacia dos imperadores do Sacro
Império sobre os papas e se opunham aos guelfos, partidários da supremacia dos
papas sobre os governantes laicos.
59. Universalismo existiam dois tipos: (a)o universalismo papal, que afirmava que os
poderes papais estavam acima dos reis, pois eram derivados de São Pedro e de Jesus
Cristo, uma vez que Cristo teria dito a Pedro: Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra
erguerei minha Igreja, fazendo de São Pedro o primeiro papa. Outro sustentáculo
desse universalismo se baseia na teoria da superioridade da alma sobre o corpo. Ora, o
papa cuida das questões ligadas ao espírito, logo sua função, seu ofício é superior e
dele se origina o ofício de governar dos reis, que cuidam da vida material, do corpo.
Assim, os papas poderiam depor e coroar os governantes laicos, cujo poder deriva do
poder espiritual dos papas. (b) o universalismo imperial provém da idéia de que os
imperadores do Sacro Império Romano-Germânico(Estados Alemães) herdaram seus
poderes de Carlos Magno, que por sua vez havia sido coroado imperador pelo papa
Leão III no ano 800 como herdeiro dos antigos imperadores romanos. Esses dois
universalismos se chocaram constantemente e provocaram vários conflitos, como a
Querela das Investiduras. A formação dos Estados Nacionais em fins do século XV
enterrou esses universalismos.
60. Petrarca(1304-1374) Já é considerado parte do Renascimento Cultural e se insere na
situação da Itália durante o século XIV, fragmentada e não unificada graças à
existência de duas fortes monarquias: o Estado Pontifício e o Reino de Nápoles.
Petrarca se insere também, no Cisma da Igreja. Uma das idéias dele era , exatamente,
o retorno do papado para Roma, cidade que, segundo o poeta, deveria abrigar os
representantes dos dois poderes: o espiritual e o temporal, uma vez que Petrarca
vislumbrava o retorno dos princípios do Império Romano. O poeta, gibelino, exprime a
sua indignação contra a corte papal de Avignon, a qual, segundo ele, havia usurpado
os direitos de Roma. Para tanto, Petrarca utiliza-se da imagem do Cativeiro da
Babilônia. Para o poeta, Babilônia era sinônimo de confusão, mas o principal motivo
pelo qual ele denomina desta forma a cidade francesa é a desonestidade e a frivolidade
dos religiosos que ali se encontravam. Ele não quer a influência francesa no governo da
Igreja.
61. Poesia Goliárdica ou goliarda Este grupo de Intelectuais, denominados os Goliardos,
aprendiam com o mestre que lhes agradava, andavam de cidade em cidade, os seus
discursos atacavam tanto a sociedade como a Igreja, atingindo o imoralismo
provocatório, a obscenidade, o elogio do erotismo, a negação dos ensinamentos da
Igreja e da moral tradicional. A poesia Goliarda atacava os eclesiásticos, os nobres, os
camponeses, o papa, os bispos, os monges. Defendiam a autoridade do rei face ao
poder da Igreja. Atacavam o poder do papa, tanto por se apoiar no poder do dinheiro,
como por se apoiar no antigo poder da terra. Atacavam os monges, acusando-os de
maus hábitos como, a gula, a preguiça, a luxúria. Geralmente eram formados por ex-
padres e ex-monges, estudantes e professores universitários.
62. Santo Ofício Instituição medieval que atravessou a era moderna. Foi o legado da
histeria e paranóia da imaginação religiosa e política da igreja contra as heresias que
ameaçavam seus domínios, oficializada pelo papa Gregório IX (1227-1241).
Inicialmente, tinha o intuito de salvar a alma dos hereges. Mais tarde, entretanto,
passou a empregar a tortura e a fogueira como forma de punição, com autorização do
papa Inocêncio IV, em 1254. No auge de seu furor, cerca de 50 mil pessoas foram
condenadas à morte no período entre 1570 e 1630, em toda Europa. Através da
colonização, essa prática odiosa estendeu–se ao Novo Mundo, sendo aplicada até
mesmo pelos protestantes na América do Norte. Não poupou mulheres, crianças,
velhos, santos, cientistas, políticos, loucos e até mesmo gatos que foram vítimas do
auto de fé promovido pelos bondosos cristãos!
63. John Wycliff era professor da Universidade de Oxford(1320-1384-Inglaterra), não
aceitava a supremacia papal, mas a doutrina de que o Cristo e não Pedro era o chefe e
cabeça da Igreja, considerando o Evangelho como «única Lei». Ele aproveitava
habilmente as fraquezas do clero para ridicularizá-las. Entre seus princípios estabelecia
que as relações de Deus para com os homens eram diretas: não eram necessários os
intermediários, e isso era um golpe contra Roma. Atacou e ironizou os perdões,
indulgências, absolvições, peregrinações, cultos de santos, etc. Seus seguidores deram
ao movimento um caráter de luta social contra a nobreza, e chefiados por John Ball,
revoltaram-se em 1383, tendo conseguido entrar em Londres, onde, enganados pelo
rei Ricardo II, foram eliminados completamente, sendo seus chefes decapitados.
64. John Huss(1369-1415) nascido na atual República Tcheca, discípulo de Wycliff, com o
qual concordava, foi preso e queimado vivo por ordem do papa. Ambos são
precursores da Reforma Luterana de 1517. A execução de João Huss, desencadeou
sangrenta guerra religiosa na Boêmia, chamada Guerra dos Hussitas.
65. Guerra das Duas Rosas Após a Guerra dos Cem Anos(1453), a situação econômica e
social da Inglaterra se tornou bastante crítica e grave situação econômico-social e o
fortalecimento da monarquia dividiram e enfraqueceram boa parte da nobreza inglesa.
Os conflitos entre a própria nobreza se evidenciaram logo, quando duas famílias de
nobres iniciaram uma verdadeira guerra civil pelo trono da Inglaterra. Os conflitos
foram entre os Lancaster (família nobre inglesa tradicional) e os York (nova nobreza
vinculada às atividades comerciais). O confronto dessas duas famílias ficou conhecido
como a Guerra das Duas Rosas (1455-85), pois cada família mantinha em seu brasão o
símbolo da rosa. O conflito enfraqueceu a nobreza e permitiu a implantação de uma
monarquia centralizada, com a ascensão da dinastia Tudor, que, apoiada pela
burguesia, nomeou Henrique VII rei da Inglaterra.
IDADE MODERNA:
1. Capitalismo comercial a bem da verdade não existe capitalismo antes da Revolução
Industrial(+-1760 na Inglaterra), mas alguns historiadores utilizam essa expressão
para indicar o Mercantilismo dos séculos XV ao XVIII.
2. Antigo Regime forma de gerir(gerenciar) o Estado Nacional entre os séculos XV e
XVIII, baseada na economia mercantilista e na política absolutista. Na Inglaterra o
Antigo Regime cai com a Revolução Inglesa do século XVII e na França cai com a
Revolução de 1789. Porém, seus restos mortais só foram realmente enterrados com a
1ª Guerra Mundial e a dissolução dos impérios da Alemanha, Áustria-Hungria, Rússia e
Turquia. Atualmente vivemos num Estado Nacional, porém não mais no Antigo Regime,
pois nossa economia é capitalista e nossa estrutura política é republicana e
democrática.
3. Acumulação Primitiva de Capitais riqueza que a burguesia adquiriu durante o
mercantilismo, seja com o comércio, seja com as manufaturas, seja com a pirataria.
Tal riqueza seria depois utilizada como capital para a Revolução Industrial.
4. Cercamentos Durante a época feudal, a população da Inglaterra vivia em maior parte
no campo, produzindo lãs e víveres para o próprio consumo. As terras eram cultivadas
visando o sustento familiar e passavam de pais para filhos. Os camponeses/servos
exploravam seus lotes dispersos em faixas pelas propriedades senhoriais, num sistema
denominado "campos abertos”(sem cercas). Eles utilizavam também as terras comuns
ou comunais dos domínios para a pastagem do gado, a caça ou a obtenção madeira.
Gradualmente a partir do século XV, as aldeias começaram a se modificar. Os gêneros
agrícolas e as lãs nelas produzidos passaram a ser vendidos em regiões mais
afastadas, ampliando-se o mercado nacional e internacional (exportação). A facilidade
na obtenção da lã favoreceu o desenvolvimento da manufatura têxtil que se espalhou
pelas aldeias através sistema doméstico de produção, fugindo às restrições impostas
pelas corporações de ofício nas cidades. À medida que o comércio da lã aumentava,
os proprietários de terras iniciaram o cercamento de seus campos abertos (num
processo denominado "enclousure" surgido no século XVI e que se estendeu até século
XIX), expulsando os camponeses de seus lotes e acabando com os direitos tradicionais
de utilização das "terras comuns" dos domínios, gerando um grande êxodo rural(futura
mão-de-obra das indústrias) Os cercamentos tinham por objetivo favorecer a criação
intensiva de carneiros para o fornecimento de lã em bruto e contou sempre com o
apoio do Parlamento.
5. Bulionismo O bulionismo (metalismo), tornou-se um tipo de mercantilismo e
desenvolveu-se na Espanha, para onde fluíam o ouro do México e a prata do Peru. Esse
gigantesco fluxo de metais preciosos trouxe para a Espanha duas graves
conseqüências: por um lado, levou ao desinteresse pelas atividades manufatureiras e
agrárias, ocasionando queda na produção; por outro, desencadeou uma inflação
generalizada no país resultante da alta vertiginosa do preço das mercadorias então em
escassez, conhecida como Revolução dos Preços. A Espanha era obrigada a adquirir no
exterior os gêneros necessários à sua sobrevivência, sem nada exportar em
contrapartida, não conseguindo assim reter os metais preciosos, que acabaram
escoando para outros países europeus.
6. Adelantado era o chefe da expedição descobridora ou de conquista do imperialismo
espanhol. Foi o planejador e executor da conquista de povos e territórios e recebia
participação nos lucros do empreendimento e pertenciam à baixa nobreza ou à
burguesia. Após o estabelecimento do domínio espanhol, a coroa nomeava os
governadores, chamados de vice-reis ou capitães-generais(Ex. vice-rei do México)
7. Colbertismo outro tipo de mercantilismo, também chamado manufatureiro, chegou
ao apogeu na França com o mercantilismo de Colbert, ministro de Luís XIV, que buscou
fazer a riqueza da França com a acumulação de metais preciosos obtidos através de
uma balança comercial favorável. Para isso, procurou tornar o país economicamente
auto-suficiente, proibindo as importações e, principalmente, incentivando as
exportações de manufaturas. Sua política econômica consistia em acelerar o
desenvolvimento manufatureiro da França através da criação das manufaturas reais.
8. Nobreza de Toga e Paulette No governo de Henrique IV, foi criada a "paulette"
(1604),que consistia na legalização da venda de cargos públicos e de títulos de
nobreza para a burguesia, transformando-se numa importante fonte de renda para o
Estado. O novo imposto teve um grande alcance político-social, pois abriu à burguesia
mercantil e financeira a oportunidade de ascensão social, recebendo o nome de
nobreza de toga ou togada.
9. Atos de navegação Em 1653, Cromwell, líder vitorioso da revolução puritana de
1642, impôs uma ditadura dissolvendo o Parlamento. Durante o seu governo
Promulgou os "Atos de Navegação": decretos que fortaleciam os comerciantes
ingleses, pois estipulavam que toda mercadoria que entrasse ou saísse da Inglaterra
deveria ser transportada por navios ingleses. A partir deste ato criou-se uma base para
a Revolução Industrial. Isto levou a uma guerra com a Holanda. A Inglaterra vence,
consolidando sua hegemonia marítima.
10. Bula Inter Coetera No ano de 1493 por essa bula, o papa Alexandre VI determinou a
partilha ultramarina entre espanhóis e portugueses . Os portugueses acharam que
estavam sendo prejudicados, propuseram o Tratado de Tordesilhas. Em 07 de junho de
1494 foi decidido que a Espanha ficaria com as terras descobertas ao ocidente de uma
linha imaginária, tirada de pólo a pólo, e a 100 léguas das ilhas dos Açores, cabendo a
Portugal a que se descobrisse ao oriente(África). Com esta divisão, a Espanha ganhava
toda a América.
11. Noche Triste ou Noite Triste 30 de junho de 1520, quando os espanhóis de Cortez
foram derrotados pelos astecas, obrigando o conquistador espanhol a fugir da capital
asteca(Tenochtitlán), temporariamente.
12. Condottieri eram os líderes, os comandantes de mercenários na Europa dos séculos
XIV ao XVI. Eles saem pelo mundo em eterna luta, sem nenhum ideal. Eficazes no
plano militar, esses soldados de ofício, reunidos provisoriamente sob a liderança de um
chefe forte, lutam por um soldo e pelo butim. A ambição dos primeiros mercenários se
restringe a ganhar dinheiro e a conquistar um ou dois castelos, mas, conforme os
êxitos, a ambição aumenta. Muitos deles se tornavam governantes das cidades pelas
quais haviam sido contratados.
13. Nicolau Maquiavel(1469-1527) ideólogo do absolutismo, escreveu “O Príncipe”, no
qual propunha a separação entre política e moral, ou seja, o governante tudo pode
para benefício do Estado: mentira, dissimulação, violência e fraude, inclusive
manipular a religião, pois “os fins justificam os meios”, ou seja, se um ato político
obtivesse êxito e contribuísse para um bom governo, então seria justificado, mesmo
que fosse imoral. Um dos sonhos dele era ver a Itália unificada e não mas palco de
invasões francesas, espanholas e alemães.
14. Erasmo de Rotterdam(1466-1536) foi um dos pensadores mais influentes de sua
época e trocou correspondência com Lutero,embora tenha permanecido católico a vida
toda. Em sua obra Elogio Da Loucura defendeu, entre outros aspectos, a tolerância
religiosa; a auto-reforma da Igreja Católica; a liberdade de pensamento e uma
teologia baseada exclusivamente nos Evangelhos.
15. Index no contexto da Contra-reforma e do Concílio de Trento de 1534, era a lista de
livros que a Igreja Católica julgava que não deveriam ser lidos, pois contrariavam seus
ensinamentos, por exemplo, o Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam. Até hoje
existe esse index.
16. Thomas Morus(1476-1535) Thomas Morus, Grande Chanceler da Inglaterra, foi
nomeado Grande Chanceler em 1529. Quando Henrique VIII abjurou o catolicismo,
Morus, então ligado à Igreja Romana, pediu demissão do cargo (1532),
descontentando com esse gesto o Rei. No ano seguinte ofendeu mortalmente Ana
Bolena, nova esposa de Henrique VIII recusando-se a assistir à sua coroação e a
prestar fidelidade a seus descendentes. Foi condenado à prisão perpétua e ao confisco
de todos os seus bens. Pouco tempo depois foi condenado à morte por crime de alta
traição e decapitado em Londres. A "Utopia", sua obra mais divulgada, e que lhe deu
renome universal, foi editada em Basiléia (Suíça) por Erasmo de Rotterdam. Depois de
ter na "Utopia" feito uma sátira a todas as instituições da época, edifica uma sociedade
imaginária, ideal, sem propriedade privada, com absoluta comunidade de bens e do
solo, sem antagonismos entre a cidade e o campo, sem trabalho assalariado, sem
gastos supérfluos e luxos excessivos, com o Estado como órgão administrador da
produção, etc. Embora o caráter essencialmente imaginário e quimérico da "Utopia", a
obra de Morus fica na história do socialismo como a primeira tentativa teórica da
edificação de uma sociedade baseada na comunidade dos bens. A Inglaterra de Morus
era uma terra na qual, segundo ele mesmo, “carneiros devoravam homens”, uma
alusão metafórica à lei dos cercamentos (enclosures acts), que implicou no desterro de
inúmeras comunidades camponesas e na dissolução gradativa das tradições comunais,
que remontavam à Idade Média.
17. Galileu Galilei(1564-1642) é celebrado, de fato, como o primeiro afirmador do
"método experimental": ele não cansava de repetir que o conhecimento de tudo o que
nos cerca deve derivar somente das "sensatas experiências" e das "demonstrações
necessárias" (isto é, matemática) e que "somente é mestra a Natureza". Galileu gastou
sua vida em indagar, pesquisar, descobrir, certificar, pelos recursos da experiência, a
verdade e as leis da Natureza, confirmando com justiça o que um século antes
afirmava Leonardo: "A experiência não falha nunca, falham somente os nossos juízos".
Foi perseguido pelo Tribunal da Inquisição e condenado a abjurar(renunciar) às suas
idéias, passando os últimos anos da sua vida em prisão domiciliar.
18. Doutrina da Salvação Pela Fé(1517.Martinho Lutero) Uma visita a Roma revelou a
Lutero a corrupção da Igreja e sua própria experiência religiosa levou-o a crer que a
salvação residia, não nos sacramentos e nas "boas ações" prescritos pela Igreja, mas
pura e simplesmente na graça de Deus, dada gratuitamente a quem quer que tivesse
completa fé em Deus e em Sua bondade. Encontrou apoio para essa convicção numa
afirmativa de Santo Agostinho de que a graça de Deus não se ganha com boas obras,
o que parecia confirmar a opinião de Lutero de que a salvação é conseguida
exclusivamente pela fé. Essa doutrina esposada por Lutero feria o próprio coração do
sistema sacerdotal da Igreja. Se, de fato, a fé sozinha fosse suficiente para a salvação,
então os homens não necessitavam do ministério dos padres nem de tomar parte nos
sacramentos.
19. Dieta de Worms A Dieta de Worms foi uma reunião dos grandes do Sacro Império,
chefiada pelo imperador Carlos V(1521). Apesar de outros assuntos terem sido
discutidos, é sobretudo conhecida pelas decisões sobre Martinho Lutero e os efeitos
subseqüentes na Reforma Protestante. Lutero foi convocado para desmentir as suas
teses, no entanto ele defendeu-as e pediu a reforma. Célebres tornaram-se as suas
palavras:”Aqui estou. Não posso renunciar”.
20. Thomas Münzer(1490-1525), no início pregador luterano, tornou-se posteriormente
adepto da interpretação radical dos evangelhos(liberdade de escolher os pastores e de
demiti-los, fim da servidão e dos impostos, abolição das diferenças sociais, dos
privilégios da nobreza e do clero, etc.) da qual se originou o movimento anabatista.
Como preparação ao reino de Cristo, Münzer desejava instituir uma teocracia que
previa tanto a libertação de toda construção autoritária em matéria de fé como uma
reviravolta da ordem social vigente. Mais tarde, contrapondo-se abertamente a Lutero,
Münzer participou da guerra dos camponeses contra a nobreza alemã(1525).
Derrotado, foi feito prisioneiro pelos príncipes alemães, apoiados por Lutero, e depois
decapitado
21. Dieta de Spira(1529) para resolver as grandes divergências existentes entre católicos
e reformistas. Pediram os católicos que não fosse abolida a missa nos lugares onde
ainda era celebrada e que fosse proibida a pregação doutrinária dos reformistas, nos
lugares onde ainda não haviam dominado. Os luteranos protestaram contra estes
pedidos, donde lhes veio o nome de "protestantes", pelo qual ainda hoje são
conhecidos.
22. Paz de Augsburgo(1555) foi um tratado assinado entre Carlos V, do Sacro Império.
e as forças da Liga de Smalkaldi, em 1555 na cidade de Augsburgo, na atual
Alemanha. O resultado foi o estabelecimento da tolerância oficial dos Luteranos no
Sacro Império. De acordo com a política de cuius regio, eius religio(a cada príncipe
uma religião), a religião (católica ou Luterana) do príncipe da região seria aquela a que
os súbditos desse príncipe se deveriam converter. Foi concedido um período de
transição no qual os súbditos puderam escolher se não preferiam mudar-se com
família e haveres para uma região governada por um príncipe da religião de sua
escolha. Outras denominações protestantes não conseguiram liberdade de culto.
23. Ato de Supremacia(1534) oficialização do rompimento entre Henrique VIII e o
papado deu-se quando o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, em
1534, colocou a Igreja sob a autoridade real, fazendo do rei o chefe da Igreja
Anglicana.
24. Autos de Fé Ocorreram com principalmente na Espanha do século XVI ao XVIII e era
uma procissão lúgubre conduzida pelas autoridades civis e eclesiásticas, os penitentes
transportando tochas acesas. Na direção estava a Santa Inquisição. Ouvem-se já o
murmúrio das preces e a ladainha dos cânticos entoados pela imensa multidão. Na
praça principal, ergue-se o cadafalso para executar os hereges. Os autos-de-fé são
estas liturgias faustosas e macabras que evocam mais as teatrais perseguições dos
tempos de Nero e há gente que vem de longe para assistir ao espetáculo. Os tambores
e as trombetas anunciam o início da cerimônia. À luz dos círios, o inquisidor-geral
profere um longo sermão. Os hereges são expostos meio nus e vergastados. São
também ditadas outras sentenças mais pesadas: prisão perpétua, confisco dos bens
ou, para os mais felizes, peregrinação de penitência a Jerusalém. Seu objetivo político
e ideológico era mostrar que a rebeldia contra a Igreja, mas principalmente, contra a
autoridade absolutista real era um pecado contra Deus.
25. Companhia de Jesus ou Jesuítas Em 1534, o militar espanhol Inácio de Loyola criou a
Companhia de Jesus, com o objetivo principal de combater o protestantismo através
do ensino religioso dirigido. Além de sua intensa atividade na Inquisição e na luta
contra o protestantismo, sobretudo na Itália e na Espanha, praticavam o ensino em
colégios e universidades, aonde os religiosos consagravam-se pelas pregações, direção
de retiros espirituais, pesquisas exegéticas e teológicas, missões, etc. mais a principal
tarefa dos religiosos foi evangelizar os indígenas das regiões recém-descobertas.
Dotados de grande cultura, tornaram-se conselheiros dos grandes reinos católicos
(Portugal, Espanha, Áustria e França), envolvendo-se nas intrigas política e, com isso,
tornando-se alvo de ataques e processos por corrupção.
26. Concílio de Trento(1545) A fim de reafirmar a unidade da Igreja Católica, o Papa
Paulo III convocou o Concílio de Trento para organizar a Contra-Reforma. Tal fato
visava: reafirmar que o único texto autêntico para leitura e interpretação da Bíblia era
a Vulgata - tradução latina feita por São Jerônimo no século IV; confirmar os dogmas e
práticas rituais católicos tais como a presença de Cristo na Eucaristia, o culto à Virgem
e aos Santos e os Sete Sacramentos; manter a proibição do casamento para os
padres, criando seminários para formação dos mesmos e catequizar a América.
27. Thomas Hobbes(1588-1619) pensador do Renascimento, queria dizer com a sua
expressão: "O homem é o lobo do homem" que a condição natural do homem é
dominada pelo amor-próprio, pela vaidade, pelo desejo de levar vantagem sobre o
vizinho e de fazer reconhecer sua superioridade. O homem caça o próprio homem e,
por isso, o absolutismo seria ideal para a paz de um país.
28. Jacques Bossuet(1627-1704) utilizou argumentos extraídos da Bíblia para justificar o
poder absoluto e de direito divino da realeza, com o lema: "Um rei, uma lei, uma fé",
argumento baseado na verdade revelada dos evangelhos, como justificativa do poder
absoluto e do "direito divino" dos reis.
29. Noite de São Bartolomeu(24 de Agosto de 1572) a Noite de São Bartolomeu, na
França, um dos mais terríveis exemplos do fanatismo religioso e dos interesses
políticos: a rainha-mãe Catarina de Médicis, temerosa que o partido huguenote
(protestante) tomasse o poder, convenceu o rei Carlos IX a assinar a ordem para a
execução dos huguenotes franceses e 20 mil protestantes foram massacrados por
católicos em toda a França.
30. Édito de Nantes(1598) Na segunda metade do século XVI, a França foi assolada por
guerras religiosas entre católicos e calvinistas (huguenotes), que se estenderam de
1562 a 1598. Essas guerras envolveram as grandes famílias aristocráticas que
dominavam o país. Com o assassinato do rei, em 1589, subiu ao trono seu parente
mais próximo, Henrique IV de Navarra, que para ser coroado aceitou renunciar ao
protestantismo e converter-se ao catolicismo. Em 1598, o novo rei assinou o Edito de
Nantes, concedendo liberdade de culto aos huguenotes e permitindo seu livre acesso
aos cargos públicos, e o direito de conservar algumas praças de guerra para sua
defesa, o que deu ao país uma relativa paz e algumas cidades de segurança, como La
Rochelle e Montalban.
31. Política dos Cardeais Em 1610 e subiu ao trono da França Luís XIII, que delegou
funções reais ao cardeal de Richelieu, que, para fortalecer o poder real, decidiu
novamente combater os protestantes dentro da França. A perseguição terminou com a
tomada da fortaleza de La Rochelle, onde os protestantes haviam se refugiado.
Derrotados, eles perderam seus direitos políticos e militares e conservaram apenas a
liberdade de culto. Richelieu opôs-se à nobreza e criou os intendentes, funcionários
que fiscalizavam as províncias. Externamente, procurou aumentar o poderio francês e
chegou a intervir na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), combatendo uma aliança
entre a Espanha e o Sacro Império, governados pelos Habsburgos, para garantir os
interesses da França na Europa. Richelieu morreu em 1642 e Luís XIII morreu no ano
seguinte. Subiu ao trono Luís XIV, que era menor, sob regência da rainha-mãe, Ana da
Áustria, e do cardeal Mazzarino. Este governou até 1661 e continuou com a política de
Richelieu . Os aumentos de impostos revoltaram a burguesia e a nobreza, que se
uniram nas revoltas chamadas frondas, que vencidas, levaram o absolutismo francês
ao apogeu.
32. Guerra dos Trinta Anos O que no começo foi um conflito religioso acabou tornando-se
uma luta pelo poder na Europa. A Guerra dos Trinta Anos iniciou-se em 23 de maio de
1618, na Boêmia (hoje República Tcheca). Nobres protestantes haviam invadido o
castelo da capital e jogado pela janela os representantes do imperador(católico), por
causa da intenção de demolir duas igrejas luteranas, contrariando a liberdade religiosa.
Este episódio ficou conhecido como a Defenestração de Praga. Além disso, a recusa da
Liga Evangélica em aceitar a eleição do novo imperador católico radical Ferdinando II,
que em represália, coroou o protestante Frederico V, que era rei da Boêmia. Os
Exércitos imperiais(católicos) invadem, de imediato, o território boêmio e derrotam as
tropas protestantes. Ferdinando II aproveita a vitória para adotar medidas severas:
além de condenar os revoltosos à morte e de confiscar os domínios de Frederico V,
declara abolidos os privilégios políticos dos protestantes e a liberdade de culto. Todos
os demais principados protestantes do Sacro Império Romano-Germânico sentem-se
agora ameaçados. A crise alastra-se e adquire proporção internacional. Estimuladas
pela França, que pressente o perigo do domínio crescente dos Habsburgos, Dinamarca
e Suécia, protestantes, entram na guerra. Mas, vencido duas vezes pelas forças
imperiais austríacas, o rei dinamarquês Cristiano IV se rende em 1629. A Suécia entra
na guerra, mas após grandes vitórias sofre uma derrota decisiva em 1637, na qual
morreu seu rei, Gustavo Adolfo. A França, governada pelos Bourbons, apesar de
católica, intervém diretamente no conflito ao lado dos protestantes. É o suficiente para
que a Coroa espanhola faça uma aliança com seus parentes Habsburgos do Império e
declare guerra aos franceses. Depois de inúmeras vitórias em solo alemão, a coligação
chefiada pela França vence a guerra contra o Sacro Império(1648) e contra a
Espanha(1659).
33. Paz de Vestfália(1648) também conhecida como os Tratados de Münster e
Osnabrück, é uma série de tratados que encerraram a Guerra dos Trinta Anos e
também reconheceu oficialmente a independência das Províncias Unidas(Holanda) e da
Confederação Suíça. O Sacro Império perdeu terras para a Suécia(feudos ao norte da
Alemanha) e França (Bispados de Metz, Toul, Verdun e a Alsácia.). Inspirado pelo 1º
ministro francês, o cardeal de Mazarino, este tratado firmou o poder de interferência
da França no Sacro Império reforçando a fragmentação dos Estados Alemães. A
Alemanha saiu arrasado da guerra, com a população reduzida de 16 milhões para 8
milhões. No império constituído de 300 territórios soberanos, não sobrou nenhum
sentimento nacional comum. A França foi a grande vitoriosa.
34. Cabeças Redondas No contexto da Revolução Puritana da Inglaterra de 1642, eram
os membros do exército do Parlamento organizado por Oliver Cromwell, composto
sobretudo por camponeses, com apoio da burguesia londrina e da gentry: a ascensão
se dava não por nascimento, mas por merecimento. Os cabeças redondas receberam
tal nome por cortarem o cabelo bem curto e não utilizarem perucas, um dos símbolos
da nobreza. Derrotaram o rei Carlos I em 1645.
35. Peregrinos do Mayflower O início da colonização da América do norte pelos ingleses
deu-se a partir da concessão real a duas empresas privadas: A Companhia de Londres,
que passou a monopolizar a colonização das regiões mais ao norte, e a Companhia de
Plymonth, que recebeu o monopólio dos territórios mais ao sul. Dessa maneira
dizemos que a colonização foi realizada a partir da atuação da "iniciativa privada".
Porém subordinadas as leis do Estado. As Colônias do Norte têm sua origem na
fundação da cidade de New Plymonth ( Massachussets) em 1620, pelos "peregrinos do
mayflower", puritanos que fugiam da Inglaterra devido às perseguições religiosas e
que estabeleceram um pacto, segundo o qual o governo e as leis seguiriam a vontade
da maioria. A partir de New Plymonth novos núcleos foram surgindo, vinculados a
atividade pesqueira, ao cultivo em pequenas propriedades e ao comércio. Nessa
região, denominada genericamente de "Nova Inglaterra" as colônias prosperaram
principalmente devido ao comércio. Do ponto de vista da produção, a economia
caracterizou-se pelo predomínio da pequena propriedade policultora, voltada aos
interesses dos próprios colonos, utilizando-se o trabalho livre, assalariado ou a
servidão temporária.
36. Bill of Rights(1688) Também chamada de Declaração de Direitos. No contexto da
Revolução Gloriosa. Em 1688 Guilherme e Mary Stuart assumem o trono da Inglaterra,
após a deposição do pai dela, Jaime II e assinam o Bill of Rights que determina, entre
outras coisas, a liberdade de imprensa, a manutenção de um exército permanente e o
poder do Parlamento de legislar sobre tributos. A Revolução marca o fim do
absolutismo na Inglaterra e a instauração da monarquia constitucional. Favorece a
aliança entre burguesia e proprietários rurais, que será a base do desenvolvimento
econômico inglês e da Revolução Industrial.
37. John Locke (1632/1704) personificou, na Inglaterra do final do século XVII, as
tendências liberais opostas às idéias absolutistas de Hobbes. Partidário dos defensores
do Parlamento, suas idéias foram reunidas num livro chamado "Ensaio sobre o
Governo Civil", publicado em 1690, menos de dois anos depois da Revolução Gloriosa
de 1688, que, destronou o rei Jaime II. O ponto de partida de Locke é mesmo de
Hobbes isto é, o "estado de natureza seguido de um "contrato" entre os homens, que
criou a sociedade e o governo civil e mesmo no estado de natureza, o homem é dotado
de razão. Dessa forma, cada indivíduo pode conservar sua liberdade pessoal e gozar
do fruto de seu trabalho. Entretanto, nesse estado natural faltam leis estabelecidas e
aprovadas por todos e um poder capaz de fazer cumprir essas leis. Os indivíduos,
então consentem em abrir mão de uma parte de seus direitos individuais, concedendo
ao Estado a faculdade de julgar, punir e fazer a defesa externa. Entretanto, se a
autoridade pública, a quem foi confiada a tarefa de a todos proteger, abusar de seu
poder, o povo tem o direito de romper o contrato e recuperar a sua soberania original.
Assim Locke defendia o direito do povo em se sublevar contra o governo e justificava a
derrubada e a substituição de um soberano legítimo por outro.
38. Teoria dos pesos e contrapesos no contexto do Iluminismo, é a teoria de
Montesquieu, de pesos e contrapesos entre os Poderes do Estado, de forma que
possam conviver em harmonia, ou seja, separação e equilíbrio entre os poderes
executivo, legislativo e judiciário.
39. Pedro, o Grande(1672-1725) czar da Rússia a partir de 1682. Foi militar entusiasta,
obteve êxitos em várias guerras. Conquistou aos turcos o porto de Azofe, no Mar
Negro, em 1696. Na Grande Guerra do Norte (1700-1721) contra a Suécia apoderou-
se de novos territórios que deram à Rússia o acesso ao mar Báltico, o que era
essencial, pois os portos russos ficavam congelado na maior parte do ano. O maior
êxito de Pedro foi a modernização da Rússia. Viajou pela Europa Ocidental, de 1696 a
1697 para estudar o modo de vida e os conhecimentos técnicos(construção de pontes,
de navios, de manufaturas, etc.) dos outros povos, principalmente ingleses e
holandeses, e regressou para implementar essas reformas. A sua corte seguiu as
tendências ocidentais e os Russos receberam ordens para se vestirem de modo mais
ocidental, inclusive raspar a barba. Dos quarenta e três anos do seu reinado, apenas
um se passou sem guerras. Conseguiu os seus fins e as suas reformas mudaram o
modo de vida do povo, o que transformou a Rússia numa grande potência da Europa
Ocidental.
40. Encomienda foi um sistema criado pelos espanhóis, e consistia na exploração de um
grupo ou comunidade de indígenas por um colono, a partir da concessão das
autoridades locais, enquanto o colono vivesse. Em troca, o colono deveria pagar um
tributo à metrópole e promover a cristianização dos indígenas. Dessa forma o colono
de origem espanhola era duplamente favorecido, na medida em que se utilizava a mão
de obra e ao mesmo tempo, impunha sua religião, moral e costumes aos nativos.
41. Mita que era uma instituição de origem inca, utilizada por essa civilização quando da
formação de seu império, antes da chegada dos europeus. Consistia na exploração das
comunidades dominadas, utilizando uma parte de seus homens no trabalho nas minas.
Os homens eram sorteados, e em geral trabalhavam quatro meses, recebendo um
pagamento. Cumprido o prazo, deveriam retornar à comunidade, que por sua vez
deveria enviar um novo grupo de homens.
42. Sistema de Porto Único toda transação comercial entre a América Espanhola e a
Espanha deveria entrar nesse país por um porto pré-determinado(primeiro foi Sevilha,
depois, Cádiz) pelo governo, que recebia, fiscalizava e contabilizava as mercadorias
saídas de portos também predeterminados nas colônias (ex.Cartagena na Colômbia).
43. Chapetones Elite colonial nascida na Espanha, eram os homens brancos, e que
vivendo na colônia representavam os interesses metropolitanos, ocupando os mais
altos cargos administrativos, judiciais, militares e no comércio externo.
44. Criollos Elite colonial, descendentes de espanhóis, nascidos na América, grandes
proprietários rurais ou arrendatários de minas, podiam ocupar cargos administrativos
ou militares inferiores.
45. Fisiocracia Em 1758 François Quesnay, primeiro-médico de Luís XV, rei da França,
expõe suas idéias em seu Tableau Économique. Criador de uma corrente econômica
chamada Fisiocracia, afirmava que a riqueza de um país estava na agricultura, baseada
no trabalho assalariado e na produção em larga escala(organizada em moldes
capitalistas e não feudais) e no comércio livre(sem interferência do estado), cunhando
o lema “laissez faire, laissez passer, que lê monde va de lui même”, ou seja, “deixai
fazer, deixai passar, que o mundo caminha por si mesmo”. Na prática esse pensamento
significa liberdade de produção e liberdade de comércio, pois o mundo possui leis
naturais que regem a economia, por exemplo, a lei da oferta e da procura. Tais idéias
serão depois adotados pelos pensadores liberais.
46. Senso comum livro escrito por Thomas Paine, inglês adepto da independência das 13
Colônias, que refletia o Iluminismo. Defendia que a monarquia era contrária às leis
naturais e que os reis levavam os países à guerra, inclusive por causa de brigas
sucessórias. Afirmava que todos são iguais por nascimento e por isso a república é a
forma de governo mais natural. Influenciou a declaração de independência e, depois, a
constituição norte-americana.
47. Adam Smith(1723-1790) Seu pensamento, expresso em A Riqueza Das Nações,
defendia que a eficácia do trabalho nas sociedades civilizadas repousa na divisão social
do trabalho e na especialização das funções; as corporações de ofício devem ser
extintas e o Estado deve evitar intervir nos negócios individuais e no comércio
internacional, pois a economia tem leis naturais. Na opinião de Smith, se o trabalho
determinava a prosperidade nacional e o valor das mercadorias, ele não se realizava
sem o trabalhador e este não vivia sem o salário. Como os trabalhadores buscavam
ganhar o máximo possível e os empregadores a pagar o mínimo possível, o salário
estava condiciona à procura e à oferta de mão-de-obra. Os patrões levavam vantagem,
mas nunca deveriam pagar menos do que fosse necessário para o trabalhador se
manter. Em seu livro, A. Smith defendeu as leis de mercado, o fim das restrições às
importações e dos gastos governamentais improdutivos. 0 Estado deveria intervir
somente para coibir os monopólios que impediam a livre circulação das mercadorias.
As funções do Estado seriam garantir a lei, a segurança e a propriedade, além de
proteger a saúde e incentivar a educação.
48. Massacre de Boston e Boston Tea Party em 1773 com a Lei do Chá (Tea Act), que
dava o monopólio desse comércio à Companhia das Índias Orientais, onde vários
políticos ingleses tinham interesses. A Companhia transportaria o chá diretamente das
Índias para a América. Os intermediários tiveram grande prejuízo e ficou aberto um
precedente perigoso: quem garantia que o mesmo não seria feito com outros
produtos? A reação não demorou. No porto de Boston, comerciantes disfarçados de
índios mohawks destruíram trezentas caixas de chá tiradas dos barcos, no episódio
conhecido como A Festa do Chá de Boston (The Boston Tea Party). Se o Parlamento
cedesse, jamais recuperaria o controle da situação. Agiu energicamente. Votou as Leis
Intoleráveis em 1774: o porto de Boston estava interditado até o pagamento dos
prejuízos; funcionários ingleses que praticassem crimes durante as investigações
seriam julgados em outra colônia ou na Inglaterra; o governador de Massachusetts
teria poderes excepcionais; tropas inglesas ficariam aquarteladas em Boston.