Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Porque Se Vão Embora Os Nossos Alunos
Porque Se Vão Embora Os Nossos Alunos
Desde há alguns anos a esta parte que alunos com motivações muito fortes
para acederem a licenciaturas cujas classificações de entrada são elevadas
e, cumulativamente, possuem condições económicas para o fazerem,
inscrevem-se em instituições de ensino privadas. Este fenómeno acentua-se
fortemente nos meios urbanos vizinhos das grandes cidades, muito à custa
da existência de uma classe social média-alta.
E por que razão a escola pública não pode concorrer com essas instituições
de igual para igual?
Serão assim tão diferentes os meios de uns e outros? E serão os meios, por
mais sofisticados que sejam, a justificação essencial para um melhor
ensino?
Será que os professores das escolas privadas fazem parte de alguma elite
de super-professores? Talvez a elite esteja nos alunos… como já vimos.
Vamos continuar a deixar que a sala de estudo tenha tão pouca frequência?
Não vamos fazer nada para que o nosso ensino seja mais atractivo para os
alunos?
Quanto a mim, não podemos ter receio que a classificação interna não seja
coincidente com a dos exames nacionais. O prestígio dos professores não
deve ser medido por essa congruência matemática, mas antes no impacto
que tiveram nas competências dos alunos para serem Pessoas. Pessoas
socialmente competentes. Pessoas com competências para serem bons
médicos, engenheiros, artistas, trolhas, carpinteiros, etc…
Mais, achamos que pela sua natureza externa, a responsabilidade das
classificações dos alunos nos exames nacionais não pode ser linearmente
imputada aos professores das disciplinas em causa. Por exemplo, o aluno,
após o término do ano lectivo, pode não se empenhar suficientemente no
estudo para o exame nacional, obtendo, por isso, uma classificação inferior
à classificação interna. O professor é responsável?
Pedro Sá