E STA D O D E M I N A S ● S Á B A D O , 3 0 D E O U T U B R O D E 2 0 0 4

GERAIS 21
FERIADÃO

Desastre com carreta carregada de óleo de soja na BR-381, saída para Vitória, interrompe partida
de quem se preparava para deixar a capital. Polícia Rodoviária alerta sobre riscos nas estradas

Acidentes tumultuam viagem MARCOS MICHELIN

GUSTAVO WERNECK E
ANA CAROLINA SELEME
Em plena véspera do feriadão,
um grande transtorno para
quem saiu ontem, de Belo Hori-
zonte, por volta das 13h15, com
destino às praias de Vitória (ES) e
do Sul da Bahia. Sob o sol quente,
motoristas e passageiros enfren-
taram cerca de cinco quilôme-
tros de congestionamento, se-
gundo a Polícia Rodoviária Fede-
ral (PRF) – e o triplo, segundo os
motoristas –, devido ao tomba-
mento de uma carreta carregada
de óleo de soja, perto da ponte so-
bre o Rio das Velhas. Ninguém fi-
cou ferido. Grande parte da carga
foi saqueada.
A interdição do trânsito no lo-
cal durou cerca de duas horas,
tempo suficiente para irritar ca-
minhoneiros ou condutores de
ônibus e carros de passeio. Para
alguns motoristas, acidentes nas
pistas ganham dimensão ainda
maior devido às condições das
rodovias. Viajando há dois dias,
proveniente da Bahia em direção
a Matão (SP), o caminhoneiro
Luiz Carlos Bagatin, de 45, espera-
va a liberação da pista com a ne-
cessária paciência. “As estradas
estão péssimas e esse trecho do
acidente é o pior de Minas Gerais.
Se a estrada estivesse boa, ficava
mais fácil resolver a situação. Es-
tamos carregando uma cruz e
ninguém faz nada”.
Apoiado na porta, o cami-
nhoneiro Osvaldo Felipe, de 50,
proveniente da Bahia rumo a Di-
vinópilis, no Centro-Oeste mi-
Acidente deixou óleo espalhado pelo asfalto e mobilizou bombeiros, para evitar que pista escorregadia provocasse outros problemas
neiro, também criticou as condi-
ções da rodovia, responsável por
atrasos, acidentes e outros pro-
blemas. Com a paralisação, mui-
tos motoristas decidiram chegar
à capital passando pela avenida
Beira-Rio, em Santa Luzia, no
sentido bairro Aarão Reis, Norte
de Belo Horizonte.
Também na BR-381, outro aci-
dente, este na saída para São Pau-
lo, deixou o trânsito lento na tar-
de de ontem. Próximo ao km 473,
ao lado da refinaria Gabriel Pas-
sos, da Petrobras, um choque en-
tre dois caminhões deixou a pis-
ta parcialmente interditada no
sentido Betim/BH.
■ POLÍCIA PÕE OPERAÇÃO
FINADOS NAS PISTAS
As Polícias Rodoviária Esta-
dual e Federal iniciaram ontem
a Operação Finados, a fim de re-
duzir o número de acidentes
nas principais rodovias de Mi-
nas Gerais durante o feriado
prolongado. Os agentes alertam
motoristas que forem deixar
suas cidades para aproveitar o
recesso no litoral brasileiro e in-
terior do Estado sobre trechos
perigosos, e anunciam que ra-
dares e bafômetros estarão a
postos nas blitze. As más condi-
ções das estradas, aliadas à im-
prudência, são as principais
causas dos acidentes.
De acordo com a Polícia Mili-
tar Rodoviária Estadual (PRE), os
motoristas devem tomar cuida-
do ao trafegar por rodovias co-
mo a MG-10, que tem pista sim-
ples e trechos sinuosos e por on-
de passa grande fluxo de veícu-
los seguindo, principalmente,
para a Serra do Cipó. Outra rodo-
via que exige cuidado extra é a
BR-365, que liga a capital a Ouro
Preto e é de responsabilidade do
Estado. Os policiais alertam que
o trecho próximo a Itabirito fica
escorragadio quando chove.
A Polícia Rodoviária Federal
(PRF) orienta motoristas a viaja-
rem durante o dia já que vários
trechos das rodovias federais
apresentam problemas. Na BR-
262, próximo a Pará de Minas, o
asfalto está irregular, com várias
ondulações. Na 381, que liga a
capital a Vitória (ES), até João
Monlevade, os cuidados devem
ser redobrados por causa do ex-
cesso de curvas. Na 040, sentido
Rio de Janeiro, o trecho próximo
ao Viaduto das Almas apresenta
curvas perigosas.

FINADOS

Abuso em serviços funerários

ALEXANDRE VAZ
Portal UAI
O difícil momento de dar
adeus a um parente pode se
transformar em prejuízo. Às
vésperas do dia de Finados,
um levantamento do site Mer-
cado Mineiro (www.mercado-
mineiro.com.br) sobre os prin-
cipais serviços e produtos fu-
nerários mostra que, no perío-
do de um ano, os custos tive-
ram um aumento muito aci-
ma da inflação na maioria dos
cemitérios e casas funerárias
da Grande Belo Horizonte.
Segundo a pesquisa, no ano
passado, o preço de um túmulo
no cemitério que apresentava o
SIDNEY LOPES / 02/11/2003 preço mais caro era de R$ 5.850.
Cemitérios voltam a receber público para as homenagens de 2 de novembro. Em vários, missas marcam a data Este ano, o valor do mesmo tú-
mulo quase dobrou, chegando a
R$ 9.820, aumento de 67,86%. “O
mais importante é que, durante
o levantamento de dados, não
foi encontrada nenhuma justifi-
cativa plausível para um au-
mento tão elevado”, explica o di-
retor-executivo do Mercado Mi-
neiro, Feliciano Lopes Abreu.
Foram levantados os preços
de sete cemitérios e 19 funerá-
rias. Nos primeiros, verificou-
se os custos de túmulo, exuma-
ção, velório, sepultamento e
crematório. Entre as funerárias,
os pesquisadores consultaram
o custo do serviço funerário
completo, incluindo urnas e co-
roas. No ano passado, o valor
mais caro deste serviço era de
R$ 500. Atualmente, chega a R$
700. “Como os parentes encon-
tram-se em estado emocional
delicadíssimo, as empresas aca-
bam abusando nos preços.”
DIFERENÇAS Na comparação
entre os produtos dos estabele-
cimentos, as diferenças são ain-
da maiores. Nas funerárias, por
exemplo, foram colhidos os
preços das urnas mais caras e
mais baratas. Em uma determi-
nada funerária, o maior preço
era de R$ 380. Em outra, o valor
chegou a R$ 14.371, diferença
de 3.681,84%. “Cabe ao consu-
midor conter a emoção e fazer
uma escolha adequada, que
não diminua a homenagem à
pessoa querida, mas que tam-
bém não se transforme em um
grande prejuízo”, afirma Feli-
ciano Lopes Abreu.

Uma data voltada para reflexão PROGRAME-SE

O feriado de Finados, celebrado
na terça-feira, simboliza um mo-
mento de reflexão não apenas em
relação aos mortos, mas sobre a
forma como se encara a própria vi-
da. Essa visão é defendida pelo mé-
dico Evaldo D’Assumpção, especia-
lista em tanatologia, uma “ciência
da vida vista sob a ótica da morte”,
como ele mesmo define.
Apesar de ser uma celebração
fundamentalmente católica – o
dia de Finados está ligado a uma
antiga festa de celebração dos
mortos feita pelos celtas e depois
incorporada pelo cristianismo –
o médico afirma que a data é im-
portante para as pessoas de todas
as crenças, justamente por apro-
ximar o homem do grande mis-
tério do fim da vida. Apesar dis-
so, ele acredita que o questiona-
mento da morte e a celebração
dos entes queridos deve ser feita
todos os dias, não apenas em
uma época do ano.
“Culturalmente, o dia de Fina-
dos concentra todas as emoções
num dia só. Seria muito mais
saudável se essas emoções se es-
parramassem pela vida toda. As-
sim, as pessoas poderiam convi-
ver com uma saudade gostosa e
não numa saudade sofrida”, diz.
Ele explica que a morte não deve
ser encarada como perda, mas
como transformação, e que ela
confere sentido e intensidade à
vida. “A mortalidade é a realidade
de todos os seres humanos. Se eu
tiver a consciência da morte co-
mo essa companheira de todos
os momentos, ela passa a ser
uma professora de vida”, conclui.
O padre João Batista Libânio
lembra que o dia de Finados é pre-
cedido do dia de todos os santos,
“que são pessoas que chegaram
em sua plenitude final”. Por isso,
para a tradição católica, é impor-
tante lembrar e orar por aqueles
que talvez ainda não tenham al-
cançado essa plenitude. Além dis-
so, a reflexão sobre os mortos é
fundamental também para a ava-
liação da própria vida. “Permite
uma seriedade imensa, pois
olhando para a morte, pensamos
em como vivemos e como leva-
mos nossa vida”, afirma.
MISSAS No dia de Finados, o arce-
bispo metropolitano de BH, dom
Walmor de Oliveira Azevedo, cele-
brará missa às 9h, no hall do cemi-
tério Bosque da Esperança. No final
da missa, o cemitério vai promover
uma chuva de pétalas. A visitação
pode ser feita a partir das 7h.
No cemitério e crematório
Parque Renascer, além da missa
às 10h e da chuva de pétalas às
11h15, uma exposição de foto-
grafias de Izabel Chumbinho en-
feita o hall principal. O local abre
às 7h. No cemitério da Colina, es-
tão marcadas seis missas: às 8h,
10h, 12h, 14h, 15h30 e 17h.
Os cemitérios municipais es-
tarão abertos das 7h às 19h. No da
Paz, serão celebradas missas nos
seguintes horários: 8h, 9h30, 11h,
15h e 17h. No Bonfim, às 8h,
9h30min, 11h, 14h30 e 16h. Dom
Walmor celebra missa também
no cemitério da Saudade, às
11h30. Além disso, no local have-
rá celebrações às 7h, 8h30, 10h,
16h e 17h. No cemitério da Con-
solação, as missas serão às 8h,
10h, 12h, 14h e 16h.
Confira quais linhas de ônibus circularão nas regiões próximas aos cemitérios de Belo Horizonte, na próxima terça-feira
CEMITÉRIO DO BONFIM
(Rua Bonfim, 1120 – Bairro Bonfim) Linha: 4114
(Bonfim/Centro). Serão colocados à disposição da
população cinco veículos, liberados a partir das 7h
do ponto final da linha 4114, que fica na rua
Arceburgo. A linha circulará com itinerário alterado
nas imediações do cemitério que será informado
em cartazes dentro dos ônibus. Além disto, a linha
vai operar no ponto final antigo, na rua Abaeté, e
será criado um ponto de embarque/desembarque
na rua Bonfim, entre as ruas Arceburgo e Jaguarão,
no sentido Centro/bairro.
CEMITÉRIOS BOSQUE DA
ESPERANÇA E CONSOLAÇÃO
(Bosque da Esperança: rua Ademiro
Fernandes Torres, 1500 – Bairro Jaqueline;
Consolação: rua Ademiro Fernandes Torres,
2000 – Bairro Jaqueline) Linhas: 2234 A
(Jaqueline A), 2234 B (Jaqueline B), 5534
(Conjunto Zilah Spósito), 601 e 607
(circulares). Além das linhas 5528
(São Benedito) e 5528 (Duquesa),
gerenciadas pelo Departamento de Estradas
de Rodagem (DER).
CEMITÉRIO DA SAUDADE
(Rua Cametá, 585 – Bairro Saudade) Linhas: 901 (Circular
Leste), 9201 (Baleia/Nova Granada), 9412 (Conj.
Taquaril/Padre Eustáquio), 9208 (Taquaril/Conj. Santa
Maria), 9803 (Taquaril/Palmares), 9030
(Castanheira/Centro) e 9503 (Taquaril Jaguará). A linha
9801 (Santa Cruz/Saudade) terá seu itinerário alterado
nos dois sentidos nas ruas próximas do cemitério.
CEMITÉRIO DA PAZ
(Avenida Presidente Carlos Luz, 850 – Bairro Caiçara)
Principais Linhas: 3301 A (Santa Terezinha), 3301 B
(Castelo), 3302 A (Nova Pampulha, via Itamarati), 3302 B
(Tancredo Neves, via Itamarati), 3302 D (Céu Anil), 3502
(Ouro Preto/São Gabriel) e 3503 A (Sta. Terezinha/ São
Gabriel, via Paquetá). Informações sobre alterações no
tráfego no entorno dos cemitérios podem ser obtidas no
site da BHTrans ou pelo telefone (31) 3277-6500.
CEMITÉRIO PARQUE DA COLINA
(R. Santarém, sem número – Bairro Nova Cintra)
Linhas: 4201 (Alto Caiçara/ Nova Cintra), 9205
(Nova Vista/ Nova Cintra), 9207 (Santa Inês/ Nova
Cintra), 202 (Estação Vila Oeste), além da 1103,
gerenciada pelo DER.