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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02011/07

Objeto: Prestação de Contas Anuais


Relator: Auditor Renato Sérgio Santiago Melo
Responsável: Hélder Marcilio de Souto Barros

EMENTA: PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL - PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAIS - PRESIDENTE DE CÂMARA DE VEREADORES -
ORDENADOR DE DESPESAS- APRECIAÇÃO DA MATÉRIA PARA FINS
DE JULGAMENTO - ATRIBUIÇÃO DEFINIDA NO ART. 71, INCISO n,
DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA, E NO ART. 1°,
INCISO I, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. ° 18/93 -
Insuficiência financeira para saldar os compromissos de curto
prazo - Envio da comprovação da divulgação do Relatório de Gestão
Fiscal do segundo semestre fora do prazo determinado - Carência de
licitação para despesas com locação de veículos - Dispêndios não
comprovados com possíveis pagamentos de contribuições
previdenciárias efetivamente contabilizadas - Ausência de retenção e
recolhimento de contribuições para a previdência social incidentes
sobre os subsídios dos agentes políticos, bem como de pagamento
de grande parte das obrigações patronais devidas sobre o total da
folha de pagamento - Realização de despesas em montante superior
aos créditos fixados na Lei Orçamentária Anual - Transgressão a
dispositivos de natureza constitucional, infraconstitucional e
regulamentar - Desvio de finalidade - Ações e omissões que
geraram prejuízo ao Erário - Necessidade imperiosa de
ressarcimento e de imposição de penalidade - Eivas que
comprometem o equilíbrio das contas, ex vi do disposto no Parecer
Normativo n.O 52/2004. Irregularidade. Imputação de débito.
Assinação de lapso temporal para recolhimento. Aplicação de multa.
Fixação de prazo para pagamento. Recomendações. Representações.

Vistos, relatados e discutidos os autos da PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS DO


EX-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SOLEDADE/PB, relativas ao exercício financeiro
de 2006, SR. HÉLDER MARCILIO DE SOUTO BARROS, acordam, por unanimidade, os
Conselheiros integrantes do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, em sessão
plenária realizada nesta data, na conformidade da proposta de decisão do relator a seguir,
em:

1) JULGAR IRREGULARES as referidas contas.

2) IMPUTAR ao ex-Chefe do Poder Legislativo da Comuna, Sr. Hélder Marcilio de Souto


Barros, débito relativo a despesas irregulares, no montante de R$ 3.802,03 (três ,
oitocentos e dois reais e três centavos), sendo R$ 3.270,37, referentes a obri ações
patronais empenhadas, e R$ 531,66, concernentes a recolhimentos de re s _~

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previdenciárias contabilizados, ambos sem a correspondente comprovação da efetiva


quitação.

3) FIXAR o prazo de GO (sessenta) dias para recolhimento voluntário aos cofres públicos
municipais do débito imputado, cabendo ao Prefeito Municipal de Soledade/PB, Sr. José
Ivanildo Barros Gouveia, ou seu substituto legal, no interstício máximo de 30 (trinta) dias
após o término daquele período, zelar pelo seu integral cumprimento, sob pena de
responsabilidade e intervenção do Ministério Público Estadual, na hipótese de omissão, tal
como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40,
do colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba - TJ/PB.

4) APLICAR MULTA ao ex-Presidente da referida Edilidade, Sr. Hélder Marcilio de Souto


Barros, no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), com base no que dispõe o art. 5G, inciso 11,
°
da Lei Complementar Estadual n. 18/93 - LOTCE/PB.

5) CONCEDER-LHE o lapso temporal de GO (sessenta) dias para recolhimento voluntário da


penalidade ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, conforme previsto
no art. 3°, alínea "a", da Lei Estadual n.o 7.201, de 20 de dezembro de 2002, cabendo à
Procuradoria Geral do Estado da Paraíba, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após o
término daquele período, velar pelo seu integral cumprimento, sob pena de intervenção do
Ministério Público Estadual, na hipótese de omissão, tal como previsto no art. 71, § 4°, da
Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n.O 40, do ego Tribunal de Justiça do Estado
da Paraíba - TJ/PB.

G) ENVIAR recomendações no sentido de que o atual Presidente da Câmara Municipal de


Soledade/PB, Sr. José Garcia do Nascimento, não repita as irregularidades apontadas no
relatório dos peritos da unidade técnica deste Tribunal e observe, sempre, os preceitos
constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.

7) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, COMUNICAR
à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da ausência de
retenção e recolhimento de contribuições previdenciárias devidas pelos agentes políticos do
Poder Legislativo de Soledade/PB ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, bem como a
respeito da carência de pagamento de grande parte das obrigações patronais, incidentes
sobre a folha de pagamento da Casa Legislativa, nela incluídos os subsídios dos Vereadores,
durante o exercício financeiro de 200G.

8) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETE ( \
cópias das peças técnicas, fls. 110/117 e 252/255, do parecer do Ministério Público Especial, \~ /
fls. 257/259, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba, IW~
para as providências cabíveis. .,111

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
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TCE - Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, 05 de novembro de 2008

Auditor Re

(\. C\ -~ , r ...-'
Presente' ~,....-4 _ J\j ----, .
~
Represen ante do Ministério Público Especial ~
TRIBUNAL DE CONTAS

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Cuidam os presentes autos do exame das contas do ex-Presidente da Câmara Municipal de


Soledade/PB, relativas ao exercício financeiro de 20 6, Sr. Hélder Marcilio de Souto Barros,
apresentadas a este ego Tribunal em 27 de arço de 2007, mediante o Ofício
n. 019/2007.GP/CMVS, fI. 02.
O

Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal VI - DIAGM VI, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatóri inicial de fls. 110/117, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentad s ao TCE/PB no prazo legal; b) a Lei
°
Orçamentária Anual - Lei Municipal n. 380/20 5 - estimou as transferências em
R$ 334.220,00 e fixou a despesa em igual valor; ) a receita orçamentária efetivamente
transferida, durante o exercício, foi da ordem de R$ 61.500,00, correspondendo a 108,16%
da previsão originária; d) a despesa orçamentária, r alizada no período, atingiu o montante
de R$ 362.020,66, representando 108,32% dos ga tos fixados; e) o total da despesa do
Poder Legislativo alcançou o percentual de 7,99% d somatório da receita tributária e das
transferências efetivamente arrecadadas no exercíciolanterior pela Urbe - R$ 4.528.964,36;
f) os gastos com folha de pagamento da Câmara ~unicipal abrangeram a importância de
R$ 247.891,02 ou 68,57% dos recursos transferidos: g) a receita extra-orçamentária,
acumulada no período, compreendeu o montante de R$ 66.696,12; e h) a despesa
extra-orçamentária, executada durante o exercício, atínqlu a soma de R$ 66.175,46.

Quanto à remuneração dos Vereadores, verificaram os técnicos da DIAGM VI que:


a) os Membros do Poder Legislativo da Comuna receberam subsídios de acordo com o
disciplinado no art. 29, inciso VI, da Lei Maior; b) os estipêndios dos Edis estiveram dentro
dos limites instituídos na Lei Municipal n.o 317/2004, quais sejam, R$ 2.500,00 para o Chefe
do Legislativo e R$ 1.500,00 para os demais integrantes; e c) os vencimentos totais
recebidos no exercício pelos Vereadores, inclusive o do Chefe do Legislativo, alcançaram o
montante de R$ 171.000,00, correspondendo a 3,47% da receita orçamentária efetivamente
arrecadada no exercício pelo Município - R$ 4.928.94't,49.

No tocante aos aspectos relacionados à gestão fiscal, destacaram os analistas da unidade de


instrução que: a) a despesa total com pessoal do Poder Legislativo alcançou a soma de
R$ 252.986,06 ou 3,11% da Receita Corrente Líquida - RCL da Comuna - R$ 8.132.601,20;
b) os Relatórios de Gestão Fiscal - RGF dos dois semestres do período foram enviados ao

ij
Tribunal dentro do prazo e com a comprovação da publicação do relatório referente ao
primeiro semestre; e c) a execução orçamentária evidenciou, no final do exercício, a
inexistência de disponibilidades financeiras e a subsistência de compromissos a pagar de
curto prazo, no montante de R$ 510,27.

Ao. final, os inspetores da Corte apontaram as seguintes irregularidades: a) insuficiência


financeira para saldar compromissos de curto prazo, na importância de R$ 510,27; b) envio '
do Relatório de Gestão Fiscal - RGF do segundo semestre do período sem a devo a !
comprovação da sua publicação; c) carência de licitação para despesas, no montant de .
R$ 19.470,00; d) ausência de comprovação dos pagamentos das obrigações patron""i"r-7"t-...in
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recolhimento das retenções dos servidores efetuadas no exercício; e) falta de retenção e


recolhimento das contribuições para a previdência social incidentes sobre os subsídios dos
agentes políticos; f) não comprovação de dispêndio pago por meio da Nota de
Empenho - NE n.O 59, na quantia de R$ 1.455,00; e g) realização de despesas ou assunção
de obrigações diretas em valores superiores aos créditos orçamentários fixados na Lei
Orçamentária Anual - LOA.

Devidamente citado, fls. 118/121, o ex-Presidente do Poder Legislativo de Soledade/PB,


Sr. Hélder Marcilio de Souto Barros, apresentou contestação e documentos, fls. 122/148 e
151/250, argumentando, em síntese, que: a) a documentação apresentada comprova a
publicidade do RGF - 2° semestre de 2006; b) durante o exercício de 2006, o Poder
Legislativo da Urbe locava, esporadicamente, o veículo do SR. MARCELO BARROS para
realização de viagens, mas, diante de necessidade constatada, em novembro/2006, o gestor
resolveu locar um veículo por tempo integral à SRA. ROSIMARY COSTA ALMEIDA, por um
valor inferior ao praticado pelo mercado na época; c) as placas decorativas foram adquiridas
no decorrer do exercício a credores distintos, não sendo possível fazer uma programação
sobre o tipo e qual delas seria confeccionada, inviabilizando a licitação; d) nenhum dos
credores das despesas apontadas como não licitadas recebeu mais de R$ 8.000,00, o que
demonstra que não houve nenhum tipo de favorecimento; e) o recolhimento das retenções
dos servidores da Casa Legislativa em favor do INSS, bem como o pagamento da parte
patronal podem ser comprovados através da relação e dos documentos anexados; f) a falta
de recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre os subsídios dos agentes
políticos ao Regime Geral de Previdência Social - RPPS se deu em função de ação judicial
impetrada pelo Poder Legislativo da Comuna, que questiona a obrigatoriedade do seu
pagamento; g) a Nota de Empenho n.O 59, em favor da empresa OIKOS INFORMÁTICA E
ASSESSORIA LTDA., está devidamente comprovada mediante documentação fiscal e
contábil, e declarações de funcionários do Legislativo Mirim acostadas na defesa; e
h) quando se verificou que a proposta orçamentária oriunda do Poder Executivo não incluía o
orçamento da Câmara Municipal no valor indicado por resolução do Plenário da Casa, que
era da ordem de R$ 484.820,00, foi aprovada, por unanimidade, uma emenda modificativa e
devolvida ao Executivo, a qual foi acatada por este sem nenhum veto.

Encaminhados os autos à unidade técnica, esta, examinando a referida peça processual de


defesa, emitiu o relatório de fls. 252/255, onde considerou elidida a eiva concernente à não
comprovação de dispêndio pago por meio da Nota de Empenho n.O 59, na quantia de
R$ 1.455,00. Em seguida, reduziu o montante das despesas não licitadas, de R$ 19.470,00
para R$ 9.550,00. Por fim, manteve in totum o seu posicionamento exordial relativamente às
demais máculas.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ao se pronunciar sobre a matéria, emitiu o


parecer de fls. 257/259, opinando pelo (a): a) irregularidade da prestação de contas da Mesa
da Câmara Municipal de Soledade/PB, exercício de 2006; b) atendimento integral quanto aos
preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF; e c) envio de recomendação
interessado no sentido de se evitar o cometimento de falhas que maculem as contas a
gestão.
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Solicitação de pauta, conforme fls. 260/261 dos autos.

É o relatório.

Examinando o conjunto probatório encartado aos autos, constata-se que as contas


apresentadas pelo ex-Presidente da Câmara Municipal de Soledade/PB, Sr. Hélder Marcilio de
Souto Barros, relativas ao exercício financeiro de 2006, revelam algumas irregularidades
remanescentes. Com efeito, conforme destacado pelos especialistas deste Sinédrio de
Contas, verifica-se ab initio uma insuficiência financeira para saldar compromissos de curto
prazo, da ordem de R$ 510,27, fi. 115. Enquanto o saldo financeiro conciliado em 31 de
dezembro era ZERO, fls. 24, os compromissos, a título de OUTRAS OBRIGAÇÕES
FINANCEIRAS A PAGAR, registradas como DEPÓSITOS, somaram R$ 510,27, fls. 25 e 30,
evidenciando uma insuficiência de mesmo valor. Contudo, trata-se de pequeno valor, que
merece ponderações.

Ainda assim, o atual Chefe do Legislativo Mirim de Soledade/PB, Sr. José Garcia do
Nascimento, deve ser recomendado a evitar a mácula ao final do seu mandato com vistas a
garantir o atendimento do disposto no art. 42, da festejada Lei de Responsabilidade
Fiscal - Lei Complementar Nacional n.O 101, de 04 de maio de 2000 -, in verbis:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos
últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa
que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha
parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente
disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão


considerados os encargos e despesascompromissadas a pagar até o final do
exercício.

No tocante ao Relatório de Gestão Fiscal - RGF do Poder Legislativo da Comuna,


concernente ao segundo semestre do exercício em análise, fls. 55/60, impende comentar
que, apesar de ser facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil
habitantes divulgar semestralmente o citado relatório (art. 63, inciso 11, alínea "b", da LRF),
os ofícios que o encaminharam para divulgação em locais públicos (Prefeitura Municipal,
Agência dos Correios e Promotoria de Justiça da Comarca de Soledade/PB) só foram
anexados aos presentes autos por ocasião da defesa apresentada, fls. 125/127, e sem
declaração do seu efetivo cumprimento.
. \

É necessário ressaltar que a comprovação da publicação desse instrumento deve ser envia
a esta Corte, dentro de prazo estabelecido, consoante determinação contida na Res!,OttJ~~
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Normativa RN - TC - 07/04, em seu art. 18, § 1°, cuja desobediência implica em multa
automática e pessoal para o responsável, conforme dispõe o seu art. 32, caput,
respectivamente, verbatim:

Art. 18 - (omissis)

§ 10 - Cópia do RGF, acompanhada da respectiva comprovação de


publicação, deverá ser encaminhada ao Tribunal pelo Secretário das
Finanças, no caso do Poder Executivo do Estado, pelos Prefeitos, em relação
ao Poder Executivo dos Municípios e pelos titulares do Poder Legislativo do
Estado e dos Municípios, do Poder Judiciário, do Ministério Público e do
Tribunal de Contas do Estado, até o quinto dia útil do segundo mês
subseqüente ao de referência.

...
( )

Art. 32 - O atraso na entrega dos documentos, informações e dados


obrigatórios relativos ao PPA,LDO, LOA, BME, RGFe PCA,implicará, para o
responsável, em multa automática e pessoal no valor de R$ 500,00
(quinhentos reais) acrescido de R$ 50,00 (cinqüenta reais) por dia de atraso,
este contado a partir do segundo dia após o vencimento do prazo previsto,
não podendo o valor total da multa ultrapassar o limite de R$ 1.600,00.
(nossos grifos)

Quanto à carência de certame Iicitatório para locação de veículos, na soma de R$ 9.550,00,


fi. 253, cabe destacar que a licitação é o meio formalmente vinculado que proporciona à
Administração Pública melhores vantagens nos contratos e oferece aos administrados a
oportunidade de participar dos negócios públicos. Quando não realizada, representa séria
ameaça aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência, bem como da própria probidade administrativa.

Nesse diapasão, traz-se à baila pronunciamento da ilustre representante do Ministério


Público Especial, Dra. Sheyla Barreto Braga de Queiroz, nos autos do Processo TC
n.O 04981/00, verbo ad verbum:

A licitação é, antes de tudo, um escudo da moralidade e da ética


administrativa, pois, como certame promovido pelas entidades
governamentais a fim de escolher a proposta mais vantajosa às
conveniências públicas, procura proteger o Tesouro, evitando
favorecimentos condenáveis, combatendo o jogo de interesses escusos,
impedindo o enriquecimento ilícito custeado com o dinheiro do erário,
repelindo a promiscuidade administrativa e racionalizando os gasto
investimentos dos recursos do Poder Público.
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Com efeito, deve ser enfatizado que a não realização do mencionado procedimento licitatório
. exigível vai, desde a origem, de encontro ao preconizado na Constituição da República
Federativa do Brasil, especialmente o disciplinado no art. 37, inciso XXI, tpsis /itteris.

Art. 37. (omissis)

1-( ...)

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigação de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.

Entretanto, é preciso salientar que os gastos sem licitação remanescentes, R$ 9.550,00,


ultrapassaram em apenas R$ 1.550,00 o limite de dispensa (R$ 8.000,00), previsto no
art. 24, inciso 11, da respeitada Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Lei Nacional
n.o 8.666/93 - e representam, no caso em tela, apenas 2,64% do total da despesa
orçamentária realizada pelo Poder Legislativo de Soledade/PB em 2006, R$ 362.020,66,
percentual ínfimo sobre o qual também cabem ponderações.

Em termos de dispêndios não comprovados, encontram-se no rol das referidas máculas os


pagamentos de contribuições patronais e os recolhimentos de retenções previdenciárias dos
servidores, ambos em favor do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, fls. 253/254.
Importa notar que, em 2006, foi contabilizada no elemento de despesa 13 - OBRIGAÇÕES
PATRONAIS, como empenhada e paga, a importância de R$ 5.095,04, fi. 10, bem como o
recolhimento de consignações à autarquia previdenciária federal, no total de R$ 6.560,31,
fi. 24. Desses valores, remanescem sem comprovação, após a análise dos documentos
acostados pelo defendente, fls. 152/205, obrigações patronais, na soma de R$ 3.270,37 e
recolhimentos de retenções efetuadas, na quantia de R$ 531,66, perfazendo um montante
de R$ 3.802,03.

In casu, as despesas listadas alhures representam valores efetivamente desembolsados,


entretanto, em flagrante desrespeito aos princípios básicos da pública administração, haja
vista que não constam nos autos os elementos comprobatórios da sua realização. Concorde
entendimento uníssono da doutrina e jurisprudência pertinentes, a carência de documentos
que comprovem a despesa pública consiste em fato suficiente à imputação do débito, além
das demais penalidades aplicáveis à espécie.

o artigo 70, parágrafo único, da Carta Magna, dispõe que a obrigação de prestar cont
abrange toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, gu de,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, os E os

~;p
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ou os Municípios respondam, ou que, em nome destes entes, assuma obrigações de


natureza pecuniária.

Ressalte-se que imperativa é não só a prestação de contas, mas também a sua completa e
regular prestação, já que a ausência ou a imprecisão de documentos que inviabilizem ou
tornem embaraçoso o seu exame é tão grave quanto a omissão do próprio dever de
prestá-Ias, sendo de bom alvitre destacar que a simples indicação, em extratos, notas de
empenho, notas fiscais ou recibos, do fim a que se destina o dispêndio não é suficiente para
comprová-lo, regularizá-lo ou legitimá-lo.

Ademais, os princípios da legalidade, da moralidade e da publicidade administrativas,


estabelecidos no artigo 37, caput, da Lei Maior, demandam, além da comprovação da
despesa, a efetiva divulgação de todos os atos e fatos relacionados à gestão pública.
Portanto, cabe ao ordenador de despesas, e não ao órgão responsável pela fiscalização,
provar que não é responsável pelas infrações, que lhe são imputadas, das leis e
regulamentos na aplicação do dinheiro público, consoante entendimento do ego Supremo
Tribunal Federal - STF, verbis.

MANDADODE SEGURANÇACONTRAO TRIBUNAL DE CONTASDA UNIÃO.


CONTASJULGADASIRREGULARES.APLICAÇÃODA MULTA PREVISTANO
ARTIGO 53 DO DECRETO-LEI199/67. A MULTA PREVISTANO ARTIGO 53
DO DECRETO-LEI199/67 NÃO TEM NATUREZADE SANÇÃODISCIPLINAR.
IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES RELATIVAS A CERCEAMENTODE
DEFESA.EM DIREITO FINANCEIRO,CABEAO ORDENADORDE DESPESAS
PROVARQUE NÃO É RESPONSÁVELPELAS INFRAÇÕES,QUE LHE SÃO
IMPUTADAS,DAS LEIS E REGULAMENTOSNA APLICAÇÃODO DINHEIRO
PÚBLICO.COINCIDÊNCIA,AO CONTRÁRIODO QUE FOI ALEGADO,ENTRE
A ACUSAÇÃOE A CONDENAÇÃO,NO TOCANTE À IRREGULARIDADEDA
LICITAÇÃO. MANDADODE SEGURANÇAINDEFERIDO. (STF - Pleno - MS
20.335/DF, ReI. Ministro Moreira Alves, Diário da Justiça, 25 fev. 1983, p. 8)
(grifo ausente no texto de origem)

Visando aclarar o tema em disceptação, vejamos parte do voto do ilustre Ministro Moreira
Alves, relator do supracitado Mandado de Segurança:

Vê-se, pois, que em tema de Direito Financeiro, mais particularmente, em


tema de controle da aplicação dos dinheiros públicos, a responsabilidade do
Ordenador de Despesas pelas irregularidades apuradas se presume, até
prova em contrário, por ele subministrada.

A afirmação do impetrante de que constitui heresia jurídica presumir-se a


culpa do Ordenador de despesaspelas irregularidades de que se cogita, não
procede portanto, parecendo decorrer, quiçá, do desconhecimento as
normas de Direito Financeiroque regem a espécie. (grifo nosso)
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Já o eminente Ministro Marco Aurélio, relator na Segunda Turma do STF do Recurso


Extraordinário n.O 160.381/SP, publicado no Diário da Justiça de 12 de agosto de 1994,
página n.O 20.052, destaca, em seu voto, o seguinte entendimento: "O agente público não
só tem que ser honesto e probo, mas tem que mostrar que possui tal qualidade. Como a
mulher de César."

Em total consonância com aludida conclusão, reproduzimos a lição do insigne Procurador do


Ministério Público de Contas do Estado da Paraíba, Dr. Marcílio Toscano Franca Filho, nos
autos do Processo TC n.O 04588/97, verbum pro verbo:

Há menção nos autos de processamento irregular da despesa pública sob a


forma de realização de dispêndios sem hábil comprovação documental.
Acerca de tal expediente merece destaque o fato de que despesa pública
passa obrigatoriamente pelas fases de empenho, liquidação e pagamento.
Após o empenho, vem a liquidação da despesa, ocasião em que, do
montante empenhado, deverá ser quantificado com exatidão o crédito do
fornecedor através da documentação hábil (nota fiscal, recibo, atesto etc).
Por fim, tem-se o efetivo pagamento. Sublinho que a insuficiência
documental na comprovacão de despesa pública é bastante para a
imputação do débito referente à despesa irregular, além das demais
penalidades aplicáveis à espécie. (destaque inexistente no texto de origem)

Encontra-se também inserta no grupo das irregularidades constatadas na instrução do feito a


ausência de retenção e recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre os
subsídios pagos aos agentes políticos do Legislativo Mirim de Soledade/PB, bem como de
pagamento da parcela patronal correspondente. Tal procedimento afronta ao preconizado no
art. 195, inciso lI, da Constituição Federal, c/c o estabelecido no art. 12, inciso I, alínea "j",
da Lei Nacional n.o 8.212/91 - Lei de Custeio da Previdência Social -, na sua atual redação
dada pela Lei Nacional n.o 10.887, de 18 de junho de 2004, in verbis.

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes


pessoasfísicas:

I - como empregado: :~ ~
['
a) (...) ~~
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que i.
não vinculado a regime próprio de previdência social; (grifamos) ~~.

ff
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A referida mácula pode, inclusive, ser enquadrada como ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública, segundo dispõe o art. 11, inciso I,
da lei que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração
pública direta, indireta ou fundacional - Lei Nacional n.o 8.429, de 02 de junho de 1992 -,
verbatim:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às
instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso


daquele previsto, na regra de competência; (grifos ausentes no original)

Especificamente em relação às obrigações patronais devidas pelo Poder Legislativo de


Soledade/PB em 2006, observa-se, por oportuno, que o gasto total empenhado no elemento
de despesa 11 - VENCIMENTOS E VANTAGENS FIXAS somou, no exercício sub studio,
R$ 246.141,02, fi. 10, sendo R$ 171.000,00 referentes à folha de pagamento dos
Vereadores, fi. 113, e R$ 75.141,02 relativos aos demais servidores. Portanto, o valor das
obrigações patronais cujo recolhimento foi comprovado, R$ 1.824,67, fI. 10, ficou bem
aquém do montante efetivamente devido ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
R$ 51.689,61, que corresponde a 21% dos salários pagos, conforme disposto no art. 195,
inciso I, alínea "a", da Lex Legum, c/c o art. 22, incisos I e 11, alínea "a", da Lei Nacional n. o
8.212/91 (Lei de Custeio da Previdência Social), respectivamente, verbo ad verbum:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


creditados, a Qualquertítulo, à pessoa física Que lhe preste serviços, mesmo
sem vínculo empregatício;

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,


além do disposto no art. 23, é de:

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas u


creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregad s e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retrib .
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TRIBUNALDE CONTASDO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02011/07

trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos


habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa.

II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da


Lei n.O 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas,
no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; (nossos grifos)

Sendo assim, deixaram de ser empenhadas, contabilizadas e comprovadamente pagas


despesas com contribuições previdenciárias patronais em favor do INSS, na quantia de
R$ 49.864,94, o que representa 96,47% do montante efetivamente devido pelo Poder
Legislativo de Soledade/PB, relativo à competência de 2006, R$ 51.689,61.

Finalmente, os peritos deste Pretório de Contas evidenciaram que a despesa orçamentária


total realizada pela Câmara Municipal em 2006, R$ 362.020,66, fI. lO, superou o montante
fixado na Lei Orçamentária Anual - LOA, Lei Municipal n.o 380/2005, R$ 334.220,00, fI. 78,
contrariando o disposto no art. 167, inciso II, da Carta Constitucional, ipsis litteris.

Art. 167. São vedados:

I - (omissis)

II - a realizacão de despesas ou a assunção de obrigações diretas que


excedam os créditos orçamentários ou adicionais; (grifamos)

In spede, os indícios podem levar à configuração do fato típico descrito no art. 359-0, do
Código Penal Brasileiro, incluído pela lei que dispõe, dentre outras, acerca das infrações
contra as normas de finanças públicas - Lei Nacional n.o 10.028, de 19 de outubro de
2000 -, verbis.

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02011/07

Feitas essas colocações, merece destaque o fato de que duas das eivas encontradas nos
presentes autos são suficientes para o julgamento irregular da prestação de contas
sub examine, conforme determinam os itens "2", "2.5" e "2.12" c/c o item "6" do parecer
que uniformiza a interpretação e análise, pelo Tribunal, de alguns aspectos inerentes às
Prestações de Contas dos Poderes Municipais (Parecer Normativo PN - TC n.O 52/2004),
senão vejamos:

2. Constituirá motivo de emissão, pelo Tribunal, de PARECERCONTRÁRIOà


aprovação de contas de Prefeitos Municipais, independente de imputação de
débito ou multa, se couber, a ocorrência de uma ou mais das irregularidades
a seguir enumeradas:

2.1. (omissis)

...
( )

2.5. não retenção e/ou não recolhimento das contribuições previdenciárias


aos órgãos competentes (INSS ou órgão do regime próprio de previdência,
conforme o caso), devidas por empregado e empregador, incidentes sobre
remunerações pagas pelo Município;

...
( )

2.12. não publicação e não encaminhamento ao Tribunal dos Relatórios


Resumidos de Execução Orçamentária (REO) e dos Relatórios de Gestão
Fiscal (RGF), nos termos da legislaçãovigente;

...
( )

6. O Tribunal julgará irregulares as Prestações de Contas de Mesas de


Câmaras de Vereadores que incidam nas situações previstas no item 2, no
que couber, realizem pagamentos de despesas não previstas em lei,
inclusive remuneração em excesso e ajudas de custos indevidas aos edis ou
descumprimento dos limites da Lei de ResponsabilidadeFiscal e de decisões
deste Tribunal. (destaques inexistentes no original)

Por fim, ante as transgressões a disposições normativas do direito objetivo pátrio,


decorrentes da conduta implementada pelo ex-Chefe do Poder Legislativo da Comuna de
Soledade, Sr. Hélder Marcilio de Souto Barros, durante o exercício financeiro de 2006, resta
configurada a necessidade imperiosa de aplicação da multa de até R$ 2.805,10 - valor
atualizado pela Portaria n. o 039/06 do TCE/PB -, prevista no art. 56, inciso 11, da Lei
Orgânica do TCE/PB - Lei Complementar Estadual n.o 18/93, verbum pro verbo:
\1 ~

Art. 56 - O Tribunal pode também aplicar multa de até Cr$ 50.000.000, o~) ''''''.,
(cinqüenta milhões de cruzeiros) aos responsáveis por: f/.0
:j
.~
PROCESSOTC N.o 02011/07

I - (omissis)

II - infração grave a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,


financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

Ex positis, proponho que o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba:

1) Com fundamento no art. 71, inciso 11, da Constituição Estadual, e no art. 10, inciso I, da
Lei Complementar Estadual n. ° 18/93, JULGUE IRREGULARES as contas do ex-ordenador de
despesas da Câmara Municipal de Soledade/PB, durante o exercício financeiro de 2006,
Vereador Hélder Marcilio de Souto Barros.

2) IMPUTE ao ex-Chefe do Poder Legislativo da Comuna, Sr. Hélder Marcilio de Souto Barros,
débito relativo a despesas irregulares, no montante de R$ 3.802,03 (três mil, oitocentos e
dois reais e três centavos), sendo R$ 3.270,37, referentes a obrigações patronais
empenhadas, e R$ 531,66, concernentes a recolhimentos de retenções previdenciárias
contabilizados, ambos sem a correspondente comprovação da efetiva quitação.

3) FIXE o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário aos cofres públicos
municipais do débito imputado, cabendo ao Prefeito Municipal de Soledade/PB, Sr. José
Ivanildo Barros Gouveia, ou seu substituto legal, no interstício máximo de 30 (trinta) dias
após o término daquele período, zelar pelo seu integral cumprimento, sob pena de
responsabilidade e intervenção do Ministério Público Estadual, na hipótese de omissão, tal
como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40,
do colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba - TJ/PB.

4) APLIQUE MULTA ao ex-Presidente da referida Edilidade, Sr. Hélder Marcilio de Souto


Barros, no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), com base no que dispõe o art. 56, inciso 11,
da Lei Complementar Estadual n. ° 18/93 - LOTCE/PB.

5) CONCEDA-LHE o lapso temporal de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário da


penalidade ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, conforme previsto
no art. 3°, alínea "a", da Lei Estadual n.o 7.201, de 20 de dezembro de 2002, cabendo à
Procuradoria Geral do Estado da Paraíba, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após o
término daquele período, velar pelo seu integral cumprimento, sob pena de intervenção do
Ministério Público Estadual, na hipótese de omissão, tal como previsto no art. 71, § 4°, da
Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40, do ego Tribunal de Justiça do Estado
da Paraíba - TJ/PB.

l;» ENVIE recomendações no sentido de que o atual Presidente da Câmara Municipal de


Soledade/PB, Sr. José Garcia do Nascimento, não repita as irregularidades apontad no
relatório dos peritos da unidade técnica deste Tribunal e observe, sempre, os pr ceitos /".
constítudonats, legais e regulamentares pertinentes. / •.~
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02011/07

7) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal,
COMUNIQUE à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da
ausência de retenção e recolhimento de contribuições previdenciárias devidas pelos agentes
políticos do Poder Legislativo de Soledade/PB ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
bem como a respeito da carência de pagamento de grande parte das obrigações patronais,
incidentes sobre a folha de pagamento da Casa Legislativa, nela incluídos os subsídios dos
Vereadores, durante o exercício financeiro de 2006.

8) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETA
cópias das peças técnicas, fls. 110/117 e 252/255, do parecer do Ministério Público Especial,
fls. 257/259, e sta cisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba,
para as provi ncias cabívels.

I:

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