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→ Por que o autoritarismo fascista foi visto como virtuoso nos anos 1930, com presença em várias partes do mundo
e milhões de adeptos ou simpatizantes?
Norberto Bobbio
FASCISMO HISTÓRICO
ERA DOS EXTREMOS (E. HOBSBAWM)
ANATOMIA DO FASCISMO (R. PAXTON)
COMBINAÇÃO DE
A ASCENÇÃO E A QUEDA DO FASCISMO (M. MANN)
FASCISMO - UM ALERTA (M. ALBRIGHT)
Semelhança de família:
Grupos 1 2 3 4
Características abc bcd cde def
“... em virtude da ininterrupta série de decrescentes similaridades entre 1 e 4 [que não têm características em comum],
permanece, por uma espécie de transitoriedade ilusória um ar de família entre 4 e 1.”
Nº Característica Observação
1
1 Culto à tradição O que é importante já está dado: “a verdade já foi anunciada de uma vez por todas”.
2 Rejeição à modernidade Rejeição aos valores do iluminismo, “vistos como depravação”.
3 Culto da ação “Pensar é uma forma de castração”.
4 Contrário à crítica “Desacordo é traição”.
5 Rejeição da diferença Logo, é “racista por definição”.
Apela a setores sociais que se sentem desvalorizados economicamente, humilhados
Alimenta-se da frustração
6 politicamente ou pressionados por grupos subalternos. Exploração do ressentimento
individual ou social
dos indivíduos.
A percepção de um complô internacional e a ênfase de que a nação está sitiada e
7 Nacionalismo xenófobo
prestes a sucumbir.
8 Inveja e medo A força e a riqueza do inimigo são capazes de humilhar a nação.
9 Guerra permanente A natureza convida ao conflito; o pacifismo é “conluio com o inimigo”.
10 Elitismo A debilidade das massas invoca a subordinação à liderança.
11 Culto ao heroísmo Que redunda em um “culto da morte”.
O belicismo e o heroísmo malogrados se transmutam em intolerância sexual:
12 Sexualidade reprimida “condenação intolerante de hábitos sexuais não-conformistas, da castidade à
homossexualidade”.
Definido como um “populismo qualitativo”. O povo não delibera, apenas cumpre seu
13 Antidemocrático
papel de massa.
14 Linguagem pobre A finalidade é “limitar os instrumentos para um raciocínio complexo e crítico”.
2
Em seu livro, examina o fascismo em um ciclo de cinco estágios:
“Embora a maioria das sociedades modernas tenha tolerado movimentos fascistas durante o século XX, poucas delas chegaram
a ter regimes fascistas. Apenas na Alemanha nazista o regime fascista aproximou-se dos horizontes extremos da radicalização.”
(p. 49).
Capturadas como ideias subjacentes às ações fascistas, o autor lista o que chama
Nº
de “paixões mobilizadoras” do movimento (reproduzo literalmente, p. 360)
1 Um senso de crise catastrófica, além do alcance das soluções tradicionais.
A primazia do grupo, perante o qual todos têm deveres superiores a qualquer direito, sejam eles individuais ou universais,
2
e a subordinação do indivíduo a esses deveres.
A crença de que o próprio grupo é vítima, sentimento esse que justifica qualquer ação, sem limites jurídicos ou morais,
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contra seus inimigos, tanto internos quanto externos.
O pavor à decadência do grupo sob a influência corrosiva do liberalismo individualista, dos conflitos de classe e das
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influências estrangeiras.
A necessidade de uma integração mais estreita no interior de uma comunidade mais pura, por consentimento, se possível,
5
pela violência excludente, se necessário.
A necessidade de autoridade de chefes naturais (sempre de sexo masculino), culminando num comandante nacional, o
6
único capaz de encarnar o destino histórico do grupo.
7 A superioridade dos instintos do líder sobre a razão abstrata e universal.
8 A beleza da violência e a eficácia da vontade, sempre que voltadas para o êxito do grupo.
O direito do povo eleito de dominar os demais, sem restrições provenientes de qualquer tipo de lei humana ou divina, o
9
direito sendo decidido por meio do critério único das proezas do grupo no interior de uma luta darwiniana.
Brasil: Bolsonaro
Filipinas: Dunterte