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Estudos Culturais- 2a Frequência

Texto de Hoggart - Séc. 20 (1930) Minoria capaz de apreciar: Shakespeare. Charlie,


Thomas Harvey. Menos cultura erudita. Minoria esclarecida, da elite cultural, educada,
poder socioeconômico.

Consciência e Raça (como nação, comunidade étnica, ex: ingleses)


Consciência representa o poder da mente e do ser humano. Este conceito diverge da
“estrutura” (estrutura da sociedade que vai representar a mesma).
- Existe uma minoria das elites intelectuais artísticas, vai constituir a consciência da
raça.
O discurso da espécie humana estabelece diferenças raciais, pois estas há uns tempos
estão associadas a uma experiência humana negativa.
Minoria é a guardiã do melhor do passado, logo dá continuidade às estruturas feitas
anteriormente, preservando-o. O ser humano age no intuito de manter os padrões de
excelência, a moda e o modo de vida elevado. Capacidade de distinguir o melhor do pior, o
que tem boa qualidade e o que não.
Ele entende que a cultura é o uso de um determinado tipo de linguagem erudita, literária.
↳ Paradigma que representa a cultura antes da conceção da mesma (como nós a conhecemos).

FUNDADORES Cultural Studies


➔ Richard tinha família de classe baixa, no entanto tem a oportunidade de ir para a
universidade, dá voz aos de classe baixa que tinham direito a educação. Que eles
tenham pensamento crítico, e uma forma de resistir à cultura do consumo. Modificar
o contributo que as classes têm.
➔ Raymond Williams, Cultute and Society; Keywords (1958)
➔ E. P. Thompson The Making of the English working class (1963)
➔ Stuart Hall
➔ Matthew Arnold
➔ Thomas Carlyle
➔ William Morris

Em estudos culturais, ainda pertencem as artes.


Ideia democratizada e de acesso à cultura, para criar uma sociedade mais democrática
através do investimento nas artes.
De um paradigma literário para um político cultural socioeconómico. Para ser culto é preciso
ter uma formação (esta ideologia desaparece).
Cada classe social tem importância, devem ser estudados através de uma intersecção de
várias disciplinas.

Thomas CARLYLE - Texto


- Disseminação do conhecimento por toda a nação
O intelectual não se fecha em casa e tem a obrigação de partilhar o seu conhecimento de
uma forma acessível. Partilha coletiva do conhecimento especializado recorrendo aos meios
de comunicação. O quotidiano era muito importante.

Sociologia surge como uma terceira cultura, cultura literária, cultura científica.
Disciplina mediadora entre a perspetiva eugenética (interpretativa) e literária.
Interpretação dos dados e da sociedade. Dimensão científica que resulta do trabalho
cognitivo.
Definição dos estudos culturais. Avançam com o estudo da sociologia, como uma disciplina
que começa por recusar o seu próprio nome
Causa problemas por causa da dificuldade de indicar o objeto de estudo.

Minorias Ideias de poder são assimétricas.

Primeira minoria foi o operário. Mulheres, homossexuais, Black people, africanos.


Para demonstrar até que ponto as estruturas eram organizadas era necessário mudar,
observar os arquétipos de forma crítica. Isto representa emancipação e representação de
determinadas correntes de pensamento - colapso da literatura

Com as Guerras Mundiais - Ataques aos estudos humanísticos.


↪Novas preocupações académicas e novos planos académicos.

Capital cultural - Pierre Bourdieu


A literatura transforma-se numa disciplina sem relevância social.
Importância terapêutica da literatura em determinados casos de doenças mentais.
Existência e «e dúvidas e incertezas sobre.

Obra Aberta - Umberto Eco


Forma que ele encontra para dizer que a literatura propicia uma sequência infiel de
interpretações.Todos os leitores podem acrescentar uma interpretação pessoal a uma
leitura. É inesgotável aos seus sentidos, cada época vai lê-la de forma diferente. Linguagem
que tem conhecimento necessário para nos dar a conhecer este objeto.
Não existe um sentido único. Obra aberta expressa a pluralidade de sentidos
O sentido literário é determinado por um contexto. Não há objeto de estudo na literatura, só
interpretações.

A morte do Autor - Roland Barthes


Cultura juvenil e emancipação das mulheres. Ataque a figura de referência da alta cultura –
o masculino adulto. Segundo Barthes, quando um autor era "consagrado", todos os seus
escritos automaticamente se tornavam uma obra, incluindo correspondências, rascunhos,
etc. Uma vez morto o autor, um escrito torna-se obra.

Antony Easthope
Culturalismo vs Estruturalismo - Anos 60 e 70
Cultura popular tradicional, feita pelo povo.
O que é destinado ao povo são elementos de menor qualidade.
Temos que perceber que existem vários tipos de culturas e destinatários.
Prazer rápido e gratificante, por outro lado, um desenvolvimento por uma leitura lenta.

ESTUDOS CULTURAIS

Interdisciplinaridade, quantos detêm o poder académico fundado na divisão do saber.


Mais interesse em fornecer leituras e interpretações dos fenómenos sociais do que em
defender áreas disciplinares específicas.
Objetivo da cidadania formar comunidades de falantes que trazem à discussão pública as
intersecções entre temas. Desconstruir todos os processos de normalização.
Vinculação dos produtos culturais aos seus autores.
DOIS PARADIGMAS
Stuart hall
Paradigma Culturalista, anos 50 e 60
Sublinha o poder criativo do sujeito enquanto agente de criação do que sentimos.
Resistência à dominação através da criação de uma nova versão da dialética marxista,
substituindo a infraestrutura > superestrutura.
Uso do termo ideologia, onde as teorias desta corrente de pensamento se articularam, com
uma concordância marxista. Cultura não é simbolizada como um conceito tão relevante.
Experiência e consciência.

Saussure Althusser
Paradigma Estruturalista, anos 60 e 70
Estudos culturais como um novo paradigma. A Produção coletiva como o objetos de
estudo.Metodologia interdisciplinar sociologia estatística política crítica literária comunicação
nos media.
Campo de estudo: o cânone ( o “padrão”), a produção popular e a indústria cultural – toda a
produção simbólica incluindo a criação artística.
Destinatários: Todos os membros da sociedade.

Poema - Conventry Patmore “The angel in the house”


Estudar a minoria que são as mulheres.
O poema diz-nos: submissão e dedicação total ao marido.
Como se o sentido da vida da mulher fosse dar prazer ao homem. Desigualdade na medida
em que ele tem caprichos e age incorretamente mas ela continua a ser uma dócil.
Consciência da desigualdade, ponto de vista dos direitos sociais e económicos.
A mulher angelical é sacrificada. A mulher santa já é mãe mas a anjo ainda não é.
Divinização da mulher, ascende ao plano divino, forma de valorização da mulher. No
entanto as características angelicais e santidade apresentam a supremacia do masculino e
não das mulheres. É um exemplo de como se manipula a consciência feminina, no séc.19.
Elementos angelicais: não tem o direito de olhar diretamente nos olhos, igual a Vênus.
Para ser considerada elevada não pode descer ao ponto de contato visual.
Não há manifestação de alegria, tem que ser séria, e leve sugestão de sofrimento. Rosto de
cansaço e preocupação, é uma jovem.

Publicidade: Virtudes da mulher: Passividade, descrição e humildade.


Integração no espaço privado e desenvolvimento de competências domésticas.
Imunidade a moda e beleza natural.

1790 Primeiro texto feminista, Mary Wollstonecraft

Feminismo parte de uma consciência de desigualdade. Este movimento organiza-se de


forma a lutar por essa causa. Visões bastante reduzidas que discriminam as mulheres.
Estes estereótipos podem ser erradicados, corrigidos através da educação.
O principal fator deve-se à falta de educação.
Desinteressada dos assuntos políticos. Educação para uma economia doméstica e
trabalhos que são importantes para harmonia familiar.

No século 18…
Vão passar a defender uma educação igual para os dois sexos.
Legislação para uma forma educativa. Movimento sufragista, várias greves, foram presas.
Feminismo marxista. Os preconceitos resultam do capitalismo pois este é um sistema
económico desigual que colocou o poder nas mãos dos homens possuidores dos meios de
produção.
O domínio dos homens sobre as mulheres é uma consequência do domínio económico
capital.

Feminismo radical ou extremista, e moderado

Diferenças fisiológicas entre homens e mulheres radicam num sistema reprodutor


diferente. No estudo do cérebro humano existe diferença. Distância entre os hemisférios
cerebrais. Homens mais afastados e mulheres mais próximos. Homens têm maior
concentração e separação das coisas. Mulheres são multitasking, homens não.

Moderada, igualdade entre os sexos as mulheres só são diferentes dos homens em


nível do sistema reprodutor.

CASOS MAIS EXTREMOS


Existem feministas que advogam, baseadas na verdade incontestável, que se deve abolir as
categorias e as diferenças, abolição das diferenças ( Donna Haraway).
Através do hibridismo (ausência de proporção ou simetria total).
“Eu preferia ser um cyborg a uma deusa”. É uma figura híbrida entre o humano e tecnologia.
Cada um de nós, a partir do momento que usa óculos, já é uma espécie de cyborg. Porque
já estamos a usar a tecnologia para nos ajudar.

Tecnologia corrige as imperfeições.


Cyborg não vai ser uma rejeição da humanidade, vai ser um aperfeiçoamento. Ao ponto de
sermos um corpo híbrido. Hibridismo entre ser humano e máquina desaparecem as
diferenças entre homem e mulher.
Aquilo por que nós devemos lutar não é a igualdade, é a equidade, relação da diferença
sem serem penalizadas.
Porque é que uma mulher para ser levada a sério tem que se vestir como um homem.
Porque não pode ter o cabelo solto, usar vestidos etc.
O cabelo apanhado, personalidade mais disciplinada, mas solto não.

O feminismo da diferença e intersectorial


A luta contra a desigualdade não deve se circunscrever à diferença biológica mas também,
por diferenças de cor de pele.
Vítimas de desigualdade, injustiça, discriminação. Umas mais que as outras.
Mulheres solteiras têm mais hipóteses de conseguirem emprego do que uma mulher
casada. O Estado civil não interessa para um currículo.

Feministas dos anos 70


Estudos sobre as mulheres nascem do centro de estudos culturais da universidade de
Burniston. Estudar uma outra minoria, as mulheres. Segunda a vaga do movimento
feminista.
A terceira vaga tem haver com a passagem para a dimensão intersetorial. Não é apenas o
sexo que dita a desigualdade. Etnia e classe social, e eventualmente crenças religiosas.
Segunda vaga diz que não temos que ser todos iguais temos é que ser respeitadas nas
nossas diferenças. O número resulta do estudo que desenvolveram procurando conhecer o
modo como as mulheres estão na sociedade, papéis, representações. Procura validar os
interesses das mulheres. O grupo de feministas procurou ver como a sociedade representa
as mulheres e como são vistas. Estudar como as mulheres se viam e como a sociedade as
via. Obras literárias, séries de televisão, revistas, arte, comédias românticas, fotografia de
moda ou família.
Chegaram a conclusão que as mulheres consumiam muito comédias românticas, revistas
femininas, telenovelas, compravam um livro com certeza que o fim era bom.
A conclusão: as mulheres recorrem a esses produtos simbólicos para se reconciliarem com
a vida que desejavam mas não conseguiam viver. Lidam mal com o sofrimento romântico.
Representação das mulheres que as coloca sobre a influência protetora de uma figura que
é geralmente um homem mais velho.

Curiosidades: A média era que as mulheres preferem homens com 7 anos a mais. O mais
recorrente era casais em que o homem era mais velho. Agradar pela roupa, beleza, forma
física.
Procura-se replicar a relação que se estabeleceu na infância entre o filho e mãe, pai e filha.
Mães são mais exigentes com as filhas do que os pais. Proteção social, proteção financeira.
Regresso ao passado na medida em que a mulher deverá evitar iniciativa de intimidade
para passar uma imagem de inocência e pureza..
Dependência económica e social, uma mulher acompanhada por um homem tem mais força
social. O casal que não fica junto, amor proibido, Romeu e Julieta, reforçam os medos das
mulheres, medo de ficar sozinha e perder a força social, medo de terem que enfrentar uma
sociedade violenta que agride mulheres não acompanhadas.
Apesar de haver igualdade legislativa, existe ainda discriminação social em relação às
mulheres sozinhas, mulheres que manifestam comportamentos que não são mais
apropriados: iniciativa sexual, excesso de confiança social, mulheres a dar nas vistas.

Um dos objetos de estudo foram as revistas femininas:


1.Conferir visibilidade aos interesses, às rotinas, aos anseios e às prioridades das mulheres.
Rubricas: carreira, gestão do tempo e das finanças domésticas, independência económica,
proteção jurídica e saúde, vida sexual e problemas sociais.
2.Preservação de estereótipos sobre o que significa ser uma mulher; estratégias de
incitação ao consumo: Valorização da beleza como consequência do uso de produtos e de
adesão à moda. Beleza faz parte de uma concessão feita por marcas de luxo.

Alguns aspetos são objetos culturais, valorizam a independência económica das mulheres.
Figurações do feminino
1. Inserção no mercado de trabalho → independência econômica e remuneração idêntica aos
homens.
2. Direito de voto → participação política.
3. Liberdade Sexual → Contracepção, divórcio, IVG, monoparentalidade, alterações na ideia de
família.
Depois dos estudos dos anos 70, não é só económico e político mas também liberdade
sexual. Este critério ainda não está totalmente presente. A nível social ainda há preconceito
e desigualdade no tratamento da população feminina. Mas existem na mesma,
desigualdades nestes 3 pontos.

Publicidade comercial
Publicidade comercial é muito diferente das fotos das celebridades.
Para além das poses convencionais temos a mulher integrada num ambiente familiar, mãe,
filha, esposa, avós. Pose, direção do olhar, contexto em que está a figura representada,
espaço público ou privado, sozinha ou Interação com outras figuras humanas.

2001- Amor, romance, pais, emoção, família, paixão, marido.


Elegante, elegância, toilettes, beleza.
Importância do amor, família, ou então, beleza e moda.
2010- Existe uma evolução no entanto continua a ser o amor.
2013- Como entrou a troika e é uma situação económica não muito boa, podemos ver que
as revistas passam a falar especialmente sobre amor e a família. Pois há uma queda nas
vendas e eles tentam persuadir o público a voltar a comprar.

Como é que na prática, as feministas fizeram as suas análises? A partir…


1.Das tensões e problemas reais na vida das mulheres. ex: o sofrimento romântico
2.Do protesto contra o sofrimento e as condições que tornam necessário o consumo de
certos produtos: telenovelas, romances cor-de-rosa, comédias românticas
3.Dos temas e as rubricas destes produtos envolvem as mulheres num ciclo de escravidão
à casa e ao corpo e fomentam a dependência aos homens.
4.Das leituras que prometem um «prazer sem culpa» (Coward) seduzir através das virtudes
domésticas, de beleza sem iniciativa.
5.De promessas de um mundo seguro devido à presença de um homem protetor (figura
paternal).
6.Recompensa a quem obedece ao padrão poder = final feliz.

Obedecer a este padrão oferece recompensa. Durante o consumo da recompensa sentem-


se mais felizes (momentaneamente); preocupações são interrompidas (filmes para fugir à
realidade) mostrar que é possível sonhar.
Manipulação: Se corresponderem a esses padrões são recompensadas.

Virginia Woolf (1882-1941)


Escritora que alertava para a importância dos tabus. Escrita como emancipação das
mulheres. Solução para estereótipos.

As mulheres no Colonialismo e Pós Colonialismo


Secção colonial- procuravam representar a vida tal como ela se realizava nos povos
coloniais.
Povos africanos colonizados: as mulheres são representadas como seminuas. Heterogênea
- hibridismo (ser duas coisas ao mesmo tempo) --» caso as mulheres tivessem cobertas não
nos apercebemos que eram mulheres por terem um físico considerado masculino. São
representadas de formas muito diferentes das mulheres brancas, são guerreiras, têm armas
nas mãos, lutam contra outras mulheres. Visão pouco representativa desses povos.

Casos Reais No séc.19 foi exibida numa jaula, SARAH BARTMANN. Morreu de frio porque
era exibida na jaula com outros animais pois por ter características físicas diferentes, levou
a uma representação exagerada. Foi objeto de estudo científico.
Anos 90, Fotógrafos de Barnett & co
Representaram uma mulher à espera do seu amante. Procura convencer os observadores
que estava à espera do seu amante. Sensual e impudica, denegrir a imagem das mulheres.
O homem é militarizado no plano da guerra. Profissional do massacre e da rapina.
Criança militar--» respeito, disciplina, submissão das colônias. Mostrar que fazia parte da
nação civilizadora. Os povos deveriam estar agradecidos, pois os colonizadores estavam a
melhorar a vida das colónias. Tinha futuro porque as novas gerações estavam integradas
na civilização. Tornou-se mentira, mais tarde as colônias lutaram pela sua independência.

IDEOLOGIA, HEGEMONIA E PODER


Demonstração de poder, representa um discurso ideológico de submissão, condição
hegemônica. Nota: O conceito ideológico não corresponde à condição hegemônica. A
imagem é uma representação.

1987 “There ain’t no black in the Union Jack” - Paul Gilroy


Necessidade de conferir visibilidade às mulheres e aos produtos destinados às mesmas e
como estas influenciam o modo de vida.
Os Brancos no poder procuram branquear a comunidade negra.
Eram vítimas de racismo, discriminação racial e social. Grupo homogêneo ofusca a minoria!
Objetivo é trazer para o centro da mesa as desigualdades e discriminações.
Crítica: tentar criar uma comunidade homogênea é impossível, a minoria tem que ser
representada com diferenças.
O oposto de igualdade é a desigualdade. Nós aceitamos uma sociedade pluralista.
Aceitamos a diferença cultural que alguém representa.Outro partido já estava a explorar a
diferença como algo importante, enquanto que no Partido conservador não existem
diferenças, só ideologia de igualdade.

Stuart Hall - Está numa situação privilegiada.


Ponto de vista a partir da visão de outras pessoas.
Etnocentrismo (o ato de julgar a cultura do outro baseado na sua própria crença, moral, leis,
costumes e hábitos).

As pessoas conhecem esta realidade, por terem crescido em territórios colonizados.


Pertencem ao grupo das figuras mestiças. Fenómeno migratório, nasceram num território
colonizado e deslocam-se para o colonizador. Conhecem várias culturas. Em Londres
conhecem uma outra realidade cultural.
A transferência de poder não é simples. Ass famílias sentiam-se motivadas a emigrar para
países mais desenvolvidos.

Anos 50 e 60 há um fluxo migratório.


Trouxeram crenças religiosas, hábitos alimentares e sociais, o que abalou a cultura da
sociedade pois tornou-se heterogênea. Isto gerou uma nova forma de racismo na Inglaterra.
Racismo biológico que declara a inferioridade e o caráter desviante de corpos diferentes do
padrão europeu. Inferioridade intelectual e moral.
Segunda forma de racismo com a chegada destes indivíduos. Racismo cultural, declara
esta diferença cultural, a arte, as crenças, a culinária etc não é tão bom. Penalização do
ponto de vista da cultura é agora explicada à luz das suas tradições, costumes, padrões de
pensamento: Quem somos nós? Perguntas para uma reflexão sobre a identidade.

Carol Hanisch, “The personal is political” (1970)


Isto dá origem a ideia de que a identidade pessoal é uma construção social que depende de
como os outros nos representam. Consequência: ganhamos e perdemos poder em virtude
destas representações.
O estudo da cultura pode alterar a posição dos poderosos e dos subalternos.A nossa
identidade modifica-se em relação à cultura em que nos encontramos. O modo como nos
vemos e como nos veem altera-se. Não há nada exclusivamente pessoal (realidade
exclusivamente pessoal).

O pessoal também é público. Podemos ganhar ou perder poder dependendo das virtudes
que nos deem. Tem uma dimensão política. Existem países em que as mulheres têm mais
poder. O campo cultural pode alterar a nossa posição a nível do poder: podemos ter voz ou
não.
Conclusões importantes: nesta altura tornou-se claro que os estudos culturais podiam
efetuar mudanças na sociedade. Exercício de cidadania diferente. Resultado de uma
consciencialização que os cidadãos devem ser educados desde pequenos, “novas
humanidades” , destruir preconceitos. A partir do momento em que se estuda outras etnias
dá- se a entender que queremos as entender e procuramos saber mais. Isto dá uma maior
relevância às culturas que antes eram deixadas de parte.

Colonialismo/ pós-colonialismo
Até 1945 - Colonialismo
Pensavam que os povos não se conseguiam desenvolver sem a ajuda da Europa.
Pressuposto de dependência. Com a segunda guerra mundial, a Europa perde o poder em
outros continentes.
!!! Movimento de revolta contra o colonialismo !!!
O colonialismo passa a ser desenvolvimento. Países desenvolvidos, não desenvolvidos e
em desenvolvidos.

● De 1945 a 1970 – Teoria dos mundos em função de um grau de desenvolvimento: o


primeiro mundo (europa, América do norte, Japão e Austrália); o segundo mundo
(união soviética e países de leste) e terceiro mundo (países em desenvolvimento)
- agora usa-se o termo países emergentes.

Depois de 1970 - O pós-colonialismo


Representa a mudança de poder político. Tem a ver com o facto de ser a dominação
colonial aquilo que o vai definir.
Surge uma mudança política, convicção que esses territórios devem ser governados por
pessoas nascidas lá e devem decidir o quanto querem evoluir. Independência política e
transferência de poder

Esta realidade propicia o surgimento de outros conceitos: alteridade, autenticidade,


ambivalência, resistência, hibridismo, migrações, deslocalização, relocação.

O poder colonial está para o poder patriarcal, pode ser compreendida quer segundo a lente
do patriarcado como o colonialismo.
Ambos oprimem minorias, causando relações muitos desiguais de poder entre o
determinado grupo. Estes desequilíbrios são analisados pelo ponto de vista cultural e como
ela tem esse responsabilidade, precisamente porque não são criados pela força, há outros
elementos que provocam o desequilíbrio do poder.
Os estudos culturais revelam o modo como o campo cultural tem responsabilidade quer na
manutenção quer na eliminação dos mesmos.
Uma solução para resolver problemas de desigualdade de poder? Aceitação das diferenças,
nós nos vermos uns nos outros.
⬇⬇⬇
- Identidades de fronteira, espaço de convergência, relaciona-se com o hibridismo (ser
duas coisas ao mesmo tempo, ambivalência).

A autenticidade é perdida a partir do momento que se impõe uma grelha cultural.


Ambivalência (há diálogo, reconhecimento à diferença, falar com o outro).
Autoridade (anterior ao diálogo, ao contacto pelo outro, para o reconhecimento pelo outro
seja eficaz, preexistente).
(ambivalência≠autoridade - diferença subtil)

O pós-colonialismo é um campo de estudo que examina as relações entre grupos


colonizados e os colonizadores. Ele estuda também as consequências culturais, políticas,
sociais e econômicas após a independência desses grupos. Tenta entender como a
experiência do colonialismo moldou a identidade, a política e a cultura das sociedades
colonizadas, além de analisar os impactos contínuos do colonialismo e suas heranças na
contemporaneidade. O pós-colonialismo procura conhecer as diferentes perspectivas e
ajudar na desconstrução de estruturas de poder e dominação coloniais.

Momentos importantes no Pós colonialismo:

- Independência de países: Após a Segunda Guerra Mundial, houve um movimento


generalizado de descolonização, com muitos países africanos, asiáticos e de outras
regiões obtendo independência das potências coloniais europeias.
- Desafios políticos e sociais: A independência trouxe consigo desafios significativos
na formação de governos estáveis, por exemplo.
- Reconfiguração cultural: Houve um ressurgimento e reavaliação das culturas
nativas, línguas e tradições, muitas vezes rejeitadas ou suprimidas durante o
período colonial.
- Conflitos pós-coloniais: Alguns países enfrentaram conflitos internos e lutas pelo
poder à medida que grupos étnicos ou políticos buscavam influência ou autonomia
após a independência.

Representação das mulheres - Há certos padrões e tendências que podem ser


observados:

- Papel na luta pela independência: Em muitos movimentos de independência, as


mulheres desempenharam papéis importantes.
- Após a independência, as mulheres muitas vezes enfrentam desafios persistentes,
incluindo acesso limitado à educação, oportunidades econômicas desiguais e
barreiras sociais.
- Em algumas sociedades pós-coloniais, houve um aumento da participação das
mulheres na política, na educação e no mercado de trabalho.
- Movimentos feministas: Surgiram e se fortaleceram movimentos feministas que
buscavam abordar questões de desigualdade de gênero, violência contra as
mulheres, acesso à saúde reprodutiva e direitos das mulheres.

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