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Faria é mestre em Economia pela Universidade de Brasília (UnB) e Nogueira é professor
adjunto do Departamento de Economia da UnB e bolsista do CNPq. Este trabalho foi apoiado
financeiramente pelo CNPq.
2
O primeiro grupo é formado pelas técnicas que ele chama de “abordagens de mercado
convencional” que utilizam os preços de mercado ou preços sombra como aproximação,
semelhantemente aos métodos dos mercados reais de Hufschmidt et al. (1983). O segundo
grupo é chamado de “funções de produção doméstica (ou familiar)”. O terceiro, os “métodos de
preços hedônicos”. E o quarto e último grupo são os “métodos experimentais”.
3
Existe também a disposição a receber compensação (DAC), que é o raciocínio inverso: as
pessoas receberiam uma quantia monetária para tolerar determinado problema ambiental.
artigo escrito por R. Davis relacionando economia e recreação. Durante os
anos 1970 e 1980, houve um grande desenvolvimento da técnica a nível
teórico e empírico4 tornando-a bastante utilizada5 pelos economistas,
modernamente [Hanley e Spash (1993, p.53)].
4
Notadamente nos EUA.
5
O MPH, o MVC é um dos métodos que apresenta maior número de trabalhos em periódicos
que tratam da valoração econômica do meio ambiente.
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Hanley e Spash (1993, p.55) citam outras formas: cartão de pagamento e questão aberta
(máxima DAP).
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Outras variantes do MVC são ainda identificadas em Hufschmidt et alli (1983) como, por
exemplo: jogos de trade-off, costless choice e doubled-bloud.
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Tais como qualidade do ar ou da água.
9
Amenity resources, em inglês, tais como características paisagística, cultural, ecológica,
histórica ou singularidade.
2
O importante é procurar, na medida do possível, criar um mercado hipotético
que se aproxime ao máximo de um mercado real. Mitchell e Carson (1989)
argumentam que, pelo menos três elementos fundamentais devem constar no
questionário desenhado: 1) a pesquisa deve ser constituída de uma descrição
detalhada do bem ou serviço ambiental que está sendo avaliado assim como
das circunstâncias hipotéticas em que tal bem ou serviço poderá estar
disponível para o entrevistado; 2) é preciso definir algum tipo de questão na
entrevista que revele a disposição a pagar do indivíduo pelo bem ou serviço
ambiental; 3) é preciso também levantar outras variáveis sócio-econômicas e
informações adicionais que indiquem a percepção desse indivíduo com relação
problema ambiental em questão.
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Nessa etapa são definidas questões importantes como: 1) levantamento do mercado
hipotético (definir se usa a DAP ou DAC); 2) definição dos estilos de questionários (questões
abert as, “pegar” ou “largar”, etc); 3) levantamento de informações sobre o bem em questão
(características, uso, impactos, etc); e 4) definição da forma de pagamento (taxas de entrada,
tarifas, etc).
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Essa curva relaciona DAP ou DAC com visitas (Q), renda (Y), fatores sociais como educação
(S) e outras variáveis explanatórias (X); um parâmetro de qualidade ambiental também pode
ser considerado (E). Assim, formalmente teríamos: DAP = f (Q, Y, S, X, E). Não existe a forma
teoricamente ideal dessa função. Entretanto, se uma função log é escolhida, os coeficientes
são as elasticidades. Em qualquer caso, a curva nos permite estimar mudanças na média
DAP(DAC) devido a mudanças em E.
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se com a criação de um conjunto de valores possíveis que podem representar
a disposição máxima do indivíduo a pagar. Desse conjunto de valores, o
entrevistador escolhe, de forma aleatória, um valor e o apresenta ao
entrevistado com uma pergunta do tipo: “Você estaria disposto a pagar R$X
para obter uma melhora na qualidade ambiental?” Esse tipo de questionário
leva a um conjunto de respostas binárias que podem ser representadas por 0 e
1. Caso o indivíduo responda sim, esta pode ser representada pelo número 1.
Ao contrário, se o indivíduo não está disposto a pagar o valor que lhe foi
apresentado, a resposta seria 0. Uma resposta com um número 1 significa,
portanto, que a disposição máxima do indivíduo pagar pelo bem em questão é
maior ou igual ao valor que lhe foi apresentado na entrevista. Por outro lado,
caso a resposta seja 0, significa que a disposição máxima do indivíduo a pagar
é inferior ao valor que lhe foi apresentado.
O modelo de contigent activity tem por objetivo estimar demanda por visitas em
um local de recreação em função do custo de viagem. Então, o modelo
contingent activity propõe perguntar aos indivíduos como suas visitas
mudariam se os atributos ambientais forssem mudados em um determinado
sentido. A mudança contingente nas taxas de visitas seriam usadas para
estimar o deslocamento da curva de demanda por visitas. Mc Connel (apud.
Freeman III, 1991) usou abordagem para estimar os benefícios que os
indivíduos poderiam obter para visitar o New Bedford Harbor, em
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Os entrevistados foram solicitados para colocar em ordem de preferência 16 alternativas de
desenhos de automóvel, onde cada desenho apresenta -se com 9 atributos, incluindo o preço
de compra do automóvel e o gasto de gasolina.
4
Massachusetts, nos EUA, se a poluição fosse eliminada. Trayer (1981)
questionou os visitantes de um local de recreação como suas visitas seriam
alteradas caso fosse implementada uma planta geotérmica na região.
No caso de questão aberta, não há muito mais o que fazer após a realização
da pesquisa, restando basicamente a interpretação dos dados. Esses
questionários geram uma série de valores que são, na realidade, as medidas
de bem -estar desses indivíduos, definidas a partir dos conceitos de (EC) ou
(EE), dependendo do formato da questão. Assim, para estimar o valor total da
mudança ambiental pode-se, por exemplo, calcular a média da DAP/DAC
auferida na amostra e multiplicar pela população total. Outra alternativa, um
pouco mais sofisticada, seria usar um modelo de regressão para estimar o
valor ofertado pelo indivíduo como função de sua renda e de outras variáveis
sócio-econômicas.
O método de bidding game foi primeiramente introduzido por Davis nos anos
60. A idéia é criar um conjunto de valores e negociá-los com os indivíduos com
a finalidade e captar a disposição máxima a pagar pelo bem em questão.
Desse conjunto de valores, apresenta-se, primeiramente, um valor médio ou
mediano ao indivíduo e questiona-se se ele estaria disposto a pagar, digamos,
R$ X para preservar ou prover uma determinada melhora na qualidade
ambiental. Caso ele responda “sim”, o valor é aumentado até o ponto em que
se obtém uma resposta negativa, sendo, portanto, o último valor com resposta
positiva a disposição máxima a pagar. Caso contrário, se o primeiro valor
apresentado ao indivíduo gerar uma resposta negativa, são apresentados
5
novos valores sucessivamente inferiores até se obter uma resposta positiva. A
disposição máxima pagar seria, então, esse último valor apresentado. 13
Uma concepção básica pode ser modelada para os casos mais gerais de
aplicação do bidding game, conforme apresentada em Freeman III (1993, p.
186). De acordo com esse autor, uma alternativa para estimar o valor total da
mudança ambiental pode ser feita, simplesmente, multiplicando a média das
DAPs observadas pela população total afetada. Outra alternativa mais
sofisticada é usar um modelo de regressão para estimar o valor que o indivíduo
está disposto a pagar pela oferta como função de sua renda e de outras
variáveis sócio-econômicas:
bi = b (Mi , Si)
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De forma semelhante às questões abertas, os valores respondidos pelos indivíduos
representam o Excedente Compens atório ou o Excedente Equivalente, dependendo de como a
questão foi abordada.
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A definição do viés do ponto inicial decorrente do uso da avaliação contingente será
apresentada na póxima seção.
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O método de Willingness to Drive foi primeiro utilizado por Ullman e Volk (1961), como citado
por Knetsh e Davis (1966).
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semelhante ao bidding game ao negociar com o indivíduo sobre qual seria sua
disposição a dirigir milhas adicionais para visitar o local:
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avaliação contingente, a saber: 1) uso de cenário que incentivam o entrevistado
a não responder sua verdadeira DAP; 2) uso de cenário que possuem
incentivos para ajudar, indevidamente, o indivíduo a responder o questionário;
3) mal especificação do cenário mediante uma descrição incorreta e/ou
incompleta de alguns aspectos relevantes; 4) desenho inadequado da amostra
e agregação incorreta dos benefícios.
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apresentado a ele é o mais adequado. Em dois outros estudos, realizados
também por esses autores, os resultados confirmaram, do mesmo modo, a
existência do viés do ponto inicial. Segundo Boyle, Bishop e Welsh (195, p.
189), outros atores também realizaram estudos que apresentaram evidências
do viés do ponto inicial.
Problema e hipótese
Uma das questões mais relevantes sobre a aplicação do MVC bidding game é
como criar os valores a serem utilizados nas questões interativas do bidding
game? Tradicionalmente, tais valores são criados de forma mais ou menos
arbitrária, utilizando-se apenas algumas informações disponíveis acerca do
bem ambiental em estudo. Mota e Faria (1998) propuseram uma alternativa
para criação desses valores. A proposta é elaborar um questionário piloto do
tipo open-ended com a finalidade de criar um conjunto de valores a serem
utilizados numa segunda pesquisa definitiva através da técnica bidding game.
H0 : µ EC 1 = µ EC 2
i i
H A : µ EC 1 ≠ µ EC 2
i i
onde µEci 1 é a média dos excedentes dos consumidores calculada pelo Modelo
de Mota e Faria (1998) e µEci 2 é a média dos Excedentes dos Consumidores
calculada pelo novo modelo apresentado neste trabalho.
Caso esta primeira hipótese não venha a ser confirmada, tem-se uma
evidência de que os dois procedimentos são equivalentes, ou seja, se os
resultados não são significativamente diferentes, a criação dos valores de
referência pode ser feita por qualquer um dos procedimentos. Nesse caso, o
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procedimento escolhido dever ser, naturalmente, de menor custo. No entanto,
caso as médias sejam significativamente diferentes, surge outra questão: “Qual
é o melhor procedimento?”
O bem ambiental escolhido para o teste do modelo bidding game foi o Pólo
Ecológico de Brasília (Jardim Zoológico). Este local constitui-se em excelente
alternativa de lazer, tanto para a população do Distrito Federal quanto para as
cidades circunvizinhas localizadas em seu entorno. O Zoológico apresenta
espécies raras de animais e foi visitado por, aproximadamente, um milhão de
pessoas entre crianças, adultos e idosos em 1997.
16
Os resultados dessa pesquisa foram úteis também para uma apresentação do Jardim
Zoológico de Brasília em um encontro nacional de administradores de Zoológico em Salvador –
BA, em maio de 1998.
17 o o
O n de classes foi determinado pela Regra de Sturges: K = 1 + 3,3, Log n, onde K é o n de
classes e “n” o tamanho da amostra. A amplitude de cada classe foi calculada da seguinte
forma: h = AT/K, onde “h”é a amplitude da classe e AT a amplitude total.
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Na forma tradicional, como a técnica bidding game tem sido aplicada não há uma pesquisa
preliminar do tipo open-ended apenas com a finalidade de criar tais valores de referência. Em
geral, os valores de referências são estabelecidos pelo próprio pesquisador com base em
alguma informação que ele disponha sobre o bem ou serviço ambiental em questão.
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Mota e Faria (1998), com base nos dados obtidos pela primeira etapa da
pesquisa, iniciaram a negociação com um valor de R$ 2,00, pois este número
mostrou-se mais freqüente na primeira pesquisa, representando a moda de sua
distribuição amostral. A idéia dos autores é de que, se o objetivo é capturar a
verdadeira DAP, nada mais sensato do que iniciar com um valor que se situa
próximo à moda da distribuição amostral do primeiro survey, pois tal valor já
sinaliza, de algum modo, o que as pessoas, em geral, estariam dispostas a
pagar.19
TABELA 1
Grupos de DAPs e valores de referência (em R$)
Classe de DAP Valores de referências
(ponto médio)
0,50 –3,50 2,00
3,50 – 6,50 5,00
6,50 – 9,50 8,00
9,50 – 12,50 11,00
12,50 – 15,50 14,00
15,50 – 18,50 17,00
18,50 – 21,50 20,00
21,50 – 24,50 23,00
24,50 – 27,50 26,00
27,50 – 30,50 29,00
Fonte: Mota e Faria (1998).
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Na segunda etapa, questionou primeiramente se o usuário estaria disposto a contribuir com
R$ 2,00/mês, além dos R$ 1,50 que ele já paga, para ajudar na preservação do Zoológico e lhe
garantir o direito de visita nesse local. Caso o usuário responda “sim”, o valor foi aumentado
sucessivamente até se obter uma resposta negativa. Ao contrário, caso na primeira pergunta o
usuário respondesse “não”, interpretou-se que suas disposição a pagar seria zero.
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TABELA 2
Valores de referência, preço, renda média e quantidade de visitas
Valores de Preço Qv Qv* Renda Média
referência (2) (3) (4) (5)
(1)
- 1,50 120 1.087 1.395,51
2,00 3,50 390 967 1.405,95
5,00 6,50 323 577 1.691,55
8,00 9,50 119 254 1.925,48
11,00 12,50 63 135 2.081,30
14,00 15,00 21 72 1.760,35
17,00 18,50 20 51 1.734,56
20,00 21,50 10 31 2.315,75
23,00 24,50 7 21 1.961,73
26,00 27,50 4 14 2.250,00
29,00 30,50 10 10 1.710,00
Fonte: Mota e Faria (1998)
Notas:
(1) Valores criados pela primeira etapa da pesquisa – em R$
(2) Preços hipotéticos criados a partir da soma de cada valor a coluna (1) à taxa de R$ 1,50
(3) Quantidade de usuários que declaram dispostos a pagar, no máximo, o valor
correspondente apresentado na coluna (1)
(4) Quantidade de visitantes que estariam dispostos a pagar o valor correspondente
apresentado na coluna (1). Estas quantidades foram calculadas a partir da freqüência
acumulada “acima de” das quantidades absolutas observadas na coluna (3)
(5) Renda média mensal (em R$) correspondente aos indivíduos da coluna (4).
Husfschimdt et alli (1983) afirma que alguns autores têm aplicado essa técnica
também com a finalidade de estimar o valor de um determinado bem ou serviço
ambiental. Os indivíduos escolhidos para responder o questionário devem ter
amplo conhecimento sobre assuntos ambientais e respondem o questionário
individualmente, sem comunicação com os demais elementos do grupo para
evitar influências de personalidades. No questionário enviado a tais
especialistas, foram incluídas informações sobre o perfil do usuário em termos
de renda, grau de instrução e distribuição espacial da população, com objetivo
de subsidiá-los na criação de valores de referências. Para cada especialista
consultado, foram, solicitadas onze valores em R$ que, em sua concepção,
pessoas com as mais diversas características como, por exemplo, gosto pelo
meio ambiente, nível de renda e grau de instrução estariam dispostas a
contribuir todo o mês para ajudar na manutenção e preservação do Zoológico.
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Esta consulta trata-se da aplicação da chamada técnica Delphi, que foi desenvolvida por
Dalkey e Helmar, nos anos 60, para obter opinião de especialistas em bombas nucleares, com
a finalidade de se prever os danos que elas poderiam causar a um país. Desde então, técnica
tem sido utilizado em previsões tecnológicas, inovações educacionais e numa variedade de
outras áreas. A característica essencial da técnica é sua ênfase em desenvolver um consenso
entre especialista s sobre m tópico por meio de uma série anônima de questionários enviados.
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Da mesma forma, esta contribuição não incluiria a taxa de R$ 1,50 que a
pessoa já gasta para visitar o Zoológico. Os resultados da consulta estão
apresentados na Tabela 3, sendo que os valores de referência foram criados a
partir de um ajuste das médias dos valores respondidos pelos especialistas.
TABELA 3
Valores médios obtidos pela Técnica Delphie valores de referência
o
N de ordem Valores médios Valores de referência
(1) (2) (3)
1 1,54 1,50
2 2,20 2,20
3 3,00 3,00
4 3,78 3,80
5 4,47 4,50
6 5,21 5,20
7 6,43 6,40
8 8,01 8,00
9 9,46 9,50
10 14,61 14,60
11 22,71 22,70
Fonte: Pesquisa de campo mediante a Técnica Delphi
NOTAS:
(1) ordem crescente dos calores respondidos pelos especialistas
(2) Média dos valores (em R$) respondidos pelos especialistas
(3) Valores de referência (em R$) criados pelos ajuste das médias em (2)
13
Tabela 4
Valores de referência, preço, renda média e quantidade de visitas
Valores de Referência Preço Qv Qv* Renda Média
(1) (2) (3) (4) (5)
- 1,50 246 1.044 1.182,20
1,50 3,00 236 798 1.236,90
2,20 3,70 105 562 1.374,79
3,00 4,50 151 457 1.471,27
3,80 5,30 23 306 1.513,62
4,50 6,00 37 283 1.532,82
5,20 6,70 101 246 1.585,99
6,40 7,90 9 145 1.785,55
8,00 9,50 25 136 1.870,77
9,50 11,00 60 111 1.922,21
14,60 16.10 22 51 2.012,37
22,70 24,20 29 29 2.342.48
Fonte: Pesquisa de campo – técnico de b idding game
Notas:
(1) Valores criados pela Técnica Delphi – em R$
(2) Preços hipotéticos criados a partir da soma de cada valor da coluna (1) à taxa de R$ 1,50
(3) Quantidade de usuários que declararam dispostos a pagar, no máximo, o valor
correspondente apresentado na coluna (1)
(4) Quantidade de visitantes que estariam dispostos a pagar o valor correspondente
apresentado na coluna (1). Estas quantidades foram calculadas a partir da freqüência
acumulada “acima de” das quantidades absolutas observadas na coluna (3).
(5) Renda média mensal *(em R$) correspondente aos indivíduos da coluna (4).
De posse desses dados, foi estimada uma nova função demanda por visitas ao
Zoológico e o Excedente do Consumidor foi calculado.
Tabela 5
Resultados dos Modelos Econométricos
Especificação Modelo I Modelo II
Regressão LN (Qv) = - 1,84 LN(p)+1,21LN(R) LN Qv = -1,74 LN(p) + 1,16 LN (R)
Teste F 373,22 2699,52
Teste T (-9,00) (17,01) (-15,36) (38,69)
T – prob (0,0000) (0,0000) (0,0000) (0,0000)
AR – IF(1,8) 0,3345 0,9150
Normality Chity 0,7889 0,2003
(2)
Sp 0,2046 0,1111
Sr 0,07117 0,03002
SEE 0,5848 0,2592
Fonte: Mota e Faria (1998) e estimativas próprias.
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A Tabela 5 mostra que os dois modelos estimados apresentaram um bom grau
de ajustabilidade aos dados observados. Os testes T e F demonstram a
significância dos parâmetros β1 e β2 estimados e os testes residuais o grau de
ajuste dos modelos. Antes, porém, da discussão desse resultado, apresentam-
se em seguida os valores dos Excedentes dos Consumidores estimados a
partir desses dois modelos de demanda.
p max *
Eˆ C = ∫
po
QVi ( p i ; Ri )dp (1)
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antilog em (4) obtemos os preços ajustados pi como demonstrados na coluna 5
da Tabela 6, abaixo:
Tabela 6
Preços ajustados e Excedentes per capita
Modelo I
pi ECi Ri QVi pi ECi
(1) (2) (3) (4) (5) (6)
*
L N ( Q V i ) − 1,16 LN(R i )
L N )p i = (5)
− 1,71
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Tabela 7
Preços ajustados e Excedentes per capita
Modelo II
P ECi Ri QVi Pi ECi
(1) i (2) (3) (4) (5) (6)
1,50 0,00 1.182,20 246 2,09 0,59
3,00 1,50 1.236,90 236 2,52 1,02
3,70 2,20 1.374,79 105 3,33 1,83
4,50 3,00 1.471,27 151 3,93 2,43
5,30 3,80 1.513,62 23 5,06 3,56
6,00 4,50 1.532,82 37 5,32 3,82
6,70 5,20 1.585,99 101 5,91 4,41
7,90 6,40 1.785,55 9 8,73 7,23
9,50 8,00 1.870,77 25 9,39 7,89
11,00 9,50 1.922,21 60 10,75 9,25
16,10 14,60 2.012,37 22 17,50 16,00
24,20 22,70 2.342,48 29 26,91 25,41
Fonte: estimativas próprias
)
X ECi =
∑ ( ECi * QV ) i
(6)
n
Vale dizer que, esse teste da diferença das médias de duas populações requer
que as respectivas amostras sejam independentes. Neste sentido, o survey
elaborado para este estudo adotou o procedimento de eliminar da amostra
17
aqueles indivíduos que já foram questionados sobre o mesmo assunto no final
do ano passado, quando foi realizada a pesquisa por Mota e Faria (1998). Com
isso, foram eliminados nove questionários cujas respostas indicaram que tais
indivíduos já haviam respondido algum questionário sobre sua disposição a
pagar para ajudar na preservação do Zoológico como pode ser visualizado na
última questão do survey.
σ 12 σ 22
( X ECi 1 − X ECi 2 ) ~ [ 0, + ] (11)
n1 n2
1 n2
)
S 22 = ∑
n2 − 1 i =1
( ECi − X ECi 2 ) 2 fr para o Modelo II (15)
X ECi 1 − X ECi 2
Z obs = (14 )
S 12 S 22
+
n1 n 2
18
Onde S 12 e S22 são as variâncias estimadas como respectivamente.
Como está formulado o teste, a hipótese Ho deve ser aceita se Zobs < Ztrab e
rejeitada em caso contrário. Considerando um nível de significância de 5%, isto
éα=0,05, tem-se que Ztrab =± 1,96. Calculando tem-se que Zobs = 0,86 e,
portanto, menor que . Ztrab Logo, a hipótese Ho é aceita.
Esse resultado não era esperado como hipótese inicial de trabalho. Ou seja,
esperava-se que o Modelo II produzisse um resultado significativamente
diferente daquele obtido pelo Modelo I de Mota e Faria (1998). O argumento
para a defesa dessa hipótese é de que diferentes valores negociados com os
indivíduos produzem resultados diferentes, o que vem sendo confirmado por
alguns estudos sobre o “viés do ponto inicial.”
Comentário Conclusivo
19
muito bem a aplicação de survey preliminar com a finalidade de criar os valores
de referência. Sendo assim, a escolha do procedimento pode ser feita em
função do custo de cada um. Como os dois modelos produzem resultados
equivalentes, adota-se o de menor custo. Evidentemente, se os dois modelos
são equivalentes, a questão de qual deles é o melhor teoricamente perde
relevância. O melhor passa a ser simplesmente o de custo mais baixo.
Uma questão que pode, pelo menos parcialmente, explicar a equivalência dos
dois procedimentos refere-se ao tipo específico do bem ambiental considerado
no estudo. Um dos problemas no uso de surveys para determinar o valor do
ativo ambiental é que o indivíduo não está habituado a esse tipo de tarefa. Isto
é, a princípio, ele não tem nenhuma idéia de quanto pode valer um
determinado bem ambiental, já que este não é transacionado no mercado. No
entanto, para o caso de bens que já possuem alguma referência, como é o
caso do Zoológico, essa tarefa se torna um pouco mais fácil e o indivíduo se
sente mais à vontade para atribuir um determinado valor. Desse modo, como
no Zoológico já existe uma taxa de R$ 1,50 cobrada por visita, ela pode servir
de referência para o indivíduo determinar sua máxima disposição a pagar.
Bibliografia
20
BEGGS, S. S. Cardell, e HAUSMAN, J. Aassessing the Potential Demand for
Electric Cars. Journal of Econometrics vol. 16, n. 1, 1981, p. 1-19.
21
McCONEELL, Kenneth H. Model for Referundum Data: The Structure of
Discrete Choice Models for Contingent Caluation. Journal of Environmental
Economics and Management vol. 18, n. 1, 1990, p. 19-34.
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Como demonstrado em Mota e Faria (1998), suponha uma função utilidade
genérica U=U(q; X), onde q é o bem ou serviço ambiental; X é o vetor dos
outros bens de mercado, isto é, X = x1, x2, ..., xn. Assim, o indivíduo maximizará
sua função utilidade sujeito à restrição orçamentária:
Maxq,x U=U(q; X)
Sujeito a pqq + PX = R
Desse modo, é derivada uma curva de demanda pelo bem ambiental como
função do seu preço hipotético, do preço de outros bens de mercado e da
renda.
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R são, respectivamente, o vetor de preços dos demais bens e a renda
monetária do consumidor.
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