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O mundo depois

Ela acordou com o sol batendo em seus olhos, seu


corpo estava cansado, mas havia uma sensacao de
paz no lugar, tudo em volta era verde, e bonito, um
lindo gramado, havia arvores floridas algumas que
ela nunca havia visto antes, sua cabeca estava um
pouco dolorida, mas ela estava faminta, ficou
deitada na grama ainda meia cochilando e pensando
em quando se levantaria que nem notou a presenca
de um estranho quando ele falou com ela.
- “Finalmente voce acordou”, disse o estranho.
O choque a fez se levantar de uma vez e olhar para
todos os lados, e nao havia ninguem, somente ele.
Ele era alto, magro e seus cabelos escuros refletiam
o sol. Nao era muito jovem, mas estava em boa
forma e ela certamente perderia numa corrida.
Principalmente por ela estar um pouco acima de seu
peso ideal, o problema era que ela adorava comida e
mal podia esperar todos os dias pela hora do almoco
e da janta.
Havia algo de conhecido nele, mas ela nao sabia
dizer o que era, e somente quando ele falou
novamente foi que ela se deu conta.
- “ É melhor nós comecarmos a ir para casa”, ele
falou. E ela reconheceu algo parecido em sua
voz, um sotaque que estava bem marcado em
sua memoria.
Mas ela nao ficaria ai parada na frente de um
estranho lhe dando ordens e as aceitando, primeiro
ela mostrou para ele um olhar de superioridade,
depois um olhar zangado, como ele nao respondeu e
continuou parado esparando ela nao sabia o que. Ela
correu, correu mas nao foi sua surpresa quando ela
o viu correndo ao lado dela e passando a sua frente
e a cercando. Se ele continuasse ela lutaria. Mas ele
nao deu sinal de que iria lutar, e ela parou. Afinal
ela nao sabia aonde estava, só sabia que estava
longe de casa.
Sentou-se no chao e esperou para ver o que
aconteceria.

- “ Eu já disse que é melhor irmos para casa,


tenho medo de que agente seja preso”, disse
ele, num tom zangado, e comecou a andar em
direcao a floresta.
-
Ela seguiu–o mesmo contra a vontade, mas queria
saber mais, aonde estava porque nao podia
simplesmente ir para casa e quem sabe almocar
afinal ja deveria ser hora do almoco, ela podia sentir.
E ele que nao falava nada, apenas andava e andava.

-“Voce pode me dizer para aonde estamos indo, pois


estou com fome e a minha vontade é ir para casa,
logo logo vao comecar a me procurar e se eu nao
voltar vou ter problemas”, disse ela já quase dando
meia volta.

O estranho parou e ficou olhando para ela, os


cabelos do peito dele já estavam brancos, isso
queria dizer que ele já era bem mais velho do que
ela pensava. Ele sentou-se no chao e disse:
- Estamos indo para um esconderijo no meio da
floresta, lá temos como encontrar comida e
agua, e de vez em quando temos noticias de
casa. Muitos estao esperando para ir para casa
há muito tempo, mas temos certeza de que esse
dia chegara. Alguns já desertaram, mas nao
eram como nós.
-
Aquela conversa toda nao fazia sentido para ela, e
nem ele ali tentando levar ela para longe de sua
casa. Será que ela estava ficando louca ou coisa
assim. Mas resolveu segui-lo assim mesmo.

Caminharam um longo tempo, e finalmente ela viu


que havia movimento no meio da floresta, e sentiu
também cheiro de comida. Ela estava faminta.
Ela veio ao encontro deles correndo, era pequena,
bem pequena, podia-se ver que ela estava alegre ou
pela chegada dela ou por ele ter voltado, mas logo
logo talvez ela ficasse sabendo do que isto aqui se
tratava.

- “ Seja bem vinda Simba. Meu nome é Toti. E


este que vou te buscar é o Nick. Aquela senhora
ali no canto é a Vedete, ela nao gosta muito de
conversa e é a encarregada da comida. Aquele
lá atraz voce deve conhecer pois é do seu
tempo, o nome dele nem preciso dizer é o Tykke,
ele é o encarregado da seguranca quando o Nick
sai.
-
Simba ficou completamente sem palavras, pois nao
estava entendendo nada. Afinal num minuto estava
em casa, cansada e cheia de dores, e no outro
estava aqui no meio de outros de sua especie que
sabiam o seu nome, e tinham sua propria casa no
meio de uma floresta. Certamente era a vida que
todo cachorro desejava, mas ela ainda nao havia
entendido o que estava acontecendo. Mas o que
realmente queria agora era comer. Afinal ja devia
ser hora do almoco ou quem sabe até mesmo hora
do jantar.
Vedete a chamou e la estava uma cumbuca cheia,
ela correu e comecou a comer, quem sabe se
comesse rapido ainda poderia pegar um pouco dos
outros como ela costumava fazer em casa, mas por
mais que ela comesse a cumbuca parecia nao
esvaziar nunca, era um sonho isto aqui, mas ela
queria era ir para casa logo logo isto aqui acabasse,
provavelmente estava sonhando e se assim fosse
queria aproveitar para encher a barriga no sonho.

Quando finalmente nao aguentava mais comer,


parou e foi procurar os outros, talvez eles pudessem
lhe ensinar o caminho de volta.

-“ Toti, Toti, cade voce”. Gritou simba.

- “Estamos aqui dentro, depois da comida é


sempre bom tirar uma soneca, venha e vamos
lhe mostrar o seu lugar.”.
-
Ela entrou numa abertura no tronco que uma árvore,
que se parecia com uma porta, e la dentro viu a
coisa mais esquisita que pode imaginar. Tykke
estava deitado na caixa dele, num lugar que se
parecia com o canil deles. Nick estava numa cesta
grande perto de um piano, toti estava num tapete
perto de uma escada, nesta mesma escada estava
vedete ja dormindo. E para sua surpresa ela viu o
seu banheiro, o melhor lugar que ela já havia usado
como dormitorio.
Todos estavam tranquilos e dormindo, mas ela nao
sabia se iria dormir, afinal ela queria ir para casa,
mas a casa preferida dela estava ali.
- “Bom, quem sabe depois de acordar tudo isso
aqui já tenha um significado, pensou ela ja com
os olhos meio fechados”.
-
Simba acordou depois de ter tirado uma longa
soneca, e na porta do banheiro estava Nick, meio
impaciente, mas por incrivel que parecesse parecia
mais novo, e parecia até que estava com vontade de
brincar, ja fazia muito tempo que simba havia
sentido vontade de brincar na maioria das vezes
passava o seu tempo dormindo e nao gostava de
filhotes tentando puxa-la para brincadeiras, quando
nao era isso estava comendo ou seguindo
passarinhos ou lagartos.

- “Que bom voce ter acordado, estamos todos te


esperando para te contar como é nossa vida
aqui e quais sao as nossas normas”, disse Nick
assim que percebeu que Simba estava acordada.
-
Todos os caes estavam sentados em volta de um
pequeno vasilhame com agua, Vedete a olhou com
um olhar critico e foi logo dizendo: “ Quer fazer o
favor de vir imediatamente para seu lugar,
precisamos terminar logo com isto, para que
possamos voltar a nossa vida normal”.

- “Vida normal, pensou Simba, isto aqui parecia


uma casa de loucos. Mas foi para junto dos
outros e pegou o espaco vazio que parecia
destinado a ela.

- “Bom, comecou Vedete. Voce já foi apresentada


a todos aqui. Alguns voce nao conhecia, e
outros ficou sabendo quem sao. Meu nome é
Vedete, pode me chamar de D. Vedete, sou a
mais velha e gosto de respeito. Tykke, voce teve
contato e até alguns filhotes com ele, ele nos
falou muito de voce e de como voce gostava de
roubar a comida dele. Mas aqui voce vai ter que
deixar este habito de lado, já que a sua vasilha
de comida nunca esvazia mesmo.

Tykke por ser um cao de guarda, ele toma conta de


nosso esconderijo, e gracas a ele quem chega perto,
desiste antes mesmo de pensar em nos fazer mal.
Houve um tempo quando eu estive sozinha e depois
com a chegada da Toti tivemos de trocar de toca
constantemente, , pois quem à via, logo à queria.
Voce já deve ter percebido, mas voce morreu, disse
Vedete, nos que os outros caes, ficaram
extremamente enraevecidos, como ela podia dizer
algo assim de repente para uma recem chegada.

- “Bem, nao é tao mal assim, voce entende, voce


nao esta sozinha, nós estamos aqui.” Nick
tentou explicar, mas Simba ficou completamente
arrasada.
Saiu para fora da gruta, e comecou a uivar. Toti
correu para fora e pediu para que ela se cala-se ou
de outra forma, outros os ouviriam e viriam atraz
deles.
Simba entrou novamente para dentro da gruta e
retomou seu lugar dentre os outros cachorros e
ficou em silencio, nao sabia o que dizer nem o que
pensar. Apenas se sentia solitaria, mas ao mesmo
tempo compreendeu o porque de reencontrar Tykke
depois de tanto tempo.
Tykke estava no seu lugar, mas manteve-se calado,
parecia que também nao se agradava da situacao.
Ela precisava saber de muita coisa e já que estavam
reunidos era melhor comecar a perguntar.

II

A montanha ficava do outro lado da floresta e


também era cheia de arvores floridas, aqui morava
Dana numa pequena cabana feita de folhas de
coqueiro. A agua ela ia buscar num riacho ali perto,
o fogao era a lenha e a noite uma vela se acendia.
Ela as vezes ficava olhando para aquela vela que
nunca terminava, ja perdera a conta do tempo em
que estava naquele lugar e de quantas noites
passara ali, mas aquela vela sempre se acendia a
noite.

Durante o dia ela saia as vezes saia para cacar, se


desse sorte conseguiria pegar um coelho ou um
faisao, e quem sabe algum cachorro idiota. Uma vez
ela comera um, ela ficara com ele alguns meses e
ele estava forte e bonito e ela nao resistira o matara
e o comera, como outra caca qualquer, se cansara de
somente comer pao e frutas, mas no fundo se
arrependera afinal era o unico amigo que jamais
tivera neste lugar. Agora estava sozinha.

Pela manha ela havia visto que uma cadela nova


havia chegado ela era grande devia pesar uns 50
quilos, era comida para mais de 3 meses, mas
aquele cao havia chegado antes dela e a levara
embora para dentro da floresta e lá dentro ela nao
se atrevia a entrar. Tentara uma vez e dera de cara
com um enorme cao dourado que quase a comera
viva. Mas ela iria tentar novamente, afinal tempo
era o que ela mais tinha no mundo. Nao tinha nem
um amigo, o unico que de vez em quando a
procurava era Zed, mas há tempos ele nao aparecia,
andava em uma de suas cavernas, achava que um
dia sairia deste lugar atravez de uma delas.

III

Um pequeno riacho cruzava a pequena aldeia de


ponta a ponta, todas as casas eram feitas de troncos
de arvores ou entre as arvores, tudo era muito lindo,
a luz vinha de pequenas velas que todas as noites se
acendiam e nunca terminavam, ninguem nunca as
trocava mas elas estavam la novas e vivas todas as
noites. A cesta de pao também estava sempre cheia
e um cheirinho gostoso de pao fresquinho
impregnava as pequenas cabanas durante todo o
tempo. As arvores sempre tinham frutas e variavam
de acordo com o tempo. Nao havia inverno ou
verao, o tempo estava sempre bom e o morador
mais antigo o velho Sorke, só se lembrava de terem
lhe contado de que a muito tempo atraz de ter
chovido e ventado muito e quase toda a aldeia ter
sido destruida quando isto havia acontecido. Ele
dizia que foi por causa de dois jovens chamados
Molly e George que haviam trazido esta catastofre
para a pequena aldeia de Brikkan quando
resolveram atravessar o rio da luz. Todos sabiam
que o rio nao podia ser atravessado. Mas mesmo
assim eles haviam feito e nunca haviam voltado de
sua jornada, mas o mal havia sido feito e os
moradores tiveram que aguentar as consequencias.
A aldeia nao era muito grande, eles moravam la há
muito tempo, as vezes chegava um morador novo,
mas ficava pouco tempo. Esta era a historia que
circulava entre eles, pois nenhum dos moradores
que continuava em Brikkan chamais havia visto ou
ouvido nenhuma musica. Alguns viviam na ilusao de
que algum dia também seriam chamados pela
musica e teriam que ir embora ou desapareceriam.
Uns tinham medo outras viviam na esperanca.
Moru e Vini moravam na cabana das rosas, as casas
nao tinham numeros eram conhecidas pelas arvores
em foram construidas, ambos tinham cerca de 10
anos e viviam com a Sra. Pine. A Sra. Pine gostava
de contar historias para eles dos dias em que
chegara a Brikkan em como achou horrivel sem um
liquidificador ou maquina de lavar, mas o pior de
tudo para ela era ter de ir buscar agua no riacho, e
ficou muito contente com a ajuda que iria receber
das duas criancas de agora em diante.
Moru era um menino bonito, quase que perfeito em
sua aparencia tinha cabelos castanhos longos e de
costas podia-se confundi-lo com uma menina, era
alto para sua idade e gostava de subir em arvores,
os seus olhos castanhos esverdeados sempre
encantava os adultos de Brikkan que gostavam
quando ele vinha visita-los para ouvir historias. Vini
nao era tao bonita quanto Moru, mas sua simpatia e
alegria encantava a todos, seus cabelos eram loiros
e sempre estavam embaracados pois ela gostava de
usa-los soltos, porém tinha um pequeno problema
de nao gostar de pentea-los e as vezes Moru a
chamava de bruxinha para enraivece-la.
Moru e Vini tinham acabado de ir buscar agua no
riacho e ficaram olhando para a montanha que
ficava ao oeste, ja haviam conversado muito sobre a
montanha e gostariam de um dia ir até lá, haviam
muitas historias dos moradores das montanhas, mas
eles nunca haviam visto nenhum. Continuaram
seguindo em direcao a cabana das rosas, quando
encontraram o velho Zorke que estava seguindo
para o riacho provavelmente para também pegar
agua.

- “ Bom dia criancas, ja comecaram cedo a


trabalhar, isto mesmo quem trabalha nao tem
tempo de ficar pensando bobagens. A montanha
é muito bonita, dizem que tem cachoeiras lindas
que desaguam em lagos cristalinos cheios de
peixes, ao redor animais de todas as especies
ficam pastando ou bebendo agua no lago, mas
até o burro do Zed nao resistir e resolver cacar,
matou um alce, limpou e o assou numa fogueira
que ele mesmo improvisou. Resultado, a
montanha se tornou tabu. E é proibido ir até la.
Disse o velho Brikkan para as duas criancas, que
ficaram apavoradas, pensando que talvez ele
pudesse ter lido os pensamentos delas.

- “Zorke, o que aconteceu com o Zed? Perguntou


Vini, ja com medo do mesmo acontecer com eles
dois que estavam planejando dar uma escapada
até a montanha.

- “ Uhmm!! Respondeu Zorke, na verdade


ninguem sabe. Ele voltou de sua excursao até a
montanha, contando todas essas coisas e
passado alguns dias ele sumiu. Mas uma coisa é
importante, ninguem pode ir até lá.
Vini segurou a ponta de seu vestido e comecou a
enrola-lo nos dedos, e sentiu que Moru a estava
puxando rua abaixo com o balde de agua no braco,
era melhor sair dali o mais rapido possivel, e de
agora em diante, quando decidissem ficar olhando
para as montanhas, olhariam bem em volta para ver
se ninguem os estava vigiando. O velho Zorke foi
seguindo para o rio e continuou resmungando.

IV

- Bom Vedete, já que voce é a mais velha de todos


nós, ou melhor a que esta aqui a mais tempo,
me conte sobre tudo. Eu morri, e agora estou
aqui. Para dizer a verdade me sinto muito viva,
alias nunca me senti tao viva em minha vida.
Perguntou Simba decidida a saber de tudo que
estava acontecendo naquele lugar esquisito.

- Eu cheguei aqui a muito tempo, comecou


Vedete, o tempo aqui nao se conta em anos
como do lugar em que viemos, digo isto porque
nao fiquei nem um dia mas velha desde que
cheguei, aliás as vezes acho até que estou
remocando. Quando cheguei, estava meia
perdida, como voce estava Simba, só que nao
havia ninguem para me receber, ou melhor nao
havia nenhum cachorro que fosse me receber e
me explicar tudo.

Após passado o primeiro susto, corri para umas


arvores e me vi a beira de um lindo lago, onde uma
cachoeira desaguava. Perto do lago havia uma
cabana e lá havia um ser humano. Ele ficou muito
contente em ver um cachorro e me chamou para
junto dele. Acostumada com a presenca de
humanos eu fui até ele, mesmo que eu tenha sido
também um cao de guarda na minha outra vida.
O nome dele era Zed, ele estava morando nas
montanhas sozinho, pois havia desistido de morar
no vale das flores, lá havia muitos tabus, e nao se
podia fazer nada. Nem mesmo nadar no rio. Assim
Zed havia saido do vale e subido as montanhas, lá
encontrou animais lindos, cachoeiras e lagos. Ele
finalmente podia nadar, dormir e acordar a hora que
quizesse pois ele sabia fazer fogo com pedras. No
dia em que eu cheguei ele estava nadando no lago, e
logo que me viu gritou: “Ei cachorrinho vem até
aqui! Levei uns segundos para compreender que ele
estava falando comigo, mas na hora que percebi, fui
andando devagarzinho em direcao a ele. Nao sei
porque eu o fiz, pois costumava ser uma cadela que
somente aceitava em casa meus donos, mas algo
havia acontecido comigo e fui ao encontro dele.
-“ Que cachorrinho bonitinho, voce quer morar
comigo, meu nome é Zed e ali no meio daquelas
arvores é a minha casa.”
- Qual é o seu nome? Pergunta idiota a minha
afinal voce é um cachorrinho e nao pode
responder. Entao vou lhe dar um nome, que tal
Ligo.
Eu fiquei indignada, e comecei a latir, ele nao havia
percebido que eu era uma cadela, mas logo que eu
lati ele disse nao mesma hora: “Me desculpe, que
tal Dete, este eu gostei parecia com o meu nome e
seria facil de lembrar. Logo eu estava no lago
nadando com ele e havia quase me esquecido que
tinha tido outra vida. Tudo era maravilhoso, Zed
passava horas conversando comigo, parecia que
sabia que eu podia compreende-lo. Me contou da
pequena cidade das flores e algumas vezes, fui com
ele ate um pequeno plato na montanha que ele
chamava de “Ponto de Vista” e de la ficavamos
olhando a vida na cidade das flores. Em sua outra
vida ele era explorador de cavernas e quando estava
em uma caverna no interior do estado do Arizona
nos Estados Unidos, entrou num pequeno corredor e
de repente estava aqui, tentou diversas vezes voltar
mas a porta do corredor estava fechada. Ele disse
que tinha certeza de que nao havia morrido, pois
quando chegou na cidade das flores depois de ter
passado algum tempo nas montanhas tentando
achar a passagem pela qual saira, apesar de ser bem
recebido e ter ido morar com o homem mais velho
da cidade que chamavam de velho Zorke, ele notou
que quase todos na cidade tinham um vela que se
acendia a noite. Mas na casa do velho Zorke tinha
apenas uma vela, nao havia vela para ele e ele tinha
uma desconfianca de que nao estava morto e de que
aqui nao era o paraiso, pelo menos, nao o paraiso
dele.
Moramos muito tempo juntos, conhecemos a Dana,
uma adolescente de uns 17 anos que também
resolveu morar sozinha na floresta, nao era muito de
conversa, mas gostou muito de mim, e sempre que o
Zed ia visita-la eu ia junto. Ela tinha um cachorrinho
que ela chamava de Bambi e ele me contava também
muitas historias, ficamos bons amigos, um dia
resolvi ir visita-los sozinha, pois o Zed estava
fazendo uma de suas exploracoes em cavernas e
nem era sempre que eu queria ir com ele, pois
algumas dessas cavernas podem ser muito
claustofobicas. Assim fui chegando de mansinho na
casa da Dana, ela nao estava, o Bambi também nao
estava por perto, provavelmente havia ido até o
corrego buscar agua, bom resolvi ir entrando direto
na cabana e espera-los na dentro. E qual nao foi o
meu choque ao entrar e ver na mesa o Bambi,
assado.
Dana o havia matado e o cozido como se ele fosse
comida. Fiquei tao horrorizada que corri, corri e nao
quiz nem olhar para traz, acabei chegando ao
mesmo lugar onde havia chegado aqui, e de la vim
andando para a floresta.
Me escondi aqui e fiquei vivendo minha vida,
encontrei o meu esconderijo e para minha surpresa
minha escada e uma cumbuca de comida.
Simba havia ouvido toda a historia de vedete com
atencao, mas muitas perguntas ainda nao haviam
sido respondidas. O porque de ela estar ali com
aqueles outros cachorros, e quem era vedete na
verdade. Ela olhou de esguelha para Nick que
parecia distraido ao ouvir a historia de vedete,
talvez ele ja tivesse ouvido esta historias outras
vezes, ela foi saindo devagarzinho de perto dos
outros cachorros que pareciam cansados e estavam
cada um aos poucos se retirando para seus
cantinhos. Mas ela nao estava cansada, mas sim
curiosa e resolveu ao inves de ir dormir, dar uma
volta la fora, quando já ia saindo Vedete a chamou
“Onde voce esta indo, Simba?.
- Bom vou dar uma caminhada ali fora e preciso ir
ao banheiro também, respondeu Simba e olhou
de esguelha para o Nick que vinha ao seu
encontro.
- A Sra. Nao precisa se preocupar D. Vedete, eu
mostro a Simba onde nós costumamos usar o
banheiro.
Os dois sairam para fora da gruta e foram
caminhando lado a lado, lá fora ele disse para Simba
baixinho somente para que ela ouvisse “Continue
caminhando, depois daquela arvore com flores
vermelhas agente vai dobrar a esquerda e lá
poderemos conversar em paz.”
Eles continuaram andando e depois de terem
dobrado a esquerda, eles pararam embaixo de um
pé de amora e Simba foi logo perguntando: “Que
droga de historia absurda é esta que a D. Vedete
estava nos contando?” Desde quando um ser
humano fica horas conversando com um cachorro e
lhe contando historias de sua vida, como ela pode
saber de tantas coisas? E porque estamos nós cinco
aqui reunidos?
- Calma, calma, falou Nick. Vou lhe responder no
que posso e no que sei. Pelo que entendi, e já
tem bastante tempo que estou aqui nesta
floresta, nós todos tivemos os mesmos donos.
Vedete deve ter conhecido nossos donos a muito
tempo atraz. Ela diz constantemente que foi a
primeira cadela dela.
- Ainda bem que ela nao ficou decepcionada com a
raca canina após, ter uma cadela como a D. VEDETE.
Se eu fosse ela nunca mais teria um cachorro na
minha vida apos essa chata da vedete.
- Quanto a sua outra pergunta continuou Nick,
sobre como o tal Zed conversava com Vedete
como se ela fosse um ser humano, eu ainda nao
sei responder, mas acho que vedete podia
conversar com ele como se ele fosse um de nós.
Eu só sei que seres humanos nao tem permissao
de entrar na floresta dizem que ela é encantada.
Acho que a Vedete trouxe o Zed até aqui durante
o tempo em que esteve sozinha e conversou com
ele como conversa conosco, mas depois que a
toti chegou ela pelo menos nunca viu o Zed.
Mas de vez em quando a Vedete some, e sempre
quando reaparece e agente pergunta aonde
esteve ela sempre desconversa e diz que estava
no banheiro, ou reconhecendo a regiao. Ela
colocou o Tykke de guarda e as vezes eu também
tenho que ficar de guarda, e isto só acontece
após algum sumico dela.
- O Zed sempre esteve aqui neste lugar?
- Pelo que eu entendi ele chegou depois da
Vedete, mas ela sempre quer nos fazer acreditar
que ele já estava aqui quando ela chegou, mas
se ela realmente foi a primeira cadela de nossa
dona, e ela era ainda uma crianca, ela já deve
estar aqui a muito mais tempo do que nos fazer
pensar. As vezes tenho a impressao de que
houve um tempo antes do Zed, mas ela nunca
falou nada sobre isto.
- O que acha a toti de tudo isto? Perguntou
Simba.
- “Bom, disse o Nick, ela é uma cadelinha muito
alegre e viveu aqui muito tempo sozinha com a
Vedete e a tem como uma mae, tudo que ela diz
é lei para ela, mas as vezes consigo tirar alguma
informacao dela. Acho melhor agente voltar,
senao uma das duas vai vir nos procurar e achar
estranho que voce leve tanto tempo no
banheiro.
V

O dia ja estava chegando ao final e como num


passe de magica todas as velas foram acesas no
mesmo tempo, Pine estava preocupada com as
duas criancas, ela podia ver que as duas velas
haviam sido acendidas, mas eles ainda nao haviam
voltado da ultima ida ao rio, talvez ela devesse ir
procurá-los, ficou olhando para as duas velas
acesas e ficou imaginando por que ela também
nao tinha uma vela, porque ela se lembrava de
toda a sua vida anterior quando morava numa
casa maravilhosa numa pequenina cidade
chamada Alegria no Brasil, tinha uma marido
jovem e trabalhador adorava a vida, nao eram
ricos mas também nao eram pobres, tinha todo o
conforto de uma dona de casa moderna, estudava
para ser professora e estava de bem com a vida. A
ultima coisa que se lembrava era após ter saido
para uma caminhada numa floresta perto de sua
casa era de ter caido num buraco, tipo uma
armadilha para animal e ao tentar sair estava aqui
na cidade das flores. Tentara voltar mas nao sabia
nem como e nunca mais achara o tal buraco. O
tempo fora passando e após ter morado na casa
do velho zorke durante um longo periodo, chegara
as criancas e ela fora mandada para lá pelo velho
zorke. Afinal mesmo que ninguem falasse ou
admitisse era ele quem era o chefe do local.

Ela saiu de casa decidida a encontra-los, a rua até o


rio era longa, a noite ja estava caindo e se
demorasse muito só contaria com a iluminacao das
estrelas para o caminho de volta, e ela sabia que era
proibido sair a noite, mas nao poderia deixar as
criancas lá fora sozinha. Foi caminhando rua abaixo
o cheiro de pao fresco era forte e quase resolveu
voltar para casa e comer o seu jantar, mas decidiu
continuar, achou que viu uma coisa brilhante na
esquina perto da casa das violetas, apressou o
passo e nao teve coragem de olhar, foi quando
sentiu um perfume e ele ficava mais intenso a
medida que ela andava em direcao ao riacho, ao
mesmo tempo em que sentia vontade de senti-lo
mais. Era uma mistura de alegria intensa e terrror,
ouviu um grito, ela correu, na corrida desesperada
tropecou numa pequena pedra e caiu, bateu com a
cabeca no chao e tudo se escureceu.

Quando acordou já estava em casa, as criancas


estavam a sua volta e o velho Zorke estava tentando
lhe dar algo que se parecia com uma sopa.
- “ O que aconteceu, perguntou Pine, que se
lembrava apenas de ter saido de casa para
procurar as criancas.
- “Ouvimos o seu grito e corremos para ver o que
havia acontecido, e a encontramos caida na
porta de sua casa, falou o velho Zorke, que
segurava na mao uma pequena flecha que
encontrara ao lado de Pine.
- “Eu nao me lembro de nada, apenas a lembranca
de ter sentido um perfume gostoso, falou Pine.
O velho Zorke disse que ela deveria descansar e de
que no dia seguinte conversariam, mas de que ela
nao deveria se preocupar com nada, as criancas
estavam bem, tinham estado em sua casa ouvindo
historias. O que melhor que ela faria era dormir.

Pine achou uma boa ideia, já que estava


extremamente cansada, virou-se para o canto e
fechou os olhos, a última coisa que viu foi que agora
haviam 3 velas acesas.

VI

O dia havia acabado de amanhecer, ele gostava de


levantar cedo, pois assim poderia comecar ja a
explorar a nova caverna que havia encontrado a uns
dias atraz. Pegou os seus instrumentos precarios
que havia feito ao longo do tempo. Se a sua
contagem estivesse certa já estava aqui a mais de
15 anos e ainda nao havia conseguido achar a
passagem de volta. Era incrivel o que se podia fazer
do nada. Neste tempo ele havia aprendido a fazer
cordas, marreta, uma pá, uma construido uma
cabana e tinha até mesmo um arco e flecha.
Saiu caminhando em direcao a nova caverna e no
caminho encontrou-se com Dana, que também
estava caminhando pela manha, mas Zed achava
que ela estava era cacando algum animal para
comer. Era incrivel aquela menina que morava
sozinha naquela cabana desde que ele havia vindo
para a montanha.
Depois de 2 horas de caminhada chegou a nova
caverna, com uma pequena pedra ele marcou a
entrada já era a 8a. Caverna que ele iria explorar
desde que havia chegado a montanha. O interior
estava muito escuro, Zed pegou uma tocha que
havia preparado de casa e acendeu, o interior media
cerca de 80 mts quadrados, mas bem ao fundo havia
uma especie de tunel na qual ele podia entrar se, se
agachasse, era este pequeno tunel que ele
prentendia ir explorar hoje. O problema era a
iluminacao, como ele consegueria explorar este
talvez labirinto agachado e sem uma lanterna.
Ele preparou primeiro uma fogueira no primeiro
salao da caverna, pegou uma pequena bolsa onde
havia colocado varias pequenas tochas se agachou e
vou andando no pequeno tunel, somente tinha visao
de alguns metros a sua frente e por experiencia foi
tateando as paredes para nao cair de repente num
labirinto, ele andava quase que de quatro e parava
para descansar a mais ou menos a cada 10 minutos,
depois do que ele calculava ter andado ja uns 400
metros o pequeno tunel foi aumento de tamanho e
ele já podia ficar de pé. Tinha que poupar suas
tochas pois ainda tinha fazer todo o caminho de
volta. Ele só tinha mais 5 tochas de sobra, entao
chegou a um grande anfiteatro, a visao era muito
pouca, por isto tirou alguns pedacos de madeira de
sua bolsa e fez uma fogueira. A visao de que teve
foi imponente, todo o teto da caverna era cheia de
estalactite, que brilhavam como diamantes com
reflexo do fogo.
Foi andando até o final do grande salao e sentiu uma
pequena brisa, isto significava que deveria haver
outra saída da caverna por ali.
Zed encontrou uma pequena brecha no fundo, mas
nao tinha certeza de que poderia passar por ela.
Tirou todos os seus apretechos de suas costas e
tentou passar, por um momento achou que ficaria
preso, mas forcou e conseguiu entrar o vao era alto
o suficiente para que ele ficasse em pé e no final ele
podia ver uma luz entrando. Caminhou até o final e a
visao que teve foi deslumbrante e misteriosa, do
outro lado a luz era muito intensa, ao primeiro
momento nao conseguiu ver nada por causa da luz,
mas ai seus olhos foram se acostumando e ele pode
ver pessoas lindas caminhando, mas o mais
interessante era o perfume no ar, sentiu uma alegria
e teve vontade de se juntar aos outros e aquele
perfume era realmente delicioso ele só precisava
andar uns 10 passos e estaria lá no meio daquela
coisa bonita, já ia comecar a andar quando ouviu uns
latidos intensos, olhou para atraz e lá estava vedete,
que latia furiosamente para ele, parecia que queria
lhe dizer algo, mas ele nao queria voltar, queria
seguir em frente para aquele lugar bonito, para
junto daquelas pessoas lindas. Foi ai que sentiu
uma dor aguda no calcunhar. Olhou novamente para
baixo e viu que Vedete o estava mordendo.
- “Auh, o que voce estava fazendo, sua cadela
idiota!, voce me mordeu, disse Zed saindo de
seu devaneio, se abaixando e afastando vedete
de seu pé.
Ela continuava latindo para ele, como se lhe
quisesse dizer algo.
-“Voce quer me dizer algo nao é? Me desculpe te-la
chamada de idiota, mas por um momento a unica
coisa que eu queria na vida, era ter ido além da
entrada e me juntado a aquelas pessoas. “ Que tal
agente ir até a floresta encantada para voce me
contar o que esta havendo, pois voce deve ter uma
razao muito grande para me ter seguido até aqui.
Disse Zed e comecou a pegar todo o seu
equipamento que havia deixado no chao. Retornou
ao pequeno tunel e nao viu razao para apagar a
pequena fogueira que havia feito no grande salao,
coisa que mais tarde ele teria razoes para se
arrepender.

VII

Simba e Nick sairam logo pela manha, Vedete lhes


dera permissao para que Simba fosse olhar em volta
da floresta, afinal ela nao podia ficar presa naquele
esconderijo durante toda sua vida.
- “Onde iremos, Nick, perguntou Simba, após
terem corrido um bom pedaco em direcao a
saida da floresta.
- “Que tal se agente fosse até o “Ponte de Vista”,
aquele lugar que a Vedete costumava ficar com
o Zed, olhando a cidade das flores. Assim
poderemos ver alguns humanos, e esticar um
pouco as pernas.”
- “Voce acha que nao tem perigo de agente
encontrar o tal Zed, ou a Dana, ou quem sabe
algum outro cachorro”
- “Pare lhe ser sincero os unicos cachorros que vi
até hoje, foram voces, eu acho que cada grupo
fica num determinado local da floresta e cada
um tem sua vida em separado, agente nao ve
eles e eles nao ve agente”
- “Bom o que estamos esperando vamos até o
Ponto de vista”.
Eles olharam para ambos os lados e sairam correndo
em direcao a montanha, o dia estava gostoso, um
sol brando e depois de terem andado cerca de 1
hora chegaram até o pé da montanha.
Nick foi seguindo na frente e subindo em direcao ao
ponto de vista, Simba tentava acompanha-lo no
mesmo ritmo, mas foi ficando para traz já que o Nick
era muito mais rapido do que ela. Ele era um cao
pelo curto alemao, do tipo perdigueiro e parecia que
sua unica missao na vida era correr e cacar. Ja que
nao era permitido a caca, ele se contentava em
correr.
- “Nick, espere por mim. Estou ficando cansada,
falta muito.
- “Só mais um pouco. È logo depois daquelas
pedras ali em cima.
Finalmente chegaram e puderam olhar para a cidade
das flores. Havia algum movimento de pessoas e
criancas indo e voltando do riacho com agua, outros
brincando em pequenos balancos pendurados
arvores, outros simplesmente parados nos portoes
das casas e conversando. Uns consertavam os
telhados das casas e outros varriam.
- “É muito bonito, disse Simba após ficar olhando
por algum tempo. Voce acha que um dia
podemos ir até lá para ver.

- “É claro que nao, e se alguem decidir ficar com


um de nós para eles, como vamos fazer.
Estamos aqui esperando nossos donos. “

- “Aquela é a cidade das flores, e como se chama


todo este lugar voce sabe?

- “Sim, vedete me contou. Estamos numa floresta


encantada, so os animais vivem aqui, mas todo
este lugar é uma rachadura dimensional, ou
seja, eu nao faco a minima ideia do que isto
significa e acho que ela também nao faz ideia.
Isto foi uma explicacao que Zed deu para ela no
tempo em que ela morou com ele.

- É comum a Vedete mandar os outros cachorros


passearem como ela fez hoje conosco,
perguntou Simba a Nick enquanto pesquisava na
grama a possibilidade de encontrar algum inseto
para brincar, ela adorava brincar de pegar
pequenos insetos, ou melhor tudo que se mechia
na grama.

- “Na verdade, eu desconfio que ela nos mandou


passear para poder dar umas de suas
escapadelas, já faz um bom tempo que ela nao
da uma de suas sumidas.

- “Hum, que tal agente seguir ela na proxima vez


que ela resolver sumir. Assim agente poderia
descobrir algumas coisas por nos mesmos, ao
invés de ficar escutando aquelas historias dela
de como as coisas acontecem por aqui. “, disse
Simba ao mesmo tempo que pulava atraz de um
pequena lagartixa que corria tentando encontrar
um esconderijo para se livrar daquele animal
imenso.

VIII

Pine estava dormindo a mais de 2 dias, o velho


Zorke vinha a cabana das rosas pelo menos 4 vezes
ao dia para ver como as coisas iam indo e de vez
enquanto ficava olhando para a terceira vela que
havia se acendido na noite do incidente, ela se
apagara enquanto Pine dormia isto parecia um bom
sinal, ainda podia haver esperanca. Mas se ela
continuasse a dormir assim ela estaria perdida para
eles. Ele sempre dizia para todos que ali chegavam
para nao sairem a noite, nao que houvesse havido
ataques nos ultimos 20 anos, mas nunca podia se
saber.
Ele havia trazido um cha de ervas especiais que fora
buscar na floresta encantada e na sua procura,
tivera a impressao de que alguns olhos o
espreitavam o tempo todo. Provavelmente um dos
caes que habitavam a floresta.
- Moru, Vini, venham cá me ajudar, temos que
tentar fazer a Pine tomar este cha, segurem as
costas dela, assim.
Vini e Moru sentaram-se um de cada lado da cama
de Pine e levantaram o corpo dela, para que ela
ficasse na posicao de sentada, enquanto o velho
Zorke tentava faze-la beber um pouco do cha. Ele
usava uma pequena casca de coco como copo e
estava um pouco quente.
- Segurem este pano embaixo, para o caso de
derramar nao queima-la, vamos muito bem.
- Bom agora vamos deixa-la dormir um pouco
mais, eu vou até minha cabana tomar um banho
e trocar de roupas, mas volto para ca antes do
cair da noite, pois esta noite nós nao podemos
dormir, temos que dar um pouco deste cha para
ela de tempos em tempos e temos que ficar de
olho naquela vela que se acendeu no dia do
acidente, é muito importante que ela nao se
acenda novamente.
- “Porque voces nao vao lá para fora brincar um
pouco e aproveitar o resto do dia, nao adianta
ficar aqui olhando para ela o tempo todo, agora
somente temos que esperar e continuar com o
tratamento até amanha e ver o que acontece.

As criancas estavam com muito medo, pois


consideravam Pine como sua verdadeira mae e nao
gostariam de perde-la, se isso acontecesse teriam
de ir morar com outra familia ou outra pessoa seria
designada para ir morar com eles e eles nao tinham
a menor vontade de trocar de mae.

Foram para fora onde o sol ainda estava quente, o


cheiro de flores era forte e cheio de energia,
resolveram subir numa árvore para conversar, lá em
cima ninguem os atrapalharia e nem os ouviria.
Subiram em sua arvore preferida, uma imensa
macieira, cujas macas eram douradas como ouro. Ela
dava macas durante todo o ano, e todas as macas
eram doces como nectar e grandes como meloes.

- “Olhe só o que eu trouxe para nós hoje, disse


Moru enquanto tirava um objeto pequeno de
dentro de uma sacola que trazia pendurada no
ombro”.
-
- “Ei, o que é isso, perguntou Vini curiosa, pois
nao se lembrava de ter visto aquele tipo de coisa
na casa deles antes.
-
- “É um presente do velho Zorke, se chama
binoculo e ele disse que o Zed o trouxe consigo
quando veio para o vale.

- Para que serve isso, perguntou Vini e pegou o


binoculo da mao do Moru.

- Deixa agente se sentar primeiro e eu vou ja, já te


mostrar como se usa isto.

Acomodaram-se cada um num galho da maciera que


eram tao confortaveis como uma pequena poltrona e
comecaram a estudar o binoculo.
Moru colocou o binoculo nos olhos e comecou a olhar
em volta, e pode ver que o velho Zorke estava na
beira do riacho pegando agua. A familia que morava
na casa das bromelias estava sentada no jardim
tomando cha com os vizinhos, os moradores da casa
das acacias. Ele estava impressionado como as
coisas ficavam perto.
- Deixe me olhar também, falou Vini ja impaciente
com Moru, que estava olhando o tempo todo
para baixo com o tal do binoculo.
- Voce nao vai acreditar, quando olhar, com isto
eu posso ver tudo la embaixo e longe e tudo fica
bem pertinho.
Vini pegou o binoculo das maos de Moru e também
o colocou nos seus olhos, porem ao inves de olhar
para a rua das cidades das flores, virou em direcao
a montanha.
Moru precisou quase que arrancar o binoculo dela,
para ver o que estava acontecendo, pois ela
estava completamente pasma com a visao da
montanha.
- Me diga o que voce esta vendo, Vini?
- Estou vendo a montanha e voce nao vai
acreditar ,dois animais estranhos , disse Vini
enquanto passava o binicolo para Moru.
- Nossa, sao cachorros, e parece que eles estao
olhando para cá. Tem muito tempo que eu nao
vejo um cachorro, aliás eu nunca vi um cachorro
na cidade das flores. Que pena eles estao indo
embora.
Vini pegou o binoculo de volta e ficou seguindo os
caes enquanto eles se afastavam do ponto de vista,
e desciam a montanha em direcao a uma floresta
muito ao longe, que eles nunca haviam percebido
antes de terem usado o binoculo.
- Bom, quando voce acha que agente vai poder
fazer a nosso passeio secreto até a montanha, e
quem sabe agente pode ir até aquela floresta e
procurar aqueles cachorros, eu gostaria muito
de ter um cachorro como amigo e para brincar,
falou Moru.

- Primeiro temos que cuidar da Pine, para que ela


volte a ser o que era antes e parar de dormir.
Mas eu quero que voce me conte o que é um
cachorro, pois nao me lembro de nunca ter visto
um.

- Com certeza voce já viu um cachorro antes, mas


nao consegue se lembrar, mas vai lembrar assim
que comecar a brincar com eles. Eu nao me
lembrava até o dia que a Pine desenhou um para
mim e me contou como era ter um cachorro.
Dizem que é o melhor amigo do homem e muitas
familias as tem no outro mundo.

- Como voce acha que eles vieram parar aqui.

- Devem ter passado pela outra vida e estao aqui


esperando os seus antigos donos, e isto significa
que nao podemos ser donos deles, apenas
amigos.

-
- Isto quer dizer que nenhum cachorro pode ter
um dono aqui, perguntou Vini ja triste pelo fato
de nao poder possuir um cachorro.

- Na verdade eu nao sei, mas acho que sim,


alguns caes passam pela outra vida, sem ter um
dono e quando chegam aqui podem ir para uma
familia.

-
- Porque será que nao tem nenhum cachorro em
Brikkan.
- Acho que eles ficam nas montanhas ou nas
florestas e como nao temos permissao de ir a
estes lugares, nunca os encontramos, falou Moru
enquanto direcionava o binoculo para rua das
flores, e viu que o velho zorke estava vindo em
direcao a cabana das rosas.
- Vamos rezar para a Pine ficar logo boa, e depois
agente esconde umas frutas e paes para o nosso
passeio, falou Moru enquanto guardava o
binoculo dentro da sacola, para que o velho
Zorke nao visse que eles estavam olhando para
a montanha.

IX

O dia ja estava chegando ao fim quando Zed chegou


em casa com Vedete, Zed foi nadar um pouco no
lago e chamou Vedete para se ajuntar a ele. Os dois
nadaram e foi como nos velhos tempos. Vedete
esqueceu completamente que tinha que voltar para
casa antes de anoitecer.
Zed, chamou Vedete para jantar, ele havia cacado
um veado a duas semana atraz e o havia defumado.
O cheirinho estava delicioso e Vedete nao resistiu.

- Pronto Vedete aqui esta o seu prato com carne,


acho que é bom variar um pouco na comida, eu
nao sei como aquelas pessoas em Brikkan
podem comer o mesmo tipo de comida todos os
dias. Frutas e pao. Eles nunca variam. Se ao
menos eles pudessem usar o fogo para fazer
uma comida gostosa de frutas, mas nao, o fogo
somente podia ser usado para comida ou
bebidas em caso de doenca ou para o cha da
tarde.
-
Vedete respondeu com um latido de afirmacao, e
comecou a comer gulosamente seu prato de comida,
a esta altura esquecera completamente de seus
amigos e de sua casa na floresta encantada.
- Eu acho que voce deve passar a noite aqui, já
ficou escuro e é perigoso para uma cadelinha
que nem voce sair sozinha para a floresta
encantada a noite. Nunca se sabe o que pode
acontecer. E amanha eu vou a floresta junto
contigo, quero saber o que aconteceu e como
voce chegou até aquela caverna hoje.

Zed terminou a sua comida e foi se deitar em sua


cama. Tudo em sua cabana fora ele que fizera. A
cabana tinha uma pequena cozinha, onde ele
construira um pequeno fogao a lenha. Como panela
ele usava cascas de coco, mas aprendera também a
fazer panelas de barro, assim tinha nao somente
panelas de barro, mas também pratos e copos.
Vedete comeu sua comida e logo depois se
arrependeu de ter ficado agora teria que arrumar
uma boa desculpa quando voltasse para contar aos
outros cachorros, e além disso eles ficariam
preocupados pensando no que poderia ter
acontecido a ela. Bom mas nao seria a primeira vez
que ela iria passar a noite fora de casa. Esperava
que Simba nao ficasse fazendo muitas perguntas no
dia seguinte.

Logo que o dia clareou Zed saiu com Vedete em


direcao a floresta encantada, o caminho era
ingreme e eles levaram um pouco de tempo para
chegar ao pé da montanha, de lá eles seguiram para
o norte até encontrar a ponte do rio proibido.
Olharam para todos os lados antes de atravessarem
a ponte de pedra que havia sobre o rio, queriam ter
certeza de que nao havia ninguem olhando para
eles. Chegando a floresta seguiram para uma
pequena clareira que ficava a leste do esconderijo
dos caes. La eles poderiam conversar em paz, sem
que nenhum cachorro os ouvisse ou mesmo
sentissem o cheiro deles. Zed havia a muito tempo
construido uma pequena cabana, pois as vezes ele
dormia na floresta quando queria conversar com a
Vedete.

Se a pessoa nao soubesse que ela estava ali, nem


mesmo a perceberia, pois ele ha fizera com
pequenas arvores que ele fora plantando ao longo
dos anos umas ao lado das outras, havia amarrado
cipo no topo delas e as puxara para baixo fazendo
um telhado natural contra chuva e sol, e também de
intrusos caso algum dia aparecesse.

Ele havia feito uma rede com diversos tipos de cipos


e peles de veado. Havia um pequena mesa.
Também era ali que ele guardava algumas de suas
ferramentas do mundo de onde viera. Até hoje ele
se lastimava de ter deixado o seu binoculo em
Brikkan, a esta altura eles deveriam ter até jogado
fora ou o destruido.
Vedete correu e se sentou em um pequeno tapete
que Zed havia feito para ela, e comecou logo a falar:

- Foi muita sorte eu ter ido visitar voce hoje, o


que voce fazia naquela caverna, eu quase
cheguei tarde demais, falou Vedete.

- Eu achei aquela caverna a mais ou menos a uma


semana atraz, estava cheia de mato na frente e
levei uns 5 dias para limpar a entrada. Ha dois
dias atraz consegui abrir uma brecha na entrada
e esperei até ontem para comecar a explorá-la.
- Eu mandei a Simba e o Nick darem um passeio
hoje, ele deveria leva-la para conhecer os
arredores do lugar, ela ja chegou a algum tempo
e ainda nao havia tido oportunidade de dar um
bom passeio. Eu sei que tenho que guardar o
segredo da floresta e outras coisas, mas
também nao quero que os cachorros que
venham ao meu encontro se sintam numa
prisao. Por isto, já que eles sairam resolvi que já
havia um bom tempo que agente nao se
via.Cheguei a sua cabana hoje pela manha, e a
encontrei vazia, vi que muitos dos seus artefatos
para explorar cavernas nao estavam lá. Achei
que voce havia saido para explorar alguma
caverna, comecei a farejar voce pelo caminho e
de repente percebi a direcao que voce havia
tomado. Quase entrei em panico. Corri o
maximo que pude, ainda na esperanca de que
estivesse errada, mas quando cheguei a entrada
da caverna nao tive duvidas. Minha sorte foi
ser uma cadelinha bem pequenina, pois pude
entrar no pequeno tunel correndo. E cheguei a
tempo de para-lo.

- Do que exatamente voce estava tentanto me


parar. Só me lembro de um perfume forte e de
algo bonito.

- Voce estava na entrada do mundo dos Shaggus.


Seres fosforecentes que te hipnotisam com o
seu perfume e levam a sua alma, pois ela lhes da
luz para continuar vivendo.

- Esta tentando me dizer que aquelas coisas


vivem da alma de outras pessoas?
- Isto mesmo. Uma vez que elas te toquem, em
apenas alguns minutos voce está perdido. E a
pessoa nao faz nenhuma resistencia. Somente
os caes e os escolhidos conseguem fugir e
resistir e destruir os Shaggus.

- Como é que voce sabe tudo isto e nunca me


falou nada.

- Eu nunca te contei mas antes de conhecer voce,


eu morei também na cidade das flores.

- O que?? Voce esta dizendo que morou na cidade


das flores, como é que eu nunca vi voce por lá
quando eu morava lá.

- Foi bem antes de voce chegar, eu morava com o


antigo lider. O nome dele era Bigair. Ele era
como um irmao para o Zorke, os dois moravam
juntos, contavam historias para as criancas
recem chegadas. Bigair gostava muito de
passear a noitinha, e também de visitar a
montanha. Mas agente sempre saia a noite,
somente o Zorke sabia que eu morava com o
Bigair, eramos bons amigos e foi ele quem me
trouxe até a floresta encantada pela primeira
vez. Um dia saimos para um de nossos passeios
a noite e acabamos chegando até a floresta
encantada. Passamos a noite lá e na manha
seguinte subimos até a montanha. Bigair havia
ouvido algumas historias na cidade das flores,
de pessoas que haviam sentido um perfume
forte e queria inspecionar a caverna do portal.
Ele me explicou quem eram os Shaggus e de
como eles agiam. Mas eles normalmente nao
ultrapassam a entrada do mundo deles, as
pessoas é quem vao até a entrada e se deixam
levar.
- Eu nao sei se te agradeco ou te bato, afinal a
minha vida solitaria aqui também nao é das
melhores. Mas continue contando o que
aconteceu com o Bigair, pois eu mesmo nem
nunca ouvi falar nele.

- Entramos na pequena caverna e depois no


grande salao, de lá o Bigair seguiu na frente até
a pequena entrada, na verdade nem sei por que
ele fez isto, pois ele sabia do perigo de ser pego
pelo perfume, mas assim mesmo seguiu em
frente, ele mandou que eu esperasse no grande
salao mas passado algum tempo comecei a
sentir o cheiro forte de perfume que para as
pessoas parece deslumbrante, mas para um cao
é o cheiro mais forte e ruim que eu ja senti na
vida. Fui ver o que estava acontecendo e
quando cheguei vi os Shagus levando o corpo já
sem vida de Bigair. Eu falhei, corri atraz deles,
consegui morder um deles, que me olhou com
muita raiva, fiquei apavorada e fugi e corri até
Brikkan. Cheguei lá mais morta do que viva e fui
ver o velho zorke, no dia seguinte ele me trouxe
até a floresta encantada onde contei a ele a
minha historia.

- Entao é por isto que é proibido sair da cidade de


Brikkan para as montanhas?
- Sim, esta é umas das razoes.
- E quanto ao perfume que Bigair ouviu as
pessoas falarem na cidade?
- Eu contei ao velho Zorke e ele falou de que já
havia havido historias no passado de que os
Shaggus podiam sair do portal durante a noite
mas já havia muito tempo que ninguem fora
atacado, depois disso veio a proibicao de sair a
noite.

Zed andou de um lado para outro pensando


seriamente nas informacoes que Vedete lhe
passara. Se tudo isto fosse verdade, havia um
outro mundo bem pertinho deles, mas ainda havia
muitas icognitas, a serem desvendadas. Ele
mesmo Zed, viera de outro mundo, um mundo que
ele achava era o mundo real. Vedete viera dele
também mas ela morrera. Zed nunca chegara a
morrer. Os Shaggus tinham seu proprio mundo,
mas o que eram os Shaggus afinal. Se eles tinham
um perfume tao bom e lhe davam uma sensacao
tao boa, porque nao ir com eles, porque ter medo
deles, foi o que ele perguntou a Vedete, enquanto
continuava a andar de um lado para outro na
pequena cabana.

- Eu nao sei o que eles sao, apenas que quem


entra lá nunca mais sai. Pode se dizer que é
algo parecido com este lugar aqui em que
vivemos. Só que aqui agente sabe mais ou
menos o que acontece todos os dias, só que lá é
o desconhecido.
Zed abriu a sua pequena mochila e tirou de dentro
uma pequena garrafa onde havia um pouco de agua
e foi para o lado de fora da cabana. Vedete se sentia
confusa, pois nao conseguia dar todas as respostas
pedidas por Zed e tinha medo do desconhecido como
uma pequena cadelinha.

- Bom eu acho melhor eu ir para a montanha,


seria também uma boa ideia avisar Dana sobre
esses Shaggus, caso ela encontre aquela
caverna. Ela é meia esquisita, mas seria uma
pena que ela perdesse sua alma para aquelas
coisas. Disse Zed enquanto pegava sua mochila
e seu arco e flexa. Mesmo sabendo que um arco
e flexa nao serviria de nada contra aquelas
almas penadas.
- Voce acha que existe algum escolhido dentre as
pessoas de Brikkan?
- Segundo o velho Zorke, a lenda diz que
haveriam dois escolhidos, mas ele nao sabe
quem poderia ser ou quando eles viriam se é
que viriam. Mas já faz muito tempo que eu sai
de Brikkan e o velho Zorke me proibiu de voltar
lá apos a morte do Bigair.
Os dois sairam da pequena cabana e seguiram em
direcao ao sul, perto da ponte de pedra os dois se
despediram, Zed atravessou a ponte e de lá seguiria
para a montanha, vedete entrou na floresta e
comecou a andar em direcao ao norte novamente, só
que desta vez seguiu em direcao ao seu enconderijo
para se juntar aos outros cachorros, já pensava em
que desculpa arrumaria para contar a eles e se
talvez devesse contar a eles um pouco dos perigos
que os rondava, ou se seria melhor apenas
conserva-los aqui na floresta onde nada de mau
pudesse acontecer a eles.

X
Dana estava no rio tomando banho, passara o dia
colhendo frutas e depois de ter pego o suficiente
resolvera dar uma passada no Zed, como ele nao
estava resolvera tomar um banho no lago em frente
a casa dele. Os seus cabelos dourados caiam em
suas costas, estavam molhados, ela estava
brincando na agua quando de repente parou e ficou
olhando sua imagem na agua, tinha grandes olhos
azuis, sua pele estava dourada das caminhadas ao
sol, seus cabelos batiam quase que em sua cintura,
tinha o nariz e a boca perfeita, ela nao sabia mas era
uma jovem muito linda. Sua aparencia dizia que ela
tinha cerca de 17 anos, tinha mais ou menos 1,70,
era esbelta, devia ter sido uma verdadeira beleza no
outro mundo. Mas ela nao sabia disto, pois ficara
olhando para sua imagem apenas alguns segundos e
logo voltara a brincar na agua. Normalmente quase
nao se podia ver como ela era na verdade pois ela
quase nao se limpava, e raramente tomava um
banho como o de hoje.
Acabara de por sua roupa quando ouviu o zed
chegando. Sentou-se numa pedra na beira do lago e
ficou esperando até ele chegar. Ele sempre tinha
comida boa, com ele, quem sabe nao cacara algo
especial.
Zed levou um choque quando a encontrou sentada
na sua pedra, primeiro por encontra-la ali, e
segundo por ve-la limpa ele nunca ha havia visto
tomada banho, ele quase nao acreditou em seus
olhos.
- Dana, é voce mesma?
- Claro que sou eu, por acaso voce ficou tempo
demais dentro de sua caverna que nem me
reconhece mais.
- Nao nao é isto, voce tomou banho, eu quase nao
a reconheci, falou Zed admirado com a beleza
daquela menina que ele sempre achara feia e
esquisita.
Foi bom mesmo voce ter vindo aqui pois estava
precisando falar com voce, porque agente nao entra
e prepara algo para comer enquanto conversa.
Tenho uma carne de veado defumada que acho que
voce vai adorar.
Os dois entraram para cabana e Zed foi logo
pegando os pratos e ponto na pequena mesa de
madeira que ele havia feito a muito tempo atraz, era
rustica mas dava para usar. Sua cabana tinha
muitas coisas diferentes e Dana ficou olhando com
um olhar de cobico, talvez algum dia Zed pudesse
ensina-la a fazer aquelas coisas e ela faria o mesmo
em sua cabana. Mas o mais importante agora era
comer esta carne especial que o Zed estava
cortando. Ja fazia tempo que ele nao a convidava
para comer com ele, muito tempo desde que ela
matara o seu proprio cachorro e o comera. Ela nao
entendia por que ele ficara tao irado. Era apenas
um pequeno cachorro. Mas isto nao importava no
momento se ele a convidara hoje, provavelmente a
convidaria outras vezes.
- Bom, comecou zed a falar enquanto se sentava
e comia o seu primeiro pedaco de carne, estava
faminto, e sentia que suas forcas estavam
voltando, após a seu encontro com os Shaggus,
eu preciso te contar umas coisas que me
aconteceram ontem e espero que voce preste
bastante atencao, pois é muito importante para
sua seguranca.
E assim Zed comecou sua interessante historia para
Dana, que o ouvia mas ele nao sabia ao certo se ela
estava lhe dando muita atencao.
Zed tentava explicar-lhe o perigo que ela correria se
ficasse andando a noite pela floresta como ela
costumava fazer e era como se ela na se importa-se
muito.
Por fim ficou irritado com a situacao que para ele
era vida ou morte, mesmo que fosse meio estranho
pois quase todos nestes lugares já haviam
realmente morrido ou melhor já haviam tido uma
outra vida.
- Voce esta me ouvindo e entendendo o que eu
estou falando?
Dana estava tentando esconder um pequeno sorriso
enquanto o Zed lhe explicava a situacao, o perfume
gostoso e a sensacao boa e por fim nao conseguiu
mais se controlar, caiu numa gargalhada e nao
conseguia para de rir.
Zed nao estava entendendo nada, a situacao era
séria, é claro que ele a achava estranha, mas ficar
rindo de algo tao sério, ela deveria ser
completamente louca. Nao se conteve e perguntou
bruscamente: Afinal do que voce esta rindo. Estou
contando alguma piada engracada por acaso, voce
acha engracada aquelas coisas quase terem me
matado.
- Nao, é que voce esta falando de um perfume
gostoso, de sensacao boa, e a ultima vez que eu
os encontrei eles estavam eram fedendo muito e
sensacao boa eu nao senti nenhuma, alias eu
achei que eles estavam me deixando era com
vontade de sair de perto deles o mais rapido
possivel. Mas eu nunca fiquei o tempo suficiente
para perguntar o nome deles.
O que Dana estava lhe contando era incrivel, aquela
mocinha que após o banho podia-se até dizer que
era muito linda, era uma das escolhidas. Será que
ela sabia disto.
- Voce quer dizer que nao sente nada. Apenas
mau cheiro.
- O que voce sabe da profecia que se conta nas
cidades das flores sobre a vinda de dois
escolhidos?
- Nunca ouvi falar. Um dia quando acordei estava
aqui, um homem chamado Bigair veio até aqui e
disse que infelizmente eu deveria continuar por
aqui, pois ele nao recebera nenhum aviso de
minha chegada e porcausa disto ele nao poderia
me por para morar junto com ninguem na cidade
das flores, me disse o que eu podia fazer e o que
eu nao podia, me perguntou se eu me lembrava
de alguma coisa da minha vida passada. Eu disse
que nao e fiquei esperando ansiosa volta dele,
mas ele nunca voltou e assim resolvi desistir de
todos os conselhos de que ele me dera e resolvi
viver a minha vida. Aprendi a cacar, a
sobreviver, e aquela vela que se acende todas as
noites me irrita muito, pois todas as vezes que
tento usar a chamar para acender no meu fogao
eu nao consigo acender nem um graveto com
ela. Ja fui a cidade das flores, mas sempre vou a
noite, mas nunca encontro ninguem, a ultima
vez que fui, nao faz muito tempo, havia uma
mulher andando pelas ruas, e os Shaggus como
voce os chama, estavam lá. Vi a mulher seguindo
diretamente para eles, gritei para avisá-la, ela
se assustou e caiu, os Shaggus foram em direcao
a ela, eu estava como meu arco e flecha e atirei
uma na direcao deles e nao sei se eles foram
embora porcausa de minha flecha ou porque
comecou logo em seguida um movimento na rua,
as pessoas ouviram o meu grito e comecaram a
sair de suas casas. Eu tratei de me esconder e
sai de la o mais rapido possivel.
Zed estava sem palavras mas uma coisa era certa,
precisava fazer uma visita a cidade das flores e
ver o que estava acontecendo, este nao era o seu
mundo de verdade, mas vivia aqui e apesar de
todos os dias procurar por uma saida, acostumara-
se a ele e nao gostava da possibilidade de almas
penadas ficarem rondando os arredores e
aterrorizando as pessoas, precisava conversar com
o velho Zorke e saber dessa historia direitinho.

XI

Vedete chegou em casa e para sua surpresa todos os


caes estavam do lado de fora, ela sentiu
imediatamente que havia algo errado, eles nem
mesmo correram ao seu encontro para fazerem as
perguntas de sempre de onde ela havia passado a
noite ou que havia acontecido, mas continuaram
andando de um lado para outro, Simba estava
uivando feito um louca, Toti tentava consolala mas
nao sabia se uivava de alegria ou de tristeza. Assim
Vedete tomou a frente e perguntou logo o que
estava acontecendo, bastava ela ficar fora “algumas
horas” e tudo virava bagunca.

- Podem me explicar o que esta acontecendo e


porque voces estao aqui fora uivando como
loucos.
- Oh, D. Vedete como foi bom a senhora ter
chegado, nós nao sabiamos o que fazer. E
espero que nao seja tarde demais, falou toti
entre um pulo e outro.
- Fale logo menina, o que acontecendo, perguntou
Vedete já nervosa, pensando no que poderia ter
acontecido.
- É melhor a senhora mesmo, ir la dentro olhar.
Vedete entrou na árvore deles e lá dentro viu, que
mais um pequeno local estava se formando, era uma
varanda e esta varanda tinha vista para uma praia,
um lugar muito bonito, isto significava que logo eles
teriam visita de mais um companheiro ou
companheira. Os outros caes nunca haviam
presenciado, este acontecimento, ela sempre dava
um jeito de tirá-los da toca quando percebia que um
companheiro estava a caminho. Por outro era bom
que eles comecassem a aprender como tudo
acontecia aqui neste lugar.
- Bom, meus amigos, falou Vedete. Nao há motivo
para ficarem preocupados, alías até foi bom que
acontecesse assim afinal, voces nao sao criancas
e devem aprender coisas novas para poderem se
defender e reagir. Simba pare de uivar. O que
esta acontecendo é o que voces estao devem
estar imaginando mesmo. Vamos receber um
novo companheiro ou companheira. E pelo andar
das modificacoes em nossa casa deve ser logo.
Tykke e Simba voces vao recebe-los, Nick e Toti
ficam assim podemos conversar um pouco.

- Tykke voce conhece as regras, direto para casa e


tome muito cuidado. Simba fique sempre perto
dele, a razao de voce ir, é que talvez seja algum
conhecido seu. Nada de tristezas, receba o novo
companheiro com alegria e nada de informacoes
antes do novo companheiro chegar e estar
descansado no canto dele.

Tykke e Simba sairam correndo em direcao a entrada


da floresta, enquanto Vedete, Nick e toti foram para
a porta da arvore ver o que estava acontecendo.
- Venham voces dois, nós podemos entrar lá
dentro enquanto a modificacao acontece, nada
acontecerá conosco e se dermos sorte podemos
ver um pedacinho do outro mundo. Mas voces
devem me prometer de que nao ficaram tristes,
o nosso tempo acabou, o fato de voces verem
nossos ex donos contentes com outros caes, nao
quer dizer que eles foram alegres e felizes
conoscos. As visoes também podem ser tristes,
Dizendo isto Vedete entrou na arvore acompanhada
de Nick e Toti.
A transformacao estava quase terminando, e eles
puderam ver as aguas do mar se formando, a
varanda o sol quentinho banhando as areias daquele
jardim.
Vamos nos sentar no nosso circulo, olhem para
nosso vasilhame de agua e prestem bem atencao,
um pouco das ultimas memorias aparece em nossa
agua , falou vedete bem baixinho para seus amigos.
E derepente como num sonho, Nick viu sua dona, já
bem mais velha desde a ultima vez que a vira, seu
dono falando dinamarques, Oh, a quanto tempo ele
nao ouvia aquela lingua, já haviam se passado mais
de 8 anos. Aquela casa ele nao conhecia. E lá
estava a nova companheira, pobrezinha parecia
muito doente e nem queria comer as delicatezas que
sua dona oferecia. Ela estava la tentando faze-la
comer e dizendo o tempo todo, “come petita, come
um pouquinho”, Ah, Ah, era assim que vedete
descobria o nome dos novos caes, muito esperta e
nunca contou para nenhum deles.

As imagens desapareceram tao rapido como havia


aparecido e os tres ficaram olhando para a agua e
pensando talvez nos ultimos momentos de suas
vidas. Foram se retirando aos pouquinhos e indo
para foram da arvore, cada um com seu
pensamento.
Vedete aproveitou a ocasiao para deixar por
esquecido que havia passado a noite fora de casa,
mas estava se questinando até quando poderia
deixar de contar a eles a nova situacao que havia
surgido no mundo deles.

Enquanto Vedete e os outros estavam na casa da


árvore vendo quem seria o novo companheiro que
estava a caminho Tykke e Simba ja estavam
chegando ao local de espera. Pelo que eles podiam
ver nao havia ninguem no local de chegada, Tykke
gritou para simba.
- Vamos procurar , parece que chegamos tarde.
Comecaram a olhar em volta. E logo viram uma
cadela dourada, andando longe embaixo de
umas arvores.
- Voce corre pela direita e eu pela esquerda.
Vamos cerca-la antes que ela deixe o vale.
Os dois correram e Simba pensou que talvez tivesse
sido melhor que o Nick tivesse vindo, ele corria
como o vento. Mas logo chegaram perto da cadela,
que amedrondada deitou-se no chao.
- Nao me machuquem disse ela. Eu nao vou fazer
mal a ninguem, só estou procurando minha casa.
- Nao tenha medo, nós somos amigos, meu nome
é Simba e voce é?
Mas ela mesma respondeu a sua pergunta. Veja
Tykke é a Petita, uma de nossas meninas. Eu lembro
de voce filhinha, foi levada embora bem pequeninha,
eu pensei que nossa dona tivesse dado você.
Lembra-se de mim.
- Agora que voce falou estou me lembrando. No
final eramos apenas duas. Uma ficou e eu fui
embora para praia.
- Lembra-se dele? Seu pai emprestado.
- Sim. Oi Tykke como vai.
- Bem filhona. Mas é melhor irmos embora, antes
que fique tarde os outros nos esperem. Vamos
para nossa nova casa. Lá voce vai encontrar
outros tres caes, todos sao amigos, portanto
voce nao precisa ficar com medo, alías aqui tem
poucas coisas que voce deve temer. Explicou
Tykke para Petita. Ele nao queria que ela
tivesse outro choque quando encontra-se os
outros caes, afinal aquela era uma de suas
meninas e nao admitiria que alguem fizesse ela
ficar triste.
E assim seguiram os tres para a floresta encanta.

XII

O velho Zorke ja estava terminando de dar uma sopa


a Pine, quando Moru e Vini entraram sorrateiros
pela porta da frente, eles nao haviam conseguido
descer da arvore antes do Zorke entrar na casa das
flores, assim ficaram fazendo uma hora do lado de
fora antes de entrar na casa como se nada tivesse
acontecido.
Zorke percebeu logo que havia algo errado e foi logo
perguntando: - O que voces dois tem nesta sacola
pendurada no pescoco.
Moru que sabia que ele talvez fizesse esta pergunta,
retirou uma maca de dentro da sacola e entregou a
Zorke: - Eu pensei que talvez esta maca fizesse bem
a Pine.
Zorke ficou olhando para Moru e um sensacao
estranha percorreu o seu corpo, puxou o menino
para perto de si e sorriu para ele. - Muito obrigado
Moru, acho que Pine vai ficar muito contente com a
maca quando acordar amanha de manha. Agora
acho que voces devem tentar permanecer dentro de
casa ou aqui no jardim o resto do dia, eu ainda
tenho que ir até a casa das camelias conversar com
os Dual, ele quer me amostrar uma maquina nova
que inventou algo que gira e faz vento.
- E voce Vini trate de pentear esses cabelos, volto
a noite para passar a noite aqui com voces, falou
Zorke e já estava se preparando para sair
quando ouviu alguem chamando do lado de fora.
- Tem alguem em casa, gritou uma voz.
Zorke saiu para olhar e qual nao foi sua surpresa
quando do lado de fora encontrou Zed e uma linda
moca, seria possivel que fosse a Dana. Havia anos
que ele nao a via, mas se fosse estava muito
diferente do que se lembrava.

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