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Pelo que podemos observar, nos sistemas jurídicos dos países ocidentais, a
(menor)idade penal é fixada, predominamente, entre 10 e 16 anos – seja em nações
consideradas desenvolvidas ou mesmo subdesenvolvidas. Há casos extremados, como o
dos EUA, que fixam a idade de imputação penal entre 6 e 18 anos, conforme o estado.
O discurso jurídico dos países ocidentais que adotam a menor idade penal entre 10 e 16
anos fundamenta-se na idéia de que o adolescente (e nos EUA, a criança, a partir dos 6,
também) é responsável por seus atos, porque possui o devido discernimento da
realidade que o cerca. O princípio maior é: o adolescente também deve prestar contas
dos seus atos e, por assim ser, deve ser responsabilizado pelas conseqüências dos
mesmos, não importando se tais conseqüências repercutam, também, na ordem penal.
Nos sistemas jurídicos dos países orientais, podemos observar uma rigorosidade penal
ainda maior. Em muitas nações, como se pode ver, a idade penal alcança os 7 ou 9 anos.
E por que é assim? No caso dos países orientais, há uma decisiva e notória influência da
religião oficial. Essa influência é tão categórica e interessante que, enquanto nós do
ocidente falamos em “direitos humanos”, os orientais assim dizem: “diante de Deus, os
homens não têm direitos humanos, eles têm ‘deveres humanos’”. Quem tem razão, eles
ou nós? Seja qual for a resposta que queiramos dar, não podemos ser, em primeiro
lugar, etnocêntricos, isto é, achar que a nossa cultura é melhor. Em segundo lugar, não
podemos esquecer que as sociedades orientais são milenares, as ocidentais não. Seja
como for, é com esse mesmo rigor que eles entendem a imputabilidade penal.
Em Sergipe, fizemos uma simples investigação qualitativa com alguns dos nossos
alunos da UFS/Itabaiana e o resultado que obtivemos foi: dos 66 que participaram (e
dentre esses temos jovens, entre 18 e 25 anos, de várias cidades interioranas), 65% são a
favor da redução, 27% são contra e 7,5% não souberam responder. Dentre os que são a
favor, a tese defendida pela maioria foi: “se o adolescente é capaz de cometer o crime,
deve responder por ele”. Dentre os que são contra, a tese foi: “a redução não resolverá
o problema da criminalidade e da violência” (tese essa que já defendemos aqui).