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Igreja Cristã Casa de Oração

Jonathan Marques Oliveira

Vocação: Para que somos chamados?


Texto básico: Isaías 6.8

Introdução:
De um alto e sublime trono, alguém clama: “A quem enviarei, e que há de ir por nós?”. Assim
como Isaías, somos convidados a ouvir do trono divino o único e soberano DEUS nos chamar.
E, em Sua Palavra temos seu chamado. Para que ELE nós chama?

1. Um chamado para a santificação: “(...) a santificação, sem a qual ninguém verá


ao SENHOR.” (Hb 12.14).

Infelizmente, hoje este chamado é pouco ouvido por nós, não porque dele não é
falado, mas porque se tornou banal ouvi frases como: “Precisamos ser Santos.” Ou “Deus diz:
sede santos, porque EU sou santo.” Talvez falamos isso e nem pensamos nas implicações que
isso traz para nossas vidas. As escrituras falam constantemente de santificação, e
especialmente em 1ª Pe 1.13-21. Que o SENHOR nos ajude a, após ouvirmos sua Palavra,
buscar uma verdadeira santidade, a qual agrada ao ELE. Podemos ver, em 1ª Pedro, que a
santificação envolve:

A) Renovação de pensamento (v.14): Lemos que “não vos amoldeis...”. Algumas


traduções trarão “não vos conformeis”. Moldar é dar forma, modelar e a preposição “a” indica
negação. Ou seja, amoldar significa não ter a mesma forma, a mesma moldura. A santificação
exige mudança na atitude mental do crente, como lemos em Rm 12.2. Entretanto, está
atitude contrária ao mundo (sociedade organizada contra DEUS) só é possível através da
renovação da nossa mente. Há cristãos que segue a CRISTO, mas pensando como o mundo.
Ouvem as mesmas músicas (ou adaptam, as ditas “gospel”), vêem os mesmos programas de
TV, lêem os mesmos livros, falam dos mesmos assuntos. Entretanto, o crente deve ter sua
mente transformada pelo conhecimento do evangelho, mediante o poder do Espírito Santo.
Efésios 4.22-24 nos exorta que quanto ao trato passado (“ou as paixões que tínheis
anteriormente na vossa ignorância” v.14), devemos renovar-nos no espírito do nosso
entendimento (a mente), nos revestindo do novo homem, criado segundo DEUS. Assim como é
tolice vestir roupas limpas com o corpo sujo, é inútil querer viver o evangelho com uma mente
pecaminosa. Nossa mente deve ser guiada pelo Espírito Santo, nossos olhos, ouvidos e boca.
Somos livres, por CRISTO, do pecado, e o Espírito Santo é aquele que nos faz santo (Rm 8.2,5).
Aqueles que estão em CRISTO devem submeter-se ao Espírito Santo se quiserem crescer à
semelhança de Cristo (Ef 4.13). Aqueles que querem a santificação, primeiro precisam renovar
suas mentes. Ao nascer de novo, todas as coisas se tornaram novas, inclusive nossas mentes.
Quando penso, não penso eu,pois minha mente não mais me pertence (1ª Co 2.161).

B)Total separação dos atos pecaminosos (v.15): Há algumas semanas atrás, estava
lendo algumas notícias na internet, e me deparei com uma afirmação um tanto chocante. Uma
determinada celebridade estava em um programa de auditório contando sobre sua conversão,
quando alguém a questionou sobre as roupas que continuava a usar. A resposta para a
pergunta foi: “Minhas roupas não se converteram, quem se converteu foi o meu coração”.
Paul Washer certa vez disse: “nos tornamos um povo que usa a obra interior do
Espírito Santo como uma desculpa para dizer que nada vai acontecer no lado de
fora”. Lemos em 2ª Co 6.16: “Pelo que saí do deles, e apartai-vos , diz o SENHOR, e não
toqueis em nada imundo, e eu vos receberei.” Santidade envolve separação, uma total
separação. Deus remiu seu eleitos, e os fez um povo especial (2ª Pe 2.9,10). Por tal condição.
Devemos andar dignos desta vocação. Ainda no começo da minha carreira cristã, textos como
Nm 33.50-56 me intregavam: Por que DEUS mandava o povo de Israel aniquilar totalmente os
povos que estavam na Terra Prometida? Ele não é um DEUS bom? Com o tempo, vim a
entender: DEUS conhecia como aqueles povos podiam influenciar a Israel para pecar (e creio

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A tradução King James traz “não permitas que o mundo vos amolde às paixões...”
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que ELE deixou estes relatos para desmentir aqueles que usam argumentos como “Eu vou me
ajuntar com eles para leva-los a DEUS”). A resposta daquela celebridade mostra como a
santidade é compreendida: Uma obra somente interior. Mais uma vez citando Paul Washer:
“não me diga que JESUS tem a sua real essência e o centro de sue ser e isso não
afeta seu corpo.” A Palavra de DEUS diz que “purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne
e do espírito” (2ª Co 7.1). A santificação é um processo completo, do corpo e do Espírito! No
Vv. 15 e 16 do texto que estamos estudando, vemos o padrão pelo qual devemos nos adequar
para a santificação: “aquele que vos chamou (...) Sede Santos, porque EU sou santo.” O
padrão é DEUS. Tal afirmação deveria causar em nossos corações um imenso impacto: nossa
santidade deve estar a par da altura de DEUS. Tal intento é humanamente possível?
NÃO. Por muito tempo, eu não considerava a santificação uma obra prioritariamente divina.
Acreditava que eu deveria ser santo. Mas, o SENHOR me ensinou algo que nunca me
esquecerei: “Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos
irrepreensível...” (Jd 24). Deus é que faz em nós a obra da santificação, através do Espírito
Santo. Ou seja, a santificação não parte do eu para DEUS, mas sim de DEUS para mim, para a
glória DELE (Ef 1.6) E como, em que intensidade, devemos ser santos? “Em todo o nosso
procedimento”, responde as Sagradas Escrituras. Na tradução Revista e Corrigida se lê “em
toda a maneira de viver”. Tudo o que fazemos deve ser separado do mundo. “Eles não são do
mundo, como também eu não sou”, orou nosso Salvador Jesus em Jo 17.16. Este mundo está
encharcado de pecado (1ª Jo 5.19) e a menos influência pode contaminar toda a vida cristã:
“um pouco de fermento leveda toda a massa.” (1ª Co 5.6). Separar para a santificação. Mas
de que? Do pecado. Qual é, ou qual deve ser, a nossa relação com o pecado? Ela deve se
espelhar no padrão de santidade: DEUS “tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal.”
(Hac 1.13). Devemos ter horror ao pecado. Nossas companhias não podem ser os ímpios,
nossos olhos não podem contemplar a prostituição e a impureza, nossas mentes não podem
ser uma estufa de impiedade. As fontes de pecados devem ser totalmente destruídas (2º Rs
18.4-6) e como escrito está em Tg 4.7 “Sujeita-vos, portanto, a DEUS; mas resisti ao diabo, e
ele fugirá de vós.” Tiago escreveu que “não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade
contra DEUS” (Tg 4.4). Saia do meio da iniqüidade, trevas, tramas satânicas e da vida e do
mundanismo do descrente. Saiamos rápido e sem olhar para trás (Gn 19.17).

C) Grande Temos (v.17): Na versão King James, se lê “sincero temor referente” , a


expressão grega tem o sentido de um respeito absoluto e um Pai que é grandioso em amor e
poder, e ao mesmo tempo, severo e intransigente, quanto ao que é saudável, bom e correto.
Hoje, há pouco temor entre nós. De maneira assombrosa, os crente em JESUS estão perdendo
o temor referente a DEUS, e consequentemente a santidade. Se um cristão não teme ao
SENHOR DEUS, fatalmente terá uma visão distorcida. Vamos em Gn 28.17, ali está a
expressão de Jacó quando este compreendeu a presença de DEUS: “Quão temível é este
lugar! É a casa de DEUS, a porta dos céus!”. Jacó temeu na presença de DEUS! Hoje, de
maneira geral, tristemente vemos um total desrespeito à casa de DEUS e a Sua presença.
Moises, ao ser chamado por DEUS, esconder seu rosto em temor (Ex 3.6). Quão falho é nosso
coração ao adorar e chegar a presença de Dele! Onde não há temor, não há santidade.
Mas, o que é Temor? Até hoje não encontrei melhor definição que esta: “(...) como pois
cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra DEUS?” (Gn 39.9). José tinha medo de pecar
contra DEUS. Aqui está a essência do temor: um amor tão grande a DEUS que lhe ofender é
gravíssimo. Hoje, alguns afirmam que somente o coração deve amar a DEUS, sem medo ou
temor algum. E qual é o resultado disso? Homens e mulheres cheios de pecado adorando a
DEUS! O temor é produto do amor, e se realmente amamos ao SENHOR, iremos o
temer do profundo do nosso ser. O temor envolve um compromisso verdadeiro com um
DEUS completamente santo. Quando Isaías viu a glória de DEUS, ele temeu devido ao seu
miserável estado (Is 6.5). Somente quando reconhecemos nosso estado perante DEUS é que
poderemos o temer. Orgulhos não temem a DEUS, humildes se sujeitam a ELE. Nos falta
temor na adoração, na pregação, na vida cristã. Não é inútil lembrar que Nadabi e Abiu foram
mortos por DEUS por não o temerem e entrarem de forma inapropriada na presença de DEUS
(Nm 10.1,2). Temo é amor, respeito, submissão, medo da presença de DEUS. Um dos livros
que mais tratam sobre Temor a DEUS é Provérbios. Na introdução deste livro podemos ler: “O
Temor do SENHOR é o principio do saber.” (1.7), Esta expressão aparece cerca de 15 vezes no
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livro, aproximadamente 20% do livro. Pequena proporção? Talvez não. Uma leitura cuidadosa
de Provérbios e você constatará que o TEMOR do Senhor é o guia, o centro do livro em todos
os outros temas. Ou seja, O TEMOR do SENHOR é a guia para uma vida santa. Em cada
assunto abordado em Provérbios, podemos claramente ver o temor a DEUS fluindo de cada
versículo. Provérbios nos ensina que o temor do SENHOR...
A) Produz ódio pelo pecado e busca pela humildade (3.17,8.13)
B) Guia ao caminho da vida (14.17)
C) Torna o coração ensinável (15.33)
D) Fixa nossos olhos em DEUS (23.17)
E) Guarda de más companhias (24.21)
Como conseqüência, o temor traz força e refúgio (14.26), além de prolongar os dias
(10.27,22.1). Mas, cabe a indagação: “Em que o próprio DEUS nos motiva para o Temer?” . As
escrituras nos respondem neste mesmo versículos que estamos meditando: seremos
julgados pelo nosso santo Pai, que possui justiça completa. Não seremos cobrados de
nossos pecados, pois eles já foram pagos, ou seja, “Quando DEUS perdôo nossos pecados,
lançou ele na profundezas do mares e colocou uma placa escrito: É proibido pescar” (1ª Pe
2.24; Is 53.4,5). Entretanto, seremos julgados como cristãos (Rm 14.10-12, 1º Co 3.12-15). Se
tal pensamento estiver sempre diante dos nossos olhos e dentro dos nossos
corações, isso nos levará não a atos motivados por medo e obrigação, mas criará
em nós um genuíno desejo de ser útil na seara do mestre (1º Co 9.23-27). As
escrituras ainda mostram outro aspecto importante do Temor: a visão de quem somos. Lemos
em 1ª Pedro que devemos portar com temor como peregrinos. É necessário que o Cristão
mantenha a visão do eterno diante dos olhos, que pense que tudo nesta terra é
passageira e que o espiritual é o mais valioso, como Jonh Piper diz: “As únicas pessoas
que fazem algo de bom aqui na terra são aquelas que tem uma mente tão celestial que são
livres deste mundo.” . Não se usa esse pensamento para uma vida não pensa no presente
(saúde, financeiro, emocional), pelo contrário, tal pensamento produz um zelo pelo presente
sempre com vistas ao futuro (1ª Co 15.31,32; 10.31). Quando se considera a eternidade,
isso leva ao um maior sentido de santidade (1ª Pe 2.11,12). Em nossa divina chamada
a santificação, o temor é imprescindível (Sl 2.11).

D) A Valorização da redenção (V.18,19): Pedro,cita por ultimo, porém não menos


importante, a grande motivação da santificação do crente: a redenção por CRISTO. Dom
Matzat escreve que “A cruz revela a profundidade de nosso pecados, não a altura de nosso
valor diante de DEUS”. Nas escrituras, o termo “resgatar” significa livrar alguém da escravidão
ou de alguma condenação, mediante o pagamento de alta multa ou fianças. No mundo grego,
os escravos podiam ser redimidos por fianças ou substituídos por outra pessoa com
características físicas e intelectuais semelhantes. E Cristo fez muito mais que isso! É por isso
que Pedro enfatiza o quão grande foi a rendenção dos crentes: nela, o próprio DEUS
resgatava o homem, pagando um preço altíssimo: a morte de seu filho na CRUZ.
Paulo expressa essa verdade em Rm 8.1-4. Cristo pagou o preço pela nossa redenção. Não
com coisas perecíveis, como prata ou ouro, mas com seu sangue. Por instante, contemple o
nosso passado: pecadores e alvos da ira de DEUS (Sl 51.5, Jo 3.36). E nosso pecado era
contra nós, nós acusava e nos afastava de DEUS. Mas, CRISTO veio e pagou nossa conta,
cancelando assim nosso pecado (Cl 2.14). Ele fez, na cruz, um transporte passivo do
homem2, tirando-nos das trevas e levando-nos para a luz (Cl 1.13). Mas, o preço para
isso foi alto: A CRUZ. Quando meditamos na cruz, nas horas que antecederam o horror e o
sofrimento, vemos que o preço foi alto. Cristo havia dito que sua missão na terra era de
resgatar o homem do pecado (Mt 20.28) e não lhe foi poupada uma só gota se seu sangue
para pagar nosso preço. Na cruz, DEUS derramou toda a sua ira sobre seu filho, para que hoje
pudéssemos gozar da paz e da presença de DEUS. Naquela cruz, a dor foi inimaginável, pois o
pecado foi castigo por completo (Gl 3.13, Tt 2.14). Tudo que ocorreu naqueles momentos era
imerecidos para o Filho de DEUS, mas ele se fez pecado por nós (Is 53.4,5). Em um viver fútil,

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Por transporte passivo, entende-se que a salvação é uma ação de DEUS para o homem, pela
sua misericórdia e graça, e não do homem para DEUS, por sua bondade ou obras as quais
tenha feito.
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sem sentido, o sangue do cordeiro resgatou os que Nele crêem. Quando Jesus, o cordeiro de
DEUS (Jo 1.29) foi ao derradeiro sacrifício, ELE purificou e restaurou a nós (Hb 9.13,14). Tal
maravilhosa verdade leva o crente a buscar a santificação em 1º lugar, porque ele
sabe que o preço pela sua vida foi alto. Olhe para aquela rude cruz, veja o que CRISTO
fez ali, o quanto sofreu, para que DEUS fosse glorificado e o homem pudesse ser justificado.
Sinta um pouco, mesmo que seja impossível, do amargo cálice de Nosso SENHOR. Veja os
cravos, a lança, a coroa, os chicotes. Por um instante, fite somente aquele era a própria VIDA
sofrendo cada gota de sangue que escorria daquela rude cruz. Escute o brado final de vitória:
“Está Consumado”. No final, não duvido, nos confessaremos com tudo o que somos, e
perguntaremos: “Fizeste tudo isto por mim? Eis me aqui, pois pagaste alto preço pela minha
vida, e servo teu para sempre sou.” Como escreveu Herb Vander Lugt escreveu: “O saber
quem somos agora, em CRISTO, deveria certamente causar grande diferença em nosso estilo
de vida na terra.”

Mitchell Jones diz que “Não há santidade sem guerra”. DEUS chama a cada crente
para ser santo, e assim poder ter o privilégio de ver a nosso DEUS. È importante
salientar que Pedro passou por uma grande experiência com o SENHOR JESUS e
mesmo quando o negou, Cristo amorosamente o perdoou e o transformou em um
grande pregador do evangelho. Conheçamos nosso salvador e nos entreguemos
unicamente a ELE. A santidade é um processo que o Espírito Santo faz em nós, e
citando C.H Spurgeon: “(...) Como podemos esperar obedecer a DEUS, posto que
Adão fracassou? A única resposta é que o SENHOR JESUS CRISTO prometeu que,
quando começar a operar em nossas vidas, Ele continuará até que tenha terminado
a obra.” DEUS nos chama à santificação. Vamos a ELE, somente com nossos
corações quebrantados, e ELE não nos recusará.

2. Um chamado para a comunhão: “Eu sou a videira, vos, os ramos. Quem


permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto (...)” (Jo 15.5).

Quanto queremos conhecer de DEUS? Quanto queremos viver junto DELE, para Ele em
louvor a ELE? Quando falo de comunhão, não posso deixar de citar uma das minhas assertivas
favoritas, do Pr. Jonh Piper: “Existimos para a sua alegria, porque DEUS é mais glorificado em
nós quando somos mais satisfeitos Nele.” Talvez essa frase resume todo nosso pensamento
sobre comunhão: Somos satisfeitos pela comunhão com CRISTO, e assim DEUS é glorificado
em nós. Lemos em Dt 4.29 que “buscarás ao SENHOR teu DEUS, e o acharás, quando o
buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.”. A comunhão com DEUS é algo
surpreendentemente intenso, pois nosso DEUS é uma pessoa real. A.W.Tozer diz que: “Deus é
uma pessoa e pode ser conhecido em graus crescentes de intimidade à medida que
preparamos nossos corações para estas maravilhas.”. Somos chamados a comunhão com
DEUS: estarmos juntos, um com o SENHOR: “Fiel é DEUS, pelo qual fortes chamados à
comunhão de seu JESUS CRISTO, nosso SENHOR.” (1ª Co 1.9)

Andando com DEUS:


Lemos que Enoque andou com DEUS (Gn 5.22,24) assim como Noé (Gn 6.9). Nós devemos
ser conhecidos como homens e mulheres que andam com DEUS, e isto refletirá em
nossas atitudes. Noé era justo e reto porque andava com DEUS. Como podemos andar com
DEUS?Como podemos ter comunhão com ELE? Podemos entende isso por três verbos de ação,
que podemos chamar de MVA:

Meditar na Palavra
Viver na Oração
Andar no Espírito Santo

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Um dos grandes erros é acreditar que a comunhão é restrita a devocionais, a reuniões.


Comunhão com DEUS consiste em conviver com DEUS. Por isso Andar com DEUS, pois
expressa uma ação continua e constante. Como escreveu Paul Washer: “Confinar DEUS a um
tempo de meditação é grotesco, reduzir o discipulado a somente obediência é patético, e
fazer do ministério outra coisas a não ser a vida de CRISTO fluindo do seu íntimo
relacionamento com ELE é fazer nada mais que um trabalho estúpido da carne.”. Como o
salmista escreveu, que possamos clamar em nosso Espírito: “Ó DEUS, tu és o meu DEUS forte;
eu te busco ansiosamente3; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, com terra
árida, exausta, sem água.” (Sl 63.1).

1)Meditação na Palavra (Pv 22.17-19):


“O cristianismo requer que a mente esteja totalmente engajada(...)sobre conhecer DEUS de
um modo íntimo e pessoal e ser transformado na semelhança de Seu Filho.” (Paul Washer)

Meditar, não somente ler. Preferi o termo meditação, não no sentido de heresias orientais
como budismo, hinduísmo e meditações transcendentais. Refiro-me a meditação no sentido
de ponderar, sobre o ato ou efeito de meditar; concentração intensa do espírito;
reflexão. Ou seja, ler cuidadosamente cada letra das Sagradas Escrituras. Geralmente lemos,
mas não meditamos. O salmista escreveu no Sl 1.2: “Ante, o seu prazer está na lei... nela
medita dia e noite.”. Duas coisas: a primeira é que o filho tem prazer em ouvir a voz do
pai, ele ama pacientemente ouvir cada ensinamento. Segundo, medita dia e noite. Nossa
comunhão com DEUS é eficaz quando ocupa a totalidade de nossa mente. É a
vontade de sempre estar na presença de DEUS e o ser completo, ser satisfeito Nele através
disso (Sl 119.14,16,35). O Livro de Provérbios tem sábias lições para aqueles que querem
conviver com DEUS, ouvindo e meditando na sua Palavra. É o que lemos em Provérbios 22.17-
19. Aprendemos quatro atitudes para aprendermos da palavra de DEUS:
A) Inclinar o ouvido: A postura de inclinar demonstra humildade, como está
escrito no Sl 119.36 “Inclina-me o coração aos teus mandamentos”. Essa deve ser nossa
atitude ao ouvirmos: humildade, para que recebamos graça. Maria sentou-se aos pés de JESUS
para ouvi-lo (Lc 10.39). Nossos ouvidos (coração) devem fazer o mesmo: Sentar-se aos pés de
JESUS.
B)Ouve as Palavras: Outra tradução traz “presta atenção”. E realmente o
sentido é esse: ter atenção pela palavra de DEUS. Por isso meditar de dia e noite. Quando
lemos em 1ª Ts 2.13, vemos que aqueles que ouviam a Palavra, estavam sendo trabalhados
pro ela. Ao darmos atenção, ouvindo a Palavra, o Espírito Santo age em nossos corações (Is
55.11, At 20.32, 2ª Tm 3.16,17). Podemos também pensar no ouvir a Palavra de DEUS nas
reuniões, quando DEUS usa irmãos para trazerem a Palavra de DEUS à Igreja. Uma frase de
J.I.Packer nos faz meditar: “Costumamos lamentar, hoje em dia, que os ministros não sabem
pregar, mas não é igualmente verdadeiro que nossas congregações sabem ouvir?”
C)Guardas no teu coração: O salmista Davi escreve no Sl 119.11: “guardo no
coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.”. Nosso coração deve ser um “deposito
ativo” da Palavra de DEUS. Isso nos leva a comunhão com ELE e nos protege de pecar contra
DEUS. Quando se olha para o coração, se vê o que a pessoa é, a sua essência (Pv 27.19), por
isso um coração cheio da Palavra de DEUS reflete o caráter do Pai.
D) Aplicar todas aos teus lábios: Demonstra a parte prática da Palavra. Após
se inclinar, ouvir e guardar os lábios mostrarão o que realmente está no coração( Lc 6.45).
Quando refletimos com nossos lábios a Palavra do SENHOR, honramos a ELE: “Sejam
agradáveis as palavras da minha boca e a meditaçäo do meu coraçäo perante a tua face,
SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!” (Sl 19.14)

A Palavra do Senhor é o guia do Cristão, pois “Quando caminhares, isso te guiará; quando
deitares te guardará; quando acordares, falará contigo.” (Pv 6.22). Através da meditação na
Palavra, o crente pode crescer (Sl 39.34 – repare a imagem da fogueira como um local
tranqüilo e aconchegante). Hoje existe muito conhecimento sobre a Bíblia. Vemos a cada dia

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A Almeida corrigida fiel trás a palavra “de madrugada”
“Esquentou-se-me o coraçäo dentro de mim; enquanto eu meditava se acendeu um fogo;”
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livros e mais livros sobre a Bíblia, inúmeras e diferentes Bíblias de estudo. Entretanto, há
pouca comunhão. Hoje, os cristão tem alcance a muito conhecimento (o que,aliás, é até um
pouco perigoso devido as inúmeras fontes), porém conhecem pouco quem é o grande mentor
e Inspirador das Sagradas Escrituras. Um povo com muito conhecimento, porém pouca
comunhão, tornando verdadeiro o que diz 2ª Co 3.6: “a letra mata, mas o espírito vivifica.”. O
Espírito vivifica, ou seja, o Espírito Santo nos leva comunhão com DEUS. David Rooper
escreveu que “muitos de nós lemos a Palavra de DEUS, mas não nos nutrimos de DEUS.” Nos
prendemos, muitas vezes, ao texto, seu original e seu sentido na língua original. Isso é
importante, mas a principal finalidade da leitura da Bíblia não é acumular
conhecimento sobre DEUS, mas vir a Ele e conhece-lo como nosso DEUS vivo. A
Bíblia não é um fim em si mesma, mas um estímulo à nossa interação com DEUS. Ao
meditarmos nas Sagradas Letras, devemos atentar, como disse Karl Borth, “a Palavra revelada
nas palavras”. Ezequiel, literalmente, comeu as Palavras do Senhor quando as viu (Ez 3.1-3) e
lhes foram doces como o mel. Que nos alimentemos da Palavra, pois, como Davi escreveu, os
preceitos do SENHOR são mais doces que o mel (Sl 19.7-10).

2) Vida de Oração (1ª Ts 5.17, Ef 6.18):


“Ore até que você possa orar, e então ore até que você tenha orado.”

Davi, no Sl 109.4b diz “Eu, porém, oro.” E, assim como usei meditação no lugar de leitura,
usarei vida no lugar de simplesmente orar. Quando falamos em vida de oração, isso toma uma
conotação orgânica, ou seja, de que a oração é algo vivo. A oração é nossa resposta à
revelação e abertura do coração de DEUS, é uma extensão de nossos encontros com DEUS. A
oração é uma marca do cristão. Quando lemos sobre a conversão do grande Apóstolo
Paulo, em Atos 9, lemos no v.11: “ele está orando”. É a primeira ação de Paulo depois de seu
encontro com o SENHOR. Talvez isto tenha influenciado muito o ministério deste homem. A
oração nos leva a presença de DEUS. Muitos obreiros, assim como homens e mulheres
que trabalham para o SENHOR, algumas vezes trabalham tanto para o SENHOR, que não tem
tempo para orar. Paradoxal, não? Mas isso pode ser verdade em nossas vidas: trabalhar na
obra do SENHOR, porém longe do SENHOR. Talvez, como comenta Washer, a oração seja a
tarefa mais sagrada a homens. Nosso Senhor JESUS deixou isto bem claro em seu
ministério: A valorização dos momentos de oração com DEUS. Lemos em Mc 1.35, que
JESUS a alta madrugava orava. Mesmo com grandes multidões o acompanhando, nosso
mestre não abria mão de seus momentos de comunhão com o Pai (Lc 5.15,16). Ele também
orava antes de tomar decisões (Lc 6.12) e nos momentos mais angustiantes antes da cruz,
ELE ainda buscava o conforto do Pau (Mt 26.36,39,45,44; Lc 22.44). Ele é nosso exemplo,
sigamos seu caminho (Hb 5.7). A oração é um dialogo, não um monólogo. Este dialogo é
entre aquele que recebe a orientação pela Palavra e Aquele que dá a orientação. A Bíblia nos
diz que a oração pode muito em seus efeitos (Tg 5.16b), é essencial para a luta espiritual e
deve ser constante. A força de uma igreja pode ser medida pelos números de joelhos
que se dobram em oração (At 2.42, 4.31, 12.5)

Antes de irmos para o terceiro e ultimo ponto, gostaria de fazer algumas ponderações sobre
estes dois elementos da nossa comunhão com DEUS. Nossos encontros com o SENHOR devem
ser em um lugar a sós com ELE (Mt 6.6). Agostinho disse “É difícil ver DEUS estando na
multidão.”. Devemos reservar um tempo em que estaremos a sós com DEUS: “A simplicidade
começa com a solidão – não somente um tempo a sós, mas tempo a sós com DEUS.”. Esta
comunhão deve ser alimentada. Como crianças, devemos almejar a presença do SENHOR (Sl
131.2). Devemos ir a presença de DEUS a cada manhã, e “Quando mais você for lá (na
presença de DEUS), mais você vai querer retornar.” Como escreveu A.W.Tozer: “Permaneça
nesse lugar secreto até que os ruídos comecem a desaparecem do seu coração, até que a
presença de DEUS te envolver. Procure ouvir sua voz interior até aprender a reconhcê-la”.

3) Andar no Espírito (Gl 5.16)

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Porque Andar? Talvez porque andar indica uma ação constante e diária, assim como falamos
no início sobre Noé e Enoque. E é por isso que iremos concluir neste ponto. Paulo mostra o
porque de andar no Espírito: porque militamos uma batalha contra a carne (v.17) e a nossa
carne está crucificada (v.24). Entretanto, esta carne fará de tudo para retomar o controle que
outrora estava com ela, mas hoje está com o Espírito Santo. Se vivemos, também andemos
no Espírito. As escrituras mostram com isso que o Espírito Santo está em nós, por isso
vivemos Nele como ELE também guia nossos atos, por isso andamos no Espírito (v.25). O
Espírito Santo está em nós, habitando em nosso coração, como selo de nosso coração
(Ef1.13,14). Dependamos do seu poder: isso é andar no Espírito. Através Dele, somos
santificados (2ª Ts 2.13), seu poder derrama o amor de DEUS em nossos corações (Rm 5.5),
intercede por nós (Rm 8.26), é aquele que gera em nosso ser os frutos do Espírito Santo
(Gl5.22,23) e fortalece e dá entendimento (Ef 3.14-19).

Estamos em uma maratona espiritual: O testemunho das escrituras está ao nosso redor e
dentro dos nossos corações; o Espírito Santo nos dar forças para continuar. Não desistamos,
as moradas estão perto, a chegada é garantida e Aquele que nos espera comprou-nos com a
sal vida. Vivamos pois, e andemos no Espírito Santo. (Hb 12.1-3)

17 e 18/10/2009 7
Conferência em Vitória – ES

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