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RESUMO
Key Words: Strategical Planning, Strategical Plan, Long Period Planning, Enterprise
Strategy, Strategies, Models and Strategical Options.
A evolução do planejamento estratégico
Planejamento Estratégico
Embora cada modelo tenha características distintas, pode-se observar que todos os
modelos apresentam seis macro-etapas bem definidas: (1) definição das Diretrizes
Estratégicas, que determinam como a empresa deverá atuar no ambiente; (2) a análise
estratégica do ambiente interno, que compreende um levantamento das informações sobre a
organização, buscando identificar suas potencialidades e fraquezas; (3) análise estratégica do
ambiente externo, que compreende a análise do macro-ambiente, da indústria, da
concorrência, do mercado, e previsões futuras; (4) formulação dos objetivos e metas que a
empresa pretende alcançar; (5) escolhas e definição das estratégias, visando a estabelecer uma
posição futura para atender os objetivos estabelecidos, e (6) implementação do plano
estratégico. Cada macro-etapa analisada anteriormente possui suas particularidades, revelando
elementos específicos a serem considerados para a realização do planejamento estratégico.
Segundo Kaplan e Norton (2004, p.5), “não existem duas organizações que
pensem sobre estratégia da mesma maneira”, o que leva a concluir que o modelo a ser
escolhido deve seguir a linha de cultura, aprendizado e conhecimento da organização.
O quadro 1 compara 13 modelos distintos de Planejamento Estratégico. O
objetivo é identificar uma maior ou menor ênfase em determinadas etapas, cuja própria
nomenclatura e divisão delimitam a importância dos passos a serem seguidos. A numeração
descrita no quadro identifica a ordem temporal adotada por cada autor.
Etapas do Modelo Vasconcellos e Pagnoncelli Almeida Oliveira Rasmussen
1.Definição da Visão
2. Definição da Missão 1. Missão
Princípios Norteadores 5.Missão 4. Elaboração de macro políticas
5. Visão 2. Vocação da empresa
6. Propósito
2.Oportunidades e ameaças
4.Análise Ambiental
Análise Externa 4. Análise Ambiental 3.Análise dos Concorrentes 1. Análise do macro Ambiente
5.Campo de atuação
7. Definição de cenários
3. Aspectos Internos
Análise Interna - 4.Pontos Fortes, Fracos e neutros 2. Análise do Micro-ambiente
6. Identificação da estratégia vigente
10.Objetivos gerais
Objetivos 6. Definição dos Objetivos 7.Definição dos Objetivos 3. Elaboração dos Macro objetivo
11.Obejtivos Funcionais
Formulação das
- 8. Direcionamento das Estratégias 13.Definição de estratégias e Políticas 5.Elaboração de macro estratégias
Estratégias
Implementação 7. Implementação e Comunicação 10. Definir ações 14.Plano de Ação 6.Preparação do plano de ação
Diagnóstico estratégico
- -
preliminar
1. Definição da missão
1. Objetivos
Princípios Norteadores 3. Missão 4.Revisão da missão 1.Visão estratégica da empresa
6.Missão
5.Elaboração de filosofias e políticas
2. Cenário Global
1. Oportunidades
3. Análise do mercado, evolução e
Análise Externa 2. Ameaças 1. Análise Externa 2. Análise do ambiente externo
tendência
3. Limitações
4.Perfil de respostas dos concorrentes
4. Pontos Fortes
Análise Interna 2. Análise interna 3. Análise do ambiente interno 6.Análise do sistema de negócios
5. Pontos Fracos
5. Objetivos tentativos
Objetivos 7. Revisão dos Objetivos 4. Objetivos 6. Definição de objetivos
7. Objetivos revistos
8. Estratégias de diversificação
Formulação das 9. Estratégias de expansão
5. Formulação das Estratégias 7. Seleção das estratégias 8. Estratégias de competição
Estratégias 10.Estratégias financeira
11. Estratégias administrativa
9. Elaboração do orçamento
Implementação 12. Implementação das estratégias 6. Implementação 9. Implementação e Controle
12. Implementação
Ênfase estratégica do
Mix de produtos e mercados Vantagem Competitiva Vantagem Competitiva Orientação para o mercado
modelo
Metas - - - -
9. Estrutura da organização
Implementação 10. Plano de Ação Liderança, poder e cultura 11. Implementação 7. Plano de Ação
organziacional
Porter (1986) define que o objetivo de uma estratégia é encontrar uma posição
dentro do mercado, de forma que a companhia possa se defender contra forças competitivas
dos concorrentes ou influenciá-las a seu favor. Segundo Porter (1999), o ponto de partida do
desenvolvimento de uma estratégia competitiva eficaz é ter em mente o objetivo principal de
obter um bom retorno sobre os investimentos para os acionistas e demais colaboradores. No
quadro 2, o autor apresenta os princípios do posicionamento estratégico.
1º O posicionamento estratégico deve começar com o objetivo certo: superioridade no longo prazo do retorno
sobre o investimento.
3º A estratégia deve refletir-se numa cadeia de valor específica. Para desenvolver vantagem competitiva
sustentável, a empresa precisa executar atividades diferentes dos rivais ou executar de maneira diferente as
mesmas atividades dos rivais.
4º As estratégias poderosas envolvem trade-offs. As empresas precisam fazer escolhas, elas devem abandonar
ou abrir mão de algumas características dos produtos, serviços, ou atividades, a fim de serem inigualáveis em
outras.
5º A estratégia define o modo como se encaixam os elementos das atividades das empresas. A estratégia
envolve o exercício de escolhas interdependentes, ao longo de toda a cadeia de valor; todas as atividades da
empresa devem ser mutuamente reforçadas.
6º A estratégia requer continuidade de direção. A empresa deve definir uma proposição de valor a ser
sustentada no longo prazo, mesmo que isso signifique a renúncia a certas oportunidades.
Mintzberg (2001) sugere que a estratégia escolhida pela organização deve ser
criativa e inovadora, assegurando seu êxito nos negócios atuais, ao mesmo tempo em que
constrói as competências essenciais do amanhã. O autor alerta que a estratégia realizada de
uma organização nem sempre coincide com a estratégia pretendida, devido às constantes
mudanças verificadas no atual ambiente turbulento dos negócios. Segundo o autor, a
formulação de estratégias gera uma atividade contínua entre cinco dimensões: estratégias
pretendidas, estratégias deliberadas, estratégias emergentes, estratégias realizadas e estratégias
não realizadas. Conseqüentemente, a estratégia realizada acaba sendo uma composição de
ações planejadas e reações necessárias para condições imprevistas.
Embora cada situação seja única, existem alguns critérios comuns que tendem a
definir uma boa estratégia. Na ótica de Quinn (2001), o fato de que uma estratégia tenha
funcionado em determinada situação não é um critério suficiente para determinar os
resultados finais de uma organização. Há que se considerar, também, outros fatores, como
sorte, recursos existentes, implementação e erros inimigos. O autor sugere que, para a
avaliação das estratégias, deve-se levar em conta o seu grau de clareza, impacto motivacional,
consistência com o meio competitivo, grau de risco, horizonte do tempo, valores pessoais dos
estrategistas e sua praticabilidade. As principais estratégias empresariais foram aqui reunidas
visando identificar as opções estratégicas que as organizações possuem na atual
competitividade mercado.
Estratégia de Diferenciação
Sempre que as necessidades e desejos dos clientes forem muito diversificados
para serem satisfeitos com produtos padronizados, a estratégia de Diferenciação torna-se uma
abordagem competitiva atrativa. Segundo Porter (1989), a estratégia de Diferenciação deve
espelhar os diferentes atributos que o produto possui quando comparado com produtos de
concorrentes.
Estratégia de Enfoque
Estratégia de Carteira
Ansoff (1990) explica que, para a estratégia de carteira, existem quatro
componentes principais: vetor de crescimento, vantagem competitiva, sinergia e flexibilidade
estratégica. O vetor de crescimento especifica o alcance e a direção dos negócios futuros da
empresa. A vantagem competitiva leva a empresa a um posicionamento no mercado que a
diferencie de seus concorrentes. A sinergia visa o entrosamento entre as áreas e atividades da
empresa e a flexibilidade faz com que essa empresa se adapte facilmente às mudanças de
mercado.
Estratégia de Defesa
Estratégia de Crescimento
Estratégia de Ataque
Estratégia de estabilidade
Conforme Wright, Kroll e Parnell (2000), as empresas muitas vezes são forçadas a
utilizar a estratégia de estabilidade por estarem em uma indústria com nenhum ou um baixo
crescimento sem outras opções viáveis de crescimento. A estratégia de estabilidade descrita
por Certo e Peter (19993) é uma estratégia focada em concentrar as atividades da empresa,
manter o que ela já possui e buscar a manutenção de sua estrutura atual.
Outro fator para que a empresa adote essa alternativa diz respeito ao custo
benefício. Empresas que já dominam o mercado buscam a estabilidade para minimizar suas
chances de serem processadas por práticas monopolistas. Um último fator referente à escolha
dessa estratégia se dá pelas empresas menores que se concentram em produtos e serviços
especializados, temendo que um crescimento resulte na redução da qualidade e em um pior
atendimento ao cliente.
Estratégia de excelência operacional pode ser entendida como uma estratégia que
oferta aos clientes produtos e serviços confiáveis, com preços competitivos, que são entregues
com um mínimo de dificuldade ou conveniência. Essa estratégia busca a combinação de
qualidade, preço e facilidade de compra como características únicas no mercado. Segundo
Treacy e Wiserma (1995), as empresas que aderirem a essa estratégia deverão ser inovadoras
em seus produtos e serviços e prezarem por um relacionamento personalizado com seus
clientes.
Porém, Porter (1999) não considera excelência operacional uma estratégia. Para
ele, qualquer organização deve cultivar a excelência operacional para implementar sua
estratégia específica. A proposição de valor, para Porter (1999), deve representar o que a
organização oferece para seus clientes, não como a organização gerencia seus processos
internos.
Segundo Hax e Wilde (2002), essa estratégia desloca a atenção do produto para o
cliente, buscando uma solução que satisfaça todas suas necessidades e desejos,
proporcionando à empresa o mais alto índice de satisfação ao cliente.
Hax e Wilde (2002) propõem uma nova abordagem para o desenvolvimento das
estratégias destinadas a enfrentar as forças econômicas mais complexas que surgem no
ambiente competitivo. Os autores desenvolveram o modelo Delta voltado para a economia
interconectada. O tema central do modelo delta é a estratégia, tanto para a velha quanto para a
nova economia. Entretanto, ao invés de considerar o processo de formulação de estratégia
baseado na competição, o modelo delta enfatiza a amarração que pode ser obtida entre
consumidores, fornecedores, concorrentes, substitutos e complementadores.
ALMEIDA, Martinho Isnard Ribeiro de. Manual de planejamento estratégico: 2.ed. São
Paulo: Atlas, 2003.
HAX, Arnold C.; WILD, Dean L. “O modelo Delta: Gestão adaptativa para um mundo
em transformação.” In: CUSUMANO, Michael A.; MARKIDES, Constantinos C.
Pensamentos Estratégicos. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
JOYCE, William; NHORIA, Nitin; ROBERSON, Bruce. O que (realmente!) funciona. Rio
de Janeiro: Campus, 2003.
KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. 12ª
Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Mapas Estratégicos. 1ª Ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2004.
MILES, Raymond E.; SNOW, Charles C. Organizational strategy, structure, and process.
California: Stanford University Press, 2003.
MINTZBERG, Henry; QUINN, James Brian. O Processo da Estratégia. 3.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
STEINER, George A.; MINER, John B. Política e estratégia administrativa. Rio de Janeiro:
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WESTWOOD, John. O Plano de Marketing. 2 ed. São Paulo: Pearson Education, 1996.