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“A razão porque há tantas desgraças no casamento não é que maridos e esposas buscam
o seu próprio prazer, mas que não o buscam no prazer do seu cônjuge. O mandato
bíblico para maridos e esposas é buscar sua própria alegria na alegria do cônjuge. Que
façam do casamento a fonte do prazer cristão.” (John Piper)
O casamento é uma instituição que tanto cristãos quanto não-cristãos abraçam. Praticamente todas as culturas possuem
algum tipo de cerimônia que une duas pessoas em algum tipo de aliança duradoura. Para alguns, esse é apenas um construto
social, de culturas defasadas. Para outros, apenas uma formalidade.
Para a Bíblia, porém, é algo criado por Deus para louvor de sua glória, abençoando tanto os cônjuges, quanto a sociedade e a
própria Criação. O casamento é uma aliança entre homem e mulher, que reflete a beleza da aliança entre Cristo e seu povo.
Assim, devemos levar a sério o que a Palavra diz sobre o assunto.
Antes da queda
Já vimos que o ser humano foi criado à imagem de Deus e recebeu a missão de governar a Criação. Muitos, porém, ignoram
o fato de que a Bíblia considera tanto o homem quanto a mulher como portadores dessa imagem e com responsabilidades
semelhantes.
Este é o registro da descendência de Adão: Quando Deus criou o homem, à
[ Gênesis 5.1,2 ] semelhança de Deus o fez; homem e mulher os criou. Quando foram criados, ele
os abençoou e os chamou Homem [Adão].
No entanto, em Gênesis 2, vemos que existe uma sequência de Criação, e isto é importante para entendermos o que Deus
espera do relacionamento entre homem e mulher num casamento.
Então o SENHOR Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só; farei para
[ Gênesis 2.18 ] ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”.
Pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem; além disso, o
[ 1 Coríntios 7.8,9 ] homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.
Adão e Eva não tinham naturezas diferentes, no sentido de um ser inferior ao outro. Mas eles receberam funções diferentes.
Enquanto o homem foi colocado numa posição de liderança, cabia a Eva ajudá-lo na missão de governo sobre a Criação.
Não existe qualquer diminuição da mulher aqui. Vemos que na Trindade as três Pessoas são iguais em natureza e poder, mas
cumprem funções diferentes – Filho e Espírito são submissos ao Pai, sem que isso diminua o Filho ou o Espírito.
Terceira Igreja Batista do Plano Piloto // EBD: Visão certa, mundo incerto // 15 novembro 2009 2
Então Jesus disse: “Quando vocês levantarem o Filho do homem, saberão que Eu
[ João 8.28,29 ] Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou.
Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, pois sempre faço o
que lhe agrada”.
Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes
[ João 14.26 ] ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.
Após a queda
Logo que Adão e Eva pecam, já surgem problemas de relacionamentos entre os dois. Deus pergunta sobre o que aconteceu
junto à árvore do conhecimento, e o que vemos de Adão é uma tentativa de colocar a culpa em Eva. A maldição que Deus
coloca sobre os dois indica que relação harmoniosa entre os dois não mais existirá.
“ Embora antes da Queda houvesse harmonia entre Adão e Eva na realização dos seus papéis,
”
agora havia um ‘jogo de poder’, uma vez que ambos procuravam dominar um ao outro. Isso logo
resultou em muito pesar, desordem, amargura e miséria. (Martha Peace)
Um problema decorrente da entrada do pecado é a distorção da sexualidade do homem e da mulher. A relação que
Deus entregou aos dois foi uma união que se consuma no casamento. Após a Queda, surgem pecados sexuais, que
negam a santidade do leito matrimonial: fornicação, adultério, homossexualidade, bestialidade, poligamia, entre outros.
“
Aquilo que deveria ser dividido entre marido e mulher se transforma numa fonte de prazer egoísta.
O propósito do sexo é ser um meio de satisfação mútua, onde o marido pensa em primeiro lugar
em sua esposa, e a esposa pensa em primeiro lugar em seu marido. Ao satisfazer as necessidades
”
um do outro eles têm suas próprias necessidades satisfeitas. Que belo retrato do que é intimidade!
(Tim Challies)
Casamentos redimidos
A queda afetou a relação harmoniosa entre marido e esposa, porém isso não invalida a ordem que Deus colocou
sobre o homem e a mulher em um casamento. Além disso, os cristãos não devem abraçar a ideia de que o casamento
é simplesmente uma invenção cultural. Pelo contrário, é algo ordenado por Deus antes mesmo da Queda – portanto,
compulsório para toda humanidade.
Mais importante: com a vinda de Cristo, a Palavra nos mostra que o matrimônio não é simplesmente um aliança entre
homem e mulher. Ele é uma figura do relacionamento entre Jesus e a Igreja. Assim, toda a nossa visão de casamento
deve se basear nessa verdade.
Terceira Igreja Batista do Plano Piloto // EBD: Visão certa, mundo incerto // 15 novembro 2009 3
Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-
[ Efésios 5.25-27 ] se por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a
palavra, e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem
ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.
O esposo também deve estar interessado na santidade da esposa, como Cristo cuidou para que a Igreja se tornasse santa. O
bom marido tomará providências para que sua companheira cresça a cada dia em graça e no conhecimento de Deus.
Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu
[ Efésios 5.28-30 ] próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém
jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também
Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo.
Outra maneira do marido se parecer com Cristo é no cuidado com a esposa. Paulo diz que não proteger e alimentar a própria
companheira é o mesmo que odiar a si mesmo. Assim como Jesus provê cuidado para seu povo, o homem precisa tomar essa
atitude.
Por fim, o marido tem a responsabilidade de liderar a família. O apóstolo diz que ao homem é a cabeça do relacionamento, da
mesma maneira que Cristo é o cabeça da igreja. Essa palavra, na época de Paulo, tem a conotação de liderança e administração.
Isso não significa que o homem deva ser um ditador em sua casa, mas que ele tem a responsabilidade principal de guiar sua
família nos caminhos do Senhor, em todas as áreas da vida.
Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, pois o marido é o
[ Efésios 5.22,23 ] cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do
qual ele é o Salvador.
Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que os rubis.
[ Provérbios 31.10-12 ] Seu marido tem plena confiança nela e nunca lhe falta coisa alguma. Ela só lhe
faz o bem, e nunca o mal, todos os dias da sua vida.
Muitas mulheres têm dificuldade com a ideia de submissão aos seus maridos. Consideram uma posição desonrosa, que
diminui o papel delas. No entanto, se esquecem que o próprio Jesus veio à terra em submissão, ensinou a submissão e exaltou
aquele que se humilha. Não existe maior privilégio que servir por amor a Cristo.
Essas palavras são direcionadas tanto a homens quanto a mulheres. Ou seja, em um casamento cristão a atitude correta tanto
do esposo quanto da esposa será buscar o bem de seu cônjuge. Assim, se a mulher sabe que seu marido está procurando imitar
a Jesus, ela não precisa temer suas decisões e se submeterá com alegria à ele.
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“ Ele [Paulo] quer dizer que a esposa deve reconhecer e honrar a responsabilidade maior do
marido de liderar o lar. Ela deve ter a disposição para ceder à autoridade do marido e seguir sua
liderança. A razão porque falo de disposição para ceder e seguir é que nenhuma submissão de um
”
ser humano ao outro é absoluta. O marido não substitui Cristo como autoridade suprema da
esposa. Ela jamais pode seguir a liderança do marido para o pecado. ( John Piper)
A função do casamento como figura do relacionamento entre Cristo e a Igreja é um dos motivos principais pelos
quais não é bom que o cristão se case com alguém não siga os princípios bíblicos. Às vezes, já é difícil que um crente
siga os difíceis mandamentos propostos pela Palavra. A dificuldade pode ser maior ainda se um dos cônjuges não for
regenerado pelo Espírito Santo. A esposa incrédula poderá não aceitar bem a ideia de submissão. Já o marido incrédulo
poderá tomar até boas decisões em relação à administração de sua família, mas será incapaz de guiar os filhos no
caminho do Senhor.
O cristão que pensa em unir-se a um não-cristão também deve fazer essa pergunta a si mesmo: quão importante é
Jesus na minha vida? Unir-se a um incrédulo pode demonstrar que Cristo não é valioso o suficiente na sua vida, a
“
ponto de ser o centro de suas decisões.
Em algum grau você está preocupado com a alma dessa pessoa, você está tentando falar a ela sobre
Cristo, certo? Você está tentando dizer a essa pessoa que Cristo é o único em quem tudo subsiste
(Cl 1.17), a fonte e a razão de todo o universo (Cl 11.16), a celebridade mais importante de
todos os tempos e de todos os lugares (Fp 2.9-11). Você quer convencê-lo que Cristo é Senhor de
”
tudo. E você quer que ele/ela creia que Jesus é todas essas coisas, e que Ele é todas essas coisas para
você. Mas você já contou a essa pessoa que Cristo não é tudo isso. (Dan Phillips)
Conclusão
A união de homem e mulher pelos laços do matrimônio não é simplesmente uma formalidade legal. Por mais que o
pensamento moderno tente diminuir o casamento a um mero reconhecimento do Estado de que duas pessoas vivem
juntas há um bom tempo, os cristãos não devem se conformar a isso.
O casamento foi criado por Deus, e, além de ser reconhecido pelas autoridades constituídas (que receberam o poder
de Deus para isso), ele deve ser realizado diante do próprio Senhor, diante da Igreja, a noiva de Cristo e comunidade
da Aliança. Não podemos tratá-lo como mero ritual, mas como representação do compromisso seríssimo que Deus
“
tem conosco.
Em última análise, um casamento é um retrato do relacionamento de Cristo com sua noiva, a igreja,
”
e seu amor por ela. É a nossa oportunidade e nosso dever de refletir essa imagem no casamento.
(Winston Smith)
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1) O que é o casamento?
Se uma pessoa está pensando em se casar, ela precisa ter algumas idéias sobre aquilo com que ela está se envolvendo. Então, o que é mesmo
o casamento?
Algumas pessoas considerariam o casamento como um contrato de conveniência pessoal. Se este contrato se adequa ao gosto do
casal ou faz com que as aspirações do mesmo progridam, então é bom que haja o casamento. Mas se esta for a visão adotada, o resultado será
desapontamento ou desastre. No momento em que o casamento se tornar um empecilho para uma das partes ou para o casal, existirá razão
suficiente para que este laço sagrado seja desfeito. Em algumas culturas, se a esposa não cozinha bem, o marido se acha no direito de pedir
o divórcio e tudo está assim acabado. Em outras culturas, se uma mulher encontra um outro homem mais atencioso, ela pode facilmente
terminar o seu casamento.
Mas as pessoas ficam profundamente magoadas quando um relacionamento se desfaz, mesmo que seja um “casamento de
conveniência”. Há algo sobre a união de duas pessoas que gera, cria interconexões de corpos e almas, e sociedades que não podem ser
facilmente dissolvidas. As crianças nascidas de um casamento naturalmente se identificam com o “pai” e a “mãe”, de forma que ninguém
mais pode ocupar estes lugares.
Há ainda outra resposta para a pergunta inicial, “O que é o Casamento?”. O casamento é um laço entre duas pessoas, misterioso e
ordenado por Deus, que não deveria jamais ser quebrado enquanto as duas pessoas viverem. Há algo sobre a união física, os compromissos
sociais e a vinculação dessas duas almas que desafia uma simples separação. O casamento é uma maravilha, um mistério, uma beleza que
apenas o Deus Criador poderia ter desenhado, e ninguém deveria separar aquilo que Deus uniu (Mateus 19:6).
Mas, e se um casamento vier a se dissolver? Se você tem alguma culpa, confesse isto para Deus com espírito de verdadeiro
arrependimento. Suplique o perdão com base na morte sacrificial do Filho de Deus pelos pecadores. Se você é a parte inocente, olhe para
Deus como o seu Pai celestial que providencia o conforto e o cuidado para todos aqueles que são os seus filhos. Uma segunda questão
naturalmente surge...
este fenômeno universal que é o casamento. Tanto para o bem estar das pessoas, quanto para os propósitos do Criador, as pessoas deveriam
se casar. O instinto natural dos seres humanos os conduz nesta direção. Desta forma, a próxima pergunta óbvia é a seguinte...
4) E se eu casar?
Primeiro, se você se casar, reconheça que a comunidade em geral tem um legítimo interesse na sua união. De fato, praticamente todas as
sociedades reconhecem a existência da coabitação marital. Nestes casos, casais que vivem juntos há certo período de tempo são considerados
“casados” pelas autoridades locais. Em nenhum trecho da Bíblia Deus requer uma “cerimônia de casamento”. Ainda assim, o núcleo
fundamental da sociedade é encontrado nas unidades familiares. Por esta razão, o casamento não deveria ser visto como algo privado. E o
reconhecimento do casamento pelo Estado é algo totalmente apropriado.
É perfeitamente legítimo que pessoas simplesmente se casem na presença de uma autoridade representativa do governo local.
Nada na lei de Deus proíbe tal formalidade. Mas na maioria dos casos, o melhor lugar para um cristão se casar é na presença de família e
amigos, diante da igreja que é o corpo de Cristo.
Segundo, entrando agora num nível mais pessoal, espere algumas surpresas após o casamento. A pessoa com quem você se casou
pode não corresponder as suas expectativas. Mas a bênção de Deus é assegurada a todos aqueles que fielmente seguem as ordenanças de Sua
lei, Sua graça e providência. Tempos de provação virão. Desafios surgirão. Mas fique certo de que a pessoa com quem você está casada é a
pessoa que Deus planejou que você casasse, apesar das circunstâncias difíceis vivenciadas.
Terceiro, antecipe um enriquecimento ilimitado em sua vida ao se casar. A união de duas pessoas em uma só pode duplicar ou até
mesmo triplicar o potencial de realização pessoal dos cônjuges durante o tempo em que, juntos, eles “exploram” o vasto mundo que Deus
criou. Interesses diferentes, talentos, dons e diferentes perspectivas sobre a vida só têm a ampliar os horizontes de ambos os cônjuges no
casamento. O potencial humano para dar e receber amor possui uma profundidade tal que não pode ser compreendida nesta nossa curta
existência.
E mais, é difícil calcularmos a totalidade de bênçãos que um casal pode experimentar em termos do crescimento no conhecimento
de Deus o Pai, Deus o Filho e Deus Espírito Santo. Não foi por acidente que Jesus realizou o seu primeiro milagre, a transformação de água
em vinho, durante um casamento em Caná da Galiléia ( João 2: 1-11). Com este milagre, o Filho de Deus mostrou seu intento de enriquecer
o vínculo matrimonial através da bênção ímpar de Sua presença e poder. O casamento terreno revela novas medidas da graça e glória de
Deus para aqueles que são feitos um nEle, na medida em que espelha a mais perfeita união de Deus com o seu povo.
Em conclusão, o grande desafio de nossos dias é o de irmos contra a correnteza. Muito do que as sociedades modernas estabelecem
hoje vai de encontro ao casamento, nos termos em que ele é ordenado pelo Senhor. Mas pela fé em Deus o Criador e em Cristo o Redentor,
as alegrias e bênçãos do casamento podem ser vivenciadas mesmo num mundo que tem se tornado moderno demais.