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Terceira Igreja Batista do Plano Piloto // EBD: Visão certa, mundo incerto // 15 novembro 2009 1

Visão certa, mundo incerto


Aula 11: Casamento - o que Deus uniu

“A razão porque há tantas desgraças no casamento não é que maridos e esposas buscam
o seu próprio prazer, mas que não o buscam no prazer do seu cônjuge. O mandato
bíblico para maridos e esposas é buscar sua própria alegria na alegria do cônjuge. Que
façam do casamento a fonte do prazer cristão.” (John Piper)

O casamento é uma instituição que tanto cristãos quanto não-cristãos abraçam. Praticamente todas as culturas possuem
algum tipo de cerimônia que une duas pessoas em algum tipo de aliança duradoura. Para alguns, esse é apenas um construto
social, de culturas defasadas. Para outros, apenas uma formalidade.

Para a Bíblia, porém, é algo criado por Deus para louvor de sua glória, abençoando tanto os cônjuges, quanto a sociedade e a
própria Criação. O casamento é uma aliança entre homem e mulher, que reflete a beleza da aliança entre Cristo e seu povo.
Assim, devemos levar a sério o que a Palavra diz sobre o assunto.

Antes da queda
Já vimos que o ser humano foi criado à imagem de Deus e recebeu a missão de governar a Criação. Muitos, porém, ignoram
o fato de que a Bíblia considera tanto o homem quanto a mulher como portadores dessa imagem e com responsabilidades
semelhantes.
Este é o registro da descendência de Adão: Quando Deus criou o homem, à
[ Gênesis 5.1,2 ] semelhança de Deus o fez; homem e mulher os criou. Quando foram criados, ele
os abençoou e os chamou Homem [Adão].
No entanto, em Gênesis 2, vemos que existe uma sequência de Criação, e isto é importante para entendermos o que Deus
espera do relacionamento entre homem e mulher num casamento.

Então o SENHOR Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só; farei para
[ Gênesis 2.18 ] ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”.

Pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem; além disso, o
[ 1 Coríntios 7.8,9 ] homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.

Adão e Eva não tinham naturezas diferentes, no sentido de um ser inferior ao outro. Mas eles receberam funções diferentes.
Enquanto o homem foi colocado numa posição de liderança, cabia a Eva ajudá-lo na missão de governo sobre a Criação.

Não existe qualquer diminuição da mulher aqui. Vemos que na Trindade as três Pessoas são iguais em natureza e poder, mas
cumprem funções diferentes – Filho e Espírito são submissos ao Pai, sem que isso diminua o Filho ou o Espírito.
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Então Jesus disse: “Quando vocês levantarem o Filho do homem, saberão que Eu
[ João 8.28,29 ] Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou.
Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, pois sempre faço o
que lhe agrada”.

Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes
[ João 14.26 ] ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.

Após a queda
Logo que Adão e Eva pecam, já surgem problemas de relacionamentos entre os dois. Deus pergunta sobre o que aconteceu
junto à árvore do conhecimento, e o que vemos de Adão é uma tentativa de colocar a culpa em Eva. A maldição que Deus
coloca sobre os dois indica que relação harmoniosa entre os dois não mais existirá.

À mulher, ele declarou: “Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez;


[ Gênesis 3.16 ] com sofrimento você dará à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, e ele a
dominará”.

“ Embora antes da Queda houvesse harmonia entre Adão e Eva na realização dos seus papéis,


agora havia um ‘jogo de poder’, uma vez que ambos procuravam dominar um ao outro. Isso logo
resultou em muito pesar, desordem, amargura e miséria. (Martha Peace)

Um problema decorrente da entrada do pecado é a distorção da sexualidade do homem e da mulher. A relação que
Deus entregou aos dois foi uma união que se consuma no casamento. Após a Queda, surgem pecados sexuais, que
negam a santidade do leito matrimonial: fornicação, adultério, homossexualidade, bestialidade, poligamia, entre outros.


Aquilo que deveria ser dividido entre marido e mulher se transforma numa fonte de prazer egoísta.

O propósito do sexo é ser um meio de satisfação mútua, onde o marido pensa em primeiro lugar
em sua esposa, e a esposa pensa em primeiro lugar em seu marido. Ao satisfazer as necessidades


um do outro eles têm suas próprias necessidades satisfeitas. Que belo retrato do que é intimidade!
(Tim Challies)

Casamentos redimidos
A queda afetou a relação harmoniosa entre marido e esposa, porém isso não invalida a ordem que Deus colocou
sobre o homem e a mulher em um casamento. Além disso, os cristãos não devem abraçar a ideia de que o casamento
é simplesmente uma invenção cultural. Pelo contrário, é algo ordenado por Deus antes mesmo da Queda – portanto,
compulsório para toda humanidade.

Mais importante: com a vinda de Cristo, a Palavra nos mostra que o matrimônio não é simplesmente um aliança entre
homem e mulher. Ele é uma figura do relacionamento entre Jesus e a Igreja. Assim, toda a nossa visão de casamento
deve se basear nessa verdade.
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Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-
[ Efésios 5.25-27 ] se por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a
palavra, e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem
ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.

O marido imita a Cristo


Paulo ordena que os maridos tenham pelas esposas o mesmo amor que Jesus tem por sua igreja. Isto é, não é simplesmente
algum tipo de sentimento apaixonado, mas uma atitude de sacrifício em relação à esposa. Isto é, o homem deve estar disposto
até a perder a própria vida por sua mulher.

O esposo também deve estar interessado na santidade da esposa, como Cristo cuidou para que a Igreja se tornasse santa. O
bom marido tomará providências para que sua companheira cresça a cada dia em graça e no conhecimento de Deus.

Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu
[ Efésios 5.28-30 ] próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém
jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também
Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo.

Outra maneira do marido se parecer com Cristo é no cuidado com a esposa. Paulo diz que não proteger e alimentar a própria
companheira é o mesmo que odiar a si mesmo. Assim como Jesus provê cuidado para seu povo, o homem precisa tomar essa
atitude.

Por fim, o marido tem a responsabilidade de liderar a família. O apóstolo diz que ao homem é a cabeça do relacionamento, da
mesma maneira que Cristo é o cabeça da igreja. Essa palavra, na época de Paulo, tem a conotação de liderança e administração.
Isso não significa que o homem deva ser um ditador em sua casa, mas que ele tem a responsabilidade principal de guiar sua
família nos caminhos do Senhor, em todas as áreas da vida.

A esposa imita a Igreja

Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, pois o marido é o
[ Efésios 5.22,23 ] cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do
qual ele é o Salvador.

Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que os rubis.
[ Provérbios 31.10-12 ] Seu marido tem plena confiança nela e nunca lhe falta coisa alguma. Ela só lhe
faz o bem, e nunca o mal, todos os dias da sua vida.

Muitas mulheres têm dificuldade com a ideia de submissão aos seus maridos. Consideram uma posição desonrosa, que
diminui o papel delas. No entanto, se esquecem que o próprio Jesus veio à terra em submissão, ensinou a submissão e exaltou
aquele que se humilha. Não existe maior privilégio que servir por amor a Cristo.

Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente


considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos
[ Filipenses 2.3-5 ] seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a
mesma de Cristo Jesus.

Essas palavras são direcionadas tanto a homens quanto a mulheres. Ou seja, em um casamento cristão a atitude correta tanto
do esposo quanto da esposa será buscar o bem de seu cônjuge. Assim, se a mulher sabe que seu marido está procurando imitar
a Jesus, ela não precisa temer suas decisões e se submeterá com alegria à ele.
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“ Ele [Paulo] quer dizer que a esposa deve reconhecer e honrar a responsabilidade maior do
marido de liderar o lar. Ela deve ter a disposição para ceder à autoridade do marido e seguir sua
liderança. A razão porque falo de disposição para ceder e seguir é que nenhuma submissão de um


ser humano ao outro é absoluta. O marido não substitui Cristo como autoridade suprema da
esposa. Ela jamais pode seguir a liderança do marido para o pecado. ( John Piper)

A função do casamento como figura do relacionamento entre Cristo e a Igreja é um dos motivos principais pelos
quais não é bom que o cristão se case com alguém não siga os princípios bíblicos. Às vezes, já é difícil que um crente
siga os difíceis mandamentos propostos pela Palavra. A dificuldade pode ser maior ainda se um dos cônjuges não for
regenerado pelo Espírito Santo. A esposa incrédula poderá não aceitar bem a ideia de submissão. Já o marido incrédulo
poderá tomar até boas decisões em relação à administração de sua família, mas será incapaz de guiar os filhos no
caminho do Senhor.

O cristão que pensa em unir-se a um não-cristão também deve fazer essa pergunta a si mesmo: quão importante é
Jesus na minha vida? Unir-se a um incrédulo pode demonstrar que Cristo não é valioso o suficiente na sua vida, a


ponto de ser o centro de suas decisões.

Em algum grau você está preocupado com a alma dessa pessoa, você está tentando falar a ela sobre
Cristo, certo? Você está tentando dizer a essa pessoa que Cristo é o único em quem tudo subsiste
(Cl 1.17), a fonte e a razão de todo o universo (Cl 11.16), a celebridade mais importante de
todos os tempos e de todos os lugares (Fp 2.9-11). Você quer convencê-lo que Cristo é Senhor de


tudo. E você quer que ele/ela creia que Jesus é todas essas coisas, e que Ele é todas essas coisas para
você. Mas você já contou a essa pessoa que Cristo não é tudo isso. (Dan Phillips)

Conclusão
A união de homem e mulher pelos laços do matrimônio não é simplesmente uma formalidade legal. Por mais que o
pensamento moderno tente diminuir o casamento a um mero reconhecimento do Estado de que duas pessoas vivem
juntas há um bom tempo, os cristãos não devem se conformar a isso.

O casamento foi criado por Deus, e, além de ser reconhecido pelas autoridades constituídas (que receberam o poder
de Deus para isso), ele deve ser realizado diante do próprio Senhor, diante da Igreja, a noiva de Cristo e comunidade
da Aliança. Não podemos tratá-lo como mero ritual, mas como representação do compromisso seríssimo que Deus


tem conosco.

Em última análise, um casamento é um retrato do relacionamento de Cristo com sua noiva, a igreja,


e seu amor por ela. É a nossa oportunidade e nosso dever de refletir essa imagem no casamento.
(Winston Smith)
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Com Quem Me Casarei? por O. Palmer Robertson


Leitura complementar
Em algumas culturas atuais, o casamento é visto como algo de gerações passadas. Pais e avós podem ter se casado, mas as pessoas
não querem mais se preocupar com o casamento. Se os costumes atuais da sociedade não fazem mais tal exigência, então, para que se
incomodar com isto? Já outras culturas vêem o casamento como algo quase que necessário para a vida, particularmente para as mulheres. A
própria sobrevivência delas está atrelada ao fato de serem casadas.
Em quaisquer dos casos, muitas questões têm sido feitas pelo mundo moderno a respeito do casamento. Considere, pois, algumas
perguntas sobre o assunto e o posicionamento das Escrituras sobre este tema.

1) O que é o casamento?
Se uma pessoa está pensando em se casar, ela precisa ter algumas idéias sobre aquilo com que ela está se envolvendo. Então, o que é mesmo
o casamento?
Algumas pessoas considerariam o casamento como um contrato de conveniência pessoal. Se este contrato se adequa ao gosto do
casal ou faz com que as aspirações do mesmo progridam, então é bom que haja o casamento. Mas se esta for a visão adotada, o resultado será
desapontamento ou desastre. No momento em que o casamento se tornar um empecilho para uma das partes ou para o casal, existirá razão
suficiente para que este laço sagrado seja desfeito. Em algumas culturas, se a esposa não cozinha bem, o marido se acha no direito de pedir
o divórcio e tudo está assim acabado. Em outras culturas, se uma mulher encontra um outro homem mais atencioso, ela pode facilmente
terminar o seu casamento.
Mas as pessoas ficam profundamente magoadas quando um relacionamento se desfaz, mesmo que seja um “casamento de
conveniência”. Há algo sobre a união de duas pessoas que gera, cria interconexões de corpos e almas, e sociedades que não podem ser
facilmente dissolvidas. As crianças nascidas de um casamento naturalmente se identificam com o “pai” e a “mãe”, de forma que ninguém
mais pode ocupar estes lugares.
Há ainda outra resposta para a pergunta inicial, “O que é o Casamento?”. O casamento é um laço entre duas pessoas, misterioso e
ordenado por Deus, que não deveria jamais ser quebrado enquanto as duas pessoas viverem. Há algo sobre a união física, os compromissos
sociais e a vinculação dessas duas almas que desafia uma simples separação. O casamento é uma maravilha, um mistério, uma beleza que
apenas o Deus Criador poderia ter desenhado, e ninguém deveria separar aquilo que Deus uniu (Mateus 19:6).
Mas, e se um casamento vier a se dissolver? Se você tem alguma culpa, confesse isto para Deus com espírito de verdadeiro
arrependimento. Suplique o perdão com base na morte sacrificial do Filho de Deus pelos pecadores. Se você é a parte inocente, olhe para
Deus como o seu Pai celestial que providencia o conforto e o cuidado para todos aqueles que são os seus filhos. Uma segunda questão
naturalmente surge...

2) Por que eu deveria casar?


Se uma pessoa nunca pode sair de um casamento que contraiu, por que correr o risco de entrar no casamento? Não seria mais seguro
permanecer solteiro; descomprometido, livre dos laços inquebráveis do casamento? Por que não apenas desfrutar de relacionamentos que
naturalmente chegarão ao fim algum dia e manter-se descomprometido das intenções de longo prazo? Desta forma a separação não
machucará tanto, principalmente quando ela vem eventualmente.
O raciocínio da falta de fé ou incredulidade segue exatamente a mesma linha. Mesmo os discípulos de Jesus expressaram sérias
reservas quanto ao casamento (Mateus 19:10). Se você não tem fé nas boas novas de que Jesus pode redimir, reconciliar e reformar pecadores
egoístas como você e seu possível cônjuge, então pode muito bem concluir que você nunca deveria se casar. O risco é grande demais. E a
alternativa de liberdade pessoal é bastante atraente.
Mas não se engane em pensar que qualquer coisa pode substituir os duradouros compromissos inerentes ao casamento. Não se
entregue a intimidade sexual fora de tais compromissos, pois eles são necessários para um apropriado vínculo de corpo e alma. A ordem do
dia é a de que pessoas têm o direito de “viver juntas” e depois ir embora ao bel-prazer, sem que obrigações duradouras existam. Entretanto,
aos olhos de Deus, a união de duas pessoas é sagrada e requer a permanência ou estabilidade de compromissos.
A despeito do escárnio da era pós­moderna, o soberano Deus Criador ainda considera que pessoas que estão engajadas em práticas
sexuais ilícitas estão vivendo em fornicação. E tanto os indivíduos como as nações devem se arrepender desta prática.
Uma resposta mais positiva a esta segunda questão, “Por que eu deveria casar?” merece a sua consideração. Esta outra resposta
remonta às raízes da existência humana. Deus, de forma intencional, fez o homem de maneira que não seria bom que ele estivesse sozinho
(Gênesis 2:18). Deus criou o homem completo, mas viu que ele precisaria de uma companheira, uma ajudadora, uma esposa com quem
pudesse compartilhar toda a sua vida. O Criador desenhou o homem e a mulher para o casamento.]
Por esta razão você pode sim “correr o risco”. Vá em frente e se case!
É claro que há legítimas exceções para o celibato dentro deste princípio básico. A primeira é que o homem foi originalmente
formado sem que ele tivesse uma esposa. Quanto tempo ele passou na condição de solteiro não nos é dito. Mas um ser humano pode viver
muito bem sem estar casado. Homem e mulher são capazes de ter vidas profundamente realizadas ainda que na condição de solteiros. Na
verdade, praticamente quase todo mundo passa anos significativos de suas vidas adultas sem estar casados.
Mas Deus fez homem e mulher para que, na maioria dos casos, eles se casassem. Não há melhor explicação a ser oferecida para
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este fenômeno universal que é o casamento. Tanto para o bem estar das pessoas, quanto para os propósitos do Criador, as pessoas deveriam
se casar. O instinto natural dos seres humanos os conduz nesta direção. Desta forma, a próxima pergunta óbvia é a seguinte...

3) Com quem eu deveria casar?


A resposta inicial para esta questão é: case com quem você quer casar! Se as circunstâncias são favoráveis, case com a pessoa de sua escolha.
Por que alguém se casaria com uma pessoa com a qual ela não quer casar? Obviamente muitos fatores contribuem para que um casamento
se torne possível. A prática cultural exerce um papel vital no casamento. Algumas famílias, tribos, ou grupos sociais achariam difícil ou
impossível o casamento com pessoas de certas comunidades. Questões tais como escolaridade, riqueza, idade, saúde, vocação, temperamento
e contatos sociais exercerão papel na escolha da pessoa com a qual você vai casar. Mas o princípio básico permanece: case com a pessoa que
você quer casar, supondo que todas as circunstâncias sejam favoráveis.
Em situações difíceis, uma pessoa pode se encontrar casada com alguém com a qual não desejaria estar casada. Em algumas
culturas, casamentos são encomendados, de forma que os desejos da pessoa não são adequadamente consultados. Em outras situações,
pressões diversas podem induzir duas pessoas a se casarem. Quando estas circunstâncias não podem ser evitadas, as pessoas envolvidas
devem depositar completa fé em Deus, acreditando que Ele tem a saída para a mais difícil das situações.
Deve-se salientar também que pelos desígnios de Deus todas as pessoas podem estar legitimamente casadas e receberem assim as
Suas bênçãos. Por outro lado, pela determinação do soberano e gracioso Deus, algumas pessoas que desejam muito se casar podem jamais
vir a encontrar a pessoa certa para elas.
Um princípio, entretanto, deve sempre reger o matrimônio de um cristão. Ele ou ela deve sempre se casar com outro cristão. Um
crente não deve jamais se pôr em jugo desigual com um incrédulo. Se as circunstâncias favorecem, case-se com quem você quer casar. Mas
se você é nova criatura em Cristo, certifique-se de que está casando com um outro cristão.
Há ainda situações em que um cristão está casado com um incrédulo (1 Coríntios 7:14). Você pode se encontrar nesta situação
por ter se convertido a Cristo depois do casamento. Ou talvez seu cônjuge tenha “enganado” você, pois ele parecia ser um verdadeiro cristão
quando vocês se casaram. O que fazer agora?
Continue acreditando nas escolhas de Deus para a sua vida. Lembre-se que um cônjuge incrédulo pode vir a se converter por
causa do procedimento cristão do outro cônjuge (1 Pedro 3:1). Isto já aconteceu algumas vezes e poderá acontecer novamente. Mas se isso
não ocorrer, você ainda pode glorificar a Deus grandemente através de uma vida de fé, dentro deste relacionamento conjugal ordenado por
Deus.
Muitos fatores contam na hora da escolha de um cônjuge. Busque o conselho de familiares ou amigos cristãos que lhe conhecem
bem. Reflita cuidadosamente em como o casamento contribuirá para que vocês sirvam a Deus mais efetivamente. Faça uma avaliação
realística de sua situação financeira e acadêmica. Certamente que o misterioso fator “amor” não deve ser desprezado. Mas lembre-se: o amor
pode começar antes do casamento, mas há casos em que ele começa depois do casamento. Qualquer que seja o caso, o cultivo do amor fará
com que seu fervor se intensifique ao longo da vida. E agora, a pergunta final pode ser feita...

4) E se eu casar?
Primeiro, se você se casar, reconheça que a comunidade em geral tem um legítimo interesse na sua união. De fato, praticamente todas as
sociedades reconhecem a existência da coabitação marital. Nestes casos, casais que vivem juntos há certo período de tempo são considerados
“casados” pelas autoridades locais. Em nenhum trecho da Bíblia Deus requer uma “cerimônia de casamento”. Ainda assim, o núcleo
fundamental da sociedade é encontrado nas unidades familiares. Por esta razão, o casamento não deveria ser visto como algo privado. E o
reconhecimento do casamento pelo Estado é algo totalmente apropriado.
É perfeitamente legítimo que pessoas simplesmente se casem na presença de uma autoridade representativa do governo local.
Nada na lei de Deus proíbe tal formalidade. Mas na maioria dos casos, o melhor lugar para um cristão se casar é na presença de família e
amigos, diante da igreja que é o corpo de Cristo.
Segundo, entrando agora num nível mais pessoal, espere algumas surpresas após o casamento. A pessoa com quem você se casou
pode não corresponder as suas expectativas. Mas a bênção de Deus é assegurada a todos aqueles que fielmente seguem as ordenanças de Sua
lei, Sua graça e providência. Tempos de provação virão. Desafios surgirão. Mas fique certo de que a pessoa com quem você está casada é a
pessoa que Deus planejou que você casasse, apesar das circunstâncias difíceis vivenciadas.
Terceiro, antecipe um enriquecimento ilimitado em sua vida ao se casar. A união de duas pessoas em uma só pode duplicar ou até
mesmo triplicar o potencial de realização pessoal dos cônjuges durante o tempo em que, juntos, eles “exploram” o vasto mundo que Deus
criou. Interesses diferentes, talentos, dons e diferentes perspectivas sobre a vida só têm a ampliar os horizontes de ambos os cônjuges no
casamento. O potencial humano para dar e receber amor possui uma profundidade tal que não pode ser compreendida nesta nossa curta
existência.
E mais, é difícil calcularmos a totalidade de bênçãos que um casal pode experimentar em termos do crescimento no conhecimento
de Deus o Pai, Deus o Filho e Deus Espírito Santo. Não foi por acidente que Jesus realizou o seu primeiro milagre, a transformação de água
em vinho, durante um casamento em Caná da Galiléia ( João 2: 1-11). Com este milagre, o Filho de Deus mostrou seu intento de enriquecer
o vínculo matrimonial através da bênção ímpar de Sua presença e poder. O casamento terreno revela novas medidas da graça e glória de
Deus para aqueles que são feitos um nEle, na medida em que espelha a mais perfeita união de Deus com o seu povo.
Em conclusão, o grande desafio de nossos dias é o de irmos contra a correnteza. Muito do que as sociedades modernas estabelecem
hoje vai de encontro ao casamento, nos termos em que ele é ordenado pelo Senhor. Mas pela fé em Deus o Criador e em Cristo o Redentor,
as alegrias e bênçãos do casamento podem ser vivenciadas mesmo num mundo que tem se tornado moderno demais.

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