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Apostila de Primeiros
Socorros (parte 4)
4° parte da apostila de primeiros socorros (atendimento pré hospitalar).
EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS
1. INTRODUÇÃO
Quando você for avaliar ou tratar um paciente pediátrico (criança ou bebê), poderá, a princípio,
sentir-se despreparado, não sabendo por onde iniciar sua atuação. É importante ter em mente
que uma criança não é um adulto pequeno, no entanto, muitas das técnicas utilizadas para
avaliar ou para tratar um adulto são as mesmas utilizadas no atendimento de crianças.
O termo pediatria refere-se a um grande grupo, que pode incluir qualquer criança, desde um
bebê até uma criança em idade escolar do ensino infantil ou acima disto..Lembre-se que uma
situação de emergência é uma nova e assustadora experiência para qualquer criança, e será
ainda maior se os pais ou responsáveis não estiverem presentes.
Até de uma forma instintiva, o socorrista tratará de modo diferente as crianças maiores e os
bebês. Sabemos que as necessidades e os cuidados pré-hospitalares de infantes são
diferentes quando aplicados em um bebê, uma criança que fala, uma criança de idade escolar
ou um adolescente.
Quando o socorrista for determinar a idade de uma criança para realizar uma manobra de
ressuscitação cardiopulmonar (RCP), deverá considerar a idade do recém-nascido até um ano
como bebê ou lactente, de um a oito anos classificamos o menor como criança, e, quando for
maior de oito anos deverá ser tratado como adulto. Esses critérios são padronizados
internacionalmente pela Associação Americana do Coração (American Heart Association).
Memorize as seguintes categorias para lembrá-las quando for avaliar e cuidar de bebês e
crianças:
Pré-escolares: de 3 a 6 anos;
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também acontecer dos pais não estarem presentes no local da emergência para indicar a
correta idade de seus filhos. Nesses casos, o socorrista terá que ter uma média da idade,
baseando-se no tamanho da criança e em suas respostas emocionais.
Você já percebeu que as crianças não são iguais aos adultos em tamanho, maturidade
emocional e respostas em situações adversas. Você também precisará estar atento a
diferenças estruturais e anatômicas. Devido a todas estas diferenças, as técnicas utilizadas no
atendimento pré-hospitalar desses pacientes serão igualmente diferenciadas. Como socorrista,
você deverá considerar diferenças estruturais e anatômicas e fazer comparações importantes:
A cabeça da criança é proporcionalmente maior e mais pesada que seu corpo. Em geral, o corpo
irá equilibrar-se com o tamanho de sua cabeça, a partir do quarto ano de vida.Devido ao
tamanho e ao peso da cabeça, a criança fica mais propensa a traumatismos envolvendo essa
parte do corpo. Portanto, sempre que uma queda de nível ou um trauma atingir a parte
superior do tórax, suspeite e pesquise por ferimentos na região da cabeça.
Observação: As crianças são igualmente mais vulneráveis que os adultos aos danos na coluna
vertebral (especialmente na região cervical). Recordamos que isto se deve ao tamanho e ao
peso maior da cabeça e ao subdesenvolvimento da estrutura óssea e dos músculos do
pescoço.
As vias aéreas e o sistema respiratório do bebê e da criança ainda não estão completamente
desenvolvidos. A língua é grande para a cavidade oral (boca) e as vias aéreas (nariz, boca,
faringe, laringe e traquéia) são mais estreitas do que as do adulto e mais facilmente
predispostas a uma obstrução.
Os músculos do pescoço também não estão desenvolvidos completamente e não são tão fortes
quanto os dos adultos. Isto produz uma dificuldade a mais para a criança segurar sua cabeça
na posição de abertura das vias aéreas quando ferida ou doente.
Em função da cabeça maior que o corpo, as vias aéreas podem obstruir-se quando a criança
estiver na posição supina (de bruços). A colocação de uma toalha dobrada nas costas (embaixo
da região dos ombros) ajudará a manter a cabeça alinhada e as vias aéreas pérveas. A
manobra de inclinação da cabeça e elevação da mandíbula, largamente utilizada para abrir as
vias aéreas de adultos, é desnecessária para bebês e crianças pequenas. No atendimento de
pacientes pediátricos, basta que o socorrista promova uma leve inclinação da cabeça para
conseguir assegurar a abertura das vias aéreas.
Quando manusear as vias aéreas de um lactente (bebê), tenha certeza de que a cabeça está
numa posição neutra, nem fletida e nem hiperestendida.Cuidado com as obstruções das vias
aéreas causadas por corpos estranhos (OVACE).
Não faça pesquisa às cegas com os dedos quando tentar desobstruir as vias aéreas de
crianças e lactentes, pois essas manobras poderão forçar a descida do corpo estranho e
acabar obstruindo a faringe ou a laringe/traquéia. As crianças e os lactentes respiram
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acabar obstruindo a faringe Publi
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a laringe/traquéia. So…
As crianças e os lactentes respiram
automaticamente pelo nariz e no caso desse ficar obstruído, não abrirão a boca para respirar
como um adulto. O socorrista deverá remover as secreções das narinas para assegurar uma
boa respiração.
Outra parte delicada é a traquéia, que nas crianças, apresenta-se mais suave, mais flexível e
mais estreita do que a traquéia do paciente adulto, por isso, poderá facilmente vir a obstruir-
se. Os músculos do tórax também não estão completamente desenvolvidos, assim a criança
usará muito mais o diafragma para respirar. A freqüência respiratória (FR) normal é de 12 a 20
ventilações por minuto no adolescente, 15 a 30 ventilações por minuto nas crianças pequenas
e 25 a 50 ventilações por minuto nos lactentes.
Devemos considerar também que a caixa torácica das crianças é mais elástica, assim, no caso
de uma respiração forçada, produzida por uma situação de dificuldade ou insuficiência
respiratória, o uso de todos os músculos do tórax (entre as costelas), sobre o esterno e ao
redor do pescoço e ombros, ficará bem evidente.
A caixa torácica menos desenvolvida e mais elástica pode transformar-se em uma vantagem
para as crianças. Por exemplo, numa situação de trauma, as estruturas ósseas podem não
quebrar, mas apenas dobrarem-se, evitando possíveis fraturas. A desvantagem é que quanto
mais a caixa torácica for flexível, menos oferecerá proteção aos órgãos vitais existentes no
interior do tórax.
Durante a avaliação física, o socorrista deverá considerar os mecanismos do trauma para poder
determinar possíveis danos internos, especialmente se não houver nenhum sinal de ferimento
externo. Igualmente, deverá atentar para a simetria, para os movimentos iguais do tórax
durante a respiração e para ferimentos ou hematomas, da mesma maneira que faria na
avaliação de um adulto.
Da mesma forma que nos adultos, traumas no abdômen podem resultar em dor, distensão e
rigidez. Os músculos abdominais não são tão bem desenvolvidos como nos adultos e oferecem
pouca proteção. Os órgãos abdominais, de forma especial o fígado e o baço, são bem grandes
para o tamanho da cavidade e, portanto, mais vulneráveis a um trauma. As lesões abdominais
que produzirem distensão ou edema (inchaço) poderão impedir o movimento livre do diafragma
e acabar produzindo uma dificuldade respiratória grave.
2.4 A Pelve
Tal qual nos adultos, as crianças poderão perder quantidades consideráveis de sangue dentro
da cavidade pélvica, como resultado de um trauma grave nesta região. É recomendável que os
socorristas permaneçam monitorando constantemente os sinais vitais dos pacientes para
identificarem a presença de choque hipovolêmico. A avaliação dos sinais vitais inclui a aferição
da respiração, do pulso, da pressão arterial e da temperatura relativa da pele. O aspecto
externo da pele também é importante para identificar uma perfusão deficitária. O socorrista
poderá checar a perfusão comprimindo a região distal das extremidades do paciente (dorso da
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mão ou pé) e avaliando o tempo necessário à reperfusão (considerar grave quando o tempo do
enchimento capilar for maior que dois segundos).
2.5 As Extremidades
Os ossos das crianças são menos desenvolvidos e conseqüentemente mais flexíveis que os dos
adultos. Dessa forma, enquanto os ossos de adultos normalmente fraturam numa situação de
trauma, os ossos de crianças dobram e lascam antes de fraturar (quebrar). O socorrista deverá
suspeitar de fraturas sempre que ao avaliar uma extremidade, encontrarem sinais e sintomas
tais como: dor, edema e deformações.
Quanto menores forem os pacientes, menores também serão seus volumes sangüíneos. Fique
atento, pois um paciente recém-nascido poderá apresentar um volume de sangue inferior a 350
ml (o equivalente a uma xícara e meia de sangue), e sendo assim, qualquer perda sangüínea,
por menor que seja, representará uma emergência grave.
Uma criança poderá apresentar, dependendo do seu tamanho, um volume sangüíneo variável
entre meio litro a 2 litros de sangue. Portanto, ao atender um lactente ou uma criança
pequena, não espere pelo aparecimento de sinais e sintomas evidentes de choque. Caso
suspeite que o trauma ou enfermidade represente um risco potencial, providencie
imediatamente os cuidados de emergência. Não esqueça que uma perda sangüínea moderada,
que pode não representar grande preocupação para um paciente adulto, caso não seja
controlada, representa uma grande ameaça a um paciente pediátrico.
Parte 5
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