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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE


Campus Volta Redonda – Av. Dep. Geraldo Di Biase 81
Aterrado – Volta Redonda – RJ – Tel: (24) 3345-1700 – www.ugb.edu.br

INTRODUÇÃO A TECNOLOGIA DE FRAMES


As tecnologias de frame são baseadas na utilização de “quadros” para a transmissão de
mensagens. Quando se usa o termo “quadro” ou “frame”, estamos mencionando um protocolo na camada 2
do modelo OSI.

Os protocolos foram especificados pelo IEEE, em 1980, na norma 802.x, criando padrões que
especificam as topologias, tecnologias e protocolos do nível MAC, visto que a subcamada LLC é
compartilhada por todos os padrões.

A norma 802.x definiu os seguintes padrões de frame para redes locais:


• 802.3 (CSMA/CD, Ethernet);
• 802.4 (token bus);
• 802.5 (token ring).

A evolução dessa padronização introduziu as redes sem fio (wirelles) sobre o padrão 802.11.

Essa padronização definiu a tecnologia de frame que atualmente é a mais utilizada: “Ethernet”.
Além deste padrão, foi definido também o token ring, muito utilizado no passado, principalmente em redes
baseadas em produtos IBM, mas que tem seu uso limitado nos dias de hoje. De todas as tecnologias de
frame, o 802.4 (token bus) foi a tecnologia com menor aceitação, não ganhou mercado e os fabricantes não
se interessaram em criar produtos para ela.
As tecnologias de frame foram ameaçadas no início dos anos 90 com a criação do ATM
(Assyncronous Transfer Mode) que prometia ser uma solução de excelente performance para redes locais,
garantindo qualidade de serviço e priorização de tráfego de células de tamanho fixo, ao contrário dos
quadros/frames que eram de tamanho variável e que possibilitavam a priorização do tráfego.
Entretanto, o ATM, era muito caro e com o desenvolvimento do Fast Ethernet a 100 Mbps e o
Gigabit Ethernet 1 Gbps, as tecnologias de frame triunfaram, caindo, a tecnologia ATM, em desuso. O
Ethernet e suas variações dominam, atualmente, 95% de todas as redes locais existentes e instaladas que
utilizam a tecnologia de frame.

1 ETHERNET
As placas de rede Ethernet são as mais utilizadas atualmente, sobretudo em redes pequenas e
médias. Numa rede Ethernet quando uma estação precisar transmitir dados, ela irradiará o sinal para toda a
rede. Todas as demais estações ouvirão a transmissão, mas apenas a placa de rede que tiver o endereço
indicado no pacote de dados receberá os dados. As demais estações simplesmente ignorarão a transmissão.
O padrão 802.3 é especificado nas topologias em Barramento e Estrela.

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1.1 Endereço MAC


Nos frames estão os endereços MAC que são únicos para cada placa de rede e dispositivo e
composto por 6 bytes ou 48 bits. Os primeiros identificam o fabricante da placa de redes. Esses endereços
são utilizados para identificar tanto a origem do frame (MAC origem) como o destino (MAC destino). As
informações são utilizadas para que o frame seja retirado do barramento pela estação que contenha o
endereço MAC destino. Como o frame possui também o endereço MAC origem, a estação sabe para quem
deve responder.
Existe um quadro especial que é enviado para todas as estações que estão conectadas no
barramento que se chama broadcast. Quando um quadro de broadcast é enviado ao meio, devido a sua
natureza que é divulgar a informação para todos na rede, ele deve ser lido por todas as estações presentes na
rede. Esse tipo especial de quadro se caracteriza por ter como MAC destino o seguinte: FF FF FF FF FF FF,
também conhecido como endereço de broadcast.

1.2 Método de Acesso ao Meio


O método de acesso ao meio utilizado em redes Ethernet é o CSMA/CD (Carrier Sense Multiple
Access / Carrier Detect – Método de Acesso Múltiplo com Verificação de Portadora / Detecção de Colisão).

Método de funcionamento:
Quando uma estação deseja transmitir no meio, a primeira ação que a estação deve fazer é ouvir
o meio, ou seja, verificar o sinal de portadora do barramento. Se não houver sinal de portadora no
barramento, quer dizer que não existe nenhuma estação utilizando o meio naquele momento, portanto a
estação pode transmitir.
Enquanto uma estação está transmitindo no meio, as outras estações não transmitem,
aguardando o cabo ficar livre. Como existe portadora no barramento, quer dizer que está ocorrendo uma
transmissão. Por causa disso as outras estações aguardam o final da transmissão para utilizarem o meio.
Parece ser o processo ideal, entretanto nada é perfeito. Imagine o caso onde duas estações
desejam transmitir na rede num determinado instante, e nesse instante não existe portadora no cabo. Nesse
caso, as duas estações vão tentar enviar seus quadro no meio ao mesmo tempo, gerando um fenômeno
conhecido como Colisão.
Quando a colisão ocorre, uma estação “suja” o que a outra estava transmitindo. Como o meio é
compartilhado, os sinais se misturam, gerando uma informação sem utilidade nenhuma. O CSMA/CD
possui um mecanismo que consegue detectar que ocorreu a colisão. A partir do momento da detecção, é
enviado um sinal no meio que termina de sujar o quadro e sinaliza para todas as estações que houve colisão
na rede.

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O próximo passo é todas as estações interromperem seus processos de transmissão e aguardarem


um tempo randômico, que é definido por um algoritmo conhecido como Backoff, para novamente tentarem
transmitir. Esse algoritmo determina o tempo que a estação deve esperar para retransmitir, baseado no
número de tentativas que ela já fez para transmitir o quadro. Quanto maior o número de tentativas, mais
tempo a estação irá aguardar.

1.3 Frame Ethernet


O frame Ethernet é formado pelos seguintes campos devidamente delimitados:

O Fast Ethernet trabalha com velocidade de 100 Mbps. Nessa tecnologia encontramos switches
e hubs que está padronizado e onde existem interfaces em fibra óptica = 100FX e em par trançado (UTP) =
100 base T.
O Gigabit Ethernet traz o funcionamento apenas na topologia switching, portanto no caso temos
conexões ponto a ponto e não observamos, portanto, o fenômeno da colisão. No caso dos padrões da
interface Gigabit Ethernet existem os padrões de interfaces 1000 base SX para alcances curtos em fibra
óptica (2 a 3 km) e interfaces 1000 base LX para alcances longos de 15 a 20 km. Existe ainda a interface
1000 base CX para cabos UTP com alcance de 25 metros.

2 Token Ring
É uma tecnologia baseada em uma topologia em anel ou anel-estrela. O padrão estabelece dois
tipos de cabeamento que podem ser utilizados: o cabo UTP ou o cabo de par trançado blindado STP.
Cada estação do token ring está conectada a estação adjacente, criando um anel.

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Existe ainda a topologia token ring em anel-estrela, na qual o equipamento de concentração


realiza internamente a conexão de portas em topologia em anel.

No anel as mensagens circulam por todas as estações. Quando uma estação recebe uma
mensagem no anel, ela é responsável por copiá-la novamente no anel, mesmo que a mensagem não seja para
ela, ou as placas de rede token ring recebem todas as mensagens e copiam-nas, passando adiante o anel. A
mensagem é destinada à estação quando o endereço MAC destino for o da estação que está recebendo a
mensagem, porém ela deve ainda ser recopiada no anel para confirmação de recebimento.

Para acessar o meio de transmissão, a estação deve estar de posse de um quadro especial que
circula pelo anel chamado TOKEN. Como esse quadro é único, esse mecanismo consegue garantir que
haverá apenas uma mensagem sendo transmitida no anel em um determinado momento, portanto não existe
o processo de colisão.

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Método de transmissão:
Quando uma estação precisa enviar um quadro, ela aguarda o token chegar. Quando o token
chega, ela deve ainda verificar se ele está livre ou transportando dados. Se o token estiver livre, a estação
seta o status do token como ocupado e envia junto com ele a sua mensagem, com o endereço MAC da
estação destino.
Quando a estação recebe o token e verifica que a mensagem enviada é para ela, a estação lê a
mensagem e muda o status do token como mensagem lida. A partir daí, quando a mensagem retornar à
estação que a enviou, como o status do token está como lido, a estação retira a mensagem do anel e seta o
status do token como livre, liberando outras estações para transmitir.
Nesse tipo de topologia não existem colisões e a performance da rede depende:
• Do tráfego gerado pelas estações;
• Da quantidade de estações no anel;
• Da velocidade de transmissão
O token ring foi padronizado para operar em duas velocidades: 4 Mbps ou 16 Mbps.

2.1 Frame Ethernet


O quadro do token ring definido pelo padrão 802.5 possui tamanho variável como o Ethernet e
mecanismos de confirmação de recebimento de mensagens.
O frame token ring é formado pelos seguintes campos devidamente delimitados:

3 FDDI (Fiber Distributed Data Interface)


Foi padronizado exclusivamente para o uso com fibras ópticas, as quais podem ser do tipo
multimodo ou monomodo, dispostas em um anel duplo. Como o token ring, o FDDI também utiliza o
conceito de token, porém operando a velocidades superiores a 100 Mbps.
O endereçamento do FDDI segue o mesmo padrão do Ethernet e do token ring, ou seja, são
utilizados endereços MAC, o que facilita a troca de quadros entre ambientes de redes heterogêneas Ethernet-
FDDI.
Uma estação pode estar conectada a um anel FDDI segundo dois tipos de conexão:
• Conexão SAS (Single Attachment Station) – onde a transmissão e a recepção de mensagens
ocorrem no modo half duplex, portanto não existem transmissão e recepção simultâneas.
Nesse tipo de conexão a estação encontra-se conectada a apenas um dos anéis.
• Conexão DAS (Dual Attached Station) – onde a transmissão e a recepção de mensagens
ocorrem no modo full duplex, permitindo transmissão e recepção simultânea. Nesse caso a
estação é conectada aos dois anéis.
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3.1 Tolerância a falhas


O FDDI é baseado numa arquitetura com dois anéis tolerantes a falha, sendo um primário e
outro secundário. O anel primário é utilizado para as transmissões normais da rede, e o secundário funciona
como um caminho backup redundante, que garante a integridade do anel no caso de falha do anel principal.
A reconfiguração dos anéis é um processo automático que ocorre quando o anel principal sofre
uma falha devido a uma ruptura de uma fibra ou mesmo falha em algum equipamento. O FDDI se
reconfigura e o anel e a rede são restabelecidos.

3.2 Acesso ao Meio


A tecnologia FDDI é baseada no mesmo conceito do token ring, ou seja, também usa o “Token”
para controlar o acesso, porém com uma velocidade muito maior. A diferença do procedimento já detalhado
no token ring é que, devido à melhor performance do anel, faz-se necessário limitar o tempo que a estação
fica com o token para transmitir mensagens no anel; caso contrário, uma estação poderia monopolizar o
anel. Esse tempo é definido como um TimeOut.
Sendo assim as principais características do FDDI são:
• Utiliza topologia em anel e método de passagem de token, como o token ring;
• Possui total compatibilidade com outras redes baseadas no IEEE 802 com a utilização da
subcamada LLC;
• Pode operar tanto em fibra multimodo como monomodo;
• Possui tecnologia em anel duplo com tolerância a falhas;
• Tem uma taxa de transmissão nominal de 100 Mbps e efetiva de até 80 Mbps;
• Permite a conexão de até 1000 estações no mesmo anel;
• Suporta um comprimento máximo da fibra de 200 km;
• Trabalha com serviços de transmissão de dados síncronos e assíncronos.

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3.3 Frame FDDI


O quadro FDDI definido pela ANSI é parecido com o token ring e possui os seguintes campos:

Exercício
1. Qual a vantagem da camada enlace ser dividida em duas subcamadas?

2. Marque a arquitetura de rede que não é especificada pelo padrão 802:


a) Ethernet b) FDDI c) Token ring d) Token bus e) NDA

3. Qual a tecnologia de rede local que possui maior escalabilidade de velocidade?


a) Ethernet b) FDDI c) Token Ring d) Token bus e) NDA.

4. O que caracteriza um endereço MAC de broadcast e qual a sua função?

5. Qual a finalidade do algoritmo de Backoff?

6. Quando ocorre a colisão no Ethernet?

7. Qual a vantagem do token ring sobre o Ethernet?

8. Indique os tipos de estação FDDI:


a) Estação PAS b) Estação SAS c) Estação CAS d) Estação DAS e) NDA.

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