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Sérgio Pacífico Soncim, Gilson Barbosa Athayde Júnior, Marle José Ferrari Júnior e
Marconi Oliveira de Almeida
Professores do Curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade Vale do Rio Doce
RESUMO
Neste trabalho apresenta-se um estudo que consiste na análise do comportamento de solos
misturados ao resíduo da reciclagem de garrafas pet na construção de reforço de subleitos de
pavimentos rodoviários. A metodologia de trabalho consiste na análise em laboratório de
propriedades físicas dos solos estudados, por meio de correção granulométrica com a areia de
pet (resíduo plástico da reciclagem). Após correção granulométrica realizada em solos não
recomendados para utilização em tal obra, verificou-se que para acréscimos de 30% em peso
de areia de pet, o solo estudado classifica-se como bom para execução de subleitos
rodoviários, de acordo com o HRB, instituto que regulamenta e classifica características de
solos recomendados para obras rodoviárias. De acordo com os resultados, pode-se prever e
avaliar o comportamento destes solos pouco qualificados, de maneira que possam atender às
especificações técnicas necessárias à obra, dando utilidade a um material residual e prejudicial
ao meio ambiente.
ABSTRACT
This paper presents a study which consists in the soils behavior mixed to the recycle of bottles
PET residue, in the roadways constructions. The methodology consists in the physical
properties analysis in laboratory of the studied soils, which included grain correction with the
pet sand (plastic residue). After grain correction in not recommended soils for use in this
work, it was verified that, for increments of 30% in weight of pet sand, the studied soil is
classified as good for roadways constructions, in agreement with HRB institute, that regulates
and classifies characteristics of recommended soils for this works. In agreement with the
results, it can be foreseen and to evaluate the disqualified soils behavior, so that they can
assist to the necessary technical specifications, giving usefulness to a residual and harmful
material to the environment.
1. INTRODUÇÃO
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Dois solos foram selecionados para a composição das misturas e neste trabalho são
denominados respectivamente de Solo 1 e Solo 2. Estes solos possuem curvas
granulométricas semelhantes e situam-se em classes coincidentes, segundo a classificação do
HRB (Highway Research Board). Esta classificação utilizada no meio rodoviário, dentre
outros parâmetros, baseia-se na granulometria do solo tendo como indicativo de
comportamento do solo, as quantidades de material que passam na peneira de nº 200 (0,074
mm).
Segundo PINTO (2002), neste sistema, se inicia a classificação pela constatação da
porcentagem de material que passa na peneira nº 200, assim, são considerados solos de
granulação grosseira os que têm menos de 35% passando nesta peneira, e solos de granulação
fina os com mais de 35% passando na peneira nº 200.
De acordo com esta classificação, os solos granulares ou de granulação grosseira, são
considerados solos com comportamento geral excelente a bom como subleito ou reforço de
subleito, já os granulares, apresentam comportamento fraco a pobre, quando empregados em
tal tipo de obra.
As amostras de solo coletadas são provenientes de taludes da rodovia BR – 116,
localizados próximo à localidade de Era Nova, distrito de Alpercata – MG. A figura 1
apresenta as curvas granulométricas dos solos estudados no seu estado natural.
Solo 1
100
% QUE PASSA DA AMOSTRA 95
90
TOTAL
85
80
75
70
(0,074; 66%)
65
0,01 0,1 1 10
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
Solo 2
100
% QUE PASSA DA AMOSTRA
95
90
85
TOTAL
80
75
70
65
(0,074; 62%)
60
0,01 0,1 1 10 100
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
As curvas granulométricas dos solos foram obtidas com base nos procedimentos
descritos na NBR – 7181/ ABNT – Análise Granulométrica de Solos.
Pela análise da granulometria dos Solos 1 e 2 pode-se perceber que ambos apresentam
porcentagens maiores que 35% passando na peneira de nº 200, o Solo 1 com 66% da amostra
total passando e o Solo 2 com 62%. Isto indica que os solos utilizados neste trabalho
apresentam característica de comportamento fraco a pobre quando utilizados em obras de
subleito e reforço de subleito, de acordo com a classificação do HRB.
As misturas para os ensaios de correção granulométrica foram realizadas para as duas
amostras de solo com 30% de areia de pet em relação à massa dos solos secos. Em seguida,
realizou-se novamente o todo processo de caracterização dos Solos 1 e 2, misturados à areia
de pet, conforme os procedimentos descritos na NBR – 7181.
70
65
60
55
50
45
40 (0,074; 40%)
35
0,01 0,1 1 10
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
Solo 2
100
% QUE PASSA DA AMOSTRA
95
90
85
80
75
TOTAL
70
65
60
55
50
45
40
35 (0,074; 32%)
30
0,01 0,1 1 10 100
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
Figura 2 – Curvas granulométricas dos solos 1 e 2 respectivamente, após mistura com 30% de
areia de pet
Pela análise da figura 2 pode-se observar que o Solo 1, após a mistura, apresenta 40%
da amostra total passando na peneira de nº 200. O acréscimo de areia de pet trouxe o solo
para próximo dos patamares estabelecidos pelo HRB, ou seja, a partir de 35% da amostra total
passando na peneira nº 200, este mesmo solo apresentaria características de um bom
comportamento como subleito de rodovias.
Já o Solo 2, após a mistura, se mostrou como um solo que possa apresentar um bom
comportamento quando utilizado como reforço de subleito. Pode se observar estes indícios,
por meio da análise da curva granulométrica deste mesmo solo na figura 2. Este solo
apresentou 32% da amostra total passando na peneira de nº 200. Desta forma, verifica-se que,
segundo a classificação de solos para obras rodoviária, instituída pelo HRB, o Solo 2, com a
mistura de 30% de areia de pet em relação à massa seca deste mesmo solo, apresenta
características de solos de granulação grosseira. Sendo assim, podem ser considerados solos
com comportamento geral excelente a bom como subleito ou reforço de subleito.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS