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Com efeito, em suas decisões, nem sempre o governante atende ao real interesse
da comunidade, podendo ocorrer que a Administração esteja imbuída da defesa de
interesses unicamente da Administração, mas não necessariamente interesses públicos.
Celso Antônio (p. 55) traz a diferenciação entre interesse público primário e secundário.
1 CABM, p. 55.
administrado, para insurgir-se ou para ter elementos de insurgência contra atos que o
afetem pessoalmente, necessita conhecer as razões de tais atos na ocasião em que são
expedidos. Igualmente, o Judiciário não poderia conferir-lhes a real justeza se a
Administração se omitisse em enunciá-las quando da prática do ato.”
Por esta razão, a Lei nº 9.784/99 elenca em seu art. 2º a motivação como
princípio que rege o processo administrativo federal, indicando, no inciso VII do Parágrafo
Único, que o administrador deve fornecer: “indicação dos pressupostos de fato e de direito
que determinarem a decisão”. A seguir, o art. 50 do mesmo diploma legal faz um elenco de
casos em que os atos devem ser obrigatoriamente motivados.
Segundo a doutrina atual, o princípio da segurança jurídica deve ser visto como
um dos pilares do Estado de Direito. De fato, é de se esperar que um Estado que se
autodenomina Estado Democrático de Direito coíba ao máximo toda forma de arbítrio
estatal, de forma que as condutas estatais possam ser previsíveis e perfeitamente
identificáveis as suas conseqüências. A concepção de uma sociedade juridicamente
organizada requer como premissa o reconhecimento da segurança jurídica como um valor
supremo. A noção fundamental de segurança jurídica alia-se à idéia de previsibilidade,
regularidade e estabilidade das relações jurídicas, sobretudo quando se está a considerar as
relações jurídicas de natureza pública, onde há participação direta do Estado no exercício
de sua potestade administrativa,
Dentro de tal contexto, importa considerar que, mais que um poder, o exercício
da autotutela afigura-se como um dever para a Administração Pública; reitere-se, dever de
rever e anular seus atos administrativos, quando ilegais. Conquanto tal poder-dever seja de
índole constitucional, seu exercício não pode se dar de forma absoluta e irrestrita,
porquanto a invalidação de atos administrativos não garante, por si só, a restauração da
ordem jurídica.
2- Poderes e Deveres Administrativos
Como afirma Maria Sylvia, o decreto que é fruto do poder regulamentar não
pode inovar na ordem jurídica, criando direitos e obrigações, proibições ou qualquer ato de
caráter restritivo de direito, sem lei emanada do Poder Legislativo. Por tal razão, o decreto
regulamentar de lei não poder ter conteúdo contra legem ou ultra legem. (p. 87).
1- Poder Disciplinar:
Poder disciplinar é a prerrogativa da Administração de apurar fatos que
caracterizem ilícito administrativo e aplicar penalidades pela prática de infrações funcionais
a servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.
Mitigando este entendimento, Maria Sylvia (p. 91) afirma que o poder
disciplinar é discricionário, mas que esta liberdade de ação ocorre porque a lei dá à
Administração “o poder de levar em consideração, na escolha da pena, a natureza e a
gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público.”
Como afirma Lucas Rocha Furtado (p. 680), “o exercício do poder disciplinar
em relação aos servidores públicos federais se insere no âmbito das atividades
vinculadas: verificado o cometimento de infração, deve ser instaurado o devido processo
disciplinar; comprovado por meio do processo disciplinar o cometimento da infração, deve
ser aplicada a sanção; sendo, ademais, indicada a pena a ser aplicada em razão da
infração praticada.”
Conceito:
Segundo o Em. Hely Lopes, “Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a
Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e
direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado”. E mais: “Em
linguagem menos técnica, podemos dizer que o poder de polícia é o mecanismo de
frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito
individual”.
É assente, na doutrina, o entendimento de que o fundamento do poder de polícia é o
princípio da predominância do interesse público sobre o particular, que dá à Administração
posição de supremacia sobre os administrados.
Conceito legal: CTN art. 78