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Índice Edição única | Dezembro de 2009 | www.formatomagazine.com

A minha culpa escorre pelos canais das Essa língua que se arrasta pelo chão deixa
Leitor Formato veias, um rastro,
Espalhando-se grossa e malcheirosa, De saliva e de insalubridade,
5 Translúcida- Essa língua ferina que me corta o baço:
Leitores Não posso vê-la - outros sabem; Libera humores aprisionados
Sou saco de ossos, mas saco-plástico: E eles brincam de roda e pula-sela,
opinam Exposto rosto e coração putrefato. Brincam de chutar a cadela.
sobre os
temas da Os vermes em meu crânio me são sobera- Se eu plantasse os dentes germinavam
nos, bombas, não cravos,
formato Mastigam ligações formando novas von- Floresceria extermínio.
magazine. tades.
Nos pulsos impulsos pulsam -
Me diz diz diz dizendo
Que todo passo faz compasso à doença. Eu, meu Chernobyl
7 no cinema
A arte da adaptação: Livros inspiram Fortaleza Digital (1998) de Dan Brown é o primeiro livro do escri-
filmes e resultam em grandes produções
tor estadunidense, anterior ao best-seller O Código da Vinci e a Anjos e
Demónios. Em 2004 esteve na lista dos mais vendidos do New York Times
10 best-sellers simultâneamente aos três primeiros livros de Dan Brown. O livro segue a
Marketing ou real qualidade? Essa litera- mesma linha das demais obras de autor.
tura atinge cade vez mais os jovens

12 Resumo A modelo Ana Carolina

O que mudou entre os séculos na
literatura? Renton sofria de anorexia.
Em 2006, o distúrbio ali-
mentar a levou ao hospital,
14 capa
Doenças e distúrbios do século são
onde morreu, com 40 qui-
temas de livros
los, no dia 15 de novembro.

16 Signo frágil
A evolução(?) da mulher na literatura contos
2 Eu, meu Chernobyl
7 in aeternam
18 tecnologia 9 negação.
A internet também mudou a concepção
do livro
16 incomodava
23 Lenda Viva
19 Horóscopo
Os signos do zodíaco ilustrados pelos
autores correspondentes

2 | FORMATO | DEZEMBRO 2009 DEZEMBRO 2009 | www.formatomagazine.com | 3

Editorial Diretor-Geral
Roberta Puccetti
Leitor Formato
Transparência. É isso que achamos necessário em publicações
Livro, muito mais Edição gráfica
jornalísticas. Você opinou acerca dos temas,

Leitura Digital Best Sellers

que de cabeceira
Talita Bristotti
Luyanne Lourenço, RJ Graziele Ribeiro, RS

Colaboradores Acho que é apenas uma op- O marketing é

Bárbara Galvão, Bruno Teixeira, imprescindível,
Já faz um tempo, a televisão, nos; ou nos livros de histórias ção, assim como baixar cds
Mayara Piovesan, Michele Bury, mas a quali-
o cinema e as grandes mídias cativantes, que podem não ter e comprá-los. Afinal, existe
Paulo do Valle e Talita Bristotti dade ajuda. Co­
visuais em geral, tem se focado tanta sofisticação ou densidade muita gente que não tem mo­ por exemplo
cada vez menos no desenvolvi­ se comparado à outras obras, paciência de ficar lendo no
mas possui uma magia própria Dan Brown: seu
mento de grandes enredos. Formato Magazine é uma celular, que acha que preju- primeiro livro
Você já pode até dizer que não capaz de arrebanhar fãs ao re­ publicação fictícia, feita exclu- dica a visão, ou simplesmente era super bom
se vê mais filmes como antiga­ dor do mundo. sivamente para obtenção par- prefere ter o livro em mãos.
Seria tolo, porém, e vendeu muito.
mente, mas não enten­ cial de créditos para a disciplina Pronto, ele ga-
da isso como uma acreditar que a História da Arte, ministrada pela Adaptação rantiu o market-
crítica velada à A literatura está lite­ratura fu­ professora Roberta Puccetti, Carolina Pereira, SP
giria à máxi­ ing para os próximos livros. As pessoas investem
industria do em constante mudança, do curso de jornalismo da Puc-
entreteni­ ma de que Ler os livros sempre será mil vezes no que dá certo, é dinheiro garantido.
sempre moldada no leitor da Campinas. melhor. As adaptações acabam
mento ou à toda regra
superfi­ci­a­ vez. tem exce­ com a imaginação pessoal. Resumo
Não existir a gama de estilos Murilo Estigarribio, SP
lidade de ção, mas Redes Sociais Autores como Machado de Assis e Fernando Pessoa só servem para
blockbusters literários que vemos hoje, seria tão comum @bgalvao
hollywodia- como viver no preto e branco. q u a n t o @howtogrowold Doenças Modernas cair no vestibular. Tenho certeza que se não fosse obrigatório, nin-
nos, é apenas acreditar que Sylvia Gomes, SP guém iria ler! Já passou a época deles, hoje é a era da internet.
A palavra do século? @mayarapiovesan
a constatação todo livro pro­ Um modo de E que assim seja.
ADAPTAÇÃO. @michelebury
do fato de que vém conteúdo @dovallepaulo arrancar dinhei-
o papel principal de da­ ­me­lhor qualidade @talilittle ro de quem es­­ Signo Frágil
divertir, ou melhor ainda, dis­ cultural, é ouvir dizer que a tá desesperado Iuri Genovesi, SP
trair é das grandes mídias. televisão não produz nada e procurando
Hoje em dia, com a produção literária massificada e bem mais seg-
E onde ficam os livros nessa minimamente inteligente. www.formatomagazine.com ajuda. Muitos
mentada, cada autor tem seu próprio nome, seu próprio estilo. As
história? Cada vez mais par­ Fato é que ambos os meios de pare­cem ten-
mulheres não ficam de fora nisso, muitas escritoras se destacaram
te da vida das pessoas, eles se adquirir cultura coexistem, tar dou­­trinar os
nesses últimos breves anos, de todas, a mais recentemente famosas
são uma maneira sólida de se porém um não exclui e não ex­ leitores, mas se escrito por um
Stephenie Meyer e J.K Rowling possuem um papel importante não só
apoiar em diferentes maneiras. cluirá o outro, a TV que se fixa profissional que entende da área,
no marco literário feminino, mas em uma cultura de evangelização e
Seja no tão criticado livro de como a diversão “leviana” e o Todos os artigos assinados são eu acho uma arma muito forte e
adoração às obras. Coisa que poucos escritores homens conseguiram
auto-ajuda que influencia dire­ livro que é capaz de mudar vi­ de responsabilidade de seus au- de ótima ajuda para essas pes-
fazer em todos essas décadas que se passaram.
tamente o dia-a-dia do leitor, das, de moldar personalidades tores. É proibida a reprodução soas, os livros podem ser grande
caso contrário não geraria tan­ e extrapolar, da cabeceira para total ou parcial dos textos sem fonte de conforto e ajuda em
to barulho em meio aos purita­ a cabeça. devido crédito. momentos difíceis. e nós publicamos!
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 Adaptação

A literatura cinematográfica
A arte da adaptação: Livros inspiram filmes e resultam em grandes produções
Michele Bury

FOTO: DIVULGAÇÃO/ Summit Entertainment NV

bury@formatomagazine.com

Você já contou quantos filmes

lançados em 2009 são adaptações?
Pois bem, as adaptações são a “fór­
mula certa” para as produções cin­
ematográficas. Porém, assim como
há sucesso, há fracasso.
O motivo? O processo de trans­
formar literatura em cinema é com­
plexo e requer todo o cuidado pos­
sível. Há reuniões entre autores e
diretores, atores e produtores, e o
livro utilizado é lido e relido.
A adaptação é uma “Arte” de
compreensão, onde se transforma
(quase sempre) fielmente textos e
conceitos em imagens e seqüências.
É a representação do imaginário
criado por cada leitor.
“Já assisti a filmes que me frus­
traram muito, mas atualmente, as
produções estão ficando cada vez
maiores e mais fieis, fazendo a re­
leitura perfeita dos livros” – disse
Bruno Motta Vieira, gerente finan­
ceiro, de 32 anos.
Algumas obras literárias resul­
tam em produções gigantescas e
milioná­rias. Temos como exemplo
Senhor dos anéis e Harry Potter.
“Não sei se há a necessidade de
gastar tanto dinheiro em filmes que
vão fazer sucesso mais pelo ator e
pelo titulo do que pelos cenários
e cenas com efeitos” – discorda Exemplo de sucesso: Lua Nova, a adaptação mais aguardada do ano, teve a 3ª maior
Camila Franco de Almeida, estu­ bilheteria de estréia nos EUA e a 2ª no Brasil.

Poster –
dante, de 19 anos.
Somente em 2009, aproximada­
trânsito entre amores intransitivos,
que não requerem complemento;
do que na selva de concreto,
seu corpo que desafia o tempo,
Quanta Vitrine
mente 20 adaptações foram realiza­
das (ver tabela página 8).
no trânsito um sinal vermelho-
é apenas mais lei imposta
pois nele me faço eterna.

Sobre todos os riscos e dificul­

Fevereiro
dades, a adaptação ainda é e sempre
vai ser uma fonte de inspiração para
o cinema. (continuação página 08)
6 | FORMATO | DEZEMBRO 2009
e não o cardeal que mora no seu peito -
cujo canto me encanta, in aeternam
mas não afoga.
prefiro perder-me no templo do seu corpo,
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Algumas das adaptações lançados em 2009:
B e l o
janeiro fevereiro Horizonte­,
fim da dé­
Foi apenas um sonho O leitor ca­da de 70­.
(Revolution road) (The reader) Rober­
to Carlos
março abril Ramos,
logo­ com­
Bela noite para voar Divã 6 anos de
idade,­ já
maio agosto demons­
Anjos e demônios trava enor­me talento para contar
O contador de histórias histórias. Caçula de dez irmãos e
(Angels & demons)
morador de favela, é o escolhido
outubro por sua mãe para ir viver numa nova
O desinformante! Te amarei para sempre instituição anunciada pelo governo.
(The informant!) (The time traveler's wife) Com 13 anos, após diversas fugas
e infrações, o menino é considerado
novembro incorrigível pelos educadores. Até
que a educadora francesa Margherit,
Coco antes de Chanel Aconteceu em Woodstock mesmo sabendo de sua ficha, decide
(Coco avant Chanel) (Taking Woodstock)
levá-lo para casa e dar a ele um lar e
dezembro oportunidades.
Um forte laço de amizade e admi­
Julie & Julia Sherlock Holmes ração irá se formar e dele, um con­
(Julie & Julia) (Sherlock Holmes) tador de histórias nascerá.
Enquanto isso, na TV
O execu­

tivo Mark
Whitacre,
ao descobrir
que a mul­
tinacional
onde traba­
lha partici­
pa de um
es­que­ma de
formação de cartel, decide reportar
para o FBI.
Mark acredita que, com isso, será
promovido e transformado em um
herói da população. Mas o FBI pre­
cisa de provas, e ele se transforma
em agente infiltrado.
Seus relatos, no entanto, estão
sempre mudando, e torna-se impos­
sível distinguir o que é real do que
é produto de sua fértil imaginação.
Baseado na história real do execu­
tivo de mais alto cargo a se tornar
informante nos EUA.
foto: divulgação/CW
negação. - você só está aqui por minha vontade, - Não importa, você me deixou, isso não é
você nem tem mais livre arbítrio, é uma justo.
merda..é quase como se eu namorasse a
mim mesmo. - Quem é você pra discutir o que é justo e o
ele e ela na cama, os olhos dele estavam que não é com uma pessoa que não existe
inchados, os dela estavam como se não - a escolha foi tua, eu ainda acho que ficar mais? Você SABE que eu não existo mais,
Damon (Ian somerhalder), Elena (Nina dobrev) e Stefan (paul wesley) - nova série
americana aposta no triângulo amoroso tivessem mudado uma partícula desde dois anos sem sair de casa e sem conhecer não é?
aquele dia. ela quebra o silêncio, ele é o outras pessoas foi uma escolha burra.
Baseada nos livros de Lisa Jane Smith, a série televisiva Diários do Vampiro (The Vam-
pire Diaries) estreiou esse ano na emissora americana CW. único que ouve: - sei...só não quero aceitar.
- não...você não acha. Eu não acho! Você
A trama conta vida de uma garota chamada Elena que se vê às voltas com dois irmãos
vampiros, Stefan e Damon. Os dois irmãos – um bom, um mau – estão em guerra pela - então hoje fazem dois anos... só tá falando isso por que é algo que eu
acho que você diria, se não tivesse me de-
alma de Elena e pelas almas de seus amigos, família, e todos os habitantes da pequena
- sim, nosso aniversário de fim de namoro, ixado.
cidade de Mystical Falls.
parabéns.
Os 4 livros iniciais foram publicados em 1991 e apenas um foi traduzido e comer­
cializado no Brasil. Mas agora, com a fama vampiresca que a saga Crepúsculo iniciou, - É INCRÍVEL garoto, você podia me culpar
a tradução dos outros já começou, assim como o lançamento de 3 novos livros da série, - você sabe que eu não tive culpa, e além por qualquer coisa, mas me culpa pela úni-
intitulados de Diários do Vampiro: O Retorno. do mais eu ainda to aqui. ca que eu não posso controlar.

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Juventude Ficção

foto: Bruno Teixeira

Referente a semana de 29/11 a 03/12. Fonte: Revista Época

1. O símbolo Perdido - Dan Brown

O fenômeno best-seller
2. Eclipse - Stephanie Meyer
3. Amanhecer -Stephanie Meyer
4. Lua Nova - Stephanie Meyer
5. A Cabana - William Young
Seja pelo marketing ou até pela qualidade, a literatura dos 6. Crepúsculo - Stephanie Meyer
best-sellers atinge, em sua maioria, adolescentes 7. Diários do Vampiro: O Despertar -
L. J. Smith
Bruno Teixeira rie de quatro, a chamada “Saga ­ otter, o livro
P 8. Diários do Vampiro: O Confronto -
teixeira@formatomagazine.com Crepús­culo”, consiste da adapta­ tem uma temática L. J. Smith
ção cine­ma­tográfica dos livros da mística que me 9. A Hospedeira - Stephanie Meyer
Desde o último dia 20, um fenô­ autora Stephanie Meyer), os gritos interessa”. 10. Caim - José Saramago
meno está sendo observado nas eufóricos ecoam pelo cinema. O caso da fã não
principais salas de cinema do país. É ingênuo acreditar que isso se dá é exclusivo, os Não Ficção
Ele se manifesta, inicialmente, apenas pela aparência dos atores ou livros em questão 1. Comer, Rezar, Amar - Elizabeth
por uma longa fila onde se pode pela sua atuação, que alguns críticos realmente têm um Gilbert
observar uma variedade imensa julgam estar longe de primorosa. grande papel ao 2. Nunca Antes na História Deste
de pessoas, adolescentes, crianças, Quem presencia essa experiência incentivar a lei­ País - Marcelo Tas
adultos, da mais plural gama de que é assistir Crepúsculo numa sala tura entre jovens, 3. Mentes Perigosas - Ana Beatriz
estilos e trejeitos. A segunda de cinema, está presenciando a geralmente estag­ Barbosa Silva
etapa do acontecimento consolidação do principal nados com livros­ 4. Mais Você: 10 Anos - Ana Maria
é a corrida; logo que as fenômeno literário do envelhecidos re­ Braga
salas são libe­radas para
Saga fim da década. co­mendados nas 5. Honoráveis Bandidos - Palmério
os espec­tadores, os Não é de hoje que escolas. Essa fun­ Dória
funcioná­rios dos cine­
Crepúsculo é alguns livros vêm ar­ ção vêm sendo 6. Lua Nova: Guia Oficial Ilustrado -
rebanhando fãs do reconhecida até Ana Carolina Zatta com as vestes da casa da sonserina, uma das quatros presentes na história de Harry Potter Mark Cotta Vaz
mas tentam controlar destaque mundo inteiro em uma mesmo pelo go­ 7. O Andar do Bêbado - Leonard
e organizar a multidão
sunto. Além disso, conta que outro maneira cada vez mais intensa. Mlodi
que corre para arranjar global mente comunidade extrema­
dedicada as obras
verno do estado de São Paulo; em
matéria para o site Educar Para âmbito que se animou à participar Nisso também reside a principal 8. Chico Buarque: Histórias de
um bom lugar e assistir do
melhor ângulo aquilo que tanto que cultuam. Em 1997 foi lan­ Crescer, livros das séries Harry foi a escrita, através da criação das crítica em torno da saga, alguns estu­ Canções - Wagner Homem
esperaram. çado o primeiro livro que conta a Potter­ e Crepúsculo farão parte das “Fan-Fics”, contos criados por fãs diosos relatam que os livros roman­ 9. Uma Breve História do Mundo -
A atmosfera que precede o derra­ história do bruxo Harry Potter, 10 salas de leitura de mais de 4.000 baseados nas obras que lhes agrada. tizam questões perigosas para jovens Geoffrey Blainey
deiro clímax do fenômeno é estra­ anos depois a franquia arrecadara o escolas de quinta a oitava séries do Crepúsculo, porém, tem um fator com personalidades ainda em for­ 10. Clarice - Benjamin Moser
nha, as pessoas conversam em voz equivalente à aproximadamente 40 ensino fundamental, com o objetivo que difere e muito de Harry Potter:­a mação, como o casamento precoce e Auto-Ajuda
mais alta do que o normal antes do bilhões de reais, foi traduzida para de incentivar a leitura entre os jovens. temática. Apesar de conservar o con­ inconseqüente e o suicídio. 1. Por que os Homens Amam as
filme começar, e parecem tratar de 67 línguas, vendeu mais de 400 Ainda sobre o fenômeno fã, Ana, teúdo místico, não o trabalha mais É impossível, portanto, descredi­ Mulheres Poderosas? - Sherry Argov
apenas um único assunto; os trai­ milhões de exemplares ao redor do que se interessa tanto por Harry como enredo principal. Os vampiros tar tais livros, eles foram e ainda 2. O Monge e o Executivo - James
lers também são negligenciados mundo e criou uma legião de fãs ao Potter quanto por Crepúsculo, afir­ de Crepúsculo servem apenas de são extremamente importantes para Hunter
em meio à ansiedade para o início redor do globo. ma que o ato de ser fã não para na contextualização para a transcrição o incentivo da leitura em jovens 3. O Código da Inteligência -
do filme; e quando ele começa toda É o caso de Ana Carolina Zatta,­21, última página do livro. Ela conta das intensas, e algumas vezes su­ cuja realidade não se assemelha em Augusto Cury
a aura de silêncio e respeito dos que diz que começou à se interes­sar que foi convidada para interpretar perficiais, relações amorosas entre nada à descrita em grandes clássicos 4. Nunca Desista de Seus Sonhos -
cinemas cai por terra, na primeira pela leitura, através de Harry Potter.­ cenas dos livros junto à uma escola adolescentes, criando um fator de literários, por outro lado também, é Augusto Cury
aparição do protagonista de Lua “Eu realmente não gostava de ler da região, e tem amigos de dezoito identificação extremamente forte fato que tais livros, justamente por 5. Encontre Deus na Cabana -
Nova (segundo filme de uma sé­ muito antes de conhe­cer Harry­ anos que já dão palestras sobre o as­ com o público, que passa por situa­ retratar a sociedade atual e toda sua Randal Rauser
ções parecidas com as descritas nos superficialidade acaba por não acres­ 6. A Arte da Guerra - Sun Tzu
livros. centar muito no conteúdo, na busca 7. A Coragem de Confiar - Roberto
E é nisso que a saga da autora pelo mero entretenimento literário. Shinyashiki
Stephanie Meyer conseguiu seu É importante, então, tratar tais ob­ 8. Quem Me Roubou de Mim? -
maior trunfo, trazer os fãs que ras como uma ponte dos desinteres­ Fábio de Melo
cresceram com Harry Potter, para sados, para outras obras de maior 9. Casais Inteligentes Enriquecem
uma saga mais contemporânea, que valor intelectual, e porque não, uma Juntos - Gustavo Cerbasi
retrata a sociedade em que esses jo­ leve diversão para aqueles acostuma­ 10. Cartas Entre Amigos - Fábio de
vens vivem, onde os relacionamen­ dos com a leitura densa e rebuscada Melo e Gabriel Chalita
tos começam cada vez mais cedo de de um Drácula de Bram Stoker.
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Resumo Glossário
Poesia Concreta: visa um novo tipo
Jornalismo
literário: surgiu
Geração X: considerada uma “gera-
ção perdida”, e extremamente cínica,

Literatura engajada versus de expressão, baseada em princípios da­ ­­preocupação representa as pessoas que nasceram
experimentalistas, ou seja, importa- cons­­tante em fazer­ entre 1965 a 1981, jovens que pas-
se com io espaço gráfico-visual e há um jornalismo saravam por uma nova realidade so-

literatura comercial
valoriza os elementos constitutivos da que­­ revelasse um cial (divórcio, consumismo acelerado,
palavra. mundo subjacente tecnologia e feminismo) e buscavam o
Geração Beat: movimento de con- àquele encontra- estilo de vida da década de 50.
tracultura organizado por um grupo de mos nos noticiários, onde a notícia é Século XX: Predomina os movimen-
A transição do século XX para o século XXI também é visível na litera- escritores americanos que celebravam escrita da perspectiva subjetivista. Tru- tos de vanguarda e do modernismo.
man Capote (foto) é o jornalista precur- Século XXI: A chamada cultura dos
tura: O capitalismo desenfreado substitui a qualidade estética a não-conformidade e a criatividade
sor do estilo. Best-Sellers e o multiculturalismo.
espontânea.
Mayara Piovesan
piovesan@formatomagazine.com
Início (Século XX)
Em uma breve comparação en­
tre a Literatura do Século 20 e 21,
1901 1902 1903 1905 1908 1909 1910 1912
podemos dizer que muita coisa mu­ Início do prêmio Euclides da Cunha Nasce George Orwell Morre Júlio Verne Morre Machado de Assis Primeira mulher a ganhar Nasce Aurélio Buarque Morre Bram Stroker
dou. Desde formas e conceitos pré- Nobel de Literatura lança ‘Os Sertões’ o Nobel da Literatura de Holanda Ferreira
estabelecidos pela literatura do Sé­
culo 20 até a liberdade existente na
escrita de hoje.
Com o advento da internet, tudo
se tornou mais viável. A facilidade Lost, seriado americano, faz citação dos livros (sim, ele é pai do Chico)
na criação de um blog ou de sites
de publicações gratuitas abriu por­ 1940 1928 1925 1922 1918 1915
tas, sem nenhum tipo de censura ou Morre F. Scott Fitzgerald Movimento Antropofágico Fundação da biblioteca Nasce Jack Kerouac e Fim da 1ª Guerra Mundial Morre Alberto Caiero
limites para aqueles que gostam de e início do Romance Regional Mário de Andrade, em São Paulo José Saramago Lançamento de ‘A Metamorfose’
escrever. E seguida deste mesmo Lançamento de Mein Kampf de Semana de Arte Moderna de Frank Kafka
pensamento, a pesquisadora e pro­ 1943 3ª obra literária mais Adolf Hitler
fessora de literatura Iara Fernandes,
Publicação do Pequeno Príncipe traduzida no mundo impulsionaram a 2ª
ainda conclui: “creio que a quali­
Grande Guerra
dade de escrita e de leitura pode
decair. Outros fatores contribuem,
mas esse é um dos que mais dife­ 1945 1946 1952 1953 1956 1964 1975
renciam as literaturas dos diferentes
Inauguração da UNESCO Artigo ‘Hiroshima’ de John Hersey, Nasce Douglas Adams Nasce Alan Moore Brasil: Poesia Concreta Nasce Bret Easton Ellis: Publicação de ‘Libertação
tempos”.
Morre Mário de Andrade marco do jornalismo literário Publicação de ‘Howl’: Geração Beat Geração X Animal’ de Peter Singer
Vemos a literatura do século 21
Publicação de ‘A Rosa do Publicação ‘A Última Batalha’, da série
seguindo uma trajetória diferente lançada entre 86 e 87,
Povo’ do C. Drummond ‘Crônicas de Nárnia’
do século 20, uma vez que escri­ Watchmen é obra do britânico.
tores como Machado de Assis e em 2009 ganhou adaptação
José Alencar serão sempre lembra­ cinematográfica
dos como principais influências de
todos os tempos.
Por fim, temos atualmente clás­ 2005 1997 1990 1978 1977 1976
sicos do século 21, como Crepús­ O Ano Ibero-americano da Leitura Lançamento do1º livro Ano Internacional da Alfabetização Início da publicação Morre Clarice Lispector Morre Agatha Christie
culo e Harry Potter, tornando-se Lançamento de ‘A Conspiração’ de Dan Brown; da série Harry Potter das tirinhas de ‘Garfield’
motivo de fanatismo pelos jovens: ‘Marley & Eu’ de John Grogan e
“aventura, romance e uma pitada de início da saga ‘Crepúsculo’
fantástico prendem o leitor não pela
qualidade estética, mas pela trama,
2006 2007 2008

arte: talita bristotti

bem amarrada, que proporciona o
Inauguração do Museu da Língua Portuguesa Fim da série Harry Potter Mercado ‘Auto Ajuda’
fácil entendimento e, conseqüente­
faturou 11bi de dólares exemplos de mulher sucedidas na literatura
mente, o maior consumo desse tipo
de literatura”, diz Iara. Fim (Século XXI)
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Capa
De boca amarrada: A literatura e os transtornos modernos
As doenças modernas ganham cada vez mais espaço na literatura do século 21. A identificação da sociedade com os problemas tratados nos livros
fez com que esse campo de abordagem crescesse na última década
Bárbara Galvão ções, entre eles aproximadamente Clube da Luta - Chuck Palahnuik ter, mas que nunca teria coragem de

foto: arquivo pessoal

galvao@formatomagazine.com 1,4 milhões de brasileiros, é difícil admitir. Tyler é a representação per-
de se abordar em uma sociedade de O livro relata a tragetória de um cor- feita do anarquista: não tem endereço,
culto à imagem em que uma preo­ retor de seguros bem sucedido que, não tem emprego e fabrica explosivos
O que conhecemos como ‘trans­
cupação pode tornar-se obsessão aparentemente, atingiu o ideal de no porão.
tornos modernos’, são condições
facilmente. Em 2006 a modelo Ana ­felicidade almejado por todos, mas que Juntamente com Tyler, o personagem
mentais que geralmente se mani­
Carolina Reston Macan morreu começa a sofrer de uma crise existen- descobre uma válvula de escape para
festam graças a determinados ti­
pesando 40 quilos - ela se achava cial manifestada na forma de terríveis sua depressão: descarga irracional de
pos de stress, como a depressão,
gorda. crises de insônia. violência. Os dois fundam os “Clubes
ou distúrbios de ansiedade. Esses
Fernanda do Valle, autora de “Eu, O protagonista não mais se contenta de Lutas”, recrutando indivíduos tão
problemas psicológicos que podem
ele, e a enfermeira... na luta contra em existir dentro dos limites impostos frustrados com a sociedade quanto o
levar à conse­qüências drásticas são
a anorexia”, é a prova de que os pela sociedade consumista e passa a personagem principal. Até esse ‘grupo
um tema comum à literatura que
tempos de fato mudaram. Quando frequentar grupos de apoio psicológi- de apoio’ evoluir para um movimento
as vêem explorando desde Shakes­
há alguns anos tais assuntos eram co para doentes terminais, buscando revolucionário anarquista.
peare: Hamlet era a própria imagem
informalmente ou mesmo formal­ o ­conforto na infelicidade das outras Categorizado como underground,
do jovem atormentado.
mente censurados e tidos como de pessoas. Clube da Luta é uma crítica ao papel
No século XX, então, não é de
mau-gosto não se consideraria que Eventualmente o personagem co­ do indivíduo na sociedade, questio­
se estranhar que haja uma inten­
uma autora pudesse lançar eu livro nhece Tyler Durden, indivíduo que nando e até ridicularizando os padrões
sificação desse movimento e que
e abordar tais assuntos abertamente sumariza todas as qualidades e ati- de ­comportamento social aceitos
suas imagens, embora próximas, se
para um público interessado. tudes que o personagem gostaria de ­atualmente.
modifiquem. O mundo contemporâ­
Tais assuntos podem demonstrar
neo é resultado de diversas crises
uma aceitação cada vez maior do
que abalaram a sociedade e ao mes­
mercado, conseqüentemente da
mo tempo a impeliram numa neces­
cultura em relação às suas plurali­
sidade de expressão.
dade, todavia indicam também
Na literatura, as contradições apa­
como os distúrbios têm se tor­
rentes da necessidade de rebelar-se
nado parte integrante de nossas
em fusão com a apatia passam a ser
vidas e se inserido inclusive em
exploradas mais vívida, e, às vezes,
nossa história biblio­gráfica.
graficamente. São retratos de droga­
dição e inconseqüência que quando
analisados sob uma perspec­tiva
analítica são indicativas de um sin­
toma.
A identificação com essas persona­
gens as torna facilmente acessíveis,
tanto que muitos livros tornam-se
sucessos, por mais disfuncionais
que suas personagens sejam, como
é o caso de Apanhador no Campo
de Centeio (Catcher in the Rye) de a esquizofrenia, assim como outro dos distúrbios alimentares, antes
J. D. Salinger, Trainspotting de Ir­ escritor contemporâneo, Kurt Von­ tabu para uma sociedade que re­
vine Welsh, ou Clube da Luta (Fight negut introduz a síndrome do stress volve em torno da imagem.
Club) de Chuck Palahniuk. pós-traumático na literatura. Um transtorno como a anorexia,
Clube da Luta, inclusive, introduz Outro tema que têm ganhado des­ que atinge entre homens e mulheres
temas pouco representados, como taque cada vez maior é a questão das mais variadas idades e distin­
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incomodava
Incomodava, tudo incomodava,
aquela coisa de cor indefinida, aliás,
de cor definida, que por isso mesmo
já era fonte de tanto trabalho de tanta
neurose. Neuroses não deveriam ser
hoje sua preocupação principal; ner-
vos talvez. Resolveu removê-la e não-
diferente de suas expectativas- ouviu
nada perturbador, não sentiu nada
que a preocupasse.
Sentiu-se mais limpa, como uma
borboleta após a crisálida, como uma
cobra após a mudança de pele, um or-
ganismo mais simples. Oukêi, como di-
zem os americanos, ou os brasileiros,
mesmo, pelo menos os de hoje em dia,
ou os de antigamente que já se con-
formaram - mas isso é uma digressão,
pensou a menina desnuda. Tacou sua
casca usada num canto qualquer, com
menos preocupação do que se fosse
a casca de uma laranja que pelo me-
nos cheiro tem; essa nem isso. Havia,
entretanto, lógica entre a analogia da
laranja e da pele: estava na cozinha; e,
havia, também, uma preocupação. E o
chão?
É uma coisa, vamos lá, deixar sua
pele como deixaríamos, talvez, um
casaco usado, esquecido na cadeira
dos azulejos brancos de mamãe, mas
as nervuras e os músculos e todas
aquelas camadas vermelho-sangue
de sangue haveriam de incomodá-la,
lançá-la em uma de suas fúrias de
gritos – e será que, vendo-as agora
como são, as cordas vocais realmente
agüentam tudo isso? Melhor não de-
ixar mamãe ver aquilo, e, quem sabe,
(pendia então sua cabecinha, todos os
músculos num balé silencioso), talvez
ela tivesse até razão. Talvez. Guardaria
as partes incômodas, mas, antes, as-
segurar-se-ia da necessidade.
Foi deixando pegadas vermelhas
até o saguão onde imenso espelho
revelou-se para revelá-la. Hmn... É. De-
cididamente vermelho não combinava
com seus olhos. Parecia ainda tão...
Visceral. Queria, não, precisava, ser
mais, mais... Leve. Isso. Enfiou mais
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uma vez as mãos em seu peito e fez de
suas unhas bisturis. Estava, entretan-
to, preocupada com a alvura do chão
da cozinha, a alvura do seu corpo, a al-
vura de tudo, tudo menos suas unhas
vermelhas, vermelhas, e sua língua,
vermelha também, que nem o amon-
toado ao lado da casca de borboleta
batendo ritmado.
Lembrou-se de um conto do Poe em
que um assassino de culpa ou ouvidos
sensíveis, de qual já não conseguia
se lembrar enlouquecia com o bater
compassado do coração escondido
debaixo de um soalho qualquer e se
perguntava se o mesmo poderia acon-
tecer se o coração nem escondido
estava; outra pergunta que sua mãe
provavelmente responderia na hora e
em alto e bom tom, o que lhe alfinetou
um pouco, esse pensamento de tons,
de vocalismos, então abraçou-se um
pouco mais, a menina – pois a quem
mais abraçaria? – e tentou escapar do
tom e do vermelho, do vermelho da ba-
tida, da cozinha, da mãe que chegaria,
com as estridências, as desarmonias.
Havia, mesmo assim, a questão
acusatória do espelho que denotava,
de sua alcova, uma manchinha, bem
manchinha mesmo, no dedinho mais
inho do pezinho da menininha tão en-
colhida na cozinha que dir-se-ia ser
mesmo era coelhinho perdido talvez
em seu caminho à páscoa e à redenção
ou à alguma outra espécie de calvário.
Mas, não, era um dedinho e nele,
acusava o espelho, uma gota, stigma-
ta, de carmim! Nada de chapeuzinho-
vermelho ou qualquer coisa assim, ag-
ora a hora, como diziam os políticos no
rádio de papai, era a hora de se tomar
medidas e medidas agressivas, fazer
mudanças drásticas, mudanças já! E
lá se foi seu dedinho, desatarrachado
assim, sem dó nem piedade, nem mes-
mo a de um coelhinho. E, bem, se um
dedo já foi, pelo bem da simetria...
Mamãe chegou. Encontrou as mais
lindas e brancas peças (todas menos
uma) bem ajeitadas numa caixa, no
meio da cozinha e o chão uma maré de
acusações e pequenas culpas.
Signo Frágil
De Jane Austen ao vampirismo: o papel
das mulheres na literatura
Movimento feminista e a Guerra Fria são responsáveis pelo início da mulher como escritora
Talita Bristotti
foto: arquivo pessoal
bristotti@formatomagazine.com
Nomes como Franz Kafka, Fer­
nando Pessoa e J.R.R. Tolkien não
são mais os destaques das livrar­
ias. Por quase um século, escri­
tores monopolizaram a literatura,
em qualquer estilo literário. Antes
do movimento feminista, poucas
eram as mulheres que conseguiam
renome nessa área, como por exem­
plo, Jane Austen. Considerada a
segunda figura mais importante da
literatura britânica após Shakes­
peare, Austen foi importante para
sua década, já que era raríssimo
mulheres terem qualquer tipo de
des­taque social.
Somando o feminismo com o iní­
cio do capitalismo desenfreado, en­
contra-se o ambiente propício para
o desenvolvimento de novas regras,
mudança perfeitamente descrita
pela geração beat, movimento de
contracultura do fim década de 50 e
início da 60. O desenvolvimento de
temáticas como o herói boêmio, o A mulher desempenhou papéis diferentes durante o decorrer das décadas. Hoje ela trazem o fanatismo incontrolável, que
submundo e as drogas foram essen­ nem sempre é adolescente. Na foto, Ana Carolina daemme, 18 anos.
ciais para o movimento hippie que feminista ganha força total e a mu­ dessa igualdade sexual (mesmo que Rowling, da série Harry Potter, e
aconteceria em 1969. lher consegue seu papel na socie­ tênue), ainda vemos o esforço prati­ Stephenie Meyer, da saga Crepús­
O economista Edmilson Oliveira, dade. Nessa época, podemos citar cado pela mulher para demarcar seu culo, que não tiveram problema al­
23, vê esse gênero desenvolvido por Clarice Lispector com seu último lugar. A vestibulanda Ana Carolina gum em chegar na lista de mais ven­
Jack Kerouac como um ponto de romance ‘A Hora da Estrela’, publi­ Daemme, 18, é otimista. “É só ir na didos (e que são responsáveis pelo
transição, não só para a literatura, cado em 1977. Como qualquer outro livraria e observar o primeiro stand fanatismo juvenil fora de controle).
mas um marco de passagem mun­ autor da época, denunciava os pro­ de livros. Hoje as mulheres estão Porém, Edmilson afirma que a ‘re­
dial. “Kerouac desenvolve as várias blemas sociais de seu país através dominando essa área, talvez até por volução sexual’ ainda está em de­
possibilidades que a época apre­ da leitura, mas além do diferencial haver mais delas tentando um es­ senvolvimento. “Não é todo mundo
sentava. Ele consegue retratar essa sexual, Clarice conseguia dar uma paço”, comenta. que vê uma mulher presidente com
transição imensa que aconteceu nos vida surreal aos seus personagens. Ana refere-se a nomes como Nora bons olhos e a mesma coisa se apli­
EUA”, afirma. Entretanto, a explosão das escri­ Roberts, autora de mais de 160 pu­ ca na literatura, ou seja, ainda é uma
Já na década de 70, o movimento toras foi lenta. Após quase 40 anos blicações, e as famosíssimas J.K. coisa nova”, conclui.
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teCnoLogia
Kindle: A bíblia do século XXI
Seria a leitura digital o futuro da literatura?
Paulo do Valle
dovalle@formatomagazine.com
A revolução digital chega a lite­
ratura. Estamos falando do Kindle
lançamento da empresa americana
Amazon, que promete mudar o
hábito de leitura das pessoas.
Criado para facilitar a leitura de
E­Books, livros que são baixados
pela internet, a primeira versão do
Kindle foi lançada nos EUA em
meados de 2007, mas ganhou mais
força nas suas novas versões, a
última lançada em Maio desse ano.
Além de ser um leitor de livros vir­
tuais, o aparelho lê também jornais
(como o NY Times) e blogs famo­
sos dos Estados Unidos.
Após sofrer um estranhamento
das pessoas, por ser algo nunca
pensado antes, o Kindle vem gan­
hando seu espaço com o passar dos
dias. Muito procurado por jovens
que estão sempre querendo se ren­
ovar, o aparelho vem sendo con­
siderado um ótimo estimulo para
novos leitores. É o caso de Rodrigo
Gianesi estudante de jornalismo da
FACAMP, que encontrou na leitura
um ótimo passatempo para as horas
de tédio. Após adquirir o Kindle,
Rodrigo afirma que passou a se in­
teressar mais pela leitura, “Quando
ganhei o aparelho, mal sabia o que
era, pois ainda não havia chego ao
Brasil, depois que descobri a utili­
dade dele, peguei gosto pela coisa’’.
Entre os livros já lidos pelo rapaz
estão ‘Vidas Secas’ de Graciliano
Ramos e o escocês ‘Trainspotting’
de Irvine Welsh. O rapaz garante
que após ter ganhado o leitor, pas­
sou a apreciar mais a leitura.
Mesmo sendo um dos bons lança­
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A TEcnOLOgiA cHEgOU À LiTERATURA, MAS ATÉ QUE POnTO ADQUiRiR O PRODUTO É BEnÉFicO?
mentos do séc. XXI o Kindle ainda
gera controvérsias, alguns apontam
como ilegal o download de livros
pela internet, com isso as editoras
e os autores perdem seus direitos
e suas porcentagens de venda. En­
quanto muitos sites oferecem o
download legal de milhares de títu­
los, algumas comunidades no Orkut
e blogs independentes disponibi­
lizam para baixar sem autorização
previa, o que prejudica as editoras.
Outro dilema que o Kindle traz é
a perda de tradição da leitura. Ou
seja, ter o livro em mãos, manusear
as páginas, sentir o cheiro do livro
é uma das coisas inexplicáveis para
FOTO: AMAZOn/DiVULgAçãO
os amantes da leitura, é o caso de
Antonio Canova, Advogado que ad­
quiriu o leitor, mas não se adaptou
a idéia. Logo no começo Antonio
gostou da idéia, mas começou a
sentir falta dos detalhes de uma boa
leitura, logo deixou o aparelho para
sua esposa e voltou para o bom e
velho livro.
Ainda não sabemos se o Kindle
vai substituir o livro, ou se vai ser
mesmo só mais um acessório. Mas
o que já podemos afirmar é que os
tempos mudaram e por incrível que
pareça, até aquilo que não parecia
ter como evoluir ganhou uma nova
vida, ou melhor, uma nova leitura.
HorÓsCopo
áries – de 21 de março a 20 de abril
Monteiro Lobato: “um país se faz com homens
e livros”
Touro – de 21 de abril a 21 de maio
Augusto dos Anjos: “escarra nessa boca que te
beija!”
gêmeos – de 22 de maio a 21 de junho
Fernando Pessoa: “sê plural como o universo!”
Seu planeta é Marte e você, de fato, pode asseme-
lhar-se ao deus da guerra. Quando coloca uma idéia
na cabeça, luta por ela, e jamais admite que possa
ser uma dessas “idéias de Jeca Tatu”. Acha que só
assim pode transformar o mundo e, quem sabe,
talvez esteja certo, afinal, pode ser bem persuasi-
vo com seu jeito que, embora teimoso, temos que
admitir ser bem-humorado. Só tome cuidado ao
se empolgar para não matraquear mais que certas
bonecas de pano.
O seu elemento é a terra e se você muitas vezes se
sente desanimado ou olhas as coisas através de uma
ótica mais fatalista, respire fundo e repare naquele
pé de tamarindo que muitas vezes está ali presente.
não se preocupe que seus esforços de fato o levam
à colher frutos, apenas lembre-se de agasalhar-se
bem para evitar resfriados e outras infecções.
comunicativo e inteligente você às vezes oscila en-
tre atitudes e opiniões que podem parecer um pou-
co contraditórias, pois a principal característica do
elemento regente de seu signo, o ar, é justamente a
mobilidade. Tal volatilidade pode levar a uma certa
falta de confiança em si mesmo e pode até mesmo
sentir-se dividido. Saiba que não precisa de más-
caras ou até mesmo de “heterônimos”, você é sufi-
ciente do jeito que é.
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HorÓsCopo
câncer – de 22 de junho a 23 de julho
Franz Kafka: “um livro deve ser o machado que
quebra o mar gelado em nós”
Leão – de 24 de julho a 23 de agosto
Mario Quintana: “eles passarão... eu passarinho!”
Virgem – 24 de agosto a 21 de setembro
Agatha christie: “a melhor hora para planejar
um livro é enquanto se lava a louça”
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Seu signo é regido pela lua e você tende a ser
sensível e sonhador, um clássico introvertido que
busca a proteção do lar quando possível e nesses
momentos pode apreciar como leitura as “cartas
ao Pai”, pois uma de suas virtudes também é a
empatia pelo próximo. Agora, caso tenha medo de
baratas, fique longe de “A Metamorfose”.
Leoninos tendem a ser vaidosos, mas genero-
sos como só eles. Do elemento do fogo e de sua
intensidade, mesmo que às vezes contida, sempre
sinceros não temem em dizer o que pensam e isso
pode ser algo extravagante. Mesmo assim, pos-
suem muitas vezes uma necessidade do singelo
e abominam a vulgaridade, então pode pegar seu
“Quintana de bolso” e andar sempre com ele há
postos que certamente fará da sua vida um “Velório
sem defunto”.
Seu planeta regente é Mercúrio que representa
conexão e se você tende a ser observador e deta-
lhista, mesmo um pouco crítico às vezes, sua me-
ticulosidade e clareza não são sem um certo bom
humor. Tome cuidado apenas para sua preocupa-
ção para não ficar vendo pistas em tudo e deixar
seu nervosismo crescer, nem tudo é um grande
mistério e, para o que for, você pode sempre recor-
rer ao Hercule Poirot.
Vênus é o planeta do amor e seu signo é um que
batalha com seus arrebatamentos e as paixões que
podem surgir, sejam elas de domínio mais artísti-
cas ou intelectuais, ou seja, o desequilíbrio da bus-
ca constante por harmonia. Embora você tenda a
ser justo pode às vezes considerar-se “além do bem
e do mal”. E, cuidado para não acabar se tornando
um tanto quanto niilista.
Libra - de 22 de setembro a 23 de outubro
Friedrich nietzsche: “saber é compreendermos
as coisas que mais nos convém”
Assim como Plutão possui uma aura de mistério
à sua volta, longínquo, escorpianos apesar de cria-
tivos e inteligentes tendem a ser um tanto distan-
tes, às vezes, e apesar de nutrirem seus afetos po-
dem ser duros e ferinos como quem bem entende
o caráter destrutivo do mundo. Para não se sentir
isolado, porém, pegue a companhia de um bom
livro, que entende desses mesmos assuntos - “O
exílio e o reino” não será nenhum inferno astral.
Escorpião - de 24 de outubro a 23 de novembro
Albert camus: “não espere pelo Julgamento Fi-
nal: ele acontece todos os dias”
Sensível e, principalmente intuitivo você possui
dificuldade para conciliar o que pensa à realidade,
muitas vezes, prendendo-se a uma dicotomia que
embora possa muitas vezes levar à insatisfação
não o abala, pois seu elemento é o ar e como ele
você sempre se anima novamente a perseguir al-
guma nova intuição. Só não vá deixar sua sede por
algo além fazer com que se aliste em “A Legião Es-
trangeira”.
Sagitário - de 24 de novembro a 22 de dezembro
clarice Lispector: “liberdade é pouco. o que de-
sejo ainda não tem nome”
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HorÓsCopo
capricórnio - de 23 de dezembro a 21 de janeiro
isaac Asimov: “a violência é o último refúgio do
incompetente”
Aquário - 22 de janeiro a 19 de fevereiro
Julio Verne: “tudo que um homem pode imagi-
nar outro homem pode realizar”
Peixes – 20 de fevereiro a 20 de março
Anaïs nin: “não vemos as coisas como elas são,
mas como nós somos”
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Seus planetas são Saturno e Urano, planetas de
rituais mais sombrios, o que pode atestar para
seus hábitos metódicos e a prudência muitas ve-
zes exagerada que pode beirar a neurose. Então,
tome cuidado para não se cobrar demais, nem aos
outros, sua visão da sociedade pode ser crítica de-
mais – afinal, não somos robôs.
Seu elemento regente é o ar, então tire algum
tempo de sua rotina para ler “cinco semanas e
meia em um balão” - será sucesso garantido. inde-
pendente e inovador você é do tipo que desenvolve
novos gêneros literários. Evite viagens ao centro
da terra e capitães de submarinos que parecem
monstros marinhos.
Um signo feminino e regido pelas forças fluidas
da água você deve apreciar o candor dos “Diários
Íntimos”. Ou talvez, sua natureza emotiva busque
refúgio em seu mundo interno e você se identifique
com “Uma espiã na casa do amor” que em seu
eroticismo natural valorize a expressão. Apenas
tome cuidado para não se aproximar um pouco
demais dos seus familiares...
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