Discutir os fundamentos da educação do campo. Traz uma discussão sobre a pedagogia da alternância a partir das experiência.
A educação do campo caracteriza a partir das lutas dos movimentos sociais do campo mais alguns parceiros engajados na luta social.
Discutir os fundamentos da educação do campo. Traz uma discussão sobre a pedagogia da alternância a partir das experiência.
A educação do campo caracteriza a partir das lutas dos movimentos sociais do campo mais alguns parceiros engajados na luta social.
Discutir os fundamentos da educação do campo. Traz uma discussão sobre a pedagogia da alternância a partir das experiência.
A educação do campo caracteriza a partir das lutas dos movimentos sociais do campo mais alguns parceiros engajados na luta social.
Por conta disso, seu projeto buscar construir uma escola no meio rural que
tenha condies de fazer as populaes rurais terem acesso a melhores
condies de vida, condies estas que passam pela passagem da populao rural por uma escola adequada, no caso especfica para o campo, como ser visto adiante. Alm disso no explicita o que quer dizer com teoria, se aquela que d conta do entendimento da realidade individual ou da totalidade da realidade social, com a realidade individual sendo vista como parte da totalidade da realidade social Como se percebe, para as Casas Familiares Rurais sua suposta Pedagogia da Alternncia se coloca como forma do aluno construir seu conhecimento. Esta construo vem, como se viu, em primeiro lugar, de sua realidade, de seu cotidiano como o locus privilegiado de construo de seu conhecimento. Neste sentido se d a segunda conseqncia do construtivismo piagetiano das Casas Familiares Rurais, que o de colocar o cotidiano como centro do processo de busca da construo do conhecimento. Segundo FORGEARD (1999, p. 65), a alternncia no consiste em dar aulas aos jovens, e em seqncia perdir-lhes que apliquem isto no terreno. Mas ao contrrio, o processo de aprendizagem do jovem parte de situaes vividas, encontradas, observadas no seu meio. Elas passam a ser fontes de interrogaes, de trocas e o CEFFA o ajuda a encontrar suas respostas.
Assim, o aluno aprende fazendo: A base epistemolgica o aprender fazendo
e o pensar agindo. O prtico, o terico e o experimental se articulam e imbricam. (MNFIO, 1999, p. 53) Assim, a experincia cotidiana, a situao da comunidade onde vive o aluno, condio essencial para o desenvolvimento da educao deste. Isto decorre da noo das Casas Familiares Rurais que o conhecimento deve servir para o desenvolvimento do meio. Ocorre que a noo de realidade deste projeto, decorre de sua viso de que esta deve ser definida pelos alunos e pela prpria comunidade onde vivem. Como exemplo pode-se citar o caso da Casas Familiar Rural de Santo Antnio do Sudoeste, no Sudoeste paranaense, onde a realidade trabalhada pelos professores desta unidade eram os relatos da vida dos alunos, colocados como incio do trabalho pedaggico em cada perodo letivo por estes. A Pedagogia da Alternncia, para as Casas Familiares Rurais, consiste em receber os alunos do meio rural, discutir com eles brevemente a realidade e a situao de sua comunidade e dos estabelecimentos agrcolas onde vivem para propor-lhes um projeto de estudo que melhore as condies de desenvolvimento deste meio. A partir disto, os alunos fazem para a turma na qual estudam um relato (evidentemente com os limites que possuem) de sua realidade, com a situao dos estabelecimentos agrcolas e da comunidade onde vivem. De posse deste diagnstico, os alunos os apresentam para seus colegas e, em grupo, e com o auxlio dos professores, estes vem e definem, com um grau maior de profundidade, as diversas realidades. Com esta anlise, os professores planejam suas atividades nas diversas disciplinas de trabalho do currculo comum, mas sempre a partir das demandas e desta realidade dos alunos. Na metodologia destacada, o nvel de apreenso da realidade somente a descrio de fatos vistos no cotidiano pelos alunos e retrabalhados pelos professores. Ocorre que, como demonstra HELLER (1972), o cotidiano no
serve de fundamento ltimo para o entendimento da realidade, com esta se
baseando e muitas vezes se definindo em instncias que no se demonstram no cotidiano das pessoas. Alm disso, a realidade de muitos alunos no passa de uma realidade alienada, com estes no tendo condies, sem a interferncia de outras mediaes como, por exemplo, da cincia, de entendla e/ou ter condies de pensar em situaes que efetivamente a ultrapassem. Como escreveu KOSIK (2002) o mundo no se apresenta ao pensamento de maneira imediata, sendo para isto necessrio mediaes que vo alm das possibilidades do imediato. Em ltima instncia, o levantamento da realidade dos alunos realizada pelas Casas Familiares Rurais traz dificuldades de seu efetivo entendimento, produzindo as primeiras dificuldades para a consolidao de seu projeto educativo. Isto ocorre tanto por ser executado por alunos que esto no incio de um percurso formativo, portanto ainda desapropriados dos instrumentais cientficos para tal, como pelo prprio mtodo empregado, na verdade uma proposta que se limita descrio fenomnica da realidade. Isto pde ser constatado durante a pesquisa atravs do acompanhamento de turmas onde eram realizadas as aulas com a anlise da realidade dos alunos. Neste caso, esta se constitua em meras descries de como os alunos viam o estabelecimento agrcola onde viviam, bem como dos estabelecimentos de sua comunidade. Mesmo com esta caracterstica, a proposta de ensino das Casas Familiares Rurais, a partir de seu construtivismo, recai no tipo de conhecimento que os alunos tm que aprender, eivado de utilitarismo, uma vez que este tem que ter ligao direta com a realidade dos alunos. Segundo ESTEVAM (2003, p. 30), para isso, cada um deve buscar o seu conhecimento, o conhecimento til, aquele adequado as suas necessidades, pois ao mesmo tempo em que se alardeia, que se vive no mundo da informao, nunca se esteve to distante dela.
Esta concepo das Casas Familiares Rurais tambm demonstrada por
GIMONET (1999, p. 41) quando escreve que, desta forma, o ensino para os adolescentes tinha um sentido e podia se transformar em aprendizagens. Atualmente ocorre o mesmo que ocorria naquela poca, pois quantos contedos ensinados so um fardo intil para aqueles que os recebem, uma vez que no tm significado algum? A proposta objetiva uma formao para um ser humano integral, caracterizada como aquela que traz elementos para a preparao do indivduo que vai alm da formao tcnica, mas que permita a este viver e desenvolver sua comunidade. Estas proposies apresentam um cunho idealista, haja vista que concebe as alteraes no meio como conseqncia quase que direta da transformao das pessoas, sem considerar aspectos outros da realidade que devem ser alterados para se atingir os objetivos das Casas Familiares Rurais que, em ltima instncia, a permanncia dos trabalhadores no campo. Ainda em 2002 so aprovadas, por fora da mobilizao e das posies da I CNEC, as Diretrizes Operacionais da Educao Bsica para as Escolas do Campo, que do o marco jurdico para as escolas
Fenomnico = o "nosso" mundo, aquilo que s existe em nossa mente e
que pode ser "mentira" mas achamos que real,porque "fantasiamos a realidade".
So dois problemas que merecem ateno especial na
implementao de polticas pblicas de formao docente e de gesto pedaggica, primeiro pela contradio existente e segundo pela denncia de que a escola pblica no tem garantido a formao humana da classe trabalhadora, visto que o Censo PNAD/2009 e IBGE/2010 revelaram que das 13.933,173 pessoas com 15 anos ou mais no so alfabetizadas em todo o pas, sendo que desse total, 35,4% (4.935.448) vivem no campo. Esses nmeros denunciam o abandono histrico no tratamento dispensado educao no campo pelo poder pblico com polticas compensatrias vinculadas aos interesses dos projetos de desenvolvimento econmico, evidenciando, de um lado, o descaso do poder pblico e, do outro, a herana cultural de uma economia agrria apoiada no latifndio e no trabalho escravo. H uma tendncia dominante em nosso pas, marcado por excluses e desigualdades, de considerar a maioria da populao que vive no campo como parte atrasada e fora de lugar no almejado projeto de modernidade. No modelo de desenvolvimento, que v o Brasil apenas como mais um mercado emergente, predominantemente urbano, camponeses e indgenas so vistos como espcies em extino. Nesta lgica, no haveria necessidade de polticas pblicas especficas para estas pessoas, a no ser do tipo compensatrio sua prpria condio de inferioridade, e/ou diante de presses sociais (ARROYO; CALDART, MOLINA, 2004, p. 21).
No qualquer teoria educacional e teoria pedaggica que vai
garantir a organizao do trabalho pedaggico da escola do campo e a defesa dos interesses histricos dos trabalhadores. Quando no h essa compreenso dos projetos histricos em disputa, corre-se o risco de inconscientemente, desenvolver uma proposta pedaggica que ao invs de emancipar a classe trabalhadora acaba por alien-la ainda mais. Nessa perspectiva, conforme sinaliza Santos et al (2010, p. 15) preciso compreender que a educao do campo representa a expresso de luta dos trabalhadores que vivem no e do campo organizados em movimentos sociais. Concebida a partir de um projeto histrico que tem como fundamento a superao do modo de produo capitalista, a educao do campo materializou-se na perspectiva do enfrentamento aos projetos educacionais
influenciados pelo modelo de educao rural, comprometendo-se com
a formao humana e poltica da classe trabalhadora. A educao do campo nasceu tomando posio no confronto de projetos de educao contra uma viso instrumentalizadora da educao, colocada a servio das demandas de um determinado modelo de desenvolvimento do campo que sempre dominou a chamada educao rural, a favor da afirmao da educao como formao humana, omnilateral, que tambm pode ser chamada de integral, porque abarca todas as dimenses do ser humano (idem, ibidem, p. 15).
A partir do mtodo materialista histrico dialtico, formulado por Karl
Marx e Friedrich Engels durante o sculo XIX possvel entender que a base econmica do modo de produo determina o desenvolvimento histrico da natureza, da sociedade e do conhecimento. Assim, desde a antiguidade at os dias atuais, sempre que houve mudana no modelo de desenvolvimento econmico, houve mudana no papel desempenhado pela educao e consequentemente no perfil de homem que a escola deveria formar. Para Santos et al (2010) a educao concebida como prtica social responsvel pela transmisso/apropriao dos conhecimentos, conceitos e valores produzidos e acumulados pela humanidade ao longo da histria. Por isso, a compreenso da teoria marxista, permite entender que a educao est vinculada a um projeto histrico resultante das relaes sociais de produo da existncia humana e que para superar a aparncia do fenmeno educativo preciso rigorosamente identificar em sua totalidade os condicionantes sociais, culturais, histricos, polticos e econmicos que influenciam a materializao deste fenmeno enquanto prtica social.