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MPI – Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente

Comissão de Acompanhamento do Sistema de Tratamento de RSU do Oeste

COMUNICADO

MPI e Comissão de Acompanhamento rejeitam proposta de


fusão Resioeste/Valorsul e apelam à adopção de uma gestão
dos resíduos urbanos mais sustentável

Da análise do Estudo de Viabilidade Económica e Financeira da integração


Resioeste/Valorsul salientam-se os seguintes aspectos:

- A estratégia para o tratamento dos resíduos é inalterada havendo apenas o somatório


das unidades existentes e previstas nos dois sistemas, ou seja, a maioria dos resíduos
terá como destino a eliminação através da deposição em aterro e a incineração, em vez
de haver uma aposta na reciclagem, pelo que os impactes negativos do Aterro
Sanitário do Oeste não irão diminuir, pelo menos de forma significativa.

- Não há garantias de que as tarifas estimadas se verifiquem efectivamente uma vez que
não foi prevista a construção/ampliação de pelo menos um aterro durante o período da
simulação, que inevitavelmente será necessário tendo em conta a evolução de aumento
da produção de resíduos e o horizonte da simulação (2025), com a agravante de que
esse investimento não terá qualquer co-financiamento comunitário.

Não seria aliás situação inédita a não concretização das previsões em matéria de
tarifários, a título de exemplo, no Contrato de Concessão foi prevista uma tarifa de
arranque de cerca de 22,5 euros/ton. evoluindo até cerca de 36 euros em 2021, como
sabemos este valor já foi excedido e vários têm sido os motivos para que as tarifas da
Resioeste tenham disparado, como erros de concepção e consequente necessidade de
ampliação da ETAL e de transporte de lixiviado para outras ETAR, transferência de
resíduos para outros sistemas devido ao processo de contencioso com a Comissão
Europeia por deposição acima do limite de 140.000 toneladas, etc.

- Posição accionista das autarquias da região muito minoritária passando dos actuais
49% para os exíguos 5,24%. Sendo a posição accionista minoritária na Resioeste uma
situação que desgostou os autarcas à medida que lhes foram sendo impostos os
sucessivos aumentos das tarifas sem que conseguissem influenciar uma mudança de
rumo da empresa, qualquer pretensão deste tipo ficará liminarmente condenada com a
aceitação da proposta apresentada.
MPI – Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente

Comissão de Acompanhamento do Sistema de Tratamento de RSU do Oeste

Um modelo de gestão mais sustentável é necessário e urgente!

Não obstante os incómodos particularmente sentidos pelas populações mais próximas


do aterro temos sentido, infelizmente, uma grande inércia na adopção de um modelo de
gestão mais sustentável. De facto, não sentimos da parte do principal accionista, a EGF,
um verdadeiro esforço na busca das melhores soluções técnicas e economicamente mais
vantajosas.

Dado que os orçamentos apresentados em concursos para as unidades de digestão


anaeróbia foram muito elevados, no mínimo deveriam ter sido exploradas outras formas
de tratamento mecânico e biológico, como a compostagem e a vermicompostagem, essa
pesquisa acabou por ser desenvolvida e incentivada por uma ONGA, a Quercus-
A.N.C.N., identificando uma empresa de vermicompostagem a laborar no nosso país,
cujos testes com RSU revelaram resultados muito promissores e que podem mudar
substancialmente o panorama nacional nesta matéria.

De facto, com o modelo de Tratamento Mecânico e Biológico com vermicompostagem


é possível tratar quase toda a fracção orgânica e recuperar muito materiais para
reciclagem traduzindo-se numa reciclagem de cerca de 75% da totalidade dos resíduos
indiferenciados, o que trará inevitáveis vantagens pela redução significativa de maus
odores e de produção de lixiviados.

Convém salientar que uma gestão correcta dos resíduos tem ainda de contemplar
medidas para a prevenção da sua produção e medidas que incentivem a recolha
selectiva, a consciência de todos para a necessidade deste tipo de medidas é
fundamental para uma sociedade que se pretende sustentável.

Esperamos que o sentido crítico e o bom senso dos autarcas da região prevaleça
rejeitando a proposta de fusão apresentada e desenvolvendo todos os esforços para que
uma gestão mais sustentável dos RSU da região, sob todos os pontos de vista
(económico, social e ambiental) seja finalmente adoptada.

Vilar, 11 de Setembro de 2007

Para mais informações contactar: Alexandra Azevedo 936 464 658, 917 463 902

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