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INTRODUÇÃO
O Projeto Ação Curvelo é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento
(CPCD), a Secretaria Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Curvelo, o Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente e a Petrobras Distribuidora S/A. Desenvolve atividades em 13
comunidades da zona rural de Curvelo com as mães-cuidadoras e os agentes comunitários de
educação e, na Rua Açucena, com os jovens aprendizes. Tem como objetivo desenvolver atividades
que promovam atenção e cuidados a crianças, adolescentes e comunidades atendidas. Suas
dimensões: Acolhimento, Convivência, Aprendizagem e Oportunidade.
Neste período participaram das atividades 1.340 pessoas, entre as quais 556 crianças, 189
adolescentes e 595 adultos.
O desenvolvimento das mães-cuidadoras e dos agentes comunitários de educação é nítido, pois todos
demonstram, em suas atitudes, as dimensões do projeto. A comunidade busca parceria não só com o
Os Bornais de Livros e as Algibeiras de Leitura são colocados à disposição das comunidades. Nota-se
o interesse que as pessoas têm em pegar os livros emprestados. Em todas as comunidades, quando os
educadores levam os bornais para as rodas, há grande procura de livros por crianças, jovens e
adultos. O que mais incentiva as pessoas são as rodas de histórias, que acontecem diariamente nas
comunidades. Nessas rodas, todos são incentivados a contar histórias e nelas surgiu a idéia de
produzir livretos com as histórias contadas por pessoas das comunidades.
É importante ressaltar o cuidado que as pessoas têm com os livros. Cada exemplar fica uma semana
com as pessoas e, na hora da devolução, realiza-se um bate-papo sobre a história do livro, não com o
intuito de fiscalizar a pessoa, mas como forma de troca de idéias e de incentivá-la a pegar outro para
ler.
• Bornal de Jogos
No mês de agosto, a equipe participou da oficina do Bornal de Jogos da Paz, na qual foram discutidos
temas como a importância do lúdico no desenvolvimento das crianças, o respeito, a afetividade, a
auto-estima e a aprendizagem, assim como a valorização da sucata (vidros de perfume, garrafas PET,
palitos de picolé, tampinhas etc.), transformando-a em brinquedos. Foram confeccionados 32 jogos
para serem utilizados nas comunidades com as crianças, os jovens e os adultos.
Nas comunidades, os jogos tiveram boa aceitação das crianças,. Em Roça do Brejo, as crianças se
reúnem três vezes por semana para brincar com os jogos. Nessa comunidade, a agressividade entre as
crianças era o que mais preocupava a mãe-cuidadora Alessandra. Com o uso dos jogos e das rodas
de avaliação, entretanto, o comportamento dessas crianças melhorou, incorporando conceitos de
afetividade e respeito.
• Oficinas Comunitárias
As oficinas comunitárias estão presentes em todas as 13 comunidades atendidas pelo projeto “AÇÃO-
Curvelo”. Há uma média de 20 encontros por mês, com participação de 9 pessoas por encontro. Já
foram confeccionados, nesses encontros, produtos diversos, como salgados, bolos, fatias, biscoitos,
crochê, pinturas, receitas de alimentação alternativa, chás, doces, queijos, produtos de limpeza,
brinquedos, tinta de terra, hortas e bonecas. Todas essas receitas são das pessoas das comunidades,
que se revezam na coordenação dos grupos. Em São José das Pedras, Cana Brava e Bananal, há
pessoas que se disponibilizaram a ensinar crochê aos grupos locais, que se reúnem duas vezes por
semana.
Pensando na frase “tudo pode ser feito, desde que preserve a vida e a natureza, respeite a ética e
promova a dignidade humana”, alguns grupos se dispõem a se organizar para formar fabriquetas. Na
zona rural, é difícil conseguir emprego com carteira assinada, renda mínima e outros benefícios para
todos, daí o desejo de montar as fabriquetas. As mães-cuidadoras ajudam na organização das idéias:
já foram feitos, por exemplo, cursos em parceria como SENAR, para detectar o que realmente interessa
a cada comunidade. Nas rodas realizadas nos encontros das oficinas comunitárias, esse é um assunto
Na Escola Municipal Antônio Frederico Ozanã, situada na rua Açucena, os jovens desenvolvem
diversas atividades, como oficinas de leitura e contação de histórias. Nessas oficinas, são contadas
histórias a partir dos livros das Algibeiras de Leitura e dos Bornais de Livros. Além de incentivar o gosto
pela leitura, as oficinas ajudam a desinibir e socializar adolescentes e crianças. Nas avaliações que
fazemos, não é raro o relato de adolescentes que dizem se sentir mais à vontade para falar e mais
responsáveis pelas conquistas coletivas.
Outro instrumento pedagógico que temcontribuido com o aprendizado das crianças da escola é o
Bornal de Jogos “Brincando Também se Ensina”. Os jogos do bornal são instrumentos que nos
permitem trabalhar as dificuldades de cada aluno, propiciando ainda a oportunidade de nos
aproximar e estabelecer uma relação de amizade com as crianças. Quem brinca junto é amigo, igual
e parceiro. Quem ensina é quem cuida, quem quer ajudar. Quem aprende é quem está receptivo ao
outro. É possível perceber que essa é uma relação mútua e recíproca entre crianças, jovens aprendizes,
equipe da Secretaria de Saúde, escola e educadores do CPCD.
Jovens Aprendizes
Os jovens aprendizes são adolescentes que têm entre14 e 17 anos e desenvolvem diversos trabalhos
comunitários sociais na rua Açucena. Entre as atividades desenvolvidas, podemos citar: oficinas de
leitura, brinquedos e brincadeiras, pintura com tinta de terra, pintura em tecidos, ruas de lazer,
embelezamento da rua, rodas de avaliação, planejamento, conversas e aulas de yoga.
Na rua Açucena, três oficinas têm mais força e são mais aceitas: pintura em tecido, pintura com tinta
de terra e crochê. A oficina de pintura em tecido começou a partir de um curso de pintura em tecidos
de algodão que foi oferecido pelo SENAR aos moradores da rua e a algumas adolescentes que fazem
parte do grupo de jovens aprendizes. Houve casos de pessoas da rua que não puderam participar do
curso por causa da exigência de carga horária. Por essa razão, algumas pessoas que participaram do
curso se propuseram a colocar em prática o que aprenderam. Movidas pela solidariedade, elas
resolveram montar uma turma para ensinar a pintar todas as quartas-feiras, de 15h às 17h, ou em
horários que sejam mais favoráveis às pessoas que trabalham até tarde. Dessa forma, esse grupo, que
se uniu tanto para aprender quanto para ensinar, está colocando em prática as quatro dimensões do
projeto de uma só vez: Acolhimento, Convivência, Aprendizagem e Oportunidade.
Por razões similares às de outras periferias do mundo, a rua Açucena também sofre com preconceito e
discriminação. Essas duas palavras se fizeram tão presentes, que muitos dos moradores da rua
começaram a achar que pertenciam a uma comunidade sem beleza social e, conseqüentemente, sem
beleza física. Para alguns moradores, porém, como é o caso de Adriane, nossa parceira na Secretaria
de Saúde, é possível perceber os pontos luminosos desse lugar e contagiar os moradores com esse
novo jeito de olhar. A conquista pela estética é importante e, para o CPCD, é um indicador de
qualidade do projeto. Tudo começou com Adriane, e o CPCD abraçou a causa. Hoje, a rua Açucena é
As pessoas da rua gostam e participam das oficinas de pintura com tinta de terra. A partir dessa
atividade, muitos plantaram jardins em frente de suas casas e na Associação Comunitária da rua.
Além disso, estão rompendo velhos preconceitos, como o de que as crianças quebram plantas de
jardim ou que sujam os muros pintados recentemente. Também a auto-estima dos moradores da rua
melhorou e o lugar está conquistando o respeito da cidade, a começar pelos jovens aprendizes, que
moram, em sua maioria, em outros bairros próximos ao centro.
As rodas com os educadores para a troca de experiências contribuem para que o monitoramento do
projeto seja eficiente. A cada encontro, os educadores relatam seus êxitos e dificuldades. Com os
pensamentos e as atitudes expostas e avaliadas pelo grupo, as pessoas se tornam mais coerentes. A
equipe incorporou as dimensões do PTA, pois elas já fazem parte da vida das pessoas, mesmo fora do
horário de trabalho.
ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
Com o passar dos dias e com a execução das atividades, a credibilidade do projeto junto à
comunidade aumentou. No início, as pessoas da comunidade falavam que não adiantava ficar
brincando com os meninos, que era preciso arrumar emprego para eles. Hoje elas constatam que as
brincadeiras produziram resultados e que houve mudanças na maneira de agir das crianças. As
comunidades se envolvem com facilidade às propostas dos educadores. As atividades são coletivas, a
exemplo da roda de viola na comunidade de Estiva, que agora acontece na casa das pessoas.
Jovens Aprendizes
Na rua Açucena, a comunidade está cada vez mais participativa. Isso se evidencia nas cobranças,
propostas, aceitação e adesão às atividades do projeto. As pessoas nos procuram para pintar os muros
de suas casas, retocar as pinturas antigas, participar das oficinas propostas, dar sugestões e opiniões e
elogiar o que está sendo feito. Muitas não esperam pelo projeto para realizar melhorias na rua. Elas
próprias se sentem motivadas e então realizam o que acham necessário, como a cerca erguida em
volta do jardim plantado em uma oficina do projeto. Na oficina, só foi possível plantar o jardim, mas
Na formação dos adolescentes, estamos contando com a parceria de outras pessoas, além dos
parceiros iniciais. Os adolescentes têm oportunidade de participar, uma vez por semana, de uma aula
de yoga ministrada pela professora Míriam, uma voluntária.
O projeto AÇÃO sempre procura envolver-se com outras entidades. Juntamente com a Secretaria de
Saúde, nosso principal ponto de apoio, foram feitas parcerias com a Vigilância Sanitária, a
Manesmam e o SENAR, além das associações de moradores e escolas municipais e estaduais das
comunidades atendidas pelo projeto.
A Escola Municipal Antônio Frederico Ozanã, situada na rua Açucena, tem sido nossa grande parceira
na busca de nosso objetivo e de suas dimensões. A diretora Irany tem se mostrado uma grande
parceira nessa empreitada, apoiando e incentivando os adolescentes, bem como abrindo as portas da
escola para que possamos desenvolver o trabalho.
GERENCIAMENTO DO PROJETO
A equipe está ciente de sua função na comunidade e mostra-se mais madura. Todos entendem e
abraçam as causas do projeto e sabem que são agentes transformadores, provocadores de mudanças.
Isso tem feito com que essas pessoas se sintam valorizadas e procurem melhorias para suas vidas e
suas comunidades. Há educadores que precisam de um acompanhamento mais presente e mais
próximo, pois nem todos têm o mesmo ritmo.
INDICADORES DE ÊXITO
• Índices qualitativos
• Índices quantitativos
- 13 comunidades atendidas
• Indicadores de dificuldades
BREVE SÍNTESE DAS REFLEXÕES SISTEMATIZADAS A PARTIR DOS RESULTADOS. MENCIONAR TAMBÉM
AVANÇOS TEÓRICOS OCORRIDOS A PARTIR DESSAS REFLEXÕES.
Com as a atividades desenvolvidas pelo projeto Ação Curvelo, houve grande mobilização na zona
rural, o que contribuiu para que as pessoas passassem a olhar suas comunidades de um outro jeito.
Agora não é mais um lugar esquecido por todos e sim um lugar onde há várias oportunidades
geradas pela convivência entre as pessoas. Isso é mais forte de se perceber nos educadores, que
mudaram suas posturas, passando a falar e praticar carinho, respeito, confiança e atenção,
valorizando os pontos luminosos das pessoas e dos lugares. Com isso, as comunidades passaram a
acompanhá-los.
Washington Rodrigues
Educador - CPCD
Mães-
Nomes cuidadoras ACE Comunidade Carga horária
1 Mércia C.de Oliveira X Santa Rita do Cedro
6 F
Raquel dLiboreiro X Saco Novo
Mães-
Nomes cuidadoras ACE Comunidade Carga horária
11 S
Telma Tatiane S. Maciel X São José das Pedras
Mães-
Nomes cuidadoras ACE Pai-cuidador Comunidade Carga horária
Zona Urbana
10 Adrielle da Silva 17
12 Simone de Paula 16
13 Wilton Fernandes dos Santos 16
Poções
“Para mim, as coisas melhoraram muito: a saúde tem mais assistência e o projeto trouxe mais
alegria.”
Aguimar de Freitas Pinto - 72 anos
Poções
“O projeto Ação trouxe alegria e união entre as pessoas. E assim a saúde só aumentou.”
Natalino da Silva Ferreira - 81 anos
Poções
“A cada dia, há uma coisa nova para ser ensinada. Acho isso bom, porque são as pessoas daqui que
estão ensinando.”
Angélica de Oliveira Souza - 52 anos
Bananal
“Quando participo de uma oficina comunitária, sempre aprendo mais e as pessoas estão ficando mais
unidas.”
Luciene Souza Teixeira - 23 anos
Bananal
“Eu gosto mais das brincadeiras porque, além de nos divertirmos, aprendemos a fazer conta, o
alfabeto, fazemos amizades e outras coisas.”
Patrícia Aparecida Ribeiro - 9 anos
Tomaz Gonzaga
“Eu achei hoje muito bom, porque pude contar a minha história e porque brincamos com os jogos e
aprendemos palavras novas.”
Ramon Ribeiro de Araújo - 14 anos
Tomaz Gonzaga
“Gosto mais do jogo Batalha da Amizade, porque nós ficamos mais unidos e ele é muito divertido.”
Jaqueline Rafaela R. dos Santos - 10 anos
Tomaz Gonzaga
“O que faltava para Poções eram atividades iguais às do projeto. Antes parecia que a comunidade
estava morta.”
Fortunato Aleluia - Poções
“No ano que vem, eu quero e vou dançar quadrilha com o meu marido.”
Beatriz Matos - Poções
“O Ação, para mim, está sendo muito bom, pois mudei muito e para melhor. O passeio para BH foi
ótimo! O espetáculo foi mesmo um espetáculo.”
Bruna Leite da Silva - 16 anos
Jovem Aprendiz
“As conversas com a Adriana são boas, pois esclarecem muitas dúvidas da gente. Coisas que temos
vergonha de perguntar para os outros ela nos dá liberdade e segurança para perguntar. As aulas de
yoga ensinam a termos concentração e que tudo que queremos podemos.”
Bruna Leite da Silva - 16 anos
Jovem Aprendiz
“Eu tinha muita vontade de aprender a pintar em tecido. No projeto, tive a oportunidade de aprender.
Foi um pouco difícil, mas aprendi. Agora eu estou podendo ensinar. Outra coisa que eu aprendi e
estou gostando muito de fazer é a tinta de terra. Nunca imaginei que poderia fazer tinta e nós estamos
pintando várias casas e a escola da rua Assucena.”
Adrielle da Silva Oliveira -16 anos
Jovem Aprendiz
“Com as atividades desenvolvidas na rua Assucena, eu pude amadurecer e mudar minha opinião em
relação à comunidade. Também não tinha muita paciência com criança e hoje até brinco com elas.”
Alexandra Winnie - 17 anos
Jovem Aprendiz
“Eu gostei muito da Roda de Viola. Todos nós estávamos ansiosos, fizemos biscoitos, chás. Os violeiros
tocaram bem, apesar de não saberem músicas de hoje. Mas todos estavam felizes com a festa.”
Eduardo Orlando Lopes - 16 anos
Jovem Aprendiz
“O projeto mudou minha vida, logicamente que para melhor. Hoje sou menos agitado e menos
ignorante. Tudo graças à oportunidade de me expressar, sem que me repreendam ou me xinguem.
Aqui posso colocar meus pensamentos através das atividades. Com o Açucena, estamos
desenvolvendo um trabalho bastante interessante e produtivo. Através da pintura com tinta de terra,
estamos fazendo com que as crianças tenham uma convivência melhor. A yoga, juntamente com as
rodas de conversa com a Adriane, está me ajudando a esclarecer várias dúvidas sobre sexualidade e
estou mais tranqüilo para enfrentar meus problemas do dia-a-dia.”
Diogo - 16 anos
Jovem Aprendiz
“O projeto Ação está sendo o melhor possível, contando, é claro, com as aventuras que tivemos na
viagem para Belo Horizonte. Foi uma viajem alucinante, porque foi a minha primeira viagem à capital.
É por isso que eu achei bacana o espetáculo dos Meninos de Araçuaí. Participei de sessões de
filmagem, curso de pintura junto ao projeto AÇÃO que teve na rua Açucena. Durante a semana, os
pintores mostraram que com a terra podemos fazer várias coisas. Temos também curso de yoga.“
Mara Souza da Cruz - Jovem Aprendiz
“Trabalhar no grupo ação é uma experiência muito legal. Além de ver a vida com outros olhos, pude
perceber que muitas pessoas precisam de ajuda e para isso o grupo Ação existe. Se cada um ajudar
um pouco, já podemos mudar o futuro de muitos jovens sem oportunidade na vida.
Quando mudei para o grupo, comecei a ver a vida por outro lado, um lado que necessita de
solidariedade ou apenas de um empurrãozinho para melhorar. Muitos jovens estão entrando para o
mundo do crime e, se encontrarem algo mais interessante para fazer, quem sabe eles mudam? O
grupo Ação ajuda esses jovens e adultos a mudarem e os encaminha para um futuro melhor.
Gosto muito das rodas da segunda-feira. Nela podemos dividir todos os nossos sentimentos, sejam
eles alegres ou não. Ir para o bairro é uma prova de socialização que se percebe na entrada: casas
Fazer brinquedos é algo tão agradável e tão recompensador no final, pois sabemos que depois de
prontos os brinquedos vão parar nas mãos de crianças que nem tinham idéia do que era um
brinquedo reciclado.
A yoga é uma aula tão especial para mim! Estou sabendo usá-la nos momentos de ansiedade e
nervosismo. Isso me faz bem!”
Caroline - 16 anos
Voluntária no Grupo de Jovens Aprendizes
• Receitas
Sabonete líquido
- 2 jarras de água
- 3 barras de sabão de coco
- Babosa
- Erva-cidreira
Modo de preparo
Colocar água para ferver. Ralar o sabão de coco e colocar dentro da água fervente. Depois pegar as
ervas e colocar dentro da água. Deixar ferver por 5 minutos.
Biscoito 5 pratos
- 3 pratos de polvilho
- 1 prato de açúcar
- 1 prato de óleo
- 1 colher de sopa não muito cheia de Pó Royal
- Sal a gosto
- Erva-doce
- Ovos até o ponto de enrolar
Coloque em uma bacia o açúcar, o óleo, o sal e a erva-doce e bata bastante. Acrescente então o
polvilho, o Pó Royal e os ovos e amasse até ficar uma massa bem macia. Enrole e asse em fogo
médio.
Bolo de fubá
- 1 k de fubá
- 200g de trigo
- 1 colher de sopa de bicarbonato
- Canela e erva-doce
- 200g de açúcar
- ½ litro de leite
- 2 colheres de manteiga
- 3 colheres de gordura de porco
- 2 ovos
- Sal a gosto
Modo de preparo
Coloque em uma panela o leite, o açúcar, a manteiga, a canela, a erva-doce, o sal e deixe ferver. Em
uma bacia, coloque o fubá, o trigo, o bicarbonato e misture bem. Despeje a mistura da panela, mexa
bem e deixe esfriar. Bata os ovos e misture bem, enrole a massa na folha de bananeira e asse em
forno bem quente.
Bom apetite!
Sequilho
- 1 kg de polvilho azedo
- 4 ovos
- 2 copos de leite (300ml)
- 1 copo de óleo (300ml)
- 1 copo de água
- Erva-doce
- Sal a gosto
Escalde o polvilho com o óleo e um copo de leite. Misture bem. Acrescente o outro copo de leite frio e
misture bem. Coloque os ovos e o sal. Misture e termine de dar o ponto com a água. Corte um
saquinho de arroz fazendo um triângulo, usando uma das pontas que não está aberta. Faça um furo
no canto, na espessura de um dedo, coloque a massa dentro e esprema, puxando do meio da forma
para o seu lado, em forma de dedo. O ponto da massa é mole.
Sabão
Derreta a soda na água, depois acrescente o sebo e a gordura e mexa até ficar homogêneo.
Acrescente o álcool, mas muito cuidado nessa hora, porque a temperatura da massa aumentará. Em
seguida, despeje em uma bacia e espere esfriar para cortar.
Receita de Sabão
Modo de fazer
- 1 kg de polvilho
- 6 ovos
- 1 copo de óleo
- 2 copos de leite
- 1 colher de sal
- 1 prato de queijo
- 1 colher de manteiga
Modo de preparo
Escalde o polvilho com leite, óleo, sal e manteiga. Amasse com ovos e um pouco de água gelada.
Enrole e coloque para assar.
(Denise de Oliveira Almeida - 38 anos - Tatu)
- 50g de fermento
- 1 colher de sopa de açúcar
- 1 colher de sopa de trigo
- 1 copo de leite morno
- (Fazer um mingau com esses ingredientes e deixar esfriar)
- 1 copo de leite
- 1 copo de açúcar
- 1 colherinha de sal
- 4 colheres de sopa de margarina
- 5 ovos
- 150 g de cenoura ou abóbora cozida
- 1 kg e meio de trigo
Modo de preparo
Dois colegas iam ver suas namoradas em outra comunidade e para isso tinham que atravessar a linha
do trem. Quando voltaram, era mais de meia-noite e época da Quaresma. Eles viram uma vela acesa
que estava mexendo. Ficaram muito assustados e começaram a rezar e a fazer promessas. Depois de
dois rosários, é que observaram que era um rato correndo e roendo uma vela acessa.
Oscar Gomes - Comunidade Poções
O Sr. João estava indo embora para a sua casa, quando apareceu um cão muito bravo, que não
parava de latir. Então, ele tirou toda a roupa e o cão, quando viu aquilo, parou de latir e começou a
choramingar e saiu correndo.
Oscar Gomes - Comunidade Poções
Era uma vez um fazendeiro que não deixava os peões comerem com ele dentro da casa. Certo dia, a
casa estava cheia de visitas e um peão disse aos outros:
- É hoje que vou comer sentado do lado dele.
Os outros duvidaram:
- Você está doido!
Então, ele foi chegando e entrando e disse ao patrão:
- O senhor sabe quanto vale um diamante bem grande?
O fazendeiro logo o mandou sentar bem perto dele e o serviu com tudo o que tinha à mesa. Quando
o almoço acabou, o peão estava bem cheio e então o patrão o chamou em um canto e perguntou:
- Onde está o tal diamante?
O peão respondeu:
- Ah, eu estava pensando quanto é que o patrão me daria se eu achasse um diamante bem grande.
Aguimar de Freitas Pinto - Comunidade Poções
Era uma vez um casal que vivia muito bem. Até que, em um dia 13 de agosto, uma sexta-feira,
apareceu um gato preto em sua casa. O homem ficou com ele. Certo dia, ele viajou a serviço e disse à
mulher:
- Eu vou sair e você faça o favor de cuidar bem do gato. Se eu chegar e ele estiver magro, você me
paga!
O homem foi embora. Em casa, a mulher fazia de tudo para o gato comer: dava leite, o colocava no
colo e nada do gato comer.
Quando o homem chegou, brigou com a mulher e tornou a avisar:
- Agora, se ele não comer, eu vou te matar!
O moço estava capinando o seu quintal sozinho, quando, de repente, alguém começou a capinar
junto. Ele parava e o outro também parava, ele recomeçava e o outro também recomeçava. Ele
olhava, mas não via ninguém, até que ele desistiu e disse:
- Você fica aí sozinho que eu já estou indo embora.
Raimunda - Comunidade Poções
O Seu João e sua família tinham que passar em certa estrada, quando apareceu uma luz que descia
até o chão e não deixava que eles seguissem seu caminho. Então, a solução foi voltar e dormir na casa
do compadre.
Natalino da Silva Ferreira - Comunidade Poções
Eu estava em uma fazenda que se chamava Ribeirão. Eu só tinha 6 anos, a casa era de assoalho e
estava dormindo lá sozinho, quando começou a fazer barulho nas vasilhas, arrastar os móveis, descia
telhas e abria portas. Mas eu olhava e não via nada e as coisas estavam todas em seus lugares. Foi
essa confusão a noite toda. A única coisa que fiz foi rezar a oração da luz.
Geraldo Bispo da Cruz - 60 anos
Comunidade Poções
Era uma vez um velhinho que saiu a caçar na floresta, quando de repente escureceu e começou a
fazer frio. Então, ela ascendeu um fogo para clarear e se esquentar e sentou-se perto do fogo. Foi
quando chegou um pinto, todo pelado, que ficava rodeando o fogo. O velho sentiu um arrepio e
notou que aquele pinto não era um ser do bem, que ele era o popular demônio, capeta. O velho
começou a rezar e o pinto a rodear a fogueira dizendo:
- Fogo todo tempo é bom!
E o velho começou a rezar. Se a oração era branda, o pinto sumia, mas tornava a voltar. Até que o
velho fez o ‘nome do pai’ e rezou uma oração bem forte (o credo), e o pinto ficou apavorado e saiu
dizendo:
- Aqui não é lugar para mim!
Então, o velho só ouviu um estouro muito alto. Era o pinto explodindo.
Júlia Ferreira e Almeida - 74 anos
Comunidade Poções
4 – O que foi feito que evidencia ou garante que atingimos os objetivos propostos?
Várzea de Cima
Poções
Estiva
Tomaz Gonzaga
Roça do Brejo
- Dois encontros com as crianças por semana, nos quais acontecem rodas de histórias, oficinas de brinquedos
e brincadeiras, clube do vídeo e empréstimo de livros. Esses encontros proporcionam convivência,
aprendizagem, oportunidade e acesso a livros e a filmes de qualidade.
- Oficinas de sabão: proporcionaram trocas de saberes e facilitaram para que a equipe pudesse combinar
Saco Novo
- Dois encontros com as crianças com a oficina de brinquedos, na qual foram confeccionados: bilboquê,
petecas e bolsinhas de garrafa PET.
- Oficina de tinta de terra: o posto telefônico foi pintado. Este é o espaço onde a equipe guarda as algibeiras e
demais materiais usados no trabalho. Nessas oficinas, a convivência e o aprendizado, que são objetivos
propostos pelo projeto, acontecem de maneira simples e prazerosa.
- Com a atividade tinta de terra, aconteceu também a pintura do ponto de ônibus, que beneficiou toda a
comunidade, pois levou um pouco mais de beleza para todos que utilizam esse espaço. Para a inauguração
da pintura do ponto de ônibus, organizou-se uma roda de histórias.
- Cinema itinerante com um público de 66 pessoas, que assistiram ao filme “A Era do Gelo II”. A comunidade
já se apropriou dessa atividade e sugeriu nomes de filmes para serem exibidos nas próximas sessões.
- Três oficinas comunitárias, uma delas no dia da vacinação contra paralisia Infantil. Nessa oficina, foi
produzido xarope contra gripe e sorine de própolis. A oficina foi proveitosa e as pessoas pediram para marcar
outro dia com essa atividade.
- Oficina de sabão e requeijão. Essa oficina foi marcada pela troca de saberes entre quem sabia fazer o
sabão, quem sabia fazer o requeijão e ainda quem queria aprender a fazer os dois.
- Grupo de hipertensos – momento de descontração e acolhimento com o jogo “Batalha da Amizade”, do
Bornal da Paz. Após o jogo, que foi um festival de abraços aconchegantes, foi oferecido um lanche e um forró
de sanfona, organizado pela comunidade.
Mascarenhas
- Oficina de tinta de terra – crianças e adultos fizeram atividades juntos, sem o preconceito de que “criança
não sabe” e de que “adulto é mandão”. Foram pintadas sete casas, o ponto de ônibus e a barraquinha da
comunidade.
- Todas as terças e quintas-feiras, há encontros com as crianças para confeccionar brinquedos, contar histórias
e brincar.
- Cavalgada de cavalinhos de pau: participaram 18 crianças com idade entre 3 e 12 anos, os pais e as mães.
Os cavaleiros e as amazonas capricharam: todos estavam de chapéus, botas e calça comprida, montados em
cavalos e éguas enfeitados com tranças e flores. No término da cavalgada, houve um lanche no ponto de
apoio, na casa do Sr. Geraldo, que recebeu toda a comitiva.
Bananal
- No dia em que aconteceu a sessão de cinema, houve um mutirão para a limpeza da barraquinha. O filme
exibido foi “Dois Filhos de Francisco”, com público de 116 pessoas, que vieram de várias comunidades
vizinhas.
- Roda de viola: participaram 200 pessoas e vários violeiros e sanfoneiros.
- Produção de sabão e de biscoitos.
- Encontros às quintas-feiras, às 14h, na barraquinha, para aprender a fazer crochê. É um grupo que se
reúne há mais tempo. As pessoas querem uma atividade que possa gerar renda e estão conversando sobre o
assunto.
- Com as crianças acontecem encontros diários, nos quais elas utilizam o Bornal da Paz, confeccionam
brinquedos, fazem brincadeiras de roda e plantio de árvores.
- Nos dias em que há vacinação, pesagem de crianças, consultas médicas e visitas médicas, as educadoras
organizam oficinas comunitárias para fazer sucos naturais, remédios à base de plantas, rodas de brincadeiras
e cafés comunitários. Nesses dias, uma pessoa da comunidade fica com a responsabilidade de providenciar o
lanche.
- Oficina de tinta de terra: as pessoas passaram a se envolver nas atividades. Já foram realizados dois
mutirões de pintura na barraquinha, mas a participação da comunidade ainda é tímida.
- Encontro para troca de saberes na casa da D. Naná: participaram 10 pessoas e foram feitos dois tipos de
biscoitos, doce de abóbora e enroladinho de salsicha com cenoura. Esse pode ser um sinal de mudança. As
pessoas que não puderam ir mandaram os ingredientes que haviam combinado.
- Encontro diário com 20 crianças na barraquinha para fazer brinquedos, ler livros, contar histórias, jogar
bola, peteca, queimada, utilizar o Bornal de Jogos da Paz e fazer passeios pela comunidade.
- A partir das rodas de histórias, o grupo já confeccionou um livreto sobre as superstições da comunidade.
Para produzir o livreto, as crianças fizeram entrevistas com seus pais, avós e outros moradores da
comunidade.
- A comunidade é formada por diversos sítios, que ficam distantes, em média, de 4 a 6 km um do outro.
- As educadoras conseguiram reunir-se com a comunidade seis vezes, nos finais de semana.
- O trabalho com as crianças é realizado no horário da escola, pelo fato de morarem muito longe.
- São utilizados os Bornais da Paz e de Aprendizagem.
- São realizadas oficinas de brinquedos, brincadeiras e rodas de histórias.
- A diretora da escola está aberta para o trabalho no âmbito da escola. Ela propõe atividades e participa da
avaliação.
- Organização de campeonatos de futebol, vôlei, queimadas e pinturas com tinta de terra.
Zona Urbana
- Na zona urbana de Curvelo, o público-alvo são os moradores da rua Açucena, onde estão sendo
desenvolvidas oficinas com a escola e com a comunidade.
- Uma vez por semana, nos reunimos com as crianças da escola para algumas atividades de dobradura,
pintura com tinta de terra, oficinas de leitura, oficinas de contação de histórias e oficinas de brinquedos.
- Uma vez por semana, acontecem encontros com a comunidade para desenvolver trabalhos. Os principais
encontros são para as oficinas de crochê e de pintura em tecido, que foram marcadas a partir do curso
oferecido pelo SENAR.
- Nos outros dias da semana, os jovens aprendizes fazem a avaliação e o planejamento das atividades,
realizam roda de conversa a respeito de afetividade e outros temas, aulas de yoga com uma professora
voluntária, estudo e lazer. Todas essas atividades, além de procurar atingir as dimensões Acolhimento,
Convivência, Aprendizado e Oportunidade, também visam desenvolver o protagonismo juvenil.
Todas as atividades do PTA AÇÃO têm o objetivo de avaliar a felicidade, o
5 – Como as atividades foram prazer e o bem-estar dos participantes. As avaliações feitas diária e
realizadas? Foram lúdicas? semanalmente procuram colocar em evidência e corrigir ações que estejam
Foram educativas? contrárias ao bem-estar, ao prazer e à alegria da comunidade onde se
trabalha.
Tivemos êxito em fazer a cavalgada de cavalinho de garrafa PET, mas creio que
essa atividade teve sucesso somente pela mudança de postura dos educadores
6 – O que pode ser
em relação ao ato de brincar com os meninos. Quando eles passaram a
sistematizado? Já é possível
valorizar o que faz parte do mundo da criança e fazer disso um instrumento de
construir uma “teoria do
transformação, eles conquistaram os meninos.
conhecimento”?