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Um Apelo ao Sacerdócio:

“Apascenta as Minhas Ovelhas.”


Presidente Ezra Taft Benson
Do Quórum dos Doze apóstolos.

“Queremos que vigieis, apascenteis, guardeis e cuideis do rebanho, e, caso


alguma se perca temporariamente, desafiamo-vos a encontrá-las.”

Meus queridos irmãos: Esta é uma visão gloriosa! Como apreciamos o serviço que prestais
com tanta boa vontade ao Senhor. Sabemos que Deus vos abençoará por isso.
A todos vós, rapazes, portadores do Sacerdócio Aarônico, nós vos amamos e apreciamos.
Somo s muito gratos por vossa dedicação e fidelidade. De toda a minha alma eu vos
incentivo a resolverdes, agora, que sereis limpos e dignos de servir ao Senhor todos os dias
de vossa vida. Nisto reside a genuína felicidade.
Nesta noite, falo a todos os portadores do Sacerdócio, a vós que tendes responsabilidade
pelos filhos de nosso Pai. Minha mensagem é Um apelo ao sacerdócio: “ Apascenta as
minhas Ovelhas.”
Quase todos nós sabemos como o Salvador descreve os membros da Igreja e seus líderes.
Aos fiéis Ele chama de ovelhas, e aos líderes do sacerdócio, de pastores. E lembramo-nos
de seu inesquecível exemplo do cuidado com que o verdadeiro pastor trata suas ovelhas:
“ Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes,
deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou?
E, se porventura a acha...que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que
não se desgarraram.” (Mateus 18: 12 –13.)
Na época de Jesus, o pastor palestino era conhecido pela proteção que dava a suas ovelhas.
Ao contrário dos pastores modernos, sempre andava à frente do rebanho. Ele o conduzia.
Conhecia suas ovelhas uma por uma, e geralmente lhes dava um nome. As ovelhas
conheciam sua voz e confiavam nele, não seguindo um estranho. Assim, quando chamadas,
as ovelhas vinham correndo. (João 10: 14, 16.)
À noite os pastores levavam as ovelhas para um curral chamado de aprisco, cercados de
muros altos encimados por espinheiros para impedir a entrada de animais selvagens e
ladrões.
Mesmo assim, às vezes, um animal selvagem, impelido pela fome, pulava o muro e
assustava as ovelhas. Nesse caso distinguia-se o verdadeiro Pastor, aquele que amava
suas ovelhas, do assalariado que só trabalha por dinheiro.
O verdadeiro pastor era capaz de dar a vida pelas ovelhas. Metia-se entre elas e lutava
para defendê-las. O assalariado, pelo contrário, pensava mais em sua segurança que na das
ovelhas e geralmente fugia do perigo.
Jesus usou essa ilustração comum em sua época para declarar que era o Bom Pastor, o
Verdadeiro Pastor.
Devido ao amor por seus irmãos e irmãs, dispunha-se a dar voluntariamente a vida por eles.
( Ver João 10:17 – 18.)
E o Bom Pastor deu a vida pelas ovelhas, por vós e por mim, por todos nós.
Depois, após a ressurreição, Jesus ordenou a Pedro: Apascenta os meus cordeiros...
Apascenta as minhas ovelhas...Apascenta as minhas ovelhas.” (Ver João 21:15-17.)
Três vezes repetiu esse encargo ao recém – designado chefe dos pastores. Achais que Pedro
se lembrava da parábola do Bom Pastor ?
Achais que Pedro sabia como deveria ser um bom Pastor, o que deveria fazer?
Achais que alguma vez questionou o exemplo do Senhor como
excessivamente idealista?
Deve Ter impressionado Pedro profundamente, pois diz a tradição que ele também deu a
vida pela causa.
O expressivo simbolismo do Bom Pastor tem um paralelo significativo na Igreja de hoje.
As ovelhas precisam ser conduzidas por Pastores vigilantes.
São muitas no rebanho; algumas deixam-se desviar por distrações momentânea e outras se
perdem totalmente. Ponderai cuidadosamente estas representativas amostras de várias
estacas e que ilustram a magnitude de nosso problema.
- Uma estaca na região leste dos Estados Unidos tem pouco mais de trezentos portadores
d o Sacerdócio de Melquisedeque e número equivalente de élderes em perspectiva –
Ovelhas perdidas!
- Certa estaca na cidade do Lago Salgado tem mil e cem portadores do sacerdócio de
Melquisedeque e outro tanto de élderes em perspectiva. Onde, perguntamos, andam os
pastores?
- Uma estaca na Inglaterra tem trezentos e sessenta portadores do Sacerdócio de
Melquisedeque, porém mais de oitocentos élderes em perspectiva, dos quais uma
percentagem pequena frequenta as reuniões. Perguntamos, como sobreviverão as
ovelhas fora da segurança do aprisco e da vigilância de um amoroso Pastor?
Sabemos da possibilidade de grandes resultados quando os pastores se unem num esforço
conjunto e demonstram interesse.
Numa estaca do sul de Utah, conjugaram-se esforços para reativar os élderes em
perspectiva. No espaço de dois anos, mais de cem homens foram ordenados ao Sacerdócio
de Melquisedeque. Essas ordenações elevaram em quatorze por cento a freqüência à
reunião sacramental na estaca.
Uma estaca do Arizona promoveu quarenta e sete élderes em perspectiva ao Sacerdócio
de Melquisedeque; outra, no estado de Washington, promoveu igual número. Ambas
continuam usando os seminários de preparação para o Templo.
Os Distritos de certa Missão na Grã – Bretanha reativaram mais de seiscentos membros
com ajuda dos missionários de tempo integral e de estaca.
Determinada estaca da América do sul reativou, através de piedosos e sinceros esforços,
cento e quarenta e seis élderes em perspectiva em menos de um ano. Outros quarenta e
cinco estão atualmente prontos para ordenação a ofícios no Sacerdócio de Melquisedeque.
Sabemos que, como em tempos passados, algumas ovelhas se rebelaram e são “como um
rebanho selvagem que foge do pastor.” (Mosias 8:21.) Todavia, a maioria de nossos
problemas são decorrentes da falta de carinho e vigilância. Com os cuidados de um pastor,
muitos membros recentes, dos recém–nascidos no Evangelho, seriam alimentados com
conhecimento do evangelho e novos padrões. Tal atenção asseguraria que não mais
voltassem aos antigos hábitos e velhos amigos.
Com o cuidado amoroso de um pastor, muitos de nossos jovens, nosso cordeiros, não
estariam desgarrados. E caso estivessem, o gancho do cajado do pastor, qual braço
carinhoso, os traria de volta.
Com os cuidados de um pastor, poderão ser recuperados muitos que agora são estranhos ao
rebanho. Muitos casaram-se fora da Igreja, aceitando o modo de vida de seu companheiro
conjugal.
O problema, repito, é sério e muito grande.
Não oferecemos nenhuma solução nova para esse velho problema. A ordem dada a Pedro,
Enfatizada pela tripla repetição, é a solução comprovada: “Apascenta meus
cordeiros...Apascenta minhas ovelhas...apascenta minhas ovelhas.”
A resposta, pois, é apascentar o rebanho. Em outras palavras, vigilância e carinho do
Sacerdócio. A real preocupação de um verdadeiro pastor ; não o interesse fingido de um
assalariado.
Eis algumas perguntas que todo verdadeiro pastor deveria fazer:
Pastores – Mestres Familiares:
Estais cuidando de vossas famílias como deveríeis?
Estais satisfazendo suas necessidades?
Cuidais do bem – estar de vossas famílias a ponto de conhecer seus interesses, vos
lembrardes de aniversários e datas especiais? E orardes continuamente por elas?
Sois os primeiros a chegar quando a família precisa de assistência?
O chefe da Família recorre primeiro a vós?
Quando uma das famílias a vosso encargo muda de casa, sabeis para onde vão?
Esforçai-vos para conseguir o novo endereço?
Verificastes junto aos vizinhos, amigos e parentes?
Pastores – Presidentes de Estacas, Bispos, Líderes de Quorum:
Recebeis bem entre vós os novos conversos?
Eles sentem o vosso amor e cuidado?
Os recém - conversos são convidados a visitar vosso Lar?
Eles sabem o que é a Noite Familiar e como realizá-la?
A família se sente bem-vinda e à vontade em vosso meio?
Ordenais os membros masculinos dignos a ofícios do Sacerdócio após o batismo?
Vós lhe dais designações eclesiásticas significativas?
Pastores – Presidentes de Estacas, Bispos, Líderes do Quorum:
Deixais as noventa e nove a fim de buscar a perdida?
Chamais e designais supervisores e outros líderes compatíveis com os jovens
impressionáveis, e capazes de se entenderem bem com eles?
O programa para os jovens está plenamente implantado e está sendo usado para preencher
as necessidades deles?
Cuidais dos jovens solteiros, dos divorciados e dos que têm necessidades especiais.?
Preparai cuidadosa e espiritualmente os que vão para o serviço militar?
Prestais atenção especial aos rapazes no período de transição do Sacerdócio Aarônico para
o Sacerdócio de Melquisedeque?
Bispos, fazeis que sejam entregues aos cuidados de seu novo pastor, o Presidente do
Quórum?
Providenciais oportunidades significativas de serviço na Igreja aos missionários que
voltam, para que esses rapazes e moças não caiam em inatividade por não poderem servir
como vinham fazendo há dezoito meses?
Utilizais professoras visitantes para aumentar o Ensino familiar?
Estais ensinando aos pais seus deveres?
Realizais Seminários de Preparação para o Templo a fim de incentivar os élderes em
perspectiva a se prepararem para o Sacerdócio de Melquisedeque e ida ao templo?
Designastes os élderes em perspectiva mais idosos aos sumos sacerdotes e os convidastes a
se reunirem com quem se sentirem mais a vontade?
Os élderes em perspectiva mais jovens são convidados a participar das reuniões do quórum
de élderes?
Alguns líderes afirmam que certos homens são caso perdido; entretanto, conforme o anjo
disse a Abraão, nada é impossível ao Senhor! (Gênesis 18:14.) Certo irmão, considerado
caso perdido por alguns, disse chorando a um oficiante do Templo no altar de selamento:
“Não sei por que esperei tanto tempo por esta benção!”
Recentemente, numa reunião de líderes no Sábado, ouvi certo irmão comentar: “O demônio
realmente está dando trabalho desde que comecei a ser ativo. Antes disso, até que me dava
bem com ele.”
Estamos ajudando aquele que necessita de auxílio por estar voltando à plena atividade?
Pastores – Presidentes de Estaca, Bispo,, Líderes de Quorum:
Estais atentos aos registros dos membros que saem de vossa jurisdição, ou apenas ficais
aliviados de poder tirá-los de vossos arquivos e enviar suas fichas para o arquivo morto?
Pastores – pais em Israel:
Costumais realizar a oração familiar, pela manhã e à noite?
Realizais regular e consistentemente, uma edificante Noite Familiar semanal?
Tomais a dianteira nos assuntos espirituais?
Vosso exemplo é o que deveria ser?
Rogais e orais em favor dos vossos?
Vós os amais?
Daríeis vossa vida por eles?
Pastores – Todos os portadores do Sacerdócio:
Rogamo-vos solenemente que avalieis vosso desempenho nestes pontos. Admoestamo-vos
como fez Paulo aos élderes de Éfeso:
“Olhai por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu Bispos,
para apascentardes a Igreja de Deus, que Ele resgatou com seu próprio sangue.”
(Atos 20:28.)
Repetimos para vós o encargo que Jesus deu a Pedro. Repetimo-lo com a mesma ênfase,
com a mesma insistência: “Apascenta meus cordeiros...Apascenta minhas
ovelhas...Apascenta minhas ovelhas!”
Exortamo-vos a vos aplicardes com renovada dedicação. Queremos que vigieis, alimenteis,
apascenteis o rebanho e, caso algumas ovelhas estejam temporariamente transviadas, que as
encontreis.
Por quê?
Porque vós amais vossos irmãos e irmãs. Quereis que tenham alegria no reino de nosso Pai.
Não existe obra mais importante no mundo que salvar almas. Trazendo almas ao Senhor
tereis incomparável alegria!
Se orardes e tiverdes o sincero desejo de apascentar o rebanho dele, o Senhor vos abençoará
com sucesso. Isto eu vos prometo!
Deus vos abençoe, meus irmãos do sacerdócio, todos os pastores vigilantes. Que possais
conhecer o rebanho e ser por eles conhecidos. Apascentemos e projetamo-lo
cuidadosamente para que continue seguro e livre de perigos. Este é o nosso desfio, nosso
dever e nossa alegria: alegria que vos prometo a todos que aceitardes o desafio e
cumprirdes vosso dever.
Em nome de Jesus Cristo. Amém.

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