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(Do
JOS DE MESQUITA
Do JARDIM MISTICO
(Sonetos)
Jos Barnab de Mesquita
(*10/03/1892 22/06/1961)
Cuiab - Mato Grosso
Cuiab
Revista do Centro Mato-grossense de Letras
Anno X Jan. a Dez. 1931 Nmeros XIX e XX
1931
F
Crer... Sua alma librar, na asa branca da prece,
por sobre este paul de misrias e dores...
Sentir que a vida um sonho extranho que amanhece
na alvorada sem par de eternos resplendores.
Crer... E, crendo, domar a fera que enraivece
dentro de ns, em rugidos e furores...
Crer... Mystico laurel que nalma se entretece,
os abrolhos cruis nos transfazendo em flores...
Ai de quem olha em roda e s v o horizonte,
que no sabe sentir atravs da matria
e para o cu azul jamais ergueu a fronte !
Feliz quem pode ler do Infinito os arcanos,
do Sobrenatural na liguagem etherea,
e enxerga alem do vu dos sentidos humanos !
JOS DE MESQUITA
Esperana
Prelibao do Bem e nico Bem da vida,
s tu, meiga Esperana, amiga do vivente,
Pois s tu sabes dar alma desilludida
a illuso de um porvir mais bello que o presente.
Esperar antever, posto que fementida,
a ventura a fulgir, entre o nevoeiro ambiente,
como a aurora boreal nos gelos reflectida,
luz, calor, alegria, entre a noite lugente.
Esperana... Uma restea azul no cu coberto...
taboa de salvao entre o mar de tormenta...
osis verde de paz na aridez do deserto...
Ditoso o que deseja um bem e no o alcana !
Feliz o que, sofrendo, ainda no peito alenta
a gloria de esperar contra toda a esperana !
JOS DE MESQUITA
THEOS
Caridade
Abrir sua alma dor e s tristezas alheias,
eis o maior prazer que ao ser humano dado:
ser fonte e a gua jorrar em sfaras areias,
ser o sol e a luz enviar ao pgo mais fechado.
Partir o corao, distribuil-o a mancheias
entre o misero, o s, o doente, o infortunado,
e na treva do egosmo em que alma vil tacteias
ver o amor elevar o seu facho sagrado.
Distribuir sem reserva a toda a humanidade
o po que a arca possue e a moeda que enche o cofre
e a palavra de paz e o consolo e a piedade !
E numa nsia de amor, num anhelo sem par,
as portas do seu lar abrindo ao igual que soffre,
dar tudo e lastimar no ter mais para dar !
(Outubro MCMXXX)
JOS DE MESQUITA
Jesus
A morte do Christo
(Paraphrase de Molire)
JOS DE MESQUITA
Mater dolorosa
So Francisco de Assis
MCMXXVII
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