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4226 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 102 — 3 de Maio de 2002

MINISTÉRIO DA SAÚDE via, que o Decreto-Lei n.o 232/99, de 24 de Junho, revo-


gou, introduzindo um sistema de autorização de intro-
dução no mercado que, tomando em conta os avanços
Decreto-Lei n.o 121/2002 técnicos e científicos verificados no decurso do período
de 3 de Maio
de aplicação do primeiro, garante a avaliação de todos
os produtos assim classificados, assegurando os padrões
Os designados produtos biocidas compreendem uma exigidos em termos de eficácia, qualidade e segurança.
vasta gama de substâncias activas e preparações que Contudo, encontra-se no mercado uma vasta gama
as contêm, de características muito diferenciadas do de produtos biocidas que não estão sujeitos a qualquer
ponto de vista da sua composição, e cobrem um amplo regulamentação para a sua colocação no mercado.
leque de utilizações, já que constituem uma arma muito A adopção da Directiva n.o 98/8/CE, do Parlamento
eficaz no combate aos organismos nocivos, actuando Europeu e do Conselho, de 16 de Fevereiro de 1998,
ao nível dos produtos e dos processos com nítido bene- relativa à colocação no mercado de produtos biocidas,
fício para a protecção da saúde humana e animal e dos quais estão excluídos os pesticidas de uso agrícola,
para a salvaguarda do ambiente. veio ao encontro das preocupações relativas aos riscos
A diversidade de tais utilizações concede consequen- que estes produtos podem comportar, impondo que se
temente, por um lado, uma dimensão económica assi- proceda à harmonização do quadro legislativo nacional
nalável do sector ligado à produção e comercialização com as actuais disposições comunitárias aplicáveis,
destes produtos e, por outro, a sua quase imprescin- transpondo-as para a ordem jurídica interna.
dibilidade na vida corrente actual, pelo que a respectiva Deste modo, o presente diploma, por força da criação
qualidade merecerá ser assegurada. de novos procedimentos comunitários, institui um pro-
Tratando-se, como foi dito, de produtos com bene- cesso de autorização nacional de colocação no mercado
fícios para a protecção da saúde, humana e animal, e dos produtos biocidas e impõe condições de utilização,
para o ambiente, alguns deles comportam, todavia, um o qual, relativamente aos que apresentem baixo risco,
risco potencial para os mesmos, que aconselha a tomada é simplificado e substituído por um processo de registo,
de medidas específicas de avaliação e controlo da colo- e estabelece a participação num sistema de reconhe-
cação no mercado destes produtos e da sua utilização, cimento mútuo destes produtos cuja colocação haja sido
medidas que se pretendem implementar com a publi- já autorizada no território de qualquer outro Esta-
cação do presente decreto-lei. do-Membro.
Determinados tipos destes produtos, os pesticidas, Estabelece ainda a participação no sistema centra-
foram já objecto, aliás, de medidas disciplinadoras que lizado a nível comunitário de autorização de colocação
tiveram início com a publicação da Portaria n.o 17 980, no mercado de substâncias activas a ser utilizadas neste
de 30 de Setembro de 1960, que obrigou os agentes género de produtos, permitindo, contudo, a permanên-
económicos à obtenção de uma autorização prévia para cia no mercado de produtos aí existentes à data da adop-
o seu fabrico e comercialização, atribuindo então à ção da directiva citada que contenham substâncias acti-
Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Far- vas não autorizadas e a manutenção transitória, por um
macêuticos competência para a respectiva concessão, período de 10 anos após a adopção da mesma directiva,
transferida em 1976 para o, na altura, Ministério do da legislação nacional relativa a certos tipos deste género
Comércio Interno. de produtos.
Tal competência passou posteriormente, em confor- Complementarmente, o diploma prevê uma cláusula
midade com o Decreto-Lei n.o 306/90, de 27 de Setem- de salvaguarda que admite a retirada do mercado de
bro, para as entidades com competência na área de apro- produtos já autorizados ou registados ou a não concessão
vação de embalagens e rótulos que fixara o Decreto-Lei de autorização dos que o devam ser, se se vier a constatar
n.o 294/88, de 24 de Agosto, concretamente o Centro que constituem um risco inaceitável para a saúde
Nacional de Protecção da Produção Agrícola, excepto humana ou animal ou para o ambiente.
quanto aos preservadores de madeira transformada, que Prevê igualmente derrogações relativas a produtos
foi atribuída ao director-geral das Florestas ou, quando que contenham substâncias activas não autorizadas
se destinassem à construção civil, ao Laboratório Nacio- quando estas obedeçam aos requisitos estabelecidos,
nal de Engenharia Civil (LNEC), e, quanto aos de uti- seja de pressupor que o produto satisfaz as condições
lização no homem, de uso doméstico ou industrial, cuja impostas e não haja objecção por parte de autoridades
aprovação foi entregue ao director-geral dos Cuidados competentes de outros Estados-Membros ou, no caso
de Saúde Primários. de se verificar um perigo imprevisível que não possa
Mais tarde, pelo Decreto-Lei n.o 303/91, de 16 de ser combatido por outros meios, permitindo, no primeiro
Agosto, que o alterou, tendo-se reconhecido dificulda- caso, a emissão de uma autorização provisória e, no
des em ajustar aquela competência à actividade normal segundo, a emissão de uma autorização para utilização
do LNEC, a competência a este atribuída foi transferida limitada e controlada que não exceda 120 dias.
para o director-geral das Florestas e pelo Decreto-Lei Permite ainda a utilização em experiências ou testes
n.o 131 /97, de 30 de Maio, todas as competências deste, de investigação e desenvolvimento técnico e científico
quer no âmbito de autorização de venda ou autorização ou de produção de produtos biocidas nestas condições,
provisória de venda, quer no âmbito da aprovação das impondo, contudo, para além da observância de certas
embalagens e rótulos para a, entretanto criada, Direc- condições, a elaboração de um processo que inclua todos
ção-Geral de Protecção das Culturas. os dados disponíveis relativos a eventuais efeitos na
Nesse mesmo ano fora publicado o Decreto-Lei n.o saúde humana ou animal e do impacto no ambiente.
62/91, de 1 de Fevereiro, cujo artigo 18.o veio a sujeitar No que respeita à embalagem e rotulagem, bem como
a comercialização dos produtos para uso veterinário, à publicidade dos produtos biocidas, este diploma vem
entre os quais se incluíam os pesticidas destinados a estabelecer exigências específicas e obriga à elaboração
esse tipo de utilização, a um regime de autorização pré- de fichas de segurança destinadas à protecção da segu-
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rança e saúde dos utilizadores profissionais e industriais e do Conselho, de 16 de Fevereiro de 1998, relativa
e à comunicação ao Centro de Informação Antivenenos à colocação no mercado de produtos biocidas.
de todas as informações adequadas e suficientes para
efeitos de tratamento médico rápido e apropriado.
Tendo em vista a protecção dos animais vertebrados, Artigo 2.o
inclui disposições relativas à utilização em testes por Âmbito de aplicação
outros requerentes dos dados já fornecidos por um titu-
lar de uma autorização anteriormente concedida e con- 1 — As disposições do presente diploma, bem como
tém também uma disposição relativa à confidencialidade os anexos referidos no n.o 2, estabelecem:
de dados fornecidos pelos requerentes, quando soli-
citada. a) As normas e procedimentos a que deve obede-
O decreto-lei que ora se adopta institui ainda o paga- cer a colocação no mercado de produtos bio-
mento de taxas pelos utentes dos serviços prestados, cidas para efeitos da sua utilização;
a cobrar pelas autoridades competentes. b) A participação no sistema de reconhecimento
Para a execução das normas estabelecidas neste mútuo das autorizações para o efeito na Comu-
diploma é instituído um sistema que assenta na exis- nidade;
tência de três autoridades competentes para a concessão c) A participação no procedimento para criação
de autorização, registo e reconhecimento mútuo de a nível comunitário de uma lista positiva de sub-
autorizações dos produtos biocidas — Direcção-Geral stâncias activas que podem ser utilizadas naque-
da Saúde, Direcção-Geral de Veterinária e Direcção- les produtos.
-Geral de Protecção das Culturas — cujas competências
são definidas conforme a utilização daqueles. 2 — Do presente diploma fazem parte integrante os
A avaliação técnica do processo é entregue em dois seguintes anexos:
casos à própria autoridade competente, aproveitando-se
os recursos já existentes nos correspondentes organis- I) Lista de substâncias activas e seus requisitos
mos, de forma a rentabilizar o elevado potencial de decididos a nível comunitário para inclusão
conhecimentos adquiridos no cumprimento da legisla- em produtos biocidas;
ção vigente até à data, e no terceiro caso é atribuída I-A) Lista de substâncias activas e seus requisitos
aos organismos a que cabe a protecção das saúde decididos a nível comunitário para inclusão
humana e animal e do ambiente, respectivamente Direc- em produtos biocidas de baixo risco;
ção-Geral da Saúde, Direcção-Geral de Veterinária e I-B) Lista de substâncias de base e seus requisitos
Direcção-Geral do Ambiente. decididos a nível comunitário;
É criada uma Comissão de Avaliação Técnica dos II-A) Conjunto de dados genéricos comuns para
Produtos Biocidas, em que se encontram representados as substâncias activas;
os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento II-B) Conjunto de dados genéricos comuns para
Rural e das Pescas, da Saúde e do Ambiente e do Orde- os produtos biocidas;
namento do Território, com parecer vinculativo, à qual III-A) Dados complementares relativos às substân-
é atribuída a concertação, numa óptica global de pro- cias activas;
tecção da saúde humana, da saúde animal e do ambiente, III-B) Dados complementares relativos aos produ-
das posições subjacentes à avaliação das entidades refe- tos biocidas;
ridas no parágrafo anterior. IV-A) Conjunto de dados relativos às substâncias
Define-se uma autoridade de coordenação nacional, activas;
a Direcção-Geral da Saúde, destinada a estabelecer a IV-B) Conjunto de dados relativos aos produtos
ligação entre os serviços e órgãos que intervêm nos pro- biocidas;
cedimentos e a assumir, em articulação com as outras V) Tipo de produtos biocidas, na acepção da alí-
autoridades competentes, a representação nacional nea a) do n.o 1 do artigo 3.o, e respectiva
nesta matéria, a nível comunitário e internacional. descrição;
Finalmente, é criada uma comissão consultiva de bio- VI) Princípios comuns de avaliação dos processos
cidas, a que cabe a concertação de diversas áreas e a relativos aos produtos biocidas.
proposição de medidas de acção concreta em domínios,
em que, estando em causa produtos biocidas, extravasam 3 — O presente diploma aplica-se aos produtos bio-
a respectiva homologação, que é a matéria regulamen- cidas, como tal definidos na alínea a) do n.o 1 do
tada no presente diploma. artigo 3.o, mas não prejudica o disposto nos seguintes
Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das diplomas quanto aos produtos definidos ou abrangidos
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. pelo respectivo âmbito de aplicação:
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da a) Decreto-Lei n.o 72/91, de 8 de Fevereiro, na
Constituição, o Governo decreta o seguinte: sua redacção actual, e legislação complementar,
relativo a medicamentos para uso humano;
b) Decreto-Lei n.o 184/97, de 26 de Julho, e legis-
CAPÍTULO I lação complementar, relativo a medicamentos
Disposições gerais veterinários;
c) Decreto-Lei n.o 245/00, de 29 de Setembro, e
Artigo 1.o legislação complementar, relativo a medicamen-
Objecto
tos veterinários imunológicos;
d) Decreto-Lei n.o 94/95, de 9 de Maio, relativo
O presente diploma transpõe para a ordem jurídica a medicamentos homeopáticos para uso
interna a Directiva n.o 98/8/CE, do Parlamento Europeu humano;
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e) Decreto-Lei n.o 146/97, de 11 de Junho, e legis- aplicação directa na ordem jurídica interna ou de legis-
lação complementar, relativo a medicamentos lação nacional que os transponha, e em especial pelo:
homeopáticos veterinários;
f) Decreto-Lei n.o 78/97, de 7 de Abril, e legislação a) Decreto-Lei n.o 47/90, de 9 de Fevereiro, e
complementar, relativo a dispositivos médicos Decreto-Lei n.o 264/98, de 19 de Agosto, rela-
implantáveis activos; tivos à limitação de colocação no mercado de
g) Decreto-Lei n.o 273/95, de 23 de Outubro, e substâncias e preparações perigosas;
b) Decreto-Lei n.o 347/88, de 30 de Setembro, e
legislação complementar, relativo a dispositivos
legislação complementar, relativo à proibição de
médicos;
colocação no mercado e utilização de produtos
h) Decreto-Lei n.o 192/89, de 8 de Junho, e legis- fitofarmacêuticos contendo determinadas sub-
lação complementar, na sua actual redacção, stâncias activas;
relativos a aditivos alimentares, com excepção c) Decreto-Lei n.o 275/94, de 28 de Outubro, rela-
dos corantes e edulcorantes, cujas condições de tivo à importação e exportação de determinados
utilização foram definidas pelo Decreto-Lei produtos químicos perigosos;
n.o 121 /98, de 8 de Maio; d) Decreto-Lei n.o 84/97, de 16 de Abril, relativo
i) Portaria n.o 620/90, de 3 de Agosto, relativa a à protecção dos trabalhadores contra riscos liga-
aromas destinados aos géneros alimentícios e dos à exposição a agentes químicos, físicos e
materiais de base para a respectiva produção; biológicos durante o trabalho;
j) Decreto-Lei n.o 193/88, de 30 de Maio, e legis- e) Decreto-Lei n.o 441 /91, de 14 de Novembro,
lação complementar, relativo a materiais e na sua actual redacção, relativo à segurança,
objectos destinados a entrar em contacto com higiene e saúde no trabalho;
os géneros alimentícios; f) Decreto-Lei n.o 330/90, de 23 de Outubro, na
k) Portaria n.o 533/93, de 21 de Maio, com as alte- redacção actual, que aprova o Código da Publi-
rações introduzidas pelas Portarias n.os 1068/95, cidade.
de 30 de Agosto, e 56/96, de 22 de Fevereiro,
relativas a leite cru, leite tratado termicamente 5 — As disposições relativas à classificação, embala-
e produtos à base de leite; gem e rotulagem dos produtos biocidas não se aplicam
l) Decreto-Lei n.o 234/92, de 22 de Outubro, e ao seu transporte por via ferroviária, rodoviária, fluvial,
legislação complementar, relativo a ovoprodu- marítima ou aérea.
tos;
m) Decreto-Lei n.o 375/98, de 24 de Novembro, na Artigo 3.o
sua actual redacção, relativo a produtos de
pesca; Definições
n) Portaria n.o 327/90, de 28 de Abril, relativa a 1 — Para efeitos de aplicação do presente diploma,
alimentos medicamentosos para animais; entende-se por:
o) Decreto-Lei n.o 289/99, de 29 de Julho, relativo
a aditivos utilizados em alimentos para animais; a) «Produtos biocidas» substâncias activas e pre-
p) Decreto-Lei n.o 441/89, de 27 de Dezembro, e parações que contenham uma ou mais substân-
legislação complementar, relativo a produtos cias activas, apresentadas sob a forma em que
proteicos obtidos a partir de microrganismos, são fornecidas ao utilizador, que se destinam,
compostos azotados não proteicos, ácidos ami- por mecanismos químicos ou biológicos, a des-
nados e seus sais e análogos hidroxilados dos truir, travar o crescimento, tornar inofensivo,
ácidos utilizados em alimentação animal; evitar ou controlar de qualquer outra forma a
q) Decreto-Lei n.o 182/99, de 22 de Maio, tendo acção de um organismo prejudicial e que se
em conta o disposto no Decreto-Lei n.o 181/99, incluam num dos 23 tipos de produtos que cons-
da mesma data, na sua actual redacção, relativos tam da lista exaustiva do anexo V, de acordo
a matérias-primas para alimentação animal, ali- com as descrições da respectiva série indicativa;
mentos compostos, alimentos completos e ali- b) «Produtos biocidas de baixo risco» os produtos
mentos complementares para animais; biocidas que tenham como substância activa ou
r) Decreto-Lei n.o 296/98, de 25 de Setembro, Por- substâncias activas, conforme o caso, uma ou
taria n.o 1281/97, de 31 de Dezembro, e Decre- mais substâncias que, por decisão comunitária,
to-Lei n.o 81/99, de 16 de Março, relativos a venham a ser incluídas na lista constante do
produtos cosméticos; anexo I-A e que não contenham nenhuma sub-
s) Decreto-Lei n.o 111 /99, de 9 de Abril, e legis- stância ou substâncias potencialmente perigo-
lação complementar, relativo a determinados sas, não representando, em condições normais
produtos de origem animal; de utilização, senão um risco diminuto para os
seres humanos, os animais e o ambiente;
t) Decreto-Lei n.o 284/94, de 11 de Novembro,
c) «Substâncias de base» as substâncias que, por
Decreto-Lei n.o 94/98, de 15 de Abril, na sua
decisão comunitária, venham a ser incluídas na
actual redacção e complementado pelo Decre- lista constante do anexo I-B, cuja utilização prin-
to-Lei n.o 341 /98, de 4 de Novembro, e ainda cipal não seja como pesticidas, mas que tenham
legislação complementar, relativos a produtos uma utilização marginal corno biocidas, quer
fitofarmacêuticos. directamente quer como componentes de pro-
dutos constituídos pela substância e um diluente
4 — O presente diploma é ainda aplicável, sem pre- simples que não seja ele próprio uma substância
juízo do disposto em actos comunitários pertinentes de que represente um risco para os seres humanos,
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os animais ou o ambiente e que não sejam direc- ciado nem a sua eficácia, aferidos em rela-
tamente comercializadas para esta utilização ção ao primeiro produto autorizado do
como biocidas; grupo considerado; e
d) «Substâncias activas» as substâncias e micror- Variação a tolerância em relação a uma redu-
ganismos, incluindo vírus e fungos, com uma ção da percentagem da substância activa
acção geral ou específica sobre ou contra orga- e ou a uma alteração da composição per-
nismos prejudiciais; centual de uma ou mais substâncias não
e) «Substâncias potencialmente perigosas» quais- activas e ou a substituição de um ou mais
quer substâncias, à excepção das substâncias pigmentos, corantes ou perfumes por
activas, com capacidade própria para causar um outros que apresentem o mesmo risco ou
efeito prejudicial nos seres humanos, nos ani- um risco menor, sem diminuir a sua efi-
mais ou no ambiente e que estejam presentes cácia;
ou sejam produzidas num produto biocida em
concentração suficiente para criar esse efeito, k) «Registo» o acto administrativo pelo qual, na
sendo consideradas como tais: sequência de um pedido apresentado por um
requerente, uma autoridade competente de um
As classificadas por aplicação do disposto no Estado-Membro permite a colocação de um
Regulamento para a Notificação de Subs- produto biocida de baixo risco no mercado do
tâncias Químicas e para a Classificação, seu território ou numa parte deste, após ter veri-
Embalagem e Rotulagem de Substâncias ficado que o processo satisfaz os requisitos apli-
Perigosas, aprovado pela Portaria n.o cáveis do presente diploma;
732-A/96, de 11 de Dezembro, com as alte- l) «Carta de acesso» documento, assinado pelo
rações introduzidas pelos Decretos-Leis proprietário ou pelos proprietários dos dados
n.os 330-A/98, de 2 de Novembro, 209/99, pertinentes protegidos ao abrigo do disposto no
de 11 de Junho, 195-A/2000, de 22 de presente diploma, que declare que esses dados
Agosto, e 222/2001, de 8 de Agosto, e pre- podem ser utilizados pela autoridade compe-
sentes no produto biocida numa concen- tente para efeitos de concessão de autorização
tração que determine que este deva ser ou de registo de um produto biocida;
considerado como perigoso, nos termos do m) «Produto biocida de uso veterinário» produto
Regulamento para a Classificação, Emba- biocida destinado a ser aplicado nos animais,
lagem e Rotulagem das Preparações Peri- suas instalações e ambiente que os rodeia, ou
gosas, aprovado pela Portaria n.o 1152/97, em actividades relacionadas com estes, com os
de 12 de Novembro, alterada pelo Decre- seus alimentos ou com produtos de origem ani-
to-Lei n.o 189/99, de 2 de Junho; mal até à sua transformação para alimentação
Aquelas que o devam ser por aplicação do humana;
princípio da precaução; n) «Autoridade de coordenação nacional» a enti-
dade que estabelece a ligação entre os serviços
f) «Organismos prejudiciais» quaisquer organis- e órgãos intervenientes nos procedimentos esta-
mos cuja presença seja indesejável ou prejudicial belecidos pelo presente diploma e assume, em
para o ser humano, para as suas actividades ou articulação com as restantes autoridades com-
para os produtos que este utiliza ou produz, petentes, a representação nacional, a nível
bem como para os animais ou o ambiente; comunitário e internacional, relativamente às
g) «Resíduos» uma ou mais substâncias presentes matérias pelo mesmo abrangidas;
num produto biocida e que resultem da sua uti- o) «Autoridades competentes» as entidades que
lização, incluindo os metabolitos dessas substân- em cada caso, para os diferentes tipos de pro-
cias e os produtos resultantes da sua degradação dutos biocidas, têm a competência definida no
ou reacção; presente diploma.
h) «Colocação no mercado» qualquer entrega, a
título oneroso ou gratuito, incluindo a impor- 2 — Para efeitos de aplicação do presente diploma,
tação e subsequente armazenagem, à excepção entende-se ainda por:
da armazenagem seguida de expedição para fora
do território aduaneiro da Comunidade ou de a) «Substâncias» os elementos químicos e os seus
eliminação; compostos no seu estado natural ou tal como
i) «Autorização» o acto administrativo pelo qual, obtidos por qualquer processo de produção,
na sequência de um pedido apresentado por um contendo qualquer aditivo necessário para pre-
requerente, a autoridade competente de um servar a estabilidade do produto e qualquer
Estado-Membro autoriza a colocação de um impureza derivada do processo, com excepção
produto biocida no mercado do seu território de qualquer solvente que possa ser separado
ou numa parte deste; sem afectar a estabilidade da substância nem
j) «Formulação quadro» especificações para um alterar a sua composição;
grupo de produtos biocidas que tenham o b) «Preparações» as misturas ou soluções compos-
tas por duas ou mais substâncias;
mesmo tipo de utilização e de utilizador, sendo
c) «Investigação e desenvolvimento científicos» a
de considerar como:
experimentação científica, a pesquisa ou a aná-
Grupo de produtos biocidas, os que conte- lise química e biológica realizadas em condições
nham as mesmas substâncias activas com controladas; esta definição inclui a determina-
as mesmas especificações, apresentando as ção das propriedades intrínsecas, das realizações
respectivas composições variações que não e da eficácia, assim como as investigações cien-
afectem o nível de risco que lhes está asso- tíficas relativas ao desenvolvimento do produto;
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d) «Investigação e desenvolvimento da produção» especificamente no que respeita aos aspectos relativos


o desenvolvimento posterior de uma substância, aos seus efeitos inaceitáveis e à sua eficácia.
durante o qual as áreas de aplicação da sub- 5 — A avaliação técnica dos produtos biocidas refe-
stância são testadas por meio de utilização de ridos nas alíneas b) e c) do n.o 1 compete a cada uma
produções piloto ou de ensaios de produção; das AC, sem prejuízo do disposto no presente diploma
e) «Processo» o conjunto dos elementos previstos quanto às atribuições e competências da Comissão de
no n.o 2 do artigo 10.o na forma de apresentação Avaliação Técnica dos Produtos Biocidas.
por este determinada.
Artigo 5.o
o
Artigo 4.
Autoridade de coordenação nacional
Autoridades competentes
1 — A Direcção-Geral da Saúde é a autoridade de
1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 a 5, para coordenação nacional, a seguir designada por ACN.
a autorização de colocação no mercado de produtos 2 — São competências da ACN:
biocidas ou o respectivo registo, bem como o para o
procedimento de reconhecimento mútuo nos termos do a) Assegurar as funções de articulação e colabo-
capítulo III, são autoridades competentes, a seguir desig- ração entre todas as autoridades competentes
nadas por AC: e centre estas e a Comissão de Avaliação Téc-
nica de Produtos Biocidas e com a Comissão
a) A Direcção-Geral da Saúde, para todos os tipos Consultiva de Biocidas;
de produtos biocidas não incluídos nas alíneas b) Comunicar às instâncias comunitárias e aos res-
b) e c); tantes Estados-Membros as decisões tomadas
b) A Direcção-Geral de Veterinária, para os pro- ao abrigo do presente diploma e fornecer-lhes
dutos biocidas de uso veterinário; cópia, quando solicitada, dos processos relativos
c) A Direcção-Geral de Protecção das Culturas, a cada pedido recebido ou da respectiva docu-
para os produtos preservadores da madeira. mentação técnica;
c) Requerer à Comissão Europeia que as condi-
2 — Cabe às AC, no exercício das competências defi- ções definidas para a rotulagem dos produtos
nidas no número anterior: biocidas já autorizados ou registados num outro
a) Recolher as informações e documentos para os Estado-Membro sejam adaptadas às circunstân-
efeitos previstos no artigo 10.o e exigir, se neces- cias específicas nacionais;
sário, esclarecimentos e informações suplemen- d) Elaborar e remeter à Comissão Europeia as lis-
tares aos fabricantes ou importadores ou a apre- tas anuais de produtos biocidas que hajam sido
sentação de novos testes nos termos do presente autorizados ou registados, os relatórios trianuais
diploma; das acções levadas a efeito para controlo da
b) Proceder ao registo dos produtos biocidas de sua observância com os requisitos fixados e as
baixo risco e autorizar, suspender ou limitar pro- informações sobre os eventuais envenenamen-
visoriamente a comercialização dos restantes tos ocorridos com os produtos em causa;
produtos biocidas, nos termos previstos no pre- e) Participar no procedimento comunitário para
sente diploma; a criação das listas de substâncias activas para
c) Proceder à revisão das autorizações concedidas inclusão em produtos biocidas e da lista de sub-
ou à sua anulação ou revisão, nos termos do stâncias de base;
presente diploma; d) Criar e manter o sistema de informação espe-
d) Autorizar que os requerentes subsequentes de cífico previsto no artigo 28.o
uma autorização utilizem dados fornecidos pelo
primeiro requerente, nos termos do presente
diploma; Artigo 6.o
e) Fiscalizar e controlar o cumprimento das dis- Comissão de Avaliação Técnica dos Produtos Biocidas
posições do presente diploma.
1 — É criada a Comissão de Avaliação Técnica dos
3 — A avaliação técnica dos produtos biocidas refe- Produtos Biocidas, a seguir designada por CATPB, com
ridos na alínea a) do n.o 1, sem prejuízo do disposto a seguinte composição:
no presente diploma quanto às atribuições e compe- a) Quatro representantes do Ministério da Saúde;
tências da Comissão de Avaliação Técnica dos Produtos b) Dois representantes do Ministério do Ambiente
Biocidas, compete à: e do Ordenamento do Território;
a) Direcção-Geral da Saúde no que respeita à ava- c) Dois representantes do Ministério da Agricul-
liação do risco para o ser humano; tura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
b) Direcção-Geral de Veterinária no que respeita
à avaliação do risco para os animais; 2 — A CATPB é um órgão de natureza consultiva,
c) Direcção-Geral do Ambiente no que respeita com parecer vinculativo, a que cabe, no exercício das
à avaliação do risco para o ambiente. competências que para ela decorrem das disposições
do presente diploma, a concertação, numa óptica global
4 — Para efeitos do número anterior, todos, os ser- de protecção da saúde humana, da saúde animal e do
viços e organismos da Administração Pública prestarão ambiente, das posições subjacentes às deliberações das
a colaboração entendida necessária pela Direcção-Geral entidades a que, nos termos dos n.os 3 e 5 do artigo 4.o,
da Saúde para avaliação técnica dos produtos biocidas, compete a avaliação técnica dos produtos biocidas.
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3 — Os membros da CAPTB são designados por des- Artigo 9.o


pacho do respectivo membro do Governo, nos termos Utilização de produtos biocidas
do n.o 1.
4 — A CATPB é presidida por um dos representantes 1 — A utilização dos produtos biocidas deve obedecer
do Ministério da Saúde. às condições de utilização fixadas nos termos do n.o 10
5 — A CATPB pode convidar com carácter perma- do artigo 11.o e restringir-se ao mínimo necessário, atra-
nente ou temporário peritos de reconhecido mérito. vés da aplicação racional de um conjunto de medidas
físicas, biológicas, químicas ou outras, a determinar con-
Artigo 7.o soante o caso, e sem prejuízo da observância dos requi-
sitos legais impostos por actos comunitários de aplicação
Comissão Consultiva de Biocidas directa na ordem jurídica interna ou de legislação nacio-
nal relativos à protecção dos trabalhadores.
1 — É criada a Comissão Consultiva de Biocidas, a 2 — A utilização, através do fabrico ou importação
seguir designada por CCB, com a seguinte composição: de produtos biocidas para uso de empresas que prestem
a) Quatro representantes do Ministério da Saúde; serviços em que os mesmos sejam utilizados, carece de
b) Dois representantes do Ministério do Ambiente autorização prévia, nos termos impostos pelo presente
e do Ordenamento do Território; diploma, ficando aquela sujeita ao cumprimento das
c) Dois representantes do Ministério da Agricul- obrigações atribuídas pelos artigos seguintes aos res-
tura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas; ponsáveis pela colocação destes produtos no mercado.
d) Dois representantes do Ministério da Econo-
mia; Artigo 10.o
e) Dois representantes do Ministério do Trabalho
Pedido de autorização de colocação no mercado
e da Solidariedade;
f) Dois representantes da Secretaria de Estado da 1 — O responsável pela primeira colocação no mer-
Defesa do Consumidor. cado de um produto biocida ou o seu representante,
sediado em território comunitário, deve apresentar um
2 — Os membros da CCB são designados por des- pedido junto da AC, redigido em português e acom-
pacho do respectivo membro do Governo, nos termos panhado de um processo ou de uma carta de acesso
do número anterior. relativo a cada produto biocida e um processo ou uma
3 — A CCB é presidida por um dos representantes carta de acesso para cada uma das substâncias activas
do Ministério da Saúde. nele presentes.
4 — A CCB pode convidar com carácter permanente 2 — Os processos a que se refere o número anterior
ou temporário peritos de reconhecido mérito. devem incluir informação completa e pormenorizada
5 — À CCB compete: dos estudos efectuados e dos métodos utilizados ou refe-
rências bibliográficas dos mesmos, de forma a permitir
a) Acompanhar e avaliar os efeitos da utilização a avaliação dos efeitos e propriedades, de acordo com
dos produtos biocidas; o previsto nas alíneas b) a d) do n.o 4 do artigo 11.o
b) Propor medidas de coordenação entre as enti- 3 — A informação deve ser apresentada sob a forma
dades envolvidas a nível nacional e comunitário; de processos técnicos de que constem os dados e resul-
c) Diagnosticar os problemas a nível dos circuitos tados dos estudos referidos nos anexos IV-A e IV-B ou
comerciais e das relações entre as empresas do nos anexos II-A e II-B e, caso tal seja especificado, nas
sector e os serviços oficiais, bem como os decor- partes relevantes dos anexos III-A e III-B, excepto se,
rentes da aplicação dos biocidas e proceder à em virtude da natureza do produto biocida ou da uti-
sua avaliação; lização para o mesmo proposta, se mostrem desneces-
d) Estudar e propor medidas no domínio da infor- sários ou quando, à luz dos conhecimentos técnico-cien-
mação, formação e das medidas regulamentares tíficos, tal se revele desnecessário, devendo o requerente
adequadas aos problemas diagnosticados. neste caso apresentar à AC responsável uma justificação
aceitável ou uma formulação quadro a que tenha acesso.
4 — A entidade a que cabe a avaliação técnica solicita
CAPÍTULO II à AC a que foi requerida a autorização para a colocação
Colocação no mercado de produtos biocidas no mercado do produto biocida, quando a avaliação
de risco deste assim o exija, que obtenha junto do reque-
Artigo 8.o rente, que deve dar satisfação ao pedido, as informações
complementares que considere necessárias, incluindo
Autorização de colocação no mercado de produtos biocidas dados e resultados de novos testes, bem como amostras
1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 2 e 3 seguintes, da preparação e dos respectivos ingredientes, e forneça,
os produtos biocidas só podem ser colocados no mercado para os efeitos previstos no n.o 15 do artigo 11.o, uma
e utilizados, após obtenção de autorização, em confor- cópia da documentação técnica que respeite aos pro-
midade com o disposto nos artigos 11.o e 15.o, nos n.os 1, cessos referidos no n.o 1.
3 e 4 do artigo 19.o, no n .o 1 do artigo 20.o e no artigo 22.o 5 — Nas condições e termos previstos no n.o 9 do
2 — Ficam dispensadas da autorização prevista no artigo 11.o, a entidade a que cabe a avaliação técnica,
número anterior a colocação no mercado e a utilização sempre que o entenda necessário, solicita à AC res-
de produtos biocidas de baixo risco que tenham sido ponsável que promova junto do requerente, que deve
objecto de registo nos termos previstos no artigo 16.o dar satisfação ao pedido, a realização de novos testes.
3 — A colocação no mercado e a utilização de sub- 6 — Os testes devem ser efectuados em conformidade
stâncias de base para efeitos biocidas incluídas na lista com:
constante do anexo I-B, não carecem de qualquer auto- a) O anexo I do Regulamento para a Notificação
rização ou registo. de Substâncias Químicas e para a Classificação,
4232 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

Embalagem e Rotulagem de Substâncias Peri- b) O requerimento se faz acompanhar de compro-


gosas, aprovado pela Portaria n.o 732-A/96, de vativo da sede social do requerente;
11 de Dezembro, alterada pelos Decretos-Leis c) O requerimento se faz acompanhar de processo
n.os 330-A/98, de 2 de Novembro, 209/99, de relativo ao produto biocida e de processo rela-
11 de Junho, 195-A/2000, de 22 de Agosto, e tivo a cada uma das substâncias activas naquele
222/2001, de 8 de Agosto; presentes ou, em sua substituição, de carta de
b) O Decreto-Lei n.o 129/92, de 6 de Julho, alte- acesso em relação a qualquer deles ou a ambos;
rado pelos Decretos-Leis n.os 197/96, de 16 de d) Do processo relativo ao produto biocida consta
Outubro, e 99/2000, de 30 de Maio, e com a a indicação de todos os dados exigidos no
Portaria n.o 1005/92, de 23 de Outubro, alterada anexo IV-B ou no anexo II-B e, caso tal seja
pela Portaria n.o 1131/97, de 7 de Novembro; especificado, nas partes relevantes do anexo
c) Métodos que sejam, tanto quanto possível, inter- III-B;
nacionalmente reconhecidos e justificados, e) Do processo relativo à substância ou substâncias
quando no anexo V do Regulamento para a activas presentes no produto biocida consta a
Notificação de Substâncias Químicas e para a indicação de todos os dados exigidos no
Classificação, Embalagem e Rotulagem de Sub- anexo IV-A ou no anexo II-A e, caso seja espe-
stâncias Perigosas os descritos forem inadequa- cificado, nas partes relevantes do anexo III-A;
dos ou aqueles não se encontrarem aí descritos. f) O requerimento se faz acompanhar de urna
amostra, modelo ou projecto da embalagem, da
rotulagem e do folheto, se for o caso, e de fichas
7 — A denominação das substâncias activas deve de segurança relativas ao produto biocida e a
corresponder: cada substância activa que seja utilizada exclu-
a) À constante da lista do anexo V do Regulamento sivamente em produtos biocidas, nos termos do
para a Notificação de Substâncias Químicas e disposto no n.o 8 do artigo 10.o
para a Classificação, Embalagem e Rotulagem
de Substâncias Perigosas, mencionado no 2 — Na ausência de qualquer ou quaisquer dos ele-
número anterior; mentos referidos no número anterior, a AC solicita ao
b) Caso não conste da lista citada na alínea ante- requerente o seu envio com vista a completar a orga-
rior, à do Inventário Europeu das Substâncias nização do processo.
Químicas Existentes (EINECS, European 3 — Após a validação do processo, a AC deve, con-
Inventory of Existing Chemical Substances); forme o caso, assegurar a avaliação da conformidade,
c) Caso também não conste da lista citada na alínea à luz dos conhecimentos técnicos e científicos, ou reme-
anterior, à denominação comum da Organiza- tê-lo para esse efeito às entidades responsáveis pela
ção Internacional de Normalização (ISO); mesma nos termos do n.o 3 do artigo 4.o, que avaliarão
d) Na inexistência igualmente de denominação da conformidade:
comum da ISO, ser designada pela sua deno- a) Do produto biocida com os requisitos estabe-
minação química, de acordo com as regras da lecidos no anexo IV-B ou no anexo II-B e, se
União Internacional de Química Pura e Apli- especificado, nas partes relevantes do
cada (IUPAC). anexo III-B;
b) Das substâncias activas presentes no produto
8 — O requerente deve ainda, quando da formulação biocida com os requisitos estabelecidos no
do pedido de autorização de colocação do produto bio- anexo IV-A ou no anexo II-A e, se especificado,
cida no mercado, apresentar: nas partes relevantes do anexo III-A;
c) Da denominação das substâncias activas com
a) Uma amostra, modelo ou projecto da emba- o disposto no n.o 7 do artigo anterior;
lagem, da rotulagem e do folheto, se for o caso; d) Dos testes com o disposto no n.o 6 do artigo
b) Uma ficha de segurança relativa ao produto, anterior.
quando este é classificado como perigoso, ela-
borada de acordo com o disposto no artigo 31.o 4 — As entidades, nos termos dos n.os 3 a 5 do
da Portaria n.o 1152/97, de 12 de Novembro, artigo 4.o, que procedem à avaliação técnica dos pro-
alterada pelo Decreto-Lei n.o 189/99, de 2 de cessos apenas se pronunciam favoravelmente quando:
Junho;
c) Uma ficha de segurança relativa a cada sub- a) As substâncias activas presentes no produto bio-
stância activa que seja utilizada exclusivamente cida considerado constam dos anexos I e I-A
em produtos biocidas, de acordo com os requi- e os requisitos neles previstos se encontram
sitos impostos pelos artigos 21.o e 22.o do Regu- igualmente preenchidos;
lamento para a Notificação de Substâncias Quí- b) À luz dos actuais conhecimentos técnicos e cien-
micas e para a Classificação, Embalagem e tíficos tiver sido comprovado e demonstrado,
Rotulagem de Substâncias Perigosas. de acordo com os princípios comuns de ava-
liação do processo descritos no anexo VI do pre-
sente diploma, que dele faz parte integrante,
Artigo 11.o que o produto, se utilizado nos termos da auto-
Instrução e avaliação do processo de autorização rização e no que respeita a todas as condições
normais de utilização, ao modo como o material
Para efeito de concessão da autorização a que se por ele tratado pode ser utilizado e às conse-
refere o n.o 1 do artigo 8.o, a AC procede à respectiva quências da sua utilização e eliminação:
validação e instrução, devendo verificar se:
É suficientemente eficaz;
a) O requerimento apresentado vem redigido em Não tem efeitos inadmissíveis sobre os orga-
português; nismos a que se destina, tais como uma
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4233

resistência inaceitável ou uma resistência e 10, ou de virem a ser retiradas nos termos do n.o 1
cruzada; do artigo 13.o, as autorizações são concedidas por um
Não provoca dor ou sofrimento desnecessário período máximo de 10 anos a contar da primeira inclusão
nos vertebrados; de uma substância activa nos anexos I ou I-A do presente
Não tem, intrinsecamente ou pelos seus resí- diploma, que dele fazem parte integrante, para o tipo
duos, efeitos inadmissíveis, directos ou de produto em causa ou da sua renovação, sem, todavia,
indirectos, na saúde humana ou animal, poder exceder o limite máximo especificado nos anexos
nomeadamente por intermédio da água de citados para aquela substância activa.
consumo, dos géneros alimentícios ou dos 9 — Para o caso de os testes haverem sido obtidos
alimentos para animais, da atmosfera inte- antes de 16 de Fevereiro de 1998, a AC deve decidir
rior ou de consequências no local de tra- caso a caso a sua adequação para efeitos do presente
balho, nem nas águas superficiais ou sub- diploma e a eventual necessidade de efectuação de novos
terrâneas; testes, nos termos do anexo V do Regulamento para
Não tem, intrinsecamente ou pelos seus resí- a Notificação de Substâncias Químicas e para a Clas-
duos, efeitos inadmissíveis no ambiente, sificação, Embalagem e Rotulagem de Substâncias Peri-
tendo em conta, designadamente, o destino gosas, aprovado pela Portaria n.o 732-A/96, de 11 de
e distribuição neste, nomeadamente a con- Dezembro, alterada pelos Decretos-Leis n.os 330-A/98,
taminação das águas superficiais, incluindo de 2 de Novembro, 209/99, de 11 de Junho, 195-A/2000,
as águas de estuário e marinhas e o impacto de 22 de Agosto, e 222/2001, de 8 de Agosto, tendo
nos organismos a que se não destina; em conta, entre outros factores, a necessidade de reduzir
ao mínimo os testes em animais vertebrados, observan-
c) Possam ser determinadas, de acordo com os do-se para o efeito o disposto nos n.os 3 a 6 do presente
requisitos relevantes dos anexos II-A, II-B, III-A, artigo, com as adaptações necessárias.
III-B, IV-A ou IV-B, a natureza e quantidade das 10 — Ao conceder a autorização a que se refere o
suas substâncias activas e, se for caso disso, as n.o 1 do artigo 8.o, a AC deve estipular as condições
eventuais impurezas e outros produtos envol- relativas à comercialização e utilização necessárias para
vidos na fórmula, importantes do ponto de vista garantir a conformidade com o disposto no n.o 4 e com
toxicológico ou ecotoxicológico, bem como os outros requisitos aplicáveis previstos em actos comu-
seus resíduos significativos, numa perspectiva nitários de aplicação directa na ordem jurídica interna
toxicológica ou ambiental, resultantes de formas ou em legislação nacional que os transponha, em espe-
de utilização autorizadas; cial, com vista à protecção da saúde dos distribuidores,
d) As suas propriedades físicas e químicas foram utilizadores, trabalhadores c consumidores, à protecção
determinadas e possam ser consideradas acei- da saúde animal ou à protecção do ambiente, em con-
táveis, no que respeita a formas adequadas de formidade com o parecer vinculativo da CATPB, dando
utilização, armazenamento e transporte do desse facto conhecimento à ACN.
produto;
11 — Não são concedidas as autorizações a que se
e) A embalagem e o rótulo do produto e, even-
refere o n.o 1 do artigo 8.o para a comercialização ou
tualmente, o folheto dão cumprimento aos
requisitos previstos no artigo 12.o utilização do produto biocida se não forem satisfeitos
os requisitos enunciados no número anterior, nem para
a comercialização ou utilização do público em geral,
5 — Realizada a avaliação técnica em conformidade sempre que o produto for classificado, nos termos do
com os n.os 3 e 4, a AC, antes de conceder a autorização n.o 1 do artigo 12.o, como tóxico, muito tóxico, car-
a que se refere o n.o 1 do artigo 8.o, através da ACN,
cinogénico das categorias 1 ou 2, mutagénico das cate-
procede à audição da CATPB, com vista à concertação
gorias 1 ou 2 ou tóxico para a reprodução das categorias
para uma avaliação final em conformidade com o dis-
1 ou 2.
posto naqueles números.
6 — Quando da avaliação do processo resultar neces- 12 — Sempre que seja concedida uma autorização,
sário, a pedido da CATPB, transmitido através da ACN, nos termos do n.o 1 do artigo 8.o, para um produto
a AC solicita ao requerente mais informações para ava- biocida específico, deve a AC estabelecer, por sua ini-
liação de risco do produto biocida, incluindo dados e ciativa ou a pedido do interessado, uma formulação
resultados de novos testes, bem como o fornecimento quadro.
de amostras da preparação e dos respectivos ingredien- 13 — A formulação quadro deve ser transmitida ao
tes, suspendendo-se neste caso o prazo previsto para requerente quando for comunicada a concessão de auto-
a avaliação em causa até o referido processo estar rização, bem como à ACN.
completo. 14 — Por cada pedido recebido é elaborado um pro-
7 — A decisão sobre o pedido de autorização de colo- cesso que inclua, no mínimo, cópia do pedido, um registo
cação no mercado de um produto biocida deve ser das decisões que sobre o mesmo recaírem e das que
tomada no mais curto prazo possível, não devendo exce- recaírem sobre os processos apresentados, nos termos
der três anos a contar da data de apresentação do pedido das alíneas c), d) e e) do n.o 1, e ainda o resumo destes,
pelo requerente, excepto quando este tem acesso à for- de que deve fornecer cópia, quando solicitada pela ACN
mulação quadro sob a forma de uma carta de acesso em sequência de pedido da Comissão Europeia ou das
e o produto biocida para o qual requereu autorização autoridades nacionais competentes de outros Estados-
houver sido apresentado com base nessa formulação -Membros.
quadro, sendo neste caso o prazo máximo de 60 dias. 15 — Devem ainda as AC facultar todos os dados
8 — Sem prejuízo das autorizações de colocação no necessários à apreciação integral dos pedidos e assegurar
mercado de produtos biocidas poderem vir a ser reno- que os requerentes forneçam uma cópia da respectiva
vadas se se mantiverem as condições impostas nos n.os 4 documentação técnica, sempre que solicitada pela ACN
4234 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

em sequência de pedido da Comissão Europeia ou das nos ou de animais à área em que o produto
autoridades nacionais competentes de outros Estados- biocida foi utilizado;
-Membros. k) Informação sobre os meios e medidas de des-
contaminação e o tempo necessário de venti-
Artigo 12.o lação das áreas tratadas, bem como a informa-
Classificação, embalagem e rotulagem dos produtos biocidas ção sobre a limpeza adequada do equipamento
e medidas de precaução durante a utilização,
1 — A classificação, embalagem e rotulagem dos pro- armazenamento e transporte, incluindo o equi-
dutos biocidas, para efeitos do presente diploma, é pamento e vestuário de protecção pessoal, medi-
regida pelo disposto no Decreto-Lei n.o 120/92, de 30 das de protecção contra o fogo, cobertura de
de Junho, e pela Portaria n.o 1152/97, de 12 de Novem- mobiliário, remoção de produtos alimentares ou
bro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei de alimentos para animais e instruções para pre-
n.o 189/99, de 2 de Junho, sem prejuízo dos requisitos venir a exposição de animais ao produto;
adicionais estabelecidos nos n.os 2 e 3, tendo em conta, l) As categorias de utilizadores autorizados a uti-
quanto a este último, o disposto no n.o4. lizarem o produto biocida, se for caso disso;
2 — Para além das exigências impostas pela legislação m) Informações relativas a qualquer perigo espe-
aplicável por força do n.o 1, a embalagem dos produtos cífico para o ambiente, nomeadamente no que
biocidas deve cumprir adicionalmente as seguintes respeita à protecção dos organismos a que se
condições: não destina e à prevenção da contaminação da
a) Os produtos biocidas susceptíveis de serem con- água, se for caso disso.
fundidos com alimentos, bebidas ou alimentos
para animais devem ser embalados de modo a 4 — Relativamente aos produtos biocidas microbio-
minimizar essa probabilidade; lógicos, as exigências de rotulagem devem ainda obede-
b) Os produtos acessíveis ao público em geral, sus- cer ao disposto na matéria pelo Decreto-Lei n.o 84/97,
ceptíveis de serem confundidos com alimentos, de 16 de Abril, alterado pela Lei n.o 113/99, de 3 de
bebidas ou alimentos para animais, devem Agosto.
incluir componentes destinados a desencorajar 5 — As indicações a que se reportam as alíneas c),
o respectivo consumo. e), h), i), j), k) e m) do n.o 4 podem constar de outra
zona da embalagem ou em folheto que a acompanhe,
3 — Para além das exigências impostas pela legislação que não o rótulo, sendo considerados, nesse caso, para
aplicável por força do n.o 1, a rotulagem dos produtos efeitos de aplicação do presente diploma, como dados
biocidas destinados a serem comercializados em terri- constantes da rotulagem.
tório nacional deve ser obrigatoriamente expressa em 6 — Desde que não contrariem as condições de auto-
língua portuguesa, não podendo ser enganosa, nem dar rização concedida ao abrigo do presente diploma,
uma impressão exagerada do produto, nem conter indi- podem ser aceites alterações de embalagem e rotulagem
cações de «produto biocida de baixo risco», «não de produtos biocidas identificados como insecticidas,
tóxico», «inofensivo» ou outras idênticas, devendo indi- rodenticidas, avicidas ou moluscicidas, autorizados ao
car, de forma clara e indelével, o seguinte: abrigo do presente diploma e igualmente sujeitos ao
disposto no Decreto-Lei n.o 294/88, de 24 de Agosto,
a) A identificação de cada substância activa, bem
com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei
como a sua concentração em unidades métricas;
n.o 385/93, de 18 de Novembro, por forma que os pro-
b) O número de autorização atribuído ao produto
dutos cumpram os requisitos impostos em matéria de
biocida com indicação da AC que a emitiu;
classificação, embalagem e rotulagem de pesticidas.
c) O tipo de preparação;
7 — Para efeito de aprovação da embalagem pela AC,
d) Os fins para os quais o produto biocida é
autorizado; antes da colocação do produto biocida no mercado o
e) Instruções de utilização e dosagem, expressa em requerente deve fornecer amostras, modelos ou pro-
unidades métricas, para cada uma das utiliza- jectos da embalagem, rotulagem e folhetos.
ções previstas nos termos da autorização;
f) Informações sobre prováveis efeitos adversos Artigo 13.o
directos ou indirectos, bem como instruções de Revisão das autorizações
primeiros socorros;
g) A menção «Ler as instruções apensas antes de 1 — As autorizações devem ser revistas, observan-
utilizar», caso seja acompanhado por um folheto do-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
informativo; artigo 11.o, durante o período para que foram conce-
h) Instruções relativas à eliminação segura do pro- didas, sempre que, na sequência de informações rece-
duto biocida e da sua embalagem, incluindo, bidas em conformidade com o disposto no n.o 4, houver
se for caso disso, a proibição de reutilização indícios de que qualquer das condições previstas nos
da embalagem; n.os 4 e 10 do artigo 11.o deixou de ser satisfeita ou
i) O número de lote ou a designação da prepa- quando a autorização for concedida para comerciali-
ração e o prazo de validade, a contar da data zação e utilização do público em geral, o produto passar
de fabrico nas condições normais de arma- a ser classificado, nos termos do n.o 1 do artigo 12.o,
zenamento; como tóxico, muito tóxico, carcinogénico das categorias
j) O período de tempo necessário para o efeito 1 ou 2, mutagénico das categorias 1 ou 2 ou tóxico
biocida, o intervalo a respeitar entre as apli- para a reprodução das categorias 1 ou 2.
cações do produto biocida ou entre uma apli- 2 — Para o efeito, conforme o caso, a AC, quando
cação e a utilização subsequente do produto tra- ela própria é a entidade que procede à avaliação técnica
tado ou ainda o posterior acesso de seres huma- do processo, ou a pedido da entidade que procede a
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4235

essa avaliação, ou ainda a pedido da CATPB, solicita para a eliminação ou o armazenamento, a comercia-
ao titular da autorização ou ao requerente, ao qual haja lização e a utilização das existências, observando sempre
sido concedida uma alteração da autorização, nos termos na sua fixação os prazos eventualmente previstos em
do artigo 15.o, as informações adicionais necessárias, decisão tomada ao abrigo do Decreto-Lei n.o 264/98,
determinando o prazo para a sua apresentação, bem de 19 de Agosto, ou de decisão comunitária que der
como o período de tempo durante o qual a autorização origem à eliminação da substância activa presente no
anteriormente concedida se mantém em vigor. produto biocida em causa dos anexos I ou I-A.
3 — A autorização anteriormente concedida deve ser 4 — A AC pode igualmente cancelar uma autorização
prolongada pelo tempo necessário à prestação das infor- concedida nos termos do n.o 1 do artigo 8.o, mediante
mações adicionais, podendo ainda ser prolongada, se pedido devidamente fundamentado do respectivo titu-
for caso disso, pelo período necessário à conclusão da lar, observando-se, se adequado, o disposto no
sua revisão. artigo 11.o, dando desse facto conhecimento à ACN.
4 — Os titulares de uma autorização de colocação
no mercado de um produto biocida, nos termos do n.o 1
do artigo 8.o, ficam obrigados a notificar de imediato, Artigo 15.o
por sua iniciativa, a AC de quaisquer dados de que Alteração de autorizações concedidas
tenham conhecimento relativos à ou a uma das subs-
tâncias activas presentes no produto biocida, ou ao pró- 1 — Tendo em conta a evolução dos conhecimentos
prio produto biocida, que seja susceptível de pôr em técnicos e científicos, a AC, de acordo com os proce-
causa a manutenção da autorização e, nomeadamente, dimentos previstos no artigo 11.o e face ao parecer da
novos dados ou informações relativos aos respectivos CATPB que o considere necessário, com vista à pro-
efeitos no ser humano, nos animais e no ambiente, a tecção da saúde humana e animal e do ambiente, deve
alterações da origem ou da composição da substância alterar as condições de utilização de uma autorização
activa ou da composição do produto biocida, a ocor- já concedida nos termos do n.o 1 do artigo 8.o, desig-
rência de resistência ou alterações de carácter admi- nadamente quanto ao modo de utilização ou às quan-
nistrativo ou outros aspectos considerados relevantes, tidades utilizadas, dando desse facto conhecimento à
incluindo o tipo de embalagem. ACN.
5 — Os titulares de uma autorização de colocação 2 — A AC pode ainda alterar as condições de uma
no mercado de um produto biocida, nos termos do n.o 1 autorização já concedida, a pedido devidamente justi-
do artigo 8.o, ficam igualmente obrigados a prestar, no ficado do respectivo titular e de acordo com o parecer
prazo estipulado pela AC, as informações pertinentes da CATPB, observando o disposto nos números seguin-
que sejam solicitadas quando dispuser de elementos que tes, dando desse facto conhecimento à ACN.
a levem a pressupor razoavelmente serem tais infor- 3 — Se o pedido de alteração apresentado pelo res-
mações do conhecimento daqueles titulares. pectivo titular disser respeito a um alargamento das uti-
6 — A AC transmite à ACN as informações obtidas lizações, a AC, observados os procedimentos previstos
nos termos dos n.os 4 e 5 anteriores. no artigo 11.o, com as devidas adaptações, e de acordo
7 — A ACN deve notificar de imediato as autoridades com o parecer da CATPB, deve decidir favoravelmente,
nacionais competentes dos outros Estados-Membros e desde que cumpridas para a substância activa as con-
a Comissão Europeia de quaisquer informações que lhe dições que vierem a ser fixadas nos anexos I ou I-A.
forem transmitidas pela AC, em conformidade com o 4 — Se o pedido de alteração apresentado pelo res-
número anterior, relativas aos efeitos adversos para o pectivo titular envolver altercações das condições espe-
ser humano, os animais ou o ambiente, ou da nova com- cíficas fixadas para a substância activa em causa nos
posição de um produto biocida e das suas substâncias anexos I ou I-A, a AC, no que respeita às alterações
activas, impurezas, outros produtos envolvidos na fór- propostas, apenas pode, observados os procedimentos
mula ou resíduos. previstos no artigo 11.o, decidir favoravelmente sobre
o pedido, após avaliação da substância em causa, de
Artigo 14.o acordo com os procedimentos estabelecidos no
Anulação de autorizações concedidas artigo 24.o
5 — A concessão da alteração da autorização pela
1 — As AC devem anular as autorizações concedidas AC depende sempre de comprovação da observância
a que se refere o n.o 1 do artigo 8.o, conforme o disposto das condições previstas nos n.os 4 e 10 do artigo 11.o
na alínea a) do n.o 4 do artigo 11.o, sempre que as e, quando a autorização for concedida para comercia-
substâncias activas, em razão de decisão comunitária, lização e utilização do público em geral, o produto bio-
vierem a ser eliminadas dos anexos I ou I-A, ou quando, cida não seja classificado, nos termos do n.o 1 do
de acordo com os procedimentos previstos no artigo 11.o, artigo 12.o, como tóxico, muito tóxico, carcinogénico das
se verificar que deixaram de ser observadas as condições categorias 1 ou 2, mutagénico das categorias 1 ou 2
a que se reportam as restantes alíneas do mesmo ou tóxico para a reprodução das categorias 1 ou 2.
número, ou, ainda, caso se apure terem sido fornecidos
dados falsos ou enganosos quanto aos factos que ser-
viram de base à concessão da autorização, dando desse Artigo 16.o
facto conhecimento à ACN. Procedimentos para a apresentação do pedido de registo
2 — Para o efeito, a AC deve informar e consultar
o titular da autorização da sua intenção de anular a 1 — Para efeitos do disposto no n.o 2 do artigo 8.o,
autorização anteriormente concedida, dando desse facto o responsável pela primeira colocação no mercado de
conhecimento à ACN. um produto biocida de baixo risco ou o seu represen-
3 — Ponderado o motivo da decisão de anulação e tante deve apresentar um pedido à respectiva AC, nos
de acordo com parecer da CATPB, a AC pode conceder termos do artigo 10.o, sendo-lhe aplicável o disposto
um prazo, a fixar em conformidade com aquele motivo, no artigo 11.o, salvo no que se refere à apresentação
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de um processo ou carta de acesso relativo ao produto haverem sido prestadas pela primeira vez para
biocida, nos termos fixados pelo seu n.o 1, em cuja subs- corroborar a primeira inclusão nos anexos cita-
tituição deve apresentar um processo que inclua os dos ou de outro tipo de produto para essa sub-
seguintes dados: stância activa e, quanto a estas, a contar da data
da sua inclusão nos anexos em causa.
a) Requerente:
1.1) Nome ou designação social e endereço 2 — As AC não podem igualmente utilizar as infor-
ou sede social; mações em sua posse a que se reporta o número anterior,
1.2) Fabricantes do produto biocida e das sub- no caso de quaisquer informações suplementares apre-
stâncias activas (nomes e endereços, sentadas pela primeira vez com vista à alteração dos
incluindo a localização do fabricante da requisitos de inclusão ou à sua manutenção nos anexos
substância activa); ali citados, durante cinco anos a contar da data da deci-
1.3) Se for caso disso, uma carta de acesso são que recair na sequência da recepção das novas infor-
a quaisquer dados necessários; mações, excepto quando a substância activa:
b) Identificação do produto biocida: a) Não estava colocada no mercado em 14 de Maio
de 2000 e este prazo expirar antes de decorridos
2.1) Denominação comercial; 15 anos a contar da data da sua primeira inclusão
2.2) Composição completa do produto bio- nos anexos em causa, hipótese em que prevalece
cida; este último período; ou
2.3) Propriedades físico-químicas que possam b) estava já colocada no mercado em 14 de Maio
ser determinadas e consideradas aceitá- de 2000 e este prazo expirar antes de decorridos
veis no que respeita a formas adequadas 10 anos a contar da data da sua inclusão nos
de utilização, armazenamento e trans- anexos em causa, no que se refere às informa-
porte do produto; ções prestadas pela primeira vez para corrobo-
rar a primeira inclusão ou de outro tipo de pro-
c) Utilização pretendida: duto para essa substância activa, hipótese em
3.1) Tipo de produto de acordo com a lista que prevalece este último período.
exaustiva constante do anexo V e domínio
de utilização; 3 — As AC não podem utilizar informações em sua
3.2) Categoria de utilizadores; posse, eira virtude da aplicação do disposto no artigo
3.3) Método de utilização; 10.o, relativas a um produto biocida em beneficio de
outros requerentes, salvo se:
d) Dados sobre a eficácia;
e) Métodos analíticos; a) Estes tiverem o acordo escrito do primeiro
f) Classificação, embalagem e rotulagem, incluindo requerente nesse sentido sob a forma de uma
um projecto de rótulo, de acordo com o carta de acesso; ou
artigo 12.o; b) Quando se trate de um produto biocida que
g) Ficha de segurança, preparada de acordo com contenha uma substância activa não colocada
a alínea b) do n.o 8 do artigo 10.o no mercado em 14 de Maio de 2000, durante
15 anos a contar da data da primeira inclusão
2 — A AC, aplicando o disposto no artigo 11.o, com desta nos anexos I ou I-A; ou
excepção do seu n.o 7 e com as devidas adaptações, c) Quando se trate de um produto biocida que
deve proceder ao registo, após verificação pela CATPB, contenha uma substância activa já colocada no
do baixo risco do produto biocida para o qual aquele mercado em 14 de Maio de 2000, durante
é solicitado. 10 anos a contar desta data, ou no caso de tais
3 — O prazo máximo para o procedimento de registo informações haverem sido prestadas pela pri-
é de 60 dias a contar da data de apresentação do pedido meira vez para corroborar a primeira inclusão
pelo requerente. nos anexos citados ou de outro tipo de produto
para essa substância activa, e, quanto a estas,
Artigo 17.o a contar da data da sua inclusão nos anexos
Utilização por outros requerentes dos dados já fornecidos em causa.
por um titular de uma autorização

1 — As AC não podem utilizar informações em sua 4 — As AC não podem também utilizar as informa-
posse em virtude da aplicação do disposto no artigo 10.o ções a que se reporta o número anterior durante cinco
relativas a uma substância activa em beneficio de outros anos contar da data da decisão que recair na sequência
requerentes, salvo se: da recepção de novas informações, no caso de quaisquer
informações suplementares apresentadas pela primeira
a) Estes tiverem o acordo escrito do primeiro vez com vista à alteração das condições de autorização
requerente nesse sentido sob a forma de uma de um produto biocida ou à apresentação dos dados
carta de acesso; ou necessários para que se mantenha uma substância activa
b) Quando se trate de uma substância activa não nos anexos citados no n.o 1, excepto quando esta:
colocada no mercado em 14 de Maio de 2000
durante 15 anos a contar da data da primeira a) Não estava colocada no mercado em 14 de Maio
inclusão no anexos I ou I-A; ou de 2000 e este prazo expirar antes de decorridos
c) Quando se trate de uma substância já colocada 15 anos a contar da data da sua primeira inclusão
no mercado àquela data durante 10 anos a con- nos anexos em causa, hipótese em que prevalece
tar da mesma, ou no caso de tais informações este último período; ou
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4237

b) Estava já colocada no mercado em 14 de Maio 3 — A ACN deve remeter à Comissão Europeia, cada
de 2000 e este prazo expirar antes de decorridos três anos e até 30 de Novembro do 3.o ano, relatório
10 anos a contar da data da sua inclusão nos das acções que forem levadas a efeito pelas AC para
anexos em causa no que se refere às informações controlo da observância dos requisitos fixados no pre-
prestadas pela primeira vez para corroborar a sente diploma, bem como informações sobre eventuais
primeira inclusão ou de outro tipo de produto envenenamentos com produtos biocidas, devendo o pri-
para essa substância activa, hipótese em que pre- meiro desses relatórios ser remetido em 2003.
valece este último período.

5 — Sem prejuízo das obrigações impostas pelos Artigo 19.o


números anteriores, no caso de um produto já auto-
Derrogações
rizado nos termos do artigo 8.o, n.o 1, e em conformidade
com o artigo 11.o, a AC pode autorizar que os reque-
rentes subsequentes de uma autorização utilizem dados 1 — Em derrogação da alínea a) do n.o 4 do
fornecidos pelo primeiro requerente, desde que a artigo 11.o, observados os procedimentos previstos neste
CATPB considere que os referidos requerentes subse- artigo e com o parecer favorável da CATPB, emitido
quentes comprovaram que o produto biocida é idêntico nos termos do n.o 1 do artigo 23.o, a AC, dando desse
e as respectivas substâncias activas são as mesmas que facto conhecimento à ACN, pode autorizar, proviso-
as anteriormente autorizadas, incluindo quanto ao grau riamente, por um período que não exceda os três anos,
de pureza e à natureza das impurezas. para fins que não sejam o de investigação e desenvol-
vimento científico e de investigação e desenvolvimento
da produção, a colocação no mercado de um produto
Artigo 18.o biocida que contenha uma substância activa que não
conste dos anexos I ou I-A e que não estivesse ainda
Intercâmbio de informações
colocada no mercado em 14 de Maio de 2000, desde
1 — No prazo de um mês a contar do fim de cada que:
trimestre, a ACN, de acordo com as informações pres-
tadas pelas AC, deve informar as autoridades nacionais a) A substância activa obedeça aos requisitos do
competentes dos outros Estados-Membros e a Comissão artigo 25.o;
Europeia de todos os produtos biocidas que houverem b) Se pressuponha que o produto biocida satisfaz
sido autorizados, registados ou cuja autorização ou as condições constantes do n.o 4 do artigo 11.o;
registo houverem sido recusados, alterados, renovados c) Nenhuma autoridade nacional dos restantes
ou retirados do mercado nacional, indicando: Estados-Membros levante objecções legítimas
com base no resumo que receberem, em con-
a) O nome ou a designação social do requerente formidade com o n.o 1 do artigo 24.o, quanto
ou do titular da autorização ou do registo; ao carácter completo dos processos.
b) A denominação comercial do produto biocida;
c) A denominação e a concentração de todas as
substâncias activas contidas no referido produto, 2 — Na hipótese de decisão comunitária que, na
bem como a denominação e a concentração de sequência de objecções de uma das autoridades nacio-
todas as substâncias perigosas, na acepção do nais competentes a que se refere o número anterior,
artigo 3.o do Regulamento para a Notificação determinar a não conformidade do processo com o
de Substâncias Químicas e para a Classificação, artigo 25.o, deve ser retirada a autorização provisória
Embalagem e Rotulagem de Substâncias Peri- que haja sido concedida.
gosas, aprovado pela a Portaria n.o 732-A/96, 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
de 11 de Dezembro, alterada pelos Decretos- a AC, observados os procedimentos previstos no
-Leis n.os 330-A/98, de 2 de Novembro, 209/99, artigo 11.o e com o parecer favorável da CATPB, pode
de 11 de Junho, 195-A/2000, de 22 de Agosto, renovar provisoriamente a autorização por um prazo
e 222/2001, de 8 de Agosto, e respectiva clas- adicional de um ano, caso a avaliação dos processos,
sificação; com vista à inclusão da substância activa nos anexos
d) O tipo de produto e a utilização ou utilizações I e I-A, não esteja concluída no fim do prazo de três
autorizadas; anos e desde que se afigure provável que a substância
e) O tipo de formulação; activa observa os requisitos do artigo 25.o
f) Os eventuais limites de resíduos fixados; 4 — No caso de se verificar um perigo imprevisível
g) As condições de autorização e, eventualmente, que não possa ser combatido por outros meios, a AC,
as razões da alteração ou retirada da auto- observados os procedimentos previstos no artigo 11.o
rização; e na sequência do parecer da CATPB, em derrogação
h) A indicação de que o produto pertence ou não do n.o 1.o do artigo 8.o, e do artigo 11.o, pode, quando
a um tipo especial, como, por exemplo, no necessário, autorizar, por um período não superior a
âmbito de uma formulação quadro ou produto 120 dias e para uma utilização limitada e controlada,
biocida de baixo risco. a colocação no mercado de produtos biocidas não con-
formes com o disposto no presente diploma, dando desse
2 — Para além do disposto no número anterior, a facto conhecimento à ACN.
ACN, de acordo com as informações prestadas pelas 5 — Ao tomar conhecimento da decisão referida no
AC, deve elaborar uma lista anual dos produtos biocidas número anterior, a ACN deve informar imediatamente
autorizados ou registados no território nacional e reme- do facto, devidamente justificado, as autoridades nacio-
tê-la às autoridades nacionais dos outros Estados-Mem- nais competentes dos outros Estados-Membros e a
bros e à Comissão Europeia. Comissão Europeia.
4238 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

6 — Em qualquer caso, a AC deve acatar a decisão previstos no artigo 11.o e ouvir a CATPB, dando desse
comunitária, prolongando a referida autorização pelo facto conhecimento à ACN.
período por aquela fixado, repetindo-a ou anulando-a, 6 — Na aplicação deste artigo devem ser respeitadas
conforme o caso. as condições comuns, em especial as quantidades máxi-
Artigo 20.o mas de substâncias activas ou de produtos biocidas que
podem ser libertados durante as experiências e os dados
Derrogações relativas à investigação e desenvolvimento científicos mínimos a apresentar, em conformidade com o n.o 4,
ou à investigação e desenvolvimento da produção
que venham a ser fixados por decisão comunitária, nos
1 — Em derrogação do disposto no artigo 8.o, nos termos do n.o 5 do artigo 17.o da Directiva n.o 98/8/CE,
n. 7, 8, 12 e 13 do artigo 11.o, no n.o 2 do artigo 12.o
os do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Feve-
e nos n.os 2 e 3 do artigo 16.o, todas as experiências reiro de 1998.
e testes que respeitem à investigação e desenvolvimento Artigo 21.o
científicos ou à investigação e desenvolvimento da pro-
Cooperação na utilização de dados relativos a experiências
dução e para fins que impliquem a colocação no mercado com animais vertebrados
de um produto biocida não autorizado ou de uma sub-
stância activa destinada a ser utilizada exclusivamente 1 — Sem prejuízo do disposto nas alíneas c), d) e
num produto biocida só podem ser efectuados se os e) do n.o 1 do artigo 11.o, o requerente de uma auto-
interessados: rização de um produto biocida, antes de apresentar o
respectivo pedido e de efectuar experiências com ver-
a) Elaborarem um processo que inclua todos os tebrados, deve informar-se junto da respectiva AC, que
dados disponíveis relativamente a eventuais para o efeito consultará, através da ACN, as restantes
efeitos na saúde humana ou animal e ao impacto AC, sobre se o produto para que pretende apresentar
no ambiente; o pedido é idêntico a um produto biocida para o qual
b) Elaborarem e mantiverem registos escritos que haja já sido emitida autorização e do nome e endereço
especifiquem a identificação do produto biocida do titular ou dos titulares dessa autorização ou dessas
ou da substância activa, os dados constantes da autorizações, apresentando para o efeito comprovativo
rotulagem, bem como as quantidades fornecidas de que os outros dados referidos nas citadas alíneas
e os nomes e moradas de todos quantos recebam se encontram disponíveis.
o produto biocida ou a substância activa. 2 — Se, face aos comprovativos apresentados pelo
requerente, estiver convicta da intenção deste de apre-
2 — O disposto no número anterior não prejudica sentar um pedido de autorização, a AC deve prestar
qualquer decisão por parte da AC, observados os pro- as informações a que se refere o número anterior, comu-
cedimentos previstos no artigo 11.o e de acordo com nicando simultaneamente à ACN e ao titular ou aos
parecer da CATPB, de proibir a realização dessas expe- titulares das autorizações o facto e o nome e o endereço
riências ou testes ou impor condições para a sua rea- do requerente, incitando-os a cooperar na comunicação
lização, quando os mesmos sejam susceptíveis de ter das informações, com vista a limitar a duplicação dos
efeitos adversos na saúde humana ou animal ou de pre- ensaios com animais.
judicar de forma inaceitável o ambiente, dando desse 3 — O titular ou os titulares das autorizações emitidas
facto conhecimento à ACN. e os requerentes de autorizações devem efectuar os
3 — As informações a que se reporta o n.o 1, quando esforços razoáveis necessários para chegar a acordo
respeitem à investigação e desenvolvimento científicos, sobre a partilha das informações a que o número ante-
devem ser colocadas, se solicitadas, à disposição da AC rior faz referência, devendo a AC incitar o titular ou
e, quando respeitem à investigação e desenvolvimento os titulares a disponibilizar as referidas informações.
da produção, ser notificadas à autoridade nacional com- 4 — Cinco anos após a publicação do presente
petente do Estado-Membro onde vai decorrer a colo- diploma e se a experiência decorrente da sua aplicação
cação no mercado, antes desta se verificar, e à AC, que o demonstrar necessário, a ACN, ouvidas as AC, deve
delas dará conhecimento à ACN. apresentar proposta, que tome em conta o equilíbrio
4 — Salvo se tiver sido concedido ao interessado o dos interesses envolvidos para a instituição, de medidas
direito de efectuar determinadas experiências ou testes legislativas que tornem obrigatória a partilha neste
e apurado as condições em que os mesmos vão ser efec- âmbito das informações em causa e fixem o processo
tuados, em nenhum caso pode ser autorizada a colo- para a utilização dessas informações.
cação no mercado de produtos biocidas ou de substân- 5 — As experiências com animais vertebrados têm de
cias activas, nas condições definidas no n.o 1, para expe- cumprir o disposto no Decreto-Lei n.o 129/92, de 6 de
riências ou testes que possam envolver ou conduzir à Julho, e na Portaria n.o 1005/92, de 23 de Outubro,
sua libertação no ambiente, sem que para o efeito a com as alterações introduzidas pela Portaria n.o 1131/97,
respectiva AC, observados os procedimentos previstos de 7 de Novembro.
no artigo 11.o e de acordo com o parecer da CATPB,
face à análise dos dados disponíveis, tenha concedido
uma autorização, na qual determine as quantidades a CAPÍTULO III
utilizar e as áreas a tratar, podendo igualmente impor Reconhecimento mútuo de produtos biocidas
outras condições, dando desse facto conhecimento à
ACN. Artigo 22.o
5 — Quando a colocação no mercado do produto ou Procedimento de reconhecimento mútuo de produtos biocidas
substância ocorra noutro Estado-Membro, mas as expe-
riências ou testes decorram em território nacional, o 1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 a 4 do
requerente deve, nesse caso, obter sempre a autorização, artigo 17.o, os produtos biocidas já autorizados ou regis-
para a realização dos mesmos, junto da respectiva AC, tados num Estado-Membro devem ser autorizados ou
que para o efeito deve fazer observar os procedimentos registados a nível nacional no prazo de 120 dias ou 60
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4239

dias, respectivamente, após a recepção do pedido junto em sequência da qual a AC deve emitir o respectivo
da respectiva AC, desde que a substância activa do pro- registo, se for caso disso, no prazo fixado pela decisão
duto esteja incluída nos anexos I ou I-A, obedeça aos que sobre a questão for emitida, dando desse facto
requisitos aplicáveis do presente diploma e aos requi- conhecimento à ACN.
sitos pertinentes, impostos por actos comunitários de 8 — Sempre que a CATPB considerar que um pro-
aplicação directa na ordem jurídica interna ou de legis- duto biocida, já autorizado por uma autoridade nacional
lação nacional que os transponha, relativos à protecção competente de outro Estado-Membro, não satisfaz as
dos trabalhadores, observando-se para o efeito o dis- condições previstas no n.o 4 do artigo 11.o e, por con-
posto no artigo 11.o seguinte, a AC deva recusar a concessão de autorização
2 — Para o reconhecimento mútuo das autorizações, ou registo ou restringir a autorização sob certas con-
o pedido deve incluir um resumo do processo a que dições, a pedido desta, a ACN deve proceder nos mes-
se refere a alínea d) do n.o 1 do artigo 11 .o e a secção X mos termos do disposto na parte final do n.o 6, sendo
do anexo II-B, bem como uma cópia autenticada da aplicável ao caso o disposto no número anterior, com
primeira autorização concedida e obedecer aos requi- as devidas adaptações.
sitos pertinentes, relativos às condições de distribuição 9 — Em derrogação do disposto no n.o 1, a AC, de
e utilização de produtos biocidas, impostos por actos harmonia com o parecer da CATPB, pode recusar o
comunitários de aplicação directa na ordem jurídica reconhecimento mútuo de autorizações concedidas por
interna ou de legislação nacional que os transponha e autoridades competentes nacionais de outros Estados-
destinados à protecção dos distribuidores, utilizadores -Membros a produtos pertencentes aos tipos 15, 17 e
e trabalhadores. 23 do anexo V, fundamentando devidamente a sua deci-
3 — Para o reconhecimento mútuo do registo de pro- são, da qual deve dar conhecimento à ACN, que informa
dutos biocidas de baixo risco, o pedido deve incluir os a Comissão Europeia e aquelas autoridades nacionais
dados referidos no n.o 1 do artigo 16.o, excepto quanto competentes, nos termos do Tratado da Comunidade
aos dados relativos à eficácia, para os quais é suficiente Europeia, observadas as seguintes condições:
um resumo.
4 — No caso de a CATPB, de acordo com o a) Se a respectiva decisão se justificar por razões
artigo 11.o, determinar que a espécie a que se destina de protecção da vida das pessoas e animais ou
o produto biocida não se encontra presente em território de preservação das plantas ou de protecção de
nacional em quantidades perigosas e tiver sido demons- um nível elevado em matéria de saúde, de segu-
trado um grau inaceitável de tolerância ou resistência rança, de protecção do ambiente e de defesa
do organismo ao produto ou as circunstâncias perti- dos consumidores;
nentes de utilização, nomeadamente o clima ou o b) Quando tal não constitua uma discriminação
período de reprodução da espécie diferirem significa- arbitrária nem qualquer restrição injustificada
tivamente das do Estado-Membro para que foi inicia- ao comércio na Comunidade.
lmente autorizado, apresentando a autorização um risco
inaceitável para o ser humano ou para o ambiente, a 10 — Quando uma autoridade nacional competente
pedido da AC, a ACN deve requerer junto da Comissão de um Estado-Membro comunicar ter recusado provi-
Europeia que as condições definidas nos termos das soriamente a concessão de um registo requerido pelo
alíneas e), h), j), k) e m) do n.o 3 do artigo 12.o sejam responsável pela colocação no respectivo mercado
adaptadas às circunstâncias específicas nacionais, por nacional ou pelo seu representante de um produto bio-
forma a, que sejam cumpridas as condições para a con- cida definido como de baixo risco, e como tal registado
cessão das autorizações prévias, nos termos dos n.o 4 por uma das AC, esta, observados os procedimentos
e 10 do artigo 11.o previstos no artigo 11.o e ouvida a CATPB sobre os
5 — Na hipótese de a CATPB considerar que um fundamentos da posição daquela primeira autoridade,
produto biocida, definido como de baixo risco e como procede, se for caso disso, à anulação do registo e
tal registado por uma autoridade nacional de outro Esta- informa da sua decisão o responsável pela colocação
do-Membro, não está de acordo com a definição cons- do produto no mercado nacional ou o seu representante.
tante da alínea b) do n.o 1 do artigo 3.o, a AC deve 11 — Simultaneamente a AC solicita à ACN que
recusar provisoriamente a concessão do registo reque- comunique à autoridade nacional competente do outro
rido pelo responsável pela primeira colocação no mer- Estado-Membro, o mais rapidamente possível e no prazo
cado nacional ou pelo seu representante, se for o caso, máximo de 90 dias, a sua decisão devidamente fun-
devendo comunicar de imediato tal entendimento à damentada.
ACN, que o transmitirá à autoridade competente res- 12 — À situação a que se referem os n.os 10 e 11
ponsável pelo registo inicial. é aplicável o disposto no artigo 13.o sempre que as cir-
6 — Quando, verificada a situação definida no cunstâncias o justificarem.
número anterior e após a transmissão prevista na sua 13 — Deve ser acatada, em qualquer caso, a decisão
parte final, não se chegar a um acordo, no prazo de comunitária que eventualmente venha a ser tomada e
90 dias, com a autoridade competente responsável pelo no prazo por esta estabelecido se, na ausência de con-
registo inicial de um produto biocida sobre a não clas- senso e na sequência da notificação à Comissão Euro-
sificação deste como de baixo risco a ACN deve notificar peia e aos restantes Estados-Membros feita pela auto-
a Comissão Europeia e os restantes Estados-Membros ridade nacional competente a que se refere o n.o 11,
da recusa provisória do registo do produto em causa, resultar entendimento divergente do que fundamentou
indicando o nome do produto e respectivas especifi- a sua decisão.
cações e os fundamentos da recusa ou restrição da auto- 14 — Sempre que uma autoridade nacional compe-
rização, devendo a AC notificar o requerente dessa tente de outro Estado-Membro considerar que um pro-
recusa, com a respectiva fundamentação. duto biocida, autorizado pela AC responsável, não satis-
7 — O disposto no número anterior não prejudica faz as condições previstas no n.o 4 do artigo 11.o e,
a decisão que vier a ser tomada a nível comunitário, observado o disposto neste artigo, por esse motivo pre-
4240 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

tenda recusar a concessão de autorização ou registo para com o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 10.o e tendo
o mesmo produto ou restringir a autorização sob certas em conta o disposto nos n.o 4 e 6 da mesma disposição.
condições, deve-se proceder de acordo com o disposto 4 — Na hipótese de a AC, quando da avaliação a
no número anterior, se, em consequência do facto, vier que proceder a CATPB, nos termos do n.o 1, e de acordo
a ser tomada a nível comunitário decisão divergente com o respectivo parecer, entender fazer uso do disposto
da que fundamentou a autorização ou registo con- no n.o 6 do artigo 11.o, deve notificar disso o interessado
cedidos. e simultaneamente informar desse facto a ACN, que
o deve transmitir à Comissão Europeia e às autoridades
CAPÍTULO IV nacionais competentes dos restantes Estados-Membros.
5 — Em derrogação do disposto no n.o 1, quando se
Substâncias activas que podem ser utilizadas verificar uma situação em que a avaliação dos processos
em produtos biocidas constitua uma sobrecarga significativa face a uma dis-
tribuição equitativa do procedimento de avaliação em
Artigo 23.o causa pelos Estados-Membros, a ACN, por solicitação
Colocação no mercado de substâncias activas das respectivas AC, pode remeter os processos às auto-
ridades nacionais competentes dos outros Estados-
1 — Uma substância activa que se destine a ser uti- -Membros e à Comissão Europeia, apresentando a esta
lizada em produtos biocidas só pode ser colocada no instituição um pedido para que a avaliação seja efec-
mercado para esse efeito caso seja classificada, embalada tuada por uma daquelas autoridades nacionais compe-
e rotulada em conformidade com o disposto no Regu- tentes, conformando-se, todavia, à decisão comunitária
lamento para a Notificação de Substâncias Químicas que sobre o pedido vier a recair.
e para a Classificação, Embalagem e Rotulagem de Sub- 6 — Na hipótese de uma decisão comunitária que atri-
stâncias Perigosas, aprovado pela Portaria n.o 732-A/96, bua a uma das AC a avaliação de um processo relativo
de 11 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelos a um pedido apresentado à autoridade nacional com-
Decretos-Leis n.os 330-A/98, de 2 de Novembro, 209/99, petente de outro Estado-Membro pelo responsável pela
de 11 de Junho, 195-A/2000, de 22 de Agosto, e 222/2001, colocação no mercado de um produto biocida ou pelo
de 8 de Agosto. seu representante, aplica-se o disposto nos n.os 1 a 4.
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, 7 — Se urna AC, face ao parecer da CATPB, vier
uma, substância activa que não tiver sido colocada no a constatar haver indícios de que os requisitos referidos
mercado antes de 14 de Maio de 2000, quando se destine nos n.os 1 e 2 do artigo seguinte deixaram de ser obser-
a ser utilizada em produtos biocidas, só o pode ser nos vados quanto a determinada substância activa, constante
termos do disposto no artigo 24.o e se acompanhada de uma das listas referidas naquele primeiro número,
de uma declaração de que se destina a esse efeito, deve recomendar a sua eliminação do anexo respectivo
excepto se utilizada ao abrigo do artigo 20.o da Directiva n.o 8/8/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 16 de Fevereiro de 1998, observando-se
Artigo 24.o os procedimentos previstos nos n.os 1 a 4 anteriores
e o disposto nos n.os 5 e 6 do artigo 25.o
Procedimento para criação de uma lista de substâncias activas 8 — Se a AC tiver motivos justificados para crer que
que podem ser utilizadas em produtos biocidas está incompleto o resumo de um processo relativo a
1 — Face ao pedido de um requerente, de que conste um produto biocida e às suas substâncias activas, reme-
um processo devidamente organizado, nos termos fixa- tido pela autoridade nacional competente de um Esta-
dos no n.o 1 do artigo 11.o, relativo a um produto biocida do-Membro, que tenha concedido uma autorização pro-
que contenha uma substância activa que não esteja colo- visória de colocação no mercado desse produto nas mes-
cada no mercado em 14 de Maio de 2000, e após a mas circunstâncias que as previstas no n.o 1 do
avaliação a que se reporta os n.os 3, 4 e 5 do citado artigo 19.o, deve informar disso a ACN que o comunicará
artigo 11 .o, no prazo de 12 meses e nos termos fixados de imediato à autoridade nacional competente do outro
nos seus n.os 4 e 10, que venha a considerar que esse Estado-Membro responsável pela avaliação do processo
produto cumpre os requisitos fixados no anexo IV-B ou e às autoridades nacionais competentes dos restantes
no anexo II-B e, se especificado, nas partes relevantes Estados-Membros e à Comissão Europeia.
do anexo III-B, e no anexo IV-A ou no anexo II-A e,
se especificado, nas partes relevantes do anexo III-A,
a AC deve notificar o requerente de que aceita o pedido Artigo 25.o
e de que concorda que ele envie um resumo dos pro- Requisitos a que deve obedecer uma substância activa a ser utilizada
cessos relativos ao produto biocida e às substâncias acti- em produtos biocidas com vista à sua inclusão nos anexos I, I-A e I-B
vas nele presentes à Comissão Europeia e às autoridades
nacionais competentes dos restantes Estados-Membros, 1 — Sempre que a CATPB, observado o disposto nos
dando desse facto conhecimento à ACN e remetendo- n.os 1 e 5 do artigo anterior, proceda à avaliação de
-lhe cópia da avaliação efectuada. uma nova substância activa deve determinar se é possível
2 — A ACN deve enviar cópia da avaliação efectuada presumir que os produtos que contêm essa substância
à Comissão Europeia, aos restantes Estados-Membros, activa, os produtos biocidas de baixo risco, tal como
acompanhada de uma recomendação de inclusão ou não definidos na alínea b) do n.o 1 do artigo 3.o e as sub-
da substância activa nos anexos I, I-A ou I-B da Directiva stâncias de base, tal como definidas na alínea c) do
n.o 98/8/CE, de 16 de Fevereiro de 1998. mesmo número e artigo, preenchem, à luz dos conhe-
3 — A avaliação a que se reporta o n.o 1 deve obede- cimentos técnicos e científicos, as condições estabele-
cer ao disposto no artigo 25.o e restringir-se aos tipos cidas nas alíneas b) a d) do n.o 4 do artigo 11.o, tendo
de produtos previstos no anexo V relativamente aos quais em conta, se for caso disso, os efeitos cumulativos da
tenham sido apresentados dados relevantes, de acordo utilização de produtos biocidas que contenham as mes-
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4241

mas substâncias activas, e deve recomendar, de acordo nativas que demonstrem poder ser. utilizadas com efei-
com os resultados dessa avaliação, a sua inclusão: tos idênticos nos organismos a que se destinam, sem
desvantagens significativas de ordem económica ou prá-
a) Na lista de substâncias activas e seus requisitos
decididos a nível comunitário para inclusão em tica para o utilizador e sem risco maior para a saúde
produtos biocidas; ou humana e animal ou para o ambiente, devendo ser
b) Na lista de substâncias activas e seus requisitos tomada em conta na decisão de recomendação.
decididos a nível comunitário para inclusão em 6 — Na avaliação de que decorra a decisão de apre-
produtos biocidas de baixo risco; ou sentação de recomendação, nos termos do n.o 7 do
c) Na lista de substâncias de base e seus requisitos artigo 24.o, serão tomados em conta os seguintes
decididos a nível comunitário. elementos:
a) A diversidade química das substâncias activas
2 — Em qualquer caso, a ACN, a solicitação da res- capaz de minimizar a ocorrência de resistência
pectiva AC, não pode recomendar a inclusão nas listas no organismo a que se destina;
de substâncias activas e seus requisitos decididos a nível b) Só devem. ser aplicadas a substâncias activas
comunitário para inclusão em produtos biocidas de baixo que, quando utilizadas em condições normais
risco, se a substância, nos termos do disposto no Regu- em produtos biocidas autorizados, apresentem
lamento para a Notificação de Substâncias Químicas um nível de risco significativamente diferente;
e para a Classificação, Embalagem e Rotulagem de Sub- c) Só devem ser aplicadas a substâncias activas uti-
stâncias Perigosas, aprovado pela Portaria n.o 732-A/96 lizadas em produtos do mesmo tipo;
de 11 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelos d) Só devem ser aplicadas depois de permitir, se
Decretos-Leis n.os 330-A/98, de 2 de Novembro, 209/99, necessário, a aquisição de experiência de uti-
de 11 de Junho, 195-A/2000, de 22 de Agosto, e 222/2001, lização na prática, caso ainda não exista;
de 8 de Agosto, for classificada como cancerígena, muta- e) Os processos com os dados completos da ava-
génica, tóxica para a reprodução, sensibilizante ou liação que servem ou serviram para a inclusão
bioacumulável e que se não degrada com facilidade, nas listas.
devendo propor, sempre que considerar necessário, que
a nova substância conste daquela lista, com referência
aos níveis de concentração entre os quais deva ser CAPÍTULO V
utilizada. Protecção da confidencialidade dos dados
3 — A ACN a solicitação da respectiva AC, deve
basear a recomendação proposta nos resultados da ava- Artigo 26.o
liação a que se reportam os n.os 1 e 2 anteriores, pro-
Pedidos de confidencialidade
pondo, se for o caso, os requisitos relativos ao grau
mínimo de pureza da substância activa em causa, à natu- 1 — Qualquer requerente de uma autorização de
reza e teor máximo de determinadas impurezas, ao tipo colocação no mercado de um produto biocida que, por
de produto em que pode ser utilizada, ao modo e área razões de segredo comercial, pretenda manter confi-
de utilização, à indicação de categorias de utilizadores dencial alguma ou algumas informações pode solicitá-lo,
e outras condições específicas resultantes da avaliação devendo para o efeito apresentar a respectiva justifi-
das informações disponibilizadas e a fixação de um nível cação à AC, que a concede, sem prejuízo do disposto:
aceitável de exposição do operador (NAEO), se neces-
sário, uma dose diária de ingestão aceitável para o ser a) Na Lei n.o 65/93, de 26 de Agosto, com a redac-
humano (IDA) e um limite máximo de resíduos, se rele- ção que lhe foi dada pela Lei n.o 94/99, de 16
vante, e o destino e comportamento no ambiente e ainda de Julho, quanto à liberdade de acesso à infor-
o impacto nos organismos a que não se destina. mação em matéria de ambiente;
4 — A ACN, a solicitação da respectiva AC, deve b) Nas decisões comunitárias que vierem a ser
recomendar que uma substância activa não seja incluída adoptadas, nos termos do disposto no n.o 4 do
nas listas de substâncias activas e seus requisitos deci- artigo 19.o da Directiva n.o 98/8/CE, do Par-
didos a nível comunitário para inclusão em produtos lamento Europeu e do Conselho, de 16 de Feve-
biocidas, nem para inclusão em produtos biocidas de reiro de 1998, relativas às disposições porme-
baixo risco nem na lista de substâncias de base e seus norizadas e à forma de facultar as informações
requisitos decididos a nível comunitário, sempre que, ao público em geral;
através da avaliação a que se proceda nos termos do c) Nas regras de execução dos princípios constan-
n.o 1, verificar que: tes deste artigo relativas à confidencialidade das
¡informações que venham a ser prestadas nos
a) Nas condições normais em que pode ser uti- termos deste diploma.
lizada em produtos biocidas autorizados sub-
sistem riscos a tomar em conta para a saúde 2 — Não podem ser objecto de confidencialidade,
humana ou animal ou para o ambiente; e após a concessão de autorização, os seguintes dados:
b) Constar, da lista de substâncias activas e seus
requisitos decididos a nível comunitário para a) Nome ou designação social e endereço ou sede
inclusão em produtos biocidas, outra substância social do requerente;
activa destinada ao mesmo tipo de produtos que, b) Nome e endereço do fabricante do produto
à luz dos conhecimentos técnicos e científicos, biocida;
demonstre no momento da avaliação represen- c) Nome e morada do fabricante da substância
tar um risco significativamente menor. activa;
d) Denominação e teor da substância activa pre-
5 — A avaliação a que se reporta o número anterior sente ou das substâncias activas presentes no
inclui a avaliação da substância ou substâncias alter- produto biocida e denominação deste;
4242 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

e) Denominações de outras substâncias conside- CAPÍTULO VI


radas perigosas, nos termos do disposto no
Regulamento para a Notificação de Substâncias Protecção do consumidor e do utilizador
Químicas e para a Classificação, Embalagem e
Rotulagem de Substâncias Perigosas, aprovado Artigo 27.o
pela Portaria n.o 732-A/96, de 11 de Dezembro,
com as alterações introduzidas pelos Decretos- Publicidade
-Leis n.os 330-A/98, de 2 de Novembro, 209/99,
de 11 de Junho, 195-A/2000, de 22 de Agosto, 1 — A publicidade dos produtos biocidas rege-se pelo
e 222/2001, de 8 de Agosto, e que contribuam disposto no Decreto-Lei n.o 330/90, de 23 de Outubro,
para a classificação do produto; com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei
f) Dados físico-químicos relativos à substância n.o 275/98, de 9 de Setembro, alterada pela Lei n.o
activa e ao produto biocida; 31-A/98, de 14 de Julho, e pelo Decreto-Lei n.o 51 /2001,
g) Eventuais meios para tornar a substância activa de 15 de Fevereiro, em tudo o que não contrarie o
ou o produto biocida inócuos; disposto nos números seguintes.
h) Resumo dos resultados dos ensaios requeridos 2 — A publicidade de um produto biocida deve ser
ao abrigo do artigo 8.o para comprovar a eficácia sempre acompanhada da menção, facilmente visualizá-
da substância ou do produto e os seus efeitos vel no anúncio, «Utilize os biocidas com cuidado. Leia
no ser humano, nos animais e no ambiente e, sempre o rótulo e a informação relativa ao produto antes
eventualmente, a sua faculdade de fomentar de o utilizar» e não pode ser enganosa no que respeita
resistência; aos riscos do produto para o ser humano ou os animais
i) Métodos e precauções recomendados para redu- ou para o ambiente, nem conter as indicações de «pro-
zir os riscos resultantes da manipulação, da duto biocida de baixo risco», «não tóxico», «inofensivo»
armazenagem, do transporte e da utilização, ou quaisquer outras de sentido idêntico.
bem como os riscos de incêndio ou outros 3 — É, porém, permitido que os anunciantes substi-
perigos; tuam, na menção referida no número anterior, a palavra
j) Fichas de segurança; «biocida» por uma descrição rigorosa do tipo de produto
k) Métodos de análise relativos aos requisitos refe- anunciado.
ridos na alínea c) do n.o 4 do artigo 11.o;
l) métodos de eliminação do produto e da sua Artigo 28.o
embalagem;
m) Procedimentos a seguir e medidas a tomar em Fichas de segurança
caso de perda ou fuga do produto;
n) Primeiros socorros e aconselhamento médico a Com base nas fichas de segurança fornecidas pelos
prestar em caso de lesões corporais. responsáveis pela colocação do produto no mercado,
nos termos do disposto nas alíneas b) e c) do n.o 8
3 — Após a recepção do pedido, a AC tomará a deci- do artigo 10.o, a ACN, com a colaboração das AC, cria
são num prazo que não deve exceder quatro meses sobre um sistema de informação específico que permita que
as provas documentais apresentadas pelo requerente. os utilizadores profissionais e industriais e, se adequado,
4 — O prazo fixado no número anterior pode, todavia, outros utilizadores de produtos biocidas adoptem medi-
ser prolongado, se necessário, por um período de mais das necessárias à protecção do ambiente e da saúde
dois meses, devendo nesse caso a AC informar por humana ou animal, bem como da saúde no local de
escrito o requerente. trabalho.
5 — O requerente é notificado da decisão, que deve
ser fundamentada em caso de indeferimento, e da qual Artigo 29.o
cabe recurso nos termos da lei.
6 — Os funcionários e agentes, que em virtude das Controlo de produtos venenosos
suas funções tiverem acesso às informações para as quais
haja sido deferido pedido de confidencialidade, ficam 1 — Para efeitos de tratamento médico rápido e apro-
sujeitos ao dever de sigilo. priado, os responsáveis pela colocação no mercado de
7 — A confidencialidade concedida de quaisquer produtos biocidas devem transmitir ao Centro de Infor-
informações não se aplica no que respeita às autoridades mação Antivenenos do Instituto Nacional de Emergên-
nacionais competentes dos outros Estados-Membros cia Médica, na data daquela colocação no mercado,
nem à Comissão Europeia, sem prejuízo da obrigação todas as informações adequadas e suficientes, incluindo
que a estas cabe na sua preservação, nos termos da a respectiva composição química, que apenas podem
Directiva n.o 8/8/CE, de 16 de Fevereiro de 1998. ser utilizadas para os citados fins de tratamento médico.
8 — Deve ser garantida a confidencialidade dos 2 — Em relação aos produtos biocidas já introduzidos
dados, a que se tiver acesso através de comunicação no mercado em 14 de Maio de 2000, os responsáveis
da Comissão Europeia ou de uma das autoridades nacio- pela colocação no mercado de produtos biocidas devem
nais competentes de outro Estado-Membro e que foi transmitir as informações a que se reporta o número
concedida por uma delas, observando-se igualmente anterior àquele Centro de Informação Antivenenos até
neste caso o disposto no n.o 6. 14 de Maio de 2003.
9 — No caso de o requerente, o fabricante ou o impor- 3 — No prazo de 30 dias a contar da, transmissão.,
tador do produto biocida ou da substância activa vier a que se referem os números anteriores, os responsáveis
a revelar posteriormente informações, para as quais foi pela colocação no mercado de produtos biocidas devem
concedida confidencialidade nos termos deste artigo, enviar à AC o comprovativo daquela transmissão, bem
deve dar conhecimento imediato do facto à respectiva como da sua recepção pelo Centro de Informação
AC, que dele dará conhecimento à ACN. Antivenenos.
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4243

CAPÍTULO VII dução, nos termos do disposto no n.o 5 do artigo


20.o, punível com coima de E 150 a E 10 000;
Inspecção, infracções e sanções h) A publicidade de um produto biocida em con-
tradição com o disposto no n.o 2 do artigo 27.o,
Artigo 30.o punível com coima de E 100 a E 7500;
Fiscalização
i) A não transmissão das informações adequadas
e suficientes em conformidade com o artigo 29.o
1 — Compete às AC, no âmbito das respectivas com- ao Centro de Informação Antivenenos do Ins-
petências, a fiscalização e controlo do cumprimento das tituto Nacional de Emergência Médica ou a não
disposições constantes do presente diploma, sem pre- comunicação de tal transmissão à respectiva AC,
juízo das competências conferidas por lei à Inspecção- nos termos da mesma disposição, punível com
-Geral das Actividades Económicas. coima de E 100 a E 7500.
2 — No exercício das suas funções de fiscalização e
controlo do cumprimento das disposições do presente 2 — Sendo o infractor pessoa singular, os montantes
mínimos e máximos previstos no número anterior são
diploma a que se refere o número anterior, a Direc- reduzidos a um quinto do seu valor.
ção-Geral da Saúde é coadjuvada pelas autoridades de 3 — A negligência é sempre punível.
saúde.
Artigo 31.o Artigo 32.o
Contra-ordenações Sanções acessórias
1 — Constituem contra-ordenações: Simultaneamente com a coima pode ser determinada,
nos termos da lei geral:
a) A colocação no mercado ou a utilização dos
produtos, definidos nas alíneas a) e b) do n.o 1 a) A perda de produtos ou objectos pertencentes
do artigo 3.o, sem a autorização ou o registo ao agente;
previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 8.o , bem como b) A suspensão da comercialização do produto.
das substâncias activas, definidas na alínea d)
do n.o 1 do citado artigo 3.o, nas condições pre- Artigo 33.o
vistas no artigo 24.o, tendo em conta as der-
Tramitação processual
rogações previstas nos artigos 19.o, 20.o e na
norma transitória do artigo 38.o, punível com 1 — A instrução dos processos por infracção ao dis-
coima de E 200 a E 15 000; posto no presente diploma compete à entidade que, nos
b) A não satisfação do pedido de apresentação de termos do artigo 30.o, tiver procedido à fiscalização que
resultados de novos testes nos termos dos n.os 4 lhe houver dado origem.
e 5 do artigo 10.o, quando solicitados nas con- 2 — No caso de ter sido a Inspecção-Geral das Acti-
dições e termos previstos no n.o 9 do artigo 11.o, vidades Económicas a proceder à fiscalização e instrução
punível com coima de E 100 a E 7500; do processo, concluída esta última, será o processo reme-
c) A não satisfação das condições relativas à tido à respectiva AC para aplicação das correspondentes
comercialização e utilização do produto biocida, coimas.
3 — O produto da aplicação das coimas reverte a
determinadas nos termos do n.o 10 do artigo 11.o favor das seguintes entidades:
quando da autorização prévia que haja sido con-
cedida, punível com coima de E 150 a E 10 000; a) 10 % para a entidade que fiscaliza;
d) A não notificação imediata, em conformidade b) 10 % para a entidade que faz a instrução do
com o disposto no n.o 4 do artigo 13.o, por parte processo;
do titular da autorização, de dados de que venha c) 20 % para a entidade que aplica a coima;
a ter conhecimento relativos à ou a uma das d) 60 % para os cofres do Estado.
substâncias activas presentes no produto bio-
cida, ou ao próprio produto biocida, que seja Artigo 34.o
susceptível de pôr em causa a manutenção da Regiões Autónomas
autorização ou a não prestação de dados soli-
citados nas condições e termos previstos no n.o 5 1 — As competências previstas no artigo 30.o e no
do mesmo artigo, punível com coima de E 150 artigo anterior são exercidas nas Regiões Autónomas
a E 10 000; dos Açores e da Madeira pelos organismos definidos
pelos órgãos de governo próprios.
e) A prestação de dados falsos ou enganosos 2 — As percentagens previstas no n.o 3 do artigo 33.o,
quanto aos factos que serviram de base à con- provenientes das coimas aplicadas nas Regiões Autó-
cessão da autorização, punível com coima de nomas dos Açores e da Madeira, constituem receita pró-
E 150 a E 10 000; pria de cada uma delas.
f) A não elaboração ou manutenção por parte dos
interessados dos registos escritos em conformi-
dade com o n.o 1 do artigo 20.o ou o não for- CAPÍTULO VIII
necimento quando solicitados ou a não noti- Disposições finais
ficação em conformidade com o disposto no n.o
3 da mesma disposição, punível com coima de Artigo 35.o
E 100 a E 7500;
Responsabilidade civil e penal
g) A não obtenção de autorização para a realização
de experiências ou testes respeitantes à inves- A concessão de uma autorização, bem como todas
tigação e desenvolvimento científicos ou da pro- as restantes medidas adoptadas, ao abrigo do presente
4244 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

diploma, não isentam o fabricante e, se for caso disso, tantes dos anexos I ou I-A desde que já nele se encon-
o responsável pela colocação no mercado ou pela uti- trassem em 14 de Maio de 2000 como substâncias activas
lização do produto biocida da responsabilidade civil e de um produto biocida para fins que não fossem os
penal nos termos da lei geral. de investigação e desenvolvimento científicos ou da
produção.
Artigo 36.o 3 — Até 16 de Fevereiro de 2008 continua a aplicar-se
o disposto na Resolução do Conselho de Ministros
Cláusula de salvaguarda n.o 95/95, publicada no Diário da República, 1.a série-B,
1 — No caso de a CATPB entender, na sequência n.o 229, de 13 de Outubro, quanto aos produtos abran-
dos procedimentos previstos no artigo 11.o, que um pro- gidos pelo presente diploma.
duto biocida que foi autorizado, registado ou devia ser
autorizado ou registado nos termos do presente diploma Artigo 39.o
constitui um risco inaceitável para a saúde humana ou Norma revogatória
animal, ou para o ambiente, após transmissão de res-
pectivo parecer pela ACN, a AC, de acordo com o Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, ficam
mesmo, interdita provisoriamente ou submete a con- revogados a Portaria n.o 17 980, de 30 de Setembro de
dições particulares a colocação no mercado desse 1960, e , em tudo o que contrariem o presente diploma,
produto. o Decreto-Lei n.o 294/88, de 24 de Agosto, com as alte-
2 — Independentemente dos prazos internos de rações introduzidas pelos Decretos-Leis n.os 303/91, de
recurso, a ACN, a solicitação da respectiva AC, deve 16 de Agosto, e 385/93, de 18 de Novembro, e o Decre-
dar conhecimento imediato à Comissão Europeia e às to-Lei n.o 232/99, de 24 de Junho.
autoridades competentes dos restantes Estados-Mem- O presente diploma entra em vigor no dia imediato
bros da utilização do mecanismo referido no número ao da sua publicação.
anterior, indicando as razões que fundamentam a
decisão. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10
3 — Em qualquer caso, deve ser acatada a decisão de Janeiro de 2002. — António Manuel de Oliveira Guter-
que sobre a matéria vier a ser adoptada a nível comu- res — Jaime José Matos da Gama — Luís Garcia Braga
nitário, corrigindo-se a decisão anteriormente tomada, da Cruz — Paulo José Fernandes Pedroso — Luís Manuel
se for o caso. Capoulas Santos — António Fernando Correia de Cam-
pos — José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa — António
Artigo 37.o José Martins Seguro.
Taxas
Promulgado em 14 de Março de 2002.
1 — Pelos actos relativos a procedimentos previstos
no presente diploma é devida uma taxa de montante Publique-se.
e condições de aplicação a fixar por portaria conjunta O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
dos Ministros das Finanças, da Agricultura, do Desen-
volvimento Rural e das Pescas, da Saúde e do Ambiente Referendado em 21 de Março de 2002.
e do Ordenamento do Território.
2 — As receitas previstas no número anterior des- O Primeiro-Ministro, em exercício, Jaime José Matos
tinam-se a pagar as despesas decorrentes da prestação da Gama.
do serviço respectivo e constituem receita própria das ANEXO I
AC, da ACN e das entidades responsáveis pela ava-
Lista de substâncias activas e seus requisitos decididos
liação. a nível comunitário para inclusão em produtos biocidas
Artigo 38.o
As substâncias a incluir nesta lista serão indicadas
Normas transitórias por decisão a nível comunitário, em conformidade com
1 — Em derrogação do disposto nos artigos 11.o, 16.o os procedimentos previstos no artigo 28.o da Directiva
e 22.o, relativamente aos produtos químicos destinados n.o 98/8/CE, de 16 de Fevereiro.
a tornar inofensivos ou a destruir os organismos nocivos,
ANEXO I-A
com excepção dos que atacam as plantas e os organismos
indesejáveis, ou a evitar a sua acção, mantêm-se apli- Lista de substâncias activas e seus requisitos decididos a
cáveis até 14 de Maio de 2010 a Portaria n.o 17 980, nível comunitário para inclusão em produtos biocidas de
baixo risco.
de 30 de Setembro de 1960, e o Decreto-Lei n.o 294/88,
de 24 de Agosto, com as alterações introduzidas pelos As substâncias a incluir nesta lista serão indicadas
Decretos-Leis n.os 303/91, de 16 de Agosto, e 385/93, por decisão a nível comunitário, em conformidade com
de 18 de Novembro, sem prejuízo da revisão das auto- os procedimentos previstos no artigo 28.o da Directiva
rizações concedidas a que se deve proceder ou da con- n.o 98/8/CE, de 16 de Fevereiro.
cessão de autorizações anteriormente recusadas, em
resultado de decisão comunitária da inclusão ou não ANEXO I-B
inclusão de uma substância activa presente num produto
Lista de substâncias de base e seus requisitos
biocida nos anexos I, I-A ou I-B. decididos a nível comunitário
2 — Até à mesma data, de 14 de Maio de 2010, e
igualmente em derrogação das disposições citadas no As substâncias a incluir nesta lista serão indicadas
número anterior e nas mesmas condições, é autorizada, por decisão a nível comunitário, em conformidade com
nomeadamente, a colocação no mercado de produtos os procedimentos previstos no artigo 28.o da Directiva
biocidas que contenham substâncias activas não cons- n.o 98/8/CE, de 16 de Fevereiro.
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4245

ANEXO II-A Notificação de Substâncias Químicas e para a Classi-


Conjunto de dados genéricos comuns ficação, Embalagem e Rotulagem de Substâncias Peri-
para as substâncias activas gosas, aprovado pela Portaria n.o 732-A/96, de 11 de
Substância químicas
Dezembro, na sua redacção actual.
III — Propriedades físico-químicas:
1 — Os processos respeitantes às substâncias activas 3.1 — Ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade
devem incidir, no mínimo, sobre todos os pontos enu- relativa (1);
merados nos requisitos dos processos. As respostas 3.2 — Pressão de vapor (em Pa) (1);
devem ser acompanhadas de dados comprovativos. Os 3.3 — Aspecto (estado físico e cor) (2);
requisitos dos processos devem acompanhar o progresso 3.4 — Espectros de absorção (ultravioleta/visí-
técnico. vel — UV/VIS, infravermelho — IV, ressonância mag-
2 — Os dados desnecessários em virtude da natureza nética nuclear — RMN) e espectrometria de massa,
de produto biocida ou das suas utilizações propostas extinção molecular com comprimentos de onda ade-
não têm de ser apresentados. O mesmo se aplica caso quados (1);
não seja cientificamente necessário ou tecnicamente 3.5 — Solubilidade na água, incluindo, se adequado,
exequível apresentar tais dados. Nesse caso deve ser efeitos do pH (5 a 9) e da temperatura sobre a
apresentada uma justificação que as autoridades com- solubilidade (1);
petentes considerem aceitável. Essa justificação pode 3.6 — Coeficiente de partição n-octanol/água,
ser a existência de uma formulação quadro a que o incluindo efeitos do pH (5 a 9) e da temperatura (1);
requerente tenha direito de acesso. 3.7 — Estabilidade térmica e identificação dos pro-
Requisitos dos processos: dutos de degradação correspondentes;
I — Requerente; 3.8 — Inflamabilidade, incluindo auto-inflamabili-
II — Identificação da substância activa; dade e identificação dos produtos de combustão;
III — Propriedades físico-químicas da substância 3.9 — Ponto de inflamabilidade;
activa; 3.10 — Tensão superficial;
IV — Métodos de detecção e identificação; 3.11 — Propriedades explosivas
V — Eficácia contra os organismos a que se destina 3.12 — Propriedades oxidantes;
e utilizações previstas; 3.13 — Reactividade com os materiais do recipiente.
VI — Perfil toxicológico para o ser humano e os IV — Métodos analíticos de detecção e identificação:
animais, incluindo o metabolismo; 4.1 — Métodos analíticos para determinação da sub-
VII — Perfil ecotoxicológico, incluindo o destino stância activa pura e, se adequado, para os correspon-
e comportamento no ambiente; dentes produtos de degradação, isómeros e impurezas
VIII — Medidas necessárias à protecção do ser da substância activa e dos aditivos (por exemplo,
humano, dos animais e do ambiente; estabilizantes);
IX — Classificação e rotulagem; 4.2 — Métodos analíticos, incluindo as percentagens
X — Resumo e avaliação de II a IX. de recuperação e os limites de detecção/quantificação
da substância activa e dos respectivos resíduos, nos
Para corroborar as informações acima enumeradas, seguintes elementos, consoante o caso:
o processo deve incluir os seguintes dados:
a) Solo;
I — Requerente:
b) Ar;
1.1 — Nome e endereço, etc.;
c) Água: o requerente deve confirmar que a subs-
1.2 — Fabricante da substância activa (nome, ende-
tância e os respectivos produtos de degradação
reço, localização da fábrica).
abrangidos pela definição de pesticidas cons-
II — Identificação:
tante da coluna de observações da parte D)
2.1 — Denominação comum proposta ou aceite pela
Parâmetros relativos a substâncias tóxicas, do
ISO, bem como sinónimos;
anexo VI, «Qualidade da água para consumo
2.2 — Denominação química (nomenclatura
humano» do Decreto-Lei n.o 236/98, de 1 de
IUPAC);
Agosto, podem ser estimados de modo fide-
2.3 — Número(s) de código de processamento do
fabricante; digno no que respeita à CIMA prevista neste
2.4 — Números CAS e CEE (se disponíveis); decreto-lei para pesticidas específicos;
2.5 — Fórmula molecular e fórmula de estrutura d) Fluidos e tecidos humanos e animais.
(incluindo informações pormenorizadas sobre a com-
posição isomérica) e massa molecular; V — Eficácia contra os organismos a que se destina
2.6 — Processo de fabrico (via de síntese em termos e utilizações previstas:
sucintos) da substância activa; 5.1 — Função (por exemplo, fungicida, rodenticida,
2.7 — Especificação da pureza da substância activa, insecticida, bactericida);
expressa em g/kg ou g/l, como for mais adequado; 5.2 — Organismo(s) controlados) e produtos, orga-
2.8 — Identificação de impurezas e aditivos (por nismos ou objectos a proteger;
exemplo, estabilizantes) e respectiva fórmula de estru- 5.3 — Efeitos nos organismos a que se destina e con-
tura, bem como indicação dos teores e variações pos- centração previsível em que a substância activa será
síveis, expressos em g/kg ou g/l, como for mais adequado; utilizada;
2.9 — Origem da substância activa natural ou do(s) 5.4 — Mecanismo de acção (incluindo tempo de
precursores) da substância activa (por exemplo extracto reacção);
de uma flor); 5.5 — Domínio de utilização previsto;
2.10 — Dados relativos à exposição em conformidade 5.6 — Utilizador: industrial, profissional, público em
com a parte A do anexo VIII do Regulamento para a geral (não profissional);
4246 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

5.7 — Informações sobre a ocorrência, ou eventual 6.9.3 — Registos de saúde, provenientes quer da
ocorrência, de resistência e estratégias de reacção indústria quer de quaisquer outras fontes;
adequadas; 6.9.4 — Estudos epidemiológicos da população em
5.8 — Tonelagem que se prevê colocar anualmente geral, caso existam;
no mercado. 6.9.5 — Diagnóstico de envenenamento, incluindo
VI — Estudos toxicológicos e de metabolismo: sinais específicos de envenenamento e testes clínicos,
6.1 — Toxicidade aguda. — Relativamente aos testes caso existam;
referidos nos n.os 6.1.1 a 6.1.3, as substâncias não gasosas 6.9.6 — Observações de hipersensibilização/alergeni-
serão administradas, no mínimo, por duas vias, uma das cidade, caso existam;
quais deverá ser oral. A escolha da segunda via depen- 6.9.7 — Tratamento específico em caso de acidente
derá da natureza da substância e da via provável de ou envenenamento: medidas de primeiros socorros, antí-
exposição dos seres humanos. As substâncias gasosas dotos e tratamento médico, se conhecido;
e os líquidos voláteis deverão ser administrados por 6.9.8 — Prognóstico na sequência de envenenamento.
inalação: 6.10 — Resumo da toxicologia nos mamíferos e con-
6.1.1 — Via oral; clusões, incluindo nível sem efeitos adversos observados
6.1.2 — Via cutânea; (NSEAO), nível sem efeitos observados (NSEO), ava-
6.1.3 — Inalação; liação geral relativa a todos os dados toxicológicos e
6.1.4 — Irritação cutânea e ocular (3); outras informações relativas às substâncias activas. Se
6.1.5 — Sensibilização cutânea. possível, incluir uma descrição sucinta das medidas de
6.2 — Estudos do metabolismo em mamíferos. Toxi- protecção sugeridas para os trabalhadores.
cocinética elementar, incluindo um estudo de absorção VII — Estudos ecotoxicológicos:
dérmica. — No que respeita aos estudos referidos nos 7.1 — Toxicidade aguda para os peixes;
n.os 6.3 (se aplicável), 6.4, 6.5, 6.7 e 6.8, a via de admi- 7.2 — Toxicidade aguda para a Daphnia magna;
nistração deve ser oral, a menos que se comprove a 7.3 — Teste de inibição do crescimento de algas;
melhor adequação de outra via); 7.4 — Inibição da actividade microbiológica;
6.3 — Toxicidade a curto prazo com doses repetidas 7.5 — Bioconcentração. — Destino e comportamento
(28 dias). — Este estudo não é necessário caso se encon- no ambiente;
tre disponível um estudo de toxicidade subcrónica num 7.6 — Degradação:
roedor; 7.6.1 — Biótica:
6.4 — Toxicidade subcrónica — estudo com uma 7.6.1.1 — Biodegradabilidade imediata;
duração de 90 dias em duas espécies, uma roedora e 7.6.1.2 — Biodegradabilidade inerente, se aplicável;
outra não roedora; 7.6.2 — Abiótica:
6.5 — Toxicidade crónica (4). — Num roedor e numa 7.6.2.1 — Hidrólise em função do pH e identificação
outra espécie de mamíferos; de produto(s) de degradação;
7.6.2.2 — Fototransformação na água, incluindo a
6.6 — Estudos de mutagenicidade:
identificação de produto(s) de transformação (1);
6.6.1 — Estudo de mutações genéticas in vitro em
7.7 — Teste de despistagem de adsorção/dessor-
bactérias;
ção. — Se os resultados deste teste sugerirem a sua
6.6.2 — Estudo de citogenicidade in vitro em células necessidade, requerer-se-á o teste descrito no n.o 1.2
de mamíferos; da parte XII-1 do anexo II-A e ou o teste descrito no
6.6.3 — Estudo de mutações genéticas in vitro em n.o 2.2 da parte XII-2 do anexo III-A;
células de mamíferos; 7.8 — Resumo dos efeitos ecotoxicológicos e do des-
6.6.4 — Caso algum dos testes referidos nos n.os 6.6.1, tino e comportamento no ambiente.
6.6.2 ou 6.6.3 seja positivo, será necessário um estudo VIII — Medidas necessárias à protecção do ser
de mutagenicidade in vivo (ensaio da medula óssea para humano, dos animais e do ambiente:
lesões cromossómicas ou um teste do micronúcleo); 8.1 — Métodos de precauções recomendados no que
6.6.5 — Caso o teste referido no n.o 6.6.4 seja negativo respeita ao manuseamento, à utilização, à armazenagem,
e os testes in vitro sejam positivos, efectuar um segundo ao transporte e a incêndios;
estudo in vivo para determinar se se podem demonstrar 8.2 — Em caso de incêndio, natureza dos produtos
mutagenicidade ou dados comprovativos de lesões do de reacção, gases de combustão, etc.;
ADN num tecido distinto da medula óssea; 8.3 — de emergência em caso de acidente;
6.6.6 — Caso o teste referido no n.o 6.6.4 seja positivo, 8.4 — Possibilidade de destruição ou descontamina-
poder-se-á requerer um teste paia avaliar os possíveis ção após libertação: a) no ar; b) na água, incluindo a
efeitos em células germinativas. água de consumo; e c) no solo;
6.7 — Estudo de cancerigenicidade (4). — Num roe- 8.5 — Procedimentos de gestão de resíduos da sub-
dor e numa outra espécie de mamíferos. Estes estudos stância activa para a indústria ou os utilizadores pro-
podem ser associados aos referidos no n.o 6.5. fissionais:
6.8 — Toxicidade na reprodução (5): 8.5.1 — Possibilidade de reutilização ou reciclagem;
6.8.1 — Teste de teratogenicidade — coelho e uma 8.5.2 — Possibilidade de neutralização dos efeitos;
espécie de roedor; 8.5.3 — Condições aplicáveis à eliminação contro-
6.8.2 — Estudo de fertilidade — em pelo menos duas lada, incluindo características da lixiviação aquando da
gerações, uma espécie, macho e fêmea. eliminação;
6.9 — Dados médicos anónimos: 8.5.4 — Condições aplicáveis à incineração contro-
6.9.1 — Dados obtidos através do controlo médico do lada.
pessoal da fábrica, caso existam; 8.6 — Observações sobre efeitos secundários indese-
6.9.2 — Observações directas (como casos clínicos e jáveis ou imprevistos, por exemplo, em organismos bené-
envenenamentos, caso existam); ficos ou organismos a que não se destina.
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4247

IX — Classificação e rotulagem. — Propostas, VII — Dados ecotoxicológicos sobre o produto bio-


incluindo a justificação das relativas à classificação e cida (para além dos relativos à substância activa;
rotulagem da substância activa em conformidade com VIII — Medidas necessárias à protecção do ser
o Regulamento para a Notificação de Substâncias Quí- humano, dos animais e do ambiente;
micas e para a Classificação, Embalagem e Rotulagem IX — Classificação, embalagem e rotulagem;
de Substâncias Perigosas, aprovado pela Portaria X — Resumo e avaliação de II a IX.
n.o 732-A/96, de 11 de Dezembro, na sua redacção
actual: Para corroborar as informações acima enumeradas,
Símbolo(s) de perigo; o processo deverá incluir os seguintes dados:
Indicações de perigo; I — Requerente:
Menções relativas ao risco; 1.1 — Nome e endereço, etc.;
Menções relativas à segurança. 1.2 — Elaborador da fórmula do produto biocida e
da(s) substância(s) activa(s) [nomes, endereços,
X — Resumo e avaliação de II a IX. incluindo localização da(s) fábrica(s)].
(1) Estes dados devem ser apresentados no que respeita à sub- II — Identificação:
stância activa purificada com a especificação referida. 2.1 — Denominação ou proposta de denominação
(2) Estes dados devem ser apresentados no que respeita à sub- comercial e, eventualmente, número de código de pro-
stância activa com a especificação referida. cessamento do fabricante;
(3) Não será necessário proceder a um teste da irritação ocular
se tiver sido demonstrado que a substância activa tem propriedades 2.2 — Informações quantitativas e qualitativas por-
corrosivas potenciais. menorizadas sobre a composição do produto biocida
(4) Podem não ser exigidos testes de toxicidade e de cancerige- [por exemplo, substância(s) activa(s), impurezas, adju-
nicidade a longo prado se for plenamente comprovado que não são vantes, componentes inertes];
necessários.
(5) Se, em casos excepcionais, se alegar que este teste é desne- 2.3 — Estado físico e natureza do produto biocida
cessário, essa alegação deve ser plenamente comprovada. [por exemplo, concentrado para emulsão, pó molhável,
solução].
ANEXO II-B
III — Propriedades físicas químicas e técnicas:
3.1 — Aspecto (estado físico);
Conjunto de dados genéricos comuns 3.2 — Propriedades explosivas;
para os produtos biocidas 3.3 — Propriedades oxidantes;
Produtos químicos 3.4 — Ponto de inflamação e outras indicações rela-
tivas à inflamabilidade ou ignição espontânea;
1 — Os processos respeitantes aos produtos biocidas 3.5 — Acidez/alcalinidade e, se necessário, pH (1 % na
deverão incidir, no mínimo, sobre todos os pontos enu- água);
merados nos requisitos dos processos. respostas deverão 3.6 — Densidade relativa;
ser acompanhadas de dados comprovativos. Os requi- 3.7 — Armazenagem — estabilidade e prazo de con-
sitos dos processos devem acompanhar o progresso servação. Efeitos da luz, da temperatura e da humidade
técnico. nas características técnicas do produto biocida; reacti-
2 — Os dados desnecessários em virtude da natureza vidade ao material de acondicionamento;
do produto biocida ou das suas utilizações propostas 3.8 — Características técnicas do produto biocida
não terão de ser apresentados. O mesmo se aplica caso (por exemplo, molhabilidade, persistência da espuma,
não seja cientificamente necessário ou tecnicamente capacidade de fluir, ser vazado e ser reduzido a pó);
exequível apresentar tais dados. Nesse caso, deverá ser 3.9 — Compatibilidade física e química com outros
apresentada uma justificação que as autoridades com- produtos, incluindo outros produtos biocidas com os
petentes considerem aceitável. Essa justificação pode quais se pretende autorizar a sua utilização.
ser à existência de uma formulação quadro a que o IV — Métodos de identificação e análise:
requerente tenha direito de acesso. 4.1 — Método analítico de determinação da concen-
3 — As informações poderão ser baseadas em dados tração da(s) substâncias) activa(s) no produto biocida;
já existentes, desde que para tal seja dada uma jus- 4.2 — Desde que não abrangidos no n.o 4.2 do
tificação considerada aceitável pelas autoridades com- anexo I-A, métodos analíticos, incluindo as percentagens
petentes. Mais especificamente, dever-se-á recorrer, de recuperação e os limites de detecção/quantificação
sempre que possível, ao disposto no Regulamento para dos componentes toxicológica e ecotoxicologicamente
a Classificação, Embalagem e Rotulagem das Prepa- relevantes do produto biocida e ou dos respectivos resí-
rações Perigosas, aprovado pela Portaria n.o 1152/97, duos, nos seguintes elementos, consoante o caso:
de 12 de Novembro, na sua redacção actual, no intuito
de minimizar os ensaios com animais. a) Solo;
Requisitos dos processos: b) Ar;
c) Água (incluindo a água de consumo);
I — Requerente;
II — Identificação do produto biocida; d) Fluidos e tecidos humanos e animais;
III — Propriedades físico-químicas do produto e) Géneros alimentícios ou alimentos para ani-
biocida; mais.
IV — Métodos de identificação e análise do pro-
duto biocida; V — Utilizações previstas e eficácia:
V — Utilizações previstas do produto biocida e res- 5.1 — Tipo de produto e domínio de utilização
pectiva eficácia; previsto;
VI — Dados toxicológicos sobre o produto biocida 5.2 — Método de aplicação, incluindo descrição do
(para além dos relativos à substância activa); sistema utilizado;
4248 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

5.3 — Taxa de aplicação e, eventualmente, concen- 7.3 — Informação ecotoxicológica disponível relativa
tração foral do produto biocida e da substância activa a substâncias não activas ecotoxicologicamente relevan-
no sistema em que a preparação irá ser utilizada, por tes (ou seja, substâncias potencialmente perigosas), tais
exemplo, água para refrigeração, águas superficiais, água como informações contidas em fichas de segurança.
utilizada para aquecimento; VIII — Medidas necessárias para a protecção do ser
5.4 — Número e calendário de aplicações, bem como, humano, dos animais e do ambiente:
se pertinentes, quaisquer dados específicos relativos a 8.1 — Métodos e precauções recomendados no que
variações geográficas ou climáticas, ou aos períodos de respeita ao manuseamento, à utilização, à armazenagem,
quarentena necessários à protecção dos seres humanos ao transporte e a incêndios;
e dos animais; 8.2 — Tratamento específico em caso de acidente, por
5.5 — Função (por exemplo, fungicida, rodenticida, exemplo, medidas de primeiros socorros, antídotos, tra-
insecticida, bactericida); tamento médico, se disponível; nível; medidas de emer-
5.6 — Organismos prejudiciais a controlar e produtos, gência para proteger o ambiente que não constem do
organismos ou objectos a proteger; n.o 8.3 do anexo II-A;
5.7 — Efeitos nos organismos a que se destina; 8.3 — Eventuais procedimentos de limpeza do mate-
5.8 — Mecanismos de acção (incluindo tempo de rea- rial utilizado para as aplicações;
cção), desde que não abrangido pelo n.o 5.4 do 8.4 — Identificação dos produtos de combustão cor-
anexo II-A; respondentes em caso de incêndio;
5.9 — Utilizador: industrial, profissional, público em 8.5 — Procedimentos de gestão dos resíduos do pro-
geral (não profissional). duto biocida e da respectiva embalagem, a aplicar pela
indústria, pelos utilizadores profissionais e pelo público
em geral (utilizadores não profissionais), por exemplo,
Dados relativos à eficácia: possibilidade de reutilização ou de reciclagem, de neu-
tralização, condições para a eliminação e a incineração
5.10 — Propriedades de que o produto se reclama controladas;
e dados relativos à eficácia em abono dessas alegações, 8.6 — Possibilidade de destruição ou de descontami-
incluindo qualquer protocolo normalizado utilizado, tes- nação após libertação nos seguintes elementos:
tes de laboratório ou ensaios de campo, se for caso
disso; a) Ar;
5.11 — Quaisquer outras limitações conhecidas em b) Água, incluindo na água de consumo;
relação à eficácia, incluindo resistência. c) Solo.
VI — Estudos toxicológicos:
6.1 — Toxicidade a aguda. — Relativamente aos tes- 8.7 — Observações sobre efeitos secundários inde-
tes referidos nos n.os 6.1.1 a 6.1.3, os produtos biocidas sejáveis;
não gasosos serão administrados, no mínimo, por duas 8.8 — Especificação de quaisquer repelentes ou medi-
vias, uma das quais deverá ser oral. A escolha da segunda das de controlo do envenenamento incluídas na pre-
via dependerá da natureza do produto e da via provável paração com vista a evitar qualquer acção em organis-
de exposição dos seres humanos. As substâncias gasosas mos a que não se destina.
e os líquidos voláteis deverão ser administrados por IX — Classificação, embalagem e rotulagem:
inalação:
6.1.1 — Via oral; Propostas de embalagem e rotulagem;
6.1.2 — Via cutânea; Propostas de fichas de segurança, se necessário;
6.1.3 — Inalação; Fundamentação da classificação e da rotulagem em
6.1.4 — No que respeita aos produtos biocidas que conformidade com os princípios do artigo 12.o:
se tencionem autorizar tendo em vista serem utilizados
juntamente com outros produtos biocidas, a mistura de Símbolo(s) de perigo;
produtos deverá, na medida do possível, ser testada no Indicações de perigo;
que respeita à toxicidade cutânea aguda e à irritação Menções relativas ao risco;
cutânea e ocular, conforme adequado. Menções relativas à segurança;
Instruções de utilização;
6.2 — Irritação cutânea e ocular (1);
Embalagem (tipo, material, dimensões, etc.),
6.3 — Sensibilização cutânea;
compatibilidade da preparação com os
6.4 — Informação sobre absorção cutânea; materiais de embalagem propostos.
6.5 — Dados toxicológicos disponíveis relativos a
substâncias não activas toxicologicamente relevantes (ou
seja, substâncias potencialmente perigosas); X — Resumo e avaliação de II a IX.
6.6 — Informação sobre a exposição do ser humano (1) Não será necessário proceder a um teste da irritação ocular
em geral e do operador ao produto biocida. Se neces- se tiver sido demonstrado que o produto biocida tem propriedades
corrosivas potenciais.
sário, serão exigidos o(s) teste(s) descritos no anexo II-A
relativamente às substâncias não activas toxicologica- ANEXO III-A
mente relevantes da preparação.
VII — Estudos ecotoxicológicos: Dados complementares relativos às substâncias químicas
e substâncias activas
7.1 — Possíveis vias de penetração no ambiente com
base na utilização prevista; Substâncias químicas
7.2 — Informação sobre a ecotoxicologia da substân-
cia activa no produto, no caso de não ser possível extra- 1 — Os processos respeitantes às substancias activas
polá-la a partir da informação sobre a própria substância deverão incidir, no mínimo, sobre todos os pontos enu-
activa; merados nos requisitos dos processos. As respostas deve-
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4249

rão ser acompanhadas de dados comprovativos. Os requerer-se-á a execução do teste referido no n.o 4.1
requisitos dos processos devem acompanhar o progresso da rubrica XIII;
técnico. 4 — Quaisquer outros testes de biodegradabilidade
2 — Os dados desnecessários em virtude da natureza relevantes, com base nos resultados dos n.os 7.6.1.1 e
do produto biocida ou da sua utilização proposta não 7.6.1.2 do anexo II-A;
terão de ser apresentados. O mesmo se aplica caso não 5 — Fototransformação no ar (método estimativo),
seja cientificamente necessário ou tecnicamente exequí- incluindo a identificação de produto(s) de degrada-
vel apresentar tais dados. Nesse caso, deverá ser apre- ção (1);
sentada uma justificação que as autoridades competen- 6 — Se os resultados do n.o 7.6.1.2 do anexo II-A ou
tes considerem aceitável. Essa justificação pode ser a do n.o 4 anterior sugerirem a sua necessidade, ou se
existência de uma formulação quadro a que o requerente a substância activa sofrer degradação abiótica global
tenha direito de acesso. reduzida ou nula, serão requeridos os testes descritos
III — Propriedades físico-químicas da substância nos n.os 1.1 e 2.1 da rubrica XII, bem como, se adequado,
activa: os testes descritos no n.o 3 anterior.
1 — Solubilidade em solventes orgânicos, incluindo VIII — Medidas necessárias para a protecção do ser
efeitos da temperatura sobre a solubilidade (1); humano, dos animais e do ambiente. — Determinação
2 — Estabilidade nos solventes orgânicos utilizados de quaisquer substâncias que sejam abrangidas pelas
nos produtos biocidas e identificação dos produtos de listas do anexo XIX do Decreto-Lei n.o 236/98, de 1 de
degradação relevantes (2). Agosto.
IV — Métodos analíticos de detecção e identifica- (1) Estes dados devem ser apresentados no que se refere à sub-
ção. — Métodos analíticos, incluindo as percentagens de stância activa purificada com a especificação referida.
(2) Estes dados devem ser apresentados no que se refere à sub-
recuperação e os limites de detecção/quantificação da stância activa na especificação referida.
substância activa e, para os respectivos resíduos, à super-
fície e no interior de alimentos para consumo humano XI — Estudos adicionais relativos à saúde humana:
ou animal, conforme adequado. 1 — Estudos de alimentos para consumo humano e
VI — Estudos toxicológicos e de metabolismo: animal:
1 — Estudo de neurotoxicidade. — Se a substância 1.1 — Estudos de alimentos para consumo humano
activa for um composto organofosforado, ou se existirem e animal;
outras indicações de que a substância activa pode apre- Identificação dos produtos de degradação e reacção
sentar propriedades neurotóxicas, serão requeridos estu- e dos metabolitos da substância activa nos alimentos
dos de neurotoxicidade. A espécie testada é a galinha, para consumo humano e animal tratados ou conta-
a menos que se comprove a maior adequação de outra minados;
espécie destinada a teste. Se adequado, requerer-se-ão 1.2 — Comportamento dos resíduos da substância
testes de neurotoxicidade retardada. Se for detectada activa, dos respectivos produtos de degradação, e, se
actividade anticolinesterásica dever-se-á estudar a hipó- necessário, metabolitos, nos alimentos para consumo
tese de testar a resposta a agentes reactivadores; humano e animal tratados ou contaminados, incluindo
2 — Toxicidade para o gado e animais domésticos; a cinética da sua eliminação;
3 — Estudos relativos à exposição dos seres humanos 1.3 — Equilíbrio global da substância activa. Devem
à substância activa; ser apresentados dados suficientes respeitantes a resí-
4 — Alimentos para consumo humano e animal. — Se duos, provenientes de ensaios controlados, que demons-
a substância activa for usada em preparações utilizadas trem que os resíduos que provavelmente se formarão
em locais de preparação, consumo ou armazenamento na sequência da utilização proposta não são perigosos
de alimentos para consumo humano ou animal reque- para a saúde humana ou animal;
rer-se-á a execução dos testes referidos no n.o 1 da 1.4 — Estimativa da exposição real ou potencial dos
rubrica XI; seres humanos à substância activa através da dieta ou
5 — Se se considerarem necessários quaisquer outros por outras vias;
testes relativos à exposição dos seres humanos à sub- 1.5 — Se os resíduos da substância activa permane-
stância activa nos produtos biocidas propostos reque- cerem nos alimentos para animais durante um período
rer-se-á a execução do(s) testes) referido(s) no n.o 2 de tempo significativo, requerer-se-ão estudos de ali-
da rubrica XI; mentação e metabolismo no gado, a fim de possibilitar
6 — Se a substância activa for utilizada em produtos a avaliação de resíduos nos alimentos de origem animal;
contra plantas requerer-se-ão testes de avaliação dos 1.6 — Efeitos do processamento industrial e ou pre-
efeitos tóxicos dos eventuais metabolitos das plantas tra- paração doméstica no carácter e nível de resíduos da
tadas, caso difiram dos determinados nos animais; substância activa;
7 — Estudo mecanístico — quaisquer estudos neces- 1.7 — Proposta de nível máximo de resíduos aceitável
sários para esclarecer os efeitos determinados através e respectiva fundamentação;
de estudos de toxicidade. 1.8 — Quaisquer outros dados relevantes;
VII — Estudos ecotoxicológicos: 1.9 — Resumo e avaliação dos dados apresentados
1 — Teste de toxicidade aguda noutro organismo não nos n.os 1.1 a 1.8.
aquático a que a substância não se destina; 2 — Outro(s) teste(s) relativo(s) à exposição do ser
2 — Se os resultados dos estudos ecotoxicológicos e humano. — Requer-se-ão testes apropriados, bem como
a utilização ou utilizações previstas da substância activa a fundamentação da utilização da substância activa.
sugerirem riscos para o ambiente requerer-se-á a exe- XII — Estudos adicionais do destino e comporta-
cução dos testes descritos nas rubricas XII e XIII; mento no ambiente:
3 — Se o resultado do teste referido no n.o 7.6.1.2 1 — Destino e comportamento no solo:
do anexo II-A for negativo e a via provável de eliminação 1.1 — Taxa e via de degradação, incluindo a iden-
da substância activa for por tratamento de resíduos tificação dos processos em questão e de eventuais meta-
4250 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

bolitos e produtos de degradação em pelo menos três 2 — Os dados desnecessários em virtude da natureza
tipos de solo, em condições adequadas; do produto biocida ou da suas utilizações propostas não
1.2 — Absorção e dessorção em pelo menos três tipos terão de ser apresentados. O mesmo se aplica caso não
de solo e, se relevante, adsorção e dessorção dos meta- seja cientificamente necessário ou tecnicamente exequí-
bolitos e produtos de degradação; vel apresentar tais dados. Nesse caso deverá ser apre-
1.3 — Mobilidade em pelo menos três tipos de solo sentada uma justificação que as autoridades competen-
e, se relevante, mobilidade dos metabolitos e produtos tes considerem aceitável. Essa justificação pode ser a
de degradação; existência de uma formulação quadro a que o requerente
1.4 — Nível e natureza dos resíduos ligados. tenha direito de acesso.
2 — Destino e comportamento na água: 3 — As informações poderão ser baseadas em dados
2.1 — Taxa e via de degradação em sistemas aquáticos já existentes, desde que para tal seja dada uma jus-
(desde que não abrangidas pelo n.o 7.6 do anexo II-A), tificação considerada aceitável pelas autoridades com-
incluindo a identificação de metabolitos e produtos de petentes. Mais especificamente dever-se-á recorrer,
degradação; sempre que possível, ao disposto no Regulamento para
2.2 — Adsorção e dessorção na água (sistemas de a Classificação, Embalagem e Rotulagem das Prepa-
sedimentos do solo) e, se relevante, adsorção e dessorção rações Perigosas, aprovado pela Portaria n.o 1152/97,
de metabolitos e produtos de degradação. de 12 de Novembro, na sua redacção actual, no intuito
3 — Destino e comportamento no ar. — Se a substân- de minimizar os ensaios com animais.
cia activa for utilizada em preparações para fumigantes, XI — Estudos adicionais relativos à saúde humana:
for aplicada por vaporização, for volátil ou se houver 1 — Estudos de alimentos para consumo humano e
quaisquer dados sugestivos da sua relevância deverão animal:
determinar-se a taxa e via de degradação no ar, desde 1.1 — Se os resíduos dos produtos biocidas perma-
que não abrangidas pelo n.o 5 da rubrica VII. necerem nos alimentos para animais durante um período
4 — Resumo e avaliação das partes n.os 1, 2 e 3. de tempo significativo requer-se-ão estudos de alimen-
XIII — Estudos ecotoxicológicos adicionais: tação e metabolismo no gado, a fim de possibilitar a
1 — Efeitos nas aves: avaliação de resíduos nos alimentos de origem animal;
1.2 — Efeitos do processamento industrial e ou pre-
1.1 — Toxicidade aguda por via oral — desnecessária
paração doméstica no carácter e nível de resíduos do
caso se tenha utilizado uma espécie de aves no estudo
produto biocida.
previsto no n.o 1 da rubrica VII; 2 — Outro(s) teste(s) relativo (s) à exposição do ser
1.2 — Toxicidade a curto prazo — estudo dietético humano. — Requerer-se-ão testes apropriados, bem
durante oito dias em pelo menos uma espécie (com como a fundamentação da utilização do produto biocida.
excepção da galinha); XII — Estudos adicionais relativos ao destino e com-
1.3 — Efeitos na reprodução. portamento no ambiente:
2 — Efeitos em organismos aquáticos: 1 — Se adequado, todos os dados requeridos na
2.1 — Toxicidade prolongada numa espécie adequada rubrica XII do anexo III-A.
de peixes; 2 — Testes sobre a distribuição e dissipação nos
2.2 — Efeitos na reprodução e na taxa de crescimento seguintes compartimentos:
de uma espécie adequada de peixes;
2.3 — Bioacumulação numa espécie adequada de a) Solo;
peixes; b) Água;
2.4 — Reprodução e taxa de crescimento da Daphnia c) Ar.
magna.
3 — Efeitos em outros organismos a que a substância Os requisitos constantes dos n.os 1 e 2 só se aplicam
não se destina: aos componentes do produto biocida ecotoxicologica-
3.1 — Toxicidade aguda para as abelhas e outros mente relevantes.
artrópodes úteis (como os predadores). Deve optar-se XII — Estudos ecotoxicológicos adicionais:
por um organismo diferente do utilizado de acordo com 1 — Efeitos nas aves:
o n.o 7.4 do anexo II; 1.1 — Toxicidade aguda por via oral, caso não tenha
3.2 — Toxicidade para as minhocas e outros macror- sido determinada ao abrigo do n.o 7 do anexo II-B.
ganismos do solo não alvo; 2 — Efeitos em organismos aquáticos:
3.3 — Efeitos em microrganismos do solo não alvo; 2.1 — No que respeita à aplicação à superfície, no
Efeitos em microrganismos específicos, não alvo interior ou perto de águas superficiais:
(flora e fauna), que se afigure correrem riscos. 2.1.1 — Estudos específicos com peixes e outros orga-
4 — Outros efeitos. nismos aquáticos;
2.1.2 — Dados relativos à presença de resíduos da
5 — Resumo e avaliação dos n.os 2, 3 e 4.
substância activa e dos seus metabolitos toxicologica-
mente relevantes nos peixes;
ANEXO III-B 2.1.3 — No que respeita aos componentes relevantes
Dados complementares relativos aos produtos biocidas
do produto biocida poderão ser a requeridos os estudos
referidos nos n.os 2.1 a 2.4 da rubrica XIII do anexo III-A.
Produtos químicos 2.2 — Se o produto biocida for vaporizado perto de
águas superficiais poderá ser requerido um estudo para
1 — Os processos respeitantes aos produtos biocidas avaliar os riscos para os organismos aquáticos em con-
deverão incidir, no mínimo, sobre todos os pontos enu- dições de campo.
merados nos requisitos dos processos. As respostas deve- 3 — Efeitos noutros organismos a que o produto não
rão ser acompanhadas de dados comprovativos. Os se destina:
requisitos dos processos devem acompanhar o progresso 3.1 — Toxicidade para vertebrados terrestres, com
técnico. excepção das aves;
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4251

3.2 — Toxicidade aguda para as abelhas; 2.2 — Denominação taxonómica e estirpe, com indi-
3.3 — Efeitos noutros artrópodes, com excepção das cação sobre se trata de uma variante ou de uma estirpe
abelhas; mutante; no que respeita aos vírus, denominação taxo-
3.4 — Efeitos em minhocas e outros microrganismos nómica do agente, serótipo, estirpe ou mutante;
do solo a que o produto não se destina que se afigura 2.3 — Número de referência da colecção e cultura
correrem riscos; em que a cultura foi depositada;
3.5 — Efeitos em microrganismos do solo a que o 2.4 — Métodos, procedimentos e critérios utilizados
produto não se destina;
3.6 — Efeitos em quaisquer outros organismos espe- para determinar a presença e identidade do organismo
cíficos a que o produto não se destina (flora e fauna) (por exemplo, morfologia, bioquímica, serologia, etc.).
que se afigura correrem riscos; III — Origem do organismo:
3.7 — Se o produto biocida assumir a forma de isco 3.1 — Existência ou não na natureza;
ou grânulos, requer-se-á o que se segue: 3.2 — Métodos de isolamento do organismo ou
3.7.1 — Ensaios controlados de avaliação do risco estirpe activa;
para microrganismos a que o produto não se destina, 3.3 — Métodos de cultura;
em condições de campo; 3.4 — Métodos de produção, incluindo informações
3.7.2 — Estudos de tolerância da ingestão do produto sobre o confinamento e as técnicas de garantia da qua-
biocida em todos os organismos a que a produto não lidade e uniformidade da origem do organismo activo.
se destina que se afigura correrem riscos. No que respeita às estirpes mutantes devem apresen-
4 — Resumo e avaliação dos n.os 1, 2 e 3. tar-se informações pormenorizadas sobre a respectiva
produção e isolamento, bem corno sobre as diferenças
ANEXO IV-A
conhecidas entre as estirpes mutantes e as estirpes que
Conjunto de dados relativos às substâncias activas estão na sua origem ou existentes na natureza;
Fungos, microrganismos e vírus 3.5 — Composição do produto acabado contendo o
organismo activo, ou seja, natureza, pureza, identidade,
1 — Os processos relativos a organismos activos deve- propriedades e teor de eventuais impurezas e organis-
rão abranger no mínimo todos os pontos enumerados mos estranhos;
nos requisitos dos processos. Deverão apresentar-se
dados comprovativos das respostas. Os requisitos dos 3.6 — Métodos de prevenção da contaminação do lote
processos devem acompanhar o progresso técnico. inicial e perda de virulência do mesmo;
2 Os dados desnecessários em virtude da natureza 3.7 — Métodos de gestão dos resíduos.
do produto biocida ou da sua utilização proposta não IV — Métodos de detecção e identificação:
terão de ser apresentados. O mesmo se aplica caso não 4.1 — Métodos de determinação da presença e iden-
seja cientificamente necessário ou tecnicamente exequí- tidade do organismo;
vel apresentar tais dados. Nesse caso deverá ser apre- 4.2 — Métodos de determinação da identidade e
sentada uma justificação que as autoridades competen- pureza do lote inicial a partir do qual os lotes são pro-
tes considerem aceitável. Essa justificação pode ser a duzidos e se obtêm resultados, incluindo dados sobre
existência de uma formulação quadro a que o requerente a variabilidade;
tenha direito de acesso. 4.3 — Métodos de comprovação da pureza microbio-
Requisitos dos processos:
lógica do produto final e de que há um controlo ade-
I — Dados referentes ao requerente; quado dos contaminantes, resultados obtidos e dados
II — Identificação do organismo activo; sobre a variabilidade;
III — Origem do organismo activo; 4.4 — Métodos de demonstração da inexistência de
IV — Métodos de detecção e identificação; patogéneos para o ser humano e outros mamíferos como
V — Propriedades biológicas do organismo activo, contaminantes do agente activo, incluindo protozoários
incluindo a respectiva patogenicidade e infec- e fungos, atendendo aos efeitos da temperatura (35°C
ciosidade para os organismos a que se destina e outras temperaturas pertinentes);
ou não, incluindo o ser humano;
VI — Eficácia e utilizações previstas; 4.5 — Métodos de determinação da existência de resí-
VII — Perfil toxicológico para o ser humano e ani- duos viáveis e não viáveis (como toxinas) no interior
mais, incluindo o metabolismo das respectivas ou à superfície dos produtos, alimentos para consumo
toxinas; humano e animal, fluídos e tecidos corporais animais
VIII — Perfil ecotoxicológico, incluindo o destino e humanos, solo, água e ar tratados, se adequado.
e comportamento no ambiente dos organismos V — Propriedades biológicas do organismo:
e das toxinas por eles elaboradas; 5.1 — Historial do organismo e da sua utilização,
IX — Medidas a adoptar com vista à protecção do incluindo os dados de que há conhecimento sobre a
ser humano, dos organismos a que não se destina sua história natural, e, se adequado, a sua distribuição
e do ambiente; geográfica);
X — Classificação e rotulagem; 5.2 — Relação com patogéneos existentes de verte-
XI — Resumo e avaliação de II a X. brados ou invertebrados, plantas ou outros organismos;
5.3 — Efeitos no organismo a que se destina. Pato-
Para corroborar a informação exposta nos pontos
supra, requerer-se-ão os dados que se seguem: genicidade ou tipo de antagonismo em relação ao hos-
I — Requerente: pedeiro. Devem ser incluídos dados sobre o grau de
1.1 — Requerente (nome, endereço, etc.); especificidade em relação ao hospedeiro;
1.2 — Fabricante (nome, endereço e localização da 5.4 — Transmissibilidade, dose infecciosa e meca-
fábrica). nismo de acção, incluindo dados relativos à presença,
II — Identificação do organismo: ausência ou produção de agentes tóxicos, bem como,
2.1 — Denominação comum do organismo (incluindo se apropriado, sobre a sua natureza, identidade, estru-
denominações alternativas ou já desactualizadas); tura química, estabilidade e potência;
4252 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

5.5 — Eventuais efeitos em organismos a que não se 7.4 — Estudo de cancerigenicidade. — Poderá efec-
destina estreitamente relacionados com o organismo a tuar-se juntamente com os estudos previstos no n.o 6.3
que se destina, incluindo infecciosidade, patogenicidade numa espécie roedora e outro mamífero;
e transmissibilidade; 7.5 — Estudos de mutagenicidade. — Conforme
5.6 — Transmissibilidade a organismos a que não se especificado no n.o 6.6 do anexo II-A;
destina; 7.6 — Toxicidade para a reprodução:
5.7 — Quaisquer outros efeitos biológicos nos orga-
nismos a que não se destina, se utilizado de forma Teste de teratogenicidade — coelho mais uma
adequada; espécie roedora;
5.8 — Infecciosidade e estabilidade física, se utilizado Estudo de fertilidade — uma espécie, mínimo
de forma adequada; durante duas gerações, envolvendo macho e
5.9 — Estabilidade genética nas condições ambientais fêmea.
da utilização proposta;
5.10 — Eventual patogenicidade e infecciosidade 7.7 — Estudos do metabolismo. Toxicocinética básica,
para o ser humano e os animais em condições de absorção (incluindo a absorção dérmica), distribuição
imunossupressão; e excreção em mamíferos, incluindo a elucidação das
5.11 — Patogenicidade e infecciosidade para parasi- vias metabólicas;
tas e predadores conhecidos das espécies a que se 7.8 — Estudos de neurotoxicidade: requeridos caso
destina. haja dados sugestivos de actividade anticolinesterásica
VI — Eficácia e utilizações previstas: ou de outros efeitos neurotóxicos. Se adequado, devem
6.1 — Organismos prejudiciais controlados, bem efectuar-se testes de neurotoxicidade retardada em
como materiais, substâncias, organismos ou produtos galinhas;
a tratar ou proteger; 7.9 — Estudos de imunotoxicidade (por exemplo
6.2 — Utilizações previstas (por exemplo, insecticida, alergogenicidade);
desinfectante, anti-incrustante, etc.); 7.10 — Estudos de exposição acidental: requeridos
6.3 — Dados ou observações relativos a efeitos late- caso a substância activa se encontre presente em pro-
rais indesejáveis ou não pretendidos; dutos utilizados em locais em que se preparam, con-
6.4 — Dados relativos à ocorrência, ou eventual ocor- somem ou armazenam alimentos para consumo humano
rência, de resistência e estratégias possíveis para lidar ou animal ou em que é provável que seres humanos,
com este problema; animais domésticos ou de estimação a eles sejam expos-
6.5 — Efeitos nos organismos a que se destina; tos em áreas tratadas ou materiais;
6.6 — Categoria de utilizador. 7.11 — Dados relativos à exposição do ser humano,
VII — Estudos toxicológicos e metabólicos: incluindo:
7.1 — Toxicidade aguda. — Caso não seja adequada
a utilização. de uma única dose dever-se-á proceder a 1) Dados médicos sob forma anónima (caso exis-
um conjunto de testes para a identificação de agentes tam);
altamente tóxicos, bem como para a determinação da 2) Registos de saúde, dados provenientes da vigi-
infecciosidade: lância médica do pessoal das instalações de
fabrico (caso existam);
1) Oral; 3) Dados epidemiológicos (caso existam);
2) Dérmica; 4) Dados relativos a envenenamentos;
3) Por via inalatória; 5) Diagnóstico de envenenamento (sintomas, sinais),
4) Cutânea, e, se necessário, irritação ocular; incluindo a especificação de eventuais testes
5) Hipersensibilização cutânea, e, se necessário, analíticos;
respiratória; 6) Tratamento proposto para o envenenamento e
6) No que respeita ao vírus e viróides, culturas prognóstico.
de células em que se utilize o vírus infeccioso
purificado e culturas primarias de células de
7.12 — Resumo da toxicologia no que respeita aos
mamíferos, aves e peixes.
mamíferos — conclusões (incluindo NSEAC), NSEO, e,
se adequado, IDA), avaliação global de todos os dados
7.2 — Toxicidade subcrónica. — Estudo com uma toxicológicos, de patogenicidade e de infecciosidade e
duração de 40 dias em duas espécies, uma roedora e quaisquer outros dados relativos ao organismo activo.
outra não: Se possível deve incluir-se uma descrição sucinta das
medidas de protecção sugeridas ao utilizador.
1) Administração oral; VIII — estudos ecotoxicológicos:
2) Outras vias (inalatória e dérmica), conforme 8.1 — Toxicidade aguda para os peixes;
adequado; 8.2 — Toxicidade aguda para a Daphnia magna;
3) No que respeita ao vírus e viróides, teste de 8.3 — Efeitos no crescimento das algas (teste de
infecciosidade por intermédio de bioensaio ou inibição);
de uma cultura de células adequado pelo menos 8.4 — Toxicidade aguda noutros organismos não
sete dias após a administração aos animais aquáticos a que não se destina;
testados. 8.5 — Patogenicidade e infecciosidade para as abelhas
e minhocas;
7.3 — Toxicidade crónica. — Duas espécies, uma roe- 8.6 — Toxicidade aguda e ou patogenicidade e infec-
dora e outro mamífero; administração oral, a menos ciosidade para outros organismos a que não se destina
que outra via seja mais adequada; susceptíveis de correrem riscos;
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4253

8.7 — (Eventuais) efeitos noutros elementos da flora Requisitos dos processos:


e da fauna;
8.8 — Caso sejam produzidas toxinas, os dados descri- I — Requerente;
tos nos n.os 7.1 a 7.5 da rubrica VII do anexo II-A; destino II — Identificação e composição do produto bio-
e comportamento no ambiente; cida;
8.9 — Disseminação, mobilidade, multiplicação e per- III — Propriedades técnicas do produto biocida e
sistência no ar, solo e água; quaisquer propriedades biocidas para além das
8.10 — Caso sejam produzidas toxinas, dados previs- respeitantes ao organismo activo;
tos nos n.os 7.6 a 7.8 da rubrica VII do anexo II-A. IV — Métodos de identificação;
IX — Medidas necessárias com vista à protecção do V — Utilizações previstas e respectiva eficácia;
ser humano, dos organismos a que não se destina e VI — Dados toxicológicos (para além dos respei-
do ambiente: tantes ao organismo activo;
9.1 — Métodos e precauções a adoptar no que res- VII — Dados ecotoxicológicos (para além dos res-
peita ao armazenamento, manuseamento, transporte e peitantes ao organismo activo);
utilização, ou em caso de incêndio ou de qualquer outro VIII — Medidas a adoptar com vista à protecção
acidente provável; do ser humano, de organismos a que não se des-
9.2 — Eventuais circunstâncias ou condições ambien- tina e do ambiente;
tais em que o organismo activo não deve ser utilizado; IX — Classificação, embalagem e rotulagem do
9.3 — Possibilidade de suprimir a infecciosidade do produto biocida;
organismo activo e respectivos métodos; X — Resumo de II a IX.
9.4 — Consequências da contaminação do ar, solo e
água, designadamente da água de consumo;
Para corroborar a informação exposta nos pontos
9.5 — Medidas de emergência em caso de acidente;
supra, requerer-se-ão os dados que se seguem:
9.6 — Procedimentos de gestão dos resíduos do orga-
nismo activo, incluindo as propriedades do produto fil- I — Requerente:
trado aquando da eliminação; 1.1 — Nome e endereço, etc.;
9.7 — Possibilidade de destruição ou descontamina- 1.2 — Fabricantes dos produtos biocidas e organismos
ção após a libertação no interior ou à superfície do activos, incluindo a localização das fábricas.
ar, água, solo, ou qualquer outro meio, se aplicável. II — Identificação do produto biocida:
X — Classificação. — Propostas de atribuição de um 2.1 — Denominação ou proposta de denominação
dos grupos de risco previstos no artigo 4.o do Decre- comercial, e, se aplicável, número de código de desen-
to-Lei n.o 84/97, de 16 de Abril, e respectiva justificação, volvimento atribuído pelo fabricante ao produto biocida;
acompanhadas de indicações da necessidade de os pro- 2.2 — Dados quantitativos e qualitativos pormenori-
dutos conterem o sinal de risco biológico especificado zados sobre a composição do produto biocida (orga-
no anexo II daquele decreto-lei. nismos activos, componentes-inertes; organismos, estra-
XI — Resumo e avaliação de II a X. nhos, etc.);
2.3 — Estado físico e natureza do produto biocida
(concentrado para emulsão, pó molhável, etc.);
ANEXO IV-B
2.4 — Concentração do organismo activo no material
Conjunto de dados relativos aos produtos biocidas utilizado.
III — Propriedades técnicas e biológicas:
Fungos, microrganismos e vírus
3.1 — Aspecto (cor e odor);
1 — Os processos relativos a produtos biocidas deve- 3.2 — Armazenamento — estabilidade e prazo de
rão abranger no minímo todos os pontos enumerados validade. Efeitos de temperatura, método de embalagem
nos requisitos dos processos deverão apresentar-se e armazenamento, etc., na manutenção da actividade
dados comprovativos das respostas. Os requisitos dos biológica;
processos devem acompanhar o progresso técnico. 3.3 — Métodos de determinação da estabilidade
2 — Os dados desnecessários em virtude da natureza durante o armazenamento e o prazo de validade;
do produto biocida ou da sua utilização proposta não 3.4 — Características técnicas da preparação do pro-
terão de ser apresentados. O mesmo se aplica caso não duto biocida:
seja cientificamente necessário ou tecnicamente exequí- 3.4.1 — Molhabilidade;
vel apresentar tais dado. Nesse caso deverá ser apre- 3.4.2 — Persistência da espuma;
sentada uma justificação que as autoridades competen- 3.4.3 — Capacidade de formar suspensões e estabi-
tes consideram aceitável. Essa justificação pode ser a lidade das mesmas;
existência de uma formulação quadro a que o requerente 3.4.4 — Ensaio de peneiração por via húmida e a seco;
tenha direito de acesso. 3.4.5 — Distribuição das dimensões das partículas,
3 — As informações poderão ser baseadas em dados
teor de pó/partículas finas, atrito e friabilidade;
já existentes, desde que para tal seja dada uma jus-
tificação considerada aceitável — pelas autoridades 3.4.6 — No que respeita aos grânulos, ensaio de
competentes. Mais especificamente dever-se-á recorrer, peneiração e indicação da distribuição granulométrica,
sempre que possível, ao disposto no Regulamento para pelo menos da fracção com partículas de dimensões
a Classificação — Embalagem e Rotulagem das Prepa- superiores a 1 mm;
rações Perigosas, aprovado pela Portaria n.o 1152/97, 3.4.7 — Teor da substância activa no interior ou à
de 12 de Novembro, na sua redacção actual, no intuito superfície de partículas de isco, grânulo ou materiais
de minimizar os ensaios com animais. tratados;
4254 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

3.4.8 — Capacidade de emulsionar e reemulsionar e VII — Dados de ecotoxicidade complementares dos


estabilidade da emulsão; que são requeridos para o organismo activo:
3.4.9 — Capacidade de fluir, ser vazado e ser reduzido 7.1 — Observações relativas a efeitos laterais inde-
a pó. sejáveis ou imprevistos (por exemplo, em organismos
3.5 — Compatibilidade física e química com outros úteis ou a que não se destina ou à persistência no
produtos, incluindo produtos biocidas com os quais se ambiente).
pretende autorizar a sua utilização; VIII — Medidas a adoptar com vista à protecção do
3.6 — Propriedades molhantes, de aderência e de dis- ser humano, dos organismos a que não se destina e
tribuição após a sua aplicação; do ambiente:
3.7 — Eventuais alterações das propriedades bioló- 8.1 — Métodos e precauções recomendados no que
respeita ao manuseamento, armazenamento, transporte
gicas do organismo em virtude da formulação, desig-
e utilização;
nadamente alterações da patogenicidade e infeccio-
8.2 — Períodos de reentrada, períodos de espera
sidade. necessários ou outras precauções com vista a protecção
IV — Métodos de identificação e análise do produto do ser humano e dos animais;
biocida: 8.3 — Medidas de emergência em caso de acidente;
4.1 — Métodos analíticos para a determinação da 8.4 — Procedimentos com vista à destruição ou des-
composição do produto biocida; contaminação do produto biocida ou da respectiva
4.2 — Métodos de determinação dos resíduos (por embalagem.
exemplo bioteste); IX — Classificação, embalagem e rotulagem:
4.3 — Métodos de comprovação da pureza microbio- 9.1 — Proposta que inclua uma fundamentação da
lógica do produto biocida; classificação, embalagem e rotulagem:
4.4 — Métodos de comprovação de que o produto
biocida está isento de quaisquer patogéneos para o ser I) No que respeita aos componentes não biológicos
humano e para outros mamíferos, ou, se necessário, do produto, em conformidade com o Regula-
de patogéneos prejudiciais a organismos a que não se mento para a Classificação, Embalagem e Rotu-
lagem das Preparações Perigosas, aprovado pela
destina ou para o ambiente;
Portaria n.o 1152/97, de 12 de Novembro, na
4.5 — Técnicas para garantir a uniformidade do pro- sua redacção actual:
duto e métodos de ensaio com vista à sua normalização;
V — Utilizações previstas e respectiva eficácia: Símbolo(s) de perigo;
5.1 — Utilização. — Tipo do produto (por exemplo, Indicações de perigo;
preservador da madeira, insecticida etc.); Menções de risco;
5.2 — Dados sobre a utilização prevista (por exemplo, Menções de segurança;
tipos de organismos prejudiciais controlados, materiais
a tratar, etc.); II) No que respeita aos organismos activos, rotu-
5.3 — Ritmo de aplicação; lagem com menção do grupo de risco adequado,
5.4 — Se necessário, face aos resultados dos testes, tal como previsto no artigo 4.o do Decreto-Lei
eventuais circunstâncias ou condições ambientais espe- n.o 84/97, de 16 de Abril, juntamente, se apli-
cíficas em que o produto pode ou não ser utilizado; cável, com o sinal de risco biológico especificado
5.5 — Método de aplicação; no respectivo anexo II;
5.6 — Número e época das aplicações;
5.7 — Instruções de utilização propostas. — Dados 9.2 — Embalagem (tipo, materiais, dimensões, etc.)
relativos à eficácia; e compatibilidade da preparação com os materiais de
5.8 — Testes preliminares para a determinação de um embalagem propostos;
intervalo; 9.3 — Amostras da embalagem proposta.
5.9 — Experimentação em campo; X — Resumo de II a IX.
5.10 — Dados sobre a eventual ocorrência de resis-
tência; ANEXO V
5.11 — Efeitos na qualidade dos materiais ou pro- Tipos de produtos biocidas, na acepção da alínea a)
dutos tratados; do n.o 1 do artigo 3.o, e respectiva descrição
VI — Dados toxicológicos para além dos requeridos
no que se refere à substância activa: Estes tipos de produtos excluem os produtos abran-
gidos pelos diplomas referidos no n.o 3 do artigo 2.o
6.1 — Dose única por via oral;
e posteriores alterações, para efeitos do disposto nos
6.2 — Dose única por via percutânea; mesmos.
6.3 — Inalação;
6.4 — Irritação cutânea, e, se relevante, ocular;
Grupo 1 — Desinfectantes e produtos biocidas gerais
6.5 — Sensibilização cutânea;
6.6 — Dados toxicológicos disponíveis relativamente Estes tipos de produtos excluem os produtos de lim-
às substâncias não activas; peza que não se destinam a ter um efeito biocida,
6.7 — Exposição do operador: incluindo detergentes líquidos, em pó e outros produtos
6.7.1 — Absorção percutânea/inalação consoante a semelhantes.
formulação e o método de aplicação;
6.7.2 — Exposição provável do operador nas condi- Tipo de produto 1: produtos biocidas utilizados na
ções de campo, incluindo, se relevante, uma análise higiene humana. — Os produtos deste grupo são pro-
quantitativa da mesma. dutos biocidas utilizados na higiene humana.
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4255

Tipo de produto 2: desinfectantes utilizados nos domí- madeira, através do controlo dos ataques microbio-
nios privado e da saúde pública e outros produtos lógicos e de algas.
biocidas. — Produtos utilizados na desinfecção do ar, Tipo de produto 11: produtos de protecção de líquidos
de superfícies, materiais, equipamentos e mobiliário, utilizados nos sistemas de arrefecimento e proces-
que não entrem em contacto directo com géneros samento. — Produtos utilizados na protecção da água
alimentícios ou alimentos para animais, tanto em ou outros líquidos utilizados em sistema de arrefe-
locais privados como públicos ou industriais, incluindo cimento e processamento, através do controlo dos
hospitais, bem como produtos utilizados como algi- organismos prejudiciais, tais como micróbios, algas
cidas. As áreas de utilização incluem, entre outras: e mexilhões. Não abrange os produtos utilizados na
piscinas, aquários, águas de piscinas e outras águas; protecção da água de consumo.
sistemas de ar condicionado; paredes e pavimentos Tipo de produto 12: produtos de protecção contra secre-
em instituições de saúde e outras; retretes químicas, ções viscosas. — Produtos utilizados na prevenção ou
águas residuais, resíduos hospitalares, solos ou outros controlo do desenvolvimento de secreções viscosas
tipos de pisos (de campos de jogos). em materiais, equipamentos e estruturas destinados
Tipo de produto 3: produtos biocidas utilizados na à indústria, por exemplo, em madeira e pasta de papel,
higiene veterinária. — Produtos biocidas utilizados extractos arenosos porosos na extracção de petróleo.
para fins de higiene veterinária, incluindo produtos Tipo de produto 13: produtos de protecção para os flui-
utilizados nos locais onde os animais são alojados, dos utilizados na transformação dos metais. — Pro-
guardados ou transportados. dutos utilizados na protecção dos fluidos usados na
Tipo de produto 4: desinfectantes das superfícies em transformação dos metais através do controlo da dete-
contacto com os géneros alimentícios e alimentos para rioração microbiana.
animais. — Produtos utilizados na desinfecção de
equipamentos, contentores, utensílios de consumo, Grupo 3 — Produtos de controlo de animais prejudiciais
superfícies ou condutas associadas à produção, ao
transporte, à armazenagem ou ao consumo de géneros Tipo de produto 14: rodenticidas. — Produtos utilizados
alimentícios, alimentos para animais ou bebidas no controlo de ratos, ratazanas e outros roedores.
(incluindo a água de consumo) destinados aos seres Tipo de produto 15: avicidas. — Produtos utilizados no
humanos e aos animais; controlo de aves.
Tipo de produto 5: desinfectantes para água de con- Tipo de produto 16: moluscicidas. — Produtos utilizados
sumo. — Produtos utilizados na desinfecção de água no controlo de moluscos.
de consumo (destinada tanto a seres humanos como Tipo de produto 17: piscicidas. — Produtos utilizados
a animais). no controlo de peixes; neste tipo de produto não são
incluídos os destinados ao tratamento de doenças dos
Grupo 2 — Produtos de protecção peixes.
Tipo de produto 18: insecticidas, acaricidas e produtos
Tipo de produto 6: produtos de protecção de enlata- destinados a controlar outros artrópodes. — Produtos
dos. — Produtos utilizados na conservação de pro- utilizados no controlo de artrópodes (por exemplo,
dutos manufacturados, com exclusão dos géneros ali- insectos, aracnídeos e crustáceos).
mentícios e alimentos para animais, dentro de reci- Tipo de produto 19: repelentes e chamarizes. — Pro-
pientes, através do controlo da deterioração micro- dutos utilizados no controlo de organismos prejudi-
biana, a fim de garantir o seu período de conservação. ciais (invertebrados, como moscas, ou vertebrados,
Tipo de produto 7: produtos de protecção de pelícu- como pássaros), afastando-os ou atraindo-os,
las. — Produtos utilizados na conservação de pelícu- incluindo os produtos aplicados quer directa quer
las ou revestimento através do controlo da deterio- indirectamente na higiene humana ou animal.
ração microbiana, a fim de manter inalteradas as pro-
priedades iniciais da superfície de materiais ou objec- Grupo 4 — Outros produtos biocidas
tos, tais como tintas, plásticos, vedantes, adesivos
murais, ligantes, papéis, obras de arte. Tipo de produto 20: conservantes para géneros alimen-
Tipo de produto 8: produtos de protecção da tícios ou alimentos para animais. — Produtos utili-
madeira. — Produtos utilizados para a protecção da zados na conservação de géneros alimentícios ou de
madeira, à saída e no interior da serração, ou dos alimentos para animais através do controlo dos orga-
produtos de madeira, através do controlo dos orga- nismos prejudiciais.
nismos que destroem ou deformam a madeira. Este Tipo de produto 21: produtos anti-incrustantes. — Pro-
tipo de produto abrange tanto os produtos preventivos dutos utilizados no controlo do desenvolvimento e
como os curativos. depósito de organismos incrustantes (micróbios e for-
Tipo de produto 9: produtos, de protecção de fibras, mas superiores de espécies vegetais ou animais) em
couro, borracha e materiais polimerizados. — Produ- navios, material de aquicultura e outras estruturas
tos utilizados na protecção de materiais fibrosos ou utilizadas em meio aquático.
polimerizados, tais como couro, borracha, papel ou Tipo de produto 22: fluidos de embalsamamento e taxi-
produtos têxteis, através do controlo da deterioração dermia. — Produtos utilizados na desinfecção e con-
microbiológica. servação de cadáveres humanos ou animais ou de
Tipo de produto 10: produtos de protecção dos materiais partes destes.
de alvenaria. — Produtos utilizados na protecção e Tipo de produto 23: controlo de outros vertebra-
tratamento curativo dos materiais de alvenaria ou de dos. — Produtos utilizados no controlo de outros ani-
outros materiais de construção, com excepção da mais prejudiciais.
4256 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

ANEXO VI 5 — Para que se proceda a uma avaliação do risco


são necessários dados. Tais dados constam dos anexos
Princípios comuns de avaliação dos processos
II, III e IV, e, tendo em conta que existe uma grande
relativos aos produtos biocidas
variedade de tipos de produtos, variam consoante os
I — Definições tipos de produtos e os respectivos riscos. Só devem ser
exigidos os dados mínimos indispensáveis para efectuar
a) «Determinação do risco» — determinação dos uma adequada avaliação dos riscos. Dever-se-á ter em
efeitos adversos inerentes a um produto biocida. consideração os requisitos dos artigos 17.o e 21.o para
b) «Avaliação da relação dose (concentração) — res- evitar duplicações na apresentação dos dados; esses
posta (efeito)» — estimativa da relação entre a dose ou dados já terão sido apresentados e avaliados como parte
nível de exposição a uma substância activa ou a uma da avaliação de riscos exigida para a inscrição da sub-
substância potencialmente perigosa presente num pro- stância activa nos anexos I, I-A ou I-B.
duto biocida e a incidência e gravidade de um efeito. 6 — Os resultados das avaliações do risco de sub-
c) «Avaliação da exposição» — determinação das stâncias activas e de substâncias potencialmente peri-
emissões, vias e taxas de disseminação de uma substância gosas presentes no produto biocida devem ser integrados
activa ou de uma substância potencialmente perigosa numa avaliação global do produto biocida em si.
presente mim produto biocida, bem como da sua trans-
7 — Ao avaliar-se e ao tomarem-se decisões sobre
formação ou degradação, por forma a calcular as con-
a autorização de produtos biocidas deve-se:
centrações/doses a que as populações humanas, animais
ou compartimentos ambientais estão ou podem estar a) Atender a outros dados técnicos e científicos
expostos. relevantes que sejam acessíveis respeitantes às
d) «Caracterização do risco» — estimativa da inci- propriedades do produto biocida, dos metabo-
dência e gravidade dos efeitos adversos que podem veri-
litos dos seus componentes ou dos resíduos;
ficar-se em populações humanas, animais ou compar-
timentos ambientais em virtude da exposição real ou b) Se relevante, avaliar-se a fundamentação apre-
prevista a uma substância activa ou outra substância sentada pelo requerente para a não apresen-
potencialmente perigosa presente no produto biocida. tação de determinados dados.
Poderá abranger uma «estimativa do risco», ou seja,
a quantificação da sua probabilidade. 8 — Deve-se observar os requisitos de reconheci-
e) «Ambiente» — a água, incluindo os sedimentos, mento mútuo formulados nos n.os 1, 2, 3, 4 e 9 do
o ar, a terra, as espécies selvagens da fauna e da flora, artigo 22.o
bem, como as inter-relações entre estes diversos ele- 9 — Sabe-se que muitos produtos biocidas têm apenas
mentos e as relações existentes entre eles e os orga- pequenas diferenças de composição, facto a que há que
nismos vivos. atender aquando da avaliação dos processos. Será aqui
II — Introdução relevante o conceito de «formulações quadro».
10 — Sabendo-se que alguns produtos biocidas são:
1 — O presente anexo define princípios destinados considerados como apresentando apenas um baixo risco,
a assegurar que as avaliações efectuadas e as medidas esses produtos biocidas, embora satisfaçam os requisitos
tomadas relativas à autorização de produtos biocidas do presente anexo, serão sujeitos a um processo sim-
conduzem a um elevado grau de protecção harmonizado plificado, descrito no artigo 16.o
dos seres humanos, dos animais e do ambiente, em con- 11 — A aplicação destes princípios comuns deve con-
formidade com o n.o 4, alínea b), do artigo 11.o duzir à decisão por parte da autoridade competente de
2 — Para assegurar um elevado grau de protecção autorizar ou não o produto biocida. Esta autorização
harmonizado dos seres humanos, dos animais e do poderá incluir limitações à sua utilização ou outras con-
ambiente, há que apurar todos os riscos decorrentes dições. Nalguns casos poder-se-á concluir serem neces-
da utilização de produtos biocidas — Para tal, dever-se-á sários mais dados para que possa ser tomada a decisão
proceder a uma avaliação do risco, por forma a deter- de autorização.
minar o grau de aceitabilidade ou não aceitabilidade 12 — Durante o processo de avaliação e de tomada
dos riscos identificados durante a utilização normal pro- de decisões, a autoridade competente e os requerentes
posta para o produto biocida, o que será feito através cooperarão por forma a resolverem rapidamente dife-
de uma avaliação dos riscos associados aos componentes rendos quanto aos requisitos em termos de dados, deter-
individuais do produto biocida que forem relevantes;
minar-se logo de início quaisquer estudos adicionais
3 — Será sempre exigida uma avaliação dos riscos da
necessários, alterarem-se as condições propostas de uti-
substância ou das substâncias activas presentes no pro-
duto biocida, que já terá sido efectuada para efeitos lização dos produtos biocidas, ou modificar-se a sua
dos anexos I, I-A ou I-B. A avaliação do risco deve con- natureza ou composição, para que os requisitos do pre-
duzir à identificação do risco e, se aplicável, à avaliação sente anexo ou do decreto-lei sejam integralmente
da relação dose (concentração) — resposta (efeito), à observados. Os encargos administrativos, especialmente
avaliação da exposição e à caracterização do risco. Se para as PME, devem ser reduzidos ao mínimo necessário
não se puder efectuar uma avaliação quantitativa haverá sem prejudicar o nível de protecção oferecido às pessoas,
que proceder a uma avaliação qualitativa. aos animais e ao ambiente.
4 — Devem efectuar-se avaliações de risco adicionais 13 — O parecer aquando do processo de avaliação
e idênticas no que respeita a quaisquer outras substân- e de tomada de decisões deve basear-se em princípios
cias potencialmente perigosas presentes no produto bio- científicos, de preferência os aceites a nível internacio-
cida, se tal for relevante para a utilização do mesmo. nal, e assentar em pareceres de peritos.
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4257

III — Avaliação Cancerigenicidade;


Toxicidade para a reprodução;
Princípios de carácter geral
Neurotoxicidade;
14 — Os dados fornecidos em apoio de um pedido Quaisquer outras propriedades especiais da subs-
de autorização de um produto biocida devem ser ava- tância activa ou potencialmente perigosa;
liados, no que respeita quer ao seu âmbito quer ao seu Outros efeitos devidos a propriedades físico-quí-
valor científico. Após a sua aceitação, deve-se utilizá-los micas;
para a avaliação do risco, tendo em conta a utilização
proposta do produto biocida. 22 — As populações acima referidas são as seguintes:
15 — Dever-se-á efectuar sempre a avaliação de risco
da substância activa presente no produto biocida. Se, Profissional;
além disso, houver substâncias potencialmente perigosas Não profissional;
presentes no produto biocida, há que proceder à ava- Seres humanos indirectamente expostos por inter-
liação do risco de cada uma delas. Esta avaliação deve médio do ambiente.
abranger a utilização normal proposta do produto bio-
cida, bem como o pior cenário realista, incluindo qual-
quer questão relevante de produção e de eliminação 23 — A identificação do risco deve abranger as pro-
do próprio produto biocida ou de qualquer material priedades e os potenciais efeitos adversos da substância
com ele tratado. activa e de quaisquer eventuais substâncias eventual-
16 — No que respeita a cada uma das substâncias mente perigosas presentes no produto biocida. Se tal
activas e das substâncias potencialmente perigosas pre- facto conduzir à classificação do produto em confor-
sentes no produto biocida, a avaliação do risco deve, midade com os requisitos do artigo 12.o será necessário,
se possível, conduzir à identificação do risco e à deter- proceder à avaliação da relação dose (concentra-
minação dos níveis adequados sem efeitos adversos ção)-resposta (efeito), à avaliação das exposição e à
observáveis (NSEAO). Se necessário, deve-se também caracterização do risco.
incluir uma avaliação da relação dose (concentra- 24 — Se se tiver executado o teste adequado para
ção)-resposta (efeito), bem como uma avaliação da a identificação do risco no que respeita a um dado efeito
exposição e uma caracterização do risco. potencial de uma substância activa ou potencialmente
17 — Os resultados provenientes da comparação da perigosa presente num produto biocida, e os resultados
exposição a níveis de concentração sem efeitos adversos não conduzirem à classificação do produto biocida, é
observáveis relativos a cada uma das substâncias activas desnecessário proceder à caracterização do risco de tal
e das substâncias potencialmente perigosas devem ser
efeito, a menos que haja outros motivos justificados de
integrados numa avaliação global do risco do produto
biocida. Se não houver resultados quantitativos, há que preocupação, como, por exemplo, efeitos ambientais
integrar os resultados qualitativos de modo análogo; negativos ou resíduos perigosos.
18 — A avaliação do risco deve determinar: 25 — Deve-se aplicar os n.os 26 a 29 ao proceder à
avaliação da relação dose (concentração)-resposta
a) O risco para o ser humano e os animais; (efeito) de uma substância activa ou potencialmente
b) O risco para o ambiente; perigosa presente no produto biocida.
c) As medidas necessárias para proteger o ser 26 — No que respeita à toxicidade de uma dose e
humano, os animais e o ambiente em geral à toxidade para a reprodução há que avaliar a relação
aquando da utilização normal do produto bio- dose-resposta de cada substância activa ou potencial-
cida proposta e no caso do pior cenário realista. mente perigosa, bem como, se exequível, identificar o
nível sem efeitos adversos observáveis (NSEAO). Se não
19 — Nalguns casos, poder-se-á concluir serem neces- for possível identificar um NSEAO, há que determinar
sários mais dados para que a avaliação do risco possa o nível mínimo com efeitos adversos observáveis
ser dada por terminada. Estes dados adicionais devem (NMEAO);
ser os mínimos necessários para a finalização da ava- 27 — No que respeita à toxicidade aguda, à corro-
liação do risco. sibilidade e à irritabilidade, não é geralmente possível
calcular um NSEAO, ou um NMEAO, com base nos
Efeitos no ser humano testes efectuados com os requisitos do decreto-lei. Para
a toxicidade aguda há que calcular o valor da CL 50
20 — A avaliação do risco deve atender aos efeitos (dose letal mediana) ou da CL 50 (concentração letal
potenciais que se seguem decorrentes da utilização do mediana) ou, caso se recorra ao procedimento com dose
produto biocida, bem como às populações susceptíveis fixa, à dose discriminante.
de a ele serem expostas.
No que respeita aos restantes efeitos bastará deter-
21 — Estes efeitos resultam das propriedades da sub-
stância activa e das substâncias potencialmente perigosas minar se a substância activa ou a substância potencial-
presentes no produto. São os seguintes: mente perigosa é susceptível de provocar tais efeitos
aquando da utilização do produto.
Toxicidade aguda e crónica; 28 — No que respeita à mutagenicidade e à cance-
Irritabilidade; rigenicidade, bastará determinar se a substância activa
Cortosibilidade; ou potencialmente perigosa e susceptível de provocar
Sensibilização; tais efeitos aquando da utilização do produto biocida.
Toxicidade de doses repetidas; No entanto, se se demonstrar que uma substância activa
Mutagenicidade; ou potencialmente perigosa identificada como carcinó-
4258 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

gena e não genotoxica, poder-se-á identificar o 34 — Se, no que respeita aos efeitos descritos no
NSMEAO, tal como descrito no n.o 26. n.o 21, tiver sido determinado um NSEAO ou NMEAO,
29 — No que respeita à sensibilização cutânea e res- a caracterização do risco deve envolver a comparação
piratória, desde que não haja consenso sobre a pos- do NSEAO ou NMEAO com a dose/concentração a
sibilidade de se apurar uma relação dose/concentração que a população irá estar exposta. Se o NSEAO ou
abaixo da qual são improváveis efeitos adversos numa o NMEAO não tiverem sido determinados, há que pro-
pessoa já com hipersensibilidade à referida substância, ceder a uma comparação qualitativa.
bastará determinar se a substância activa ou potencial-
mente perigosa é susceptível de provocar tais efeitos
aquando da utilização do produto biocida. Efeitos nos animais
30 — Se se encontrarem disponíveis dados relativos
à toxicidade, calculados a partir de observações relativas 35 — Baseando-se nos princípios relevantes descritos
à exposição humana, como, dados obtidos durante o na secção relativa aos efeitos no ser humano, deve-se
fabrico ou provenientes de centros de venenos ou de analisar os riscos que o produto biocida apresenta para
levantamentos epidemiológicos, há que tê-los em conta os animais.
ao proceder à avaliação do risco.
31 — Dever-se-á efectuar a avaliação da exposição Efeitos no ambiente
de cada uma das populações humanas (profissional, não
profissional e seres humanos indirectamente expostos 36 — A avaliação do risco deve atender a eventuais
por intermédio do ambiente) em que haja ou possa haver efeitos adversos em qualquer dos três compartimentos
exposição de um produto biocida. A, avaliação deve des- ambientais — ar, solo e água (incluindo sedimentos) —
tinar-se a produzir uma estimativa quantitativa ou qua- e no biota, na sequência da utilização do produto
litativa da dose/concentração de cada substância activa biocida.
ou potencialmente perigosa a que a população está ou 37 — A identificação do risco deve abranger as pro-
poderá estar exposta aquando da utilização do produto priedades e os efeitos adversos potenciais da substância
biocida. activa e de qualquer substância potencialmente perigosa
32 — A avaliação da exposição deve basear-se nos presentes no produto biocida. Se tal facto conduzir à
dados constantes do processo técnico apresentados em classificação do produto em conformidade com os requi-
conformidade com o artigo 10.o do presente diploma sitos do diploma será necessário proceder à avaliação
e noutros dados disponíveis relevantes. Se necessário da relação dose (concentração)-resposta (efeito), à ava-
há que atender especialmente aos seguintes elementos: liação da exposição e à caracterização do risco;
38 — Se se tiver executado o teste adequado para
Dados adequadamente determinados relativos à a identificação do risco no que respeita a um dado efeito
exposição; potencial de uma substância activa ou de uma substância
Forma em que o produto é comercializado; potencialmente perigosa presente num produto biocida
Tipo de produto biocida; e os resultados não conduzirem à classificação do pro-
Método e ritmo de aplicação; duto biocida é desnecessário proceder à caracterização
Propriedades físico-químicas do produto; do risco de tal efeito, a menos que haja outros motivos
Vias prováveis de exposição e potencial de absor- justificados de preocupação, por exemplo, resultantes
ção; das propriedades e efeitos de qualquer substância activa
Frequência e duração da exposição; ou de uma substância potencialmente perigosa presente
Tipo e dimensão das populações específicas expos- no produto biocida, nomeadamente:
tas, caso haja dados disponíveis.
Quaisquer indicações de possível bioacumulação;
33 — Caso se encontrem disponíveis dados adequa- As características de persistência;
damente determinados e representativos relativos à A forma da curva toxicidade/tempo nos testes de
exposição, estes deverão merecer especial atenção ecotoxicidade;
aquando da avaliação da exposição. Se se utilizarem Indicações de outros efeitos adversos assentes nos
métodos de cálculo para a estimativa dos níveis de expo- estudos de toxicidade (por exemplo, a Classi-
sição dever-se-á recorrer a modelos adequados. ficação como um mutagéneo ou como inuta-
Tais modelos devem: génico);
Dados sobre substâncias estruturalmente análogas;
Fornecer a melhor estimativa possível de todos os Efeitos endocrinológicos.
processos relevantes, com base em parâmetros
e pressupostos realistas; 39 — Há que proceder à avaliação da relação dose
Ser sujeitos a uma análise que atenda a possíveis (concentração)-resposta (efeito) por forma a prever a
elementos de incerteza; concentração abaixo da qual é improvável a existência
Ser rigorosamente validados por intermédio de de efeitos adversos no compartimento ambiental em
medições efectuadas em circunstâncias relevan- questão. A avaliação deve efectuar-se no que respeita
tes para a utilização do modelo; quer à substância activa quer a qualquer uma das sub-
Ser relevantes no que respeita às condições da área stâncias potencialmente perigosas presentes no produto
de utilização. biocida. Esta concentração designa-se concentração sem
efeito previsível (CSEP). Todavia, nalguns casos poderá
Dever-se-á igualmente atender a dados de monito- não ser exequível estabelecer uma CSEP, havendo então
rização relevantes de substâncias com utilizações e tipos que proceder à estimativa qualitativa da relação dose
de exposição ou propriedades análogas. (concentração)-resposta (efeito).
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4259

40 — A CSEP deve ser determinada com base nos sição dever-se-á recorrer a modelos adequados. As
dados relativos aos efeitos nos organismos e aos estudos características destes modelos devem ser as constantes
de ecotoxicidade apresentados em conformidade com do n.o 33. Se adequado, poder-se-á atender caso a caso
o artigo 10.o do presente diploma — Deve ser calculada a dados de monitorização relevantes de substâncias com
através da aplicação de um factor de avaliação aos valo- utilizações e tipos de exposição ou propriedades aná-
res provenientes dos testes em organismos, como a logos.
DL 50 (dose letal mediana), a CL 50 (concentração letal 46 — No que respeita a cada um dos compartimentos
mediana), a CE 50 (concentração efectiva mediana), a ambientais, a caracterização do risco deve, tanto quanto
CI 50 (concentração que resulte na inibição de 50 % possível, envolver a comparação da CAP com a CSEP,
de um dado parâmetro, como o crescimento), a por forma a obter uma relação CAP/CSER.
N(C)SEO [nível (concentração) sem efeitos observáveis] 47 — Se não for possível calcular a relação
ou a N(O)MEO [nível (concentração) mínimo com efei- CAP/CSEP, a caracterização do risco deve envolver a
tos observáveis]. avaliação qualitativa da probabilidade de ocorrência de
41 — O factor de avaliação exprime o grau de incer- tal efeito nas condições de exposição existentes ou
teza na extrapolação com base nos dados dos ensaios previsíveis.
efectuados num número restrito de espécies para as cir-
cunstancias reais. Por conseguinte, em termos genéricos, Efeitos inaceitáveis
quanto maior o número de dados e maior a duração
dos ensaios menor será o grau de incerteza e o valor 48 — Os dados devem ser apresentados e avaliados
do factor de avaliação. para que se verifique se os efeitos do produto biocida
Os requisitos dos factores de avaliação serão esta- não provocam sofrimento desnecessário nos vertebrados
belecidos nas notas técnicas de orientação que, para a que se destina, o que deve incluir uma avaliação do
o efeito, se basearão essencialmente nas indicações mecanismo através do qual se obtém o efeito, e dos
dadas no capítulo V do Regulamento para a Notificação efeitos observados sobre o comportamento e a saúde
de Substâncias Químicas e para a Classificação, Emba- dos vertebrados a que se destina; nos casos em que
lagem e Rotulagem de Substâncias Perigosas, aprovado o efeito pretendido for a morte do vertebrado serão
pela Portaria n.o 732-A/96, de 11 de Dezembro, na sua avaliados o tempo necessário para provocar a morte
redacção actual. e as condições em que esta ocorre.
42 — Dever-se-á proceder à avaliação da exposição 49 — Se relevante, deve-se avaliar o possível desen-
no que respeita a cada um dos compartimentos ambien- volvimento no organismo a que se destina de resistência
tais, por forma a prever a concentração provável de a uma substância activa presente no produto biocida.
cada uma das substâncias activas ou substâncias poten- 50 — Se houver indicações da possível ocorrência de
cialmente perigosas presentes no produto biocida. Esta outros efeitos inaceitáveis, de que são exemplo as rea-
concentração é conhecida por concentração ambiental cções adversas a porcas de fixação e acessórios, na
previsível (CAP). No entanto, nalguns casos poderá não sequência da aplicação de um produto de protecção
ser possível estabelecer uma CAP, devendo então pro- da madeira, deve-se proceder à avaliação da sua
ceder-se à estimativa qualitativa da exposição. ocorrência.
43 — A CAP ou, eventualmente, a estimativa qua- Eficácia
litativa da exposição só necessita de ser apurada na CAP
para os compartimentos ambientais para os quais sejam 51 — Há que apresentar e avaliar dados que permi-
conhecidas ou previsíveis emissões, descargas, elimina- tam determinar se a eficácia invocada no que respeita
ção ou distribuição, incluindo qualquer contribuição ao produto biocida pode ser provada. Os dados apre-
relevante do material tratado com produtos biocidas. sentados pelo requerente ou ao dispor da entidade que
44 — A CAP ou a estimativa qualitativa da exposição procede à avaliação devem poder demonstrar a, eficácia
devem ser determinadas tendo especialmente em conta, do produto biocida contra:.os organismos a que se des-
se aplicável: tina, caso seja utilizado em conformidade com as con-
dições de autorização.
Dados adequadamente determinados relativos à 52 — Os testes devem efectuar-se em conformidade
exposição; com as directrizes comunitárias, caso estas se encontrem
A forma em que o produto é comercializado; disponíveis e sejam exequíveis. Nos casos adequados
O tipo de produto biocida; poder-se-á recorrer aos métodos que se seguem,
O método e ritmo de aplicação; podendo igualmente ser usados dados de campo, caso
As propriedades físico-químicas do produto; existam:
Os produtos de degradação/transformação;
As vias prováveis em direcção aos compartimentos Método ISO, CEN ou de qualquer outra norma
ambientais e o potencial de adsorção/dessorção internacional;
e de degradação; Método da norma nacional;
A frequência e duração da exposição. Método da norma industrial (aceites pela autori-
dade competente);
45 — Caso se encontrem disponíveis dados adequa- Método da norma de um produtor específico (acei-
damente determinados e representativos relativos à tes pela autoridade competente);
exposição, estes deverão merecer especial atenção Dados provenientes do desenvolvimento real do
aquando da avaliação da exposição. Se se utilizarem produto biocida (aceites pela autoridade com-
métodos de cálculo para a estimativa dos níveis de expo- petente).
4260 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 102 — 3 de Maio de 2002

Resumo 63 — No processo de tornada de decisões deve-se


atender aos seguintes elementos:
53 — Em cada uma das áreas em que se tenha pro-
cedido a avaliações de risco (ser humano, animais ou Resultados da avaliação do risco, nomeadamente
ambiente) deve-se integrar os resultados obtidos no que relação entre exposição e efeito;
respeita à substância activa e os provenientes de quais- Natureza e gravidade do efeito;
quer substâncias potencialmente perigosas numa ava- Gestão de risco que pode ser aplicada;
liação global de todo o produto biocida. Tal avaliação Domínio de utilização do produto biocida;
deve atender a prováveis efeitos, sinérgicos, da ou das Eficácia do produto biocida;
substâncias activas e das substâncias potencialmente Propriedades físicas do produto biocida;
perigosas presentes no produto biocida. Vantagens da utilização do produto biocida.
54 — No que respeita aos produtos biocidas que con-
tenham mais de uma substância activa, os seus eventuais
64 — Ao tomar uma decisão sobre a autorização de
efeitos adversos devem também ser integrados numa
um produto biocida deve-se atender à incerteza decor-
avaliação global dos efeitos de todo o produto biocida.
rente da variabilidade dos dados utilizados no processo
de avaliação e tomada de decisões.
IV — Tomada de decisões 65 — Deve-se estipular que os produtos biocidas
sejam adequadamente utilizados. A utilização adequada
Princípios de carácter geral
inclui a aplicação de uma dose eficaz e, se possível,
a minimização da utilização dos produtos biocidas;
55 — Sem prejuízo do disposto no n.o 96, deve-se
66 — Tornar-se-ão as medidas necessárias para asse-
tomar uma decisão no que respeita à autorização de gurar que o requerente proponha um rótulo e, sempre
utilização do produto biocida, a qual deve assentar na que adequado, uma ficha de segurança do produto bio-
integração dos riscos de cada uma das substâncias activas cida que:
e das substâncias potencialmente perigosas nele pre-
sentes. As avaliações do risco devem abranger quer a Cumpram os requisitos constantes das alíneas b)
utilização normal do produto biocida quer o pior cenário e c) do n.o 8 do artigo 10.o, do artigo 12.o, da
realista, incluindo quaisquer resíduos do próprio pro- alínea f) do n.o 1 do artigo 16.o e do artigo 28.o;
duto biocida ou do material com ele tratado. Contenham os dados relativos à protecção dos uti-
56 — No processo de decisão relativo à autorização lizadores requeridos pela legislação nacional de
deve-se chegar a uma das conclusões que se seguem Protecção dos trabalhadores;
para cada tipo de produto e para cada área de utilização Especifiquem, nomeadamente, as condições ou res-
do produto biocida requerido: trições de utilização ou não do produto biocida.
1) O produto biocida não pode ser autorizado;
2) O produto biocida pode ser autorizado desde Antes de se emitir uma autorização deve-se confirmar
que sejam observadas condições/restrições espe- que esses requisitos serão satisfeitos.
cíficas; 67 — Tomar-se-ão as medidas necessárias para asse-
3) São necessários dados adicionais para que se gurar que o requerente proponha embalagens e, se ade-
possa tomar a decisão de autorização. quado, processos de destruição ou descontaminação do
produto biocida e respectivas embalagens ou quaisquer
outros materiais relevantes associados com o produto
57 — Se se chegar à conclusão de que são necessárias biocida que estejam em conformidade com as dispo-
informações ou dados adicionais para que se possa sições regulamentares relevantes.
tomar a decisão de autorização dever-se-á justificar a
necessidade de tais informações ou dados. Estes devem
Efeitos no ser humano
ser os mínimos necessários para que se efectue uma
nova avaliação do risco adequada. 68 — Não se deve autorizar um produto biocida se
58 — Deve-se observar os princípios de reconheci- a avaliação do risco confirmar que, se utilizado de forma
mento mútuo previstos no artigo 22.o previsível, incluindo o pior cenário realisticamente pos-
59 — Deve-se aplicar as regras relativas ao princípio sível, o produto constitui um risco inaceitável para os
das «formulações quadro» na tomada de decisões rela- seres humanos.
tivas à autorização de produtos biocidas. 69 — Ao decidir-se sobre a autorização de um pro-
60 — Deve-se aplicar as regras relativas ao principio duto biocida deve-se atender a possíveis efeitos em todas
dos produtos de «baixo risco» na tomada de decisões as populações humanas, nomeadamente nos utilizado-
relativas à autorização de produtos biocidas desse tipo. res, profissionais ou não profissionais, e nos seres huma-
61 — Só se deve autorizar os produtos biocidas que, nos expostos directa ou indirectamente por intermédio
se utilizados de acordo com as condições de autorização, do ambiente.
não constituam um risco inaceitável para os seres huma- 70 — Deve-se analisar a relação entre a exposição
nos, os animais e o ambiente, sejam eficazes e con- e o efeito e integrá-la no processo de tomada de decisões.
tenham substâncias activas autorizadas em tais produtos Ao analisar esta relação há que ponderar diversos fac-
biocidas a nível comunitário. tores, o mais importante dos quais é o carácter do efeito
62 — Se aplicável, poder-se-á impor condições ou res- adverso da substância. Estes efeitos incluem a toxicidade
trições à autorização, cujo carácter e rigor devem depen- aguda, a irritabilidade, a corrosibilidade, a sensibiliza-
der da natureza e do âmbito das vantagens e riscos pre- ção, a toxicidade de doses repetidas, a mutagenicidade,
vistos decorrentes da utilização do produto biocida; a cancerigenicidade, a toxicidade para a reprodução,
N.o 102 — 3 de Maio de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4261

bem como as propriedades físico-químicas, e quaisquer Na determinação da CAP deverá ser utilizado o
outras propriedades adversas da substância activa modelo mais adequado, tendo em conta o destino e
ou — da substância potencialmente perigosa. o comportamento do produto biocida no ambiente.
71 — Se possível, deve-se comparar os resultados 80 — No que respeita a um dado compartimento
obtidos com anteriores avaliações de risco de efeito ambiental se a relação CAP/CSEP for igual ou inferior
adversos idênticos ou análogos e adoptar uma margem a 1 a caracterização do risco deve consistir na indicação
de segurança (MOS) adequada ao tomar uma decisão de que não são necessários novos dados e ou testes.
de autorização. Se a relação CAP/CSEP for superior a 1, deve-se
Uma margem de segurança adequada é geralmente avaliar, com base no valor da relação e noutros factores
100, mas uma margem de segurança superior ou inferior relevantes, se são necessários mais dados e ou testes
a esta poderá ser apropriada, dependendo, entre outros ou se o produto não deve sequer ser autorizado. Os
factores, da natureza do efeito toxicológico crítico. factores relevantes a ponderar são os já mencionados
72 — Impor-se-á, se necessário, como condição de no n.o 38.
autorização a utilização pelo pessoal de equipamento Água
de protecção individual, como respiradores, máscaras
respiratórias, vestuário, luvas e óculos protectores, des- 81 — Não se autorizará um produto biocida se, nos
tinados a diminuir a exposição dos utilizadores profis- termos das condições de utilização proposta, a concen-
sionais. Este equipamento deve ser-lhes facilmente tração previsível da substância activa ou de qualquer
acessível. outra substância potencialmente perigosa, dos metabo-
73 — Se, no caso dos utilizadores não profissionais, litos relevantes ou produtos de degradação ou reacção
a utilização de equipamento de protecção individual for na água (ou seus sedimentos) tiver um impacto ina-
o único método possível de redução da exposição, o ceitável nas espécies a que não se destina no ambiente
produto não será normalmente autorizado. aquático, marinho ou estuarino, a menos que se com-
74 — Se se não puder reduzir para um nível aceitável prove cientificamente que nas condições de campo per-
a relação entre a exposição e o efeito, não se poderá tinentes não se verifica um efeito inaceitável.
conceder uma autorização ao produto biocida. 82 — Não se autorizará um produto biocida se, nas
75 — Nenhum produto biocida classificado corno condições de utilização propostas, a concentração pre-
tóxico, muito tóxico ou como carcinogénico, mutagénico visível da substância activa ou de outras substâncias
ou tóxico para a reprodução das categorias 1 ou 2 nos potencialmente perigosas, dos metabolitos relevantes ou
termos do n.o 1 do artigo 12.o poderá ser autorizado de produtos de degradação ou reacção nas águas de
para utilização pelo público em geral. superfície, seus sedimentos ou águas subterrâneas exce-
der a menor das seguintes concentrações:
Efeitos nos animais a) A concentração máxima admissível estabelecida
no Decreto-Lei n.o 236/98, de 1 de Agosto; ou
76 — Não se deve autorizar um produto biocida se b) A concentração máxima tal como determinada,
a avaliação do risco confirmar que, no decurso da sua com inclusão da substância activa, de acordo
utilização normal, este constitui um risco inaceitável com o processo que vier a ser descrito no anexo I,
para os animais a que não se destina. I-A ou I-B, com base em dados adequados, desig-
77 — Usando os mesmos critérios relevantes descri- nadamente dados toxicológicos;
tos, na secção relativa aos efeitos no ser humano, ao
decidir-se sobre uma autorização, deve-se ter em conta
a menos que se comprove cientificamente que, nas con-
os riscos do produto biocida para os animais. dições de campo pertinentes, não é excedida a menor
concentração.
Efeitos no ambiente 83 — Não se autorizará um produto biocida se a con-
centração previsível da substância activa, das substâncias
78 — Não se deve autorizar produtos biocidas cuja potencialmente perigosas, dos metabolitos relevantes ou
avaliação de risco confirme que a substância activa ou dos produtos de degradação ou reacção previsíveis nas
qualquer das substâncias potencialmente perigosas ou águas superficiais ou seus sedimentos, após a utilização
produtos de degradação ou reacção constituem um risco do produto biocida nas condições de utilização pro-
inaceitável para qualquer dos compartimentos ambien- postas:
tais: água (incluindo sedimentos), solo e ar. A avaliação
deve abranger os riscos para os organismos a que o Caso as águas superficiais da área prevista de uti-
produto não se destina nestes compartimentos. lização ou dela provenientes se destinem a água
Ao ponderar sobre a existência de um risco inaceitável de consumo, exceder os valores fixados no
dever-se-á, quando se tomar uma decisão final nos ter- Decreto-Lei n.o 236/98, de 1 de Agosto; ou
mos do n.o 96, ter em conta os critérios enunciados Tiver um impacto considerado inaceitável nas espé-
nos n.os 81 a 91. cies a que não se destina;
79 — O instrumento básico usado na tomada de deci-
sões deve ser a relação CAP/CSEP ou, caso esta se a menos que se comprove cientificamente que, nas con-
não encontre disponível, uma estimativa qualitativa. Há dições de campo pertinentes, essa concentração não é
que atender devidamente à exactidão desta relação, excedida.
dada a variabilidade dos dados utilizados quer nas medi- 84 — As instruções de utilização propostas para o
ções de concentração quer nas estimativas. produto biocida, incluindo os procedimentos de limpeza
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do equipamento de aplicação, devem ser de molde a organismos aquáticos, incluindo os organismos


que se minimize a probabilidade de contaminação aci- marinhos e estuarinos; ou
dental da água ou seus sedimentos. O factor de bioconcentração (FBC) for superior
a 1000, no que respeita às substâncias facilmente
Solo biodegradáveis, ou superior a 100, no que res-
peita às não facilmente biodegradáveis, a menos
85 — Se for provável uma contaminação inaceitável que a avaliação do risco comprove claramente
do solo, não se autorizará um produto biocida caso a que, em condições de campo, não ocorrem efei-
substância activa ou potencialmente perigosa nele con- tos inaceitáveis, directa ou indirectamente, para
tida, após utilização do produto biocida: a viabilidade dos organismos expostos, incluindo
os organismos marinhos e estuarinos, após uti-
Persista no solo mais de um ano, em ensaios de lização do produto biocida, de acordo com as
campo; ou condições de utilização propostas.
Em testes laboratoriais, crie resíduos impossíveis
de extrair em quantidades superiores a 70 % da Em derrogação a este ponto pode-se, contudo, auto-
dose inicial após 100 dias, com uma taxa de mine- rizar um produto anti-incrustante utilizado em embar-
ralização inferior a 5 % aos 100 dias;
cações marítimas comerciais por um período máximo
Tenha consequências de efeitos inaceitáveis nos de 10 anos a contar da data em que o presente decreto-lei
organismos a que não se destina;
entrar em vigor, se não for possível obter por outros
meios exequíveis um controlo equivalente das incrus-
a menos que se comprove cientificamente que, em con- tações. Ao aplicar-se esta disposição poder-se-á, se
dições de campo, se não verifica uma acumulação ina- necessário, ter em conta as resoluções e recomendações
ceitável no solo. pertinentes da OMI.
Ar 89 — Não se autorizará um produto biocida se for
razoavelmente previsível a possibilidade de os microor-
86 — Não se autorizará um produto biocida caso se ganismos existentes em estações de tratamento de resí-
preveja a possibilidade de efeitos inaceitáveis no com- duos serem expostos ao produto biocida e se, no que
partimento ar, a menos que se comprove cientificamente respeita a qualquer das substâncias activas, ou poten-
que, nas condições de campo pertinentes, não se verifica cialmente perigosas, metabolitos relevantes, produtos de
um efeito inaceitável. degradação ou de reacção, a relação CAP/CSEP for
superior a 1, a menos que a avaliação do risco comprove
claramente que, em condições de campo, não ocorrem
Efeitos nos organismos a que o produto não se destina
efeitos inaceitáveis, directa ou indirectamente, para a
87 — Não se autorizará um produto biocida caso seja viabilidade desses microrganismos.
razoável prever a possibilidade de organismos a que
não se destina serem expostos ao produto biocida e Efeitos inaceitáveis
se, no que respeita a qualquer das substâncias activas
ou potencialmente perigosas: 90 — Se for provável o desenvolvimento de resistência
à substância activa do produto biocida deve-se tomar
A relação CAP/CSEP for superior a 1, a menos medidas para minimizar as consequências dessa resis-
que a avaliação do risco comprove claramente tência, que poderão incluir a alteração das condições
que, em condições de campo, a utilização do de autorização ou a eventual recusa de autorização.
produto biocida de acordo com as condições de 91 — A autorização de um produto biocida destinado
utilização propostas não conduz a efeitos ina- a controlar vertebrados só deve ser concedida se:
ceitáveis; ou
O factor de bioconcentração (FI3C) relativo aos A morte coincidir com a extinção da consciência;
tecidos adiposos dos vertebrados a que o produto ou
não se destina for superior a 1, a menos que A morte ocorrer imediatamente; ou
a avaliação do risco comprove claramente que, As funções vitais forem gradualmente reduzidas,
em condições de campo, a utilização do produto sem sinais óbvios de sofrimento.
biocida de acordo com as condições de utilização
propostas não conduz a efeitos inaceitáveis, nem
directos nem indirectos; No que respeita aos produtos repelentes, o efeito pre-
tendido deve ser obtido sem que o vertebrado alvo seja
exposto a sofrimento ou dor desnecessários.
88 — Não se autorizará um produto biocida se for
previsível a exposição de organismos aquáticos,
incluindo organismos marinhos e estuarinos, a esse pro- Eficácia
duto e se, no que respeita a qualquer das substâncias
activas ou potencialmente perigosas: 92 — Não se autorizarão produtos biocidas que não
tenham uma eficácia aceitável se utilizados em confor-
A relação CAP/CSEP for superior a 1, a menos midade com as condições especificadas no rótulo pro-
que a avaliação do risco comprove claramente posto ou com outras condições de autorização.
que, em condições de campo, a utilização do 93 — O grau, a consistência e a duração da protecção,
produto biocida de acordo com as condições de controlo ou outros efeitos pretendidos devem, no
utilização propostas não afecta a viabilidade dos mínimo, ser análogos aos resultantes da utilização de
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produtos de referência adequados, caso esses produtos O resultado será:


existam, ou a outros meios de controlo. Caso não existam
Um resumo dos efeitos do produto biocida no ser
produtos de referência o produto biocida deve propor- humano;
cionar um grau definido de protecção ou controlo nas Um resumo dos efeitos do produto biocida nos
áreas de utilização propostas. As conclusões sobre a animais;
eficácia do produto, biocida devem ser válidas para todas Um resumo dos efeitos do produto biocida no
as áreas de utilização proposta e para todas as áreas, ambiente;
excepto quando o rótulo proposto estabelecer que o Um resumo da avaliação da eficácia;
produto biocida se destina a utilização em circunstâncias Um resumo dos efeitos inaceitáveis.
específicas. Avaliar-se-ão os dados da resposta em fun-
ção da dose obtidos nos ensaios (que devem incluir um V — Integração global das conclusões
controlo sem tratamento), incluindo dosagens inferiores
à recomendada, de modo a avaliar se a dose recomen- 95 — Devem-se integrar as conclusões específicas
dada é a mínima necessária para obter o efeito pre- obtidas no que respeita aos efeitos do produto biocida
tendido. nos três sectores, ou seja, no ser humano, nos animais
e no ambiente, por forma a chegar a uma conclusão
Resumo global sobre os efeitos do produto biocida no seu todo;
96 — Em seguida, antes de adoptar a decisão de auto-
94 — Em cada uma das áreas em que se tenha pro- rização do produto biocida, deve-se atender devida-
cedido à avaliação do risco, ou seja, os efeitos no ser mente a quaisquer efeitos inaceitáveis relevantes, à efi-
humano, nos animais e no ambiente, devem-se integrar cácia do produto biocida e às vantagens decorrentes
as conclusões obtidas no que respeita à substância activa da sua utilização;
e às substâncias potencialmente perigosas, por forma 97 — Por último, deve-se decidir se o produto biocida
a chegar-se a uma conclusão global sobre o produto pode ou não ser autorizado e se tal autorização deve
biocida no seu todo. Deverá também ser feito um resumo ou não estar sujeita a restrições ou condições, nos termos
sobre a avaliação da eficácia e os efeitos inaceitáveis. do presente decreto-lei.

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