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A mdia pode ser definida como um lugar que funciona como um lugar de
memria discursiva e como lugar primordial de fabricao do espetacular e
veiculao de espetculos polticos, entre outros. A poltica, segundo Debord (1967)
e Schwartzenberg (1978), desenvolve-se nas sociedades espetacularizadas.
Observamos que na espetacularizao miditica da poltica no Brasil, acentuada
nos anos 90 do sculo XX, a encenao discursiva da corrupo apresenta-se de
maneira ostensiva e com carter escandaloso.
Da perspectiva da Anlise de Discurso, interessa-nos investigar e analisar,
no entrecruzamento entre o verbal e o no-verbal de capas da revista Veja, a
encenao discursiva da corrupo na abertura poltica e na chamada nova
democratizao brasileira, bem como o modo pelo qual a memria irrompe
reatualizando os sentidos sobre a corrupo nesses perodos.
Para Pcheux (1983), tanto as materialidades verbais quanto as no verbais,
como a imagem, no so legveis na sua transparncia, porque so atravessadas por
um discurso. Partindo do pressuposto de que esse peridico semanal, como prtica
discursiva institucional, funciona como locus de representar a realidade, constitu-la
e refletir as prticas sociais e discursivas do cotidiano do sculo XX e incio do
sculo XXI, perguntamos, inicialmente: Das capas das edies de Veja que
circularam no processo de abertura poltica e na chamada nova democratizao
brasileira, quantas so dedicadas ao tema escndalos e corrupo? Os resultados
das anlises indicam que:
No perodo de maro de 1974 a agosto 1989, a revista dedicou cento e
quinze capas poltica no Brasil. Dessas, vinte a escndalos e corrupo: nove no
Referncias
DEBORD, G. A sociedade do espetculo Comentrios sobre a sociedade do
espetculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
PCHEUX, Michel. Papel da memria. In: ACHARD et alii. Papel da memria.
Campinas: Pontes, 1999. Edio original: 1983.
SCHWARTZENBERG, R-G. O estado espetculo. Rio de Janeiro/So Paulo: Difel,
1978.