Você está na página 1de 26

Cadastro

Tema 4: ESTATUDO DAS


CIDADES e NBR 14166/98
Marcos De Muzio
Rafael Gabellini Concado
Rafael Ribeiro
Ricardo Carlini Filho
Rubiano Allan Carvalho

Atos do Poder Legislativo


LEI Nº 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001
Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes
gerais da política urbana e dá outras
providências.

1) O que é política urbana, qual seu


objetivo e suas diretrizes?

1
Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001

Regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição


Federal, que tratam da Política Urbana.
Estabelece normas de ordem pública e interesse social
que regulam o uso da propriedade urbana em prol do
bem coletivo, da segurança e bem-estar dos cidadãos,
bem como do equilíbrio ambiental. - Art.1º -
Define as regras para a política urbana nacional, válida
para todas as cidades acima de 20.000 hab., turísticas
ou em região metropolitana.

A política urbana tem por objetivo


ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da
propriedade urbana.

2
Mediante as seguintes diretrizes gerais:

I – garantia do direito a cidades


sustentáveis, entendido como o direito à
terra urbana, à moradia, ao saneamento
ambiental, à infra-
infra-estrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos;
II – gestão democrática por meio da
participação da população e de
associações;

III – cooperações entre os governos, a


iniciativa privada e os demais setores da
sociedade no processo de urbanização;
IV – planejamento do desenvolvimento das
cidades, da distribuição espacial da
população;
V – oferta de equipamentos urbanos e
comunitários, transporte e serviços
públicos adequados aos interesses e
necessidades da população;

3
VI - ordenação e controle do uso do solo, de
forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis
urbanos;
b) a deterioração das áreas urbanizadas;
c) a poluição e a degradação ambiental;

VII - integração e complementaridade entre


as atividades urbanas e rurais;

VIII - adoção de padrões de produção e


consumo de bens e serviços e de
expansão urbana;
IX - justa distribuição dos benefícios e ônus
decorrentes do processo de urbanização;
X - adequação dos instrumentos de política
econômica, tributária e financeira e dos
gastos públicos aos objetivos do
desenvolvimento urbano;

4
XI - recuperação dos investimentos do
Poder Público de que tenha resultado a
valorização de imóveis urbanos;
XII - proteção, preservação e recuperação
do meio ambiente natural e construído, do
patrimônio cultural, histórico, artístico,
paisagístico e arqueológico;
XIII - audiência do Poder Público municipal
e da população interessada nos
processos de implantação de
empreendimentos;

XIV - regularização fundiária e urbanização


de áreas ocupadas por população de
baixa renda mediante o estabelecimento
de normas especiais de urbanização;
XV - simplificação da legislação de
parcelamento, uso e ocupação do solo e
das normas edilícias ;
XVI - isonomia de condições para os
agentes públicos e privados na promoção
de empreendimentos e atividades
relativos ao processo de urbanização,
atendido o interesse social.

5
2) Quais os principais instrumentos
da política urbana?
Seção I
Dos instrumentos em geral
I - planos nacionais, regionais e estaduais
de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social;
II - planejamento das regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões;

III - planejamento municipal;

IV - institutos tributários e financeiros;

V - institutos jurídicos e políticos;

VI - estudo prévio de impacto ambiental


(EIA) e estudo prévio de impacto de
vizinhança (EIV).

6
Seção II
Do parcelamento, edificação ou
utilização compulsórios

Seção III
Do IPTU progressivo no tempo

Seção IV
Da desapropriação com pagamento em
títulos

Seção V
Da usucapião especial de imóvel urbano

Seção VI
Da concessão de uso especial para fins
de moradia (VETADO)

Seção VII
Do direito de superfície

7
Seção VIII
Do direito de preempção

Seção IX
Da outorga onerosa do direito de
construir

Seção X
Das operações urbanas consorciadas

Seção XI
Da transferência do direito de construir

Seção XII
Do estudo de impacto de vizinhança

8
3) Como é regulamentado o parcelamento,
a edificação e o uso do solo urbano?
Exemplifique para o Município de Curitiba.

Art. 5º Lei municipal específica para área


incluída no plano diretor poderá
determinar o parcelamento, a edificação
ou a utilização compulsórios do solo
urbano não edificado, sub utilizado ou não
utilizado, devendo fixar as condições e os
prazos para implementação da referida
obrigação.

9
PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

SEÇÃO II

DO PARCELAMENTO, USO E
OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 12. O território do Município será


ordenado por meio do parcelamento, uso
e ocupação do solo para atender as
funções econômicas e sociais da Cidade,
compatibilizando desenvolvimento urbano,
sistema viário, as condições ambientais,
oferta de transporte coletivo,saneamento
básico e demais serviços urbanos.

10
Parágrafo único. As leis de Uso e
Ocupação do Solo e de Parcelamento do
Solo deverão estar compatibilizadas com
os objetivos e diretrizes deste Plano
Diretor de Curitiba.

4- Quais as condições para aquisição de


imóvel urbano por usocapião?
usocapião?

Segundo o artigo 9 do Estatuto das


Cidades, a aquisição de domínio para
aqueles que possuir área ou edificação
urbana de ate 250 m², m², por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-
utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, e que não seja seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.

11
E pelo artigo 10 tem o caso especial de
usocapião,
usocapião, que onde não for possível
identificar os terrenos ocupados por cada
possuidor poderá iniciar o usocapião
coletivo, desde que os possuidores
também não sejam proprietários de outros
imóveis urbanos ou rurais.

5- Em quais termos o Estatuto das Cidades


prevê a regularização fundiária de imóveis
urbanos?
Na regulamentação da desapropriação e
do usucapião urbano para regularizar
posses em terrenos privados (artigos 9º
ao 12º );
E na concessão de uso especial para fins
de moradia (regulamentada pela Medida
Provisória nº 2.220 de 4 de setembro de
2001).

12
6- Segundo o Estatuto das Cidades, ao plano
diretor competem quais atribuições?

Pelo artigo 42 o plano diretor deverá


conter no mínimo:
I – a delimitação das áreas urbanas onde
poderá ser aplicado o parcelamento,
edificação ou a utilização de
compulsórios, considerando a existência
de infra-
infra-estrutura e de demanda para
utilização, na forma do artigo 5º desta lei;

II - disposições requeridas pelos artigos


25, 28, 29, 32 e 35 desta Lei;
III – sistema de acompanhamento e
controle.
(Art. 5o
5o Lei municipal específica para área
incluída no plano diretor poderá
determinar o parcelamento, a edificação
ou a utilização compulsórios do solo
urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, devendo fixar as condições e os
prazos para implementação da referida
obrigação.

13
Art. 25. O direito de preempção confere ao
Poder Público municipal preferência para
aquisição de imóvel urbano objeto de alienação
onerosa entre particulares.
Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas
quais o direito de construir poderá ser exercido
acima do coeficiente de aproveitamento básico
adotado, mediante contrapartida a ser prestada
pelo beneficiário.
Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas
quais poderá ser permitida alteração de uso do
solo, mediante contrapartida a ser prestada pelo
beneficiário.

Art. 32. Lei municipal específica, baseada


no plano diretor, poderá delimitar área
para aplicação de operações
consorciadas.
Art. 35. Lei municipal, baseada no plano
diretor, poderá autorizar o proprietário de
imóvel urbano, privado ou público, a
exercer em outro local, ou alienar,
mediante escritura pública, o direito de
construir previsto no plano diretor ou em
legislação urbanística dele decorrente,
quando o referido imóvel for considerado
necessário para fins de:

14
I – implantação de equipamentos urbanos
e comunitários;
II – preservação, quando o imóvel for
considerado de interesse histórico,
ambiental, paisagístico, social ou cultural;
III – servir a programas de regularização
fundiária, urbanização de áreas ocupadas
por população de baixa renda e habitação
de interesse social.)

7) Quais os objetivos da NBR14166/98?

Esta norma fixa as condições exigíveis


para a implantação e manutenção da rede
de referência cadastral municipal
destinada à:
Apoiar a elaboração e atualização de
plantas cadastrais municipais e amarrar,
de um modo geral, todos os serviços de
topografia visando às incorporações às
plantas cadastrais do município.

15
Referenciar todos os serviços topográficos
de demarcação, de anteprojetos, de
projetos, de implantação e
acompanhamento de obras de engenharia
em geral, de urbanização, de
levantamentos de obras conforme
construídas e de cadastros imobiliários
para registros públicos e multifinalitários.
multifinalitários.

8) Segundo a NBR14166/98 o que é planta cadastral


municipal e planta genérica de valores? Qual a
discussão comum existente em torno do termo PGV?

A planta cadastral municipal registra a


situação real da quadra no contexto da
área urbana do município no momento do
levantamento de dados. Esta planta
contém a definição dos distritos, setores,
quadras numeradas, código de
logradouros, códigos das faces de
quadras e a nomenclatura dos
logradouros. Estas plantas, em geral,
estão em escalas 1:1000 ou 1:2000.

16
Planta genérica de valores e a
denominação genérica de uma formula de
cálculo que possibilita a obtenção de
valores venais de todos os imóveis
urbanos de um município, a partir da
avaliação individual de cada uma dessas
propriedades. É composta por
microrregiões, que tem os seus valores de
origem obtidos através de uma consulta
realizada no módulo de pesquisa
imobiliária.

A discussão comum, é em torno do valor


venal do imóvel que é o preço alcançado
as operações de compra e venda á vista,
consideras as condições normais do
mercado imobiliário. Segundo o código
tributário nacional está determinado que a
base de cálculo tanto do IPTU quanto do
ITBI é o valor venal do imóvel.

17
9) Elaborar um esquema que compreenda, de forma lógica
e explicativa, as diferentes plantas contempladas pela NBR
14166/98.

→ Planta Genérica
de Valores - PGV

Planta de
Referência
Cadastral

↓ →

Planta Geral do Município:


escala 1 : 5000 ou 1 : 10000
conteúdo registrado na planta:
n aspectos físicos
n aspectos sócio-
sócio-econômicos
n aspectos político-
político-administrativos
n aspectos técnicos
Presente na elaboração do Plano Diretor
Municipal

18
Planta de Referência Cadastral:
escala 1 : 5000 ou 1 : 10000
gerada a partir da planta geral do
município
conteúdo apresentado:
n hidrografia
n sistema viário
n codificação de zonas

Planta Genérica de Valores - PGV


escala 1 : 5000 ou 1 : 10000
obtida a partir da Planta de Referência
Cadastral
registro de valores dos terrenos por:
n posição nas quadras
n equipamentos urbanos

19
Planta Indicativa de Sistemas de Infra-
Infra-
estrutura
obtida a partir da Planta de Referência
Cadastral
registro das informações da infra-
infra-estrutura
urbana
aplicado no:
n planejamento
n programação
n coordenação de obras

Planta Cadastral Municipal


escala 1 : 1000 ou maior
aplicação
n base cadastral de infra-
infra-estrutura
n apoio na construção de plantas de

quadras
n cadastro fundiário

20
Planta de Quadra ou Planta Quadra
escala 1 : 1000 ou 1 : 500
apresenta
n contorno das quadras
n logradouros correspondentes
n limites, dimensões e codificação dos lotes
a codificação deve estar vinculada a
codificação da Planta de Referência
Cadastral

10) O Sistema Cartográfico Municipal compreende


quais documentos cartográficos?

Carta Topográfica do Município


Planta Cadastral Municipal
Planta de Referencia Cadastral
Plantas Indicativas de Equipamentos
Urbanos
Plantas de Valores Genéricos de Terreno
Plantas de Quadra

21
11. Quais sistemas podem ser utilizados para a
determinação das coordenadas plano-
plano-retangulares dos
elementos da Rede de Referência Cadastral?
Identificar as características de cada um.

Os elementos da Rede de Referência


Cadastral podem ter suas coordenadas
plano-
plano-retangulares determinadas nos
Sistemas Transverso de Mercator (UTM-
(UTM-
RTM-
RTM-LTM) como no Sistema Topográfico
Local.

UTM

Esta projeção foi idealizada pelo belga Gerard


Krämer (Mercator),
Mercator), a partir de modificações
efetuadas na projeção conforme Gauss. O
sistema UTM utiliza como superfície de projeção
60 cilindros transversos e secantes ao elipsóide.
Cada cilindro é responsável pela representação
de 6° de amplitude em longitude (fuso),
contadas a partir do antimeridiano de
Greenwich. O primeiro fuso UTM situa-situa-se de
forma intermediária entre os meridianos 180° e
174° W, tendo como meridiano central (MC) o
de 177°.

22
Os Meridianos Centrais estão localizados
nas longitudes múltiplas de 6°, acrescidas
de 3°. Sobre este meridiano, as distâncias
apresentam-
apresentam-se deformadas segundo o
coeficiente de deformação, K0 = 0.9996.
Portanto, as distâncias no terreno serão
reduzidas nesta região à medida que se
afasta do MC, para direita ou para
esquerda.

Figura 1 - Distribuição dos fusos UTM no Brasil15

23
Sistema topográfico local:
Sistema de representação, em planta, das posições
relativas de pontos de um levantamento topográfico com
origem em um ponto de coordenadas geodésicas
conhecidas, onde todos os ângulos e distâncias de sua
determinação são representados, em verdadeira
grandeza, sobre o plano tangente à superfície de
referência (elipsóide de referência) do sistema
geodésico adotado, na origem do sistema, no
pressuposto de que haja, na área de abrangência do
sistema, a coincidência da superfície de referência com
a do plano tangente, sem que os erros, decorrentes da
abstração da curvatura terrestre, ultrapassem os erros
inerentes às operações topográficas de determinação
dos pontos do levantamento.

Notas

1 - O sistema de coordenadas plano-


plano-
retangulares tem a mesma origem do
Sistema Topográfico Local;

2 - A orientação do sistema de
coordenadas plano-
plano-retangulares é em
relação ao eixo das ordenadas (Y);

24
3 - A fim de serem evitados valores negativos
para as coordenadas plano-
plano-retangulares, a
estas são adicionados termos constantes
adequados a esta finalidade;
4 - A fim de elevar o plano topográfico de
projeção ao nível médio da área objeto do
sistema topográfico, as coordenadas plano-
plano-
retangulares são afetadas por um fator de
elevação, caracterizando o Plano Topográfico
Local;
5 - A origem do Sistema Topográfico Local deve
estar posicionada, geograficamente, de modo a
que nenhuma coordenada planoretangular,
planoretangular,
isenta do seu termo constante, tenha valor
superior a 50 km.

Figura 2 - Origem do Sistema Topográfico Local e distância máxima a esta origem

25
12. Quais instrumentos legais podem ser
utilizados para a oficialização da Rede de
Referência Cadastral Municipal?

O Anexo D da NBR 14166:1998 apresenta


dois modelos de instrumentos legais para
oficialização da Rede de Referência
Cadastral Municipal, recomendados para
serem adotados pelas prefeituras
municipais:

1 - Modelo de decreto aprovando a Rede


de Referência Cadastral Municipal.
Aprova a Rede de Referência Cadastral
Municipal e dá outras providências.

2 - Modelo de lei municipal instituindo a


Base Cartográfica Municipal apoiada na
Rede de Referência Cadastral Municipal
já oficializada por decreto do Poder
Executivo Municipal.
Regula a base cartográfica municipal.

26

Você também pode gostar