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AQUAICBAS – Sagres 2008 Report
AQUAICBAS – “Á Descoberta da Vida Marinha do Sudoeste” com a “Mar Ilimitado”
Os coordenadores do AQUAICBAS partiram com
um dia de antecedência, de forma a certificar‐se
que a comitiva de 21 inscritos seria recebida nas
melhores condições e que não haveria qualquer
pormenor em falta, como acontece na maioria das
viagens organizadas, por muito boa vontade que se
tenha.
A antecipação permitiu que, de facto, não ocorres‐
sem falhas de última hora e isso traduziu‐se na
satisfação do grupo.
Nos dias que antecederam a partida, a meteorolo‐
gia não estava a ser cooperante, tendo sido posta a
NAAUP hipótese de adiamento; contudo após terem sido
revistas previsões de várias fontes, bem como con‐
sultados contactos locais, (nada como ver com os
“Á descoberta da Vida “próprios olhos”) a viagem manteve‐se, porque
afinal ventos de Norte se avizinhavam com a nossa
Marinha do Sudoeste” chegada.
O AQUAICBAS, à semelhança de uma experiência‐
piloto realizada no passado, organizou uma nova
viagem a Sagres, desta vez com mais objectivos,
bem como inscritos.
A “Mar Ilimitado ” (Entidade com Protocolo Oficial
com o AQUAICBAS) foi, mais uma vez, requisitada
para nos receber e guiar ao encontro dos cetáceos,
bem como em saídas de mergulho que constavam
dos vários “packs” de viagem que o AQUAICBAS
criou, de forma a permitir a participação de todos,
independentemente de serem mergulhadores cer‐
tificados , puros amantes da Natureza e Vida Mari‐
nha ou apenas quem quisesse fazer uma breve
escapadinha de férias ao Sul de Portugal por qua‐
tro dias, a baixo custo.
Assim nos “packs” de viagem criados, havia a pos‐
sibilidade de transporte incluído, ou não, estadia e
viagem pelágica (i.e. Dolphin Watch) e, logicamen‐
te, packs para mergulhadores, visto que a nossa
comunidade tem crescido exponencialmente.
Como também é um dos critérios e normas do
AQUAICBAS, as inscrições para a viagem estiveram
abertas a todos que quisessem participar; nem
sempre é possível ter a possibilidade de fazer uma
tal viagem acompanhado por Biólogos Marinhos
bem como “Biólogos Marinhos em fase de matura‐
ção”.
O curso de Ciências do Meio Aquático, não está
limitado apenas ao meio Marinho, sendo mais
abrangente, com especialização em algumas áreas
que transcendem apenas a Biologia Marinha.
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pois bem, começamos com um Mar chão de fazer
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inveja a qualquer paraíso caribenho, faltando ape‐
nas o sol brilhar com mais intensidade”[…] Chega‐
dos ao naufrágio, a 30 metros de profundidade,
dirigimo‐nos à proa, que se encontra muito des‐
truída, navegamos, contornando‐o, sempre pelo
nosso lado esquerdo. Não existe qualquer tipo de
corrente.
No interior daquilo que seria o convés do navio, e
com as traves mestras à vista, no fundo circulam
dezenas de robalos de grande dimensão. Muitas
fanecas e sargos. Vislumbro aquilo que julgo serem
corvinas. As judias passeiam‐se pelo navio, tal qual
as Anthias que por ali pululam em cardumes. Avis‐
tamos ainda um safio (pequeno congro), e detemo
Quem está habituado a lidar com o Mar, entende
‐nos por breves instantes a ver a carga de carvão
facilmente as condicionantes da Natureza no que
prensado que ali resiste ao tempo.” […]Mas lá que
toca a alcançar certos objectivos; sejam eles a
fiquei satisfeito, lá isso fiquei ...” Ler mais em:
observação de vida Marinha, dentro ou fora de
http://jejeunderwaterworld.blogspot.com.
água. A observação dos cetáceos é condicionada,
também, pela ondulação, que caso seja considerá‐
vel dificulta grandemente a sua visualização à dis‐ Referência curiosa a acrescentar a este mergulho,
tância. Por outro lado, ventos desfavoráveis condi‐ era a imensidão de rascassos (Scorpaenidae) que
cionam a visibilidade das águas, e, portanto, se encontrava nas redondezas e no próprio navio;
podem comprometer os mergulhos idealizados, Ditam as regras que não se deve tocar ou distur‐
até porque tínhamos “iniciados” e “avançados”, bar a Vida Marinha; neste caso aconselha‐se viva‐
estes últimos mais habituados às “sevícias” das
mente a ter um bom controle de flutuabilidade,
águas do Norte, quando a visibilidade, por vezes, é
não vá o mergulhador menos atento “aterrar” em
reduzida e a ondulação uma constante.
cima de um destes bichinhos, ou eventualmente
Resumindo, mergulhadores do Norte estão, por “segurar‐se” sobre um deles. Na subida, graças a
norma, habituados a certas condições que não um “VR3”, fiquei com o Luis Magina a fazer um
agradariam a outros tipos de mergulhadores habi‐ patamar prolongado dispensando o guia da espera.
tuados a condições menos “agrestes”. Infelizmente a minha ex‐câmara digital não nos
acompanhou nestes mergulhos, tendo ficado algu‐
No entanto, e com a ajuda dos Ventos, tivemos res no Oceano Atlântico há uns meses atrás; teria
uma boa visibilidade nos 5 mergulhos que se fize‐
sido um bom “auxiliar de memórias”.
ram, não os 15m comuns em Sagres, mas 7/8 m.
Os 17ºC de temperatura da água também foram
Durante a tarde, seguiu‐se mais um mergulho, a
bastante reconfortantes.
profundidades convenientes aos iniciados (P1/
A Sara e Ricardo da Mar Ilimitado, propuseram um OWD), cumprindo‐se as regras do mergulho, já que
plano de contingência (dependendo das condições
meteorológicas) ficando estabelecido desde o dia
1, um plano A e um plano B, de forma a permitir a
realização de todas as actividades previstas.
Os mais avançados, foram os “sacrificados” com
uma saída pelas 8h30 no dia 2, ao encontro do
Naufrágio “Torvore”.
Os habitantes e residentes deste naufrágio foram,
portanto, visitados pela nossa comitiva. Por entre
as chapas, um belíssimo cardume de robalos pro‐
curava refúgio e, citando Jerónimo Velasco, que
também nos acompanhou: “Quanto ao mergulho,
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tínhamos, alguns, realizado um mergulho dito Na manhã do dia 3, realizou‐se a saída pelágica do
“profundo” no Torvore. A PADI que me perdoe grupo “não‐mergulhador”, que tinha ficado com a
pelas aspas, mas a grande maioria dos naufrágios manhã por sua conta, recuperando da viagem. Não
de interesse a Norte do País estão em cotas seme‐ tão afortunados como os mergulhadores, avista‐
lhantes (ou sup.) e portanto essa cotas são regular‐ ram apenas 4 golfinhos‐comuns (Delphinus delphis)
mente visitadas pelos nossos mergulhadores. com crias.
Para essa noite, a organização tinha tratado de
fugir ao circuito turístico de forma a organizar um
jantar para a comitiva do AQUAICBAS, a baixo cus‐
to e com qualidade; jantar no qual se celebrou,
também, o aniversário de um dos participantes
com grande animação. Um agradecimento especial
ao Sr. Manuel, por nos ter recebido novamente de
braços abertos, bem como à Sr.ª D. Vagem, que
nos preparou um excelente bolo de aniversário
caseiro, em cima da hora!
Seguiu‐se a vez do grupo de mergulhadores partir
em busca dos Golfinhos e com grande sorte, fomos
presenteados com um grupo de 15 a 20 indivíduos
da espécie Roaz Corvineiro (Tursiops Truncatus) ,
composto por adultos e subadultos.
Após farto jantar, bem comido e bem bebido, (há
que relembrar que com estas temperaturas e com
mergulhos sucessivos, convém manter as
“gargantas hidratadas”), recorremos à zona apro‐
priada em Sagres. As visitas aos vários bares locais,
foram presenteadas com shot´s e com alguma
influência “marroquina”, quem sabe pela proximi‐
Por grande sorte fomos presenteados com um
dade geográfica (citando Sara Magalhães), tendo
grupo de 15‐a 20 indivíduos de Roazes corvineiros,
sido regateados os preços das bebidas, de forma a
que a “hidratação” não faltasse a todos os presen‐
tes.
com adultos e subadultos presentes; digamos que
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OWD´s tiveram a oportunidade de ver uma
panóplia de vida marinha, desde moreias,
gorgónias, santolas, safios, sargos, etc.
Posteriormente os P2+ retornarem ao porto‐de‐
abrigo para o intervalo de superfície e troca de
garrafas, para iniciar o mergulho nocturno na
mesma zona.Um mergulho sem dúvida
espectacular, já que a visibilidade tinha melhorado
e entre outros factos fomos “atacados” por um
grupo de lulas locais, que em vez de seguirem a
sua atracção natural pela luz (i.e. lanternas)
decidiram fazer autênticas investidas contra os
mergulhadores como se estes fossem forcados
numa tourada subaquática, apontando não aos
focos mas ao peito de alguns deles! A vida Marinha
foi uma constante e curiosamente a constatação
estes sim, atingem dimensões bastante superiores por parte de alguns dos nossos mergulhadores de
ao Golfinho‐Comum, e presentearam‐nos com um que a permissividade das espécies à aproximação
verdadeiro espectáculo de acrobacias e era de uma forma geral maior do que no Norte do
permanência nas redondezas; o suficiente para pais.A água era de tal modo cristalina, que tive de
permitir que de facto se realizasse a “Natação com reduzir a potência do foco gentilmente cedido pelo
Golfinhos”, e/ou apneias; momentos registados no “Daniel” para 75% e posteriormente para 50%,
nosso canal do Youtube. para não tornar o mergulho nocturno, num
mergulho quase diurno! Aquilo realmente era um
(http://www.youtube.com/aquaicbas/). FOCO…Após grande satisfação dos mergulhadores,
e grandes bronzeados e (escaldões nalguns casos)
O grupo “não‐mergulhador” teve a oportunidade
daqueles que em terra tinham ficado, a escolha do
de aproveitar a manhã para um excelente dia de
local de jantar foi decretado como “dia‐livre” para
praia bem como surf e bodyboard, sendo Sagres
permitir aos participantes escolherem os mais
também um local de excelência para a prática
variados pratos e conhecerem um pouco mais de
destes desportos.
Sagres, reencontrando‐se a comitiva após jantar
num dos pontos de “hidratação” existentes.
Após mais uma noite de festividades, ou melhor
dizendo, alegria, as hostes regressaram ao hotel
para recuperar as forças para mais um dia.
A heterogenia aparente do grupo, e as designações
“mergulhador/não‐mergulhador” em nada
influenciaram o convívio, tendo resultado numa
salutar troca de experiências.
Mais dois mergulhos se seguiram; a “Ponta da
Atalaia” serviu e bem serviu os nossos interesses já
que foi reconhecida durante o dia, onde os P1s/
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As Ilhas do Martinhal foram o spot escolhido,
De referir que nestas redondezas tinha sido
avistado um tubarão‐frade por caçadores
submarinos, bem como na Ponta da Atalaia;
para gáudio dos mergulhadores, onde se podem
infelizmente não fomos presenteados com
fazer mergulhos verdadeiramente interessantes tal
nenhum avistamento de tais criaturas, mas
é a diversidade existente junto às ilhas bem como
também seria sorte a mais tendo em conta o
na área circundante.
encontro do dia anterior com os roazes.
Como diria o Sérgio Rocha, “Pepinos, tantos
pepinos, grande Salada!” tal era a quantidade de
pepinos‐do‐mar existente na área; os
nudibrânquios também eram uma constante para
os olhos mais atentos, já para não falar da
diversidade de espécies de peixes.
Nos vários mergulhos de nível iniciado, optamos
por um sistema de rotatividade de buddies, de
forma a que os mais recentes na actividade
pudessem aprender com os mais experientes e ao
mesmo tempo ganharem mais aquacidade e
capacidade de adaptação.
Julgo que para os mais experientes se tornou
também gratificante acompanhar o entusiasmo
crescente dos mais recentes na actividade.
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Aqui fica um agradecimento à Sara e Ricardo da
“Mar Ilimitado” por nos ter proporcionado estes
dias fantásticos, a todos aqueles que participaram
nesta “escapadinha de 4 dias”, bem como ao
Tomás que volta e meia vinha visitar os “homens
de fatos espaciais com válvulvas que faziam
“Psssst!” presenteado‐nos com um grande sorriso,
ao Sr. Borges (VALPI) condutor da comitiva e
carinhosamente adoptado pelo grupo, bem como a
DAEICBAS e respectivos patrocinadores que
facilitaram grandemente a realização desta
actividade.
Texto por: Artur Santos
Coordenador AQUAICBAS
http://aquaicbas.pt.vu
Núcleo de Actividades Aquáticas UP (NAAUP)
Imagens gentilmente cedidas por:
Ana Marques
José Miguel Gomes
Jerónimo Velasco
Filomena Ferreira
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