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I (8 + 6 valores)
1.
Josep, cidado polaco e Benita, italo-polaca, viviam em Varsvia, terra natal de
ambos, quando se conheceram e principiaram um perodo de namoro.
Em 1997, aps umas frias em Portugal, decidiram emigrar para o nosso pas,
encantados com o sol, o clima e a paisagem, e confiantes no perodo de crescimento
econmico que Portugal, ento, atravessava.
Casaram em Junho de 1998, na cidade de Aveiro onde ambos viviam.
Celebraram uma conveno antenupcial na qual escolheram o regime da
comunho de adquiridos previsto nos arts. 1721. e ss. do Cdigo Civil.
No princpio de 2008, Josep ficou desempregado e, sem o conhecimento de
Benita, comeou a no pagar as contas do supermercado e da farmcia, ficando mesmo
a dever a mensalidade do infantrio frequentado pela filha do casal, entretanto nascida.
Em meados de 2009, Benita surpreendida com vrias aces judiciais,
exigindo-lhe o pagamento das dvidas contradas por Josep, nos termos do art. 1691.,
n.1, b) do CC portugus.
Benita contesta a aco, alegando que ela e o marido so polacos e, por isso, ao
seu casamento aplicvel a lei polaca, segundo a qual todas as dvidas assumidas pelos
cnjuges so prprias, excepto as que forem assumidas por um deles para ocorrer aos
encargos da vida domstica mas somente no caso de estarem casados no regime
supletivo da lei polaca que o da separao de bens com participao nos adquiridos.
Admitindo que:
1)
2)
II
Ao divrcio aplicvel a lei portuguesa enquanto lei da RH comum, nos termos do
art. 52., n. 2 ex vi art. 55., n. 1: a violao do dever de assistncia , abstractamente,
fundamento do pedido de divrcio litigioso. Aplica-se tambm o art. 55., n.2 (conexo
cumulativa ou limitativa) e a lei polaca (sem reenvio, nos termos j expostos) que no
considera os factos praticados como fundamento do divrcio. A aco improcedia.
Ratio legis da norma: defesa das expectativas das partes e limitao do direito ao
divrcio.
Se a aco tivesse sido interposta nos dias de hoje seria aplicvel o Regulamento
(UE) n. 1259/2010, do Conselho, de 20 de Dezembro de 2010. mbito de aplicao
temporal, territorial e material. Soluo supletiva: art. 8.: lei da residncia habitual, lei
portuguesa.