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1ª) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. Ocorre antes de transitar em julgado a sentença final
da ação. Regula-se pelo art. 109 do CP, o qual se enquadram inclusive as subespécies de prescrição:
prescrição retroativa e prescrição intercorrente ou superveniente; e
2ª) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA. Nesta modalidade a prescrição tem seu prazo em
curso após o transito em julgado da sentença final.
1º) A prática de crimes de racismo( art. 5º, XLII da CRFB/88), prevista na lei nº. 7.716/89 com as
alterações introduzidas pelas leis nº. 8.081/90 e nº. 9459/97.
2º) A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a Ordem Constitucional e o Estado Democrático
(art. 5º, XLIV da CRFB/88) com moldura da Lei nº. 7.170/83, Lei de Segurança Pública.
A prescrição da pretensão punitiva é matéria de ordem pública, deve ser reconhecida em qualquer fase da
ação penal, de ofício, nos termos do art. 61 do Código de Processo Penal.
Prazos de formas de contagem Os prazos de prescrição variam de acordo com a quantidade de pena
abstrata ou concreta.
- Pena abstrata é aquela cominada no tipo penal descrito. Por exemplo, homicídio simples (art. 121 do
CP), pena de reclusão de seis a vinte anos. O artigo 109 do CP estabelece que o prazo de prescrição
regula-se pelo máximo de pena privativa de liberdade cominada ao crime. No caso do homicídio simples
a pena aplicada para a contagem do prazo prescricional será de vinte anos, sendo o seu prazo
prescricional de vinte anos, de acordo com inciso, I do art. 109 do CP.
- Pena concreta é aquela imposta pelo juiz. No exemplo acima, digamos que o juiz condene o réu em
doze anos de reclusão. Neste caso, o prazo prescricional será de dezesseis anos, art. 109, II do CP.
Contagem do prazo: Conta-se o dia do começo, indiferentemente da fração do dia, dessa forma, mesmo
que o agente cometa uma infração às 23 horas do dia 30 de agosto, por exemplo, não importa que o dia
possua somente uma hora, conta-se por inteiro e esse deverá valer para efeito de prazo de prescrição. O
calendário utilizado é comum, o gregoriano.
Multa: O artigo 114 do Código Penal dispõe que a pena de multa sendo ela a única abstratamente
cominada, o prazo para a prescrição será sempre em dois anos (inciso I), e quando ela for
cumulativamente ou alternativamente aplicada com outro tipo de pena (reclusão ou detenção), o prazo
prescricional será o mesmo estabelecido para a prescrição da pena de liberdade.
Desclassificação: Quando houver desclassificação de uma infração para outra, o prazo prescricional da
pretensão punitiva deverá ser regulado pela pena máxima cominada ao delito que o juiz desclassificou,
desprezando-se a capitulação legal da denúncia.
Termos Iniciais: Para a contagem do termo inicial da prescrição da pretensão punitiva utiliza-se o artigo
111 do Código Penal.
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
I - do dia em que o crime se consumou;
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o
fato se tornou conhecido.
a) Nos crimes materiais: o prazo prescricional tem início na data da produção do resultado, ainda que em
outra data tenha sido realizada a conduta;
b) Crimes de mera conduta: a prescrição tem seu início na data do comportamento. Por exemplo, artigo
150;
c) Crime culposo:
· de resultado: a prescrição tem inicio no dia de sua produção;
· mera conduta: na data do comportamento;
d) Crime preterdoloso: na data de produção do resultado;
e) Tentativa: no dia de realização do último ato executório;
f) Crime habitual: na data do último ato delitivo;
g) Crime continuado: a prescrição tem início na data da realização de cada crime, considerado
isoladamente (art. 119 do CP), desprezando-se o acréscimo estabelecido no artigo 71 do CP.
Causas de aumento e diminuição da pena: Essas causas, como o próprio nome diz, podem diminuir ou
aumentar a pena aplicada. Conseqüentemente, alteram o prazo prescricional da pretensão punitiva.
Quando essa alteração for variável, por exemplo, aumenta-se a pena de um a dois terços, dessa forma,
incide-se a que mais agrava a pena. Na prescrição da pretensão executória, esta regra nada influenciará,
pois a pena será concreta, o juiz fará o desconto ou o acréscimo da pena na hora da decisão.
Concurso de Crimes: O artigo 119 do Código Penal regula o prazo prescricional no caso de concurso de
crimes, sendo assim, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada crime, considerado
isoladamente, desprezando-se as causas de aumento de pena nos arts, 70 e 71 do CP. Neste diapasão,
verifica-se três formas de concurso de crimes:
1) concurso material: quando há mais de uma conduta e mais de um crime. Art. 69 do CP
2) concurso formal – quando existir uma só conduta e mais de um crime. art. 70 do CP.
3) crime continuado: quando existem várias condutas e somente um crime. Art.71 do CP.
Crimes complexos e conexos: A prescrição da pretensão punitiva no tocante ao delito complexo, nos
termos do art. 108, 1ª parte do CP, existem duas regras a respeito:
1ª) A prescrição da pretensão punitiva no que tange ao crime que funciona como elemento típico de outro,
não se estende a este, ou seja, uma figura típica de menor gravidade objetiva integra como elementar a
descrição de outra de maior gravidade. No caso de eventual prescrição em relação ao delito de menor
gravidade, não alcançará a pretensão estatal da prática da infração de maior gravidade.
2ª) A prescrição da pretensão punitiva em relação a crime que funciona como circunstância qualificadora
de outro, não se estende a este, isto é, da mesma forma que o item anterior, quando houver prática de
crime que venha qualificar outro, a eventual prescrição da qualificadora não se estende ao delito principal.
Nos crimes conexos, a pena de cada infração regula o prazo prescricional respectivo, considerada
isoladamente (art. 108, 2ª parte do CP).
Idade do Agente: O artigo 115 do Código Penal promove um benefício por conta da idade do agente,
reduzindo pela metade os prazos de prescrição quando o criminoso era ao tempo do crime menor de vinte
e um anos ou, na data da sentença, maior de setenta anos. Esse dispositivo ficou parcialmente
prejudicado, visto que com o advento do Novo Código Civil de 2002, o qual reduziu a maioridade para
dezoito anos, não há no que se falar em menoridade relativa, que antes variava de dezoitos anos até vinte
e um anos. Agora, a menoridade relativa versará entre dezesseis e dezoito anos, logo neste caso a primeira
parte do artigo é inaplicável, pois de acordo com as normas do Código Penal (art. 27 do CP), abaixo de
dezoito anos o agente é inimputável.
Causas Suspensivas: Verificando-se uma causa suspensiva determinada no artigo 116 do Código penal,
o curso da prescrição será suspenso, retornando a contagem do decurso depois de suprido ou desaparecido
o impedimento. Na suspensão o lapso prescricional já decorrido não desaparece, permanece válido.
Superada a causa suspensiva, a prescrição recomeça a ser contada pelo tempo que falta, somando-se com
o decurso anterior.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o
processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
§ 1o As provas antecipadas serão produzidas na presença do Ministério público e do defensor dativo.
c) Citação através de carta rogatória de acusado no estrangeiro. O artigo 368 do CPP, igualmente alterado
pela lei nº. 9271/96, dispõe que o prazo prescricional ficará suspenso até o cumprimento da carta
rogatória.
Causas Interruptivas da prescrição: Ao contrário do que ocorre com as causas suspensivas, que
permitem a soma do tempo anterior ao fato que gerou a suspensão da prescrição com o tempo posterior,
as causa interruptivas tem o condão de fazer com que o prazo seja novamente iniciado, dessa maneira,
despreza-se o tempo anterior ao marco interruptivo, iniciando-se nova contagem.
A doutrina entende que as causas interruptivas elencadas no artigo 117 do CP são taxativas e não
exemplificativa como no casa das causas suspensivas.
Efeitos da interrupção:
O parágrafo primeiro do citado artigo 117, estende a interrupção da prescrição relativamente a todos os
autores do crime, excepcionando os casos do inciso V e VI, já nos crimes conexos que sejam objeto do
mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.