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As aventuras de Tric e Séc

Omar de Camargo

VIAGEM AO CENTRO DO ÁTOMO

- Mais uma semana que se inicia – pensa o professor. E


eu vou ter que continuar a explicar sobre a constituição da
matéria para eles. Isso não vai ser fácil.

Algumas aulas. Exercícios no computador. Novas


palavras. Como se comportar com os terráqueos. Afinal boas
maneiras até no espaço sideral funcionam.

Mas não teve jeito, por mais que o professor falasse ou


inventasse o assunto átomo veio à tona.

- E aí professor? Aquela história acabou assim. Nunca


mais se falou em átomo. Nós queríamos saber mais sobre o
átomo terráqueo, não é Séc?

- É isso aí bró .

- O que? Aonde vocês aprenderam esse palavreado?

- A gente viu nuns filmes que alugamos nesse fim de


semana. Maó legal.

- Parem!Parem já com isso, não quero ouvir nem mais


uma palavra dessas. Aonde já se viu! Vocês uns Et’s tão novos e
falando assim. Parem!

- Foi mal professor – diz Tric.


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O professor nessa altura da conversa conta, em
pensamento, o tempo que falta para se aposentar.

- Mas, então professor quando iremos ter novas aulas


sobre o átomo?

- Logo logo, crianças. Eu estou preparando os minidiscos


de apresentação onde teremos como mostrar a vocês que o
átomo não é apenas uma palavra, é muito mais do que isso. Ele
é o componente sem o qual a matéria não existe.

- Bem, aqui em Alfa Centauro não é bem assim o Sr.


sabe, não é ?

- Claro que sei. Se não fossem os campos geradores de


plastoenergia nós não poderíamos ficar juntos. Mesmo assim
quando é época de manutenção nos geradores todos têm que se
afastar, pois o perigo é eminente.- conclui o professor

Esse problema é o calcanhar de Aquiles das relações


entre nós e eles. Quase tudo que conhecemos sobre átomos, lá
não vale. Daí a necessidade de explicar como o átomo foi
descoberto e sobre as partículas que constituem o átomo.

- Bem, chega de conversa, vamos começar a explicar a


constituição do átomo. Para nós, na Terra, o átomo é constituído
de partículas básicas que são os prótons, elétrons e nêutrons.

- Professor, eu li numa revista da Terra que o próton tem


carga elétrica positiva. É verdade? – questiona Séc.
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- Sim é verdade. Muito bem Séc , gostei de ver, você está
se saindo bastante bem.

- Isso não é vantagem nenhuma, eu também sei. E sei


que o elétron não tem carga, não é professor?

- Não Tric. O elétron tem carga negativa. Quem não tem


carga é o que nós chamamos de nêutron.

- Mas, só tem essas partículas dentro do átomo


professor? – pergunta Séc.

- Não, na verdade tem muito mais do que isso. Porém,


para que fique mais fácil de entender dizemos que são só essas.
Nossos cientistas estão sempre procurando por partículas
desconhecidas e com isso entender de fato a natureza atômica.

- Professor, professor! – insiste Tric. Podemos viajar


dentro do átomo?

-Claro que não Tric. Onde já se viu uma coisa dessas. O


átomo é tão pequeno que não há como fazer isso.

O professor tentava desesperadamente escapar daquilo


que parecia inevitável a aquela altura da conversa, que era ser
encolhido.

- Tem sim, tem sim. Nós sabemos como. Não é Séc?

- É verdade professor. Nós vimos nosso pai fazer isso


com minha avó, um dia lá em casa.Ela queria achar uma moeda
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que tinha caído debaixo do sofá e então meu pai ajudou-a,
fazendo isso.Mas, eu acho que ela não gostou muito não
professor.

- Eu acho que ela não achou a moeda Séc. – diz Tric


completando a fala de Séc.

- Ora, ora, crianças vamos deixar isso de lado. Pois eu


também não gostaria de ser encolhido. Além do que o
encolhedor lá do laboratório não está funcionando corretamente.

- Mas, a gente pode consertar professor. O senhor sabe


que nós conseguimos, não é? – insiste Séc.

Achando que os garotos iriam desistir se ele concordasse


com o conserto o professor decide aceitar. Bem pelo menos essa
era a intenção.

- Tá bom. Vocês podem consertar e depois vamos ver


como é que fica.

Por sorte a aula acabou ali, naquele instante, e dessa o


professor estava livre, ao menos por enquanto.

Os dias se passaram e tudo transcorrera normalmente. O


professor estava aliviado, pois pensava que aquele assunto já
havia sido esquecido. Mas qual. Certo dia em pleno horário de
lanche Tric e Séc encontram o professor para dar-lhe a boa
notícia.

- Professor! Terminamos.- diz Séc.


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- Terminaram o quê?

- O que ficamos de fazer.

- Vocês poderiam me esclarecer?

- O encolhedor professor. Nós o consertamos.

Bom, não é preciso dizer que o professor ficou quase


paralisado com a notícia.

- Bem, sei, não, é. Não digam? Que maravilha!

Tric e Séc rodeavam o professor como se fossem abelhas


em torno do mel. Não sossegaram enquanto o professor não
prometeu que iria com eles em mais uma viagem. Só que não
através do tempo. Desta vez seria para dentro do átomo.

- Professor! Precisamos levar alguma roupa especial?


Afinal dentro do átomo deve ser eletrizante, não é? - questiona
Tric.

- Muito bem lembrado, Tric. Levaremos roupas que


sejam isolantes e que impeçam a ação magnética.

Todos se dirigem ao Centro de Desenvolvimento e


Pesquisas Intergalácticas. E lá conversam com os Professores
Munch e Lang. Munch é doutor na área têxtil e desenvolve
fibras especiais inorgânicas, Lang cuida da parte de fibras vivas.
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- Professores. Estamos aqui procurando por uma roupa
especial que posa nos proteger de uma viagem ao centro do
átomo.- fala Tric . Tomando a dianteira da conversa.

- Viagem pra onde?

- Ih! Tric! Eles não sabem o que é isso.E agora?

- É fácil Séc. Vamos transmitir para eles o que nós


aprendemos na última viagem.

O professor dos garotos assiste a tudo aquilo abismado e


querendo saber como eles iriam passar o conhecimento para os
professores.

- Vamos nos conectar. – diz Séc.

- Conectar?

- Assim, ó.

Imediatamente eles se tocam colocando uns a mão na


nuca dos outros. Em seguida emitem um zumbido como se
fossem abelhas. E dentro de alguns instantes todos
compartilhavam daqueles novos conhecimentos.

- Ah! Agora sim, entendemos do que se trata.- diz


professor Lang.

- Queiram vir por aqui. O professor Munch os levará


para a nossa sala de espera onde vocês aguardarão por um tempo
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para que possamos procurar em nossos bancos de dados por uma
roupa assim.

Após muitos refrescos de Aluska (fruta vinda da


província de Terkos no planeta Meltra próximo à constelação de
Virgo) e biscoitos feitos de farinha lamuriana(Lamur – planeta
que fica bem próximo a Alfa Centauro), nossos amigos recebem
a notícia:

- Senhores aqui está. A nossa mais recente descoberta – a


roupa auto ajustável de fibras organoelasto. Essa roupa se ajusta
perfeitamente ao corpo de quem a usa, não molha e ainda possui
sensores que através de um amplificador neutralizam as
influências magnéticas e elétricas de qualquer fonte.- comenta
eufórico o professor Lang.

- É a nossa mais recente descoberta. – enfatiza o


professor Munch.

- Mas vocês têm certeza de que isso irá funcionar? –


questiona Séc.

- É. E se não funcionar? Como é que fica? Nós podemos


morrer! – diz preocupado Séc.

- Meninos, acho melhor nós desistirmos dessa idéia, não


é? – argumenta o professor na esperança de que eles desistam da
idéia de viajar dentro do átomo.
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- Não, não, não professor. Nós consertamos o módulo
encolhedor e agora queremos ver como que é o seu átomo.

- É mesmo, o senhor fala tanto dele que nós agora temos


que ver para acreditar.

- Não se preocupem. – dizem os cientistas. Nós já


testamos tudo direitinho e está funcionando perfeitamente.

- Bom, se é assim. Vamos pegar a roupa e partir.- fala


Tric.

- Mas antes devemos providenciar uma nave para


podermos viajar dentro do átomo. – argumenta o professor.

- Ih. É mesmo. A gente estava esquecendo disso. – diz


Tric.

- O meu pai empresta para nós uma nave que ele tem
guardada lá em casa. É pequena, mas serve.

Os cientistas ao saberem que iriam utilizar uma nave


para a aventura, entregam a eles um aparelho destinado a
impedir qualquer interferência provocada pelas forças
magnéticas no interior do átomo.

- Olhem, coloquem isto aqui para evitar qualquer


problema com a nave de vocês.

Séc estava entusiasmado com a idéia de conhecer o


átomo por dentro.
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Foram todos contentes de volta para a estação espacial.
Exceto é claro, o professor, que lamentava não ter conseguido
desmotivar Séc e Tric.

No dia seguinte lá estavam eles, de malas prontas para


mais uma aventura.

Séc veio com a nave que seu pai lhe emprestara e Tric já
estava até vestido com a nova roupa. Os três se ajeitam na nave.
E de repente...

- Espera aí? Como é que nós vamos entrar no átomo? E


átomo de quê? – pergunta Séc com ar de preocupado.

- Já resolvi isso. – diz o professor. Embaixo da nave eu


coloquei um pedaço de metal. e assim que formos encolhidos
iremos entrar pelos espaços vazios que os átomos têm.

- Ué. O átomo é vazio professor?- pergunta Tric.

- Um imenso vazio, Tric. As partículas de carga


negativa, que nós chamamos de elétrons ficam bem distantes do
centro do átomo. Se o centro do átomo tivesse um diâmetro de
aproximadamente 2 metros , os elétrons estariam a mais ou
menos dez quilômetros de distância dele.

- O senhor poderia explicar melhor o que significa dez


quilômetros? – O professor havia esquecidoque nossos amigos
ET’s não usam o sistema métrico para medir as distâncias e o
professor havia esquecido disso.
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- É verdade. Vocês não medem como nós medimos. Dez
quilômetros é mais ou menos 11,2 xericons( unidade de medida
em alfa centauro).

- Agora sim. Entendemos. Puxa, é longe. Não é,


professor?

- É sim. E agora vamos deixar de conversa e ligar essa


coisa. Ah! Não esqueça de ligar a câmera de TV para filmarmos
o nosso encolhimento e também podermos monitorar de dentro
da nave o que estiver acontecendo no laboratório.

Todos sentados. Cinto de segurança apertado.Começa a


contagem regressiva.

Sanc(cinco)

Tauz(quatro)

Forg(três)
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Dul(dois)

Irm(um)

Nur(zero)

- Ignição

Faíscas por todos os lados.Um arco-íris resplandece por toda a


sala do laboratório. Um zumbido penetrante e nossos
aventureiros começam a encolher.Cada vez mais e mais.Até
desaparecerem. Como um vórtice eles penetram no pequeno
pedaço de metal e continuam encolhendo, pois têm que chegar a
um tamanho que permita a eles verem o átomo. Por sorte nossos
amiguinhos já haviam programado o computador para desligar
somente quando ficassem do tamanho dez vezes maior que uma
partícula atômica.

- Pronto – diz o professor. Parece que chegamos em


algum lugar.

Todos estão boquiabertos. Um festival de luzes no


horizonte e de repente, numa enorme velocidade passa uma
partícula reluzente, e mais outra, e mais outra. Muitas outras,
como se fossem fogos de artifício.

- Nooossa, professor. Como elas são rápidas, quase não


dá pra gente ver!- fala Séc abismado com o que está vendo.

Olha lá,olha lá. Vai bater em nós!- grita Tric


desesperado.
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Imediatamente o professor ajusta os controles da nave e
desvia evitando o pior. Mas com isso eles caem
vertiginosamente terminando por ficarem dentro do núcleo.
Aproveitando a ocasião o professor explica:

- Bem, estamos no núcleo do átomo. Vejam aqueles ali


pulsando e em tons amarelos, vamos até lá para vermos qual a
carga elétrica que ele possui.

Então Séc dirige lentamente a nave até bem perto


daquela partícula e com um sensor medem a carga da partícula.

- É positiva! A carga é positiva! – anuncia Tric.

- Então essa partícula é aquela que conhecemos como


próton. – acrescenta o professor.

- Séc! – chama o professor.

- Sim, o que o senhor quer?

- Vamos ampliar a imagem dessa partícula.

- Professor, porque o próton é diferente do elétron? –


pergunta Tric.

Bom, o próton tem carga positiva e o elétron tem carga


negativa e também o próton tem 1836 vezes mais massa do que
o elétron.
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- Nossa, professor olha só quantas outras luzinhas lá
dentro.- fala Séc admirado.

- O que são essas luzinhas professor?

- São partículas ainda menores do que o próton.

- Quer dizer que o próton não é uma partícula e sim um


aglomerado de partículas menores? – questiona Tric.

- Sim. – responde o professor que não leva a conversa


adiante, pois ainda era muito cedo para eles se preocuparem com
isso.

- Professor, o que são essas outras partículas que estão


entre os prótons? – pergunta Séc.

- Provavelmente são os nêutrons. Vamos ver qual a carga


elétrica deles.

Em seguida Séc posiciona o sensor para a direção


daquelas partículas que eram de um azul pálido muito bonito.

- Ih! Acho que tá quebrado. Não marcou nada.

- Claro Séc, esses são os nêutrons. Eles não têm carga,


são neutros. Vamos aproximar a ima

gem como nós fizemos anteriormente.

- Tric se adianta e pega o controle. Aproxima a imagem


umas mil vezes.
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- Olha, aqui também tem aquelas luzinhas.

- Deixa-me ver, deixa – diz Séc empurrando o


coleguinha .

Os dois discutem e o professor que não entende bem a


língua deles resolve colocá-los de castigo.

- Vocês não precisam brigar por isso. É melhor irmos


embora daqui e voltarmos ao tamanho normal. Tric acione os
motores para irmos para longe do núcleo.

Tric obedece e aciona os motores da nave. Lentamente


começam sair do núcleo deixando para trás aquelas luzes lindas.

Quando estavam a meio caminho ouve-se um bip no


painel e uma luz vermelha começa a piscar incessantemente.

- O que isso significa meninos? – pergunta desesperado o


professor.

- Ih, O nosso escudo defletor de carga está


enfraquecendo. – grita Séc.

A nave ao invés de subir começa a descer rodopiando


em direção ao núcleo.
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- Professor! Professor! Precisamos consertar o gerador
do escudo senão o
casco da nossa nave irá

polarizar e acabaremos
batendo no núcleo.

O gerador do
escudo defletor de
carga é o responsável
pela despolarização do
casco da nave e sem ele
os nossos aventureiros
terão vida curta.

- Certo meninos. Vamos pensar. Se o gerador não está


legal devemos talvez inverter a polaridade das bobinas e ver o
que acontece.

Enquanto o professor procurava uma saída a nave


rodopiava e estava próxima do choque com o núcleo e com o
casco polarizado, como se fosse um elétron gigante, iria
provocar uma reação desestabilizando o núcleo. Era o fim.

- Séc! – grita o professor . Inverta a polaridade das


bobinas. É agora ou nunca mais.

Séc obedece imediatamente e o silêncio por alguns


segundos pareciam uma eternidade. Daí ouve-se um zumbido e
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a nave estabiliza quando estava bem próxima de bater com o
núcleo do átomo.

- Oba! Oba! Deu certo. Gritaram todos.

- Vamos minha gente, vamos embora daqui antes que


seja tarde demais.

Rumo à superfície. Sempre em frente. Mas, o perigo não


havia passado.

- Elétrons a estibordo!- grita Séc.

- 30 graus à esquerda. Diz o professor, para Séc.

- Cuidado! Mais velocidade Tric.- comanda o professor.

Como uma chuva de meteoros os elétrons passam,


girando, uns para a direita outros para a esquerda, com uma
enorme velocidade. Observador Tric questiona:

- Porque eles estão uns girando para a esquerda e outros


para a direita?

Preocupado com os elétrons que se aproximavam, o


professor explica:

- É que o nós chamamos de spin do elétron, ou seja,


rotação. Uns giram em torno do seu próprio eixo para a direita e
outros para a esquerda.
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Nisso, outros elétrons, como meteoros em alta
velocidade passam tão perto que fazem a nave rodopiar.

- Perto demais. Tire-nos daqui Sr. Séc – fala o professor.

- É pra já.

- Tric, acione o computador para aumentar nosso


tamanho.

- Pois não professor. Dentro de na-nur torgs. Oops, dez


segundos professor.

Enquanto aguarda a contagem o professor liga o monitor


para checar se tudo está bem no

laboratório, de repente:

- Pára! Pára! Pára a contagem Tric! Alguma coisa


aconteceu! Não estou captando nenhuma imagem no monitor.
Tá tudo escuro.

Tric sai de sua poltrona e vem até o professor e começa a


rir sem parar.

- Mas o que é? Por que você está rindo desse jeito? O


que foi que aconteceu?

O professor ficou preocupado pensando que aquele riso


de Tric fosse por puro desespero. Quando ele fala:
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- Professor, o senhor não ligou o cabo de conexão. Assim
não vai ter imagem mesmo. - e continuou a rir, voltando para o
seu lugar.

O professor meio sem graça abaixa-se e liga o danado do


cabo obtendo uma imagem nítida como um dia de sol.

Enfim, tudo estava bem e a contagem pôde ser


reiniciada.

Dul(dois)

Irm(um)

Nur(zero)

Novamente, raios e luzes coloridas e nossos viajantes


estão de volta ao tamanho normal, sãos e salvos. Mas, não
pense que isso é o fim, pois nossos amigos ainda irão viver
muitas histórias.

FIM

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