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Pela primeira vez, Ciro admitiu também que pode largar a política
partidária neste ano. Ex-prefeito de Fortaleza, ex-governador do Ceará,
ex-ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso e ex-ministro
de Lula, Ciro Gomes tem uma carreira política vitoriosa. Aos 53 anos,
poderá se ver obrigado a fazer uma parada técnica e ficar de fora da
política por dois anos se se dispuser a voltar na condição de prefeito,
ou até quatro anos, se quiser voar mais alto. Terá então 57 anos, jovem
para padrões políticos.
Como transferiu seu título de eleitor para São Paulo, Ciro tem diante de si a
alternativa de sair candidato a deputado federal por um Estado onde é
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conhecido, mas não tem raízes eleitorais. Tem ainda a alternativa de deixar
a política eleitoral de lado temporariamente.
Ciro Gomes afirma que Lula tem a popularidade que merece ter, pois
seu governo tem realizações. “Mas ele não é Deus”. Ciro critica a
decisão do Palácio do Planalto de interferir no debate interno do PSB e
critica ainda o que classifica de subserviência partidária: “Tiraram de
mim o direito de ser candidato. Mas quer saber? Relaxei. Eles não
querem que eu seja candidato? Querem apoiar a Dilma? Que apoiem a
Dilma. Estou como a Tereza Batista cansada de guerra. Acompanho o
partido. Não vou confrontar o Lula. Não vou confrontar a Dilma.”
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O que ele queria era disputar. Estar lá. Participar dos debates. Aparecer nos
programas eleitorais. “Não me importava de ser um candidato com 2%,
5%, 10% das intenções de voto. Acho que minha presença nos debates e
nos programas de televisão poderia provocar uma discussão no país, uma
discussão sobre o futuro do Brasil.”
Para Ciro Gomes, o eleitor precisa ser alertado com seriedade para um
debate envolvendo o futuro da economia brasileira. "Virá uma crise por aí",
diz Ciro.
“Minha sensação agora é que o Serra vai ganhar esta eleição. Dilma é
melhor do que o Serra como pessoa. Mas o Serra é mais preparado, mais
legítimo, mais capaz. Mais capaz inclusive de trair o conservadorismo e
enfrentar a crise que conheceremos em um ou dois anos.”
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As palavras mais pesadas partem em geral do deputado cearense. Nesta
entrevista, Serra foi poupado de ataques. “Todos sabem o que sinto pelo
Serra. Não preciso repetir”.