Você está na página 1de 2

Numa aula de estudo Acompanhado, a professora do 7ºB ditou o seguinte

sumário: “Expressão Escrita livre ao som de…”. Colocou, então, um CD a tocar e


pediu aos alunos para escreverem um texto livre inspirados na música que
começavam a ouvir. E assim foi.

Estou cansada de esperar por ti. Reprimida por todos os meus medos. Se tiveres
que partir, desejo que o meu amor por ti me deixe em paz. Mesmo sabendo que me vai
custar. Mesmo sabendo que essa dor vai ser muito real. Mesmo sabendo que essas
feridas não vão cicatrizar. É apenas mais sofrimento que o tempo não pode apagar.
Já tive sonhos agradáveis mas, agora, só me vem o teu rosto ao pensamento. Por
vezes, gostava que estivesses ao meu lado para me enxugares as lágrimas perdidas no
teu olhar cruel.
Preciso da tua luz para me guiar nesta escuridão profunda. Seria bom que
mudasses o modo como vês a vida; seria tudo muito mais fácil…
Beatriz Mendes, nº6

Num campo verde, cheio de flores amarelas, vermelhas, azuis, roxas, entre
muitas outras cores, andava uma menina a rebolar na relva. Rebolava e tocava
suavemente com os seus dedos finos nas flores. Por entre as folhagens, andava à
procura de paz. Quando viu aquele monte cheio de alegria, paz e amor, correu atrás do
amor e pediu-lhe que enchesse todo o mundo de amor. Tocou na paz e esta perguntou:
- Que queres minha jovem?
A menina disse-lhe que queria paz para todas as pessoas. Por último, tocou na
alegria e pediu-lhe que enchesse o mundo de alegria.
Continuou a caminhar e encontrou-se num vale escuro e cheio de ódio, medo,
amargura, saudade e morte. A menina não conseguia voltar para trás, estava trancada
naquele vale sombrio. Tocou na morte e disse:
- Leva-me para onde quiseres, mas deixa a minha família e os meus amigos!
A morte começou, então, a desaparecer e abriu-se uma porta por onde saía muita
luz e muita alegria. Ao som de uma melodia suave e tranquila, a menina entrou e viu
tudo muito tranquilo e cheio de paz. Por onde passava, as pessoas paravam e
estranhavam tanta doçura e tanta beleza. Ela, continuou a sua aventura pelas portas do
Paraíso. Chegou a uma última porta e, ao entrar, foi recebida com uma música onírica e
única. A menina esfregou os olhos e regressou ao campo verdejante e cheio de flores…
Catarina Guerreiro, nº7

Era uma vez um rapaz de catorze anos que vivia numa grande cidade, com uma
família feliz. Um dia, devido a um trágico acidente de viação, perdeu os seus pais, a sua
irmã mais nova e a sua avó. Como não tinha mais nenhum familiar vivo, ficou órfão e
foi para um orfanato. Durante vários anos, o rapaz tentou ultrapassar o trauma de
infância - a perda dos seus familiares queridos - e tentou, sobretudo, encontrar
novamente o significado do amor.
Numa descoberta do amor, embarcou, sozinho, numa volta ao mundo na qual
pretendia preencher o seu vazio. No último dia da sua viagem, quando pensava
regressar para a sua cidade e ficar sozinho para o resto da sua vida, viu uma mulher
deslumbrante pela qual se apaixonara perdidamente e com a qual acabara por casar…
Rita Leandro, nº23
O SAMURAI

Havia, na antiga China, um Imperador muito novo, cruel e egoísta. Cobrava impostos ao
povo chinês tão altos que os camponeses quase não tinham de comer. Um dia, um
jovem rapaz que já não aguentava aquela miserável vida, decidiu viajar para as
montanhas, lugar onde um velho sábio treinava rapazes para se tornarem samurais.
O jovem chegou finalmente às montanhas e encontrou o sábio que lhe disse:
- Queres aprender a arte de ser samurai?
- Sim, por favor. Já não aguento a governação daquele imperador. Por causa dos
seus impostos os meus pais morreram à fome para nos sustentar, a mim e à minha irmã
mas, pouco tempo depois, ela também morreu. Então, eu vim para saber se me podia
treinar.
- Diz-me o teu nome.
- Ling Po.
- Então, Ling, toma este fato e esta espada de samurai – disse o sábio. Irás
precisar disto.
Ling começou, então, um treino muito rigoroso para aprender a manejar a
espada e acertar nos inimigos e não nos amigos. Quando, já quase manejava a espada,
surgem outros alunos do sábio que gozam com ele e lhe dizem que deveria voltar para
casa para junto da sua mãe. Claro que isso o deixou furioso: gozarem assim com a sua
falecida mãe. Estava decidido a dar-lhe uma carga de porrada, mas o sábio impediu-o.
- Vem comigo, Ling – diz o sábio.
Dirigiram-se para o pátio.
- Preciso explicar-te uma coisa – continuou. Os insultos são como presentes. Se
não os aceitares, para quem ficam eles?
- Para a pessoa que mos tentou dar.
- Exactamente. Agora, podes recomeçar o teu treino.
Ling trina ainda mais até estar já pronto para enfrentar o imperador e os seus
guardas.
- Obrigado mestre – disse Ling.
- Ora, não foi nada.
Ling despede-se e vai-se embora. Quando chega à sua aldeia, vê todos os seus
amigos a sofrer.
- Eu prometo que vos tiro a todos desta vida horrível – disse – nem que seja a
última coisa que eu faça.
Ling infiltra-se no castelo do imperador, à noite, e encontra-o na cama.
Aproxima-se dele, acorda-o e com a espada no pescoço, o imperador diz:
- Mas que é isto?
- Se não prometeres que vais tratar muito melhor o teu povo, mato-te.
- Está bem, está bem – disse o imperador.
Na manhã seguinte, o imperador devolve a comida
dos impostos aos camponeses e vivem todos contentes na China.
Quanto ao samurai Ling, arranjou uma família e viveram felizes.
Pedro Freitas, nº21

No final, a professora revelou aos alunos o que tinham


estado a ouvir: a banda sonora do filme O último Samurai.

Você também pode gostar