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Primeiro, como entender esta palavra, subjetividade? Determinao conceitual e histrica. Para
que seja factvel pensar numa subjetividade em crise, preciso dimensionar o que pode ser um
conceito de subjetividade que seja passvel de transformao histrica, uma noo que mude com o
desenrolar do tempo.
No bvio pensar uma subjetividade em crise porque se pensa subjetividade como uma dimenso
subjetiva/psquica prpria da experincia dos sujeitos como indivduos em sua vida mais cotidiana, isto ,
enquanto portadores de uma biografia singular cuja moradia reside num espao de subjetividade privatizada,
ou seja, toda uma ideia de que temos sentimentos e emoes privados, que o que vivemos em nossa vida
nunca foi vivido por mais ningum, que a nossa vida nica e o que sentimos mais intimamente quase
incomunicvel. Como pode algo to ntimo e biogrfico passar por transformaes histricas, por uma crise
social? Um deslocamento de perspectiva necessrio para que este problema se torne pensvel.
(II)
O que significa dizer, ento, que esta subjetividade disciplinar est em crise?
Quais foram as mudanas histricas que ensejaram ento as modificaes na ordem da subjetividade?
Porque falar em crise falar em ruptura, transformao, inflexo, modificao. A minha tese bsica de que
a crise da subjetividade refere-se a uma crise social mais ampla da qual a subjetividade jamais poderia
passar inclume, isto , trata-se uma crise dos mecanismos que produziram a subjetividade disciplinar.
Primeiro vou fazer uma pequena exposio das caractersticas desta sociedade disciplinar, depois vou
mostrar como ela entrou em crise e, por fim, tomar o Facebook como ferramenta na qual se pode verificar
esta mutao (crise) da subjetividade. De um momento histrico onde o poder agia por meio da coero
da liberdade para um outro momento histrico onde ele nutrido pela liberdade, ou seja, a liberdade
passa a ser o fundamento do poder.
(III)
Como as redes sociais [Facebook] podem ser vistas como expresso de uma mutao da
subjetividade? De que modo as caractersticas do Facebook, sobretudo no que se refere aos perfis
individuais, sempre sorridentes, trabalhadores, ativos, dispostos, felizes etc.
# Meu objetivo nessa interveno , claro, montar uma crtica social a partir destas noes:
subjetividade, crise, redes sociais e contemporaneidade. Ou seja, como podemos articular estas noes
na direo de uma crtica social?