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2 — O presente diploma aplica-se ao ruído de vizi- zação portuguesa aplicável em matéria de acústica e
nhança e às actividades ruidosas, permanentes e tem- dos anexos I e II do presente diploma, que dele fazem
porárias, susceptíveis de causar incomodidade, nomea- parte integrante.
damente às seguintes: 2 — Na ausência de normalização portuguesa, são uti-
lizadas as definições e procedimentos constantes de nor-
a) Implantação, construção, reconstrução, amplia- malização europeia ou internacional adoptada de acordo
ção e alteração da utilização de edifícios; com a legislação vigente.
b) Laboração de estabelecimentos destinados à 3 — Para efeitos do presente diploma, entende-se
indústria, comércio e serviços; por:
c) Utilização de máquinas e equipamentos;
d) Infra-estruturas de transporte, veículos e trá- a) Actividades ruidosas — actividades susceptíveis
fego; de produzir ruído nocivo ou incomodativo, para
e) Espectáculos, diversões, manifestações despor- os que habitem, trabalhem ou permaneçam nas
tivas, feiras e mercados; imediações do local onde decorrem;
f) Sinalização sonora; b) Actividades ruidosas temporárias — as activida-
g) Execução de obras de construção civil. des ruidosas que, não constituindo um acto iso-
lado, assumem carácter não permanente, tais
como obras de construção civil, competições
3 — O regime instituído pelo presente diploma não desportivas, espectáculos, festas ou outros diver-
prejudica o disposto em legislação especial, nomeada- timentos, feiras e mercados;
mente sobre máquinas e equipamentos, aeronaves e veí- c) Avaliação acústica — a verificação da confor-
culos rodoviários a motor, alarmes contra intrusão em midade de situações específicas de ruído com
edifícios ou ruído nos locais de trabalho, nem o regime os limites estabelecidos;
estabelecido nos artigos 27.o a 32.o do Decreto-Lei d) Mapa de ruído — descritor dos níveis de expo-
n.o 316/95, de 28 de Novembro. sição a ruído ambiente exterior, traçado em
documento onde se representem as áreas e os
Artigo 2.o contornos das zonas de ruído às quais corres-
ponde uma determinada classe de valores
Princípios fundamentais expressos em dB(A);
1 — Constitui dever do Estado, das Regiões Autó- e) Períodos de referência:
nomas e das autarquias locais, no quadro das suas atri- i) Período diurno, das 7 às 22 horas;
buições e das competências dos respectivos órgãos, pro- ii) Período nocturno, das 22 às 7 horas;
mover as medidas de carácter administrativo, técnico
ou outras, adequadas para o controlo do ruído, nos limi- f) Ruído de vizinhança — todo o ruído não enqua-
tes da lei e no respeito do interesse público e dos direitos, drável em actos ou actividades sujeitas a regime
liberdades e garantias dos cidadãos. específico no âmbito do presente diploma, habi-
2 — Compete ao Estado definir uma estratégia nacio- tualmente associado ao uso habitacional e às
nal de redução da poluição sonora e definir um modelo actividades que lhe são inerentes, produzido em
de integração da política de controlo de ruído nas polí- lugar público ou privado, directamente por
ticas de desenvolvimento económico e social e nas alguém ou por intermédio de outrem ou de coisa
demais políticas sectoriais com incidência ambiental, no à sua guarda, ou de animal colocado sob a sua
ordenamento do território e na saúde. responsabilidade, que, pela sua duração, repe-
3 — Compete ao Estado e às demais pessoas colec- tição ou intensidade, seja susceptível de atentar
tivas de direito público, em especial às autarquias locais, contra a tranquilidade da vizinhança ou a saúde
tomar todas as medidas adequadas para o controlo e pública;
minimização dos incómodos causados pelo ruído deri- g) Zonas sensíveis — áreas definidas em instru-
vado do desenvolvimento directo de quaisquer activi- mentos de planeamento territorial como voca-
dades, incluindo as que corram sob a sua responsabi- cionadas para usos habitacionais, existentes ou
lidade ou orientação. previstos, bem como para escolas, hospitais,
4 — As actividades ruidosas susceptíveis de causar espaços de recreio e lazer e outros equipamen-
incomodidade, nomeadamente as referidas no n.o 2 do tos colectivos prioritariamente utilizados pelas
artigo 1.o, podem ser submetidas ao regime de avaliação populações como locais de recolhimento, exis-
de impacte ambiental ou a um regime de parecer prévio, tentes ou a instalar;
como formalidades essenciais dos respectivos procedi- h) Zonas mistas — as zonas existentes ou previstas
em instrumentos de planeamento territorial efi-
mentos de licenciamento, autorização ou aprovação, nos cazes, cuja ocupação seja afecta a outras uti-
termos do artigo 5.o, a licença especial de ruído, nos lizações, para além das referidas na definição
termos do artigo 9.o, ou ainda ser sujeitas a especiais de zonas sensíveis, nomeadamente a comércio
medidas cautelares. e serviços.
5 — Na conjugação do disposto no presente diploma
com as demais disposições legais aplicáveis, em especial
em matéria de urbanismo, construção, indústria, comér- CAPÍTULO II
cio e outras actividades produtivas ou de lazer, deve
prevalecer a solução que melhor assegure a tranqui- Medidas gerais de prevenção
lidade e o repouso nos locais destinados à habitação, e controlo da poluição sonora
escolas, hospitais e outros espaços de recolhimento. Artigo 4.o
Instrumentos de planeamento territorial
Artigo 3.o
Conceitos
1 — A execução da política de ordenamento do ter-
ritório e de urbanismo deve assegurar a qualidade do
1 — Para efeitos do presente diploma, são utilizadas ambiente sonoro, promovendo a distribuição adequada,
as definições e procedimentos constantes da normali- em especial, das funções de habitação, trabalho e lazer.
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12 — A suspensão prevista no número anterior é exterior mencionados nos quadros n.os 1 e 2 do anexo II
determinada por decisão do presidente da câmara ou que não contenham indicação, aposta pelo fabricante
do governador civil respectivamente competente para ou importador, do respectivo nível de potência sonora
o licenciamento ou autorização, depois de lavrado auto garantida pelo fabricante.
da ocorrência pela autoridade policial, oficiosamente 2 — Os equipamentos constantes dos quadros n.os 1
ou a pedido de qualquer interessado ou reclamante. e 2 do anexo II não podem exceder os limites de nível
de potência sonora neles indicados.
Artigo 10.o 3 — A instalação e a utilização de máquinas e de
equipamentos de uso profissional ou doméstico em
Ruído de vizinhança locais susceptíveis de causar incomodidade a terceiros
1 — Quando uma situação seja susceptível de cons- está sujeita ao cumprimento dos valores fixados no n.o 3
tituir ruído de vizinhança, os interessados têm a facul- do artigo 8.o
dade de apresentar queixas às autoridades policiais da SECÇÃO III
área.
2 — Sempre que o ruído for produzido no período Tráfego
nocturno, as autoridades policiais ordenam à pessoa ou
pessoas que estiverem na sua origem a adopção das Artigo 15.o
medidas adequadas para fazer cessar, de imediato, a Infra-estruturas de transporte
incomodidade do ruído produzido.
3 — Se o ruído de vizinhança ocorrer no período 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 5.o, as enti-
diurno, as autoridades policiais notificam a pessoa ou dades responsáveis pelo planeamento ou pelo projecto
pessoas que estiverem na sua origem para, em prazo das novas infra-estruturas de transporte rodoviárias, fer-
determinado, cessar as acções que estão na sua origem roviárias, aeroportos e aeródromos ou pelas alterações
ou tomar as medidas necessárias para que cesse a inco- às existentes devem adoptar as medidas necessárias para
modidade do ruído produzido. que a exposição da população ao ruído no exterior não
ultrapasse os níveis sonoros referidos no n.o 3 do
artigo 4.o, para as zonas sensíveis e mistas.
CAPÍTULO IV 2 — Sempre que sejam identificadas situações já exis-
tentes à data da entrada em vigor do presente diploma,
Actividades ruidosas em especial em que sejam ultrapassados os níveis sonoros referidos
SECÇÃO I no n.o 3 do artigo 4.o, as entidades responsáveis pelas
infra-estruturas de transporte em exploração devem ela-
Edifícios borar planos de monitorização e redução de ruído, sub-
metendo-os à apreciação prévia da Direcção-Geral do
Artigo 11.o Ambiente, no prazo de um ano a contar da data de
Requisitos dos edifícios entrada em vigor do presente diploma.
3 — O parecer emitido pela Direcção-Geral do
Os requisitos acústicos dos edifícios são os fixados Ambiente, nos termos do número anterior, é vinculativo
nas disposições legais e regulamentares aplicáveis. para as entidades responsáveis pelas infra-estruturas de
transporte.
Artigo 12.o Artigo 16.o
Ruído no interior dos edifícios Veículos rodoviários a motor
Sem prejuízo do disposto na legislação específica rela- 1 — A circulação de veículos com motor cujo valor
tiva à produção de ruído nos locais de trabalho, no inte- do nível sonoro do ruído global de funcionamento
rior de edifícios onde sejam exercidas actividades que exceda os valores fixados no livrete, considerado o limite
requeiram concentração e sossego é aplicável o disposto de tolerância de 5 dB (A), é proibida e sancionada nos
no n.o 3 do artigo 8.o termos do Código da Estrada e respectivo Regulamento.
2 — No caso dos veículos de duas e três rodas de
SECÇÃO II cujo livrete não conste o valor do nível sonoro, a medição
do nível sonoro do ruído de funcionamento será feita
Máquinas e equipamentos em conformidade com a NP 2067, com o veículo em
regime de rotação máxima, devendo respeitar-se os limi-
Artigo 13.o tes constantes do anexo III do presente diploma, que
Equipamentos dele faz parte integrante.
3 — Todos os veículos ficam sujeitos, aquando das
1 — O ruído produzido pelos equipamentos de uso inspecções periódicas previstas na lei, ao controlo do
profissional para utilização no exterior referidos nos valor do nível sonoro do ruído global de funcionamento,
quadros n.os 1 e 2 do anexo II deve ser caracterizado, de acordo com o estabelecido nos n.os 1 e 2 do presente
na certificação acústica, por laboratório acreditado nos artigo.
termos da legislação aplicável, através do nível de potên- Artigo 17.o
cia sonora garantida pelo fabricante.
2 — A caracterização prevista no número anterior Tráfego aéreo
pode ser feita, também, para os equipamentos de uso 1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
doméstico, a requerimento do fabricante ou importador. nos aeroportos e aeródromos são proibidas as aterragens
ou descolagens de aeronaves civis, entre as 0 e as 6 horas,
Artigo 14.o salvo por motivo de força maior.
Instalação e utilização 2 — Em situações de reconhecido interesse público,
por portaria dos Ministros do Equipamento Social e
1 — É interdita a colocação no mercado, a instalação do Ambiente e do Ordenamento do Território, a proi-
e a utilização dos equipamentos de uso profissional no bição constante do número anterior pode não ser apli-
N.o 263 — 14 de Novembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6517
cável a aeroportos em que se encontre instalado e em 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
funcionamento um sistema de monitorização do ruído. as direcções regionais do ambiente e do ordenamento
3 — A proibição constante do n.o 1 aplica-se um ano do território prestarão apoio técnico às entidades que
após a data da entrada em vigor do presente diploma. o solicitem, com vista à boa execução do presente
4 — A portaria prevista no n.o 2 estabelece, em cada diploma.
caso, o quantitativo máximo de movimentos aéreos per- 4 — As entidades fiscalizadoras podem recorrer, nos
mitidos entre as 0 e as 6 horas, bem como as carac- termos gerais, ao apoio técnico de entidades acreditadas
terísticas técnicas das aeronaves abrangidas, na parte para a área do ambiente e que exerçam a sua actividade
relativa à protecção contra a poluição sonora. no domínio do ruído.
5 — Todas as aeronaves a operar no território nacio-
nal devem possuir uma certificação acústica concedida Artigo 21.o
de acordo com as normas ICAO.
Controlo metrológico de aparelhos
Quadro n.o 2
Máquinas com lagartas (com excepção das 107 104 87 + 11logP 84 + 11logP
escavadoras) [potência útil instalada (P)
em kW].
Nota. — O nível admissível de potência sonora em dB(A), para cada grupo de equipamentos constantes da tabela, é o máximo dos valores
indicados nas colunas A e C, até 29 de Dezembro de 2001, e nas colunas B e D, a partir de 30 de Dezembro de 2001.
ANEXO III
DIÁRIO DA REPÚBLICA
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