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A Teoria Cinética dos Gases Quando uma garrafa de champanha, cerveja ou qualquer outra bebida com gés 6 aberta, uma névoa se forma em torno da boca da garrafa e parte do liquid espirra para fora. Na fotografi anévoa éanuvem branca que envolve a rolha, e 08 respingos sao 0s riscos no interior da nuvem. A resposta esta neste capitulo. Tom BranctVPhato Researchers 215 Capitulo 19 | A Teoria Cinética dos Gases he Aha eats Um dos t6picos principais da termodinamica é a fisica dos gases. Um gas é formado de dtomos (isolados ow unidos em moléculas) que ocupam totalmente 0 volume do recipiente em que se encontram e exercem pressdo sobre suas paredes. Muitas vezes podemos atribuir uma temperatura tinica a um gés confinado. Essas trés proprieda- des de um gas (volume, pressito e temperatura) estéo relacionadas ao movimento dos dtomos. O volume é resultado da liberdade que os étomos tém para se espalhar por todo o recipiente, a pressdo é causada por colisdes dos étomos com as paredes do recipiente e a temperatura esté associada a energia cinética dos étomos. A teoria cinética dos gases, o foco deste capitulo, relaciona volume, presséo e temperatura de um gas ao movimento dos étomos. ‘A teoria cinética dos gases tem muitas aplicagdes préticas. Os engenheiros au- tomobilisticos estudam a queima do combustivel vaporizado (um gas) nos motores dos carros. Os engenheiros de alimentos medem a taxa de produgio do gas de fer- mentagio que faz 0 pao crescer quando esta sendo assado. Os engenheiros da indtis- tria de bebidas procuram entender como o gas produz um “colarinho” em um copo de chope. Os engenheiros biomédicos tentam calcular 0 tempo minimo que um mer- gulhador deve levar para subir a superficie para nao correr o risco de que bolhas de nitrogenio se formem no sangue. Os meteorologistas investigam os efeitos das tro- cas de calor entre os oceanos e a atmosfera sobre as condigdes do tempo. primero passo em nossa discussio da teoria cinética dos gases tem a ver com amedigao da quantidade de gas presente em uma amostra, que ¢ feita usando o nti- mero de Avogadro, 19-2 10 Numero de Avogadro Quando estamos lidando com étomos e moléculas faz sentido medir o tamanho das amostras em mols, Fazendo isso, temos certeza de que estamos comparando amos- tras que contém o mesmo ntimero de dtomos ¢ moléculas. O mol, uma das sete uni: dades fundamentais do SI, € definido da seguinte forma: A pergunta dbvia é a seguinte: “Quantos 4tomos ou moléculas existem em um mol?” A resposta foi obtida experimentalmente, Como vimos no Capitulo 18, ela éa seguinte: Na = 6,02 x 10" mol“! (némero de Avogactro), (19-1) ‘onde mol~ representa o inverso do mol ou “por mol”, e mol é 0 simbolo da unidade mol. O miimero NV, é chamado de mimero de Avogadro em homenagem ao cientista italiano Amedeo Avogadro (1776-1856), um dos primeiros a concluir que todos os gases que ocupam o mesmo volume nas mesmas condigdes de temperatura e pres- so contém o mesmo niimero de dtomos ou moléculas. Onntimero de mols n contidos em uma amostra de qualquer substancia é igual & ra- zo entre o ntimero de moléculas N da amostra e o mimero de moléculas Nem 1 mol: wv ae n (19-2) (Atengao: Como os trés simbolos desta equagdo podem ser facilmente confundidos, certifique-se de que compreendeu bem o que significam, para evitar problemas futu- 0s.) Podemos calcular o numero de mols 2 em uma amostra a partir da massa Myy da amostra e da massa molar M (a massa de um mol) ou da massa molecular m (a massa de uma molécuta): (19-3) mN, Na Eq, 19-3 usamos o fato de que a massa M de 1 mol é 0 produto da massa m de uma molécula pelo mimero de moléculas Nem | mol: M=mNq. (19-4) S PARA A SOLUGAO DE PROBLEMAS 195 | Gas ei ica 1: Numero de Avogadro de Qué? Na Eq. 19-1, por exemplo, se a unidade elementar é um Atomo, podemos es- © mimero de Avogadro esté expresso em mol-', que é 0 inver- crever Ny = 602 x 10 étomosimol. Se a unidade elementat & so do mol ou Limol: a unidade do numerador nio esté indica- uma molécula, podemos escrever Ny = 6(22x 10" moléculas/mol da, Nada nos impede de indicar expliciamente no numerador Esta forma de proceder ajuda a tornar mais claro qual € a uni- ual é 2 unidade envolvida em cada situagio espectfica. Assim, dade bésica usada como referéncia, 19-3 | Gases Ideais Nosso objetivo neste capitulo é explicar as propriedades macroscépicas de um gis (como, por exemplo, sua pressio ¢ temperatura) em termos das moléculas que o constituem, Surge, porém, um problema, De que g4s estamos falando? Seria ele hi- drogénio, oxigénio, metano ou, talvez, hexafluoreto de urdinio? Eles so todos dife- entes. As medidas mostram, porém, que se colocarmos 1 mol de vérios gases em Fecipientes de mesmo volume ¢ mantivermos os gases & mesma temperatura, as Presses medidas sero quase iguais. Se repetirmos as medidas com concentragoes dos gases cada vez menores, essas pequenas diferengas das presses medidas ten- dem a desaparecer. Medidas mais precisas mostram que, em baixas concentragdes, todos os gases reais obedecem a relagao PV=ART (eidos gasesideais), (19-5) onde p € a pressio absoluta (¢ nao a manométrica), n é 0 ntimero de mols do gés Téa temperatura em Kelvins. © fator R & chamado de constante dos gases ideais, ¢ possuio mesmo valor para todos os gases: R=831 JimolK. (19-6) A Eq, 19-5 € a chamada lei dos gases ideais. Contanto que a concentragio do 24s seja baixa, essa lei se aplica a qualquer g4s ou mistura de gases. (No caso de uma mistura,n é 0 niimero total de mols na mistura.) Podemos escrever a Eq. 19-5 de outra forma, em termos de uma constante k chamada constante de Boltzmann, cefinida como _R __831J/molK N, 60210" mol =1,38%10 YK, (19-7) De acordo coma Eq. (19-7), R = temos: Na. Assim, de acordo com a Eq. 19-2 (n = NIN), nR = Nk. (19-8) Substituindo esta relagao na Eq, 19-5, obtemos uma segunda expresso para a lei dos gases ideais: PV=NKT (eidos gases ideais), (19-9) (Atengao: Note a diferenga entre as duas expressdes da lei dos gases ideais. A Eq. 19-5 envolve o nimero de mols, n, enquanto a Eq. 19-9 envolve o ntimero de moléculas, N.) Capitulo 19 | A Teoria Cinética dos Gases FIG. 19-1 Um vagio-tanque esmagado da noite para o dia, (Cortesia de www. Houston. Railfan. net) 320K, 310K, 300K v FIG. 19.2 Tiésisotermas em um diagrama p-V.A trajetoria mostrada na isoterma central representa ‘uma expansio isotérmica de um és de um estado inicial /para um estado final fA trajetéria de fpara na mesma isoterma representa ‘© processo inverso, ou seja, uma ‘compressio isotérmica, O leitor pode estar se perguntando:“O que é, afinal, um gas ideal e por que cle é importante?” A resposta est na simplici dade da lei (Eqs. 19-5 ¢ 19-9) que governa as propriedades ma- como yeremos em seguida, podemos deduzir muitas das propriedades de um gis, Embora nao exista na natureza um gés com as propriedades exatas de um gés ideal, todos os gases reais se aproximam do estado ideal em concentragdes suficientemente baixas, ou seja, em condigdes nas quais as moléculas esto t20 distantes umas das outras que praticamente nao interagem. Assim, 0 conceito de gas ideal nos permite obter informagGes titeis a respeito do ‘comportamento-limite dos gases reais Uma equipe de faxina estava usando vapor d’égua para limpar o interior do vagio-tanque da Fig. 19-1. Como ainda nao haviam terminado o trabalho no final do expediente, fecharam as vélvulas do vagio e foram embora. Quando voltaram na ma- nha seguinte, descobriram que as grossas paredes de ago do va- gio tinham sido esmagadas, como se uma criatura gigantesca de um filme de ficgao cientifica classe B tivesse pisado no vagdo durante a noite. A Eq, 19-9 fornece uma explicagdo para 0 que aconteceu com o vagio. Quando © vagiio estava sendo lavado seu interior estava cheio de vapor quente, que é um gas de moléculas de agua, A equipe de faxina deixou o vapor dentro do tanque quando fechou as valvulas do vagio no final do expediente. Nessa ocasido, a pressio no in- terior do tanque era igual a pressdo atmosférica, porque as vélvulas tinham perma~ necido abertas durante a limpeza. Quando o vagao esfriou durante a noite, o vapor esfriou e a maior parte se transformou em dgua, o que significa que tanto o ntimero N de moléculas de gas quanto a temperatura T do gés diminuiram. Assim, o lado direito da Eq. 19-9 diminuiu ¢, como o volume V se manteve constante, a pressio p do lado esquerdo também diminuiu, Em algum momento durante a noite a pressio do gas no interior do vagiio ficou tao baixa que a pressdo atmosférica foi suficiente para esmagar as paredes de ago do vagao. A equipe de faxina poderia ter evitado 0 acidente deixando as vélvulas abertas, para que 0 ar entrasse no vagio e mantivesse apressio interna igual pressao atmosférica, Trabalho Realizado por um Gas Ideal a Temperatura Constante ‘Suponha que um gés ideal seja introduzido em um cilindro com um émbolo, como o do Capitulo 18. Suponha também que permitimos que o gas se expanda de um vo- lume inicial Vj para um volume final V,, mantendo constante a temperatura T do gas. Um processo desse tipo, a temperatura constante,é chamado de expansdo isotérmica (c0 processo inverso é chamado de compressio isotérmica). Em um diagrama p-V, uma isoterma € uma curva que liga pontos de mesma temperatura, Assim, ela é 0 grafico da presso em fungi do volume para um gés cuja temperatura Té mantida constante, Para n mols de um gis ideal, ela é 0 grafico da equacao = nT = (constante) + (19-10), ie v A Fig. 19-2 mostra trés isotermas, cada uma correspondendo a um valor diferent (constante) de 7. (Observe que os valores de T' das isotermas aumentam para ci € para a direita.) A expansdo isotérmica do gas do estado i para o estado fa temy ratura constante de 310 K esta indicada na isoterma do meio Para determinar o trabalho realizado por um gas ideal durante uma expans isotérmica, comegamos com a Eq. 18-25, Esta € uma expresso geral para o trabalho realizado durante qualquer variagio de volume de um gés, No caso de um gas ideal, podemos usar a Eq. 19-5 (pV = nRT) para eliminar p,obtendo “aR oy Como estamos supondo que se trata de uma expansio isotérmica, T é constante, de modo que podemos colocé-la do lado de fora do sinal de integragao e eserever Wenkr [ & snrrnv. (19-13) We av. (19-12) Caleulando 0 valor da expressio entre colchetes nos limites indicados ¢ usando a relagdo Ina ~ In b = In(a/b), obtemos vy, WenkT In (ghsideal, procesoisotérmico). (19-14) Lembre-se de que o simbolo In indica que se trata de um logaritmo natural, cle base e. No caso de uma expansio, V;é maior do que V;, de modo que a razio VV, na Eg, 19-14 é maior que 1. O logaritmo natural de um niimero maior do que 1 é positivo ©. portanto, como era de se esperar, o trabalho W realizado por um gas ideal durante uma expansao isotérmica € positivo. No caso de uma compressio, V;é menor que V, de modo que a razao entre os volumes na Eq. 19-14 é menor que 1. Assim, como era de se esperar, o logaritmo natural nesta equagao (e, portanto,o trabalho W) é negativo. Trabalho Realizado a Volume Constante e a Pressao Constante A Eq, 19-14 nfo permite calcular 0 trabalho W realizado por um gas ideal em qual- quer processo termodinamico; ela s6 pode ser usada quando a temperatura é man- tida constante. Se a temperatura varia, a varidvel T da Eq, 19-12 nio pode ser colo cada do lado de fora do sinal de integracdo, como na Eq. 19-13, de modo que nao é Possivel obter a Eq. 19-14, Entretanto, podemos sempre voltar 4 Eq. 19-11 para determinar o trabalho W realizado por um gés ideal (ou qualquer outro gas) durante qualquer processo, como os processos a volume constante ¢ a pressio constante. $e 0 volume do gis é constante, a Eq. 19-11 nos di W=0 (processoa volume constante) (19-15) ‘Se, em vez disso, o volume varia enquanto a pressio p do gas é mantida constante, a Eq. 19-11 se tora 193 | Gee de W=p(V~V)= PAV (proceso. press constant). (49-16) Ve pis tem uma press iil de 3unidades de pressdo © um volume nical de4 a bc de Unidades de volume. tabela mostra a pressfo final eo volume final do gas (nas mestas unidades)em —p [gS Wo > 3a m; > ms. Ordene os tres tipos de acordo (a) com a energia cinética média ¢ (b) ‘com a velocidade média quadrética, em ordem decrescente. 19-6 | Livre Caminho Médio* ‘Vamos continuar 0 estudo do movimento das moléculas em um gis ideal. A Fig. 19-5 mostra a trajet6ria de uma molécula tipica no interior do gas, sofrendo mudangas abruptas tanto do médulo como da orientagio da velocidade ao colidir elastica- ‘mente com outras moléculas. Entre duas colisdes a molécula se move em linha reta com velocidade constante. Embora a figura mostre as outras moléculas como se esti- ‘vessem paradas, clas também esto se movendo. Um parametro ttl para descrever esse movimento aleatério € o livre camino médio A das moléculas. Como 0 nome indica, A € a distancia média percorrida por uma molécula entre duas colisdes. Esperamos que A varie inversamente com N/V, © ntimero de moléculas por unidade de volume (ou concentragao de moléculas). Quanto maior o valor de N/V, maior deve ser o ntimero de colisbes e menor o livre caminho médio. Também esperamos que A varie inversamente algum pardmetro as- sociado ao tamanho das moléculas, como 0 didmetro d, por exemplo. (Se as molécu- las fossem pontuais, como supusemos até agora, nio sofreriam colisdes e o livre ca- minho médio seria infinito.) Assim, quanto maiores forem as moléculas, menor deve ser 0 livre caminho médio. Pociemos até prever que A deve variar (inversamente) com 0 quadrado do didmetro da molécula, jd que é a secdo de choque de uma molé- cula,¢ nao o diémetro, que determina sua drea efetiva como alvo. Na verdade, o livre caminho médio é dado pela seguinte expressio: "A designagao caminho livre médio também ¢ encontrada na literatura, (NE.) 194 | Livre Caminho Medio S FIG. 19-5 Uma molécula se movendo no interior de um gas, colidindo com outras moléeulas do 24s, Embora as outras moléculas sejam mostradas como estaciondrias, também estZo se movendo de forma semelhante, |} o FIG. 19-8 (a) Uma colisio acontece quando os centros de duas moléculas ficam a uma distancia donde d € 0 didmetro das moléculas (b) ‘Uma representagao equivalente, porém mais conveniente,é pensar ‘na motécula em movimento como tendo um raio d e em todas as outras moléculas como pontos. condigao para que acontega uma colisdo permanece a mesma, FIG. 19-7 Nointervalo de tempo At. molécula em movimento varre tumcilindro de comprimento v Are rao d. 1 2nd? NiV livre caminho medio) (19-25) Para justificar a Eq. 19-25, concentramos a atengao em uma tinica molécula e supomos que, como na Fig. 19-5,a molécula esta se movendo com velocidade cons- tante v e que todas as outras moléculas esto em repouso. Mais tarde, vamos dispen- sar esta tiltima hipétese. Supomos ainda que as moléculas sio esferas de didmetro d. Uma colisio ocorre, portanto, se os centros de duas moléculas chegam a uma distancia d um do outro, como na Fig. 19-6a, Uma outra forma de descrever a situagao é supor que 0 raio da nossa molécula € d ¢ todas as outras moléculas so pontuais, como na Fig. 19-66. Isso naio muda 0 critério para uma colisio e facilita a andlise matema- tica do problema. Ao ziguezagucar pelo gas, nossa molécula varre um pequeno cilindro de segio reta am entre colisdes sucessivas. Em intervalo de tempo At a molécula percorre uma distancia vAs, onde v é a sua velocidade. Assim, alinhando todos os pequenos ci- lindros varridos no intervalo Ar formamos um cilindro composto (Fig. 19-7) de com- Primento vas e volume (md’)(vA1). Nesse caso, o niimero de colisdes que acontecem em um intervalo de tempo Ar é igual ao niimero de moléculas (pontuais) no interior desse cilindro, Como NIV € o ntimero de moléculas por unidade de volume, o ntimero de mo- sculas no interior do cilindro é N/V vezes 0 volume do cilindro, ou (N/V)(@2vAr), Este € também o mimero de colisdes que acontecem no intervalo Av. O livre ca- minho médio € 0 comprimento da trajetéria (e do cilindro) dividido por este mt ‘mero: 1, —SMistdncia percorridaem Ary ar numero de colisbesem Ar wd? v At N/V. NV (19-26) Esta equacao é apenas aproximada, porque se baseia na hipstese de que todas as moléculas, exceto uma, esto em repouso. Na verdade, todas as moléculas esto em. movimento; quando este fato é levado em consideracdo o resultado é a Eq. 19-25. Note que ela difere da Eq. 19-26 (aproximada) apenas por um fator del/v2. A aproximacao da Eq. 19-26 tem a ver com os dois simbolos v que cancela- mos. O v do numerador € Vig, a Velocidade média das moléculas em relagio ao recipiente. O v do denominador é v,.,, a velocidade média de nossa molécula em relacao as outras moléculas, que também estao se movendo. E esta tiltima veloci- dade média que determina o niimero de colisées. Um calculo detalhado, levando em conta a distribuigao de velocidades das moléculas, nos da Vj =V2vq; esta & origem do fator v2. O livre caminho médio das moléculas de ar ao nivel do mar € cerca de 0.1 em. A uma altitude de 100 km o ar € tao rarefeito que o livre caminho médio chega a 16 cm. A 300 km o livre caminho médio é da ordem de 20 km, Um problema en- frentado pelos cientistas que estudam a fisica e a quimica da atmosfera superior em laboratério € a falta de recipientes suficientemente grandes para conter amostras de gas nas condigdes em que se encontram nas camadas superiores da atmosfera. O estudo das concentragdes de freon, didxido de carbono e ozénio na atmosfera supe- rior é de importancia vital para o controle da poluigao. Wee 3° Ummol de um gis A,cujas moléculas tém um difimetro 2d, e uma velocidad ‘édia vy, € colocado em um certo recipiente. Um mol de um gas B, cujas moléculas tém tum diimetro dy e uma velocidade média 2vp (as moléculas do gis B so menores e mais "Apidas), € colocado em um recipiente igual, Qual dos gases tem a maior taxa média de es? 19-7 | ADistibuigdo de Velocidades das Motéculas Sxemplo MP (a) Qual € 0 livre caminho médio A de moléculas de oxigé- nio a temperatura 7 = 300 K e a uma pressio p = 1,0 atm? Suponha que o didmetro das moléculas é d= 290 pm e que © gis € ideal. (b) Suponha que a velocidade média das moléculas de oxi- genio é v = 450 m/s. Qual é 0 tempo médio f entre colisdes para qualquer molécula? Qual € a freqiténcia f das coli- ses? WEBI a stecuts de oxnénio se move entre outras moléculas de oxigénio em movimento, descrevendo uma trajetoria em ziguezague por causa das colisoes Assim, 0 livre caminho médio é dado pela Eq. 19-25, Calculo: Para aplicar a Eq. 19-25 precisamos conhecer 0 niimero de moléculas por unidade de volume, N/V. Como (1) Entre colisdes, a molécula percorre,em média, o livre caminho médio A com velocidade v. (2) A freqiéncia das colisdes € 0 inverso do tempo £ entre coli- ses. Caleulos: De acordo com a primeira idéia-chave, 0 tempo médio entre colisées € estamos supondo que se trata de um gis ideal, podemos usar a lei dos gases ideais na forma da Eq. 19-9 (pV = N&T) para escrever N/V = p/kT. Substituindo este valor na Eq. 19-25, obtemos distincia 107m velocidade v 450 m/s 2.44% 10-"s=024ns. (Resposta) Isso significa que, em média, uma molécula de oxigénio 1 AT AS a a d to de nanossegundo sem sofrer a passa menos de um quart f ind? NIV” Vind p ee = (43810 4)G00K) ge mor ene consider eos ¥2m(2,9 10°" m)? (1,01 x10* Pa) fete nat x10 (Resposta) = 11107 m, (Resposta) 1 244x10s Este valor corresponde a cerca de 380 vezes 0 didmetro de uma mokécula de oxigénio. Isso significa que, em média, uma molécula de oxigénio so- fre cerca de 4 bilhdes de colisdes por segundo. 19-7 | A Distribuigado de Velocidades das Moléculas A velocidade média quadrética v;q, nos dé uma idéia geral das velocidades das mo- Jéculas de um gas a uma dada temperatura. Em muitos casos, porém, estamos inte- ressados em informag6es mais detalhadas, como, por exemplo, qual é a porcentagem_ de moléculas com velocidade maior que viq,? Qual é a porcentagem de moléculas com velocidade maior que 0 dobro de vjq,? Para responder a esse tipo de pergunta precisamos saber de que forma os possiveis valores da velocidade esto distribuides pelas moléculas. A Fig, 19-8a mostra esta distribuigao para moléculas de oxigénio & temperatura ambiente (7 = 300 K); na Fig. 19-85 este resultado é comparado com a distribuigdo de velocidades a uma temperatura T = 80K. Em 1852, o fisico escocés James Clerk Maxwell calculou a distribuigao de ve- locidades das moléculas de um gas. O resultado que obteye, conhecido como lei de distribuicao de velocidades de Maxwell, foi o seguinte: PQ)=4n Go)” vig arte (19-27) onde M € a massa molar do g4s, R & a constante dos gases ideais, T’é a temperatura do gas ¢ v é a velocidade escalar da molécula. Graficos desta funcdo esto plotados nas Figs. 19-84 € 19-8b. A grandeza P(v) da Eq. 19-27 e da Fig, 19-8 € uma fungao distribuicdo de probabilidade: para uma dada velocidade v,o produto P(v)dv (uma grandeza adimensional) é fragao de moléculas cujas velocidades esto no intervalo dv no entorno de v. 6, ar eT FIG. 19-8 (a) A distribuicdo de velocidades de Maxwell para moléculas de oxigénio a uma tem| velocidades earacteristicas estao indicadas (b) As curvas para 300 K e 80 K. Note que as moléculas se movem mais devagar ‘quando a temperatura é menor.Como se trata de distribuigbes de am 80010001200 Velocidadle (m/s) @ ratura T= 300K.As tres 00600 aD T0ON—1200 ‘Velocidad (m/s) probabilidiade,a drea sob as curvas ¢ igual i unidade. © ‘Como esta mostrado na Fig, 19-8a, esta fragdo € igual a drea de uma faixa de al- tura P(v) c largura dv. A area total sob a curva da distribuigao corresponde a fragao das moléculas cujas velocidades estao entre zero ¢ infinito. Como todas as moléculas esto nesta categoria, o valor desta drea total é igual 8 unidade, ou seja, ff Podavet. (19-28) A fragao (frac) de moléculas com velocidades no intervalo, digamos, de vy @ v2, 6 portanto, frac= J" PO) dv, (19-29) Velocidade Média, Velocidade Média Quadratica e Velocidade Mais Provavel Em principio, podemos determinar a velocidade média vq das moléculas de um gés da seguinte forma: em primeiro lugar, ponderamos cada valor de v na distribuicao, ‘ou seja, multiplicamos v pela fragdio P(v)dv de moléculas cujas velocidades estéio em um intervalo infinitesimal dv no entorno de v; em seguida, somamos todos esses va- lores de v P(v)dv.O resultado & Yau.Na pratica, isso equivale a calcular vt) dy, (19-30) Substituindo P(v) pelo seu valor, dado pela Eq. 19-27, e usando a integral 20 da lista de integrais do Apéndice E, obtemos aRT Yous = \rag — (eloidade met, (19-31) Analogamente,a média dos quadrados das velocidades, (¥") ug, pode ser caleu- Jada usando a equacio Ones = [Fv PO) dv, (19.32) Substituindo P(v) por seu valor, dado pela Eq, 19-27, ¢ usando a integral 16 da lista de integrais do Apéndice E, obtemos Weg = BZ (19-33) M 19-7 | A DistibuigSo de Velocidades das Moléculas A raiz quadrada de (+")maséa velocidade média quadratica Vin Assim, Yee dean quadrétiea), (19-34) VM ‘© que esta de acordo com a Eq. 19-22. A velocidade mais provavel vp é a velocidade para a qual P(v) é maxima (veja a Fig. 19-8a). Para caleular v, fazemos dPidv = 0 (a inclinagéo da curva na Fig. 19-8a € zero no ponto em que a curva passa pelo maximo) e explicitamos v. Fazendo isso, obtemos |2RT Ye= [opp (eloidade mais proved (19:35) E mais provavel que uma molécula tenha uma velocidade vpdo que qualquer ou- tra velocidade, mas algumas moléculas tém velocidades muito maiores que vp. Essas moléculas esto na cauda de altas velocidades de uma curva de distribuico como a da Fig, 19-82, Devemos ser gratos por essas poucas moléculas de alta velocidade, j4 que sio elas que tornam possivel 4 chuva ea luz solar (sem as quais ndo existiria- mos). Vejamos por qué. Chuva A distribuigao das moléculas de agua, digamos, em um lago no verdo pode ser representada por uma curva como a da Fig. 19-8a. A maioria das moléculas nao Possut energia cinética suficiente para escapar da superficie da égua, Entretanto, al- gumas moléculas muito répidas, com velocidades na cauda de altas velocidades da curva de distribuigdo, podem escapar. Sao essas moléculas de dgua que evaporam, tornando possivel a existéncia das nuvens e da chuva. Quando as moléculas de dgua muito répidas deixam a superficie de um lago, levando energia com elas,a temperatura do lago ndo muda porque este recebe calor das vizinhaneas. Outras moléculas velozes, produzidas através de colisdes, ocupam tapidamente o lugar das moléculas que partiram, e a distribuicao de velocidades permanece a mesma, Luz solar Suponha agora que a curva de distribuigio da Fig. 19-8a se refira a protons no centro do Sol. A energia do Sol se deve a um processo de fusao nuclear que comega com a unido de dois prétons, Entretanto, os protons se repelem por- que possuem cargas elétricas de mesmo sinal, € protons com a velocidade média ‘do possuem energia cinética suficiente para vencer a repulsiio e se aproximar 0 suficiente para que a fusao ocorra, Entretanto, prétons muito répidos, na cauda de altas velocidades da curva de distribuicao, podem se fundir, ¢ é por isso que o Sol brilha, Um cilindro de oxigénio ¢ mantido & temperatura am- 2, A fragdo de moléculas cuja velocidade est4 em um in- biente (300 K). Qual ¢ a fragao das moléculas cuja veloci-.__tervalo infinitesimal dv é P(v)dv. atte est no Intervalo de 599 a 601 m/s? A'massa molar M 3, No caso de um intervalo finito, a fragdo pode ser deter Se anlatain. £00220 kg/mal minada integrando P(v) para o intervalo. 4, Entretanto, o intervalo Av = 2 m/s do problema pode eas ser considerado muito pequeno em comparagao com a 1. As volocidades das moléculas estio distributdas em —_“¢l0eidade v= 600 mis no centro do intervalo, uma larga faixa de valores, com a distribuigio P(v) da Céleulos: Como Av é pequeno, podemos evitar a integra- Eq. 19-27. ‘so usando para a fragdo 0 valor aproximado BREEZY Coptuto 19 1 4 Teoria Cinstica dos Gases My Ave dar( Myr em tie ay oO (err) “ . frac O grifico da fungao P(v) aparece na Fig. 19-8a.A drea total entre a curva ¢ o eixo horizontal representa a fraco total de moléculas (igual & unidade). A area da faixa amarela sombreada representa a frago que queremos caleular. Para determinar o valor de frac, escrevemos frac = (4m\(A)(v?(e)(Av), (19-36) onde ( uy 0.0320 ke mol 2nRT. (2m)(8.31 J mol-K)(300 K) = 2.92 x 10? sim? Exemplo FEI A massa molar M do oxigénio é 0,0320 kg/mol. (a) Qual é a velocidade média vn. das moléculas de oxigé nio A temperatura ambiente (300 K)? MERE as cstcviar a vetocidade méaia, devemos ponderar a velocidade v com a fungao de distribuigdo P(v) da Eq. 19-27 integrar a expressao resultante para todas as velocidades possiveis (ou seja, de 0a»). Céleul sso nos leva A Eq. 19-3], segundo a qual — [SRE SV aM 8(8.31.F mol-K)(300 K) |) 7(0,0320 ke mol) = 445 mis, Este resultado esta indicado na Fig. 19-Ba, (b) Qual é a velocidadle média quadratica ¥;q,a300 K? [ea cave Ving: PEecisamos primeiro, calcular (¥)qca ponderando 1 com a fungao de distribui- Gao P(v) da Eq, 19-27 e integrando a expressio para todas as velocidades possiveis. Fm seguida, ealeulamos a raiz quadrada do resultado. (Resposta) Mv? __ (0,0320 kg'mol)(600 m/s)* 2RT (28.31 J'mol-K)(300K) -231. Substituindo A e B na Eq, 19-36, obtemos fae = (4m) A)(¥2)(e*)(AV) = (A)(2.92 x 10-° sYn?)(600 mis)"(e (2 mis) = 2,62 x 10°, (Resposta) Assim, a temperatura ambiente, 0.262% das moléculas de ‘oxigénio tém velocidades no pequeno intervalo de 599 a 601 m/s, Se a faixa amarela da Fig. 19-8a fosse desenhada na es- cala deste problema, a largura seria dificil de ver a olho nu. Céleulo: Isso nos levis a Eq. 1 (BRT Me [3B.31 mol-K)G00 K) ~ 0,0320 kg’ mol = 483 mis (Resposta) Este resultado, indicado na Fig. 19-80, € maior que Vpea porque as velocidades mais altas influenciam mais o restl- tado quando integramos os valores de v do que quando integramos os valores de v 34, segundo a qual (©) Qual & a velocidade mais provavel va 300 K? Eo vosscitscc sy com sponde a0 maximo da fung’io de distribuigdo P(v), que obtemos fazendo dPidv = Oe explicitando v. Céleulo: Isso nos leva Eq. 19. [aR VM (8.310 mol-R)G00 KY {0.0320 ke mol 35, segundo a qual = 395 mis (Resposta) Este resultado estd indicado na Fig. 19-84 19-8 | Os Calores Especificos Molares de um Gas Ideal Nesta segio vamos obter, a partir de consideracdes a respeito do movimento das ‘moléculas, uma expressio para a energia interna Ey, de um gés ideal. Em outras pa- lavras, vamos obter uma expresso para « energia associada aos movimentos aleal 1948 | Os Calores Espectcos Molares de um Gis idea! (FS rios dos dtomos ou moléculas de um gés. Em seguida, usaremos essa expresso para calcular os calores espectficos molares de um gas ideal. Energia Interna Ein. ‘Vamos. inicialmente, supor que nosso gas ideal ¢ um gas monoatémico (formado por tomos isolados ¢ nao por moléculas), como 0 hélio, © nednio ¢ o argonio. Vamos supor também que a energia interna E,,, de nosso gés ideal ¢ simplesmente a soma das energias cinéticas de translagao dos dtomos. (De acordo com a teoria quantica, ‘étomos isolados nado possuem energia cinética de rotagao.) A energia cinética de translagao média de um atomo depende apenas da tem- peratura do gas, ¢ é dada pela Eq. 19-24 (K,_,, = + kT). Uma amostra de n mols de um gis monoatémico contém nN, dtomos. A energia interna Ey, da amostra €, por- tanto, Eg = ANA)K nes = (Na) (19-37) De acordo com a Eq, 19-7 (k = RIN,),esta equago pode ser escrita na forma Eq =3mRT — (gésideal monoatdmico). (19-38) A partir da Eq. 19-38, podemos calcular o calor especifico molar de um gas ideal, Na verdade, vamos deduzir duas expresses, uma para 0 caso em que o volume do gas permanece constante ¢ outra para 0 caso em que a pressao permanece cons- tante. Os simbolos usados para esses dois calores especificos molares sfio Cy © Cp, respectivamente. (Por tradigHo, a letra C maitiscula é usada em ambos os casos. em- bora Cy-e Cpsejam tipos de calor especifico e nao de capacidade térmica.) Calor Especifico Molar a Volume Constante A Fig. 19-9a mostra n mols de um gés ideal a uma pressdo pe a uma temperatura T,confinados em um cilindro de volume V fixo. Este estado inicial i do gas esti as- sinalado no diagrama p-V da Fig, 19-9b. Suponha que adicionamos uma pequena quantidade de energia Q ao gas na forma de calor, aumentando lentamente a tem- peratura do recipiente, A temperatura do gés aumenta para T + AT‘ ¢ a pressio aumenta para p + Ap, levando 0 gas ao estado final f. Nesse tipo de experimento observamos que 0 calor Q esta relacionado a variagio de temperatura AT através da equagao Q=nCyAT (volume constame), (19-39) onde Cy € uma constante chamada calor especifico molar a volume constante. Substituindo esta expressiio de Q na primeira lei da termodinamica, dada pela Eg, 18-26 (AEjq, = Q ~ W),obtemos AE ig: = nCVAT — W. (49-40) Como 0 volume do recipiente & constante, 0 g4s néo pode se expandir e, portanto, nao pode realizar trabalho, Assim, W = 0e a Eq. 19-40 nos fornece AE, Cy =. 19-41 naT ome De acordo com a Eq. 19-38, a variagio da energia interna é AE, = inRAT. (19-42) Pine Pino © Volume o FIG. 19.9 (a) A temperatura de um pis ideal € aumentada de T para T + AT emum proceso a volume constante. E adicionado calor, mas nenhum trabalho é realizado. (6) O proceso em um diagrama p-V. Use Calores Especificos Molares a Volume Constante G. Molécula Exemplo__(Jimol-K) 1 4R= 125 Monoatomica #@8 38 = 125 _ He BS Re eal ar 126 20. Diatomica 22! 8 aa 207 0, 208 al 3R Potiatomica “#8! NH, Real C Prescio Volume FIG. 19-10 Ties trajetorias representando irés processos diferentes que levam um gés ideal de um estado inicial ia temperatura Ta umestado final f.& temperatura T+ AT_A variagdo Aig da energia interna do gas é a mesma para os trés processos e para quaisquer outros que resultem na mesma variagio de temperatura. BIE ZT Capito 19 1 A Tecra inten dos Gases Substituindo este resultado na Eq, 19-41, obtemos Gk =125J/mol‘K _(gésmonoat6mico). (19-43) ‘Como se pode ver na Tabela 19-2, esta previsio da teoria cinética (para gases ideais) concorda muito bem com os resultados experimentais para gases monoatémicos re- ais, 0 caso que estamos considerando. Os valores (tedricos e experimentais) de Cy para gases diatémicos (com moléculas de dois stomos) ¢ gases poliatdmicos (com moléculas de mais de dois stomos) sao maiores que para gases monoatomicos, por rrazBes que serdo mencionadas na Segao 19-9. Podemos agora generalizar a Eq. 19-38 para a energia interna de qualquer gas ideal substituindo 32/2 por Cy para obter Eqq. = nCyT (qualquer gis idea! (19-44) Esta equagdo se aplica nao s6 a um gés ideal monoatdmico, mas também a gases diatOmicos e poliatémicos, desde que seja usado o calor correto de Cy. Como na Eq, 19-38, a energia interna do gas depende da temperatura, mas nao da presstio ou da densidade. De acordo com a Eq. 19-41 ou a Eq. 19-4, quando um gés ideal confinado em um recipiente sofre uma variagdo de temperatura AT, podemos escrever a variagio resultante da energia interna na forma AE ge = nCyST (¢4sideal, qualquer processo). (9-45) Esta equagao nos diz.o seguinte: Considere, por exemplo, as trés trajetorias entre as duas isotermas no diagrama p-V da Fig. 19-10. trajet6ria | representa um proceso a volume constante. ’ traje- t6ria 2 representa um processo a pressdo constante (que vamos discutir em seguida). ‘A trajetéria 3 representa um processo no qual nenhum calor é trocado com & am- biente (este caso seré discutido na Segio 19-11). Embora os valores do calor Q e do trabalho W associados a essas trés trajet6rias sejam diferentes, o que também acon: tece com pye V;, 08 valores de AFjy associados as trés trajet6rias so iguais ¢ so dados pela Eq. 19-45,uma vez que envolvem a mesma variacdo de temperatura AT ‘Assim, independentemente da trajetdria seguida entre Te T+ AT, podemos sempre usara trajet6ria I e a Eq. 19-45 para calcular AE.q, com mais facilidade. Calor Especifico Molar a Pressao Constante ‘Vamos supor agora que a temperatura de nosso gés ideal aumenta do mesmo valor AT, mas agora a energia necesséria (0 calor Q) é fornecida mantendo o gés a uma pressio constante. Uma forma de fazer isso na pritica é mostrada na Fig. 19-11a: 0 diagrama p-V do processo aparece na Fig. 19-116. A partir de experimentos como esse, constatamos que 0 calor Q esté relacionado a variagéo de temperatura AT atra- vés da equagio Q=nG,aT (19-46) onde Cp € uma constante chamada de ealor especifico molar a pressio constante, O valor de Cp é sempre maior do que © do calor especifico molar a volume constante Cy. que, nesse caso, a energia é usada nao s6 para aumentar a temperatura do gas, ‘mas também para realizar trabalho (levantar o émbolo da Fig. 19-11). Para obter uma relagao entre os calores especificos molares Cp ¢ Cy, comega- ‘mos coma primeira lei da termodinamica (Eq. 18-26): (pressto constante), 19-8 | Os Calores Espectcos Molares de um Gés desl AB in = Q-W. (19-47) Em seguida, substituimos os termos da Eq. 19-47 por seus valores. O valor de Ein € dado pela Eq. 19-45. O valor de Q ¢ dado pela Eq. 19-46, Para obter o valor de W observamos que, como a pressao permanece constante, a Eq. 19-16 nos diz que W = p AV. Assim, usando a equagao dos gases ideais (pV = nR7), podemos es- crever W = pAV=nRAT. (19-48) Fazendo essas substituigdes na Eq. 19-47 e dividindo ambos os membros por n AT, obtemos Cyr=G-R ©, portanto, C=O tR (19-49) Esta previsio da teoria cinética dos gases esté de acordo com os resultados experi- mentais, ndo s6 para gases monoatOmicos mas para gases em geral, desde que este- jam suficientemente rarefeitos para poderem ser tratados como ideais. O lado esquerdo da Fig. 19-12 mostra os valores relativos de @ para um gés monoat6mico submetido a um aquecimento a volume constante (Q=3nR AT) ¢ a pressdo constante (Q= + nR AT). Observe que, no segundo caso, 0 valor de Q é maior por causa de W, 0 trabalho realizado pelo gas durante a expansio. Observe também que no aquecimento a volume constante a energia fornecida em forma de calor é usada apenas para aumentar a energia interna, enquanto no aquecimento a ressdio constante a energia fornecida em forma de calor é repartida entre a energia interna o trabalho. Va reopens i eee ee ringdo da energia interna do gas,em ordem decrescente, H a Ty m v Monoatémico Diatamieo FIG. 19.12 Valores relativos de Q para um Earear b= @ » Volume FIG. 19-11 (a) A temperatura de ‘um gés ideal é aumentada de T para T + AT emum processo a pressio constante. E adicionado calor e é realizado trabalho para levantar ‘oembolo. (5) O proceso em um diagrama p-V.O trabalho p AV é dado pela drea sombreada, ~ ovum Tee / 7 Beco, $unar|--aeconp Lgeeonv W Lage es W 6 aly tansiacio trandacio Sanat Ll asa CO i rcs ‘gis monoatOmico (lado esquerdo) e para um zis diatOmico (lado diteito) submetido a um processo a pression constante (“con p") ou {volume constante (con ¥").A transformagio de cenergia em trabalho We energia interna Aken, 6 indicada esquematicamente (RUIEETE optic 191 A Teoria cineca dos Gatos Uma bolha de 5,00 mols de hélio est submersa em agua a uma certa profundidade quando a agua (e, portanto, 0 hélio) sofre um aumento de temperatura AT de 20,0 C? a pressdo constante. Em consequéncia, a bolha se expande. O hélio é monoatémico ¢ se comporta como um gis ideal. (a) Qual é a energia recebida pelo hétio na forma de calor durante esse aumento de temperatura? Ea. quantidade de calor Q esta relacionada a variagdo de temperatura AT através do calor especifico molar do gas. Céleulos: Como a pressao p é mantida constante durante o processo de aquecimento, devemos usar 0 calor especifico molar a pressao constante Cpe a Eq. 19-46, Q=nC, AT, (19-50) para determinar Q. Para calcular Cy usamos a Eq. 19-49, segundo a qual para qualquer gas ideal Cp = Cy + R.Além disso, de acordo com a Eq, 19-43, para qualquer gas mo- noatdmico (como o hélio, neste caso) Cy. = 3R. Assim, a Eq. 19-50 nos dé =n(Cy +R) AT =n(GR+R) AT =n($R) AT 5,00 mol)(2.5)(8,31 Jmol -K)(200 C°) = 2077.53 ~ 2080. (Resposta) (b) Qual ¢ a variagdo AFiq da energia interna do hélio du- rante o aumento de temperatura’? BEBE cone « bona ve expande, este niio é um processo a volume constante. Entretanto, 0 hélio esté confinado (a bolha). Assim, a variagao Aj € a mesma que ocorreria em um proceso a volume constante com a ‘mesma variagio de temperatura AT- Célculo: Podemos encontrar facilmente a variagdo AE\q, a volume constante usando a Eq, 19-45: Eg, = nC, AT =n(3R)AT (5,00 mol)(1,5)(8.31 J/mol - K)(20,0.C°) 246,5 J = 1250 J. (Resposta) (©) Qual é 0 trabalho W realizado pelo hélio a0 se expan- dir contra a pressio da agua ao redor durante o aumento de temperatura? TEZEEEING 6 sratatto realizado por qualquer aés que se expande contra a pressio do ambiente é dado pela Eq 19-11, segundo a qual devemos integrar 0 produto p dV. Quando a pressdo € constante (como neste caso), a equa- go pode ser simplificada para W = p AV. Quando o gis & ideal (como neste caso), podemos usar a lei dos gases ide- ais (Eq. 19-5) para escrever p AV = nR AT. Célculo: O resultado é W=nRAT = (5,00 mol)(8,31 Jmol -K)(20,0 C) = 831. (Resposta) Outra solugdo: Como j conhecemos Q ¢ Akin, podemos resolver este problema de outra forma. A idéia € aplicar a primeira lei da termodinamica & variagao de energia do ds, escrevendo W=Q- dE in =8315. = 20775 J = 124653 (Resposta) As transferéncias de energia: Vamos acompauhar as transferéncias de energia. Dos 207755 J transferidos ao hé- lio como calor Q, 831 J sdo usados para realizar 0 trabalho W envolvido na expansiio ¢ 1246,5 J para aumentar a ener- gia interna Ej, que, para um gas monoatémico, envolve ‘apenas a energia cinética dos étomos em seus movimentos de translagio. Esses vérios resultados esto indicados no lado esquerdo da Fig, 19-12. 19-9 | Graus de Liberdade e Calores Especificos Molares ‘Como mostra a Tabela 19-2, a previsto de que Cy ER 6 confirmada pelos resul- tados experimentais no caso dos gases monoatémicos, mas no no caso dos gases diatOmicos € poliatomicos. Vamos tentar explicar a diferenca considerando a pos- sibilidade de que a energia interna das moléculas com mais de um dtomo exista em ‘outras formas além da energia cinética de translagao, A Fig. 19-13 mostra as configuragdes do hélio (uma molécula monoatomica, com um tinico étomo), do oxigénio (uma molécula diatdmica, com dois étomos) € do metano (uma molécula poliatémica). De acordo com esses modelos, 0s trés tipos de molécula podem ter movimentos de translagdo (movendo-se, por exemplo, para a esquerda e para a direita e para cima e para baixo) e movimentos de rotagiio (gi- 19-9 | Graus de Liberdede e Calores Especificos Molares tando em torno de um eixo, como um pido). Além disso, as moléculas diatémicas e Poliatémicas podem ter movimentos oscilatérios, com os tomos se aproximando ¢ He Se afastando, como se estivessem presos a molas. (0) He Para levar em conta todas as formas pelas quais a energia pode ser armazenada em um gis, James Clerk Maxwell propés o teorema da equipartigao da energia: ‘Vamos aplicar 0 teorema aos movimentos de translagdo e rotagio das molécu- Jas da Fig. 19-13. (Os movimentos oscilatérios serao discutidos na préxima seco.) Para os movimentos de translagio, referimos as posigdes das moléculas do gas a um sistema de coordenadas xyz. Em geral as moléculas possuem componentes da ve~ locidade em relagao aos trés eixos. Isso significa que as moléculas de gases de todos 08 tipos tém trés graus de liberdade de translagao (trés formas independentes de se deslocar come um todo) e, em média, uma energia correspondente de 3(4-kT) por molécula. ooo, Para o movimento de rotagio, imagine que a origem do sistema de coordena- das xyz est no centro de cada molécula na Fig, 19-13. Em um gas, cada molécula FIG. 19-13 Modelos de motéculas deveria poder girar com uma componente da velocidade angular em rela¢do a cada usados na teoria cinética dos um dos trés eixos, de modo que cada gis deveria possuir ter trés graus de liberdade _ &8¢S: (a) hélio, uma aaa de rotagdo e, em média, uma energia adicional de 3(4 kT) por molécula. Entretanto, ene eke foal le are se gherimentos mostram que isso é verdade apenas para moléculas poliatomicas, WMAMoMle atomic tips: () De acordo com a reoria quanti, a fisiea que lida com movimentos e energias per- Yara. onreathiae iitdes de dtomos © moléculas, uma molécula de um gis monoatOmico no gira e, Ylomoeconseamerce de oa Portanto, no possui energia de rotagio (um atom isolado nio pode girar como um representa lisagbes guiness Dois ido), Uma molécula diatémica pode girar como um pio em torno de cixos perpen- _eixosde rolagao sto mostrados para diculares a reta que liga os dois étomos (esses eixos siio mostrados na Fig, 19-13h), _amoléeula de oxigenio. ‘mas nao em torno da reta que liga os dois étomos, Assim, uma molécula diatomica tem apenas dois graus de liberdade de rotago e uma energia rotacional de apenas 2LKT) por mokécula, Para estender nossa anilise de calores especificos molares (Cp e Cy, na Segao 198) a gases ideais diatomicos e poliatémicos, € necessirio substituir a Eq. 19-38 (E, = 2 MRT) por Ein = (f2)nRT, onde fé 0 ntimero de graus de liberdade indicado na Tabela 19-3. Fazendo isso, obtemos a equagiio cbf que se reduz (como seria de se esperar) a Eq. 19-43 no caso de gases monoatémi- cos (f = 3). Como mostra a Tabela 19-2, os valores obtidos usando esta equacao também estdo de acordo com os resultados experimentais no caso de gases dia- tomicos (f = 5), mas sio menores que os valores experimentais no caso de gases Poliatémicos (f= 6). .16f Jmol K, (9-5) Cae Graus de Liberdade de Varias Moléculas Graus de Liberdade Calor Especifico Molar Molécula Exemplo __Detranslago—Derolagao Total (f) CEG i951) C= Cyt Monoatémica He 3 o 3 aR aR Diatomica oO 3 z 5 GR IR Poliatémica CHy 3 3 6 aR 4k Capitulo 19 | A Teoria Cinética dos Gases Transferimos 1000 J para um gas diatomico, permitindo que se expanda com a pressao mantida constante. As mo- Iéculas do gas podem girar, mas no oscilam. Que parte dos 1000 J € convertida em energia interna do gas? Dessa parte, que parcela corresponde @ AKic, (energia cinética associada a0 movimento de translagio das moléculas) que parcela corresponde a AK, (energia cinética asso- ciada ao movimento de rotagio)? x= 8&#&#& = =—etste 1, A transferéncia de energia na forma de calor a um gés a pressio constante esti relacionada ao aumento de tem- peratura resultante através da Eq. 19-46 (Q = nC,AT).. 2, De acordo com a Fig. 19-12 e a Tabela 19-3, como o gés €diatémico e as moléculas nao oscilam, Cp= 3 R. © aumento AE. da energia interna € © mesmo que ocorreria em um processo a volume constante que re~ sultasse no mesmo aumento de temperatura AT. Assim, de acordo com a Eq. 19-45, AB, ACWAT. De acordo com a Fig. 19-12 a Tabela 19-3, Cy =4R. 4, Para os mesmos valores de mt ¢ AT, AEjq, € maior para um gés diatémico que para um gés monoatomico Porque € necesséria uma energia adicional para fazer os tomos girarem Aumento da energia interna: Vamos primeiro calcular a variagdo de temperatura AT devido a transferéncia de energia na forma de calor. De acordo com a Eq. 19-46, com C) = 3R,temos: Q AT= mR (19-52) uuida, calculamos AE,,, a partir da Eq. 19-45, usando o calor espectfico molar a volume constante Cy(= 3R) eo mesmo valor de AT. Como se trata de um gis diatomico, vamos chamar essa variagiio de Fin, gx. De acordo com a Eq. 19-45, temos: AE yoga = "Cy AT =n R| 2 Tak 52 714289 = 714,31. Assim, cerca de 71% da energia transferida para o gas so convertidos em energia interna. O resto é convertido no trabalho necessério para aumentar 0 volume do gas. Aumento da energia cinética: Se aumentassemos a tem- peratura de um gs monoatomico (com o mesmo valor de n) do valor dado pela Eq, 19-52, a energia interna aumen- taria de um valor menor, que vamos chamar de AE's, mia: porque nao haveria rotagoes envolvidas. Para calcular esse valor menor ainda podemos usar a Eq. 19-45, mas agora devemos usar o valor de Cy para um gas monoatémico (Cy= 4 R)-Assim, (Resposta) AE, Substituindo o valor de AT dado pela Eq. 19-52, obtemos Q y a) ° 1.428570 No caso de um g4s monoatémico, toda esta energia esti as- sociada & energia cinética de translagao dos tomos, que é ‘a Gnica energia cinética presente. O importante a notar € que no caso de um gés diatémico com os mesmos valores de ne AT,a mesma quantidade de energia é transferida para © movimento de translac4o das moléculas. O resto de AE yin (OW Sea, 05 285,7 J restantes) vai para o movimento de rotacdo das moléculas. Assim, no caso do gis diatomico, AK cane = 428,61 © AK = 285,71. =n RAT. AE, 28.6 J. (Resposta) Exemplo FEZ] ‘Uma sala de volume V esta cheia de ar (que vamos con- siderar um gas ideal diatomico) a uma temperatura 7). Quando uma lareira é acesa,a temperatura do ar aumenta para T;. Qual € a variagao AE,,, da energia interna do ar na sala? BE oninco a temperatura do ar aumenta a pressio p do ar no interior da sala no muda, permane- cendo igual & pressao do ar do lado de fora, Isso acontece porque como a sala nao esta hermeticamente fechada, 0 ar ndo esta confinado. Quando a temperatura aumenta as moléculas de ar escapam por varias aberturas e, portanto,o miimero de mols 1 de ar no interior da sala diminui. Assim, nao podemos usar a Bq. 19-45 (AE. = nCyAT) para deter- minat AE, pois para isso seria necessério que mse manti- vesse constante, Entretanto, podemos relacionar a energia interna E,,, em qualquer instante com n e com a tempera- tura através da Eq. 19-34 (Eq, = nCy7). Céleulos: De acordo com a Eq. 19-44,temos: AB in = A(nCyT) = Cy A(nT). Usando a Eq. 19-5 (pV = nT), podemos substituir nT’ por pV/R, obtendo Ey =C, (2) R Como p, Ve R sto constantes, isso nos dé AE = 0, ‘embora a temperatura tenha variado, Por que a sala é mais confortével a uma temperatura maior? Existem pelo menos dois fatores envolvidos: (1) Vocé troca radiagdo eletromagnética (radiagao térmica) (Resposta) 19-11 | A Expansdo Adiabética de um Gis Ideal ‘com as superficies da sala, ¢ (2) vocé troca energia com as moléculas de ar que colidem com o seu corpo. Quando a ‘temperatura da sala aumenta, (1) a quantidade de radia- fo térmica emitida pelas superficies ¢ absorvida pelo seu corpo aumenta,¢ (2) a quantidade de energia que voce ga- nha através de colisdes de moléculas de ar com o seu corpo também aumenta. 19-10 | Efeitos Quanticos Podemos melhorar a concordancia da teoria cinética dos gases ‘com 0s resultados experimentais incluindo as oscilagdes dos éto- mos nos gases de moléculas diatémicas ou poliatémicas. Assim, Por exemplo, os dois étomos da molécula de O; da Fig. 19-13) podem oscilar se aproximando e se afastando um do outro, como se estivessem unidos por uma mola. Os experimentos mostram, Porém, que essas oscilagSes ocorrem apenas em temperaturas elevadas, ou seja, 0 movimento oscilatério é “ligado” apenas quando a energia das moléculas do gas atinge valores relativa- mente altos. Os movimentos de rotagio apresentam um compor 230100 tamento semelhante, 6 que em temperaturas mais baixas. A Fig. 19-14 ajuda a visualizar esse comportamento dos mo- vimentos de rotagio ¢ oscilagdo. A razao Cy/R do hidrogenio (H,), um gas diatémico, esté plotada em fungao da temperatura, com a temperatura em uma escala logaritmica para cobrir varias ordens de grandeza, Abaixo de 80 K, C//R = 1,5.Este resultado sugere que apenas os trés graus de liberdade de translagao do hidrogénio estao envolvidos no calor especifico. Quando a temperatura aumenta o valor de C,/R aumenta gradualmente para 2,5, 0 que sugere que dois graus de liberdade adicionais esto envolvidos. A teoria quantica mostra que esses dois graus de liberdade esto associados a0 movimento de rotagdo das moléculas do hidrogénio e que esse movimento requer uma certa quantidade minima de energia. Em temperaturas muito baixas (abaixo de 80 K),as moléculas ndo tém energia suficiente para girar. Quando a temperatura passa de 80 K, primeiro umas poucas moléculas e depois mais e mais moléculas ganham ener- gia suficiente para girar,e Cy/R aumenta até que todas estejam girando e Cy/R = 2.5. Analogamente, a teoria quantica mostra que o movimento oscilatério das mo- léculas requer uma certa quantidade minima (maior) de energia. Essa quantidade minima nao ¢ atingida até que as moléculas cheguem a uma temperatura por volta de 1000 K, como mostra a Fig. 19-14. Quando a temperatura passa de 1000 K, mais € mais moléculas tém energia suficiente para oscilar e C/K aumenta até que todas estejam oscilando, e Cy/R = 3,5. (Na Fig. 19-14,a curva do gréfico ¢ interrompida em 3200 K porque a essa temperatura os étomos de uma molécula de hidrogénio osci- Jam tanto que a ligagio entre os dtomos se rompe e a molécula se dissocia, dando origem a dois dtomos independentes.) 19-11 A Expansao Adiabatica de um Gas Ideal Vimos na Seco 17-4 que as ondas sonoras se propagam no ar € em outros gases como uma série de compressdes ¢ expansdes; essas variagbes do meio de transmis- sdo ocorrem tao depressa que ndo ha tempo para que a energia seja transferida de um ponto do meio a outro em forma de calor. Como vimos na Segdo 18-11, um pro- cesso para 0 qual Q = 0 é um processo adiabdtico. Podemos assegurar que Q = 0 executando o processo rapidamente (como no caso das ondas sonoras) ou execu- +500 1000 2000 5000 10.000 FIG. 19-14 Curva de Cy/R em fungao da temperatura para © hidrogénio (um gés diat6mico). Como existe uma energia minima para as rotacdes ¢ oseilagbes, apenas as translagies io possivcis em temperaturas muito baixas. Quando a ‘temperatura aumenta, comegam as rotagdes, As oscilagies. comegam em temperaturas ainda maiores, Capitulo 19 | A Teoria Cinética dos Gases FIG.19-15 (a) 0 volume de um gas idea! € aumentado reduzindo © peso aplicado a0 émbolo.O processo & adiabitico (Q = 0). (8) O provessose desenvolve de para f20 longo de uma adiabtica do diagrama p-V. tando-o (rapidamente ou ndo) em um recipiente bem isolado termicamente. Vamos ver o que a teoria cinética dos gases tem a dizer sobre os processos adiabiticos. ‘A Fig. 19-15a mostra nosso cilindro isolado de sempre, agora contendo um gas ideal e repousando em uma base isolante. Removendo parte da massa que esti so- bre o émbolo, podemos permitir que o gas se expanda adiabaticamente. Quando 0 volume aumenta, tanto a presso como a temperatura diminuem. Provaremos a se- guir que a relagao entre a pressdo e a temperatura durante um processo adiabatico E dada por pV" =constante —(processvadiabitico), (19-53) onde y = C,/Cy, a razio entre os calores especificos molares do gas. Em um dia- grama p-V como 0 da Fig. 19-156, 0 processo ocorre ao longo de uma curva (cha- mada adiabética) cuja equagao € p = (constante)/V 7. Como 0 gas passa de um es- tado inicial para um estado final f, podemos eserever a Eq. 19-53 como PV! =P,V}__(provesso adiabitico) (19-54) Para escrever a equagdo de um processo adiabitico em termos de Te V usamos aequagao dos gases ideais (pV = nRT) para eliminar p da Eq, 19-53, obtendo (a2) = constante, V Como n e R sao constantes, podemos escrever esta equagao na forma IVY" = constante _(prosessoadiabstio) (19-55) onde a constante € diferente da que aparece na Eq. 19-53. Quando 0 gés passa de uum estado inicial i para um estado final f, podemos escrever a Eq, 19-55 na forma TV" =T,V7" —(processo adiabatico), (19-56) estudo dos processos adiabaticos permite explicar a formagao de uma névoa (como na fotografia de abertura deste capitulo) quando uma garrafa de champa- nha ou outra bebida com gas é aberta. Na parte superior do recipiente de qualquer bebida gasosa existe uma mistura de didxido de carbono e vapor d’agua. Como a pressiio do gas é maior que a pressio atmosférica, o gis se expande para fora do recipiente quando este € aberto. Assim, 0 volume do gas aumenta, mas isso significa {que 0 ws deve realizar trabalho contra a atmosfera. Como a expansao € rapida, ela € adiabstica, ¢ a tnica fonte de energia para o trabalho é a energia interna do gas. ‘Como a energia interna diminui, a temperatura do gas também decresce, 0 que faz © vapor d’igua presente no gas se condensar em goticulas. (Observe que, de acordo com a Eq. 19-56, a temperatura diminui em qualquer expansio adiabtica: V; é maior que V, portanto T,deve ser menor que 7.) = Adiabsitiea (Q= 0) Pressio > Isolamento Voume @ o 19411 | A Expansio Adiabética de um Gés ideal Demonstragao da Eq. 19-53 Suponha que vocé remova algumas esferas do émbolo da Fig. 19-15a, permitindo que 0 g4s ideal empurre para cima o émbolo e as esferas restantes ¢, assim, aumente seu volume de um valor infinitesimal dV. Como a variacéo de volume é pequena, podemos supor que a pressao p do gas sobre o émbolo permanece constante du- ante a variago. Esta suposigao permite dizer que o trabalho dW realizado pelo gas durante o aumento de volume é igual a pdV. De acordo com a Eq. 18-27, primeira ei da termodinamica pode ser escrita na forma dE = Q - pdv. (19-57) Como o gas esté termicamente isolado (e, portanto, a expanstio é adiabatica), pode- mos fazer Q = 0. De acordo com a Eq. 19-45, podemos também substituir dEiq por nC, aT. Com essas substituigdes ¢ apés algumas manipulagdes algébricas, obtemos na? P : (2) av. (19-58) De acordo com a lei dos gases ideais (pV = nT), temos: paV + Vdp = nRdT. (19-59) Substituindo R por Cp ~ Cyna Eq. 19-59, obtemos park ey (19-60) Igualando as Eqs. 19-58 ¢ 19-60 e reagrupando os termos, temos: C, av aio, | Se 12 Pe \C)V Substituindo a razdo entre os calores especificos molares por ye integrando (veja a integral 5 do Apéndice E), obtemos, Inp + yin V = constante, Escrevendo 0 lado esquerdo como In pV? ¢ tomando 0 antilogaritmo de ambos os membros, obtemos C pV” = constante. (19-61) Expansées Livres Como vimos na Segao 18-11, uma expansio livre de um gas é um processo adiabi- tico que nao envolve trabalho realizado pelo gés ou sobre o gis, nem variagio da energia interna do gis. Uma expanséi livre &, portanto, muito diferente do tipo de Proceso adiabiitico descrito pelas Eqs. 19-53 a 19-61, em que hé trabalho realizado © a energia interna varia. Essas equagdes, portanto, ndo se aplicam a uma expansaio livre, embora essa expansio seja adiabatica Lembre-se também de que,em uma expansio livre, o g4s est em equilibrio ape- nas nos pontos inicial e final; assim, podemos plotar apenas esses pontos, mas nao ‘a expansio propriamente dita, em um diagrama p-V. Além disso, como AE, = 0, a temperatura do estado final deve ser a mesma do estado inicial. Assim, os pontos inicial e final em um diagrama p-V devem estar sobre a mesma isoterma, e em vez da Eq, 19-56, temos T= Ty (expansao ive) (19-62) Se supomos também que o gas ¢ ideal (de modo que pV = nT), como nao ha variagao de temperatura 0 produto pV nao pode variar. Assim, em vez da Eq. 19-53, ‘uma expansio livre envolve a relagio PM.= DV, Cexpansotioe) (19.63) Capitulo 19 | A Teoria Cinética dos Gases No Exemplo 19-2, 1 mol de oxigénio (considerado um gas ideal) se expande isotermicamente (a 310 K) de um vo- lume inicial de 12 L para um volume final de 19 L. (a) Qual seria a temperatura final se 0 gas tivesse se ex- pandido adiabaticamente até esse mesmo volume final? O oxigénio (O;) é um gés diatOmico e, nesse caso, possui ro- tag, mas nao oscilagao. xz & = —t—™ 1. Ao se expandir contra a pressdo do ambiente, um gas realiza trabalho, 2. Quando o proceso € adiabstico (nao existe troca de calor com o ambiente), entao a energia necesséria para o trabalho provém da energia interna do gas. 3. Como a energia interna diminui, a temperatura T tam- bem diminui, Célculos: Podemos relacionar as temperaturas ¢ volumes iniciais e finais usando a Eq. 19-56: TV =TVy", (19-64) Como as moléculas sio diatémicas ¢ possuem rotagao, mas ‘no oscilagaio, podemos usar os calores especificos molares da Tabela 19-3. Assim, Explicitando 7; ¢ substituindo os valores conhecidos, ob- temos _ TV)" _ @loKa2L)'" vr a9Ly =(310K)(3)"" = 258K. (Resposta) (b) Quais seriam a temperatura final e a pressio final se 0 és tivesse se expandido livremente para o novo volume a partir de uma pressio de 2,0 Pa? HERE a scrnpecatara nto varia em uma expansio livre. . Céleulo: Como a temperatura nao varia, T,=7,=310K. Podemos calcular a nova pressio usando a Eq. 19-63, que nos da (Resposta) 2L 20Pa) 7 =13Pa. — (Resposta) ue ] Titica 2: Um Resumo Grafico de Quatro Processos em Gases Neste capitulo discutimos quatro processos especiais 40s quais um gis ideal pode ser submetido. Um exemplo de cada um desses processos (para um gis monoat6mico ideal) é mos- trado na Fig. 19-16, algumas caracteristicas associadas aparecem nna Tabela 19-4, incluindo dois nomes de processos (isobirico © isoe6rico) que ndo so usados neste livro, mas que o leitortalvez ‘encontre em outros textos. FIG. 19-46 Diagrama p-V representando quatro processos cespeciais para um gis monoatémico ideal coer Quatro Processos Especi Press Volume Tiajetéria na Fig. 19-16 Grandeza Constante Nome do Provesso Alguns Resultados Expeciais (AE g = Q = We MEn, {Cy AT para todasas trajet6rias) 1 P Isobérico 2 T Isotérmico 3 pv ve Adiabitico 4 v Isocérico, Q=nC,AT-W=pav = W=nRTin(YIV); SE Q=0; W= Ain AE m= Cy AT, W=0 calor,em ordem decrescente, lade de energia transferida para 0 gis na forma de REVISAO E RESUMO Teoria Cinética dos Gases A teoria cinética dos gases re- laciona as propriedades macroscépicas dos gases (como, por exemplo, pressdo e temperatura) as propriedades microsedpicas das moléculas do gis (como, por exemplo, velocidade e energia cinética). Namero de Avogadro Um mol de uma substancia eontém Na (nimero de Avogadro) unidades elementares (em geral at0- ‘mos ou moléculas),onde N', € uma constante fsica cujo valor ex- perimental & Ng = 6,02 x 10% mol? a9.) ‘A massa molar M de uma substincia & a massa de um mol da substancia, e esté relacionada & massa m de uma molécula da substancia através da equagio M=mNa. (nimero de Avogadro} (9-4) (O nimero de mols n em uma amostra de massa Mzy, que contém, N moléculas,¢ dado por pool le, 492,193) MM nd Gas Ideal Um gés idea! & um gis para 0 qual a pressio p. © volume Ve a temperatura T estao relacionados através da equagio pV =nkT (ei dos gases ideais), a9s) onde n € 0 mimero de mols do gis © R é uma constante (8,31 Jimol -K) chamada constante dos gasesideais.A lei dos gases ideais também pode ser escrita na forma pV = NkT, 199) onde k é constante de Boltzmann, dada por 38% 10-7I/K. 9-7) Trabalho em uma Variagéo de Volume Isotérmica 0. trabalho réalizado por um gas ideal durante uma variagao isotér- imiea (» temperatura constante) de um volume V, para um volume V6 dado por Wenkt ni Vv, (Gis ideal, process isotérmivo). (19-14) Pressio, Temperatura e Velocidade Molecular pres- siio exercida por n mols de um gas ideal, em termos da velocidade de suas moléculas,é dada por Ae 9-21) cg onde tm = YO uas 8 velocidude média quadritica das molé- culas do gas, De acordo com a Eq. 19-5, (RT Ym (19-22) Temperatura © Energia Cinética A enervia cinética de translagao média K.pz,por molécula em um gas ideal é dada por Keyug 2 347. (1924) Livre Caminho Médio 0 livre caminho médio Ade uma mo- lécula em um gés é a distincia média percorrida pela molécula entre duas colisdes sucessivas,¢ & dado por 1 ea Vind "NV onde N/V € 0 ntimero de moléculas por unidade de volume e a & ‘odidmetro da molécula. (19-25) Distribuigéo de Velocidades de Maxwell A disiribuicao de velocidades de Maxwell P(v) & uma fungéo tal que P(v) dv é a fracao de moléculas com velocidades em um intervalo dv no en- torno da velovidade v: 4 Negeri P= 4e(—M_) ytemeionr 0=4+( sear) ‘Trés medidas da distribuigdo de velocidades das moléculas de um 243 810 9.27) SRT Yow =\aup eocdademédia), (18-31) va fare (voincidade sais prey) M 1 velocidade média quadritica & definida pela Eq, 19-22, Calores Especificos Molares 0 calor especifico molar Cy de um gésa volume constante € definide como Q _ AE, = 39, 19. Tar rar" (19-39, 19-41) onde Q 0 calor cedido ou absorvido por uma amostra de n mols de um gés, AT é a variagdo de temperatura resultante € AE, éa variagao de energia interna, Para um gas ideal monoatémico, (19.43) O calor especifico molar C, de um gis a pressao constante é defi- rida como @ maT Cy =4R=12,5 I/mol-K, (19-46) ‘onde Q, me AT 1ém as mesmas definigdes que para Cy. Cp tam- bem é dado por GAG tR (19-49) Para n mols de um gas ideal, Eye =nCyT — (ghsideal (09-44) ‘Se n mols de um gas ideal confinado sofrem uma variagao de tem- peratura AT devido a qualquer processo, a Variagio da energia in- terna do gis é dada por ABigg = nCy ST (19-45) onde deve ser usado 0 valor apropriado de C,, de acordo com tipo de gis ideal. (2s ideal, qualquer provesso), Graus de Liberdade e Cy Pocemos determinar Cy usando © teorema de equiparticto da energia, segundo o qual a cada graw de liberdade de uma molécula (ou seja, cada forma independente de armazenar energia) esti associada (em média) uma energia de Capitulo 19 | A Teoria Cinética dos Gases 4KT por molécula liberdade, Ey LRT por mol). Se fé 0 mimero de graus de 167 Simol-K. (1951) ara gases monoatémicos f = 3 (trés graus de liberdade de trans- lagi); para gases diatOmicos, f = 5 (trés graus de translagao € dois de rotagéo), Processo Adiabatico Quando um eds ideal sofre uma len- ta variagio de volume adiabatica (uma variagao para a qual Q = 0).a pressao e 0 volume estio relacionados através da equagao pV" =constante — (processoadiabitico), (19-53) onde y (= Cx!Cy) € a raztio entre os calores especificos molares do gés Para uma expansio livre, porém, pV = constante, 1 Para um aumento de temperatura A7;, uma certa quantidade de um gas ideal requer 30 J quando aquecido a volume constante © 50 J quando aquecido a pressio constante. Qual é 0 trabalho realizado pelo gas na segunda sitwagio? 2. O ponto na Fig. 19-17a representa o estado inicial de um gs, © a reta vertical que passa pelo ponto divide o diagrama p-V em regides 1 € 2, Para 0s seguintes processos, determine se 0 traba- Iho W realizado pelo gas € positivo. negativo ou nulo: (a) o gas se move para cima ao longo da teta vertical, (b) 0 gas se move para baixo ao longo da linha vertical, (c)o gis se move para um ponto qualquer da resido I ¢ (d) 0 gas se move para um ponto qualquer da regido 2. y Ly v @ o o FIG. 19-17 Perguntas2,406. me onoaeees 2 [rs pelo gas em forma de calor ¢ 0 * trabalho W realizado pelo gis —40 +40 ou o trabalho W, realizado so- SN ee Oiiatw quice dinero umes eee atari 4 O ponto da Fig. 19-17b representa o estado inicial de um gis, € aisoterma que passa pelo ponto divide o diagrama p-V em duas regives, 1 2. Para os processos a seguir, determine se a variago AE, da energia interna do gas € positiva, negativa ou mula: (a) 0 245 se move para cima ao longo da isoterma, (b) o gis se move para baixo a0 longo da isoterma, (c) 0 gas se move para qualquer onto da regido I e (d) 0 gas se move para qualquer ponto da regio 2. 5 Uma certa quantidade de calor deve ser transferida para 1 mol de um gs ideal monoatémico (a) a pressio constante e (b) a ‘volume constante,¢ para 1 mol de um gis diatomico (c) a pressio constante ¢ (d) a volume constante. A Fig, 19-18 mostra quatro ‘rajetOrias de um ponto inicial para ‘um ponto final em um diagrama p-V. Que trajet6ria corresponde a que processo” (e) As moléculas do is diatomico estio girando? © ponto da Fig, 19-17¢ repre- senta 0 estado inicial de um gas. € a adiabatica que passa pelo ponto divide 0 diagrama p-V nas regides 1 e 2. Para os processos a se~ ir, determine se 0 calor @ correspondente € positivo, negativo ‘ou nulo: (a) o gas se move para cima ao longo da adiabética.(b) 0 als se move para baixo ao longo da adiabatica, (c) 0 gas de move para qualquer ponto da regito 1 e (d) 0 gis se move para qual quer ponto da regio 2 7 Um gis ideal diatomico, cujas moléculas estao girando, mas nao oscilam, perde uma quantidade Q de calor. A diminuigio de ‘energia interna do gis € maior se a perda acontece em um pro- cesso a volume constante ou em um processo a. presse cons tante? 8 No diagrama p-V da Fig. 19-19, 0 gas realiza 5 J de t1abalho quando pereorre a isoterma ab e 4 J quando percorre a adiabé- tica be, Qual € a variagdo da eneria interna do gas quando cle pereorre a trajet6ria retilinea ac? FIG. 19-48 Perguntas. 2 “ FIG. 19-19 Pergunta8. 9 (a) Ordene as quatro trajetérias da Fig. 19-16 de acordo com 0 trabalho realizado pelo g4s, em ordem decrescente. (b) Ordene as trajetGrias 1,2.¢ 3 de acordo com a variagao da energia interna do gas, da mais positiva para a mais negativa 10 A temperatura de um gas ideal aumenta, diminui ou per- ‘manece a mesma durante (a) uma expansio isotérmica, (b) uma expansdo a pressao constante, (¢) uma expansio adiabstica e (4) ‘um aumento de pressdo a volume constante? Problemas EIT] PROBLEMAS 186 CO nimero de pontos indica © rau de ciculdade do problems EAE inicrmacses adicionsis cisponiveis em © Circo Voador da Fisica, de Jearl Walker, Rio de Janeiro: LTC, 2008, segdo 19-2 O Numero de Avogadro #1 0 ouro tem uma massa molar de 197 g/mol. (a) Quantos mols de ouro existem em uma amostra de 2,50 g de ouro puro? (b) Quantos dtomos existem na amostra? #2. Determine a massa em quilogramas de 7.50 x 10° étomos de arsénico, que tem uma massa molar de 74,9 g/mol segio 19-3 Gases Ideais #3. O melhor vacuo produzido em laboratério tem uma pres- sio de aproximadamente 1,00 x 10-" atm, ou 1,01 x 10" Pa, ‘Quantas moléculas do gis existem por centimetro cuibico neste vvicuo a 293 K? +4 Calcule (a) o nimero de mols ¢ (b) 0 niimero de moléeulas em 1,00 em? de um gas ideal a uma pressio de 100 Pa © a uma temperatura de 220K. +5 Um pneu de automével tem um volume de 1,64 x 10-? m € contém ar a pressio manométrica (presso acima da pressio atmosférica) de 165 kPa quando a temperatura é 04°C. Qual € a pressio manométrica do ar no pneu quando a temperatura aumenta para 27,0°C ¢ 0 volume aumentar para 1.67 x 10? m°? Suponha que a pressio atmostérica € 1,01 x 10 Pa, 6 Uma certa quantidade de um gés ideal a 100°C ¢ 100 kPa ‘cupa um volume de 2.50 m’. (a) Quantos mols do ws estao pre~ sentes? (b) Se a pressdo é aumentada para 300 kPa e a tempera- ‘ura € aumentada para 30,0°C, que volume o gs passa « ocupar? Suponlha que nao ha vazamentos. *7 Uma amostra de oxigénio com um volume de 1000 em! a 40,0"C e 1,01 x 10° Pa se expande até um volume de 1500 em a uma pressio de 1,06 x 10° Pa. Determine (2) o ntimero de mols de oxigenio presentes na amostra e (b) a temperatura final da amostra. +8 Um recipiente contém 2 mols de um gés ideal que tem uma ‘massa molar M; ¢ 0.5 mol de um segundo gas ideal que tem uma ‘massa molar M; = 3M). Que fragdo da pressao total sobre a pa- rede do recipiente se deve ao segundo gas? (A explicagio da te- otia cinética dos gases para a pressdo leva & lei das presses par- ciais para uma mistura de gases que nfo reagem quimicamente, descoberta experimentalmente: A pressio rotal exercida por uma -mistura de gases & igual a soma das pressoes que os gases exerce- ram se cada um ocupasse sozinho o volume do recipiente.) +9 Suponha que 1,80 mol de um gas ideal é levado de um vo- lume de 3.00 m para um volume de 1,50 mv através de uma com- pressao isotérmica a 30°C. (a) Qual ¢ o calor transferido durante acompressio ¢ (b) o calor € absorvido ou cedido pelo gas? +10 Garrafa de digua em wn carro quente. Nos dias de calor a temperatura em um carro fechado estacionado no sol pode ser suficiente para provocar queimaduras. Suponha que uma garrafa de égua removida de uma geladeira & temperatura de 5.00°C seja aberta, fechada novamente e deixada em um carro fechado com ‘uma temperatura interna de 75,0°C. Desprezando a dilatagio ter mica da dgua e da garrafa, determine a pressio do ar contido no interior da garrafa. (A pressio pode ser suficiente para arrancat uma tamparosqueads.) = +11 Suponha que 0.825 mol de um gés ideal sofre uma expan: sfo isotérmiea quando uma energia Q € acrescentada ao gis na forma de calor. Se a Fig, 19-20 mostra o volume final V, em fun- fio de Q, qual éa temperatura do g4s? A escala do eixo vertical & detinida por Vs = 0.30 me a escala do eixo horizontal é definida por Q, = 12004. au FIG. 19-20 Problema 11 12 No intervalo de temperaturas de 310 K a 330 K, a pres- sivop de um certo gés no ideal est relacionada a0 volume Ve a temperatura T através da equagio 24407 ome x) Qual ¢ 0 trabalho realizado pelo gas se a temperatura aumenta dc 315 K para 325 K enquanto a pressdo permanece constante? 13 Oar que iniciatmente ocupa 0,140 m' trica de 103.0 kPa se expande isotermicamente para uma pres- stio de 101,3 kPa e em seguida & resfriado a press constante até atingir o volume inicial. Calcule o trabalho realizado pelo ar. (Presstio manométrica ¢ a diferenga entre a pressio real ¢ a pres- sto atmosférica,) 14 Salvamento no fundo do mar. Quando o submarino ame- vicano Squalus enguigou a 80m de profundidade, uma cimara cilindrica foi usada para resgatar a tripulaglo. A camara tinha um raio de 1,00 m e uma altura de 4,00 m, era aberta do fundo € levava dois operadores. Foi baixada ao longo de um eabo-guia que um mergulhador havia ixado ao submarino, Depois que a camara completou a descida e foi presa a uma escotitha do sub- marino, a tripulago pde passar para a cémara, Durante a des- «ida, os operadores liberaram ar de tanques para que a cimara nao fosse inundada, Suponha que a pressio do ar no interior da cimara era igual 3 pressio da dgua a profundidade h, dada por Po * ph, onde py = 1,000 atm na supericie © p = 1024 kg/m® & 4 massa espectfica da dgua do mar. Suponha uma temperatura constante de 20,0°C na superficie ¢ uma temperatura da égua de 30°C na profundidade do submarino. (a) Qual era o volume de ar na cdimara-na superficie? (b) Se nao tivesse sido liberado ar de tangues, qual seria 0 volume do ar na cdmara & profundidade h = 80,0 m? (c) Quantos mols adicionais de ar foram necessaries para mantero volume inicial dear na cimara? =F Capitulo 19 | A Teoria Cinta dos Gases #15 Uma amostra de um gés ideal € submetida a0 processo ef- clico abea mostrado na Fig, 19-21. A escala do eixo vertical é definida or py = 7SKPA € Py = 2,5 kPa. No ponto a, T = 200 K. (a) Quantos mols do gis estio presentes na amostra? Quais sio (b) a tempera- tura do g4s no ponto 6, (¢) a tem- io 30 peratura do gis no ponto ce (d) a Volume im) energia liquida adicionada ao gs Problema 15. em forma de calor durante o ciclo? 1 Uma bolha de ar com 20 em? de volume esté no fundo de um lago de 40 m de profundidade, onde a temperatura é 40°C. A bolha sobe até a superficie, que esté a temperatura de 20°C. Considere a temperatura da botha como sendo a mesma da égua em volta. Qual €o volume da bolha no momento em que chega & superficie? 9017 Orecipiente A daFig.19-22 contém um gés ideal 2 pressio de 5.0 x 10° Pa e & temperatura de 300 K. Ele esté ligado por um tubo fino (e uma vétvula fechada) ‘um recipiente B, cujo volume & ‘quatro vezes maior que 0 de A.O recipiemte B contém o mesmo gs, ideal a pressio de 1,0% 10° Pac a ‘temperatura de 400 K. A valvula é aberta para que as pressOes se igualem, mas a temperatura de cada recipiente é mantida. Qual é a nova pressao nos dois recipientes? segdo 19-4 Pressio, Temperatura e Velocidade Média Qua- dratica Caleule a velocidade média quadrética de étomos de helio a 1000 K. A massa molar dos stomos de hélio é dada no Apéndice F +19 A menor temperatura possivel no espago sideral é 2.7 K. Qual € a velocidade média quadratica de moléculas de hidrosé- nio a esta temperatura? [A massa molar da molécula de hidrogé- nio (H,) € dada na Tabela 19-1.) +20 Determine a velocidade média quadrética de étomos de ar- ‘g6nio a 313 K.A massa molar do argOnio é dada no Apéndice F. #21 (a) Calcule a velocidade média quadrética de uma molé- ccula de nitrogénio a 20,0°C. A massa molar da molécula de ni- trogénio (N;) € dada na Tabela 19-1. A que temperatura a velo- cidade média quadrética é (b) metade desse valor e (c) 0 dobro desse valor? kta) » FIG. 19:21 FIG. 19-22 Problema 17. +22 A temperatura ea pressio da atmosfera solar sto 2,00 x 10F K e 0,0300 Pa. Calcule a velocidade média quad: dos elétrons livres (de massa igual a 9.11 < 10" kg) na superticie do Sol, supondo que se comportam como um gas ideal #23 Um feixe de moléculas de hidrogénio (H,) esté direcio- nado para uma parede, fazendo um angulo de 55° com a normal a parede. As moléculas do feixe tém uma velocidade de 1, km/s ¢ uma massa de 3,3 x 10 g, O feixe atinge a parede em uma érea de 2,0 cm", a uma taxa de 10" moléculas por segundo. Qual & a pressdo do feixe sobre a parede? #24 A273 K € 1,00 x 10~ atm, a massa especitica de um gis € 1,24 x 10°* glem’. (a) Determine vn, para us moléeulas do is. (b) Determine a massa molar do gis e (c) identifique o gas (Sugestao: O gasaparece na Tabela 19-1.) segdo 19-5 Energia Cinética de Translacéo +25 Determine o valor médio da energia cinética de translagio das moléculas de um gas ideal a (a) 0.00°C e (b) 100°C. Qual & a energia cinética de translagio média por mol de um gis ideal a (6)0.00°C e (a) 100°C? #26 Qual é a enersia cinética translacional média das molécu- las de nitrogénio a 1600 K? #27 A dgua a céu aberto a 32°C evapora por causa do escape de algumas de suas moléculas da superficie. O calor de vaporiza- ‘¢40 (539 cal/g) é aproximadamente igual a en, onde e€ a energia ‘média das mokéculas que escapam e 7 € 0 ntimero de moléculas por grama, (a) Determine €.(b) Qual é a razao entre ce a energia cinética média das moléculas de H,O, supondo que esta tltima est relacionada a temperatura da mesma forma que nos gases? secdo 19-6 Livre Caminho Médio +28 Olivre caminho médio das moléculas de nitrogenio a 0(FC € 1,0 atm € 0,80 x 10% em. Nessas condigdes de temperatura € pressdo existem 2,7 10” moléculasicm’. Qual € 0 didmetro das ‘moléculas? +29 A concentragéo de moléculas na atmosfera a uma altitude de 2500 km esté em torno de 1 moléculaiem. (a) Supondo que diametro das moléculas € 2.0 x 10- em, determine o livre eami- rnho médio previsto pela Eq. 19-25. (b) Explique se 0 valor pre- visto tem significado fisico. +30 Para que freqllencia 0 comprimento de onda do som no ar € igual ao livre eaminho médio das moléculas de oxigénio a uma pressao de 1,0 atm e 0.0°C? Tome o didmetro de uma molécula de oxigenio como sendo 3.0% 10-* em #631 Em um certo acelerador de particulas, protons se mo- vem em uma trajet6ria circular de 23,0 m de diametro em uma ‘cimara evacuada cujo gas residual estd a 295 K e a uma pressio de 1,00 x 10°* torr. (a) Caleule 0 ntimero de moléculas do gas Por centimetro ettbieo com esta pressio. (b) Qual éo livre eami- imho médio das moléculas do gas se o di&metro das moléculas € 2.00 10-8 cm? #932 A 20°C e a uma pressdo de 750,torr, os caminhos livres médios do argonio (Ar) ¢ do nitrogénio (Nz) S40 Ay, = 99x 10° cme Ax, = 27,5 x 10-* em, (a) Determine a razio entre o diame- tro de uin étomo de Ar eo de uma molécula de N., Qual € 0 livre caminho médio do argonio (b) a 20°C e 150 torr e (c) a -40"Ce 750 torr? seo 19-7 A Distribuigéo de Velocidades das Moléculas +33. Dez particulas estéo se movendo com as seguintes ve- locidades: quatro a 200 mvs, duas a S00 mis e quatro a 600 mis Calcule suas velocidades (a) média e (b) média quadrética. (c) Vigx € MAIOF QUE Ying? +34 As velocidades de 22 particulas sio mostradas a seguir (Nj representa o numero de particulas que possuem velocidade v)): N, 204 6 8 2 v(ems) 10 20 30 40 50 Determine (a) Vpat:(B) Vine € (0) ¥. #35 As velocidades de 10 moléculas sio:2.0:30:4.0;, Determine (a) velocidade média e (b) a velocidade média qua- drética das moléculas. #936 A Fig. 19-23 mos. tra a distribuigao de pro- babilidade da velocida- de das moléculas de ‘uma amostra de nitrogé- tio. A escala do eixo ho- rizontal € definida por ¥,= 1200m/s Determine (@)a temperatura do gas ¢ (b) a velocidade média ‘quadrétiea das moléeu- las. wen) #937 A que tempera FIG. 19-23. Problema 36. tura a velocidade média quadratica (a) do H, (hidrogénio molecular) © (b) do O; (oxi- zénio molecular) é igual velocidade de escape da Terra (Ta- bela 13-2)? A que temperatura a velocidade média quadratica (c) do H, ¢ (d) do O; ¢ igual a velocidade de escape da Lua (onde a aceleragiio da gravidade na superficie tem um médulo de 0,16)? Considerando as respostas dos itens (a) e (b), deve existir muito (2) hidrogénio e (f) oxigénio na atmosfera superior da Terra, conde a temperatura ¢ de cerea de 1000 K? 18 Dois recipientes esto & mesma temperatura, O pri- meio contém gés a pressdo p,, de massa molecular m, ¢ velo- cidade média quadrética ¥n,1. O segundo contém gas & presso 20p,, de massa molecular me velocidade Média Vgecs = 2.0" pj- Determine a razio m,/ms, +39 Uma molécula de hidrogénio (didmetro 1,0 x 10° em), movendo-se a velocidade média quadrdtica, eseapa de um formo 44000 K para uma efmara que contém étomes de argonio fries (didmetro 3,0 x 10~* cm) em uma concentragao de 4,0 x 10 ato- ‘mosiem'. (a) Qual é a velocidade da molécula de hidrogénio? (b) Qual é a distancia minima entre os centos para que a molécula de hidrogénio colida com um étomo de argénio, supondo que ambos so esfércos?(¢) Qual € 0 imero inical de celsdes por Segundo que a molécula dehidrogenio soe? (Sugestao: Suponha que os étomos de argénio estito parados. Nesse caso, o livre cami- sho méao da moléeula de hidrogenio € dado pela Eq. 19-26 © no pels Eq. 1.25,) #940 A velocidade mais provavel das moléculas de um gis quando ele esté a uma temperatura (uniforme) 7; € a mesma ve. Tocidade média quadrética das moléculas do gés quando ele esta a.uma temperatura (uniforme) 7, Caleulearazao Ty, S041. A Fig. 19-24 mostra uma distibuigto de velocidades hipo- tética para uma amostra de um = is com N particulas (note que PW) = 0 para qualquer velocidade Vebtidade v > 2vp). Quais so os valores de (2) avy. (0) Vna9€ (€) Yn? (A) MIO 1924 Problema t Qual éa fragio de particulas com velocidades entre 1,5¥¢ 2,0v;? 0, 2h seco 19-8 Os Calores Especificos Molares de um Gas Ideal 42 Qual é a energia interna de 1,0 mol de um gis ideal mono- atdmico a 273 K? "43 A temperatura de 2,00 mols de um gés ideal monoatémico € aumentada de 15.0 K a volume constante. Quais sao (a) 0 traba. tho W realizado pelo gis (b) a energia transferida como calor Q, (©) vatiagdo AEia da energia interna do gis ¢ (d) a variagao AK da energia cinética média por stomo? Problemas PPT +44 A temperatura de 2,00 mol de um gas ideal monoatdmico € aumentada de 15,0 K a pressao constante. Determine (a) 0 tra- balho W realizado pelo gas, (b) a energia Q transferida para o gas, nna forma de calor, (c) a variagdo AF, da encrgia interna do gas ¢ (d)a variagdo AK da energia cinética média por étomo, +45 Um recipiente contém uma mistura de trés gases ndo-re- agentes: 2,40 mol do gés 1 com Cy, = 12,0 Jmol - K, 1,50 mol do iis 2 com C)z = 128 Jimol - K e 3,20 mol do gés 3 com Cys = 20,0 mol - K. Qual é 0 Cy da mistura? "246 Um mol de um gas ideal an trajetGria diagonal na Fig. 19-25.A escala do eixo vertical € definida 3 Por Pa = 5.0kPaep,=2,0KkPae 2 a escala do eixo horizontal & defi- nida por V,, = 40m°e V, = 20m. oy Durante a transigdo, (a) qual € a Volume (mn) varingdo da energia interna do és e (b) qual é a energia adicionada "16-1925. Problema 6. 20 g88 na forma de calor? (c) Que calor & necessério para que 0 is vide aa cao longo da trajetsriaindireta abe? -47 A massa da molécula de um gs pode ser ealeulada a par- tir do seu calor especifico a volume constante cy. (Note que no se trata de Cy.) Tome ey = 0.075 callg » C® para 0 atgOnio e cal- cule (a) a massa de um étomo de argonio e (b) a massa molar do argonio. #48 Quando 20.9 J foram adicionados como calor a um certo 4 ideal, o volume do gs variou de $0.0 em? para 100 cm* en- {quanto a pressao permaneceu em 1,00 atm. (a) De quanto variow 4 energia interna do gas? Se a quantidade de gas presente era 2,00 x 10-* mol, determine (b) Cpe (e) Cy. "49 A temperatura de 3,00 mols de um gs diatémico ideal é aumentada de 40,0°C sem mudar a pressio do gés. As moléculas do g4s giram, mas nao oscilam. (a) Qual € a energia transferida ‘para o gasma forma de calor? (b) Qual € a variagso da energiain- terna do gés? (c) Qual é 0 trabalho realizado pelo gas? (A) Qual & ‘© aumento da energia cinética de rotagio do gas? seco 19-9 Graus de Liberdade e Calores Especificos Mo- lares +50 Fornecemos 70 J de calor a um gas diatOmico, que se ex- Pande a pressio constante. As moléculas do gs giram, mas nfo oscilam. De quanto a energia interna do gés aumenta? #51 Quando 1,0 mol de gas oxigénio (O;) é aquecido a pres- sio constante a partir de OFC, quanta energia deve ser adicionada {0 gs como ealor para dobrar seu volume? (As moléculas giram, ‘mas no oscilam.) %°52__Suponha que 12,0 g de g4s oxigénio (O,) s40 aquecidos de 25FC a 125°C a pressio atmosférica constant. (8) Quantos mols de oxiggnio estdo presentes? (A massa molar do oxigénio std na Tabela 19-1.) (b) Quanta energia é transferida para o oxi- ‘genio como calor? (As moléculas giram, mas nao oscilam.) (c) ‘Que fragio do calor é usada para aumentar a energia interna do oxigenio? +53. Suponha que 4.00 mols de um gés ideal diat6mico, com rotagiio molecular, mas sem oscilagio, sofrem um aumento de temperatura de 60,0 K em condigoes de pressio constante. Quais sto (a) a energia transferida como calor Q, (b) a variagio AF da ‘energia interna do gas, (c) 0 trabalho W realizado pelo gis ¢ (d) a vvariagio AK da energia cinética de translacao do gis? Capitulo 19 | A Teoria Cntica dos Gases segdo 19-11 A Expansdo Adiabética de um Gés Ideal +54 Suponha que 1,00 L de um gas com = 1.30. inicialmente 273 K e 1,00 atm. é comprimido adiabaticamente, de forma brusca, para metade do volume inicial. Determine (a) a pressio final e (b) a temperatura final. (c) Se,em seguida, o gs € resfriado para 273 K a presséo constante, qual é 0 volume final? +55 Um certo gas ocupa um volume de 4.3 L a uma pressio de 41,2 atm e uma temperatura de 310 K. Ele é comprimido adiabati- ‘camente para um volume de 0,76 L. Determine (a) a pressao final (b) temperatura final, supondo que o gés € ideale que y= 14 #56. Sabemos que pV* = constante nos processos adiabsticos Caleule a “constante” para um processo adiabitico envolvendo exatamente 2,0 mol de um gas ideal que passa por um estado no ‘qual a pressio & exatamente p = 1,0 atm e a temperatura é exata mente T = 300 K. Suponha que o gas é diatémico e que as molé- culas giram, mas nao oscilam. 657 A Fig. 19-26 mostra duas trajetdrias que podem ser se- 2uidas por um gs de um ponto inicial ‘até um ponto final fA. Itajetoria 1 consiste em uma expansio isotérmica (0 médulo do trabalho é 50 J), uma expansio adiabtica (0 médulo de trabalho € 40 J) uma compressio isotérmica (0 modulo do trabalho € 30.3) © uma compressiio adiabtica (0 médulo do trabalho € 25 3). Qual € a variagéo da energia interna do gis se ele vai do ponto i para 0 ponto fseguindo a trajetoria 2? Trajetria 1 Tsorerma, Traje~ vera? FIG. 19-28 Problema 57. #58 Vento adiabitico, Normalmente, 0 vento nas Montanhas Rochosas é de oeste para leste. Ao subir a encosta ocidental das ‘montanhas o ar estria e perde boa parte da umidade, Ao descer a cencosta oriental o aumento da pressio com a diminuiglo da alti- tude faz a temperatura do ar aumentar. Esse fendmeno, conhe- ido como vento chinook, pode aumentar rapidamente a tempe- ratura do ar na base das montanhas. Suponha que a presséo p-do ar varia com a altitude y de acordo com a equagio p = pie, donde py = 1,00 atm e a = 1.16% 10+ m~. Suponha também que a razio entre os calores especificos molares é y = 4/3. Uma certa massa de ar,a uma temperatura inicial de ~5,00°C, desce adiaba- ticamente de y, = 4267 m para y = 1567 m. Qual é a temperatura doar no im da descida? <9 +¢59 Um gas pode ser expandido de um estado inicial i para tum estado final fao longo da trajetéria 1 ou da trajetdria 2 de um iagrama p-V.A trajet6ria 1 & composta de trés etapas: uma ex- pansdo isotérmica (0 médulo do trabatho € 40 J), uma expansio adiabstica (0 médulo do trabalho €20 J) e outra expansio isotér- mica (o médulo do trabalho € 30). A trajetéria 2 € composta de duas etapas: uma redugio na pressio a volume constante ¢ uma expansiio a pressdo constante. Qual ¢ a variagdo da energia in- {erma do gas 20 longo da trajetoria 2? +960 Abrindo uma garrafa de champanha. Em uma garrata de champanha,o bolsio de gas (di6xido de earbono, principalmente) que fica entre o liquido ea rolha esta a uma pressao p, = 5,00 atm. ‘Quando a rolha ¢ removida da varrafa,o gis sofre uma expansio Adiabstica até que sua pressto se torne igual a pressao ambiente, 1,00 atm, Suponha que a razao entre os calores espeeificos mola- res é y = 4/3.Se a temperatura iniial do gas é 7, = 5,00°C, qual é sua temperatura no fim da expansio adiabstica? <9 +61. O volume de um gis ideal & reduzido adiabaticamente de 200 L para 74,3 L. A pressdo e temperatura iniciais sio 1,00 ‘atm e 300 K. A pressao final é 4,00 atm. (a) O gas é monoatomico, ‘diatOmico ou poliatomico? (b) Qual é @ temperatura final? (c) ‘Quantos mols existem no gés? **62 Um gis ideal diatOmico, com rotagio, mas sem oscilagbes, sofre uma compressiio adiabética. A pressio e 0 volume iniciais so 1.20 atm e 0.200 mA pressio final é 2.40 atm, Qual é 0 tra- balho realizado pelo 24s? 40963 A Fig, 19.27 mostra o ciclo a que é submetido 1,00 mol de um gas ideal monoatomico. 2 ‘AS temperaturas sdo T, = 300 K, T; = 60 Ke Ty = 455 K. Para a trajetéria 1 > 2, determine (a) 0 calor trocado Q, (b) a vatiagio de energia interna AE, € (c) 0 trabalho realizado W. Para a tra- jeloria 2 + 3, determine (d) Q. (6) Aig. € (0) W. Para a trajetéria 3 1, determine (g) Q. (h) AF a. € (i) W. Para o ciclo completo, determine (j) Q.(k) AEin (1) W. A pressdo inicial no ponto 1 é 1,00 atm (= 1,013 x 10® Pa). Quais siio (m) 0 volume e (1) a pressfio no ponto 2 (0) 0 volume e (p) a pressdo no ponto 3? Adiahtien Pression Volume FIG. 19-27 Problema 63, Problemas Adicionais 64 Em uma nuvem de gés interestelar a 50,0 K, a pressio é 1,00 x 10* Pa, Supondo que os didmetros moleculares dos gases da nuvem sao todos iguais a 20,0 nm, qual € 0 livre camino mé- dio das motéculas? 65 A temperatura de 3,00 mol de um gas com Cy = 6.00 cal/mol + K € aumentada de 50,0 K. Se o processo & eonduzido 4 volume constante, quai sio (a) a energia transferida como cae Jor Q.(b) 0 trabalho W realizado pelo g4s,(c) a variagio AE y da energia interna do gés ¢ (d) a variagdo AK da energia cingtiea de translagao? Se 0 processo € conduzido a pressio constanie, quais sito (e) Q, (1) W, (8) AF € (h) AK? Se 0 processo & adiabético, quis 0 (i) Q,(3) W.(K) AF € (JAK? 66 Uma amostra de oxigenio (O:) a 273 K e 1.0 atm esté con- finada em um recipiente cubico de 10 em de aresta, Caleule AU {Raga onde AU, € a variagao da energia potencial gravitacio- nal'de uma molécula de oxigénio que cai da altura da caixa € Kaa 6 aenengia cinética de translagao méia da molécula 67 0 invélucro e a cesta de um balio de ar quente tém um peso total de 2.45 kN e o invélucto tem uma capacidade (volume) de 2,18 x 10° m’, Quando o invélucro esta totalmente inflado, qual deve ser a temperatura do ar no seu interior para dar ao balao a capacidade de levantamento (forga) de 2,67 kN (além do peso do baldo)? Suponha que o ar ambiente, a 20,0°C, tem um peso espe- cifico de 11,9 Nim?,uma massa molecular de 0,028 kg/mol ¢ esta a uma pressio de 1,0 atm. 68 (a) Um gés ideal, inicialmemte & pressao p,, sofre uma ex- panslo livre até que seu volume sea 3,00 vezes o volume inicial Qual € a razao & nova press2o e p,? (b) Em seguida, 0 gés sofre uma lenta compressiio adiabética até o volume inicial.A presstio aps a compressio ¢ (3,00)""py, O gs é monoatémico, diatdmico ou poliatémico? (¢) Qual €« razio entre a energia cinética média por molécula no estado final e no estado inicial? 69 A temperatura de 2,00 mol de um gés ideal monoat6mico & ‘umentada em 15,0 K em um processo adiabatico. Ouais S80 (a) © trabalho W realizado pelo gs, (b) a energia transferida como calor Q, (¢) a Vatiagdo AF iq, da energia interna do gas e (d) a va- ringio AK da energia cinética média por tomo? 70 Durante uma compressio a pressio constante de 250 Pa, 0 volume de um gas ideal diminui de 0,80 m° para 0,20 m’. A tem- Peratura inicial é 360 K € 0 gas perde 210 J na forma de calor. ‘Quais sto (a) a variagao da energia interna do gis e (b) a tempe- ratura final do gis? 74 Com que freqiiéncia as moléculas de oxigénio (O,) colidem a temperatura de 400 K € a uma pressio de 2,00 atm? Suponha que as moléculas tém 290 pm de didmetro e que 0 oxigenio se ‘comporta como um gs idea. 72 Uma amosira de um gés ideal contém 1.50 mol de moléculas diatémicas que giram, mas néo oscilam. O didmetro das molécu- las é 250 pm. O gas softe uma expansfo a uma pressio constante de 1,50°x 10° Pa,com uma transferéneia de 200 J na forma de ca- lor. Qual é a variagdo do livre caminho médio das moléculas? 73 Um gis ideal monoatémico tem inicialmente uma tempe- ratura de 330 K ¢ uma pressio de 6.00 aim. Ele se expande do volume de $00 em’ para o volume de 1500 em’. Determine (a) a pressio final e (b) o trabalho realizado pelo wis se a expansio 6 isotérmica. Determine (c) a pressio final e (d) o trabalho reali- zado pelo gésse a expansao é adiabstica 74 Um gis ideal com 3,00 mol estéinicialmente no estado 1 & Pressio p; = 20,0 atm e volume V; = 1500 cm’. Primeiro, ele € le- vado ao estado 2 com pressio p> = 1,50p, ¢ volume V3 ~ 2,00V, Em seguida, ele € levado ao estado 3 com pressio ps = 2.00p, € volume V3 = 0,500V;. Qual é a temperatura do gis (a) no estado Te (b) no estado 2? (c) Qual é a variagio liquida da energia in- tema do gis do estado I para o estado 3? 75 Umgisideal sofre uma compresséo adiabitica dep ~ 1,0atm, V = 1,0 10°L, 7 = 00°C para p = 10% 105 atm, V = 10% 10° L. (a) O gas € monoatdmico, diatOmico ou poliatémico? (b) Qual é a temperatura final? (c) Quanios mols do gis estio presentes? Qual ‘2 energia cinétiea de translacio por mol (d) antes e (e) depois da compressio? ({) Qual é a razdo entre os quadrados das velocida- des médias quadréticas antes e apos a compressio? 76 Um gis ideal, a uma temperatura inicial T, e com um vor lume inicial de 2,0 m’,sofre uma expansi adiabstica para um vor lume de 4,0 m, depois uma expansao isotérmica para um volume de 10 m’ e, inalmente, uma compressio adiabitica de volta para 7,.Qual € 0 volume final? 77 Uma amostra de um gas ideal sofre uma expanstio de uma pressZo e volume iniciais de 32 atm e 1,0 L para um volume final de 40 L.A temperatura inicial € 300 K. Se 0 gés € monoatémico © a expansio ¢ isotérmica, quais sa0 (a) a pressio final p,(b) a temperatura final Tye (c) 0 trabalho W realizado pelo gis? Se 0 {348 € monoatOmico € a expansio € adiabsitiea, quais sio (d) pg (e) Tye (f) W? Seo gas & diatomico e a expansio é adiabitica, quais S80 (8) poh) Tye (i) W? 2s 78 Calcule o trabalho realizado por um agente externo durante uma compressio isotérmica de 1,00 mol de oxigénio de um vo lume de 22,4 La 0°C e 1,00 atm para um volume de 16,8 L. 79 Um tanque de ago contém 300 g de aménia (NE) a uma pres- so de 1.35 x 10* Pa e uma temperatura de 77°C. (a) Qual € 0 vo- ume do tanque em litros? (b) Mais tarde, a temperatura € 22°C ¢ a pressio €8,7 x 10° Pa, Quantos gramas do gis vazaram do tanque? 80 Em que temperatura os dtomos de hélio tém a mesma ve- locidade média quadratica que as moléculas de hidrogénio a 200°C? (As massas molares so dadas na Tabela 19-1.) 81 A Fig. 19-28 mostra a dis- tribuigio hipotética de veloci- dades das particulas de um certo. = gis: PO) = CF parad vp, Determine (a) uma expressio para C em ter- mos de ve, (b) a velocidade média las particulas-¢ (c) a velocidade ‘média quadrtica das particulas. 82 Em um proceso industrial, o volume de 25,0 mol de um gis ideal monoat6mico ¢ reduzido, a uma taxa uniforme, de 0,616 m* para 0308 m’ em 2,00 h, enquanto a temperatura € aumentada, a luma taxa uniforme, de 27.0°C para 450°C. Durante 0 processo, 0 ‘4s passa por estados de equilfbrio termodinimico. Quais slo (a) © trabalho cumulativo realizado sobre o gis, (b) a energia cumu- lativa absorvida pelo gés como calor e (c) o calor espectico molar para o processo? (Sugestdo: Para calcular a integral para o traba Tho, use a equagio atbx bx | aB-ba Set ap point +n, luma integral indefinida.) Suponha que o processo é substituide por um processo de duas etapas que leva ao mesmo estado final Na etapa 1.0 volume do gas ¢ reduzido a temperatura constante, na etapa 2, a temperatura ¢ aumentada a volume constante. Para esse processo, quais sio (d) 0 trabalho cumulativo realizado so- bre o gas, (c) a energia cumulativa absorvida pelo gs como calor € (f) calor espectfico molar para o processo? ° Es Velocidade FIG. 19.28 Problema 81 83 Um gis ideal softe uma compressio isotérmica de um vor ume inicial de 4,00 m° para um volume final de 3,00 m’. Existem 3,50 mol do gas ¢ a sua temperatura é 10,0°C. (a) Qual é 0 traba- tho realizado pelo gis? (b) Qual é a energia trocada como calor entre ogése o ambiente? 84 (a) Qual é 0 numero de moléculas por metro eibico no ar a 20°C € a uma pressao de 1,0 atm (= 1,01 x 10° Pa)? (b) Qual é a massa de 1,0 m desse ar? Suponha que 75% das moléculas so de nitrogénio (N;) € 25% sio de oxigenio (O,). 85 _A Fig. 19-29 mostra um ciclo composto de cinco trajet6rias: AB éisotérmica a 300 K, BC€ adiabatica com um trabalho de 5.01, 4 FIG. 19.29 Problema 85. v BEZTN) Cepitulo 19 | A Teoria Cinética dos Gases CD € uma pressio constante de $ atm, DE 6 isotérmicae EA é ‘adiabtica com uma variagio da energia interna de 80 J.Qual é a ‘ariagao da energia interna do gis ao longo da trajetéria CD? 86 Um gis ideal inicialmente a 300 K € comprimido a uma pressiio constante de 25 Nim? de um volume de 3,0 m' para um volume de 1,8 m’. No processo, 75 J sio perdios pelo gés na forma de calor. Qual € (a) a variagdo da energia interna do gas ¢ (b)a temperatura final do gas? 87 Um gis ideal ¢ submetido a um ciclo completo em trés eta- as: expansio adiabética com um trabalho de 125 J, contragio isotermica a 325 K e um aumento na pressio a volume constante. (@) Plote as tres etapas em um diagrama p-V. (b) Quanta energia € transferida como calorna etapa 3? (c) A energia € absorvida ou cedida pelo gis? 88 (a) Qual ¢ 0 volume ocupado por 1,00 mol de um gis ideal nas condigdes normais de temperatura e pressio (CNTP), ou seja, 1,00 atm (= 1,01 x 10° Pa) 273 K? (b) Mostre que o mimero de moléculas por centimetro cibico nas CNTP é 2,69 x 10”. (Este iniimero € chamado de ruimero de Loschmidt.)

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