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AVALIAÇÃO INTEGRADA – UNINOVE – CURSO DE DIREITO – 6º SEMESTRE MANHÃ – 2010/1

A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer associação civil a possibilidade


de agir à revelia dos princípios inscritos nas leis e, em especial, dos postulados que têm por
fundamento direto o próprio texto da Constituição da República, notadamente em tema de
proteção às liberdades e garantias fundamentais. (...) A autonomia privada, que encontra claras
limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos
direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a
autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e atuação, o
poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja
eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações
privadas, em tema de liberdades fundamentais. (RE 201819 / RJ - RIO DE JANEIRO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO Relator (a): Min. ELLEN GRACIE Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR
MENDES Julgamento: 11/10/2000 - Órgão Julgador: Segunda Turma)

QUESTÃO 1 – DIREITO PENAL V – PARTE ESPECIAL III

D) o crime de quadrilha ou bando exige a associação de pelo menos 4 pessoas, ao passo que o
crime de associação para o tráfico exige apenas 2 pessoas.

Justificativa: O artigo 35, da Lei 11343/06 prevê a configuração do delito de associação quando
se reunirem duas ou mais pessoas para a prática dos crimes previstos na lei de tóxicos, nos
artigos 33, caput, e parágrafo 1º, e 34. Já o artigo 288, do CP prevê a presença de, pelo menos,
quatro pessoas para configurar o crime de quadrilha ou bando.

QUESTÃO 2 – DIREITO PROCESSUAL PENAL I

C) Obrigatoriedade e indisponibilidade da ação; oportunidade (conveniência) e disponibilidade da


ação.

Justificativa: Os dois atinentes à ação pública são obrigatoriedade (tendo indícios de autoria e
materialidade em relação a certo crime o Ministério Público está obrigado a oferecer a denúncia) e
o da indisponibilidade a ação (o Ministério público não pode desistir da ação penal por ele
proposta). Os outros dois referentes à ação privada são: oportunidade (a vítima pode optar por
não processar os autores do crime) e disponibilidade da ação (o querelante pode desistir de
prosseguir com a ação).
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QUESTÃO 3 – DIREITO PROCESSUAL PENAL I

A) pode ser iniciado a pedido da vítima e trata-se de uma peça dispensável para o oferecimento
da ação penal.

Justificativa: A resposta correta é a A. O inquérito policial pode ser iniciado por diversas formas,
sendo uma deles, a pedido da vítima, por meio da chamada notitia criminis (art. 5º, II, CPP). Não é
obrigatória a existência de um inquérito policial para o oferecimento da ação penal, já que esta
pode ser proposta com base em outros elementos.

QUESTÃO 4 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

B) Se, com amparo no princípio da autonomia da vontade, uma sentença acolher pedido de um
litigante e, com isso, também violar a esfera jurídica de um terceiro, este (o terceiro) pode
ingressar com o recurso de apelação para reverter a sua situação.
Justificativa O terceiro prejudicado em sua esfera jurídica tem legitimidade para recorrer (CPC,
art. 499). Essa legitimidade dada ao terceiro prejudicado juridicamente o autoriza a interpor
qualquer recurso, dentre aqueles previstos em lei, conforme enfatiza a doutrina. Contra a
sentença cabe recurso de apelação (CPC, art. 513).
Palavras-chave: legitimidade recursal, recurso de terceiro prejudicado, interesse jurídico,
sentença, apelação.
Referências dos artigos de lei: art. 499 do CPC, art. 513 do CPC

QUESTÃO 5 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

C) proferir voto analisando o vício apresentado, ainda que não suscitado pela parte, por se tratar
de questão de ordem pública.
JUSTIFICATIVA O princípio da reformatio in pejus realmente não permite que se agrave a
situação do recorrente. Entretanto, também é certo afirmar que, esse princípio exclui as questões
de ordem pública que podem ser analisadas em qualquer situação, notadamente no tocante a
incompetência absoluta.
Palavras-chave: Incompetência absoluta – Reformatio in pejus – Ordem pública.
referências dos artigos de lei: art. 113 do CPC
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QUESTÃO 6 – DIREITO CIVIL VI – TEORIA DOS CONTRATOS II

D) empréstimo é gênero, de que são espécies; o comodato e o mútuo, este, por transferir a
propriedade do objeto, vale como negócio constitutivo-atributivo; aquele, temporariamente
transferido, caracteriza-se como negócio, restituitório, consubstanciando, pois, empréstimo de
uso.

JUSTIFICATIVA: Comodato é contrato unilateral, gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem
coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída. Já o Mútuo caracteriza-se
pelo contrato pelo qual alguém transfere a propriedade de coisa fungível a outrem, que se obriga a
lhe pagar coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Palavras-Chaves – Comodato, Infungível, Mútuo, Fungível, Gratuidade, Uso, Consumo.

QUESTÃO 7 – DIREITO CIVIL VI – TEORIA DOS CONTRATOS II

A) a renúncia antecipada ao direito de revogar é impossível, pois isentaria o donatário da perda do


objeto em decorrência de qualquer ato de ingratidão.

JUSTIFICATIVA: O princípio da autonomia da vontade deve ser exercido no limite da supremacia


da ordem pública e da função social dos contratos; desta forma, considerando que o artigo 556 do
Código Civil veda a revogação antecipada, temos que a sua manifestação de vontade resta
limitada nesse sentido. Tal restrição tem fundamento no fato de no momento da liberalidade, o
doador não tem conhecimento da motivação que poderá gerar a revogação por ingratidão.
Palavras Chaves – Supremacia da ordem pública, artigo 556 do CC, Doação, Ingratidão.

QUESTÃO 8 – DIREITO COMERCIAL I

C) A cláusula que priva o sócio dos lucros que descumpra a cláusula de exclusividade de serviço
é válida, havendo perfeita harmonia entre a autonomia de vontade dos sócios esboçada no
contrato social e o artigo 1006, do Código Civil.
JUSTIFICATIVA Na Sociedade Simples, por não ter natureza empresarial, admissível será que os
sócios prestem sua contribuição para o fundo social, com serviços. O sócio que atuar como
prestador de serviços deverá ter dedicação exclusiva à sociedade, não podendo participar como
tal em outras sociedades. Se vier a praticar atos alheios ao objeto social, poderá, ante a quebra
da confiança, perder o direito de participar nos lucros e ser excluído da sociedade, por previsão
expressa na lei (art. 1006, CC)
PALAVRAS-CHAVES – quebra de confiança, dedicação exclusiva.
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QUESTÃO 9 – DIREITO COMERCIAL I

D) Não, pois o contrato somente poderá ser registrado no Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas da sede da sociedade, por ser uma sociedade simples.

JUSTIFICATIVA: Trata-se de sociedade simples, a teor do disposto no Parágrafo Único, do art.


966, do Código Civil, que deverá, para adquirir personalidade jurídica, ter seu ato constitutivo
registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não podendo os sócios decidir onde
registrar.
PALAVRAS-CHAVES: Sociedade Simples, Registro de Pessoas Jurídicas, Parágrafo Único do art.
966, do CC.

QUESTÃO 10 – DIREITO CIVIL VII – DIREITOS REAIS I

B) uma posse precária, pois há o abuso de “B” diante da liberalidade feita por “A”.

JUSTIFICATIVA: A posse precária tem como fundamento o abuso de confiança do possuidor


direto com relação ao o possuidor indireto, uma vez que a posse é dada com uma determinada
finalidade e dentro de um contrato, que, porque inadimplido na perspectiva da restituição, viola o
dever de confiança depositado pelo comodante no momento da liberalidade.
Palavras Chaves – Possuidor direto, possuidor indireto, precariedade, abuso de confiança,
liberalidade.

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