Você está na página 1de 20

ASSÉDIO MORAL, sexual e

discriminação no ambiente
de trabalho
Utilize o QrCode para
acessar a cartilha digital!
Corpo Gestor
João Paulo Lédo - Defensor Público-Geral

Mônica Belém - Subdefensora Pública-Geral

Edgar Alamar - Corregedor Geral

Rodrigo Ayan - Diretor da Escola Superior

Luciana Bringel - Diretora Metropolitana

David Oliveira - Diretor do Interior

Lauro Spinelli - Diretor Administrativo

Coordenações
José Arruda - Ensino e Pesquisa da ESDPA

Daniel Lobo - Políticas Cíveis Metropolitana

Fábio Rangel - Políticas Criminais Metropolitana

Eliana Magno - Políticas Cíveis do Interior

Flávio Cancela - Políticas Criminais do Interior

Márcio Neiva - Políticas da Infância e Juventude

Ficha Técnica
Briefing e texto - Priscilla Ribeiro, Rodrigo Ayan, José Arruda e
Érica Alves

Direção de arte - Érica Alves e Priscilla Ribeiro

Revisão de conteúdo - José Arruda, Rodrigo Ayan e Priscilla


Ribeiro
SUMÁRIO
Introdução...........................................................................................4
Definições.............................................................................................5
Assédio moral.....................................................................................5
Assédio moral organizacional.................................................6
Tipos de assédio moral..................................................................7
Atos de assédio moral...................................................................8
Não são atos de assédio moral................................................9
Assédio sexual.................................................................................10
Assédio sexual por chantagem (assédio vertical)......10
Assédio sexual por intimidação ou ambiental............10
Mulheres sofrem mais assédio?..............................................11
Exemplos de assédio sexual....................................................12
Discriminação...................................................................................13
Exemplos de assédio moral contra mulher e
discriminação em face do gênero.......................................14
Exemplos de comportamentos discriminatórios à
população lgbtqia+.......................................................................14
Consequências possíveis do assédio moral, sexual e
da discriminação............................................................................15
O que fazer?.......................................................................................16
Medidas de prevenção................................................................17
INTRODUÇÃO

Este guia desenvolvido pela Escola Superior da


Defensoria Pública, em parceria com o Comitê Gestor da
Política de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral
e Sexual e da Discriminação, no Âmbito da Defensoria
Pública (Cpead), tem por objetivo oferecer ao público
interno esclarecimentos sobre o assédio moral, assédio
sexual e a discriminação no ambiente de trabalho.
Promovendo uma maior conscientização visando
prevenir e coibir práticas relacionadas ao tema.

4
DEFINIÇÕES

ASSÉDIO MORAL

Processo contínuo e reiterado de condutas abusivas que,


independentemente de intencionalidade, atentem contra
a integridade, identidade e dignidade humana do
trabalhador, por meio da degradação das relações
socioprofissionais e do ambiente de trabalho, exigência de
cumprimento de tarefas desnecessárias ou exorbitantes,
discriminação, humilhação, constrangimento, isolamento,
exclusão social, difamação ou abalo psicológico.

5
ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL

Processo contínuo de condutas abusivas amparado


por estratégias organizacionais e/ou métodos
gerenciais que visem a obter engajamento intensivo
dos funcionários ou excluir aqueles que a instituição
não deseja manter em seus quadros, por meio do
desrespeito aos seus direitos fundamentais.

Exemplos: pressão para o atingimento de metas


inexequíveis, sobrecarga e ritmo excessivo de
trabalho, segregação, etc.

6
TIPOS DE ASSÉDIO MORAL

Assédio moral vertical


Ocorre entre pessoas de nível hierárquico diferentes,
de chefes para subordinados ou dos próprios
subordinados para com o chefe.

Assédio moral horizontal


Ocorre entre pessoas que pertencem ao mesmo nível
de hierarquia. É um comportamento instigado pelo
clima de competição exagerado entre colegas de
trabalho. O assediador promove liderança negativa
perante os que fazem intimidação ao colega,
conduta que se aproxima do bullying, por ter como
alvo vítimas vulneráveis.

Assédio moral misto


Consiste na acumulação do assédio moral vertical e
do horizontal. A pessoa é assediada por superiores
hierárquicos e por colegas de trabalho. Em geral, a
iniciativa da agressão começa com um autor,
fazendo com que os demais acabem seguindo o
mesmo comportamento.

7
SÃO ATOS DE ASSÉDIO MORAL

Sobrecarregar o(a) colaborador(a) com tarefas

Ignorar a presença do(a) colaborador(a), evitar a


comunicação direta ou isolá-lo(a) fisicamente para
que não haja comunicação com os(a) demais
colegas

A rivalidade (pode ser fruto de um sentimento de


inveja inconfesso, mas estimulado sutilmente pela
organização)

As agressões diretas ou mesmo


sutis

Delegar tarefas impossíveis de serem cumpridas ou


determinar prazos incompatíveis para finalização
de um trabalho

Espalhar rumores, divulgar boatos ofensivos ou


postar mensagens depreciativas em redes sociais a
respeito do(a) colaborador(a)

Limitar o número de vezes que o(a) colaborador(a)


vai ao banheiro e monitorar o tempo que lá ele(a)
permanece

Privar o(a) colaborador(a) de autonomia, retirar o


trabalho que habitualmente competia a ele(a)
executar ou contestar, frequentemente e de forma
desarrazoada, as decisões do(a) colaborador(a),
ensejando sentimento de inutilidade e
incompetência

8
NÃO SÃO ATOS DE ASSÉDIO MORAL

Exigir que o trabalho seja cumprido com


eficiência

Exigir metas, considerando a razoabilidade a


realidade da atividade laborativa

Chamar atenção do(a) colaborador(a), dentro


dos limites do poder hierárquico

Solicitação de serviço extraordinário, se


respeitados os limites legais e por justificada
necessidade de serviço

Usar mecanismos tecnológicos de controle das


atividades desenvolvidas pelo(a) colaborador(a)

Adequação do meio ambiente de trabalho de


forma que não implique em situações que
configurem o assédio moral

9
ASSÉDIO SEXUAL
Conduta de conotação sexual praticada contra a vontade de
alguém, sob forma verbal, não verbal ou física, manifestada
por palavras, gestos, contatos físicos ou outros meios, com o
efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua
dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil,
degradante, humilhante ou desestabilizador.

ASSÉDIO SEXUAL POR CHANTAGEM


(ASSÉDIO VERTICAL)
Valer-se da posição de chefia para constranger o(a)
colaborador(a), com intimidações, pressões ou outras
interferências, com o objetivo de obter algum favorecimento
sexual.

ASSÉDIO SEXUAL POR INTIMIDAÇÃO OU


AMBIENTAL
Caracteriza-se pela insistência, impertinência, hostilidade
praticada individualmente ou em grupo, manifestando
relações de poder ou de força, não necessariamente de
hierarquia.

10
MULHERES SOFREM MAIS ASSÉDIO SEXUAL?

SIM! Mulheres e homens podem ser vítimas, mas as mulheres


são as principais atingidas com essa forma de violência no
ambiente de trabalho.

47% DAS MULHERES JÁ SOFRERAM


ASSÉDIO SEXUAL NO TRABALHO
Pesquisa do Linkedin e da consultoria de inovação social Think Eva

De acordo com o levantamento, a maioria das entrevistadas


que já sofreram alguma forma de assédio sexual no
ambiente de trabalho são mulheres negras (52%) e que
recebem entre dois e seis salários mínimos (49%). Além
disso, o Norte (63%) e Centro-oeste (55%) têm uma
concentração de relatos superior às demais regiões.

63% das mulheres da Região Norte já sofreram


assédio sexual no trabalho.

das mulheres assediadas no ambiente de


52% trabalho são negras.

78,4%
das mulheres acreditam que nada
acontecerá caso denunciem o
crime dentro das corporações em
que trabalham.

11
EXEMPLOS DE ASSÉDIO SEXUAL

Ameaçar retirar função se não prestar favor sexual ou


exigir favor sexual para concessão da função

Fazer insinuações de cunho sexual, constrangendo,


intimidando ou humilhando o(a) colaborador(a) ou grupo
de colaboradores(as)

Colocar a mão por dentro da roupa da vítima sem


autorização, iniciar ou consumar ato sexual sem
consentimento

Tocar sensualmente, roçar no corpo da outra pessoa,


acariciar, agarrar, beliscar, bloquear caminhos com o
objetivo de fazer um avanço sexual etc.

Fazer referências à sexualidade, orientação sexual,


identidade de gênero ou corpo da pessoa, observações
sexistas, brincadeiras ou provocações sexuais

Olhares fixos, maliciosos e de avaliação da pessoa, gestos


depreciativos de natureza sexual, expressões faciais de
natureza sexual etc.

12
DISCRIMINAÇÃO

Compreende toda distinção, exclusão, restrição ou preferência


fundada na raça, etnia, cor, sexo, gênero, religião, deficiência,
opinião política, ascendência nacional, origem social, idade,
orientação sexual, identidade e expressão de gênero, ou
qualquer outra que atente contra o reconhecimento ou
exercício, em condições de igualdade, dos direitos e liberdades
fundamentais nos campos econômico, social, cultural, laboral
ou em qualquer campo da vida pública.

Abrange todas as formas de discriminação, inclusive a recusa


de adaptação razoável.

13
EXEMPLOS DE ASSÉDIO MORAL CONTRA
MULHER E DISCRIMINAÇÃO EM FACE DO
GÊNERO

Criar obstáculos ou impedir que gestantes


compareçam a consultas médicas

Exigir que a mulher não engravide ou


impedir/dificultar a ascensão profissional em
virtude de gestação

Desconsiderar ou desvalorizar a opinião técnica


da mulher em sua área de conhecimento

EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS DISCRIMINATÓRIOS


À POPULAÇÃO LGBTQIAPN+

Ameaçar, xingar, ofender e difamar a pessoa em razão de


sua orientação sexual e/ou identidade de gênero

Proibir a entrada e/ou permanência no mesmo ambiente

Impedir/dificultar a ascensão profissional em virtude da


orientação sexual e/ou identidade de gênero

Negar assistência ou atenção adequada em ambientes


em virtude da orientação sexual e/ou identidade de
gênero

Desrespeito ao uso do nome social

14
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS DO ASSÉDIO
MORAL, SEXUAL E DA DISCRIMINAÇÃO

Adoecimento psicológico e físico

Aumento de peso ou emagrecimento exagerado

Crises de ansiedade

Depressão

Efeitos negativos no ambiente familiar

Estresse e insônia

Falta de motivação

Pensamentos suicidas

Perda de concentração e memória

Queda de rendimento

Sentimento de culpa

15
O QUE FAZER?
Se você for a vítima, ao sofrer assédio moral, sexual ou
discriminação você poderá, dentre outras medidas:

Anotar as situações de assédio ou discriminação, com atenção


a detalhes como: dia, hora, local, nome do(s) envolvido(s),
conteúdo das conversas, entre outros

Guardar documentos físicos (bilhetes, anotações) ou eletrônicos


(e-mails, mensagens) que possam servir como provas

Buscar apoio de familiares, amigos e colegas

Evitar conversar a sós com o(a) assediador(a)

Denunciar na Ouvidoria Interna do Órgão ou Empresa

Buscar ajuda de colegas que possam ter testemunhado os


assédios, a discriminação ou também terem sido de vítimas do
assediador

ATENÇÃO! Rompa o silêncio! Buscar ajuda e enfrentar o


problema é fundamental! Com o afeto e a solidariedade de
colegas, familiares e amigos, você terá melhores condições
de enfrentar o(a) assediador(a). Proteja-se!

Se você é testemunha de cenas de assédio ou discriminação,


supere o seu medo e seja solidário com o(a) colega. Você
poderá ser a “próxima vítima” e, nessa hora, o apoio de outras
pessoas também será precioso.

Você poderá cooperar das seguintes formas:


Oferecer apoio à vítima
Disponibilizar-se como testemunha
Fazer uma denúncia na Ouvidoria Interna

Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!

16
MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Instituir e divulgar materiais de conscientização

Realizar palestras, oficinas e cursos sobre a temática

Incentivar a harmonia no ambiente de trabalho, com


aceitação da diversidade de perfis profissionais e de
diferentes ritmos de trabalho

Conferir autonomia para organização do trabalho em


equipe

Promover avaliação de riscos psicossociais no ambiente


de trabalho

Observar o repentino aumento injustificado de faltas de


serviço

Oferecer apoio psicológico e orientação aos(às)


colaboradores(as) que se julguem vítimas de assédio moral,
sexual e discriminação

Não se omitir diante de situações de assédio moral, sexual e


discriminação

Garantir tratamento equânime a todos(as) os(as)


colaboradores(as)

Estabelecer canais de recebimento e protocolos de


encaminhamento de denúncias

17
@escoladppa

escolasuperiordppa

Você também pode gostar