Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resolução:
a) Na situação 1, as células musculares utilizam carboidratos para a obtenção de energia por meio da respiração celular,
processo aeróbio que consome oxigênio e glicose e produz gás carbônico e água. Na situação 2, sendo o esforço muscular muito
intenso, o oxigênio disponível é insuficiente para a obtenção de toda a energia necessária ao trabalho muscular; nesse caso,
além da respiração celular, que continua ocorrendo, acontece também, como coadjuvante, o processo de fermentação lática,
no qual a glicose é degradada sem a presença do oxigênio — processo anaeróbio — com produção de ácido lático residual.
Tanto a respiração como a fermentação transferem energia para moléculas de ADP, formando ATP, que será, posterior-
mente, utilizado para o trabalho celular. A respiração, no entanto, libera maior quantidade de energia do que a fermentação,
motivo pelo qual ela é o processo preferencial das células.
b) As organelas encontradas em abundância nas células musculares são as mitocôndrias. Isso porque grande parte do pro-
cesso de respiração celular, liberador de energia, ocorre nessas organelas.
c) A equação química da combustão completa da glicose será:
C6H12O6(s) + 6 O2(g) → 6 CO2(g) + 6 H2O(l) ∆H = ?
Para aplicar a Lei de Hess, devemos modificar as equações dadas:
Equação I: será mantida e multiplicada por 6.
6 Cgrafite + 6 O2(g) → 6 CO2(g) ∆H1 = 6 (– 400) kJ
Equação II: será mantida e multiplicada por 6.
6 H2(g) + 3 O2(g) → 6 H2O(l) ∆H2 = 6 (– 280) kJ
Equação III: será invertida.
C6H12O6(s) → 6 Cgrafite + 3 O2(g) + 6 H2(g)
∆H3 = + 1280 kJ
Somando algebricamente as três equações e somando os correspondentes valores de ∆H, teremos:
C6H12O6(s) + 6 O2(g) → 6 CO2(g) + 6 H2O(l)
∆H = ∆H1 + ∆H2 + ∆H3
∆H = 6 (– 400) + 6 (– 280) + 1280
∆H = – 2800 kJ/mol
Essa será a entalpia de combustão da glicose.
O poder calorífico poderá ser calculado da seguinte maneira:
libera
1 mol (glicose) 2800kJ
libera
5,5 mol (1 kg de glicose) x
x = 15400 kJ
O poder calorífico será 15.400 kJ/kg.
6x + 12 – 12 = 0
x=0
C2 H6 O
x +1 –2 Nox de cada átomo
2x +6 –2 total (∑ = zero)
2x + 6 – 2 = 0
x = –2
C O2
x –2 Nox de cada átomo
x –4 total (∑ = zero)
x–4=0
x=4
Os dados permitem as seguintes conclusões:
• Ambos os combustíveis originam a formação de CO2.
• Seja ∆ Nox a variação do número de oxidação médio do carbono nas combustões completas. Esquematicamente,
temos:
C2H6O CO2
–2
a +4
∆ Nox = 6
C6H12O6 CO2
zero +4
∆ Nox = 4
álcool glicose
∆ Nox 6 4
Poder
30.000 kJ/kg 15.400 kJ/kg
calorífico
A prova não forneceu dados para se calcular a massa molar do C2H6O. Mesmo assim, como ilustração, vamos mostrar
que as conclusões anteriores são válidas.
Variação total de Nox do C (em mol) em 1 kg de cada substância.
Massa molar do C2H6O = 46 g/mol
1000 g
n C 2H6O = = 21, 74 mol ∴ nC = 2 × 21, 74 mol
46 g ⋅ mol – 1
∆ Nox total = 6 × 2 × 21,74 = 261
nC6H12O6 = 5,5 mol ∴ nC = 6 × 5,5 mol
∆ Nox total = 4 × 6 × 5,5 = 132
261 30 000
≅
132 15 400
Conclusão: o poder calorífico é diretamente proporcional à variação total do Nox do carbono.
Nas questões seguintes, eventualmente, você precisará de dados numéricos contidos no texto. Procure-os com atenção.
a) Identifique quais são as transformações de energia que ocorrem entre as fases 1 e 2 e entre as fases 3 e 4 do processo
esquematizado na figura. Em qual dessas duas transformações é realizado trabalho mecânico? Justifique.
b) Supondo que todo o calor gerado pela queima do bagaço de cana seja utilizado no aquecimento de 200 L de água de 10°C
até 100°C, determine a massa de bagaço necessária nesse processo.
Dados: densidade da água: dágua = 1 kg/L
calor específico da água: cágua = 1 kcal/kg°C
c) Em uma usina termoelétrica que usa o bagaço de cana como combustível, o fator de eficiência na transformação de ener-
gia térmica em energia elétrica é de 50%. Nessa usina, queimando-se 1080 kg de bagaço por minuto, qual será a energia
elétrica, em kWh, gerada por segundo?
Use 1 cal = 4 J.
d) Um agricultor dispõe de 200 metros de arame para cercar uma área retangular que tem um dos lados coincidindo com
a margem de um rio. Cercando apenas os lados não banhados pelo rio, de maneira que a área seja a máxima possível,
e plantando cana em toda a área, qual o excedente de energia, em kWh, se todo o bagaço da cana for queimado para ali-
mentar a usina citada no texto pelo engenheiro Arthur Padovani? Lembre-se de que 1 hectare = 10 000 m2.
Resolução:
a) Entre as fases 1 e 2, a energia química originária da combustão do bagaço é convertida em térmica, que aquece a água,
produzindo vapor.
O vapor expande-se e movimenta-se através da tubulação.
Entre as fases 3 e 4, a energia de movimento do vapor faz girar a turbina. Esse movimento, por meio do fenômeno da
indução eletromagnética, implica a obtenção de energia elétrica.
A produção de trabalho mecânico ocorre na fase 3 do processo, isto é, quando a expansão do vapor produz o movimen-
to da turbina.
b) O calor necessário para aquecer a água é:
QH2O = mH2OcH2O(∆θ)H2O = 200 ⋅ 1 ⋅ (100 – 10) ∴ QH2O = 1,8 × 104 kcal
Como o poder calorífico do bagaço é 2000 kcal/kg:
2000 kcal 1 kg
1,8 × 104 kcal x ∴ x = 9 kg
c) Cálculo da energia proveniente da queima do bagaço, por segundo:
kg 1080 kg kg
1080 = = 18
min 60 s s
• 2 × 103 kcal 1 kg
x 18 kg ⇒ x = 3,6 × 104 kcal/s
• O fator de eficiência é η = 0,5; logo, a energia útil por segundo é x = 1,8 × 104 kcal/s.
• Em joules: x = 4 ⋅ 1,8 × 104 kJ/s
4 × 1, 8 × 104 kJ
• Em kWh: x =
3, 6 × 103 kJ / kWh
x = 20 kWh/s
d) Seja ABCD o retângulo, tal que AB + BC + CD = 200
A Rio D
x x (0 ⬍ x ⬍ 100)
B 200 – 2x C
Considerando os textos e as imagens, discorra sobre a reordenação das relações de trabalho no Brasil, iniciada na
década de 30. Em seu texto procure contemplar:
• A importância do primeiro governo de Getúlio Vargas na estruturação da legislação trabalhista, a natureza dessa
legislação, e suas ações em relação à organização e aos movimentos dos trabalhadores.
• A disseminação (de 1930 até nossos dias) da legislação trabalhista, tendo em vista sua distribuição geográfica, na
cidade e no campo.
• As modificações na organização sindical conquistadas pelas classes trabalhadoras surgidas da industrialização, na
região metropolitana de São Paulo, conhecida como ABCD.
• As transformações estruturais do trabalho como a terceirização, o trabalho feito em casa, o trabalho autônomo etc., as
pressões para a flexibilização da legislação trabalhista e as formas de precarização das relações de trabalho (por exem-
plo, o trabalho informal).
Atenção: Não copie os textos das citações e do enunciado.
Redação
A proposta de redação prima, como há vários anos, pela exploração de imagens associadas a textos curtos, que servem
como estímulo e referência para que se possa encaminhar com segurança a argumentação. Além disso, contém, como a do
ano anterior, um gráfico cuja leitura atenta fornece amplo material para o desenvolvimento do texto.
Assim, a Banca parte do saudável princípio de que para escrever bem é preciso, antes de mais nada, ler bem. Também
estimula a crítica à nossa realidade social e a participação dos jovens na vida política do país, ao propor que escrevam ao
presidente eleito uma carta sobre uma das mais graves mazelas do Brasil.
Comentário Geral
Mais uma vez, o vestibular da PUC/SP se alinha às exigências dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais),
contemplando a chamada “transversalidade” curricular: o exame se estrutura em torno de um eixo temático que percorre as
diversas disciplinas. Neste ano, o tema “trabalho” foi proposto como “gerador das questões desta prova”: em Biologia e Química
foram abordados os “trabalhos” biológicos e químicos; em Física e Matemática, a conversão de calor em trabalho, a noção de
trabalho mecânico, etc.; em Geografia e História, as relações de trabalho no Brasil; em Redação, o tema específico do trabalho
infantil no nosso país.
Louve-se a apresentação gráfica impecável da prova: as imagens utilizadas, além de terem sido muito bem escolhidas do
ponto de vista estético, funcionam como estímulos para a reflexão. Na proposta de Redação, é significativo que imagens e textos
tenham sido organizados de forma a compor um painel nos moldes das colagens que decoram tantos quartos de adolescentes.