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A Histéria na Reflexdo Didatica* RESUMO O texto discute 0 papel da Diddtica da Histéria no ensino dessa disciplina € suas relages com o saber histérico ‘erudito e com o aprendizado informal que resulta da histéria vivida. Ble coloca como resultados da Didética da Histéria a introdugdo de argumentos racionais em discussdes sobre a experiéncia histérica, a articulagdo com a cientificidade nessa rea e a abertura para novos conteiidos, ndo necessariamente legitimados pela tradigéo, Klaus Bergmann ABSTRACT History in didactic reflection The article discusses the role of history teaching in the discipline and its relations to schoarly historical knowledge and to the informal apprenticeship which results from lived history. The author considers as resulis of history teaching the introduction of rational arguments in discussions of historical experience, the articulation with scientific attitudes in this area, and the opening of new contents, not necessarily legitimated by traditon. Uma reflexdo € hist6rico-didatica na medida em que investiga seu ‘objeto sob o ponto de vista da pratica da vida real, isto 6, na medida em que, no que se refere ao ensino e & aprendizagem, se preocupa com o contetido que € realmente transmitido, com 0 que podia e com o que devia ser transmitido. Refletir sobre a Histéria a partir da preocupagaio da Didatica da Histéria significa investigar 0 que é apreendido no ensino da Histéria (¢ a tarefa empirica da Didética da Hist6ria), 0 que pode ser apreendido (€ a tarefa reflexiva da Diddtica da Histéria) e o que deveria ser apreendido (6 a tarefa normativa da Diddtica da Hist6ria), Esta 6, portanto, uma disciplina cientifica que, dirigida por interesses prdticos, indaga sobre o cardter efetivo, possivel e necessdrio de processos de ensino ¢ aprendizagem e de processos formativos da Histéria. Nesse sentido, a diddtica da Histéria se preocupa com a formago, o conteiido e os efeitos da consciéncia histérica num dado * Publicado originalmente em: BERGMANN, Klaus, et al. (Oigs.) - Handbuch der Geschichtsdidaktik. Dasseldorf, Schwann-Verlag, 1985, pp. 207/217. Tradugiio de Augustin Wemet. Revisio de Marcos A. da Silva. ** Instinuto Jeismann [Rev. Bras. dei. | S.Palo | v9 nl J] pp. 29-42 J set. 89/fev.90] contexto sécio-hist6rico (Jeismann, 1977). Ela tem por tarefa investigar, descritivo-cmpiricamente, a consciéncia histérica e reguld-la diddtico- normativamente pois esta consciéncia é um fator essencial da auto-identidade humana ¢ um pressuposto insubstituivel para uma praxis social dirigida tacionalmente (Bergmann/Riisen, 1978). Podemos explicitar melhor essa tarefa em wés aspectos. A TAREFA EMPIRICA DA DIDATICA DA HISTORIA A Didatica da Historia é a disciplina cientffica que investiga ‘sistematicamente os processos de ensino e aprendizagem de Histéria, que si0 processos de formagao de individuos, grupos e sociedades. Ela trata de todos os modos imagindveis de Histéria, Em resumo: a Didatica da Histéria € uma disciplina que pesquisa a claboragéio da Hist6ria e sua recepgo, que é formagéo de uma consciéncia histérica, se dé num contexto social e hist6rico ¢ 6 conduzida por terceiros, intencionalmente ou nao. Informagdes hist6ricas sao assimiladas a partir da: a) histéria vivida e experimentada no seu devir de todos os dias; b) hist6ria no experimentada nem vivida imediatamente, ou seja, transmitida, cientificamente ou nao; c) histéria apresentada pela Ciéncia Histérica como uma disciplina especifica, com as suas problemdticas especificas, intengdes, hipdteses e os seus pressupostos, teorias, métodos, categorias ¢ resultados (Bergmann/Pandel, 1975). A investigagao desses processos de recep¢o ou transmissdo de conhecimento hist6rico é a tarefa empirica da Diddtica da Histéria. A TAREFA REFLEXIVA DA DIDATICA DA HISTORIA A Didatica da Historia é a disciplina cientifica que investiga ¢ expoe sistematicamente os processos de ensino ¢ aprendizagem, processos de formago e autoformagao de individuos, grupos e sociedades a partir dae pela Histéria, Fazendo isto, ela se refere as intengdes praticas desta disciplina especifica que € a Histéria, como também aos seus interesses, probleméaticas, pressupostos fundamentais, teorias, métodos, categorias, resultados e formas de exposigo desses resultados. Com esta tarefa reflexiva, ela passa para 0 territério da Hist6ria sistemdtica ¢ faz parte integrante da Ciéncia Hist6rica na medida em que a pr6pria Hist6ria sistematica o faz. Enquanto a pesquisa histérica empirica tem como objeto de investigagao os testemunhos do passado, cujas informagdes permitem reconstruir conexdes temporais da agdo ¢ do sofrimento humanos do passado, a Hist6ria Sistematica e a Diddtica da Histéria tém por abjeto a 30 propria investigacio hist6rica empirica. Nos parametros dessa tarefa, a Didética da Hist6ria é também uma didética da propria Ciéncia Histérica: ela analisa e explicita os fatores diddticos imanentes da pr6pria Ciéncia Hist6rica ¢ investiga o significado geral desta para a vida cultural e espiritual € para a praxis social do seu tempo. A TAREFA NORMATIVA DA DIDATICA DA HISTORIA A Didatica da Histéria 6 a disciplina cientifica que investiga sistematicamente todas as formas da mediac&o intencional e da representagao e/ou exposi¢ao de Hist6ria, sobretudo do ensino de Hist6ria. Com isso, com base nas solugdes encontradas até agora para as suas tarefas, a didatica se ocupa sobretudo com a fundamentacdo da disciplina da Historia no ensino, no contexto histérico ¢ social, e com a educagdo ¢ formacao intencionais nela contidas. Trata também, por outro lado, da exposi¢ao/representagao da Hist6ria feita pelos mass-media e meios de comunicagao de massa, como, p. ex., filme, televisdo, video, rddio ¢ imprensa. A Didiética da Histéria procura também explicitar os pressupostos, condigdes e metas da aprendizagem na disciplina especifica da Hist6ria, os conteddos a serem transmitidos, os métodos e as categorias e a possibilidade da estruturacao dos contetidos a partir das categorias didaticamente escolhidas na Ciéncia Histérica analisa também as técnicas € materiais de ensino e as varias possibilidades da Tepresentacao da Histéria, seja no ensino ou nos ambientes fora da escola. No contexto destas tarefas normativas, a Didatica da Historia vive em estreita ligagio com a Ciéncia Hist6rica. Relaciona-se, ao mesmo tempo, com as disciplinas de Pedagogia, Psicologia Ciéncias Sociais sisteméticas, sem as quais, o ensino nas escolas e a representaco ¢ exposi¢do fora delas no poderiam ser suficiente e cientificamente regulados e compreendidos.. Essas trés tarefas, sinteticamente esbogadas, sdo dimensées diferentes de uma inica conexdo constitufda pela indagacao sobre o surgimento, a qualidade, os efeitos ¢ a influéncia da consciéncia hist6rica. Alguns destes problemas ‘brevemente mencionados serdo tratados mais detalhadamente. A DIDATICA DA HISTORIA COMO PESQUISA EMPIRICA © interesse fundamental da Didatica da Hist6ria consiste na investigacdo do significado da Hist6ria no contexto social. A Didatica da Histéria se preocupa, ao mesmo tempo, com o fato de possibilitar uma consciéncia hist6rica, constitufda de tal maneira que garanta uma identidade ou identificagao do individuo com a coletividade na evolugao dos tempos, 31 favorega uma praxis social racionalmente organizada e compreenda a Hist6ria como um processo, cujos contetido e qualidade humanos podem ser melhorados pela agdo e intervengio dos agentes hist6ricos. Com isto, ela Pressup6e que a consciéncia histérica esteja condicionada socialmente e leve a ou frutifique efeitos sociais, Mesmo nesta tarefa empirica de investigacao, a Didatica da Hist6ria nunca esté orientada numa dimens§o exclusivamente descritiva mas, pelo contrdrio, investiga esta consciéncia histérica na intengao de impedir que se transmita ou amplie orientagées praticas ou motivagdes ¢ praticas historicamente superadas. A partir dessas inten¢des, a didética se vé obrigada a incluir nos objetos de sua pesquisa empirica também as recepgGes extra-escolares de Histéria. Dessa forma, ela nao apenas tematiza a Hist6ria regulada e disciplinada pela ciéncia e pelo ensino mas também abarca a Histéria ransmitida no processo de socializac4o, que ndo é filtrada por nenhuma disciplina cientifica. Na medida em que se investiga o significado e a importincia do mundo do vivido fora das instituigdes cientificas ¢ escolares, sua formagdio ¢ qualidade ¢ seus efeitos para a formagdo da consciéncia histérica, a Diddtica da Histéria d4 uma contribuic¢éo fundamental para o conhecimento daquele fator subjetivo transmitido socialmente, que est4 até um certo grau presente nos Procedimentos epistemolégicos de cientistas ¢ estudantes, envolvidos em reconstruir a a¢4o ¢ 0 sofrimento humanos do passado em varios nfveis (BECHER, 1978), Ela pesquisa, portanto, com intengdo didética, aqueles fatores epistemologicamente influentes do mundo do vivido extracientifico e extra-escolar, que a Histéria sistemdtica reflete num nivel teérico- epistemolégico. Percebe-se claramente que os objetos da pesquisa empirica da Didatica da Hist6ria so muitos. Fundamentalmente, pertencem-lhe as formas € 0s contetidos da socializagao histérico-politica dos diversos grupos, camadas e classes sociais ¢ as qualidades ¢ os efeitos das respectivas consciéncias hist6ricas resultantes dessa socializago. Incluem-se como objetos, também, todos os veiculos e meios de comunicac%io que contribuem na formagao da consciéncia histérica, como, p. ex.: televisio, rddio, video, imprensa, conversas cotidianas, museus, literatura histérica, propaganda histérica, representagoes cientificas e populares do passado, livros diddticos, livros Para jovens que tratam de assuntos histéricos, monumentos hist6ricos, edificios e nomes de rua que lembram eventos hist6ricos (Van Kampen/Kirchhoff, 1979). Um setor privilegiado da pesquisa empirica da Didatica da Histéria é o Ensino de Hist6ria como uma instituig&o social que deveria oficialmente formar uma determinada consciéncia histérica ¢ que, a0 mesmo tempo, revela a consciéncia hist6rica predominante. Estd ligada a esta atividade a investiga¢4o empirica da aula de Histéria, que pretende 32 perceber empiricamente a relacdo entre sua intengdo e seus resultados (Firnrohr/Kirchhoff, 1976; Mayer/Pandel, 1976). Esta tarefa empirica da Didética da Hist6ria traz consigo problemas metodoldgicos, para cuja solugdo, ela, por enquanto, nfo est4 devidamente preparada. A tarefa empirica da Diddtica da Hist6ria 6, até agora, mais um postulado do que uma realidade. Esta falha € significativa j4 que o conhecimento da consciéncia hist6rica, adquirida na primeira socializagdo antes da escolarizagao, seria uma condi¢do prévia para um razodvel ensino de Histéria. DIDATICA DA HISTORIA E CIENCIA HISTORICA Nos iiltimos anos, a Didtica da Hist6ria justificou ¢ fundamentou a sua existéncia sempre mais pela pretensdo de ser uma instincia necessdria da reflexfio e avto-reflexdo da propria Ciéncia Hist6rica (Kosthorst, 1977; Pandel, 1981). Para fundamentar esta pretensfio, que também tem conseqtiéncias na concepgao do préprio ensino de Histéria e noutras modalidades de tansmissio de conhecimentos hist6ricos, a Diddtica da Histéria parte em seu raciocinio do contexto e da situagio da Ciéncia Hist6rica na esfera vital do homem fora do ambiente da escola ¢ antes do contato com essa instituigao. Como todas as ciéncias, também a Ciéncia Hist6rica se constituiu ou se transformou em “Citncia” numa certa etapa do processo histérico real. Novas ciéncias surgem quando o pensamento anterior ¢ ainda ndo-cientifico nao mais é suficiente para orientar e conduzir a a¢do humana de maneira racional e significativa, Nesse sentido, a Ciéncia Hist6rica € um produto da divisio social ¢ necesséria do trabalho e tem de ser considerada como uma instincia socialmente institucionalizada e profissionalmente regulamentada. Essa instincia elabora ¢ apresenta uma meméria elaborada metédica e criticamente e se refere ao presente e ao futuro. E caracteristico da Hist6ria enquanto Ciéncia, em comparagéo com 0 pensamento hist6rico cotidiano e 0 anterior a sua institucionalizagao como ciéncia, um certo acréscimo de racionalidade que esta presente na referéncia a um sistema teérico, no método hist6rico e no conhecimento histérico (Riisen, 1983). ‘Como todas as ciéncias, também a Historia passa por um processo de continua e crescente especializaga4o. Desta maneira, h4 um certo progresso epistemolégico mas, a0 mesmo tempo, corre-se 0 risco de ela se wansformar numa especializacao esotérica, Se isso acontecer, a Ciéncia Historica leva quase que exclusivamente em conta fmpetos imanentes da ciéncia € corre 0 risco de se isolar das intengdes originais de insergdo nas intengdes do mundo do vivido ¢ perder a capacidade de interpretar os resultados de pesquisa num contexto de problemdticas mais abrangentes. Com isso, também se perderia 33 a capacidade de a Ciéncia Histérica apresentar de maneira significativa afirmagdes sobre os significados dos seus conhecimentos para a sociedade como tal (Bergmann, 1980). A Didatica da Hist6ria & indispens4vel para a Ciéncia Histérica exatamente por causa do fato de ela indagar sobre e problematizar este significado e, destarte, se opor ao perigo de a Ciéncia Histérica se isolar das necessidades legitimas de uma orientago histérica daquela sociedade que, em Ultima andlise, a sustenta. Com isso, ela desempenha uma fungo que é de importancia vital para a propria Ciéncia Histérica. Esta propria ciéncia, entretanto, ndo pode mais desempenhar aquela fung3o exatamente por causa de seu elevado grau de especializagao. Antes do inicio de qualquer pesquisa empirica, a Didatica da Hist6ria jd se coloca e se compreende como corpo de 9 regras did4tico. Na medida em que ela confronta o pensamento que pesquisa com o problema da relevancia (Nipperdey, 1972; W. J. Mommsen, 1975), a pesquisa se orienta por expectativas, exigéncias e necessidades que - se Permanecessem irrefletidas — agiriam na mesma pelas costas do pesquisador. A priori, no sabemos com certeza se um objetivo ¢ as intengdes que orientam determinadas investigacOes sAo irrelevantes ou levardo a resultados importantes no presente ¢ no futuro, Esta incerteza € uma das razSes mais importantes para defender a liberdade da Ciéncia e legitimar a exigéncia, também da Didética da Hist6ria, de isentar de maneira geral as pesquisas da discuss4o sobre sua relevncia ou nfo para a prdxis social imediata. Justifica-se, ao mesmo tempo, a pretensao da Didatica da Hist6ria de, apds o término da pesquisa, desempenhar uma fungo reflexivo-seletiva e questionar os resultados da pesquisa por seu significado, refletindo sobre o fato de estes resultados merecerem ser transmitidos (Bergmann, 1980). A Diddtica da Hist6ria, entretanto, nao se satisfaz apenas avaliando didaticamente os projetos de pesquisa e seus resultados sob o ponto de vista didético ou recomendando, por motivo de reflexGes didaticas, determinados conteidos hist6ricos. Ela também analisa criticamente os procedimentos cognitivos ¢ as categorias da Ciéncia Histérica elaborados e discutidos na Teoria da’ Hist6ria, querendo saber o seu valor formativo. Enquanto a pesquisa histérica pretende elaborar conteddos histé6ricos, o pensamento didatico se dedica a uma reflexio em outro nivel, no qual entram em jogo os Ppressupostos € os efeitos do sujeito do conhecimento (Lucas, 1965). A Didética da Hist6ria indaga sobre o significado da Hist6ria na formago geral € na praxis social, A Histéria como Ciéncia nao se limita unicamente a elaborar ou apresentar conhecimentos hist6ricos. Fundamentalmente, a Hist6ria € uma maneira de questionar sempre mais uma vez a realidade a partir do surgimento de novos problemas, questionar dentro de Procedimentos metodolégicos e, por isso, de modo diferente do pensamento 34 pré-cientifico. A realidade ser4 sempre questionada, considerada, ordenada e analisada a partir de determinados procedimentos metodolégicos. A Historia é uma maneira particular de pensar ¢ no um conjunto de conhecimentos, Esta maneira de pensar seré investigada pela Didatica da Hist6ria para saber © que pode e deve ser transmitido sob 0 ponto de vista da pritica social vital. Os critérios a partir dos quais a Didatica da Histéria faz esses questionamentos niio so elaborados arbitrariamente mas resultantes ou deduzidos do préprio processo hist6rico. Eles correspondem as intengdes originais ¢ existenciais da propria Ciéncia Hist6rica. A Ciéncia Histérica ¢ uma instituicdo ou instancia surgida no decorrer do processo hist6rico, que st4 preocupada em elaborar lembrangas ¢ memérias, tendo em vista o futuro © a pritica social cotidiana. Colocado o problema desta maneira, percebe-se claramente que a Histéria est4 na dependéncia de um ideal de esclarecimento determinado pela raz4o e interessado num espago vital também por cla determinado (Riisen, 1983). O interesse por uma raz4o indivisfvel é inerente € quase que inato & Ciéncia Histérica, que ndo se restringe 4 racionalidade interna da Hist6ria ¢ & capacidade de um raciocinio Kgico mas que se refere, igualmente como exigéncia, & existéncia de relagdes sociais racionais, das quais, a propria Ciéncia Histérica faz parte. Nesse sentido, também a Ciéncia Histérica é emancipadora — emancipacdo e libertacdo de condigdes e relagdes sociais que no resistem ao critério da azo ou que impedem sua realizacao (Risen, 1981), O conceito de razdo préprio 4 Histéria e o postulado historicamente elaborado e valido de humanidade universal s4o entendidos nos parametros de um interesse emancipador por uma sociedade do futuro racionalmente organizado, com o qual se identificavam, na Alemanha Ocidental, os partidarios da Ciéncia Social Histérica (Wehler, 1973; Kocka, 1977). A mesma posigdo foi, em seguida, também assumida por historiadores das mais diversas tendéncias, incluindo a prépria Didética da Hist6ria (Kuhn, 1977; Idem, 1977; Bergmann, 1980; Jung/Van Staer, 1983). Este posicionamento comum contribui para uma colaboracdo efetiva entre a Hist6ria e a Diddtica da Histéria, seja no que diz respeito ao ensino da Hist6éria em nivel _escolar, seja no que tange a transmissdes de conhecimentos em ambiente extra-escolar. DIDATICA DA HISTORIA E ENSINO DE HISTORIA Para a maioria das pessoas, a Diddtica da Histéria continua sendo aquela disciplina que investiga a disciplina “Histéria”, analisa-a criticamente € propde reflexSes sobre a mesma como instituigdo social. Depois de sua mudanga paradigmatica nos anos 60 ¢ 70, todavia, a Diddtica da Histéria no a6 € mais apenas metodologia e pratica do ensino de Histéria. A moderna Didética da Histéria, antes de se dedicar &s quest0es praticas do ensino da Hist6ria, preocupa-se com a necessidade, os objetivos ¢ as fungdes do ensino da Histéria, A Didatica da Hist6ria se justifica ¢ fundamenta essa mudanga paradigméatica a partir daquele acréscimo de racionalidade que é caracteristico da Histéria enquanto Ciéncia ¢ a diferencia de pensamentos e transmiss6es do contetido histérico anteriores e pré-cientificos. A Diddtica da Histéria caracteriza esse acréscimo de racionalidade da seguinte maneira: -A Ciéncia Histérica dispde de e¢ transmite um instrumental metodolégico ¢ tedrico que permite uma compreensio racional da realidade. ~ A Ciéncia Histérica elabora um conhecimento sempre provisério ¢ aperfeigodvel que se refere, ao mesmo tempo, a presente ¢ futuro e que permite ou possibilita aos individuos e subgrupos sociais uma identidade na mudanga ao longo do tempo. ~A Cineia Hist6rica possibilita a libertag0 em relagdo a coagdes praticas provenientes de situagdes malcompreendidas do passado, na medida em que ela mostra ¢ denuncia o cardter antiquado, a inoportunidade e a inconveniéncia de determinadas condigdes de vida diante da demonstragdo da possibilidade objetiva de outras condigdes sociais. —A Historia, finalmente, possibilita também a reflexdo sobre a possibilidade de serem reatualizadas determinadas maneiras da convivéncia social que, no decorrer da Hist6ria, foram idealizadas, antecipadas, experimentadas, as vezes com éxito, as vezes como fracassos. Entender 0 ensino da Histéria como objeto da Didatica da Histéria significa que ele deve contribuir para a formagao hist6rico-politica ¢ também que ¢ssa formacao deve ser a mais objetiva possivel, pensando nos assuntos €, a0 mesmo tempo, correspondendo, subjetivamente, a interesses atuais de juventude (Bergmann, 1976). -O ensino da Histéria sistematica deve também transmitir criar aptiddes, prdticas e costumes de um pensamento hist6rico disciplinado, através do qual sdo criticamente clucidados os condicionamentos internos ¢ externos do passado ¢ no qual também se chama atengdo para as reais possibilidades de realizacdo, num determinado tempo, de maior grau de liberdade. A Diddtica da Histéria pensa didaticamente sobre o instrumental metédico ¢ te6rico da Hist6ria, contribuindo para ver com maior clareza 0 que deve ser ensinado e para separd-lo daquilo que apenas podia ser ensinado (Mayer/Pandel, 1976). -O ensino de Hist6ria elabora e transmite conhecimentos ¢ percepgdes, contribuindo, destarte, para a formagao de convic¢bes que permitem aos alunos uma orientagao na sua respectiva sociedade que é 36 consistente €, ao mesmo tempo, resistente até certo grau As mudancas € aberta para novas experiéncias e perspectivas no futuro. A tarefa da Didética da Histéria, portanto, consiste em indicar critérios para a selecio dos contetidos. Estes devem ser tratados com os métodos da racionalidade disciplinada do conhecimento histérico cientificamente elaborado e ser aptos para a formagiio de uma auto-identidade histérica consistente dos alunos. —O ensino de Hist6ria produz e transmite, finalmente, orientagdes € atitudes pelas quais um pensamento histérico racionalmente elaborado, de acordo com a auto-identidade, cria condigdes reais para a prixis individual ¢ social. Neste caso, a tarefa da Diddtica da Histéria consiste em investigar pesquisar as possibilidades ¢ legitimidades de. intervengées no setor das atitudes e mentalidades e da identidade histérica de individuos e grupos sociais ¢, fazendo isto, examinar se tais intervengBes corresponderiam as normas de um pensamento histérico racional ou se tais intervengSes violariam essas normas. CONCLUSOES Uma Didatica da Hist6ria que se compromete com as tarefas acima descritas introduz no conhecimento histérico um potencial de racionalidade que faz. com que cle seja capaz de: —intervir com explicagdes racionais em discussdes publicas sobre temas histéricos; —ver e comportar-se de maneira critica frente 4 propria Ciéncia Hist6rica; ~ fazer exigéncias ao ensino da Histéria e a todas as outras formas de transmiss4o € exposi¢ao de conhecimentos histéricos para que sejam fundamentadas e regulamentadas de acordo com critérios dotados de bases racionais; — rejeitar exigéncias feitas ao ensino de Histéria que Ihe sdo impostas fora dos parameiros do conhecimento histérico cientificamente produzido; -defender ¢ justificar racionalmente uma atitude aberta frente & transmissao de conteddos que fogem as tradicionais categorias. A) A Didatica da Histéria submete a uma reflex4o ideolégico-critica todas as analogias precoces entre presente ¢ passado, que surgem muitas vezes no uso publico da Histéria, para conservar ou formar determinadas identidades e tradigdes, garantindo ideologicamente determinadas situacdes que no correspondem ao interesse geral, fazendo com que esta critica da didatica da Hist6ria decifre e revele 0 seu contetido ideolégico. Na medida em que a Didatica da Histéria faz “critica ideolégica como critica histérica” (Bergmann/Pandel, 1975), ela submete tais procedimentos & escala do 37 pensamento hist6rico cientificamente regulamentado, a escala do estado da pesquisa consensualmente admitido como também a reflexes que sfo orientadas e interessadas na formagdo de uma identidade orientada tacionalmente. B) Uma Didatica da Histéria, que considera a conexo entre passado, presente ¢ futuro, numa forma de elaborac%io metodologicamente disciplinada para fazer justica as necessidades de informacao seja dos individuos, seja da sociedade, adquire 0 direito ¢ tem a obrigago de indicar a investigagio empfrica hist6rica lacunas de pesquisa observadas pelo interesse da Didética da Hist6ria. Ao mesmo tempo, tem de lembrar sempre & Histéria suas tarefas de clucidacao do mundo vivido. C) A Didética da Hist6ria exige do ensino da Histéria e de todas as outras instincias que transmitem conhecimentos histéricos a racionalidade do pensamento e da argumentagao histérica. Ela corresponde aos interesses dos que aprendem pela informag&o histérica e por uma orientacao ¢ as exigéncias dos que aprendem pela identidade e emancipagao, na medida em que atribui ao ensino de Histéria ¢ as instAncias extra-escolares que transmitem Hist6ria a tarefa de dar informagées sobre a génese ¢ a Histéria de problemas atuais e de possibilitar uma discussdo sobre a validade de normas histéricas ¢ normas atuais que atingem ¢ influem na convivéncia social. Se o ensino de Histéria ¢ as outras instincias j4 mencionadas correspondem a esta exigéncia, capacitam os que estudam e 0 piiblico que se confronta com conhecimentos histéricos a uma discussdo critica com a atualidade e & elaboragdo e discuss4o disciplinadas sobre projetos de futuro, nas quais, esperangas ¢ tentativas frustradas do passado, assim como experiéncias e conhecimentos sobre problemas atuais, poderiam parcialmente contribuir. . D)A Didética da Historia, estudando a Hist6ria do ensino de Histéria, percebe a necessidade de rejeitar programas e exigéncias polftico-pragmaticas que, do ponto de vista do pensamento histérico e do interesse dos alunos, no silo mais adequados. A este procedimento pertencem todas as tentativas de imprimir aos alunos determinadas opinides ¢ identidades, de claborar uma unicidade da imagem do passado ¢ de eliminar a categoria de modificabilidade da Histéria, fazendo com que o presente apareca como ponto final de um. processo histérico unidimensional. E) A Didética da Hist6ria, admitindo que o relacionamento da Hist6ria com © presente ¢ o futuro sio categorias necess4rias para a Teoria da Hist6ria ¢ para ela mesma, no aceita um cAnon de conteiidos para o ensino de Hist6ria justificado apenas pelo fato de ter sido transmitido de tradi¢0 para tradicio. A Hist6ria nfo conhece também um cAnon de objetos a serem investigados mas somente a concentragao em determinados objetos sempre 38 varidveis ¢ condicionados social e historicamente. Problemas nao solucionados no presente ¢ dificilmente solucion4veis num futuro préximo s4o os principais fatores na origem de um canon de contetido da hist6rica consciente e intencionalmente transmitido (Lucas, 1966). Mas esse cAnon necessariamente deve ser revisto de vez em quando. A partir destas Teflexdes, percebe-se a necessidade e a justificac4o de concepgdes € teméticas como: “Histéria da mulher”; “O ensino da Histéria como ensino para a convivéncia pactfica entre os povos”; “Histéria da terra natal como Hist6ria democratica”; “Hist6ria Universal”; “Hist6ria do movimento operdrio”; “Hist6ria da infancia”; “Hist6ria do cotidiano” ¢ “Hist6ria da escola”. Sdo sobretudo tematicas dessa natureza que tiveram grande influéncia nas discuss6es da Didatica da Histéria ¢ no ensino de Hist6ria. 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