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Áudio Básico - Prof.

Hugo Melo - UFPR 1


ELETRICIDADE
Nas pilhas e baterias a corrente é continua, ou seja, os elétrons se deslocam pelos circuitos externos sempre no mesmo sentido, do
polo negativo, passando pelo circuito elétrico, até o polo positivo.
Há pilhas de 1,2 V (recarregáveis), 1,5 V (carbono e alcalinas), 3 V (botão), 3,6 V (íon de lítio, usadas em celulares, tablets e
notebooks), 6 V, 9 V, 12 V (baterias automotivas e de no-breaks). As pilhas e baterias podem ser combinadas em série (positivo da 1ª
ligado ao negativo da 2ª... e assim por diante) para obter maiores tensões elétricas. A tensão é medida em Volts (V).

A rede elétrica é alternada, a corrente elétrica varia senoidalmente entre um valor máximo positivo e um valor máximo negativo, 60
vezes por segundo.

Girar um laço de fio (bobina) dentro de um campo magnético provoca uma corrente elétrica deslocando-se no fio.
Quanto mais forte o campo magnético, e quanto mais voltas no laço de fios, maiores a corrente e a tensão.

Como o laço gira em um círculo, a corrente varia senoidalmente, sendo máxima a 0 grau de inclinação, zero a 90 graus, máxima de
novo, porém invertida, a 180 graus e zero de novo a 270 graus.
A maioria dos equipamentos elétricos e eletrônicos funciona com uma fase (monofásico), ou seja, uma tomada com dois pinos.
Mas para girar motores, bombas de água com corrente alternada a maneira mais simples é usar três fases, deslocadas 120 graus uma
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da outra. Assim sempre haverá uma chegando ao valor máximo, uma diminuindo e outra aumentando, em sequência.
Um motor é quase igual a um gerador, só que no gerador o movimento mecânico gera a eletricidade,
e no motor o campo magnético gerado pela eletricidade alternada é que gira os fios e as peças mecânicas ligadas a eles.
As usinas elétricas são imensos geradores, que geram eletricidade alternada trifásica com tensões de milhares de volts.
Nas subestações essa tensão é reduzida, com o uso de transformadores, para 3.800 V, e transformadores nos postes reduzem para
220 V ou 127 V. (Não existe rede de 110 V no Brasil). https://en.wikipedia.org/wiki/Mains_electricity_by_country
Atenção ao ligar tomadas na parede, as novas tomadas de 127 e 220 V são iguais. A diferença está no diâmetro dos pinos, o mais fino
para 10 A de corrente. O mais grosso para 20 A. As redes de 220 V têm maior risco de choques elétricos fatais, mas usam fios mais
finos para a mesma potência. Equipamentos de alta potência (mais de 1.500 W) geralmente são fabricados para 220 V, pois usam fios
mais finos, disjuntores de menos corrente. Por exemplo, um chuveiro elétrico de 5500 W em 127 V tem corrente de 43 A (5.500/127).
Os mesmos 5.500 W em 220 V têm corrente de 25 A. Muitos disjuntores domésticos bifásicos são de 32 A, logo um chuveiro de
220 V vai funcionar com um disjuntor de 32 A por fase. Um chuveiro de 127 V, ao ser ligado, vai desarmar o disjuntor, pois tenta
drenar uma corrente de 43 A, o disjuntor desarma aos 32 A.

Dependendo da residência ou empresa, podem estar ligadas uma, duas ou três fases. Indústrias sempre têm três fases.
Quando um estúdio de gravação tem uma ligação trifásica à rede elétrica, deve-se ligar sistemas de iluminação em uma fase,
refrigeração em outra e os equipamentos eletrônicos na outra, reduzindo assim as interferências (zumbidos) no áudio.

COMPONENTES ELÉTRICOS BÁSICOS


Os componentes elétricos apresentam uma ou mais das três características básicas: resistência, capacitância e indutância.
Simplificando:

• Resistores se opõem à passagem da corrente elétrica,


contínua ou alternada. Quanto maior o valor do
resistor, menos corrente passa.
• Capacitores armazenam energia em campo elétrico,
quando colocados em série a corrente só passa por eles
se for alternada. Se estiverem em paralelo com a linha
de sinal, eles reduzem a variação de tensão, pois vão
carregando e descarregando. Quanto maior a
frequência, menor sua resistência à passagem de
corrente.
• Indutores (bobinas) armazenam energia em campo
magnético. Quanto maior a frequência, maior sua
resistência à passagem de corrente.
A resistência (R) é medida em ohms.
A capacitância (C) é medida em Farads.
A indutância (L) é medida em Henrys.

Por conta dessas características são utilizados, combinados, em filtros:


passa-altas: reduz os graves
passa-baixas: reduz os agudos
passa-faixa: reduz graves (abaixo) e agudos (acima) de uma faixa de frequências
elimina-faixa, reduz apenas uma pequena faixas de frequências

Microfones dinâmicos e alto-falantes utilizam bobinas (indutores).


Microfones capacitivos utilizam (adivinhe...) capacitores.
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COMPONENTES ATIVOS
Mas os elementos básicos não são suficientes para construir amplificadores e osciladores.
Inventaram a válvula a vácuo, duas partes de metal em um invólucro de vídeo a vácuo. O diodo só deixa passar elétrons do catodo
para a placa (anodo). É usado em fontes de alimentação, para, com o uso de transformador e capacitores, converter energia elétrica de
alternada para contínua.
Aperfeiçoaram a válvula colocando uma grade metálica entre catodo e anodo. Variando a tensão negativa na grade, varia a corrente
que passa do catodo para o anodo, ou seja, isso pode ser usado em um circuito amplificador.
Depois colocaram uma segunda grade, positiva, para reduzir a capacitância, e assim permitir o uso em frequências mais altas, e uma
terceira grade para evitar que elétrons fossem atraídos para a segunda grade.
Ainda hoje há microfones que usam uma pequena válvula para amplificação.
E há vários modelos de amplificadores valvulados, que produzem uma distorção “musical” para guitarras e contrabaixos elétricos.
Mas válvulas são frágeis e sua substituição frequente levou à invenção de um componente semelhante a elas, mas que não tivesse
necessidade de vácuo e do aquecimento do metal que emite elétrons. Usando óxido de germânio, e depois de silício, dopados
(misturados com outros metais), criaram diodos e transistores de efeito de campo, em estado sólido.
Em estado sólido, mudando o metal misturado ao óxido, pode-se criar uma camada positiva ou negativa. Os transistores são mais
versáteis que as válvulas porque podem ter o emissor (que envia os elétrons para outras camadas) negativo ou positivo. Ou seja, um
transistor de junção tem três camadas: P N P ou N P N, dependendo de como foi fabricado (e isso determina como será utilizado). E
isso aumenta as possibilidades de projetos de circuitos analógicos. E são muito menores e mais baratos de fabricar.
Os transistores de efeito de campo têm um "canal" onde passam os elétrons, controlados por camadas à sua volta, que quando são
alimentadas (recebem sinal elétrico) criam um pequeno campo elétrico.
Os transistores de junção, inventados depois, são construídos de forma semelhante, mas os elétrons passam de uma camada para
outra e a variação de corrente na menor delas, a base, controla a corrente que passa de emissor para coletor, ou de coletor para
emissor. Assim ele "amplifica".
Quanto maior for a corrente, e a potência elétrica, maior tem de ser o diodo ou transistor.
Mas eles são bem menores que válvulas, consomem menos energia e duram mais.
Diferentes tipos de diodos são usados como retificadores, reguladores de tensão, emissores de luz (LED) visível e/ou invisível, e
receptores de luz (fotodiodos). Estes dois últimos permitem controle remoto de equipamentos por um feixe invisível de luz
infravermelho.
Com o avanço da tecnologia passaram a montar circuitos com muitos transistores em camadas de óxido e a cada vez mais transistores
foram “integrados” no mesmo invólucro. Construíram amplificadores, osciladores, filtros e muito mais circuitos, porque é possível
fazer um circuito com resistores e transistores comportar-se como um indutor ou como um capacitor. Somente quando esses
componentes precisam ter alto valor, em determinado circuito, eles têm de ser ligados “fora” do circuito integrado. Quanto mais a
tecnologia avançou, mais transistores passaram a ser integrados juntos, primeiro milhares, depois milhões.
E o transistor também pode ser usado como se fosse um interruptor. Um valor pequeno de tensão na base faz com que muita corrente
passa entre emissor e coletor, e um valor bem diferente “corta” a passagem da corrente. Com isso passaram a fabricar circuitos
digitais integrados. Os primeiros eram simples conjuntos de inversores (entra sinal alto, sai baixo, e vice-versa), portas E (as duas
entradas têm de estar com sinal alto para sair sinal alto) ou portas OU (se houver um sinal alto em pelo menos uma das portas, sai um
sinal alto na saída). Combinando inversores, portas E e portas OU pode-se construir até um computador.
Hoje há circuitos integrados analógicos e digitais, montados em pastilhas quase microscópicas de óxido de silício e outros materiais,
ligadas com minúsculos fios de ouro aos terminais, que desempenham as mais diversas funções, desde uma simples calculadora a uma
interface de áudio, até um supercomputador.

Uma pequena variação da tensão de


entrada (Eg) causa uma variação no
campo elétrico dentro da válvula, e uma
grande variação na corrente de elétrons
Válvula a vácuo Vista interna
(Ip). Assim, uma pequena variação na
entrada gera uma grande variação na
saída. A energia vem da fonte
(representada por uma maior bateria) à
direita.
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Transistor de junção
Funciona de modo semelhante às válvulas,
mas é bem menor e consome menos energia.

Circuito integrado, com transistores e outros Amplificador de áudio dois canais Um pendrive tem alguns circuitos
componentes em um invólucro plástico (pode ser estéreo) em um chip integrados e outros componentes
(circuito integrado) eletrônicos

Processador Intel Core i9


7 bilhões de transistores
até 18 núcleos a 2,6 GHz
2.066 pinos
140 W (exige refrigeração líquida)
US$ 2.000 (2018)
===========================
Processador AMD Ryzen Threadripper
3rd Generation 2990WX
32 núcleos, até 4,3 GHz
250 W
R$ 9.000 (2019)
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FAIXAS DE FREQUÊNCIA

O comprimento de onda é inversamente proporcional à frequência. Quanto maior a frequência, menor o comprimento de onda, e
menor a antena.

Antena de FM vista do alto da TORRE. São dois componente curvos, com


Antenas de AM têm mais de 100 m, e ficam dentro da menos de 2 m cada. Como a frequência é maior, dezenas ou centenas de
torre, na vertical. Quanto menor a frequência, maior o MHz, o alcance é menor e o sinal é bloqueado por morros ou grandes
alcance, pois ondas grandes contornam obstáculos. prédios.
À esquerda, antena externa UHF, para TV
digital. Só um elemento é a antena, o dipolo
(curvo) perto do poste, os demais servem para
convergir o campo eletromagnético e os
traseiros bloqueiam sinais vindos de trás.

À direita uma parábola que reflete um sinal de


satélite para uma minúscula antena dentro de
uma caixa plástica na ponta do braço. Com os
satélites a 36 mil km ou mais, a parábola
concentra o sinal eletromagnético no foco,
onde está a antena.
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GRAVAÇÃO MAGNÉTICA
Da mesma maneira que se pode transmitir um sinal elétrico através de um campo eletromagnético, pode-se utilizar um sinal elétrico,
passando por um fio, enrolado em um toróide (um cilindro fechado em uma circunferência) de material magneticamente permeável,
para gerar um campo magnético proporcional. Se fizermos um corte nesse toróide, esse corte irá gerar uma descontinuidade nesse
campo eletromagnético. Mas como registrar esse sinal variável? A maneira mais empregada é a fita magnética. Sobre uma fita plástica
coloca-se um adesivo que mantém, numa fina camada sobre a fita, milhões de moléculas de material magnetizável. Dependendo do
tipo de material obtém-se fitas com diversas características, sendo as mais comuns as fitas de óxido de ferro, dióxido de cromo e
metal vaporizado. As de ferro são as mais baratas. As de cromo são mais ‘duras’, exigindo um campo magnético mais forte para
modificar a posição das moléculas na superfície da fita, mas a gravação permanece por mais tempo e as fitas são menos ásperas,
ocasionando menor desgaste das cabeças magnéticas.
As fitas são enroladas em um carretel (gravadores de rolo) ou em cassetes. Podem ser gravadas nas duas metades da fita (mas sempre
do mesmo lado). O que acontece é que as cabeças de gravação e reprodução só utilizam uma fatia da fita. Assim, normalmente nos
gravadores estéreo há duas cabeças que ocupam, cada uma, menos de um quarto da largura da fita, cabendo então dois canais em cada
metade. Ao inverter a fita grava-se na outra metade (chamada de lado, mas na realidade é no mesmo lado). Gravadores com auto
reverse, que não precisam inverter a fita, têm quatro cabeças ou então um mecanismo que inverte a cabeça.

GRAVAÇÃO ANALÓGICA
Os sons são gravados na fita magnética em modulação AM, com uma portadora
entre 60 e 100 kHz, dependendo do gravador. Isso é para obter máximo rendimento
com melhor faixa de resposta. Naturalmente, quanto maior for a frequência a ser
gravada, mais estreita terá de ser a abertura no material magnetizável da cabeça.
Essa abertura é chamada de gap. Com uma abertura bem estreita (menor que
metade do menor comprimento de onda a ser gravado) é possível transferir para a
fita as variações rápidas do sinal, correspondentes às frequências mais altas. E,
quanto maior for a velocidade da fita, mais precisão haverá nesse registro, pois
mais grãos de material magnetizável serão orientados. Esses grãos, moléculas
magnetizáveis coladas na superfície da fita, podem ter sua orientação elétrica
alterada pelo campo magnético gerado pelo sinal elétrico variando aplicado à
cabeça. Os grãos permanecem (por anos) nessa posição, e ao passar a fita por uma
cabeça sem sinal elétrico aplicado, essa variação de campo magnético irá criar, no
fio que envolve a cabeça, uma variação proporcional de sinal elétrico.
O processo é em duas vias. Variando o sinal elétrico, cria-se um campo
eletromagnético variável, que orienta as moléculas na fita. Passando a fita pela
cabeça, a variação de campo magnético das moléculas junto da cabeça produz uma
corrente elétrica variável no fio que envolve a cabeça, e o som gravado na fita é
reproduzido. Ao reproduzir, a amplitude do sinal é muito pequena. Ele é
amplificado, filtrado e depois reproduzido no alto-falante.
As fitas magnéticas, sejam de vídeo ou áudio, analógico ou digital, devem ser
armazenadas na vertical, em local fresco e com baixa umidade, e se ficarem
paradas por muitos meses é bom avançar e rebobinar antes de utilizar, para evitar
que o plástico fique “colado”.
A gravação magnética pode gravar informações analógicas ou digitais.

O microfone converte ondas mecânicas (pressão


sonora no ar) em corrente elétrica.
A corrente é amplificada e enviada ao gravador.
No gravador a cabeça magnética converte a
variação de corrente elétrica em variação de
campo magnético, que muda a posição das
partículas magnetizáveis na fita.

Na reprodução, a variação de campo magnético


na fita induz uma corrente elétrica variável na
cabeça magnética. Essa corrente é amplificada
(para sinal de linha) e enviada a uma caixa
acústica onde é amplificada para sinal de
potência. O alto-falante converte a variação de
corrente elétrica em movimento do ar. A bobina
do alto-falante se movimenta, por causa da
atração/repulsão do campo magnético gerado
pela bobina dentro do campo magnético do imã
do alto-falante.
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Mas não se consegue gravar áudio (ou vídeo) diretamente em


fita magnética, porque quando dobra a frequência, dobra o
campo magnético. Áudio vai de 20 Hz a 20 kHz, ou seja,
aumenta mil vezes, e não há como registrar uma variação de
mil vezes em campo magnético.
Então, se usa a MODULAÇÃO.

Modulação em amplitude: a portadora tem frequência fixa e


sua amplitude (volume) varia acompanhando as variações do
sinal de áudio.

Modulação em frequência: a portadora tem uma frequência


central, que varia um pouco, para mais ou para menos,
acompanhando a variação da amplitude do sinal (de áudio ou
vídeo). Quando o sinal sobe, a frequência aumenta. Quando o
sinal desce a frequência diminui.

A modulação em amplitude é utilizada nas rádios AM, na transmissão de imagem na TV analógica, na gravação de áudio em fita. A
modulação em frequência é utilizada pelas rádios FM, na transmissão de som na TV analógica, na gravação de vídeo em fita, nos
microfones sem fio.
Ao reproduzir o sinal, elimina-se a portadora (que tem frequência muito maior que os sinais) e ‘sobram’ os sinais de áudio e/ou vídeo.

Cabeça de gravador K7.


As duas faixas brilhantes ao No gravador de rolo, grava-se em trilhas
Na fita cassete, grava-se duas trilhas em um
alto são as aberturas de alternadas, aumentando a distância entre elas,
sentido e duas outras no sentido inverso. COM
gravação. para reduzir o crosstalk (interferência do som de
isso a cabeça pode ser menor
um canal no outro)
Gravadores de áudio digitais usam 48 cabeças de áudio empilhadas, em um bloco, para gravação simultânea de todos os canais (sem
latência)

AMPLIFICADORES E CAIXAS ACÚSTICAS


Os amplificadores aumentam a potência do sinal de áudio de linha para sinal de potência. Os amplificadores domésticos costumam ter
dois canais e saída para um par de caixas acústicas.
Há caixas acústicas de diversas impedâncias: 2, 4, 6 e 8 ohms são as mais comuns.
Por exemplos: se a saída do amplificador é de 4 ohms, tem de ser ligada a uma caixa de 4 ohms. Uma caixa de menor impedância vai
queimar o amplificador, uma caixa de maior impedância vai ter menos potência e menos qualidade sonora.
As caixas têm pinos positivo (vermelho) e negativo (preto), que correspondem a pinos positivo e negativo no amplificador. Inverter os
pinos não tem risco, mas piora a sensação de estéreo. Caixas profissionais usam um conector Speakon, que não tem como inverter.
Caixas acústicas podem ter um ou mais alto-falantes. Caixas de duas vias têm um alto-falante para agudos e outro para médios e
graves. Caixas de três vias têm um alto-falante de agudos (tweeter), um de médios (midrange) e um de graves (woofer). E geralmente
têm um crossover (divisor de frequências) interno que envia agudos para um alto-falante, médios para o outro e graves para o outro,
para ter melhor qualidade de reprodução. As caixas só com alto-falantes são chamadas de caixas passivas.
As caixas ativas têm um amplificador dentro da caixa acústica, além dos alto-falantes e crossovers. Como o mesmo fabricante
projetou tudo, em geral a qualidade é melhor. Caixas ativas são comuns para monitoração de estúdios.
Sistemas de home theater têm seis ou mais caixas acústicas, cada uma ligada a um amplificador independente, dispostas ao redor dos
ouvintes, para uma sensação maior de imersão sonora. Uma caixa é só para voz e outra só para os graves abaixo de 60 Hz, a caixa do
subwoofer. As demais são pares estéreo frontal, traseiro (surround) e lateral.
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Caixas passivas têm conectores para ligar ao amplificador. Sempre ligue Caixas ativas têm tomada elétrica, um amplificador
vermelho (na caixa) em vermelho (no amplificador) e preto em preto. interno, várias entradas de linha e, às vezes, entrada de
microfone.

Home theater. No alto, conectores HDMI (vídeo/áudio digital) e rede. Os diversos


conectores RCA podem ser entrada ou saída. Verde, azul e vermelho são vídeo
componente (DVD). Amarelo (vídeo) e branco/vermelho (áudio esquerdo/direito)
são para equipamentos antigos, de vídeo composto, como VHS. Há conexões de
áudio digital (RCA ou toslink). Os conectores redondos, vermelho e preto, são saídas
Caixa passiva com conectores speakon de potência, amplificadas, para caixas passivas.

Caixas BeoLab90 – Bang & Olufsen – US$ 80 mil o par,


18 amplificadores e 18 alto-falantes em cada uma e um
software sofisticado de alinhamento acústico no ambiente. Cada cubo na parede do fundo é uma caixa acústica.
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GRAVAÇÃO DIGITAL
A mídia ou arquivo tem informações que correspondem a bits um e zero. Em um CD, por exemplo, há ponto claros e escuros. Em um
HD, campos magnéticos com sentidos diferentes. Em um pendrive, circuitos com mais ou menos carga elétrica. Como são só duas
possibilidades, um ou zero, a mídia pode ter imperfeições, variações, mas desde que se consiga distinguir uns de zeros, não há perda
de informações e pode-se fazer cópias idênticas dos arquivos.
Amostragem é o número de amostras (medidas) feitas por segundo. CDs usam uma amostragem de 44100 s/s (amostras/segundo).
Mais amostras garantem melhor qualidade dos agudos.
Resolução é o tamanho da escala usada para medir cada amostra. Os CDs usam 16 bits de resolução, ou seja, cada ponto é
representado por um número entre 0000000000000000 e 1111111111111111. Maior resolução garante mais fidelidade de sons de
baixo volume ou de pequenas variações de volume.
Maiores resoluções e maiores taxas de amostragem conseguem
codificar/gravar/ reproduzir /decodificar os sons com mais qualidade que os
processos analógicos convencionais. Um CD tem qualidade de som (resposta,
linearidade, distorção, wow e flutter) bem melhor que um bom gravador
analógico.
Mas apenas o SuperAudio CD tem qualidade superior a qualquer mídia
analógica.
Ao lado, codificação digital simples, com apenas três bits. Cada ponto do sinal
de áudio é medido com uma escala vertical, a resolução, e gera um número
binário correspondente. Esse número binário é que é gravado na mídia digital.

Ao gravar áudio no computador os volumes de cada entrada podem ser ajustados por um mixer simulado por software, que tem
controles de volume para as diversas entradas (microfone, linha, auxiliar, CD) e determina-se a qualidade da gravação escolhendo a
amostragem e a resolução. Para voz, pode-se usar menor amostragem (8.000s/s) e menor resolução (8bits) que para música.

ÁUDIO DIGITAL
O padrão de áudio do Windows e Mac é o sinal PCM (Modulação por código de pulso). É o áudio digital sem compressão, cada
trechinho (fatia) de cada canal de áudio é representado por um número (com 16 ou 24 bits de resolução) e uma taxa de amostragem de
44.100 (CD), 48.000 (DAT) ou 96.000 (DVD) amostras por segundo, ou seja, o arquivo digital é uma lista de números que representa
a posição de cada pontinho ao longo da onda sonora, o áudio mecânico é convertido em sinal elétrico (nos microfones, por exemplo) e
depois em áudio digital (nas placas ou mesas de áudio).
No Windows o formato se chama wave (.WAV) e no Mac se chama AIF. CDS são gravados com wave.
Os demais formatos de áudio digital são diversos tipos de compressão, sendo os mais comuns o MP3 e o FLAC.
FLAC é um formato de software livre de compressão sem perdas, ou seja, uma representação numérica do arquivo WAV que pode ser
descompactada e gerar outro arquivo WAV igual ao original. Comprime cerca de 50% do tamanho do arquivo.
MP3 é um formato proprietário, dos laboratórios Fraunhoffer, de compressão com perdas. Se a compressão arredondar muito os
valores, gera um arquivo com 10% do tamanho do WAV, mas isso acarreta perda de qualidade, principalmente dos agudos.
Se arredondar menos, comprime para 20% do tamanho do WAV, com menos perdas. Ao descompactar um arquivo MP3 se obtém um
WAV parecido, que soa bem próximo ao original, mas nunca se recupera um arquivo igual ao original.
arquivo wave FLAC MP3 128 kbps MP3 160 kbps MP3 192 kbps MP3 256 kbps
resolução 16 bits 16 bits 16 bits 16 bits 16 bits 16 bits
amostragem 44,1 kHz 44,1 kHz 44,1 kHz 44,1 kHz 44,1 kHz 44,1 kHz
áudio estéreo 10 MB/min 5,5 MB/min 1,0 MB/min 1,3 MB/min 1,5 MB/min 2,0 MB/min

A conversão de áudio digital para analógico usa filtros. Os números que representam o valor (energia, intensidade) de cada ponto
(amostra) do sinal de áudio vão carregando/descarregando o circuito de filtro a cada amostra, e o filtro varia a tensão de saída em
combinações de senóides. São pulsos de energia que entram nos filtros e sai um sinal contínuo. Toda onda sonora pode ser
decomposta em um certo número de senóides, com diferentes níveis, frequências e fases. A representação de pontos ligados por retas,
nos softwares de áudio, é uma simplificação. Nos conversores digital/analógico pontos são “interligados” por senóides, não por retas.
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ONDAS SONORAS
SOM é uma onda em movimento, propagando-se em meio elástico, nos planos transversal e longitudinal, produzindo uma sensação
auditiva no ouvido, alterando a pressão do ar no ouvido.
Frequência é o número de ciclos ou vibrações em uma dada unidade de tempo. 1 Hertz (Hz) é um ciclo por segundo.
Oitava é o intervalo entre dois sons, em que um tem o dobro da frequência do outro.
Por exemplo, a frequência do dó central do piano é de 261,6 Hz.
O dó uma oitava acima tem frequência de 523,2 Hz. O piano vai de 27,5 Hz até 4186 Hz.
Um semitom é um intervalo entre dois tons cuja razão é igual à raiz décima segunda de dois.
Escala cromática é uma escala musical em que os intervalos são semitons. É a escala de notas do piano.
A faixa de frequências audível é de cerca de 20 Hz a 18 kHz, e a frequência mais alta vai diminuindo com a idade.
O ouvido humano não ouve todas as frequências com a mesma intensidade. A escala de frequências não é linear, é logarítmica, pois o
ouvido humano funciona de modo logarítmico.
A faixa dinâmica do ouvido é de 120 dB, ou uma razão de um trilhão para um. Isso significa que podemos perceber desde sons muito
fracos até sons um trilhão de vezes mais fortes. Um gravador de fita magnética pode atingir uma faixa dinâmica de 60 dB, ou um
milhão para um. Um CD tem faixa dinâmica de 96 dB.
As curvas mostram que 1 kHz a 40 dB SPL são bem ouvidos mas 50 Hz com essa mesma pressão sonora, não são percebidos. Com
maiores pressões o ouvido ouve mais plano. Uma medida de pressão é o fon. O phon é a unidade para medir o nível de presença de
um tom puro. É uma medida de impressão auditiva. Como o ouvido não é linear, dobrar a intensidade do som não resulta numa
sensação auditiva do dobro do volume.
Um som de 1 kHz a 80 dB SPL dá uma certa impressão auditiva. Um som bem grave pode precisar de uns 110 dB SPL para causar a
mesma impressão. 100 Hz com pouco volume causam uma impressão. Os mesmos 100 Hz, fortes de repente, causam outra
impressão. Por exemplo, 80 Hz muito forte soa como 60 Hz. A sensibilidade do ouvido é de cerca de 1 dB em sons médios. Com sons
fracos é preciso uma mudança de 3 dB para ser percebida. Para causar sensação de dobro de potência sonora, em volumes médios, é
necessário um aumento de uns 10 dB.
A figura a seguir mostra as faixas de audição.

MEDIÇÃO DE ÁUDIO: DECIBÉIS


A audição não é linear. É aproximadamente logarítmica. Podemos distinguir a diferença entre 30 Hz e 31 Hz mas não distinguimos a
diferença entre 15.000 Hz e 15.001 Hz. À medida que aumenta a frequência a nossa capacidade de discernimento se mantém de forma
relativa, mas não de forma absoluta. Quando um sinal sonoro dobra de potência fica fácil perceber.
O ouvido humano consegue perceber sons extremamente baixos (se o ambiente for muito silencioso) e sons extremamente altos. A
razão entre o mais alto e o mais baixo é de um trilhão de vezes. Logaritmo de um trilhão (1012) é 12. Logo, não é prático utilizar uma
escala linear, pois o ouvido percebe diferenças logaritmicamente.
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A escala utilizada para medir sons é em decibéis e se baseia no seguinte:
Logaritmo, na base dez, de um número, é o valor a que se deve elevar esse número para obter dez.
Assim, log 10 = 1, porque 10¹ = 10. log 100 = 2, porque 10² = 100
O decibel é 10 vezes o logaritmo do nível de som em relação a uma referência. Assim, de um a um trilhão a escala vai de
10 * log 1 (0) até 10 * log 1.000.000.000.000 (120).
Para acústica utiliza-se o dB SPL (decibel de nível de pressão sonora), cuja referência é o menor som audível (20µN/m²). Assim, 0 dB
SPL é um som quase imperceptível e 120 dB SPL é um som muito alto, já incomodando.

A escala de pressão sonora, em dB SPL, não é só uma. Existem três escalas, chamadas de dBA, dBB, e dBC. dBA é a mais comum,
mas serve para fracas pressões sonoras. dBB é para médias pressões sonoras. dBC para fortes.
Na escala em dBA, com referência de 20µN/m², alguns valores são:
20 dBA Estúdio com alta isolação sonora, para efeitos de som.
30 dBA Sussurro a 2 metros de distância.
50 dBA Ruído nesta sala (só refrigeração, todos em silêncio).
70 dBA Aspirador de pó a 3 metros. Trem a 30 metros.
100 dBA Britadeira.
120 dBA Jato decolando a 60 metros.
Essas medidas não são adequadas para avaliar os ruídos do dia a dia, pois ficam todos em valores ‘relativamente’ muito altos. Alguns
países têm sérias leis contra ruído. Em diversas cidades do Canadá, por exemplo, os apartamentos são construídos já com tratamento
acústico nas paredes e pisos e o uso de carpetes é obrigatório.
Certas substâncias afetam o ouvido, algumas de forma permanente. As mais comuns são a aspirina, os antibióticos injetáveis à base de
aminoglicosídeos, os diuréticos de alta potência e a combinação de álcool e grandes pressões sonoras.
dB é uma medida relativa. Não importa o tipo de unidade sendo medida.

decibéis para sinais elétricos


dB SPL é para sonorização de ambientes, mas para medidas de som em gravadores e equipamentos de áudio em geral, utiliza-se outra
referência, também medida em decibéis.
0 dBm = (1mW / 600 ohms) = 0,775 V
O medidor de nível de áudio mais comum é calibrado em VU (unidades de volume) e é conhecido por VU meter.
Os VU meters são projetados para ter características dinâmicas aproximadas às do
ouvido humano. O ponteiro indica a média dos valores dos últimos 300 ms, não os
picos instantâneos. O LED vermelho (PEAK) pisca quando há picos.
Há medidores de pico, muito mais sensíveis, que indicam breves picos de sinal, que
são inaudíveis mas podem distorcer uma gravação.
Para medição de áudio elétrico (nível de sinais de microfone, linha) há várias
referências de decibéis diferentes.

Quando foram implementadas as redes telefônicas, nos anos 1950, nos EUA, determinou-se que a potência mínima para uma
transmissão razoável de áudio em linhas telefônicas era em torno de 1 mW.
Então criou-se o dBm. 0 dBm = 1 mW.
A maior parte dos sinais de áudio costuma sempre estar abaixo do máximo, logo a medida é em números negativos. Uma linha de
áudio pode estar com picos de -2 dBm, ou de -5 dBm, um microfone tem picos de -55 a -60 dBm.
As linhas de áudio eram de 600 ohms de impedância. 1 mW em 600 ohms tem uma tensão de 0,775 V.
Mas hoje as linhas de áudio profissional variam de 150 a 600 ohms, e com uma impedância diferente temos uma tensão diferente para
1 mW. Equipamentos domésticos têm impedância na ordem de 50 mil ohms.
Criou-se então o dBV, e 0 dBV = 1 V. O que se mede é a tensão elétrica, qualquer que seja a impedância.
E ao mesmo tempo passou-se a usar outra medida, o dBu, que é igual ao dBm se a impedância for de 600 ohms. Mas também mede a
tensão elétrica. 0 dBu = 0,775 V.
Os equipamentos domésticos têm como referência -10 dBV, ou seja, um gravador de fita cassete tem -10 dBv na saída quando marca
0 nos medidores.
Já um equipamento profissional tem, na maioria, +4 dBu na saída quando marca 0 nos medidores.
Convertendo os dois valores para tensão elétrica, a diferença entre -10dBV e +4dBu é de uns 12 dB (e não 14).
Ainda existem alguns equipamentos profissionais com saída de +6 ou +8 dBu.
Um gravador cassete tem 3 dB de margem, ou seja, pode gravar/reproduzir áudio até 3 dB acima do máximo de referência, sem
distorcer.
As mesas analógicas têm uma grande margem (headroom), que pode ir de 10 a 24 dB, o que permite somar (mixar) dezenas de canais
sem risco de distorção.
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Já em áudio digital a situação é diferente. A referência usada é o dBFS. FS significa full scale, ou máximo de escala.
Em áudio digital o máximo sinal é 1111 1111 1111 1111 (16 bits) ou 1111 1111 1111 1111 1111 1111 (24 bits).
O mínimo é 0000 0000 0000 0000 (16 bits) ou 0000 0000 0000 0000 0000 0000 (24 bits).
Em áudio digital não existe áudio acima de 0 dB FS, porque não pode haver mais que todos os bits com valor 1.
Logo, ao gravar áudio em digital, o nível tem de estar sempre abaixo de 0 dB FS, se chegar a 0, vai distorcer.

resumindo
Como ouvimos logaritmicamente, a medição de áudio utiliza uma escala logarítmica: os decibéis.
Para acústica, a escala é a de dB SPL, onde 0 é o menor som e 120 o limite de incômodo.
Existem 3 escalas: A: 0 a 55 dB (laboratório); B: 55 a 85 dB (locais fechados); C: mais de 85 dB (ambientes abertos).
Para áudio em linha (sinal elétrico), seja para microfones, gravadores, CDs o áudio é medido em dBm, onde 0 dBm (a referência) é o
nível máximo normal (por isso os medidores nas mesas e gravadores não costumam passar de 3 dB - o dobro do nível máximo
normal). E a maior parte dos sinais de áudio costuma sempre estar abaixo do máximo, logo a medida é em números negativos. Uma
linha de áudio pode estar a -2 dBm, um microfone tem de -55 a -60 dBm.

características do sinal
A distorção indica que porcentagem do sinal original é distorcido pelo circuito eletrônico, meio de gravação etc. Uma distorção de
5% pode ser aceitável para voz, mas é alta para música. CDs têm distorção muito baixa (menos de 0,5 %).
Wow e flutter são flutuações comuns na reprodução de discos analógicos (LPs) pois a velocidade de rotação pode variar um
pouquinho (um lado do prato pode girar mais depressa que o outro lado se o furo não estiver exatamente no centro) e a agulha fica
balançando lateralmente, além do movimento imposto pelas ranhuras no sulco. Isso praticamente não existe nos processos digitais.
Gravadores, amplificadores, caixas acústicas, têm cada um seus parâmetros e a qualidade final do som vai depender da combinação de
todos eles. A resposta, a distorção, serão sempre piores que a do pior componente, pois os vários efeitos de degradação irão se somar.
Assim, para ter qualidade, é preciso que todos os equipamentos envolvidos no processo tenham qualidade.
Tempo de reverberação é o tempo necessário para que um som, dentro de um ambiente fechado, seja reduzido em 60 dB (um
milionésimo) da sua intensidade original. Normalmente, tempos acima de 0,08 segundo são percebidos como eco, pela maioria das
pessoas. Tempos mais curtos são percebidos como reverberação, que pode ser reduzida ou aumentada com o tratamento acústico do
ambiente.
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OS SINAIS DE ÁUDIO: P, M, G

Em áudio analógico existem três tipos básicos de sinal de áudio:


 Nível de microfone - baixa potência (micro watts): microfones, toca-discos, captadores;
 Nível de linha - média potência (miliwatts): gravadores, mesas de som, reprodutores de DVD, aparelhos de vídeo...;
Sinais de linha são sinais elétricos de áudio com mais potência. São sinais de equipamentos de CD, DVD, televisores, mesas
de som, quase tudo em áudio opera com sinais de linha, exceto microfones, toca-discos, captadores, que operam com baixa
potência, e amplificadores e caixas de som, que operam com alta potência.
 Nível de potência - alta potência (watts): amplificadores e caixas de som.
Esses sinais não podem se misturar, se ligar uma saída de um tipo em uma entrada de outro tipo, ou não sai som ou pode queimar um
equipamento. Um microfone tem de ser ligado em uma entrada de microfone. Um toca-discos, em uma entrada de toca-discos. Quase
tudo o mais, em uma entrada de linha, que os amplificadores identificam como entrada, IN, input, AUX. As entradas para tocadores
de MP3 são entradas de linha. As entradas de áudio na TV, no projetor multimídia, também são entradas de linha.
Quase todos são lineares, menos os toca-discos, por isso há amplificadores ou interfaces com entradas específicas para toca-discos, as
entradas PHONO. Não se pode ligar toca-discos em entradas de microfones, nem o contrário. O som será muito distorcido, mas não
há risco de queima dos equipamentos.
Os fios mais grossos que saem do amplificador para as caixas de som são cabos de potência. Podem ser fios paralelos, parecidos com
extensões elétricas, podem ser cabos redondos. Mas sempre têm cores diferentes: preto/vermelho, prata/ouro, vermelho/vermelho com
linha preta, preto/preto com linha branca...
O fio vermelho (ou ouro) é ligado na entrada + da caixa. O fio preto (ou prata) é ligado na entrada – da caixa.
Se ligar um deles ao contrário também funciona, mas prejudica a sensação de estéreo do áudio.

nível de microfone

Saída de captador de guitarra: 100-500 mV (~ -20 dBu) a 0,1 µA


Saída de cápsula de toca-discos: 1 - 5 mV (-60 a -35 dBm)
Saída de microfone dinâmico: 1-2 mV (~ -60 dBm)
Saída de microfone capacitivo: 10-20 mV (-50 a -35 dBm)
Consumo de alimentação phantom 48 V = 3-5 mA

A menor potência é a dos captadores, pois a impedância é muito alta e P = tensão² / impedância

nível de linha

0 dBm = 1 mW a 600 ohms = 0,77 V m -= miliwatt


0 dBV = 1 V com qualquer impedância V=1V
0 dBu = 0,77 V em alta impedância u = unbalanced (sem carga)

-10 dBV é a saída de referência para equipamentos domésticos = 0,316 V


+4 dBu é a saída de referência para equipamentos profissionais = 1,23 V

1,23/0,316 = 3,9
20 log 3,9 = 11,8, logo, +4 dBu é uns 12 dB acima de -10 dBV (e não 14)

nível de potência

Amplificadores têm saída medida em Watts e baixa impedância (2, 4, 6 ou 8 ohms)


=> alta corrente => fios mais grossos
Caixas amplificadas têm um amplificador interno, na sua entrada entra linha.

Amplificador e caixa
As saídas dos amplificadores e as entradas das caixas de áudio têm indicações de fase (+ ou -), geralmente usando as cores vermelho e
preto. A saída + do amplificador deve ser sempre ligada na entrada + da caixa. E a saída -, na entrada -.
Se inverter uma caixa, os canais estarão fora de fase, cancelando algumas frequências e reforçando outras, gerando um som muito
distante do original, incomodando o ouvinte. Se inverter as duas caixas, não se recebe o problema.

Nas caixas amplificadas só há entradas de linha e/ou microfone, o amplificador já está ligado internamente aos alto-falantes.
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VISUALIZAÇÃO DAS ONDAS SONORAS
Os softwares de áudio permitem visualizar os sinais de áudio de diversas maneiras. A seguir alguns exemplos de áudio estéreo.
O osciloscópio exibe a variação do volume ao longo do
tempo. Volume na vertical, tempo na horizontal.
Canal esquerdo em cima, direito em baixo. Essa
representação é uma simplificação das ondas sonoras.
O exemplo ao lado mostra 10 segundos de música.
Quanto maior a amplitude vertical, maior o volume.
Se ampliar muito a escala de tempo, pode ver detalhes.
O trecho da onda abaixo tem 30 ms.
As variações rápidas são frequências agudas,
as variações lentas são frequências graves.

Os medidores em barra podem exibir:


Volume (média dos últimos 300 ms), que é o volume
percebido, ou loudness.
Pico, que é o valor máximo alcançado pela onda sonora ou
sinal elétrico de áudio.
Não ouvimos picos, mas eles podem distorcer o áudio e as
distorções decorrentes dessa distorção nós ouvimos.
Os medidores de pico indicam o ajuste de volume para não
deixar alcançar 0 dB.

O medidor de espectro mostra o volume distribuído por


faixas de frequência.
À esquerda os graves, no centro os médios e na direita os
agudos. Este exemplo mostra o áudio dos dois canais
(esquerdo e direito) somados.
Note que não há, nesse instante da música, sinais muito
graves nem muito agudos.
No foobar esse medidor apresenta a soma dos dois canais,
enquanto que os demais apresentam os dois canais
separadamente.

O espectrograma mostra os volumes dos dois canais


(esquerdo em cima), ao longo do tempo. A escala horizontal é
o tempo.
A escala vertical é a frequência: graves em baixo e agudos em
cima.
Quanto mais claro, mais volume há naquela faixa de
frequências. No exemplo está mais claro em baixo (graves) e
há rápidos picos de agudos (que correspondem aos picos de
volume da música).
Esse exemplo tem oito segundos de música.
O espectrograma é a base para o reconhecimento de fala e
estudos de fonética.
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EVOLUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS AUDIOVISUAIS

Houve uma grande evolução tecnológica nos equipamentos de áudio e vídeo a partir de 1980, mas alguns princípios básicos
permanecem os mesmos e entendê-los nos ajuda a utilizar os equipamentos de melhor forma.
O áudio que é captado por um microfone, ou reproduzido por um alto-falante, em uma caixa acústica, é analógico, ou seja, são ondas
sonoras que variam a pressão conforme a potência e a frequência das diversas ondas que compõem os sons que ouvimos.
Os equipamentos que convertem o áudio para sua gravação em diversas mídias, sua edição, modificação e reprodução, podem ser
analógicas ou digitais.
O mesmo vale para vídeo. As imagens captadas por câmeras são analógicas, são variações de intensidade e frequência de feixes
luminosos. E as telas de monitores, TVs ou projeções multimídia são novamente feixes luminosos. Os equipamentos de gravação e
processamento de imagens também podem ser analógicos ou digitais.

característica do digital: fidelidade


A vantagem dos sistemas digitais é que as informações de sons ou imagens são convertidas para sequências de números, e as diversas
formas de armazenar números (discos de computador, fitas de plástico, chips de memória em pen-drives) são muito mais fiéis que as
mídias analógicas (discos de vinil, fitas de vídeo) porque em formato digital todas as informações se resumem a dois tipos de
informação, zero (0) e um (1). E as mídias digitais armazenam zeros e uns de diversas formas: pontos claros ou escuros, campos
magnéticos em uma ou outra direção.
Em uma mídia analógica, uma pequena deformação pode alterar um pouquinho a informação. Um som pode mudar ligeiramente de
volume, uma imagem pode mudar o tom da cor de um ponto. Em uma mídia digital mesmo uma alteração razoável não muda a grande
diferença entre os pontos, que só podem ter duas opções: claros ou escuros, sinais elétricos com uma ou outra polaridade. Ou seja,
com a codificação digital é fácil recuperar exatamente os mesmos números que foram gravados, e refazer a informação exatamente
como ela era originalmente. Ou seja, o sistema digital permite maior fidelidade. Mas o preço disso é que para representar uma
pequena quantidade de informação analógica precisamos de muitos números. Quanto mais fiel for a representação, mais números
serão necessários. Com a constante queda de preço das mídias digitais, já é mais barato armazenar as informações em formato digital
com boa fidelidade que em analógico, mas só no século 21 isso foi alcançado.

mais qualidade = maior preço


Em áudio, um disco de vinil bem gravado, reproduzido em um equipamento de boa qualidade, com boas caixas de som, tem uma
sonoridade mais limpa e fiel que um CD. Mas o CD é mais barato de fabricar. Com a evolução das mídias digitais: CD, DVD, DVD-
Audio (um DVD só com sons) e Super-Audio-CD, finalmente chegamos a uma qualidade com digital melhor que a analógica, com
seis canais de som. Mas com preço bem mais alto que sistemas de CD/DVD/Blu-ray.
Na gravação/reprodução de vídeo é diferente: o antigo sistema doméstico VHS tinha qualidade inferior à TV aberta. O DVD tem
qualidade superior à TV aberta analógica e inferior à digital. O Blu-ray tem qualidade de TV aberta digital de alta resolução,
praticamente qualidade de cinema. Mas o preço dos sistemas de Blu-ray ainda é maior que o de sistemas de DVD. E o cinema digital
está evoluindo para uma qualidade de imagem bem superior à do Blu-ray.

praticidade X qualidade
As pessoas têm preferido a praticidade à qualidade. O som de celulares e tocadores portáteis de MP3 é bem pior que o de um sistema
doméstico de vinil ou CD. Mas é prático, embora possa custar mais caro.

diversidade de padrões e formatos: um problema para o vídeo


O problema é que convivemos com sistemas analógicos e digitais, e com diversos padrões e formatos herdados de 60 anos de
evolução tecnológica e competição entre empresas e países.
No áudio isso ocorre com sistemas analógicos e digitais, e com diferenças entre equipamentos domésticos e profissionais. Mas é
relativamente simples converter entre formatos. Um CD pode ser gravado e reproduzido em qualquer país sem problemas de
compatibilidade.
Mas o vídeo, compatível com os sistemas de TV aberta de cada país, sempre sofreu de incompatibilidade de padrões e formatos e
mesmo na era digital, há vários padrões e subpadrões em uso.
Por isso é mais complicado conseguir reproduzir imagens que sons. Compreender as principais características de cada sistema nos
permite entender como reproduzir mídias diversas e converter padrões, utilizar vídeos da Internet em outras mídias, sem muitas
dificuldades.

cores
O olho humano só vê três cores: verde, vermelho e azul. O cérebro combina as informações de cores com as de brilho das imagens e
assim gera uma impressão virtual com milhões de cores possíveis, resultantes das combinações de verde, vermelho e azul em
diferentes níveis. Em frequência (banda), enxergamos meia oitava. Em níveis, distinguimos cerca de 250 níveis, o que equivale a oito
bits. Todos os sistemas analógicos e digitais de imagem só trabalham com as três cores, filmes, scanners, câmeras, telas. Arquivos
digitais de imagens estáticas ou vídeo só têm informações das três cores e do brilho (preto e branco) das imagens.
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SISTEMAS E FORMATOS DE VÍDEO
vídeo analógico
Os filmes de cinema são padronizados em todo o mundo. São 24 imagens por segundo, projetadas duas vezes cada uma (48 vezes por
segundo) para dar ilusão de movimento. O som pode ter 3 a 10 canais, mas é basicamente a mesma tecnologia em todo o mundo. O
filme mais usado em produções cinematográficas, de 35mm, é o mesmo das câmeras fotográficas. Só muda o comprimento (e o
número de fotogramas).
Já a TV não é padronizada, nem em analógico nem em digital e nem nos diversos formatos de gravação em fita.
Os países adotaram diversos sistemas de TV aberta. A TV fechada (cabo ou satélite) nem sempre usa o mesmo sistema de TV aberta
do país. No início a TV era em preto e branco e na Europa a imagem é formada por 625 linhas com 25 imagens por segundo (padrão
G). Nos EUA (e depois nas Américas) a imagem é formada por 525 linhas com 30 imagens por segundo (padrão M).
Quando veio a TV colorida, ficou mais complicado, com vários sistemas em uso. Nos EUA o NTSC, na Europa o PAL e o SECAM.
Quando o Brasil adotou a TV colorida, em 1972, manteve o padrão M, das TVs em preto e branco mas adaptou o sistema de cores
alemão, o PAL, e assim criou o PAL-M, mais estável que o NTSC.
Mas só no Brasil se usava PAL-M. A diferença para o NTSC é na codificação das cores. Um aparelho NTSC reproduz um vídeo
colorido NTSC em preto e branco se a TV for PAL-M. E vice-versa. Anos depois a Argentina adotou um padrão ligeiramente
diferente, que chamou de PAL-N.
Desde 2000, quase todos os televisores são automáticos, eles identificam se o vídeo é NTSC ou PAL-M (e alguns, se é PAL-N) e
reproduz colorido. Quase todas as câmeras de vídeo VHS eram NTSC. Todas as câmeras digitais comercializadas aqui têm vídeo
digital ou NTSC.
Mas a maioria dos aparelhos de VHS só grava em PAL-M embora possam reproduzir fitas NTSC em PAL-M, e alguns permitem
reproduzir fitas NTSC em NTSC (Sem converter para PAL-M).
Os aparelhos de DVD reproduzem vídeo analógico em NTSC.

Padrões de TV analógica
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vídeo digital
Em vídeo digital os EUA foram pioneiros, com o ATSC. A Europa lançou o DVB. O Japão aperfeiçoou o DVB, criando o ISDB. O
Brasil fez um acordo com o Japão e modificou levemente o ISDB para permitir interação dos espectadores com os programas. Pelo
televisor pode-se enviar informações à emissora. E acessar a Internet. Poucos programas são transmitidos em digital em TV aberta,
mas há muitos canais digitais em TV a cabo. As transmissões via satélite são digitais desde o final dos anos 1990, mas poucas são em
HD.
Há vários padrões de TV digital, os mais comuns são os de 480 linhas (4x3), 720 linhas (16x9) e 1080 linhas – HDTV (16x9). O
padrão de 1080 linhas é o Full HD (High Definition).
Dependendo da transmissão, a imagem na TV é cortada nas laterais ou reduzida na vertical para “caber” na tela.
Como os DVDs são gravados com qualidade de 720 linhas (mas os aparelhos reproduzem 525 linhas no Brasil), há mais detalhes na
imagem.
As legendas são inseridas na imagem pelo aparelho, a partir de arquivos de texto gravados no disco. Por isso pode-se selecionar o
idioma da legenda.
Atualmente a maioria das TVs digitais são Full HD. Com 1080 linhas de imagem, com 1920 pontos em cada linha, a imagem é
panorâmica (16x9). Ainda há algumas TVs no mercado com 768 linhas de 1366 pontos. E monitores de computador de diversas
resoluções: 1366x768, 1050x1680, Full HD, 2560x1440. Muitas TVs têm entrada para computador e muitos computadores têm saída
HDMI, para exibição de vídeos em TV com mais qualidade.
Já existem TVs e câmeras de vídeo de Ultra HD ou 4K (2160 linhas x 3840 pontos). E começam a surgir as 8K (4320 x 7680).
As TVs em geral têm entrada analógica (antena de TV, vídeo composto, vídeo componente e até S-video) e entradas para computador
(conector VGA para PC). E entradas digitais (HDMI) e podem ter conector digital para computador (DVI).
Monitores para computador com entrada digital (DVI) e placas de vídeo de computador com saída digital (DVI) têm imagem mais
detalhada.
A maioria dos projetores multimídia (data-show) têm resolução nativa de 800x600 (600 linhas de 800 pontos), 1024x768 ou
1280x800. Só os modelos mais caros (mais de R$ 4 mil) têm resolução nativa mais alta (1920x1080).
Muitos arquivos de vídeo disponíveis na Internet têm as legendas em arquivos separados e os reprodutores de vídeo (Windows Media
Player, Media Player Home Cinema, VLC Media Player e outros) inserem as legendas automaticamente, desde que o arquivo de
vídeo e o da legenda tenham o mesmo nome (só muda a extensão do arquivo – o de legenda é .srt).
Nos arquivos de vídeo analógicos com legendas elas são parte da imagem, são gravadas com o vídeo e não podem ser “apagadas”
nem substituídas.

Padrões de TV digital

TV digital no celular, GPS:


A imagem tem qualidade muito menor, pois usa Agora há uma interface digital, o HDMI
as informações de 1SEG, ou seja, um segmento HDMI, um conector com vídeo e
dos 13 que transmitem a TV em Full HD. áudio, presente em equipamentos de
A resolução pode ser de 240x180 pixels, 320x240 DVD e de Blu-ray.
pixels ou 320x180 pixels. Só serve para telas Televisores e computadores atuais
pequenas, mas como tem menos informações por têm conectores HDMI.
segundo, trava/falha bem menos.
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Regiões de DVD / Blu-ray
Para tentar limitar a pirataria dos filmes em DVD, o mundo foi dividido em 6 zonas:

Código de
Área
região

0 A região 0 não é uma configuração oficial, são discos sem marcadores ou com os marcadores de 1 a 6.
1 Canadá, Estados Unidos e territórios, Bermudas.
Europa (exceto Rússia, Ucrânia e Bielorrúsia), Oriente Médio, Egito, Japão, África do Sul, Suazilândia, Lesoto,
2
Territórios franceses e Groenlândia.
3 Sudeste Asiático, Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Macau.
4 Américas Central e do Sul, Caribe, Austrália, Nova Zelândia, Oceania.
Ucrânia, Bielorrússia, Rússia, África (exceto Egito, África do Sul, Suazilândia, Lesoto e Territórios franceses), Ásia
5
Central e Sul da Ásia, Mongólia, Coreia do Norte.
6 China, Hong Kong.
7 Reservado para uso futuro (existem em cópias protegidas de DVDs da MPAA e pré-lançamentos na Ásia).
8 Transporte internacional, como aeronaves e transatlânticos.
Os discos com região ALL podem ser reproduzidos em qualquer equipamento. São discos com os marcadores de 1 a
ALL
8.

DVDs europeus podem ser região D1 (Reino Unido), D2 e D3 (não vendidos no Reino Unido e Irlanda) ou D4 (Europa).
A maioria dos aparelhos de DVD só reproduz DVDs da sua zona, e os converte para um padrão de TV analógica.
No Brasil, reproduzem DVDs de região 4 e o sinal em “video out” é em NTSC.

Zonas de codificação de DVD

Zonas de codificação de Blu-ray

Discos Blu-ray têm 3 regiões: a região A inclui Américas, Sudeste Asiático, Taiwan, Hong Kong, Japão e Coreia.
A região B inclui a maior parte da Europa, África e Sudoeste asiático, Austrália e Nova Zelândia.
A região C tem os demais países da Ásia Central e do Sul, China e Rússia.
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O áudio digital
Em áudio digital quase tudo opera em nível de linha: gravadores, mesas de som, diversos
formatos de reprodutores.
Mas muitos equipamentos operam com os dois tipos de sinal.
Um reprodutor de DVD tem saídas analógicas e digitais, tanto de áudio quanto de vídeo.
Computadores têm entradas e saídas de áudio analógico e muitos têm saídas digitais
(áudio, DVI, HDMI).
Uma vantagem do áudio digital é poder usar um só cabo para ligar dois canais.
Ao lado, dois tipos de saída digital:
coaxial (RCA) e óptica (TOS, um conector quadrado).
Nos dois conectores “saem” os mesmos dois canais de áudio. A vantagem da conexão
óptica é a ausência de ruídos por interferência elétrica. Mas os cabos ópticos são mais
caros e frágeis. Um conector óptico pode ter 8 canais de áudio.

OS SINAIS DE VÍDEO: P, M
Em vídeo, quase todas as interligações são feitas com sinais de média potência. Só antenas (simples, coletivas ou sistemas de TV
paga) usam baixa potência. Os conectores (servem para entrada ou saída) mais comuns para vídeo analógico são:

Conector BNC (profissional) [fêmea Conector RCA Conector S-video Balun de RF: 300 ohms (pinos) para 75 ohms (F)
e macho] RF são os sinais de TV, com imagem e som.

OS TIPOS DE CABOS E CONECTORES


Um cabo sempre liga uma saída a uma entrada. O som sai de um aparelho e entra em outro. Pode ser um microfone entrando em um
aparelho de DVD com karaokê. Pode ser um aparelho de DVD entrando em uma TV. Pode ser um computador entrando em um
amplificador ou aparelho tipo “3 em 1”.
Para cada tipo de sinal de áudio ou vídeo existem diversos tipos de cabos e conectores diferentes.
Quase todos os conectores servem para entrada e para saída de áudio ou vídeo. Tem de ler com atenção o que está escrito no
equipamento: OUT é saída e IN é entrada.
No computador, por economia, usam um conector chamado P2 estéreo. É o mesmo tipo usado em fones de ouvido pequenos,
celulares e aparelhos de MP3. A vantagem é que em cada um já saem ou entram dois canais de áudio. Observe que o P2 de fone de
celular é diferente. Ele tem um contato a mais para o microfone.
A vantagem do P2 é ser estéreo, ele pode ligar dois sinais de áudio com o mesmo conector: R – direito, L - esquerdo.

P2 estéreo (3 contatos: terra, R, L) P2 estéreo para celular Cabo ligado em saída de áudio
(4 contatos: terra, microfone, R, L)
A maioria dos equipamentos de áudio e vídeo usa outro conector, o RCA. E ele é mono, só liga um sinal em cada conector. O RCA é
barato e por isso é usado em equipamentos de áudio e de vídeo.

Acima, conectores em um aparelho de DVD combinado com VHS. Ele reproduz DVD e grava/reproduz VHS.
VCR significa videocassete recorder (gravador de vídeo).
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Os conectores (todos, menos o 1º, são RCA) estão em 5 colunas:


1) S-VIDEO OUT: um conector com 4 pinos, onde sai somente sinal de vídeo (São dois pinos para a parte preto e branco da imagem
e dois para as cores). Combinados os sinais, é a mesma imagem dos conectores VIDEO amarelos, mas tem uma qualidade
ligeiramente maior. Poucos equipamentos têm saída ou entrada S-VIDEO atualmente.
2) AV 1 IN: tem dois canais de áudio: R (direito – vermelho) e L (esquerdo – branco). São entradas de áudio, para gravar no VHS.
3) AV OUT: são saídas de áudio, dois canais, e de vídeo (imagem completa, com preto e branco e cores), chamado de vídeo
composto. Neste caso pode ser a saída do VHS ou do DVD, o que estiver reproduzindo.
4) COMPONENT/PROGRESSIVE SCAN VIDEO OUT: são as saídas do DVD em vídeo componente. São três conectores: verde,
vermelho e azul. O verde tem a imagem em preto e branco. O vermelho e o azul têm informações sobre quais partes da imagem são
não vermelhas ou não azuis, e com os três juntos o televisor monta a imagem com mais qualidade que em vídeo composto ou S-
VIDEO.
Isso ocorre porque a imagem na tela da TV é formada por pontos verdes, vermelhos e azuis, e se o vídeo já vier com as informações
separadas, a TV não precisa processar e filtrar os sinais. Isso dá mais qualidade. Os monitores de computador, as TVs de plasma, LCD
e LED também formam a imagem com pontos verdes, vermelhos e azuis.
Isso é porque só enxergamos essas três cores. O cérebro é que as combina para formar uma imagem virtual multicolorida.
5) AUDIO OUT: são mais duas saídas de áudio (vermelho e branco). O mesmo áudio que sai em AV OUT. Só para permitir ligar o
som do equipamento em uma TV e em um “mini-system”, por exemplo, sem ter de ficar mexendo nos cabos. Por último um conector
marcado COAXIAL. Esta é uma saída de áudio digital. Em áudio digital basta um conector para os dois canais. Alguns computadores
já têm saída coaxial, além de sistemas de home-theater. A qualidade é ligeiramente melhor.

Os cabos de interligação
Para interligar esse aparelho com uma TV, amplificador ou sistema de home-theater pode-se utilizar um cabo com 3 conectores, como
mostrado antes. As cores nos conectores são somente para identificar qual conector está ligado a qual conector na outra extremidade
do cabo. Se os cabos forem iguais, não faz diferença onde ligar cada um, desde que se mantenha a correspondência, ou seja, se usar
um conector amarelo na saída de áudio vermelha, use o conector amarelo do outro lado na entrada de áudio vermelha. Por isso esse
tipo de cabo serve para ligar o DVD em uma TV, pode ligar o cabo vermelho no conector vermelho, o cabo branco no conector azul e
o cabo amarelo no conector verde, por exemplo.
Mas às vezes, para facilitar, o equipamento vem com conectores já com plástico verde, vermelho e azul.
Existem alguns cabos RCA em que o fio do conector amarelo (previsto para
vídeo) é mais grosso que os outros dois. Isso indica um cabo de melhor
qualidade, porque o sinal de vídeo tem uma faixa de frequências centenas de
vezes maior que o de áudio. Em geral um cabo mais grosso é um cabo já
previsto para as altas frequência de vídeo, Nesse caso, não troque, use o amarelo
nos conectores de vídeo. E esses cabos podem estar separados dos cabos
vermelho e branco de áudio.

Cabos para uso profissional


Para interligação de áudio são utilizados cabos com três tipos de conectores: Para equipamentos semi-profissionais, ou domésticos,
utiliza-se cabos desbalanceados, com um fio central e uma malha, com conectores tipo RCA, de encaixe direto. É o conector dos
amplificadores, toca-discos, gravadores K7 domésticos. É o mesmo conector nas entradas e saídas de sinal. É inclusive o mesmo para
vídeo, nos videocassetes VHS. Cuidado nas ligações! Uma saída sempre se liga a uma entrada.
Microfones, câmeras de TV, equipamentos de videocassete profissionais, utilizam um conector de áudio com três pinos, chamado de
XLR e conhecido popularmente como CANNON. O cabo para este conector tem dois fios centrais e uma malha, é chamado de
balanceado e permite a utilização de comprimentos maiores com maior qualidade. Os conectores XLR com pinos são os que têm sinal
de áudio presente, são saídas de áudio, seja de um microfone, ou de um videocassete. Os conectores XLR com orifícios são entradas
de áudio, ou seja, entrada de uma mesa ou gravador profissional. E muitos equipamentos usam o conector P10 (1/4”), com dois
contatos (desbalanceado) ou três contatos (pode ser balanceado ou insert = entrada e saída).
Nas entradas de áudio costuma existir uma chave marcada MIC/LINE. Se o sinal entrando vem de um microfone, a chave deve ficar
em MIC. Se vem de um videocassete, uma mesa de áudio ou qualquer outro equipamento que não seja um microfone, ou seja, um
sinal em nível de linha, a chave deve estar na posição LINE. Há também uma chave marcada 600 ohms ON/OFF. Em ON a linha de
áudio é terminada, ou seja, há uma carga resistiva que equilibra a impedância da linha. Esta costuma ser a posição correta. Só se
utiliza a posição OFF quando o sinal vem, por exemplo, de um gravador K7, com saída em RCA, e é utilizado um cabo RCA/XLR.
Como a linha dos equipamentos domésticos é desbalanceada e de alta impedância, não se liga a chave de 600 ohms nas entradas XLR,
pois esta é só para circuitos de baixa impedância. Mas entre dois conectores XLR, normalmente a chave está sempre ligada.
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 21
“F” é um tipo comum de conector para RF, que serve para conectar a saída de RF de um VHS, por exemplo, à tomada de antena de
um televisor. (Normalmente em um canal vago, 3 ou 4). O conector tipo F tem um pino central mais fino que um RCA e o exterior
maior. Se a tomada de antena do televisor for de 75 ohms o conector será tipo F. Se for de 300 ohms terá dois parafusos e será
necessário utilizar um “balun”, que é um transformador casador de impedâncias, para fazer a adaptação entre o cabo de 75 ohms e a
tomada de 300 ohms do televisor. Alguns conectores F são atarraxados e outros são encaixados sob pressão, como um RCA.

adaptadores BNC conector XLR conector XLR fêmea para conectores XLR para cabo
macho - RCA fêmea macho para painel painel (entrada) (macho e fêmea)
(saída)

conector F p/antena adaptador F fêmea - RCA macho conector S-Video

O conector P10 (ou ¼” ou banana) é uma versão em maior escala do P2,


usado em fones de ouvido de equipamentos domésticos.
A versão “estéreo” pode ser usada em fones profissionais ou para inserir
(INSERT) equipamentos de áudio em uma mesa de áudio, em modo mono,
ou seja, um canal em cada cabo. A ponta é o canal esquerdo e o anel é o
canal direito. O P10 estéreo é chamado de TRS (Tip -ponta, Ring -anel e
Sleeve - base) e ao ser encaixado em uma entrada de Insert em uma mesa de
mixagem, recebe áudio pelo Ring e envia áudio pela Tip, podendo ser
usado, por exemplo, para receber o sinal de um microfone, amplificado para
linha pela mesa, processá-lo em um módulo de efeitos externo e reinjetá-lo
no canal da mesa
O DIN de 5 pinos é usado para conexões MIDI (comandos digitais que
instrumentos musicais convertem em sons).
O RCA, ou PHONO, é usado em equipamentos domésticos e para áudio
digital coaxial (S/PDIF).
Os conectores XLR, usados em equipamentos profissionais, têm sempre
pinos (conector macho) nas saídas e orifícios (conector fêmea) nas entradas,
seja de microfone ou linha. Podem ser de cabo ou de painel e têm 3 pinos
para uma ligação balanceada (o sinal de áudio é replicado e invertido, em 2
fios, na saída, e, na entrada, esse sinal invertido é reinvertido e os dois são
somados, o que elimina interferências captadas por cabos).

Saídas balanceadas produzem dois sinais de áudio, iguais e invertidos um em relação ao outro.
Como os fios dos pinos 2 e 3, no cabo, são iguais, se eles captarem alguma interferência, será a mesma nos dois fios.
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 22
AS MÍDIAS E EQUIPAMENTOS DE ÁUDIO
Os toca-discos de vinil convertem a vibração mecânica da agulha ao longo do sulco do disco em sinais elétricos, de mesma
frequência, como um microfone, que converte a vibração mecânica do ar em sinais elétricos. Mas o microfone é razoavelmente linear,
ou seja, sinais mecânicos de mesma intensidade, e frequência diferente, produzem sinais elétricos de intensidade semelhante. Mas os
toca-discos de vinil, seja com cápsulas de cerâmica, seja com cápsulas magnéticas, não são lineares. Quanto maior a frequência do
sinal mecânico, no sulco, maior a intensidade do sinal elétrico produzido. Por isso, os pré-amplificadores para toca discos têm uma
entrada específica, PHONO, que compensa essa não linearidade, reproduzindo corretamente as diversas frequências. Uma entrada de
microfone não serve para toca discos, e vice-versa.
Há toca-discos com saída já em digital, para gravar a reprodução do disco em arquivos MP3, em pen-drive.
Tanto o toca-discos quanto o microfone, e também os captadores de guitarras e baixos elétricos, produzem um sinal elétrico de áudio
de baixa intensidade, que é um sinal em nível de microfone. Existem amplificadores específicos que convertem esses sinais em sinais
de linha.
Um disco analógico (LP) gira a 33,33 rpm, gravando as vibrações mecânicas do som em um sulco espiral, da borda para o interior o
disco. Um disquete para computador (que pode gravar áudio/vídeo digitalizados) gira a 300 rpm, distribuindo os dados em trilhas
(círculos concêntricos) e setores (fatias da circunferência) de igual capacidade. Já o CD, para aproveitar ao máximo a densidade de
gravação (cabem mais pontos nas partes mais externas, que são maiores do que as internas) gira com velocidade variando de 500 rpm
na parte mais interna até 200 rpm na mais externa.
O DCC (Digital Compact Cassete) da Philips (que inventou o K7) é um aparelho que reproduz fitas K7 convencionais e
grava/reproduz fitas especiais (DCC) em formato digital, com qualidade pouco abaixo da de um CD. Um DCC consegue reproduzir
uma qualidade percebida como de CD, embora grave uma menor quantidade de informações por segundo que um DAT ou CD,
porque utiliza resoluções diferentes para cada faixa de frequências, com maior resolução nas faixas (e níveis) que o ouvido humano
distingue melhor e menor resolução naqueles em que temos menor sensibilidade e discriminação.
O DAT (Digital Audio Tape) da SONY, grava em pequenas fitas de ¼”, em formato digital, com um sistema parecido com um mini
gravador de vídeo (cabeças rotativas). Tem a mesma qualidade de um CD, e preço superior ao DCC. Foi muito utilizado em
broadcasting. Há fitas de 34 até 124 minutos em estéreo, e podem ser regravadas quantas vezes for necessário. O DAT opera co m
48000 amostras por segundo, por canal (mais que as 44100 do CD) e a resolução é igual a do CD (16 bits).
Em baixa velocidade, com menor qualidade, pode gravar 4 horas por fita. Muitos gravadores DAT podem ser interligados, e
sincronizados, operando como gravadores de até 24 canais. Há gravadores DAT portáteis, a bateria. Eles também operam com
entradas e saídas analógicas, embora nesse caso a qualidade seja menor. Pode-se copiar em digital de CD para DAT, porque os
gravadores DAT têm um conversor interno que converte a taxa de 44,1 kHz do CD para 48 kHz.
Os A-DAT são gravadores digitais que utilizam fitas de vídeo de ½” (S-VHS) e gravam/reproduzem 8 canais. Eram muito populares
em estúdios de gravação. Os 8 canais podem ser gravados simultaneamente ou não, exatamente como num gravador de fita
multitrilhas. Pode-se interligar vários gravadores A-DAT, sincronizados, para gravar/reproduzir até 128 canais. Gravam 40 minutos
de áudio numa fita S-VHS de 2 horas, com qualidade superior a CD.
MD
O Minidisc foi lançado pela Sony em 1990. Inicialmente previsto para o mercado doméstico, para substituir as fitas cassete, foi
apresentado em versões de gravador de mesa, com auto-rádio e portátil (walkman). Mas não foi um sucesso de vendas.
Sony, Denon, Tascam e Yamaha, entre outros fabricantes, acrescentaram diversos recursos profissionais e os disquinhos (de 5”, num
invólucro como um disquete de computador) acabaram substituindo as antigas cartucheiras de fita de ½” e as casseteiras (¼”) com
vantagens. O disco, que pode ter 60 ou 74 minutos de duração, grava/reproduz áudio digital estéreo com qualidade pouco inferior a de
um CD. Utiliza a compressão psicoacústica, como as fitas DCC da Philips, para gravar os mesmos 74 minutos de um CD em apenas
160 MB. O processo de compressão chama-se ATRAC (Adaptive Transform Acoustic Coding) e comprime 5 vezes os dados digitais,
com a mesma amostragem (44,1 kHz) e resolução (16 bits) dos CDs. A qualidade é muito próxima à dos CDs, porque os algoritmos
de compressão eliminam sons que normalmente não são percebidos pelo ouvido humano, através de psicoacústica, usam codificação
em sub-bandas e por transformadas, implementadas por chips baratos. Há diversas versões de ATRAC (1, 2, 3, 4...) e quanto mais
recente, melhor a qualidade na gravação. Quanto à reprodução, não há diferença entre versões de ATRAC. Assim, para copiar de um
MD para outro, reproduza na máquina mais antiga e grave na mais moderna. Algumas máquinas permitem copiar entre MDs em
digital, sem descomprimir e voltar a comprimir, o que mantém a qualidade do original.
A vantagem do MD é poder gravar/regravar quantas vezes for necessário, e as faixas (até 255 faixas por disco) podem receber títulos.
Pode-se reproduzir imediatamente a faixa desejada, simplesmente digitando o número. Pode-se editar faixas, retirar trechos, juntar
duas faixas numa só, copiar em digital de um CD ou DAT ou outro MD. Os gravadores de mesa têm entrada e saída analógica e
digital, controle remoto sem fio, interface com computador.
Uma vantagem do MD sobre as fitas DAT é o acesso muito rápido a qualquer faixa. Uma fita tem de “correr” até o ponto. Uma
desvantagem é a qualidade um pouco menor.
Apesar de comportar 74 minutos de áudio estéreo, recomenda-se não gravar mais de 72 minutos por disco. E se um disco for editado
centenas de vezes, a fragmentação dos arquivos pode tornar a localização dos pontos mais lenta. Recomenda-se, neste caso, formatar
o disco e recomeçar a gravar com tudo “limpo”.
Muitos gravadores de MD podem gravar 1 (148 min), 2 (74 min) ou 4 (37 min) canais. Alguns gravadores utilizam um formato
diferente e gravam 8 canais (18 min) num MD.
A leitura do MD é igual a do CD, utilizando o mesmo tipo de laser. Já a gravação é mais complicada. O laser pulsa com potência
muito maior que a potência de leitura, aquecendo a camada interna do MD, e fazendo a gravação por meio de uma cabeça magnética.
O MD é gravado dos dois lados, enquanto que o CD só é gravado de um lado. Como o CD, o MD tem velocidade de rotação variável,
de 400 a 900 rpm.
Os gravadores multitrilhas de rolo digital são utilizados pelas grandes gravadoras, com fitas de 1” ou 2”, com 32, 48, 64 ou 128
canais, que gravam/reproduzem independentemente.
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 23

gravador minidisc gravador DAT gravador ADAT

minidisc fita DAT fita ADAT (tamanho de VHS) Gravador de fita de rolo
Os discos de vídeo laser são gravados em formato analógico (o sinal de vídeo é reproduzido opticamente) embora o sistema de leitura
seja semelhante ao de um CD. Olhando o disco laser contra a luz pode-se perceber os pulsos de sincronismo vertical (duas faixas a
180o) uma da outra. E um disco vídeo laser é gravado nos dois lados. Há duas tecnologias de video laser. Os CAV (velocidade angular
constante) giram a cerca de 1.800 rpm (30 voltas por segundo, porque são 30 imagens por segundo na padrão M de TV) e gravam 30
minutos por lado. Os CLV (velocidade linear constante) giram com velocidade cada vez maior, a partir da borda, para manter
constante a leitura do sinal, e gravam 60 minutos por lado.
Um disco rígido para computador, que tem muito mais capacidade de armazenamento que um disquete, giram com velocidade
constante, dependendo do modelo, de 3.600 a 9.000 rpm. Discos rígidos grandes e rápidos (interface ATA-100 ou S-ATA) podem
armazenar alguns minutos de imagens de vídeo coloridas (com qualidade de broadcasting), ou algumas horas, com compressão dos
arquivos e qualidade inferior a de broadcasting. Atualmente o custo médio por gigabyte está abaixo de R$ 0,30. Computadores
utilizados em gravação de áudio multitrilhas precisam de discos de no mínimo 500 GB. Uma música de 3 minutos, com 20 trilhas,
gravadas a 24 bits e 88,2 kHz, ocupa 900 MB. Discos externos, com interface USB 3.0 (mais rápida), custam pouco mais.
Um CD de áudio é produzido em três etapas: gravação, mixagem e masterização. A masterização sempre é digital. A gravação e
mixagem podem ser analógicas ou digitais. Assim, um CD com gravação analógica, mixagem digital e masterização digital recebe as
letras ADD. Naturalmente, se os equipamentos utilizados (microfones, mesas de som, processadores) forem de boa qualidade, um CD
DDD tem mais qualidade que um AAD, por exemplo. A amostragem dos CDs de áudio é de 44100 s/s e a resolução de 16 bits.
Um CD de áudio é gravado com dois canais, o chamado estéreo. Com caixas de som bem posicionadas, pode-se reproduzir de forma
semelhante ao da situação da gravação ao vivo, dando uma sensação muito parecida a quem ouve o CD e a quem ouviu a exibição ao
vivo. Nossos dois ouvidos ajudam a criar a noção de direção de origem do som e da distribuição dos diversos sons no espaço.
Um DVD pode ser gravado e reproduzido em seis canais, produzindo uma sensação mais realista da “recriação” da situação em que
os sons foram produzidos. Ouvimos sons vindos de frente, de trás, dos dois lados da cabeça.
CDs para computador (chamados de CD-ROM) podem armazenar dados, sons e imagens, em formato compatível com diversos
programas. Um CD-ROM armazena até 700 MB de dados. Existem reprodutores de CD-ROM de diversas velocidades, de 16X até
52X mas eles não mantêm essa velocidade em todo o disco, só num pequeno trecho. E todos eles são capazes de reproduzir CDs de
áudio. À medida que vai percorrendo o disco, a velocidade vai caindo. Para saber a velocidade média real de um leitor de CD, copie
um disco de, por exemplo, 60 minutos, para o HD e veja quanto tempo demora.
Ao gravar um CD de áudio, quanto menor a velocidade de gravação, melhor a qualidade. Há vários programas de gravação de CDs,
como Roxio (embutido em alguns aplicativos do Windows XP) e Nero mas o Sony CD Architect v5.2 grava com recursos
profissionais.
Há CD-ROMs graváveis (uma vez só) pelo usuário (CD-R). Uma vez gravado, não pode ser apagado. Mas pode-se gravar seções,
ocupando uma parte do espaço do CD de cada vez. E há os CD-RW, regraváveis. Os gravadores de DVD também gravam e leem
CDs. Os reprodutores de DVD leem DVD, DVD-R, DVD-RW, CD, CD-R e CD-RW.
CDs e DVDs são lidos por um feixe de laser que dá um pulso alto (um) quando há um reflexo na camada lida, e um pulso baixo (zero)
quando não há reflexo. Esses sinais binários são convertidos (DAC) de digital para analógico e depois amplificados. Todos os dados
são gravados em uma espiral, de dentro para fora. No CD ela tem cerca de 5 km, no DVD de camada simples, 12 km, no de dupla
face, duas camadas, ela tem 48 km de extensão.

CODIFICAÇÃO DIGITAL
Tudo o que é gravado em mídias digitais usa pontos claros, escuros, campos magnéticos em um ou outro sentido, campos que muda m
de sentido (transições de fase), mas sempre com uma grandeza representando “um” e outra representando “zero”. Todo arquivo digital
começar com um cabeçalho (metadados) que informa o que é aquele arquivo, como está codificado. O sistema operacional lê a
extensão do arquivo para saber qual programa poderá abrir aquele arquivo. O programa lê os metadados para saber como converter os
uns e zeros em sons ou imagens.
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 24

A camada de alumínio no CD
fica logo abaixo da face
pintada. Se for danificada,
pode-se perder os dados.
No DVD ela fica no meio do
disco, e pode-se gravar um
DVD nos dois lados, e com
duas camadas de cada lado
(8,5 GB por lado). A maioria
dos DVDs de filme é de
dupla camada e face simples.
O Blu-ray é gravado muito
próximo à face não pintada.
Quanto mais recente a
tecnologia, mais fino o laser,
menores os pontos e trilhas,
maior a capacidade por disco.

DVD para vídeo e áudio


Um DVD de face simples/camada simples tem capacidade de 4,7GB. Isso permite gravar 2h13min de imagens com até cinco
programas de áudio estéreo (com qualidade de CD) e legendas em até 32 idiomas, diversas relações de aspecto, divisão e acesso em
capítulos, mais de um ângulo da cena, proteção contra cópias e controle de acesso por adultos.
Um DVD de face simples/camada dupla (a maioria dos DVDs de filmes) tem 8,5 GB, e quase 4 horas de capacidade.
O máximo (face dupla/duas camadas) são 17GB. Mas aí tem de virar o DVD, como um vinil.
Os DVD-R, DVD+R graváveis, disponíveis em lojas de informática e até supermercados, geralmente são de 4,7 GB (face simples,
uma camada.
O disco é o mesmo do CD, com 120mm de diâmetro e 1,2mm de espessura, e os leitores de DVD lêem DVD de filme, CD de áudio,
VCD, CD com arquivos MP3 e JPG. Os leitores de DVD-ROM (para computador) lêem todos esses formatos e também DVD-ROM
(DVDs com arquivos). Há software, enciclopédias e jogos em DVD-ROM.
O aumento de capacidade vem da utilização de um laser mais estreito (650nm, em vez de 780nm no CD), das trilhas mais próximas
(740nm contra 1600nm no CD), de sulcos menores (400nm em lugar dos 830nm no CD) e a ao uso de um novo esquema de correção
de dados, chamado RS-PC, que utiliza menos bits que o CIRC. Em face simples/camada simples um DVD tem capacidade de 4,7GB.
Isso permite gravar 2h13min de vídeo (com qualidade superior a um laser disc), com até cinco programas de áudio estéreo (com
qualidade de CD) e legendas em até 32 idiomas, diversas relações de aspecto, divisão e acesso em capítulos, mais de um ângulo da
cena, proteção contra cópias e controle de acesso por adultos.
O máximo (face dupla/duas camadas) são 17GB. Se for utilizado apenas para áudio estéreo, a capacidade máxima é de 20 horas. A
velocidade de leitura básica é de 10 vezes a dos CD de áudio. A taxa de transferência é de 11,2Mb/s.
A tecnologia de camada dupla foi desenvolvida pela 3M. Para gravar duas camadas na mesma face, o acrílico é “queimado” em uma
superfície a cerca de 0,3mm de profundidade, que fica semi-reflexiva (20 a 40%). A camada interior de gravação é lida como a de um
CD. Essa camada intermediária é lida ajustando-se o foco do laser, e tem capacidade de 3,8GB, o que dá 8,5GB por face. Os CDs são
gravados só numa face. Os DVDs podem ser gravados nas duas faces para ser possível armazenar até 17GB por disco. O vídeo é
codificado em MPEG-2 e o áudio pode ser em Dolby AC-3 (6 canais) ou em MPEG-2 Compatible Multichannel Audio (8 canais).
Um dos canais é para subgraves e o outro é um canal central para voz. Os demais são os pares estéreo e surround.
DVD-Audio
DVD-Audio e DVD video são formatos diferentes. Discos DVD-Audio e reprodutores são raros, e um DVD player convencional não
reproduz discos DVD-Audio. Um DVD-Audio grava cerca de 8 horas de música com dois canais e qualidade de CD ou 160 minutos
de música com 6 canais e qualidade de DVD video ou 74 minutos com a qualidade máxima de 192 kHz/24 bits.
O DVD-Video foi definido em 1996 pelo DVD Forum. Após anos de entendimentos entre a indústria fonográfica e os fabricantes de
equipamentos, incluindo exigências de proteção autoral e medidas antipirataria, o fórum lançou as especificações do DVD-Audio em
1999.
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 25
Formato CD Audio Áudio no DVD-Video DVD-Audio
Taxa de amostragem 44,1 kHz 96 kHz 192 kHz
Amostras por segundo 44.100 96.000 192.000
Resolução 16 bits 24 bits 24 bits
Níveis possíveis do sinal digital 65.536 16.777.216 16.777.216
O CD tem uma faixa dinâmica razoavelmente larga, teoricamente de 96 dB, mas o DVD-Audio alcançaria 144 dB. Com seus 24 bits
em vez dos 16 bits do CD, a resolução da quantização do DVD-Audio é 256 vezes maior. E, podendo alcançar a taxa de amostragem
de 192 kHz, não corta altas frequências como o CD, que usa 44,1 kHz. A maior definição dos agudos resulta numa sonoridade bem
mais brilhante e viva.
O DVD-Video tem como principal vantagem trabalhar com áudio sem compressão, como Dolby Digital e DTS. E ele tem uma taxa de
transferência mais alta: 9,6 Mb/s (megabits por segundo) contra 6,144 Mb/s. O DVD-Audio pode também ser tocado num aparelho
reprodutor só de áudio, como os modelos para automóveis, sendo aí reproduzido faixa a faixa, como um CD. Ele pode utilizar várias
taxas de amostragem, a partir de 44,1 kHz. E registrar os dados em 16, 20 ou 24 bits. Na distribuição dos canais de áudio, como nas
mixagens para seis canais em surround 5.1, os canais podem usar diferentes taxas de amostragem. Em 192 kHz, contudo, só dois
canais são utilizados. Em suma, melhor som e mais versatilidade que o DVD-Video.
Outra vantagem, mais discutível, é a proteção contra cópias digitais e a marca d’água, uma exigência da indústria fonográfica no
desenvolvimento do novo formato. A quebra de proteção do DVD-Video por programas como o DeCSS levou os desenvolvedores a
uma maior preocupação antipirataria. Só que os movimentos pela liberdade de expressão digital, como a Fundação da Fronteira
Eletrônica (EFF, na sigla em inglês), se opuseram a essa, segundo eles, violação do direito do usuário ao rearmazenamento de
arquivos que lhe pertencem, entre outros questionamentos judiciais. Na comunidade da informática, em todo caso, prevalece a
impressão de que o lançamento de cada novo sistema de proteção vem sempre acompanhado de uma posterior quebra de proteção.
O DVD-Audio não alcançou o sucesso do DVD-Video, mesmo com alguma redução de custos. As pessoas preferem a baixa
qualidade com praticidade de ouvir música em celulares e mini-tocadores de MP3.

Na figura ao lado, compara-se a representação


digital de um sinal de áudio de alta frequência
(10 kHz) nos dois formatos, CD e DVD audio.
O sinal digital do DVD-Audio tem
amostragem muito maior (mais linhas
horizontais) e maior resolução (mais linhas
verticais), o que garante uma maior fidelidade
na gravação/reprodução dos sons agudos.
Sons graves não apresentam muita diferença
de qualidade entre os dois formatos, pois um
ciclo de baixa frequência demora tanto tempo
que tem centenas de amostras.

SUPER AUDIO CD
A Sony e a Philips lançaram em 2000 o Super Audio CD (SACD), com qualidade semelhante ao DVD-Audio. Fisicamente
semelhante ao DVD, tem 8 GB em duas camadas e usa o mesmo laser, de 650 nm. Até o final de 2013 foram lançados 9043 títulos
(conforme sa-cd.net). Ele utiliza uma tecnologia de gravação chamada DSD (Direct stream digital). A taxa de amostragem é de
2,8224 MHz (64 vezes maior que a do CD), resposta de frequência de 100 kHz e faixa dinâmica de 120 dB. Pode ter de 2 a 6 canais.
Grava áudio, texto, gráficos, mas não vídeo. Não é compatível com o DVD-Audio.
O SACD tem diversas medidas anti-pirataria: uma marca d’água, verificada na reprodução, informações de direito autoral modulada
na largura dos ‘buracos” (partes escuras) do disco, controle de acesso ao conteúdo, que é embaralhado por um algoritmo de
criptografia de duas chaves, ocultas no SACD. Muitos discos são híbridos, também são lidos em CD players.

BLU-RAY
Grava vídeo e áudio em formato proprietário (um DVD aperfeiçoado). Usa laser azul-violeta de 405 nm (bem mais fino que o do
DVD) e em 2005 definiram um formato de disco de apenas leitura chamado BD-ROM, para exibição doméstica de filmes em alta
definição. Com 27 GB, permite 13 horas em qualidade normal ou 3 horas em HDTV. A SONY lançou os PlayStation 3 já com Blu-
ray. Dell, Hitachi, HP, LG, Mitsubishi, Panasonic, Pioneer, Philips, Samsung, Sharp, Sony, TDK e Thomson aderiram ao formato.
A SONY lançou em 2003 camcorders que gravam em discos Blu-ray regraváveis para alta definição, os BD-RE, voltadas para uso em
gravações externas para TV. Grava em digital (HDTV) em tempo real, uns 60 minutos por disco. Há discos de uma camada (25 GB) e
de duas camadas (50 GB). Substituíram vários formatos de gravação de vídeo profissional e estão substituindo os DVDs.
Há um formato chamado BDXL com 3 camadas (100GB) ou 4 camadas (128 GB).
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 26
HD
Os discos rígidos são de dois formatos, 2,5” e 3,5”.
As capacidades atuais variam de 500 GB a 16 TB por disco. Pode chegar a
100 TB em 2025.*
Os discos antigos tinham interface IDE (um conector retangular com cabo
cinza de 40 pinos), também chamado de P-ATA (Parallel ATA).
Os atuais são S-ATA (Serial ATA), um pequeno conector de 4 pinos. Os S-
ATA são mais rápidos.
A alimentação continua usando 4 fios (amarelo: 12 V, vermelho: 5 V,
pretos: terra).
Há conversores IDE-SATA e USB-IDE.
HDs externos têm um circuito com interface USB 2.0 (480 Mbps half-
duplex) ou USB 3.0 (até 4,8 Gb/s full-duplex).
Os com alimentação externa são HDs de 3,5”, mais rápidos.
Os com interface USB 3.0 podem ter mais capacidade pois a interface
fornece até 900 mA de corrente. USB 2.0 tem 500 mA de corrente máxima.
Há HDs externos para Mac com conector Firewire ou Thunderbolt (o mais
rápido atualmente, até 40 Gb/s).
* https://www.tomshardware.com/news/seagate-hamr-100tb-drives-
2025,38035.html
SSD (dispositivo de estado sólido)
São imensos pendrives em invólucro semelhante a um HD, com capacidade
de 120 GB a 64 TB*. Consomem menos, são muito mais rápidos e mais
caros.
Só podem ser utilizados em sistemas a partir das versões Windows 7, OS X
10.10.4, Linux 2.6.33, Ubuntu 14.04 LTS, que têm uma função chamada
TRIM.
Quando um arquivo é apagado, os sistemas operacionais anteriores aos
acima removem as referências ao arquivo, mas ele continua gravado na
mídia. Eventualmente o espaço será gravado por outro arquivo, mas isso vai
deixando “buracos”. TRIM é um comando SATA que o sistema operacional
usa para remover os dados do arquivo quando o sistema operacional manda HD-SSD
apagar (em vez de apenas marcar o seu espaço como disponível). O SSD Leia: (http://elias.praciano.com/2014/09/por-que-as-
ganha mais espaço livre, e sua controladora busca consolidar os espaços unidades-ssd-se-tornam-mais-lentas/)
vazios.
*http://www.storagereview.com/seagate_announces_64tb_nvme_ssd_new_nytro_ss https://www.techtudo.com.br/noticias/2018/02/samsung-
ds_at_fms anuncia-pm1643-o-maior-ssd-do-mundo-com-30-tb-de-
memoria.ghtml
Conectores Firewire (1 e 2 = 400 Mbps, B = 800 Mbps)
Micro SD (512 GB) 2018

Conectores Thunderbolt [Thunderbolt 2: 20 Gbps / Thunderbolt 3: 40 Gbps]


Têm sinais para até 6 interfaces (HD externo, até dois monitores de vídeo 5K etc.) no mesmo cabo. Potência de até 100 W.
O USB tem capacidades menores. [USB 3.0: 4,8 Gbps até 5 W de potência / USB 3.1: 10 Gbps. Até 100 W]
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 27
ÁUDIO NO WINDOWS

No Windows há o Windows Media Player, que reproduz CDs de áudio e diversos formatos de áudio e vídeo, e que é compatível com
vários formatos que não sejam fornecidos inicialmente, que podem ser acrescentados pela instalação de CODECs, arquivos que
convertem do formato de áudio/vídeo para algum formato nativo do Windows.
Outro software de reprodução de áudio muito prático é o foobar (http://www.foobar2000.org/), gratuito, que tem várias ferramentas de
visualização de áudio, reproduz e copia (ripa) CDs para o computador e reproduz e converte diversos formatos de áudio.

No Windows há um mixer virtual, que


combina sons de várias entradas e pode
ser visto clicando duas vezes no ícone do
alto-falante, próximo ao relógio. Este é o
mixer no Windows XP:
Todos os sinais com a caixa “Sem áudio”
desmarcada são misturados e
reproduzidos.

No Windows 7 ele é simplificado e há


menos acesso ao processamento de áudio
no computador. O ícone na parte inferior,
de um alto-falante azul, mostra um círculo
vermelho cortado quando aquela fonte de
áudio está sem som (mudo).

Já para a Gravação, algumas placas de


som permitem selecionar só um sinal de
cada vez, e outras, vários sinais.

Para exibir as entradas de gravação, no


Windows XP, clique em
Opções/Propriedades e Marque
“Gravação”.

Só as entradas desmarcadas em “Sem áudio” enviarão som para


gravação. As marcadas ficam sem sinal. No exemplo abaixo, o
Windows não coloca o nome completo das entradas Volume de linha e
Volume do microfone, por falta de espaço.

No Windows 7 geralmente só se pode gravar de uma fonte de cada


vez, que costuma ser a entrada de linha. Ao conectar um microfone,
ele pede uma confirmação e passa a gravar sons do microfone.
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 28

O Windows tem um software simplificado, o Gravador de som, mas as placas de áudio permitem a instalação de softwares de
gravação mais sofisticados. A qualidade da gravação vai depender da qualidade da placa de áudio.
Clique em Iniciar / Todos os programas / Acessórios / Entretenimento / Gravador de som

Em Arquivo/Propriedades pode-se: Escolher de: Converter


agora, Qualidade de CD, para gravar com 44.100 amostras
por segundo, 16 bits, em estéreo, o som que esteja ligado na
entrada da placa de som.

No Windows 7 só existe o botão de Iniciar Gravação, que ao ser clicado muda para Interromper gravação:

Ao interromper a gravação, ele abre a janela para salvar o arquivo gravado (Escolher o local) e só grava um tipo de arquivo, o WMA,
o formato nativo de áudio do Windows, que pode depois ser convertido para outros formatos).
E a janela muda para Continuar gravação (gravar outro arquivo).

Como a maioria das placas de som tem dois canais, a gravação só será em um ou dois canais. Para gravar mais de dois canais é
necessária uma placa de som com mais canais. Há placas no mercado com 4, 8, 10 ou mais canais, algumas para encaixe dentro do
computador (conector PCI) e outras para conexão externa na interface USB 2.0 (480 Mbps), USB 3.0 (4,8 Gbps) ou FireWire
(IEEE1394) (400 ou 800 Mbps).
É importante ao gravar não deixar que o sinal sature, ou
seja, não deixar que exceda o limite de entrada do gravador.
Em muitos programas simples não há indicação de nível,
mas em programas de gravação profissionais há medidores
de nível e visualização da forma de onda.
Ao lado, um trecho com excesso de nível, onde a onda é
comprimida (fica com a borda quadrada, o que se chama de
saturação). Se ampliar bem o zoom é possível ver a onda
achatada nos limites superiores. Isso distorce (muito) o som
porque ondas quadradas têm muitos harmônicos.

Para eliminar “barulhinhos” do Windows ao gravar áudio, no Painel de controle do Windows XP, em Sons de dispositivos de áudio,
em Sons / Esquema de som, escolha Sem som. Isso elimina ruídos da lixeira, botões, janelas etc.
No Windows 7, no ícone do alto-falante, escolha Sons. Na janela, escolha a opção “Nenhum Som”.
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SOFTWARE PROFISSIONAL PARA ÁUDIO


Um software profissional muito comum para gravação, edição e masterização em estéreo é o Sound Forge
(http://www.sonycreativesoftware.com/soundforgepro) que inclui um gravador profissional de CDs de áudio (CD Architect 5.2),
dezenas de efeitos sonoros, pode acrescentar plugins (mais efeitos) VST, é compatível com driver ASIO (www.asio4all.com) e tem
filtros para restauração de fitas cassete e vinil. É compatível com diversos formatos de vídeo, para edição e gravação de trilha sonora.
O driver ASIO é um programa de controle de fluxo de informações de áudio no computador que permite um acesso mais rápido aos
arquivos de áudio que o driver nativo do Windows, o WDM. Alguns programas profissionais já instalam um driver ASIO próprio,
mas existe uma versão genérica, o Asio4All.
Para gravação com vários canais há vários produtos no mercado, os mais conhecidos são o Sonar da Cakewalk, o ProTools da
DigiDesign, o Cubase e o Nuendo (mais voltado para sonorização de vídeos e filmes) da Steinberg, e o Reaper.
Todos são programas de gravação em múltiplas trilhas, com algumas trilhas reproduzindo e outras gravando, simultaneamente, sendo
o limite de trilhas limitado pela capacidade do computador. Podem ser mais de 200 trilhas simultâneas.
Eles operam com trilhas de áudio e de MIDI, podem controlar equipamentos externos, podem usar dezenas de plugins de vários
fabricantes, editar áudio em vídeo, mixar, e masterizar para dois até oito canais de saída.

PLACAS DE ÁUDIO PROFISSIONAIS


As placas externas ligam-se ao PC pela porta USB ou Firewire e têm uma qualidade muito melhor que os chips de áudio na placa-mãe
do computador. No caso de um notebook, o uso de uma placa externa é obrigatório. A interna tem muito ruído pois os componentes
estão muito próximos uns dos outros. No desktop ainda há algum ruído. Instale um driver de áudio como o ASIO para reduzir a
latência. Visite www.asio4all.com e baixe uma das versões (idioma) no “meio” da página. A latência é o atraso entre reprodução e
gravação de áudio, e é menor em placas externas com processador de áudio (DSP).

Focusrite Scarlett 2i2 (~R$ 1.000)


A Scarlett 2i2 é uma interface de gravação USB com 2 entradas
e 2 saídas, contendo 2 pré amplificadores da Focusrite.
- Interface USB 2.0, 2 prés de microfone Focusrite
- Conversão de áudio em 96KHz e 24 bits
- Software: Ableton Live Lite 8 e plugins Scarlett da Focusrite
Painel frontal:
-2 entradas de Linha/microfone/instrumentos combinada –
padrão Neutrik Combo (XLR e P10)
-2 chaves linha/ instrumentos (LINE, baixa impedância e médio
nível; INST, alta impedância e baixo nível)
-2 knobs (botões) de ajuste de ganho
-2 indicadores de ganho tipo LED circulares Painel traseiro:
-Chave phantom 48V (para microfones capacitivos) - 2 saídas de monitoração padrão ¼” TRS balanceadas
-Chave de monitoração direta - Porta USB 2.0
-Saída para headphone padrão ¼ TRS (P10) com volume - Trava padrão Kensington
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PreSonus FireStudio™ Mobile (com interfaces Firewire)


(~US$ 300)

 Duas portas FireWire 400


 8 entradas analógicas (2 Combo XLR
preamplificadores Classe A XMAX, 6 linha TRS)
com controles de entrada individuais
 Duas saídas TRS, uma SPDIF, uma MIDI
 Phantom power 48 V
 Saída de fone com controle de volume
 Controle de ganho de volume geral
 LED de nível de entrada de 3 segmentos
 LED word clock
 Software DAW Studio One Artist™
 S/PDIF in/out
 MIDI in/out
 24 bits de resolução - 96 kHz de amostragem
 Conversores A/D e D/A de alta definição (+118 dBu
de amplitude dinâmica)
 JetPLL™
 Monitoração via 10×3 DSP matrix mixer/router
 Compatível ASIO, Core Audio, Direct Sound
(Windows XP), Windows Audio Session API
(Windows Vista e Windows 7)
 Ocupa 1/3 UR (unidade de rack)
 Alimentação via FireWire ou fonte 12 Vcc incluída
 4GB de instrumentos virtuais, plug-ins e samples

Apogee Duet USB


(Pode ser usada em PC, iPad, iPhone)
 Interface de áudio USB 2.0 com resolução de 24 bits e
amostragem até 192 kHz
 2 entradas combo (XLR /P10) analógicas com pré-
amplificadores de microfone e phantom de 48V
 2 entradas P10 desbalanceadas para instrumento
 2 saídas de linha analógicas balanceadas (-10 dBv)
 Uma saída (TRS P10) para fone de ouvido estéreo
 E/S MIDI USB
 O botão controla diversas funções, na tela OLED acima dele.

Behringer U-PHORIA UMC404HD – 24 bits/192 kHz - USB - MIDI - com 4 pré-amplificadores MIDAS (~US$ 150)
Tem 4 inserts analógicos para utilização com efeitos externos, como compressores, equalizadores. Monitoração direta com latência
zero durante a gravação. Duas saídas XLR, quatro saídas 1/4 "TRS e quatro saídas não balanceadas RCA phono.
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DICAS

Placas de rede
Algumas placas de rede (3Com Ethernet) podem provocar estalos no áudio. Se isso ocorrer, desative a placa de rede usando o
Gerenciador de dispositivos. Ou crie dois perfis no Windows, e em um deles desative a placa.
Navegador
Na maioria das páginas o Firefox (http://br.mozdev.org/firefox/download/) atua como o Internet Explorer, mas é mais rápido e mais
seguro. Em algumas páginas de comércio eletrônico ainda é necessário usar o IE, porque essas páginas têm alguns recursos que são
exclusivos do IE. Mas o Firefox tem um plugin que o faz atuar praticamente como o IE, chamado IE Tab. Baixe de
https://addons.mozilla.org/pt-BR/firefox/addon/ie-tab/ e quando alguma página não apresentar todos os recursos no Firefox,
acrescente-a na lista de páginas do plugin. Instale-o com a configuração de privacidade “Nunca memorizar”.

Para baixar vídeos do YouTube


O programa aTube Catcher é gratuito e tem muitas opções. Basta copiar e colar o endereço da página do YouTube no aTube e clicar
em Download. Ele permite escolher em qual formato irá salvar os vídeos, entre eles os populares AVI, WMV e MPG ou sem
conversão (se o vídeo no YouTube estiver em MP4 não há necessidade de converter). E para salvar apenas o áudio do vídeo, escolha a
opção MP3. Baixe o aTube de http://atube-catcher.br.uptodown.com/

Para salvar a trilha sonora de apresentações em Power Point, em áudio, abra o arquivo PPS ou PPT no PowerPoint. Depois salve
o mesmo como página Web, com extensão HTML. Esta operação vai criar uma pasta com o arquivo de áudio (WAV ou similar) que
contém a trilha sonora dos slides.
Um programa que mostra os softwares que inicializam junto com o Windows e permite desabilitar alguns deles. É o Startup Control
Panel, disponível no endereço http://www.majorgeeks.com/files/details/startup_control_panel_standalone_version.html. Apesar de
estar em inglês, ele é gratuito e muito fácil de usar.
Para desinstalar programas “teimosos” há um desinstalador gratuito chamado RevoUninstaller em
http://www.techsupportalert.com/best-free-program-un-installer.htm#MyUninstaller
Um software gratuito de gravação e edição em dois canais é o Audacity, disponível em https://sourceforge.net/projects/audacity/
O Reaper é um software profissional de gravação, edição e mixagem de áudio, com até 512 entradas e 512 saídas, que funciona sem
restrições mesmo após os 60 dias de avaliação e tem praticamente os mesmos recursos dos DAW mais conhecidos (ProTools, Cubase,
Sonar) e “pesa” muito menos no processador. Baixe em http://www.cockos.com/reaper/download.php

GRAVAÇÃO DE CD / DVD / BluRay

Cada vez mais se usa apenas suportes virtuais, mas ainda há gravações em mídias físicas.
Há diversos programas, como o Roxio, o Nero Burning ROM, ou o ImgBurn (gratuito, http://www.imgburn.com), que gravam CDs
de áudio, dados, DVD e Blu-Ray.
E há softwares profissionais exclusivamente para gravação de CD de áudio. Um deles é o CD Architect, cuja versão 5.2 é fornecida
junto com o Sound Forge. Ele custa, na versão 13, em 2019, US$ 399 e tem versões alugadas, a US$ 9,99/mês.
Os softwares de gravação convertem diversos formatos de áudio para WAV e gravam em CD com possibilidade de edição das
músicas, normalização (aumento do volume de toda a música até o ponto máximo alcançar 0 dB, ou um pouco menos), inserção do
código ISRC em cada faixa.
É interessante não deixar que o máximo da música alcance 0 dB pois isso pode provocar distorção na reprodução em alguns
equipamentos. Para CDs que poderão ser convertidos para MP3, recomenda-se um máximo de -0,5 dB. Se vão ser reproduzidos
apenas em WAV, pode-se usar um máximo de -0,2 dB.
O ISRC é um código que identifica exclusivamente cada música, composto de letras e números que identificam o país, o produtor
musical, o ano e o número da música. Isso permite que um software identifique cada música em um CD. Já o CD é identificado por
um número de série também exclusivo de cada CD.
Ao gravar CDs de áudio use a menor velocidade possível, para garantia de maior qualidade.
E use mídias profissionais, vendidas em lojas de equipamentos de áudio profissional.
Embora os reprodutores de CD sejam imunes a uma grande porcentagem de erros, em função da codificação empregada, os
equipamentos de duplicação de CDs não aceitam CDs com um índice de erros acima de um mínimo muito próximo a zero.
Um software específico para criar DVDs e Blu-Rays é o Vegas DVD Architect (http://www.vegascreativesoftware.com/us/dvd-
architect/).
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MIDI – o idioma dos teclados

O protocolo da Interface Digital para Instrumentos Musicais (MIDI) foi elaborado em 1982, inicialmente para interligar
sintetizadores, e permite representar informações de instrumentos digitais de forma muito compacta, sendo muito utilizado em bandas
e também em aplicações multimídia, como jogos para computador.
Um arquivo de forma de onda (waveform), de extensão .WAV, é uma representação digital das amostras de áudio, como num CD, e
ocupa uns 10 Mbytes por minuto. Uma sequência MIDI típica ocupa menos de 10 Kbytes por minuto. O arquivo MIDI, de extensão
.MID, não contém amostras do som, e sim instruções para que um sintetizador reproduza as notas musicais de cada instrumento. Ele
informa qual nota tocar, qual nota parar de tocar, qual o instrumento.
O sintetizador é um chip instalado na placa de áudio e a desvantagem é que em geral eles contêm apenas timbres de 128 instrumentos
padrão, e o som, mesmo mixando diversos instrumentos simultaneamente, é muito mais pobre de detalhes que um arquivo de onda. É
como se diversos músicos estivessem sempre tocando o mesmo instrumento. Há diferenças na maneira de tocar mas o som é sempre
do mesmo instrumento.
Diferentes sintetizadores (teclados) têm diferentes grupos de instrumentos (divididos em bancos com até 127 timbres cada um). Um
sintetizador pode ter milhares de sons e o mesmo arquivo MIDI vai reproduzir sons ligeiramente diferentes em equipamentos
diferentes. Além do padrão MIDI básico, há o padrão GM (General MIDI) que comporta muito mais timbres, e os padrões GS e GS2.
O fluxo de dados MIDI é unidirecional e assíncrono, a 31,25 kbit/s com um bit de início e um bit de parada adicionados a cada byte
de dados. A interface MIDI num instrumento MIDI geralmente tem três conectores: IN (entrada), OUT (saída) e THRU (para
interconectar outro sistema MIDI). Cada canal físico MIDI tem 16 canais lógicos. Um teclado, por exemplo, pode ser ligado a um
desses 16 canais lógicos. Vários instrumentos MIDI podem ser interligados, utilizando o pino OUT da placa, e os pinos IN e THRU
dos instrumentos. Cada um deles será atribuído a um dos canais.
O padrão mais comum para placas com MIDI em PCs é a interface Roland MPU-401. O conector OUT reproduz o que o sintetizador
tocar. O conector THRU repete tudo que entrar no conector IN. Como os comandos MIDI podem ser endereçados em 16 canais, e o
sintetizador pode ser programado para tocar um determinado canal, pode-se interligar diversos sintetizadores em sequência, com o
OUT de um computador, por exemplo, ligado ao IN de um sintetizador, o TRHU deste sintetizador no IN do segundo sintetizador, o
TRHU do segundo sintetizador no IN do terceiro etc. Assim, se cada sintetizador estiver programado para tocar os comandos
recebidos em determinado canal, cada um só irá tocar os comandos endereçados a seu canal específico.
Os comandos MIDI informam qual nota foi pressionada, por quanto tempo, com que velocidade, com que pressão (simulando
vibratos, por exemplo), se houve mudança de tom (pitch), qual o instrumento (um lá 4 de uma guitarra é diferente do lá 4 de u m
piano).
Para gerar os sons há duas tecnologias de síntese: FM e Wavetable (tabela de ondas).
A síntese por FM, utilizada nas placas mais baratas, é mais simples, e utiliza um sinal periódico (modulador) para modular a
frequência de outro sinal (portadora). O resultado é uma mudança na frequência da portadora. Cada voz (instrumento) na síntese por
FM requer no mínimo dois sinais geradores, que costumam ser chamados de operadores. Quanto mais sofisticado for o controle
(frequência, amplitude, variações) desses operadores, melhor a síntese.
Sistemas de síntese por FM sofisticados utilizam 4 a 6 operadores por voz, e eles podem ajustar o ataque, queda e sustentação das
notas. Os antigos sintetizadores eram analógicos, os atuais são digitais.
Mas o som não é muito rico em detalhes e timbres característicos do instrumento, e outros sistemas de síntese foram criados, que
armazenam amostras digitais de sons de instrumentos reais, e as reproduzem conforme as instruções na sequência MIDI, permitindo o
uso de diversas técnicas, como looping, mudança de tom (pitch), interpolação matemática e filtragem digital, para reduzir o espaço de
memória necessário para armazenar sons complexos. Estes sintetizadores são chamados “wavetable”, pois a amostra na memória
contém muitos segmentos de som amostrados (ou “sampleados”), e pode ser vista como uma tabela de formas de onda de som. O
som é mais “real” mas não tão rico quanto uma amostra digital “completa”, utilizada nos CDs, DVDs e sistemas de áudio digital.
Existem vários programas que utilizam o MIDI para controlar e comandar amostras de áudio, o que simplifica muito a composição
musical. Dois exemplos são o Ableton Live e o Fruitloops Studio. Eles criam ou editam amostras de som, de alguns compassos, ou
menos de um compasso, e as sincronizam com outras amostras, permitindo criar e alterar músicas de forma simples e rápida.
A maioria dos teclados, sintetizadores e outros equipamentos MIDI não usa mais os conectores MIDI, eles se comunicam com o
computador via interface USB. Esse padrão foi definido em 1999. No computador deve-se instalar um driver. Os programas de áudio
têm uma configuração de interface MIDI onde se define qual o equipamento MIDI externo que está ligado, e eles passam a se
comunicar. O que for tocado no teclado é reconhecido como comando MIDI pelo computador e se o teclado tiver recursos de síntese e
conversão digital=>analógica, o que o computador enviar em MIDI será “tocado” pelo sintetizador.

Há controladores de duas até sete oitavas.


Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 33
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 34
MICROFONES
Um microfone converte vibrações mecânicas de frentes de onda sonoras em sinais elétricos correspondentes. Os cabos de microfone
são blindados e balanceados porque o nível de sinal elétrico no cabo é muito baixo (milésimos de Volt) e sujeito a interferências.
Existem diversos tipos de microfones, detalhados mais adiante. Cada tipo de instrumento musical tem seu som melhor reproduzido
por determinado tipo de microfone, e seu posicionamento depende do instrumento, da acústica ambiente, do nível de ruído ambiente.
Os microfones dos antigos telefones a disco são a carvão, e variam a resistência comprimindo ou afastando grãos de carvão dentro da
cápsula. São duráveis e baratos mas com pouca qualidade. Os atuais geralmente são de eletreto, operando com uma alimentação de
1,5V para o amplificador, usados em interfones, secretária eletrônica etc.
Cada fonte sonora tem suas próprias características tais como forma de onda, dinâmica do som, características da fase e faixa de
frequência. Dificilmente um microfone responderá fielmente a todas essas características, porém existem microfones específicos que
melhor se aplicam a cada tipo de som. Por esse motivo, temos uma gama imensa de microfones no mercado à nossa disposição.
Microfones são unidades eletro-acústicas que convertem energia acústica em energia elétrica. Todo microfone tem uma membrana
(cápsula) que é excitada por uma onda sonora. Os microfones são caracterizados em dois tipos: pressão e velocidade. Microfones de
pressão têm uma única superfície que é exposta à fonte sonora, então o sinal de saída corresponde à pressão sonora instantânea que
atinge a cápsula. É associado com características omnidirecionais. São microfones de gradiente de ordem zero. A segunda classe é de
Microfones de velocidade, onde o sinal elétrico é produzido através da diferença ou gradiente entre a onda sonora que atinge a frente e
a parte de trás da cápsula. A saída elétrica corresponde a essa mínima diferença de velocidade (Ballou, 2002).

Microfone dinâmico
Também conhecidos como de pressão ou magnéticos, têm um imã e suspensa dentro dele uma bobina de fio metálico ligada a uma
membrana flexível e impermeável. Quando o som atinge a membrana ela vibra e movimenta a bobina dentro do imã. Isso produz um
sinal elétrico proporcional à vibração das ondas sonoras. Não usa alimentação externa. A energia vem da frente sonora e do imã. É o
tipo de microfone “sorvetão” utilizado em externas de jornalismo. É um microfone “duro”, ou seja, é necessário falar bem perto dele
para conseguir boa excitação da bobina e elimina naturalmente os sons fracos.
Algumas vantagens de microfones dinâmicos:
 Robusto
 Relativamente barato
 Suporta altos níveis de SPL (pressão sonora) sem distorcer
E também não reproduz bem sons muito fortes. Satura com certa
facilidade. Mas basta afastá-lo da fonte sonora para resolver isso.
Para que vento não faça a membrana vibrar utiliza-se as capas de
espuma (wind-screen).
O problema é que para conseguir boa qualidade não se pode fazer
um microfone dinâmico miniaturizado.
O som sai do microfone em nível de microfone, cerca de - 60 dBm,
ou seja, mil vezes menor que o nível de linha. As mesas ou interfaces
têm de amplificar o som até chegar a nível de linha. São bons para
captação de voz em local com ruído elevado: Exemplo: reportagem
na rua.

mic. dinâmico microfone capacitivo


Microfone capacitivo
Também são conhecidos como microfones a condensador. A membrana móvel movimenta-se acompanhando a frente sonora e,
afastando-se e aproximando-se de outra membrana (fixa), funciona como um capacitor variável. Acrescenta-se um resistor e uma
bateria e tem-se um circuito elétrico onde a corrente varia de acordo com o som incidente. E eles podem ser bem pequenos. E a
bateria, ou pilha comum, não precisa ficar dentro do módulo com a cápsula capacitiva.
A cápsula pode ser um pequeno cilindro com um cabo fino que liga a cápsula a uma caixa onde estão a bateria e um conector de áudio
padrão XLR (O famoso CANNON). Essa caixa pode ficar presa na cintura. Ou então conter um transmissor de FM e aí temos um
microfone sem fio. Nas paredes do estúdio coloca-se as antenas receptoras e o som é fornecido à mesa de áudio, como se fosse um
microfone ligado por cabo.
Os microfones capacitivos podem ser alimentados pela câmera, mesa ou interface. É comum que as entradas de áudio tenham uma
chave com as posições MIC/LINE, para selecionar se o sinal entra em nível de microfone ou de linha. E outra chave para ligar uma
fonte de +48 Vcc. Com +48V ON o mesmo cabo que conduz o sinal de áudio serve para alimentar o circuito do microfone capacitivo.
O mais conhecido é o lapela (Lavalier) que pode ter uma pequena proteção de espuma para não captar ruídos de respiração.
Os microfones capacitivos são muito sensíveis, com resposta de frequência plana, não saturam facilmente, dificilmente irão distorcer
sons muito fortes. Eles costumam produzir sons bem acima do nível comum de microfone (-60 dBm) e costumam ter uma chave que
atenua o nível para evitar saturação do amplificador ou mesa de áudio.
Algumas vantagens de microfones capacitivos:
 Podem ser bem pequenos
 A resposta de frequência plana e de grande espectro
 Pouco ruído, silencioso
 Pouca interferência de difração devido ao pequeno tamanho, o que preserva características omnidirecionais em alta
frequência
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 35

Microfones tipo shotgun


Parece um cano, com ranhuras nas laterais e na frente. Utiliza uma cápsula cardióide, super ou hipercardióide, no fundo do tubo. Tem
de 20 a 60 cm de comprimento e é muito direcional (capta bem sons em um ângulo de 60 a 30 graus). Praticamente todos os sons não
diretamente em frente sofrem cancelamentos dentro do tubo antes de atingirem a cápsula. Quanto mais agudo o som, mais direcional.

Microfones de superfície
Ou microfones de pressão, PZM, são montados junto a uma placa lisa e rígida,
geralmente montada em uma placa maior, para evitar sons graves que
contornem a placa e cheguem ao microfone. Ele só capta os sons refletidos pela
placa e está tão perto da placa (milímetros) que ondas diretas ou refletidas são
recebidas com igual velocidade e sentido oposto, ou seja, a velocidade total é
zero, o que o microfone capta são variações de pressão do ar, o que elimina
artefatos e colorações, causados por reflexões, produzindo um som mais
‘natural’. Um microfone PZM geralmente é semi-omnidirecional, ou seja, é
omni na frente e não capta nada atrás. Mas pode ser fabricado como semi-
cardióide ou com outras direcionalidades.

Microfones sem fio.


Em geral utilizam pequenos microfones capacitivos, ligados a uma caixinha presa na cintura, onde
está a bateria e um pequeno transmissor de FM. Cada microfone sem fio no estúdio transmite numa
frequência específica e há duas antenas nas laterais que captam essas transmissões (como se fossem
diversas estações de FM) e enviam o som de cada microfone à mesa de áudio.
Os microfones sem fio profissionais operam em diversos canais e mudam automaticamente de canal
quando o sinal cai abaixo de um nível seguro.

DIRECIONALIDADE
Um microfone que capte sons vindos de qualquer direção é omnidirecional.
Já se ele for mais sensível em uma direção que em outras, é um microfone direcional.
Existem diversos tipos de direcionalidade:
 Omnidirecional: a captação é igual em todas as direções.
 Bidirecional: a captação é igual nos dois lados opostos.
 Unidirecional: a captação é bem mais forte em uma direção (cardióides e direcionais).

Microfones Ominidirecionais
Omnidirecional, ou esférico, a cápsula é exposta somente às
ondas acústicas pelo lado da frente do microfone, por isso, não
há cancelamentos por haver sons chegando por ambos os lados
no mesmo tempo. Esse tipo de microfone é capaz de produzir
sons muitos planos (flat), com uma resposta de frequência, em
todo o espectro do áudio, sem buracos.
Microfones omnidirecionais começam a se tornar mais
direcionais quando o diâmetro do captador (diafragma) se
aproxima do comprimento da onda da frequência em questão,
por isso os microfones têm que ter o menor diâmetro possível se
as características omnidirecionais são desejadas em altas
frequências. Isso é devido ao efeito da difração que ocorre
quando o comprimento da onda é muito superior em relação ao
tamanho de um objeto, no caso o microfone.
Família de padrões polares mostrando o estreitamento
progressivo da resposta para altas frequências.
Como o comprimento de onda se torna pequeno em relação à cápsula, ela não consegue envolvê-la e passa sem ser captada. Assim, só
as ondas que incidem direcionalmente na cápsula são captadas. Essa frequência é dada por:
f = v/10D, onde v é a velocidade do som em metros por segundo e D o diâmetro da cápsula em metros.
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 36
Por causa do padrão de captação ser esférico, a eficiência na captação da energia em qualquer ponto é de 100%, e a relação de
resposta entre frente e costas é de 1:1, ou seja, sinais de qualquer parte têm a mesma sensibilidade de captação. Portanto, é altamente
indicado para gravações de orquestras e quando se deseja captar o som do ambiente. E não é indicado quando num local barulhento.

Microfones cardióides O diagrama polar à esquerda indica que a intensidade é Microfones supercardióides
maior para a frente, e vai diminuindo à medida que os sons
vêm mais lateralmente. Quase não capta sons vindos de trás.
Para conseguir-se tal efeito, faz-se uma abertura na lateral
ou na traseira do invólucro do microfone. Sons frontais
entram apenas pela frente, e pressionam a membrana,
produzindo pressão positiva. Sons laterais entram parte pela
frente e parte pelas laterais, e acabam gerando pressões
opostas sobre a membrana, cancelando parcialmente o som.
Para maior direcionalidade, podemos aumentar as aberturas
laterais e obter o diagrama à direita:

hipercardióide

Microfones hipercardióides Aumentando ainda mais as aberturas laterais o diagrama fica como mostrado acima.

Microfones bidirecionais bidirecional


Com a abertura traseira igual à dianteira, o
microfone será bidirecional, mas os sons
captados por trás terão fase invertida (estarão
empurrando a membrana para frente quando
houver pressão positiva e não para trás, como
os sons captados da frente). Os bidirecionais
captam somente os lados opostos (frente e
atrás) igualmente, o padrão de captação é
conhecido como figura oito. Esse padrão
resulta do fato do som atingir a cápsula pelos
dois lados simultaneamente

Ondas sonoras que chegam pela frente ou por trás causam movimentação da cápsula, gerando um sinal elétrico. Uma característica
importante é que o padrão de captação independe da faixa de frequência.

Microfones Unidirecionais
Microfones unidirecionais têm uma sensibilidade muito maior para sons frontais do
que para qualquer outra direção, na média de 20dB-30dB a mais de sensibilidade para
ondas sonoras que chegam pela frente, do que por trás do microfone. São normalmente
conhecidos como cardióides ou direcionais, supercardióides, hipercardióides.
Tal característica é obtida através de pequenas aberturas na parte de trás da cápsula
que possibilitam a entrada das ondas sonoras por trás da membrana da cápsula. Daí
então, um circuito elétrico altera a fase destas ondas de modo que o som que incide
frontalmente esteja em fase com o som que incide na parte de trás da membrana,
gerando se assim o padrão unidirecional.
É conhecido como cardióide por ter o formato de um coração. Esses microfones são os
mais utilizados porque evitam vazamentos de ruídos e sons indesejados, dentre as
vantagens estão menos ruídos de ambiente, maiores volumes sem dar realimentação
(microfonia), principalmente em lugares abertos, e captação de uma única fonte sonora
(Ballou, 2002).
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 37

Microfone dinâmico e835


Microfone capacitivo (condenser) C5

Microfone dinâmico de fita MXL860


Microfone dinâmico RE320

Microfone capacitivo (lapela) ominidirecional

Microfone sem fio e receptor Shure

Microfone capacitivo AKG C214, cápsula grande.

Microfone dinâmico MD421 Sennheiser


A não ser que seja bem pequeno, quando tem de ser um microfone capacitivo, o formato não permite identificar se é dinâmico de
bobina, dinâmico de fita ou capacitivo. E nem qual é a sua direcionalidade. Tem de ler o manual.

À esquerda, um capacitivo, AKG C414.


Tem duas cápsulas, uma de cada lado e um circuito interno que
permite combinar os sinais de áudio das duas de diferentes
formas.
Ele pode operar com cinco diferentes direcionalidades: omni,
cardioide, supercardióide, hipercardióide ou bidirecional (figura
oito).
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 38

COMPRESSOR E LIMITADOR (Por Miguel Ratton, music-center.com.br em 2002)

É possível melhorar a qualidade da transmissão de


um sinal de áudio se ele for monitorado
constantemente com a ajuda de um controle de
volume, e manualmente nivelar o sinal: aumenta-
se o ganho durante as passagens em que o sinal
está com nível baixo, e abaixa-se o ganho nas
passagens em que o nível é alto. Obviamente, esse
tipo de controle manual é altamente restritivo, uma
vez que será muito difícil detectar picos de sinal, e
mesmo que sejam detectados, será praticamente
impossível nivelá-los, por causa da rapidez com
que ocorrem. Surge então a necessidade de um
dispositivo automático e rápido de controle de
ganho, que monitore continuamente o sinal e ajuste
o ganho imediatamente de forma a maximizar a
relação sinal/ruído sem que ocorra distorção. Tal
dispositivo é chamado de compressor ou limitador.

Em aplicações de radiodifusão e gravação, os picos de sinal podem facilmente levar a distorções, devido a alta faixa dinâmica dos
microfones e instrumentos musicais. O compressor e o limitador reduzem a dinâmica por meio de um controle automático de ganho.
Isso reduz a amplitude das passagens mais altas e dessa forma restringe a dinâmica para uma faixa desejada. Essa aplicação é
particularmente útil com microfones, para compensar as variações de nível. Embora os compressores e limitadores executem funções
similares, há um ponto essencial que os diferencia: o limitador limita abruptamente o sinal acima de determinado nível, enquanto que
o compressor controla o sinal “gentilmente” dentro de uma faixa mais ampla. Ambos monitoram continuamente o sinal e intervêm
assim que o nível excede um limiar ajustável pelo usuário. Qualquer sinal que exceda esse limiar terá seu nível reduzido
imediatamente.
O limitador reduz o sinal de saída para um limiar sempre que o sinal de entrada ultrapassa este ponto. Na compressão, em contraste
com a ação do limitador, a quantidade de redução de ganho no sinal está a relacionada à quantidade de sinal que excede o limiar. Ou
seja, a saída do compressor ainda aumenta se o sinal de entrada aumenta, enquanto que a máxima saída do limitador será sempre igual
ao nível do limiar predefinido
Geralmente, os níveis de limiar dos compressores são ajustados abaixo do nível normal de operação para permitir que o excesso de
dinâmica seja comprimido musicalmente. Nos limitadores, o ponto do limiar é ajustado acima do nível normal de operação, de forma
que ele apenas atue para proteger os equipamentos subsequentes de uma sobrecarga de sinal. O ajuste da velocidade de atuação pode
ser bastante diferente, dependendo do uso. Embora tanto o limitador quanto o compressor utilizem tempos de ataque muito pequenos,
o tempo de liberação (release) do compressor fica na faixa dos 100 ms, enquanto no limitador esse ajuste é da ordem de segundos.
Para ser exato, o tempo de release é uma constante de tempo de uma função exponencial; é o tempo que a redução de ganho leva para
atingir 63,2% (8,7 dB).
Como as variações rápidas de nível são mais perceptíveis do que as lentas, usam-se tempos longos de release onde é necessário um
processamento sutil no sinal. Em alguns casos, no entanto, o objetivo principal é proteger equipamentos, como alto-falantes e
amplificadores de potência, e nesses casos é mais apropriado usar tempos de release pequenos para assegurar que o limitador só atue
quando for necessário e o nível retorne ao normal o mais rápido possível.
Tempos de release longos são mais adequados quando o limitador tenha que permanecer imperceptível, como, por exemplo, em
aplicações de radiodifusão ou sonorização ou quando o sinal é transferido para fita analógica. Quando se usam tempos de release
lentos é recomendável monitorar a atuação do limitador pelo indicador de nível (não há indicador de nível no plugin).

Expansor e “Noise Gate”


O áudio, em geral, é apenas tão bom quanto a fonte da qual ele foi gerado. A faixa dinâmica dos sinais frequentemente é restringida
pelo ruído. Sintetizadores, equipamentos de efeitos, captadores de guitarra, amplificadores, etc, geralmente produzem um nível de
ruído, “hum” ou outro tipo de perturbação ambiental, que podem prejudicar a qualidade do material. Normalmente esses ruídos são
inaudíveis se o nível do sinal principal fique significativamente acima do nível do ruído. Essa percepção na audição é baseada no
efeito de “mascaramento”: o ruído será mascarado e se tornará inaudível desde que a parte do sinal principal naquela faixa de
frequências seja bem mais alto. No entanto, quanto mais baixo fica o sinal principal, mais aparente se torna o ruído. Os expansores ou
“noise gates” oferecem uma solução para este problema: eles atenuam o sinal quando sua amplitude cai, reduzindo assim o ruído de
fundo. Usando este princípio, dispositivos com controle de ganho como os expansores, podem estender a faixa dinâmica do sinal e
são, portanto, o oposto dos compressores.
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Na prática, não é aconselhável uma expansão sobre toda a faixa dinâmica. Com uma expansão de 5:1 e uma faixa dinâmica de 30 dB,
ter-se-á uma faixa dinâmica na saída de 150 dB, que excederá a capacidade de todos os equipamentos subsequentes, inclusive o
ouvido humano. Portanto, o controle de amplitude é restrito aos sinais cujos níveis estão abaixo de determinado limiar. Os sinais
acima desse limiar devem passar inalterados. Devido à contínua atenuação do sinal abaixo desse limiar, este tipo de expansão é
chamada de “expansão para baixo”. O noise gate é um dispositivo mais simples: em contraste com o expansor, que atenua
continuamente o sinal quando este está abaixo do limiar, o noise gate corta o sinal abruptamente. Na maioria das aplicações isso não é
muito útil, uma vez que a transição “liga/desliga” é drástica, e soa muito pouco natural.

Denoiser
O sistema de redução de ruído utilizado pelos equipamentos da Behringer, chamado de “denoiser”, é baseado em duas técnicas de
processamento de sinal. A primeira é baseada no funcionamento já descrito do expansor, que automaticamente reduz o nível geral
para todos os sinais que estejam abaixo de um limiar pré-ajustado, e dessa forma reduz o ruído nas pausas. A segunda função é
baseada no efeito de mascaramento: o ruído será mascarado, e ficará imperceptível, desde que o sinal principal esteja
consideravelmente mais alto.
No denoiser, um filtro passa-banda controlado dinamicamente é implementado de tal forma que permite passar as baixas frequências,
mas filtra as altas, dependendo do conteúdo do material musical. Diferentemente dos filtros de ruído convencionais com frequências
de corte fixas, o denoiser ajusta a frequência de corte entre 800 Hz e 20 kHz, dependendo do material. Essa é a faixa onde o ruído é
considerado mais perturbador. A frequência de corte do filtro depende tanto do nível de entrada quanto do espectro de frequências do
sinal principal. Em resumo, isso significa que se o sinal de entrada possui principalmente conteúdo nos graves, o filtro dinâmico
reduzirá qualquer ruído nas faixas médias e altas, eliminando a possibilidade do efeito colateral. Se sinal de entrada possui
componentes de alta frequência (agudos), o filtro dinâmico então deixará passar todo o espectro do sinal, evitando assim perda de
resposta nas altas frequências.

Exciter
Em 1955, o norte-americano Charles D. Lindridge, inventou o primeiro “exciter”, um equipamento que permite criar uma percepção
de melhora no material de áudio contendo música e voz. Ele conseguiu isso gerando artificialmente harmônicos superiores do sinal
original, o que causava uma melhora na qualidade e na transparência do som, bem como na percepção do posicionamento dos
instrumentos musicais. O circuito original patenteado por Lindridge foi bastante aprimorado graças ao conhecimento acumulado
desde então, sobretudo por causa dos desenvolvimentos na área da psico-acústica.

Chorus
Este efeito cria a ilusão de que duas ou mais fontes sonoras estão soando juntas - efeito de “côro”. Ele é obtido quando se adiciona ao
som original uma cópia sua atrasada e com afinação (ou atraso) variando periodicamente. O efeito simula as variações de afinação e
tempo que ocorrem naturalmente quando duas ou mais pessoas tentam tocar ou cantar a mesma coisa, ao mesmo tempo (daí o nome
de efeito de “côro”).

Equalizador gráfico
Permite ajustar individualmente o ganho (ou redução) em faixas (bandas) separadas do espectro do sinal (normalmente 15 ou 31
bandas (1/3 de oitava). O ajuste de cada banda é feito por meio de um controle deslizante, de forma que as posições desses controles
permitem uma visualização imediata de como o equipamento está atuando sobre o sinal.
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Equalizador paramétrico
Permite ajustar uma frequência central de atuação e qual o ganho ou atenuação a ser efetuado na faixa centralizada nessa frequência.
Nas mesas de mixagem profissionais os canais de entrada em geral possuem um ou mais equalizadores paramétricos.
Os equalizadores podem ser usados como filtros (passa-altas, passa-baixas, passa-faixa...)
A diferença é que filtros têm queda acentuada depois da frequência de corte, enquanto que os equalizadores servem para atenuar ou
realçar alguns decibéis em cada faixa selecionada.

Flanger
O efeito de “flanging” era muito usado nas gravações das décadas de 1960 e 1970, e é o resultado da mixagem de um sinal com uma
cópia sua atrasada e com o atraso variando (processo similar ao do chorus). Muitas vezes é descrito como “avião a jato passando
dentro do som”.

Phaser
Este efeito é semelhante ao flanger, mas ao invés de apenas atrasar o som, algumas das suas frequências são deslocadas no tempo.
Pode-se criar efeitos bastante estranhos na imagem do estéreo quando usando o Phaser em material estéreo.

Wah-Wah
Este efeito foi popularizado por muitos guitarristas de música pop, rock e blues, que usam pedais de wah-wah. Basicamente, é um
filtro passa-banda que varre o espectro e atenua as frequências baixas e altas durante a varredura. O efeito obtido é semelhante ao
próprio nome “wah-wah”.

Distorção
Obtido quando o sinal sofre uma saturação (“overdrive”) num amplificador, e muito usado com guitarra.

Pitch Transpose
Permite alterar a frequência do sinal de áudio. É muito usado para mudar o tom (“pitch”) da voz, permitindo criar vozes de monstros,
patos, etc.
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AS MESAS DE ÁUDIO

As mesas de áudio podem ter os dois tipos de conector e ter chaves seletoras do tipo de entrada (MIC para microfones, LINE para os
demais equipamentos de áudio e canais de áudio de videocassetes). Algumas mesas antigas tinham entradas PHONO para toca-discos
de vinil. As mesas de áudio também apresentam controles de volume de entrada, para igualar os volumes intermediários dos diversos
equipamentos ligados às entradas da mesa e equalizadores, para alterar o equilíbrio entre frequências baixas (LOW), médias (MED) e
altas (HIGH) de cada canal da mesa. Na parte inferior ficam os faders, ou atenuadores, que ajustam o volume final do canal. As
mesas de áudio misturam os sons dos diversos canais, somando-os na saída, que também tem seus próprios controles de volume.
As mesas analógicas não dependem de um computador, combinam e processam vários canais de entrada, fornecendo diversas saídas
analógicas, para saída principal, fones, gravadores, retornos (auxiliares).
Os misturadores, ou mixers, permitem misturar os sons de diversas fontes, simultaneamente. Podem ser microfones, reprodutores de
fita magnética, MD, DAT, CD ou toca-discos. Um mixer pode ter 4, 8, 12, 16, 24, 32, 48, 64 ou mais canais, alguns mono, outros
estéreo. Cada canal é uma entrada independente, com ajustes de volume (os faders), equalização (graves, médios, agudos), efeitos
(eco, atraso, filtragem) e os canais mono são distribuídos, através de um potenciômetro de seleção (pan-pot ou PAN), só para o canal
esquerdo, só para o direito, ou para os dois, equilibrada ou desequilibradamente (atua como o ajuste de balanço de um amplificador
doméstico).
Cada canal tem um seletor de entrada, para microfone dinâmico (MIC), microfone capacitivo (MIC +48V) ou linha (LINE). Alguns
mixers pequenos mais antigos têm um par de entradas (PHONO) com um pré-amplificador específico para toca discos de vinil.
Cada canal tem um ou mais seletores de saída. Um exemplo comum são mesas com um botão 1-2 e outro 3-4. Pressionar o botão 1-2
colocar o som daquele canal nas saídas 1 e 2. O volume em cada saída dependerá da posição do controle de PAN. O mesmo vale para
o botão 3-4. E pode-se apertar os dois. Aí o som estará nas 4 saídas.
A maiorias dos mixers tem uma ou mais saídas estéreo, e uma ou mais saídas mono auxiliares. Essas saídas auxiliares têm seletores
independentes, permitindo diversas combinações das entradas. Um exemplo de uso é um telejornal com locutores em duas cidades e
matérias em computador local. Todos os sons têm de ser gerados para a rede mas o retorno para os estúdios inclui todos os sons,
menos o do próprio locutor, para não realimentar (e apitar) no microfone. A solução é mixar todos os sons do “ar” na saída da mesa,
todos os sons menos o microfone do locutor no local A, para uma saída auxiliar que retorna ao local do locutor A, todos os sons
menos o microfone do locutor no local B, para outra saída auxiliar que retorna ao local do locutor B.
Muitos mixers permitem transferir o áudio de um canal para um processador, alterar o som e depois reconduzi-lo ao canal original.
Isso barateia os mixers, pois poucos canais necessitam de efeitos especiais.
Para ligar uma linha telefônica a uma mesa de áudio utiliza-se um equipamento chamado híbrida. Ele converte o sinal do telefone
em um sinal elétrico no padrão de áudio de linha e permite que uma saída da mesa seja enviada pelo sistema telefônico. Assim é
possível conversar “no ar” com um telespectador em casa, pelo telefone. É o mesmo sistema utilizado em programas de rádio com
participação dos ouvintes.

MIXER DIGITAL

O funcionamento é muito semelhante a um mixer analógico. Os microfones são analógicos e seu sinal passa primeiro por um
conversor analógico/digital. Os sinais de áudio são digitalizados como sequências de números. O mixer digital processa números,
gerando o som final.
Têm muito menos controles físicos, mas muito mais funções. Costumam ter compressores, ao menos 4 bandas de equalização, reverbs
e outros efeitos, disponíveis para todos os canais, o que dá alta precisão no tratamento sonoro. Mas cada função é acessada por meio
de um menu, tocando em 3 ou 4 botões, e não diretamente, como em um mixer analógico.
Podem funcionar como interfaces, acoplados a gravadores digitais, ou a estações de trabalho (DAW - digital audio workstations) que
simulam diversos equipamentos de áudio, principalmente o mixer. Neste caso enviam todos os canais em formato digital à DAW, e
dela recebem diversos canais de saída (master, auxiliares...).
Permitem memorizar diversas configurações, gravando cada uma com um nome diferente, o que permite em um show, por exemplo,
ter uma configuração diferente para cada música, mudando rapidamente de uma para outra, simplesmente carregando a configuração
desejada da memória.
Muitas workstations permitem gravar também o vídeo digital, além do áudio. Com tudo gravado em discos rígidos o processo de
sonorização de programas fica mais simples. Também pode-se trabalhar em tempo real, em rede, em diferentes trechos da fita.
E o áudio pode ser encolhido / esticado até 25%, sem desafinar. É possível escolher um trecho de música para determinado trecho da
imagem. Marca-se os pontos de entrada e saída e a workstation reduz o tempo da música, por exemplo, retirando trechinhos, sem
alterar a afinação. E não erra o ponto, porque é sincronizado pelo time code.
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MESAS DE MIXAGEM - Uma visão prática da estrutura básica e dos recursos mais importantes
por Miguel Ratton - publicado no music-center.com.br em 1996

A mesa de mixagem, ou simplesmente mixer, é um equipamento essencial no estúdio de


áudio, permitindo misturar os diversos sinais eletrônicos de áudio vindos de cada instrumento
ou fonte sonora (microfone etc.). É na mesa que se pode equilibrar os níveis sonoros e
localizar no estéreo (eixo esquerdo-direito) os diversos instrumentos, além de se poder
também dosar a intensidade de efeitos produzidos por equipamentos externos.

Figura 1

Na estrutura de uma mesa de mixagem, chamam-se de canais os caminhos


percorridos pelos sinais de áudio. Os canais de entrada (input channel) são os
acessos pelos quais pode-se inserir os sons de instrumentos e microfones na
mixagem, enquanto os canais de saída (output channel) contêm o resultado
final, isto é, os instrumentos já misturados. No exemplo da Fig. 1, temos uma
mesa de seis canais de entrada e dois de saída.
Pode-se direcionar o som de qualquer um dos canais de entrada para qualquer
canal de saída (inclusive para ambos). Em cada canal de entrada, existe um
controle de pan, normalmente sob a forma de um botão rotativo, e que permite
ajustar o destino do som daquele canal. Quando na posição central, o pan
destina o som do canal de entrada para ambos os canais de saída esquerdo e
direito (left e right). Girando-o para um dos lados, faz com que o som também
seja enviado mais para aquele lado do que para o outro, de forma que quando
ele é girado todo para um dos lados, o som somente será enviado para aquele
canal de saída.
As mesas de mixagem usadas em estúdios e sistemas de sonorização de show
(P.A.) em geral possuem muitos canais de entrada (24, 48, etc) e saída (4, 8, 16,
etc). Quando há mais do que dois canais de saída, o controle de pan não
significa necessariamente controle de destino para a esquerda ou direita, mas
sim para um par de canais de saída (1-2, 3-4, 5-6, 7-8). Nesse caso, em cada
canal de entrada, além do botão rotativo de pan, existem teclas de seleção de
pares de canais de saída para onde se quer endereçar aquele canal de entrada.
Vejamos então os controles típicos existentes em uma mesa de mixagem
comum. Na Fig. 2 temos o desenho de um canal de entrada, com seus
respectivos botões e chaves.
Começando de baixo para cima, temos o fader (atenuador), um controle
deslizante vertical que ajusta o volume do canal. Sua graduação em geral varia
de infinito (atenuação total) até +10 dB, com o ponto de 0 dB localizado em
aproximadamente 75% do curso do fader.
Acima do fader, existe o controle do destino (canal de saída) do som, que é o Figura 2
pan. No caso do exemplo, por ser um canal de uma mesa de mixagem com
quatro canais de saída, há duas chaves de pressão, por meio das quais se
escolhem os pares de canais de saída de destino. Pressionando-se a chave 1-2
faz com que o sinal daquele canal de entrada vá para os canais de saída 1 e 2, e
pressionando-se a chave 3-4 faz com que o sinal daquele canal de entrada vá
para os canais de saída 3 e 4.
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O botão rotativo do pan ajusta então o quanto vai para cada canal:
girando-o para a esquerda, tem-se mais sinal em 1 e 3, enquanto girando-
o para a direita, tem-se mais sinal em 2 e 4 (veja ilustração da Fig. 3).
Em algumas mesas de quatro canais de saída, existe apenas uma chave
que só permite selecionar um dos pares de grupo de cada vez (1-2 ou 3-
4).
A próxima seção do canal da mesa de mixagem é a equalização (EQ). No
canal do exemplo, há três botões rotativos, para controle de graves,
médios e agudos, cujas faixas de atuação estão ilustradas na Fig. 3.
Quando posicionados no centro, esses botões não efetuam qualquer
alteração; movendo-os para a esquerda, consegue-se reduzir a respectiva
faixa de frequências - graves (bass), médios (mid) e agudos (treble),
enquanto movendo-os para a direita obtém-se uma acentuação da faixa.
Uma chave de pressão permite ligar/desligar a equalização
imediatamente. Em algumas mesas, a EQ é mais sofisticada, havendo
dois botões para cada banda: um deles ajusta a frequência central da
banda e o outro ajusta o ganho/redução.
Depois da EQ, temos a seção de envio (send) para efeitos (chamada por
muitos de mandadas). Esses botões dosam a quantidade de sinal de cada
canal a ser processada pelo dispositivo de efeito (reverb, eco etc),
externo ao mixer. Figura 4 - Atuação dos controles de EQ

O sinal processado volta do dispositivo de efeito e entra na mesa de mixagem pela conexão de retorno (return), que direciona-o aos
canais de saída da mesa, juntamente com o sinal original (sem efeito) de cada canal de entrada (veja Fig. 4).
É importante observar no caso da Fig. 4 que, como todos os canais enviam sinal para o mesmo processador de efeitos, todos os canais
de entrada terão o mesmo efeito. O único ajuste que se tem é da intensidade de efeito sobre cada um. Na mesa de mixagem cujo canal
de entrada é representado na Fig. 2, entretanto, como há três envios separados, pode-se destinar cada um deles a um dispositivo de
efeito diferente (obviamente, deverá haver três ou mais entradas de retorno). Na maioria das mesas, em cada entrada de retorno pode-
se ajustar a intensidade (do sinal que retorna) e seu balanço (pan).

Figura 5 - Exemplo de processo de envio-retorno de efeito


Pode-se também usar o controle de envio para monitoração dos canais. Isso é muito comum tanto em sistemas de PA, onde os ajustes
de nível do palco são diferentes dos ajustes do som para o público, como também em estúdios, onde muitas vezes é necessário reduzir
ou aumentar o volume de determinado instrumento para melhorar a audição do cantor, por exemplo. Para isso, pode-se tirar os sinais
dos canais por uma das saídas de envio, e conectá-la a um amplificador e caixas para monitoração. Assim, é possível mixar os
volumes da monitoração independentemente dos volumes dos canais, que vão para as saídas da mesa. Por isso é que muitas mesas de
mixagem já designam uma das saídas de envio com o nome de monitor.
O último controle do canal de entrada da mesa exemplificada aqui é o ajuste de ganho (ou sensibilidade). Ele permite que o nível do
sinal de áudio seja adequado às condições de trabalho da mesa. Sinais fracos, como os de microfones dinâmicos, por exemplo,
precisam ser amplificados mais do que os sinais de instrumentos eletrônicos (line). Deve-se ajustar o ganho de forma que os níveis
mais altos do sinal não ultrapassem o máximo desejado (ponto onde inicia a saturação), quando o fader de volume está posicionado
em 0 dB. O LED de overload (veja Fig. 2) ajuda a encontrar esse ponto ideal: posiciona-se o fader em 0 dB e vai-se ajustando o ganho
até que os sinais mais altos não acendam o LED.
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MIXING BUS - BARRAMENTO DE MIXAGEM


O que é um “bus”?
Seja um mixer de 8 canais de entrada e 2 saídas, como a Yamaha DMP7, ou uma enorme console com mais de 40 canais de entrada e
24 saídas, como as Yamaha PM3000 ou PM4000, a função primária é efetuada pelo barramento de mixagem, ou “mixing bus”.
Fisicamente, um barramento de mixagem não é nada mais do que um pedaço de fio. Internamente, ele corre de um lado para o outro
do mixer, atravessando vários canais. O barramento pode ser representado por um fio simples e desencapado (chamado de “bus
wire”), ou então um multicabo plano (“flat cable”) como ocorre em consoles de múltiplos barramentos.
Você pode ainda não ter percebido, mas quando usa um mixer para combinar os sinais vindos de duas ou mais fontes sonoras, como
um par de microfones, você está fazendo uso do barramento de mixagem. A combinação dos sinais é chamada de “mistura” ou
“mixagem”, daí o termo “barramento de mixagem”. Na figura ao lado, pode-se observar que cada canal aplica seu sinal no
barramento, e este, por sua vez, está conectado a uma saída (ou a várias).

Como se controla os sinais num barramento?


Que tipo de controle você possui sobre os sinais que estão sendo combinados? Bem, isso depende do projeto do mixer, mas
geralmente você possui bastante controle. Em primeiro lugar, você pode determinar o nível de cada sinal que é aplicado a
determinado barramento, ajustando o ganho e/ou atenuação em cada canal que está endereçado àquele barramento. Você pode fazer
isso com chaves de atenuação, botões de controle de ganho e/ou controles deslizantes (“faders”). Alterando o nível de um ou mais
canais faz alterar o equilíbrio da mixagem.
Tirando os mixers bastante compactos, na maioria dos mixers em geral você pode ativar ou não o envio do sinal de um canal para
determinado barramento. A chave de “Bus Assign” nas grandes consoles de mixagem permitem endereçar o sinal de um canal a um
ou mais barramentos (veja figura). Mesmo não havendo chaves de endereçamento desse tipo, deve haver pelo menos uma chave de
ativar/desativar a ida do sinal do canal para todos os barramentos. Em alguns mixers, você encontra controles de nível, rotativos ou
deslizantes, que ajustam o quanto do sinal é aplicado a cada um dos vários barramentos; esse tipo de controle é mais comum em
consoles de mixagem para monitoração de palco, embora estejam presentes nos barramentos de “Aux Send” e “Effect Send” de
consoles comuns de sonorização e de estúdios de gravação.
O que acontece aos sinais após combinados no barramento?
Os sinais misturados num barramento produzem um sinal único e combinado.Os sinais mixados não podem retornar para qualquer dos
canais endereçados ao barramento, pois o circuito é projetado de forma a manter os sinais fluindo em um único sentido (das entradas
para as saídas). O barramento também é conectado a pelo menos um canal de saída. A saída contém um amplificador somados que
serve para ajustar o nível e isolar a saída das variações de impedância, à medida que mais ou menos entradas são acopladas ao
barramento (veja figura). Depois do fader de saída, o sinal em geral passa por outro estágio amplificador que estabelece um nível
adequado para o sinal e, em alguns casos, torna a saída balanceada (esse balanceamento não afeta o nível do sinal; dentro do mixer, os
sinais geralmente são do tipo “single-ended”, com apenas um condutor para o sinal - como o fio do barramento - e um retorno de
aterramento “comum”; as saídas balanceadas são do tipo “double-ended”, com dois condutores de sinal e mais um terra de blindagem.
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Os barramentos de mixagem podem ser mixados?


Sim. O estágio amplificador somador é assim chamado porque é capaz de adicionar os sinais de mais de um barramento. A console
pode possuir “submasters” ou “grupos”. Cada submaster é um fader que controla o nível de todos os sinais combinados no respectivo
barramento. Cada um desses submasters pode então ser destinado a um canal de entrada de um gravador multitrack, ou eles podem ser
endereçados como mixagens individuais para áreas diferentes num sistema de sonorização, por exemplo. Entretanto, os submasters
também podem ser usados para oferecer controles individualizados para todos os teclados, todos os vocais, toda a percussão, etc.
Nesse caso, pode haver uma saída mono que combine os sinais de um, dois, três ou todos os submasters (veja figura acima). De novo,
um circuito especial mantém as saídas dos submasters individualizadas mesmo que esses sinais sejam combinados numa outra saída.
Faz diferença ajustar o volume no master ou na entrada?
Absolutamente, sim. Dependendo de como você ajusta os níveis, você pode obter um som excelente, uma mixagem ruidosa, ou muita
distorção. Veja porque. Você pode ajustar o nível de cada canal de entrada corretamente onde o sinal está suficientemente acima do
patamar de ruído e bem abaixo do ponto de saturação. Então você mixa os sinais, e suas amplitudes se combinam de tal forma que o
sinal resultante (a soma de todos os sinais) faz saturar o estágio amplificador somador, produzindo muita distorção. O sinal sai muito
forte e o ponteiro do VU vai para cima, e então você reduz o volume no fader daquele barramento. Isso reduz o nível e o VU pa ssa a
indicar que tudo está bem, mas como o amplificador somador está antes do fader, a distorção continua a ocorrer.
Se você faz o contrário, mantendo todos os canais de entrada bem abaixo do nível máximo de maneira que o amplificador somador
não possa saturar, então não haverá distorção na saída, mas cada canal de entrada estará contribuindo com mais ruído do que o
necessário.
Ao invés disso, inicialmente ajuste cada canal de entrada para a melhor relação sinal/ruído possível, e faça a mixagem. Caso o nível
resultante de todos os sinais fique muito alto, então reduza um pouco os níveis de todas as entradas... só o suficiente para eliminar a
distorção. Você pode então fazer os ajustes finais com o fader do barramento.
Qual a razão para as opções de PRE e POST no barramento Aux?
As chaves (ou jumpers internos) de Pre e Post geralmente estão associadas aos barramentos auxiliares (Aux). Um barramento auxiliar
é um barramento de uso geral, e, em muitos casos, funciona quase da mesma forma que o barramento principal (Main Bus),
combinando os sinais de várias entradas e endereçando o sinal resultante para uma determinada saída. A diferença prática é como ele
é usado.
O barramento auxiliar pode ser usado para enviar sinais dos canais para um processador de efeitos, ou para enviar os sinais para um
amplificador de potência que alimenta as caixas de retorno do palco, ou mesmo para um sistema de monitoração por headphones.
Pode ainda ser usado para mandar os sinais para um gravador. Cada aplicação tem requisitos diferentes.
Se o barramento auxiliar for usado para monitoração de palco ou monitoração por headphones, você vai querer que essa mixagem seja
independente da mixagem principal - a que vai para os amplificadores e caixas da sonorização para o público, ou que vai para um
gravador). Nesse caso, os sinais dos canais que vão para o barramento auxiliar devem ser apanhados antes de passar pelos faders dos
canais - Pre Fader - de forma que ao se ajustar a mixagem principal nos faders não altere a mixagem auxiliar.
Se o barramento auxiliar for usado para mandada de efeito, então a opção Pre Fader poderá ou não ser um desastre. No caso de um
processador de reverb ou eco, se nele for injetado o sinal vindo de uma mixagem auxiliar Pre Fader, se você reduz até zero os
volumes nos faders dos canais, o sinal que vai para o reverb não se altera, e assim não haverá mais o sinal direto (“limpo”), mas
haverá sinais do barramento auxiliar indo para o processador de reverb, que retornará o efeito para o barramento principal do mixer,
de maneira que você ouvirá um reverb “fantasma”, que soará horrível. Para evitar esse problema, o sinal injetado no processador de
reverb deverá estar vindo de uma mixagem auxiliar tomada após os faders (Post Fader), de maneira que ao reduzir o volume nos
faders, o sinal que vai para o processador é afetado na mesma proporção. A exceção se faz para quando se usa algum tipo de efeito
especial, tipicamente numa produção de video ou cinema, onde se queira reduzir mais o volume do som direto do que do som
reverberante, para se criar uma percepção de movimento, como quando alguém está se movendo para longe da câmera, por exemplo.
Alguns mixers não permitem a seleção de operação do barramento como Pre ou Post Fader, mas possuem um barramento auxiliar
fixado como Pre e outro fixado como Post. O melhor seria você ter um mixer cujos barramentos possam ser chaveados para Pre ou
Post. Em alguns mixers, essa chave pode estar localizada dentro do equipamento, e não no painel, e podem ser jumpers, e não chaves.
Todas as funções Pre/Post funcionam da mesma forma?
Não. A opção Post geralmente significa que o sinal injetado no barramento é apanhado depois do fader do canal e da equalização. A
opção Pre pode significar que o sinal injetado no barramento é apanhado ou antes do fader e da equalização, ou antes do fader mas
após a equalização. O ideal em termos de flexibilidade seria ter uma chave de três posições, ou um jumper extra, que permitisse
ambas as opções de Pre e a opção de Post.
Você pode, por exemplo, querer equalizar o sinal de um canal
e então enviá-lo para o monitor. Se o barramento auxiliar é
Pre-EQ e Pre-Fader, então você não poderá equalizar a menos
que chaveie para o modo Post, e então a mixagem de
monitoração estará “amarrada” à mixagem principal, que não
é o que você deseja.

Adaptado de “Sound Reinforcement Handbook”, de Gary Davis & Ralph Jones, 2a. edição, publicada por Hal Leonard Publishing. ©
1992 Yamaha Corporation of America
Tradução: Miguel Ratton. Este artigo foi publicado no music-center.com.br em 2002
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 46

Mesa Yamaha analógica:


A mesa tem 4 entradas MONO (microfone/linha) e 6 entradas de linha (mono/estéreo). Cada entrada mono tem uma entrada XLR ou
linha (P10). O botão de phantom, de 48V, é para alimentar microfones capacitivos. A mesa pode endereçar (enviar) cada entrada para
a saída principal e para uma saída auxiliar. Os conectores de INSERT servem para inserir naquele canal (1/2) outro equipamento de
processamento de áudio, como um reverb, ou câmara de eco, que vai atuar somente no áudio daquele canal.
Áudio Básico - Prof. Hugo Melo - UFPR 47

Os compressores de canais internos servem para refinar sons de contrabaixo, guitarra e outras fontes sonoras.
O Equalizador de canal tem 3 faixas, e filtro de graves (High-pass Filter)
Os canais 1, 2, 3/4, e 5/6 tem equalizadores de 3 faixas, com controles LOW, MID, e HIGH e os canais 7/8 e 9/10 tem equalizadores
de 2 faixas, permitindo uma equalização suave de fontes de sinal estéreo.
A MG102C tem os controles "AUX send" em todos os canais para ajuste da intensidade do sinal enviado para o canal correspondente
de saída na seção Master. O sinal também pode ser enviado para processadores de efeitos externos usando o conector AUX SEND. O
controle RETURN da seção Master ajusta o volume do sinal que retorna do processador externo através do conector RETURN.
As saídas "Stereo", "Control Room", "Monitor", e "Headphone", ficam acima dos controles Master do mixer.

MONITORAÇÃO (por Fábio Henriques, Áudio, Música e Tecnologia - 11/2006)

Far fields, ou monitores de campo distante, são as caixas que causam a boa impressão aos clientes. Grandes e imponentes, permitem
que se ouça a volumes mais altos, levando a todos a agradável sensação de estar ouvindo um som muito melhor do que o que se tinha
à disposição em casa. Porém essa monitoração tem dois aspectos que podem ser negativos. Seu som depende intimamente da
interação com a acústica da sala, e eles não retratam o som que o consumidor típico tem em casa. Assim, quando a sala não é muito
bem montada acusticamente, a audição criteriosa via far fields tende a sofrer, pois refletirá os problemas da sala. Além disso, as
mixagens sempre visam soar bem na maioria das situações dos consumidores e não é todo mundo que tem um par de supercaixas em
casa.
Em resumo, os far fields são muito bons para os músicos que gravam na técnica, para os clientes que querem ver como seu som ficou
um sonzão e pra gente também curtir nossas mixagens, já que também somos filhos de Deus. Nas mixagens, porém, quando
precisamos de uma audição mais cuidadosa e principalmente precisamos cuidar que o que ouvimos reflita a realidade de nossos
ouvintes, costuma ser melhor usar outro tipo de monitoração.
Os near fields, ou monitores de campo próximo, caracterizam-se por seu tamanho menor e consequente menor potência. São
colocados próximos ao engenheiro para que o som que chega até ele não sofra influência acústica da sala. Obviamente isso seria a
situação teórica ideal, mas a prática se afasta às vezes muito da realidade. Os requisitos desejados para uma monitoração near field são
a independência da acústica da sala e a capacidade de representar (com qualidade e definição) a média do que o consumidor tem à
disposição para ouvir o resultado de seu trabalho.
Quanto ao primeiro aspecto, o maior problema reside em onde posicionar os monitores. Normalmente para que seja prático seu uso,
eles são colocados sobre ou imediatamente atrás do console. Além disso, o tamanho dos alto-falantes é pequeno em relação aos
comprimentos de onda gerados, o que leva a uma irradiação sonora mais larga. Esse som emitido vai interagir fortemente com
superfícies próximas, provocando reflexões importantes. Quando a caixa é colocada sobre o console, a superfície deste passa a se
comportar também como uma extensão acústica do painel frontal da caixa, o que afeta a resposta de médias e, das médias-baixas para
baixo, seria até incoerente afirmar que há independência acústica entre o que ouvimos e a sala.
Quanto a representar o que o ouvinte tem em casa, o caso típico até os anos 1980 é diferente do de hoje. Os monitores near field mais
populares até recentemente eram as Yamaha NS-10M. Qualquer um que entrasse em um estúdio já esperava encontrar sobre o console
aqueles alto-falantes brancos e a caixa preta. Além de suas características bem interessantes de resposta em frequência (dadas pelo seu
sistema de suspensão acústica, onde a caixa é completamente selada), ela acabou representando aquilo a que, pelo menos em tese, os
consumidores que zelavam pela qualidade em seus sons domésticos tinham acesso.
Os near fields tendem a interagir menos com o ambiente e são mais confiáveis em uma sala desconhecida. Por mais que muitos
profissionais reclamassem de uma suposta aspereza de agudos (provavelmente amplificada pela proximidade dos ouvidos aos
tweeters; era comum encontrar profissionais que cobriam os tweeters com guardanapos de papel para amenizar esta aspereza), é
inegável que a definição de detalhes e a resposta balanceada de médias e médias-baixas das NS-10 era uma grande ajuda nas
mixagens, enquanto seu custo relativamente baixo as tornava mais atraentes ainda.
Some-se a isso mais um aspecto importante: a ambientação dos engenheiros a estúdios desconhecidos. Como os near fields tendem a
interagir menos com as salas, são mais confiáveis na hora em que a gente começa a trabalhar em uma sala que desconhecemos.
Nessas horas o importante é procurar situações familiares de monitoração, e certamente ouvir nas NS-10 independendo da sala dava
mais tranquilidade e diminuía o medo de estar sendo enganado na audição. Para dispensar o desconforto de se monitorar com fones,
pode-se optar então pelos chamados near fields extremos, pois o ouvinte pode ficar bem perto das caixas. Temos hoje belas caixas
amplificadas, com falantes de apenas 5 polegadas e resposta muito boa.
A década de 1990 começou a colocar frequências graves ao alcance do consumidor médio. Chegaram as boom boxes (mais
conhecidas aqui como systems), com seus falantes de graves avantajados e seus controles de superbass e equalizações pré-prontas.
Como resultado disso tudo, começou a aparecer a exigência de que no estúdio houvesse acesso a monitores ainda dentro da filosofia
near field, mas com mais potência e principalmente maior extensão na parte baixa do espectro de frequências. Paralelamente, a
evolução dos equipamentos (e as restrições orçamentárias) já permitiam estúdios com salas menores, sem a necessidade de tanta
potência nos far fields. Como resultado, surge uma nova filosofia, filhote híbrida das duas anteriores: os midfields.(monitores de
campo médio). Têm potência maior que os near fields e uma resposta em frequência mais extensa; ao mesmo tempo são feitos para se
situarem mais próximos do engenheiro, mantendo um mínimo de interação com a sala e proporcionando maior definição. E muitos
modelos de midfields têm amplificadores incorporados.
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Diagrama da MG102C Yamaha


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Um reprodutor de arquivos de áudio, que copia e grava CDs


FOOBAR2K: TAÍ UM BELO MEDIAPLAYER
O GLOBO, Info etc., Página 5, 02/04/2007, EDUARDO STUART
Em matéria de tocadores de mídia para a plataforma PC, o que não falta são boas opções. Sejam eles especializados em exibir vídeos,
tocar arquivos de áudio, ou oferecer suporte para ambos, é possível encontrar alternativas que podem suprir as necessidades do mais
exigente dos usuários. Levando em consideração apenas as opções disponíveis para o Windows, é possível contar com o Windows
Media Player, instalado junto com o sistema, o versátil e gratuito VLC Player http://www.videolan.org e o leve (mas que dá conta do
recado) XMPlay <http://www.un4seen.com>, entre outras incontáveis alternativas.
E há também uma opção bastante popular entre a comunidade geek, mas pouco conhecida entre os usuários comuns: o extremamente
poderoso, e igualmente gratuito, Foobar2000.
O Foobar2K foi criado tendo em mente três objetivos centrais: proporcionar uma fidelidade sonora até então sem precedentes; fazer o
menor uso possível de recursos como memória e tempo de processamento da CPU; e criar uma base sólida para incentivar o
desenvolvimento de componentes criados por terceiros, visando a estender a sua funcionalidade. Outras melhorias foram
incorporadas, como um gerenciamento eficiente da biblioteca de arquivos musicais, a possibilidade de nivelar uniformemente o
volume das faixas de um álbum ou de toda a coleção, a fácil conversão de arquivos para um outro formato, a redução taxa de bits por
segundo (ideal para o caso de cópia para um MP3 Player, fazendo um uso mais eficiente do espaço no dispositivo), e outras
capacidades interessantes, mas nem sempre facilmente identificáveis à primeira vista.
Com todos esses recursos embutidos em apenas um software, em conjunto com a sólida performance e a ativa comunidade de suporte,
é curioso que o Foobar2k ainda não tenha sido largamente adotado pelos usuários. Talvez a justificativa mais provável resida no fato
de a sua interface padrão ser tão simples e assustadoramente convencional. Ela é pouco atraente quando comparada com os demais
players, que fazem uso de sofisticados efeitos visuais e outras perfumarias. Mas essa é só a primeira impressão.
Graças à total flexibilidade do Foobar2K, é possível personalizar a interface através de componentes escolhidos livremente pelo
usuário, que pode optar pelos recursos realmente necessários e, de quebra, poupar recursos preciosos como memória, espaço no HD e
até reduzir a área visível necessária para exibi-lo no desktop. E o melhor: configurá-lo não é difícil. Após visitar o endereço
<http://www.foobar2000.org/download>, transfira a sua mais recente versão (o link Download... abaixo de Latest stable version),
que tem apenas 4,2 MB, e instale-o normalmente.
Rode-o e inclua alguns clips na biblioteca, clicando no menu “File” e ativando a opção “Add directory...”, selecionando em seguida
uma pasta onde estão armazenadas algumas músicas. Todas serão prontamente listadas no painel principal, podendo ser tocadas com
um duplo-clique sobre um arquivo ou pressionando o botão “Play”, localizado na barra de ferramentas, para executar toda a lista. Até
agora, nada de muito empolgante, mas a partir daí já é possível personalizá-lo com alguns componentes gratuitos que irão liberar parte
das capacidades.
Para converter arquivos para MP3 é necessário baixar o arquivo lame (http://www.rarewares.org/mp3-lame-bundle.php). Abra o
arquivo zip para seu sistema e copie lame.exe e lame_enc.dll para a pasta C:Arquivos de programas (x86)\foobar2000\components.
Para começar, feche o Foobar e visite <http://yuo.be/columns.php>. Tendo como função principal agrupar e organizar a lista de
músicas usando como base informações como o nome do artista e o título do álbum (dados embutidos no atributo ID3v2 dos
arquivos), ele também permite subdividir a interface com painéis extras que servirão de containeres para os demais componentes.
Antes de instalá-lo, transfira também alguns componentes de exemplo, como o Album List. Com o Foobar2000 fechado e
descompacte cada um dos arquivos na pasta “C:Arquivos de programas (x86)\foobar2000\components”. Reinicie o Foobar2K e, ao
ser perguntado sobre qual o componente será usado para controlar a interface, opte pela opção “Columns UI”.
O próximo passo é definir a ordem dos painéis e especificar quais serão os seus respectivos componentes.
Para isso, abra a tela de configuração da ferramenta (pressione a combinação de teclas CTRL+P), ative o nó Columns UI na listagem
da esquerda, e selecione a aba Layout. Como o primeiro componente a ser exibido nesse exemplo será o Album List, clique com o
botão direito do mouse sobre a opção Vertical Splitter, ative os submenus Insert panel/Panels e clique sobre o item Album List. Para
adicionar a ferramenta de busca, repita a operação, mas dessa vez selecionando os submenus Insert panel/Toolbar e ativando o item
Seekbar. Ative também o item Volume, para poder controlá-lo de dentro da interface. Por último, ative o componente Ego Spectrum
analyzer, presente em Insert panel/ Visualisations (sic), e clique Media Library para especificar todos os diretórios em que estão
armazenadas as músicas que deverão ser incluídas na biblioteca geral. Clicando Close irá fechar a caixa de diálogo, refletindo todas as
alterações feitas. A interface modificada será exibida em seguida, com um painel lateral preenchido com todos os componentes
recém-adicionados.
Para configurar cada um deles individualmente, clique com o botão direito do mouse sobre uma área livre do seu interior e ative a
opção Settings. Remover um componente, ou alterar a sua posição no painel, é feito de forma análoga, mas o clique deve ser feito
sobre o seu título. Embora esses componentes ofereçam apenas as funções mais rudimentares, eles serviram para ilustrar o quão fácil
é o processo de instalação e configuração no Foobar2k.
A escolha dos componentes, no entanto, fica a cargo do usuário, que poderá transferir gratuitamente centenas de opções divididas em
categorias como melhoramentos visuais, filtros sonoros, exibidores de letras sincronizadas com a música, gravadores de CDs e
assistentes para gerenciar a biblioteca, entre outros.
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SITES

Em vários sites há botões grandes de download, e muitos usam programas de download, como o Softonic, em vez de acessar
diretamente o arquivo. Muitos desse links são indicados como vírus, pelos principais antivírus. Outros baixam programas a mais
(McAfee, barras de ferramentas etc.). Procure sempre links diretos (ao passar o cursor do mouse sobre o link aparece o link completo,
embaixo, na tela. Os links diretos costumam ser curtos e terminar em EXE ou ZIP.

Reprodutor de áudio / ripador de CD gratuito: http://foobar2000.org/


Para abrir arquivos MIDI baixe também: http://www.foobar2000.org/components/view/foo_midi
Para baixar e converter arquivos de vídeo: https://atube-catcher.br.uptodown.com/windows/download
O ATubeCatcher tem opções para baixar áudio/vídeo, só vídeo ou só áudio de um arquivo de vídeo
Conversor de arquivos de áudio e vídeo: http://formatfactory.br.uptodown.com/download
Reprodutor de DVD e áudio/vídeo gratuito: http://mpc-hc.org/downloads/ (clique em Installer)
O Media Player Classic tem a opção de amplificar o som.
View > Options > Internal Filters/Audio Switcher, ative o Normalize e aumente o Boost.
Reprodutor de áudio/vídeo e DVD gratuito: http://www.kmplayer.com/ (Clique em no botão DOWNLOAD)
K-Lite Mega Codec Pack: http://www.free-codecs.com/K_Lite_Mega_Codec_Pack_download.htm
Editor de áudio gratuito: https://sourceforge.net/projects/audacity/
Gravador de áudio multipistas profissional (Reaper): http://www.cockos.com/reaper/download.php
Driver ASIO genérico: http://www.asio4all.com/ (link verde ASIO4ALL...)
Revista especializada em áudio: https://www.soundonsound.com/
Fórum sobre Linux: http://www.forumdebian.com.br/
Informática: http://www.itforum365.com.br/
Informática: http://www.clubedohardware.com.br/
Rádio na Internet: http://www.radios.com.br/
Manuais de programas em português: http://www.musicaudio.net/
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira: http://www.dicionariompb.com.br/
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Vendas de fitas cassete aumentam 74% nos EUA em 2016


O Estado de S.Paulo
25/01/2017

Nos últimos anos, artistas pops como Justin Bieber e The Weeknd lançaram seus álbuns em fita

Vendas de fita cassete crescem nos EUA. Foto:


Pixabay

Fita cassete geralmente é considerado algo antigo, pois quase não há leitores para esta mídia nos carros e aparelhos de
som em geral. Mas engana-se quem acha que a fita morreu. Uma matéria da The Vinyl Factory revelou que houve
crescimento de 74% nas vendas de fitas cassete nos Estados Unidos, de acordo com estudo da Nielson Music.

Os dados apontam que, em 2015, foram vendidas 74 mil unidades e, em 2016, esse número saltou para 129 mil. Segundo
a Billboard americana, um dos fatores para este crescimento é o lançamento de álbuns de artistas pop e trilhas sonoras de
filmes nessa mídia.
Justin Bieber é um dos exemplos, e lançou Purpose, seu último álbum, também em fita cassete. O filme Guardiões da
Galáxia também lançou sua trilha sonora incluindo a mídia.
A fita cassete é considerada pela indústria da música como 'mídia morta', mas parece que o sentimento de nostalgia está
tomando conta das pessoas como um todo - o disco de vinil, outra mídia antiga, atingiu 13,1 milhão de vendas nos EUA
em 2016.

https://wiki.ezvid.com/best-cassette-players#editors_choices

The Best Cassette Players


6 de setembro de 2017

US$ 299,95 US$ 69,95 US$ 14,99


Os preços acima são na amazon.com em dezembro de 2017. Em abril de 2019 aumentaram.
O Panasonic reproduz e grava fita cassete e tem microfone embutido.
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Wheel - € 472
https://www.digitalmusicnews.com/2017/10/04/vinyl-records-sales-2017/
The Best-Selling Vinyl Record of 2017 Was Released 50 Years Ago
Daniel Sanchez
October 4, 2017
Last year, sales in the US grew 25.9% to 7.2 million units. In the UK, sales rose 53% to 3.2 million units, the same volume last
reached in 1991.
With turntables and other accessories, sales will likely reach the $1 billion mark. It’s a business that won’t stop roaring back.
After nearly 25 years out of operation, Jamaica’s oldest pressing plant has returned to action. Warner has also launched a vinyl-only
label. In addition, Sony will once again manufacture records in Tokyo after 30 years.
Speaking about the appeal of the format, a 28 year old consumer told the NPR,
“The way I consumed music has been so instant and so immediate, especially with Spotify and online streaming services. I kind of
just want to go back to the way I used to listen to it as a kid.”
Still think vinyl records are dead?
Vinyl records just scored an all-time sales record.
Yesterday, Nielsen Music released its Q3 music industry insights for the nine month period ending September 28th, 2017.
The metrics company found that weekly on-demand audio streaming has surpassed 8.3 billion. Nielsen Music also registered 287
billion audio streams so far, a 59.4% increase over the same period last year. Combined with video, on-demand streams have
surpassed 442 billion streams, up 40.4% from last year.
Meanwhile, song ownership has once again experienced a significant decrease. Physical album sales were down 18.3%. Showing
that consumers have increasingly switched to streaming, digital album and track sales decreased 19.5% and 23.1%, respectively.
And while streaming explodes, so does vinyl records.
Nielsen Music noted that vinyl records have risen 3.1% to 9.35 million units in 2017. During the same period last year, the company
reported 9.07 million vinyl records sold.
Underscoring vinyl records’ strength in the music industry, the format now represents nearly 14% of all physical album sales in the
US, an all-time high.

And the best-selling album this year?


That would be The Beatles’ Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
became the top selling vinyl album. The album has already moved
40,000 units so far this year — and was released 50 years ago.

https://www.digitalmusicnews.com/2017/01/03/vinyl-records-sales-1991/
http://www.digitalmusicnews.com/2017/01/11/vinyl-records-billion-
dollar-industry/
https://www.digitalmusicnews.com/2017/01/18/jamaica-vinyl-records-
tuff-gong/
https://www.digitalmusicnews.com/2017/03/29/wmg-run-out-groove-
vinyl-records/
http://www.digitalmusicnews.com/2017/06/29/sony-vinyl-records/
https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=5Tfhs-pujQk
Peter Blake

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