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PERSONAL ORGANIZER ORGANIZE SEU A PROFISSAO E RECENTE NO BRASIL, MAS 0 MERCADO JA SE MOSTRA BASTANTE PROMISSOR E COM POSSIBILIDADES DE GANHOS NA CASA DOS R$ 5 MIL POR MES Monise Radau rganizar armérios, do- mentos ou mesmo a wgenda didria nfo € ta- refa das mais simples e prazero- sas, O pequeno empreendedor o time dos qu muito tempo para cuidar ‘Profssao de personal orgar tun negécio, que exige divule Apaixonade por organizaydo, Retiana Sade realizou cursos para entender a om relacionamenio desses historia, sua produtiv cio pode, sim to recente no Brasil (com pouco mais de sete anos): o de personal onganizer, ou organizador pro- fissional em bom portugués. “O brasileiro esti trabalhando cada vez mais ¢ sente a necessidade da onganizagao do tempo ¢ do espa go. Como nile sobra uma bre nna agenda para cuidar dessa ne- cessidade, acaba contratando os servigos de um profissional es pecializado”, justifica José Luiz Cunha, diretor da OZ! Organize Sua Vida, empresa brasileira que forma organizadores e tinici liada & NAPO, instituigao ame- ricana que congrega milhares de profissionais do setor. © que nao falta sao pe das, sobrecarregadas, as. apressa ocupadas, que precisam geren ciar methoro tempo para der tempo, clientes e dinheito por conta da desorganizagao, ou m mo gente que, simplesmente, procura de uma vida mais sim- ples ¢ feliz. Foi esse pubblico que motivou José Luiz Cunha a eriar 4 02! em 2004, ¢ deinar a érea de tecnologia e informagiio que o ocupou por 25 anos. Inicialmen- te @ empresa comegou como um portal de conteiido sobre organi- zagio, mas, a0 se aprofundar no segmento, Cunha percebeu que poderia ser interessante inves- tir na stividade de personal ganizer. “Viajei para os Estados Unidos, entendi o mercado por ki (que é muito grandee lucrativo)e descobri que o nicho de organiza 20 doméstica poderia ser explo- rado por aqui, Busquei capacita- 20, mas logo entendi que focer ha formago de outros profissio- nais seria uma estratégia promissora a oferta do servigo diretamente ao mercado”; explica odiretor da OZ!, que ofere esta sos de organizagaio profissional desde 2006, Cunha afirma que ainda nit hi luma associaedo que congregue os profissionais tima que hoje, no Brasil, existam aproximadamente 1,2 mil organi- zadores. E a demands ano. “Agora as pessoas estio en- tendendo a necessidade de em organizagio, Hoje, niio é mais ‘um gasto e sim um investimento”, atesta, Os nichos de atuagdo s8o muitos, indo do residencial (arru- magdo de armérios, compras, mu- dangas, etc) a0 corporativo (com onganizagio de documentos, de processos, agenda, etc). Mas, para se dar bem nesse mercado, 0 em= preendedor assegura que gostar de organizar espagos é quesito obri- gatério, além de outras qualidades, também essenciais. Ter perfil em- firea, mas ele es- preendedor é um desses requisitos, afinal, a prospeccdo tende a ser a parte mais dificil dessa profissio, cuja visibilidade do servigo pres tado ainda é pequena. “A falta de divulgagdo ¢ um desafioa ser ven- ccido. A publicidade pura e simples niio funciona nessa area. A pessoa precisa realmente vender seu tra- balho, mostrar os beneficios que o clients pode obter a partir del nio tiver o perfil certo, di te vai dar certo”, diz, MERCADO PROMISSOR ‘Ap6s 14 anos trabalhando com a implantacdo de sistemas de ges- to integrada, Irene Loureiro, de Curitiba (PR), viu na organiza- io a possibilidade de passar de funcionéria a dona do proprio ne~ gocio e, de quebra, ditar seu pré- prio ritmo. Ela conta que, quando decidiu mudar de profissao, pro- curou uma rea que Ihe permitis- se total controle da sua agenda, Ione Loureiro, da Benfatte Organiza, de Curitiba, explice que para se dar bem nesia profissao é preciso ter per- fil empreendedor “Eu buscava algo interessante, a possibilidade de desacelerar um pouco (trabalhava quase 12 horas por dia) e, 20 mesmo tempo, algo em que pudesse aplicar alguns conceitos aprendidos e trabalha- dos durante todos esses anos”, lembra. Como sempre gostou de 6 © ji tinha experién em atendimento 20 cliente ¢ treinamentos, procurou a OZ! A ideia inicial foi se cap: passar a ministrar cursos da em- pre ito. Em 2007, durante a realizapao dos cursos necessirios, conheceu Cristiane Rebello, hoje sua sécia Junias, identificaram que Curitiba oferecia. um mere jo promissor para a prestagao de servigo como personal. “Entio, decidi ampliar © leque, Hoje, ministro os cursos a da OZ!, mas também atuo como organizadora profissional”, reve- la Irene, que ganha crea de RS 5 mil por més. Para ela, 0 primeiro ano foi o mais dificil, pois exigiv investimento em cursos, criagao de site ¢ estratégias de divulga- ‘edo, Afinal, para ter sucesso, as essoas precisam primeiro co- nhecer 0 profissional ¢ entender © seu trabalho, “Sem contar que © piiblico nao tem nogaio de va- lores, por isso nao sabe balizar se 0 quanto voce cobra é muito ou pouco. As vezes, a pessoa ntio consegue perceber facilmente custo-beneficio € se assusta”, re- vela a organizadora, que cobra, em media, RS 400 por dia de tra- balho. “Mas, se 0 trabalho & lon- go, sempre procuro fazer um pa- cote, um prego especial”, ensina. Como costuma atender princi- palmente familias com criangas, Irene revela que seu trabalho sem- pre exige uma dedicagao maior ¢ © trabalho pode durar até quatro ou cineo dias. “Tenho em m um ou dois clientes por semana, pois o trabalho exige tempo”, diz. A curitibana também explora um outro nicho, 0 de treinamento € qualificagdo de empregada do- méstica. O objetivo € atualizar co- inhecimentos de rotina doméstica e clevar 0 grau de motivagio dessas profissionais para as tarefas que desenvolvem na residéncia. “O mercado traz inimeras possibili- dades de atuacio”, garante. Mas Irene avisa que a profissio nao € nada facil, principaimente pelo negdcio exigir que se esteja 0 tempo todo ma casa de um clien- te, invadindo sua intimidade. Por isso, ela pontua que diserigio & fundamental, assim como saber lidar com perfis diferenciados de pessoas. “Hé aquelas que so de- songanizadas © aquelas que estio passando portum momento dificil, de transigo, ¢ se desorganizam, Também ¢ importante © organi- zador saber dar dieas para que a pessoa consiga manter aquela ar- rumagao no dia a dia”, complet, DNA ORGANIZADOR Com tudo no lugar, a vida flui de maneira mais leve, mais har- ménica, sem estresse. Eno que acredita Adriana Sande, ume apai xonada por organizagdo que, hi uum ano € meio, transformou essa aptidte em algo rentavel. Ela con- ta que trabalhou por alguns anos com organizagio de casamentos, mas, 0 fato desse ramo exigir que ela se ausentasse muito da fami- lia, inclusive aos finais de sema- na, fez. com que optasse por uma nova carreira, “Eu sempre gostei de organizar, entao sabia que con- tinuaria nesse ramo. Foi quando decidi fazer cursos sobre organi zagao residencial. Além de confiar ‘na minha aptidio para esse tipo de trabalho (arrumar armérios ¢ am- bientes), também identifiquei uma forte demanda de mercado pelo servico”, afirma, Adriana conta que realizou dois cursos antes de iniciar sua carreira como personal organizer: © de organizagio de residéncias © © curso de negocios para organi zadores profissionais, que exi ram um investimento de RS 1,3 mil, aproximadamente. Segundo la, nao adianta saber 0 operacio- nal, para ter sucesso duradouro & preciso também ter a visio geral de como conduzir sua carreira, sua empresa. “Para entrar forte no mercado, era preciso me estru- turar, E foi o que eu fiz”, garante, “Bu onganizava casamentos, um trabalho que levava em média um ‘ano para ser concluido, No caso da orgenizagio de residéncias, 0 trabalho € muito mais dinimico € exige, no maximo, uma sema- na, Em contrapartida, voe@ entra ‘ainda mais na vida da pessoa, na intimidade dela”, pontua. ‘A personal organizer de Sio Paulo explica que o primeiro pas- s0 € conhecer a casa do cliente, 0 espago que precisa ser organiza- do. Se nao € possivel ir a0 local nese primeiro contato, a pessoa precisa, obrigatoriamente, en- viar uma foto ou uma planta do mbiente, no caso de arrumagao pOs-mudanea, por exemplo. “Eu 86 posso enviar o orgamento apés ter ideia do trabalho e do tempo ‘que vou dedicar a ele. De manei- ra geral, cobro por dia de servigo prestado na casa do cliente”. A ia, em média, é de RS 470, ja ‘contabilizado 0 honorario de uma ajudante que Adriana leva para realizar a limpeza dos ambientes. Afinal, de nada adianta organi- zar se 0 espago continuar sujo. Ha também pessoas que desejam apenas uma consultoria, com di- ‘cas prdticas para deixar a casa em ‘ordem, Nesse caso, Adriana faz ‘a cobranga por hora, girando em torno de RS 65. “Outro nicho que atendo é 0 comporativo, promo- vendo workshops para funcioné- rios, com 0 objetivo de treind-los para organizar melhor a rotina assegurar que 0 trabalho renda mais”, explica ela, que ainda se ‘ocupe de organizar colegies, ta- Iheres, documentos, home offi- ces, entre outros. Adriana garante que esse é um mercado muito promissor, com ‘muito campo de trabalho. No en- tanto, ela enfatiza que € preciso, sim, se capacitar, Gostar de ot ganizar apenas nio funciona, “ Débora conta que, embora nao pretendesse atuar apenas como organizadora, buscou um bom curso para ter uma visio melhor das possibilidades da profissaio €, principalmente, uma diretriz para precficar 0 trabalho, “Mas sabe 0 que percebi? Que tinha um nnicho muito bom nas mios. As profissionais ainda focam muito em residéncia, afinal, ¢ algo mi to novo, Entio, quem identifica utra possibilidade de trabalho acaba se diferenciando”, acredita a advogada, gue atua na érea de organizagio desde 2009. ‘Segundo ela, o trabalho ¢ um pouco diferente do prestado em residéncias. Demora mais para ser realizado € exige o dobro de aten- ¢%0, além de conhecimento na irea de direito, “Nao é 36 organizar por data e colocar num plastico. Voce muito dificil lidar com pessoas, seis anos na area de Direito Inter- precisa analisar a documentagio, € pessoas tho diferentes. Quando nacional, ela viu ns organizagio yerificar @ que esté faltando, 0 vocé entra na casa de um clien- a chance de oferecer um servigo que esté duplicado. O descarte te, entra para colocar tudo em diferenciado. Segundo ela, seus vem por iiltimo. E preciso muita ordem e & preciso também dar clientes da area de direito mani- _atengo, por isso, vocé sé pode se dicas para que a pessoa consiga festavam a necessidade de contar_ dedicar a esta fung3o seis horas manteraquilo. Mas, na prities, as com o auxilio de um profissional por dia, no méximo”, conta. “Do pessoas tém dificuldade de admi- capacitado para organizar docu- contrario, corre-se o risco de jogar tir que a casa nao esté arrumada —mentos, segmento ainda pouco fora o que nio deve”, enfatiza. ¢ mais dificuldade ainda para se explorado no Brasil. “Sempre fui Outro servigo oferecido pela Gesapegarem de itens que no uma pessoa muito organizada, 0 OrganizUp & o treinamento de esto usando mais”, detalha. “A que sempre me ajudou a aprovei-_secretarias, no que diz respeito a postura do profissional faz toda tar muito bem meu tempo. O tra-_facilitar e otimizar processos. A a diferenga. £ preciso ter muito _balho no meu es rio de advo- _ ideia é implementar uma metodo- Jogo de cintura e jeito para esti-cacia lui facilmente por conta de _logia que possibilita localizar fa- mular as pessoas a modificarem — toda essa organizacao, Com isso, _ cilmente qualquer informaciio no alguns conceitos, como deseartar decidi me aprofiundar na tarefa e computador, 0 que ajuda muito, objetos sem uso”, completa, Passar a oferecer o trabalho de especialmente quando a secreti Personal organizer com foco em ria sai de férias, por exemplo. a FOQUE EM UM NICHO documentos", conta, Mas ela diz Uma alternativa para se des- que ainda nao vive do trabalho de tacarno mercado & focar om um orgnizadorsprofsional, pos ¢ nicho de atuagio ¢ se especiali-sazonalidade ¢ grande. “O girei- Adana Saad, fares com x zat. Foi 0 que fez Débora Moni- to é a minha principal profissio, SoMa arvana, winston que, da OrganizUp. Apés 14 anos fago da organizagio uma renda ussojecy Soro aluando como secretaria € outros complementar”, explica. aupcom. be Debora Monique, cla or ganizup, focou no nicho de organizagio de docu- ‘mentes, servigo que exige tengo redobruda ¢ co~ hectmentojuridico

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