Passe Na OAB 2 Fase Penal PDF

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coordanacio Marcela Higa da Rocha deexberth Pinto Sunes penal 1 = DIREITO PENAL: ‘No estudo voltado para a prova do Exame de Ordem, a fim de auxiliar © candidato a organizar seu estudo de forma sistematica, procuraremos repassar algumas orientagdes, 0s quais, por certo, sero base para a apro- vacio. Assim, nesta fase do certame, no que tange as questdes de direito material, 6 prioridade a tipificagao de crimes, nos casos de problemas apresentados pela banca examinadora, em que o candidato deve indicar 0 tipo penal correlato. Ainda, é salutar de priorizar 0 estudo de aplicagao da pena, como requisitos para concessao de penas alternativas e concurso de crimes, além da prescricdo, matéria que exige grande atencao. Logo, neste caso, deve-se estudar 0 Direito Penal em quatro blocos, de forma a sintetizar 0 conhecimento, conforme adiante: * Principios. © Teoria geral do crime e concurso de agentes. * Aplicagao da pena. © Crimes em espécie. Neste patamar, segue resumo de orientacao para 0 candidato, o qual, por certo, o utilizar em sua prova. Principios: O candidato deve conhecer os principios que regem o Di: reito Penal, uma vez que sZo utilizados em varias respostas da banca exami- nadora, Assim, este estudo centra-se nos arts. 1° a 12 do CP; ha outros princfpios que regem a matéria, contudo, estes so meramente doutrinéios. Art. 12, CP: principio da anterioridade da lei penal e principio da le- galidade ou da reserva legal. Art. 2°, CP: abolitio criminis e art. 107, II do CP. Art. 32, CP: lei excepcional e temporaria: principio da ultra-atividade. Art. 42, CP: teoria da aco ou da atividade. Art. 52, CP: da principio territorialidade. Art. 62, CP; teoria mista ou da ubiquidade. ‘Art, 72, I, e § 19, CP: principio da extraterritorialidade incondicionada. Art, 79, II, e § 2%, CP: prinefpio da extraterritorialidade condicionada. Art. 78, § 39, CP: principio da extraterritrialidade condicionada. Art. 72: principio da extraterritorialidade; art. 72, I, a, b, c, CP: prin- cipio real da defesa ou da protecdo; art. 72, I, d, CP: principio da justica universal; art, 72, Il, a, CP: principio da justiga universal; art. 72, Il, b, CP: principio da nacionalidade ativa; art. 72, If, c, CP: principio da representacdo; art. 72, § 3%, CP: principio real da defesa ou da protecao ou personalida- de passiva. Art. 10, CP: contagem de prazo. Outros principios: consungao, especialidade, alteridade, subsidiarie- dade, alternatividade, intervencao minima, fragmentariedade. Teoria geral do crime: Arts. 13 a 28, CP. O aluno, deve dividir este estudo em trés partes, conforme abaixo: Conceito analitico: CRIME = FATO T{PICO + ANTIURIDICO + CULPAVEL. Arts, 14 ao 17, CP: institutes ligados ao crime, os quais aplicam-se aos crimes em espécie Arts. 20 € 21, CP: erro. Arts. 73 e 74, CP: erro na execugao e resultado diverso do pretendido. Em questdes que solicitam ao candidato que tipifique as condutas dos] agentes} nos problemas apresentados, deve-se, em vez de unicamen- te indicar o respectivo tipo penal, proceder da seguinte forma: ver se 0 fato é tipico; apés, verificar se 6 antijurfdico ou ilicito, e, por fim, analisar a culpabilidade. Passando por estas trés fases, afirmar-se-A que 0 agente cometeu crime e indica-se 0 delito especifico, Segue resumo de orientagao: Infracdo penal: crimes (CP e leis especiais) e contravengdes (DL 3688/41). Conceito analitico de crime: fato tipico + antijuridico + culpavel (con- cepeao tripartidal; hé, contudo, a concepgao bipartida, a qual adotamos, sendo crime fato tipico ¢ antijuridico, onde a culpabilidade é um pressu. posto para a aplicagiio da pena. Fato tipico: conduta humana voluntéria dolosa (direto ou eventual) ou culposa (consciente ou inconsciente); resultado (principio da insignifican- cia € principio da adequacao social); nexo de causalidade: art. 13, §§ 12 © 2°, CP; tipicidade: art. 18, CP (teoria da tipicidade conglobante|. Antijuridicidade ow ilicitude: art. 23, CP: causas de exclusdo gerais, especiais e supralegal Culpabitidade: requisitos: imputabilidade, potencial consciéncia da ilicitude ¢ exigibilidade de conduta diversa. Causas de exclusao: arts. 27, 26, 28, § 1%, 22, 21, Primeira Parte, CP. Tentativa: art. 14, 11, CP: 0 crime nao se consuma por motivos alheios a vontade do agente. © Imperfeita: 0 agente nao pratica toda a execugio do crime, * Perfeita ou crime falho: o agente pratica toda a execuc&o, mas nao consuma 0 crime. Branca ou ineruenta: a vitima nao é atingida. Cruenta: a vitima é atingida. Desisténcia voluntaria e arrependimento eficaz: espécies de tentativa abandonada ou qualificada: art. 15, CP: 0 agente desiste voluntariamente do crime ou impede a producdo do resultado, Arrependimento posterior: art. 16, CP. £ causa de diminuicao de pena (ver regra especial do art. 312, § 3%, CP, a qual nao € arrependimento posterior, mas espécie de reparacao de dano}.. Crime impossivel: art. 17, CP: nao se pune sequer a tentativa; Samu. la 145 do STF. Evro de tipo e erro de proibigéo: é a falsa percepgio da realidade, seja quanto a elementos do tipo - erro de tipo ~, seja quanto 4 ilicitude da agio - erro de proibicao. Erro de tipo incriminador: art. 20, caput, CP: 0 agente ERRA sobre elementos objetivos do tipo penal. Neste caso, resta excluido 0 DOLO [tipicidade do crime doloso), contudo, este pode ser res ponsabilizado pelo crime na forma CULPOSA, uma vez que previs- to na lei (tipicidade). Assim, caso haja a previsio deste crime na forma culposa, deve-se verificar se o ERRO ¢ ESCUSAVEL {INEVI- ‘TAVEL) ou INESCUSAVEL (EVITAVEL). Se o ERRO for INEVIT/ VEL, 0 agente no responderA pela forma culposa, ou seja, nao haverd o crime. Ja se o ERRO for EVITAVEL, uma vez previsto na forma culposa, responderd o agente pelo crime CULPOSO. Ex.; uma pessoa age desrespeitosamente em relagao a outra sem saber que se tratava de um funcionario piblico no exercicio da suas fungées. O agente ERROU sobre o elemento do tipo penal do art. 331, CP, qual seja, “funcionario ptiblico", Aplica-se o art. 20, capui, CP, nos termos do acima exposto. Erro de tipo permissivo: art. 20, § 12, CP. & sinénimo de DES- CRIMINANTE PUTATIVA ou DESCRIMINANTE PUTATIVA POR ERRO DE TIPO. Parte da doutrina o considera um ERRO DE PROIBICAO. Possui um tratamento legal parecido com o ERRO DE TIPO INCRIMINADOR, mas possui consequéncia semelhan- te ao ERRO DE PROIBICAO (art. 21, CP}. Neste caso, o agente ERRA sobre a existéncia dos pressupostos faticos de uma causa de exclusdo de ilicitude (antijuridicidade}. Assim, resta a afastada a CULPABILIDADE DOLOSA {nao responderd pelo crime na forma dolosa), se o ERRO 6 EVITAVEL. Mas responderé na forma cul- posa, se prevista esta modalidade na lei |tipicidade), a nao ser que seja 0 BRO seja inevitavel, caso em que restaré excluida, ainda, a CULPA (crime na forma culposa) e nao responder pelo crime. Ex.: 0 agente ¢ abordado por um amigo seu, devidamente disfarca- do, o qual simula tratar-se de um assalto. Assim, diante da situacao, supondo estar em legitima defesa, saca uma faca que possui na cintura e reage, vindo a matar o suposto assaltante. Aplica-se a regra do art. 20, § 12, CP. O agente achou que estavam presentes os pres- supostos da legitima defesa (legitima defesa putativa). Erro de proibieao: art. 21, CP. O agente ERRA quanto ao contetido da norma, ou seja, quanto 4 ilicitude do fato. O agente sabe exa: tamente o que esta fazendo, ndo se engana sobre a realidade fatica, Neste caso, sendo o BRRO INEVITAVEL, resta o agente isento de pena (exclusao da culpabilidade). Contudo, sendo o ERRO EVITA- VEL, somente haveré uma REDUCAO DA PENA. A doutrina o divide em ERRO DE PROIBICAO DIRETO E INDI- RETO. No ERRO DE PROBICAO DIRETO, o agente ERRA sobre a norma proibitiva. O agente, por interpretar mal a norma, acha que esta cometendo uma conduta permitida, Aplica-se o art. 21 do CP. Mas, em contrapartida, se o agente ERRA sobre a EXISTENCIA de uma norma permissiva de conduta ou sobre os limites desta, ha o ERRO DE PROBIICAO INDIRETO (diferente do ERRO DE TIPO PERMISSIVO). £ chamado por parte da doutrina de ERRO DE PERMISSAO. Recai o art. 21 do CP, nesta hipstese, Ex.: supondo que estejamos em grande discussao no pais sobre a legalizagao da eutandsia, sendo que, por um meio de comunicacio, € divulgado erroneamente que esta foi aprovada. Um leitor, apres- sado, estando com um parente em situagiio de desengano, apressa sla morte, Aplica-se o art, 21 do CP. Ai, é de se verificar se 0 erro era inevitavel ou evitavel. Erro sobre a pessoa: art. 20, § 32, CP. O agente quer cometer 0 crime contra uma pessoa e comete contra outra, achando tratar-se de quem queria de fato. Responder como se tivesse acertado quem queria Ex.: 0 agente quer matar a esposa, porém mata a prima desta, achando que fosse aquela. Responderd como se tivesse acertado a esposa, incidindo a circunstancia agravante do art. 61, II, do CP. OBS.: NAO CONFUNDIR COM ERRO NA EXECUCAO DO ART. 73 do CP, em que o agente erra ndo quanto A pessoa, mas quanto a um erro de fato na execucdo do crime. A pessoa atira em outra e acerta um terceiro, respondendo como se tivesse acertado quem de fato desejava (art. 73, CP). Nesta segunda parte, ainda teria o aluno de revisar o contetido de concurso de pessoas, qual seja, arts. 29 e 30 do CP, enfrentando os conceitos de autor, coautor e participe, requisitos do concurso de agentes, bem como teoria monista da agao e excecdes, autoria colateral e autoria incerta. Aplicagao da Pena: arts, 32 a 120, CP. Este estudo é necessério no ambito de questdes que exigem 0 conhecimento de enfrentamento de uma sentenca penal, a fim de analisar se ela est em acordo com 0 que rege a lei penal. Logo, deve atentar-se no cilculo da pena privativa de liberdade, qual seja, por meio do sistema trifsico ~ art. 68, CP; diferenciar circuns- tancias atenuantes e agravantes das majorantes e minorantes; revisar os requisites para concessio de penas alternativas, o que ¢ uma constante nestas provas, além do estudo centrado em concurso de crimes fart. 69 a 74 do CP), B, neste ponto, ainda, atrelar-se a revisar os requisitos para concessao da suspensao condicional da pena, sursis, previsto no bojo do art. 77 e parégrafos, como o livramento condicional, constante do art. 83 deste diploma legal. Por fim, deve revisar o art. 107, CP, 0 qual trata das causas de exting&o da punibilidade, em especial a prescric¢ao, a qual tem tratamento particular no art. 109 e seguintes. Crimes em espécie: Neste ponto, é imperioso que o aluno conheca 9s tipos penais ¢ suas formas majoradas e qualificadas, a fim de enfrentar questées em que sao apresentados problemas para fins de tipificacfio de condutas, & um tipo de questio que era bastante cobrado em provas do CESPE e que, possivelmente, o sera nas provas da FGY, citando como exemplo esta Gltima selecao feita pela OAB. A leitura ¢ compreensio dos arts. 121 a 359-H do CP, em especial dos titulos I, II, VI, IX, X e XI, sao inteiramente recomendaveis. Além de ter conhecimento das leis especiais em destaque, quais sejam, Leis ns. 11.343/2006 [Drogas}, 9.455/97 [Tortura), 8.072/90 (Crimes Hediondos}, 9,650/98 (Meio Ambiente}, 8.137/90 (Ordem ‘ributaria, Ordem Econémi- ca, RelagSes de Consumo}, 7.492/86 {Sistema Financeiro), 7.716/89 (Ra- cismo}, 10.826/2006 (Armas), 10.741/2003 (Idoso], 9.034/95 (Crime Orga- nizado), 9.613/98 {Lavagem de Dinheiro), 8.069/90 (ECA), 9.503/97 (Transito), 7.210/84 [Execugaio Penal), 8.078/90 (Cédigo de Defesa do Consumidor), 4.898/65 (Abuso de Autoridade). SS 2 Segue resumo de orientagao: DOS CRIMES EM ESPECIE (mais importantes} * Dos crimes contra a pessoa ~ Art. 121 a 128, CP: crimes contra a vida = Art, 121, CP: homicidio e espécies - Art. 122, CP: observar a pena = Art, 123, CP - Art. 124 a 128, CP: aborto; art.128, CP: excludente de ilicitude - Art. 129, CP: importante lembrar que o art. 129, § 32, CP é um crime preterdoloso - Art. 135, CP: crime omissivo puro = Art. 137, OP: crime plurissubjetivo ~ Art. 138 a 145, CP: ler com muita atengao * Dos crimes contra 0 patriménio - Art, 185, CP: lembrar o princfpio da insignificancia; art. 155, § 2°, CP: furto na forma privilegiada ~ Art. 157, CP: lembrar a diferenca com 9 art. 158, CP; lembrar que a arma de brinquedo nao se enquadra no art. 157, § 2%, I, CP; ler art. 187, § 39 Parte Final, CP: crime de latrocinio - Art. 158, CP: crime formal ~ Art. 159, CP: néo confundir com crime de extorsao; crime formal - Art. 160, CP - Art. 163, CP: nao admite forma culposa; art. 163, paragrafo tinico, CP: dano qualificado - Art. 168, CP: nao confundir com o art. 171, CP - Art. 171, CP: diferenciar do crime de furto qualificado pela fraude - Art. 180, CP: receptacao propria (crime material] e receptacao im- propria (crime formal]; receptagao culposa: ver art. 180, § 5°, CP = Arts, 181 a 183, CP: IMUNIDADES: absoluta (art. 181: condic&o negativa de punibilidade] e relativa (art. 182) art. 183: excecao a sua aplicagéio - MUITO IMPORTANTE * Dos crimes contra a dignidade sexual - Art. 213, CP: formas qualificadas - Art. 215, CP = Art. 216-A, CP: crime proprio ~ Art. 217-A, CP: nao confundir com art. 213, § 12, CP (estupro qualificado); ver formas qualificadas ~ Art. 218-B, CP Des crimes contra a fé publica Art. 289, CP: importante a leitura de seus pardgrafos: forma pri- vilegiada e forma qualificada Art. 297, CP: falsificacdo de documento ptiblico; ver §§ 12, 22 38; no confundir com arts. 298 e 299, CP Art. 298, CP: crime de falsificagao de documento particular Art, 299, CP: crime de falsidade ideol6gica; nao confundir com arts. 297 e 298, CP Art. 304, CP: uso de documento falso; crime remetido; ver verbo “fazer uso" Art. 307, CP: falsa identidade Dos crimes contra a administragao publica Art. 312, CP: peculato ~ espécies: ~ caput: peculato-apropriacdo e peculato-desvio ~ § 12: peculato-furto - crime material ~ admite tentativa ~ cabe 0 arrependimento posterior, nos termos do art. 16, CP, ¢, ap6s o recebimento da demincia, cabe a atenuante genética do art. 65, IL, b, CP ~ admite a forma culposa: art, 312, § 22, CP - art. 312, § 32, CP: reparagéio no dano (nfo aplica-se, neste caso, o art, 16, CP, jd que temos regra especial, sendo uma forma de extingao da punibilidade, conforme o citado dispositivo legal, Primeira Parte) ~ apesar de ser um crime préprio, 0 terceiro que nfio é funcionario ptiblico responde pelo tipo penal, consoante art. 30, CP Art. 313, CP: peculato mediante erro de outrem ~ "peculato-estelionato” ~ o agente apropria-se de bem de terceiro por erro da vitima ~ nao confundir com art. 171, CP, caso o agente crie 0 erro em desfavor da referida vitima Art, 313-A, CP: insergo de dados falsos em sistemas de informagées ~ sujeito ativo: somente o funcionario autorizado Art. 814, CP: extravio, sonegacio de livro ou documento o ~ principio da subsidiariedade expressa ~ art. 32, I, Lei n. 8137/90: principio da especialidade Art. 316; concussio = nitcleo do tipo: ‘exigir" ~ crime formal al qualquer vantagem, no necessariamente patrimonial cabe arrependimento posterior (art. 16, CP| em tese, admite-se a tentativa ~ art. 32, II, Lei n, 8.137/90: principio da especialidade Art. 317, CP: corrupedo passiva niicleo do tipo: *solicitar", "receber” ou “aceitar promessa" crime formal ' crime préprio objeto material: vantagem indevida excecio a teoria monista da ago: art. 29, CP (art. 333, CP) § 2%: corrupgio passiva privilegiada nao confundir com art. 333, CP art. 32, II, Lei n. 8.137/90: principio da especialidade Art. 318, CP: facilitagfio de contrabando ou descaminho ~ excegdo a teoria monista: art. 29, CP fart, 334, CP) = sujeito ativo: somente o funcionsrio pablico que agit com infra- do do dever funcional ~ crime préprio Art. 319, CP: prevaricacao = dolo de fazer ou deixar de fazer alguma coisa com o objetivo de satisfazer sentimento ou interesse pessoal ~ consumacse com a omissao ~ crime proprio ~ nas condutas omissivas, ndo se admite a tentativa, enquanto nas condutas comissivas, € perfeitamente possivel. ~ no confundir com os crimes dos arts. 317, § 22, ¢ 320, CP Art, 320, CP: condescendéncia criminosa ~ crime proprio = nao confundir com prevaricagéo (art. 319, CP} ~ elemento subjetivo do tipo: por indulgéncia Art. 321, CP: advoe ~ crime préprio = nficleo do tipo: “patrocinar": favorecer, advogar interesse peran- tea administragao publica ~ art. 3°, IIT, Lei n. 8.187/90: principio da especialidade Art, 325, CP: ~ néio admite forma culposa administrativa ~ principio da subsidiariedade ~ forma qualificada: § 22 Art, 327, CP: conceito legal de funcionario publico = conceito mais amplo do que o conceito de funcionério piiblico no Direito Administrativo ~ crimes funcionais préprios: a auséncia da qualidade de funcio- nario piblico torna o fato atipico (arts. 319 e 320, CP) ~ crimes funcionais impréprios: a auséncia da qualidade de funcio- nario ptiblico nao torna o fato atipico fart. 312, CP, o qual pode ser art. 168, CP, uma vez nao sendo o autor funcionario publico} Art. 328, CP: usurpagao de fungao publica ~ miicleo do tipo: apoderar-se ~ os crimes do Capitulo II so de particulares contra a Adminis- tracdo Paiblica ~ paragrafo Gnico: forma qualificada Art, 329, CP: resisténcia ~ deve ser mediante grave ameaca ou violéncia ~ crime formal ~ sujeito passivo: Estado, funcionario piblico que executa o ato ou o terceiro que o auxilia ~ resisténcia passiva: art. 330, CP = $28, CP: concurso de crimes com o crime de lesdes leves, graves, ou gravissimas ou homicidio; a simples ameaga, se este for 0 meio executério, restara absorvida. Art. 330, CP: desobediéncia = ordem legal ~ pode ser omissivo ou comissivo Art. 381, CP: desacato ~ € desacatar funcionério piblico em razéio de sua funcio, ainda que fora dela, porém devido a esta ~ pode ser por meio de qualquer ato; ~ deve ser na presenga do funcionario puiblico, sob pena de ser outro crime, nos termos dos arts. 138, 139 e 140, c/c art. 141, I, CP Art, 382, CP: tréfico de influéncia ~ crime formal ~ objeto material: qualquer vantagem ou promessa de vantagem ~ diferenciar do art. 357, CP Art. 333, CP: corrupeao ativa ~ niicleo do tipo: “oferecer" ou *prometer* — crime formal = nao confundir com o crime do art. 317, CP ‘Art, 334, CP: contrabando ou descaminho = contrabando: ingressar exportacdo no pais de mercadoria ilegal ~ descaminho: iludir, no todo ou em parte, 0 pagamento de direito ou imposto devido na entrada ou saida de mercadoria permitida Art, 337- = suprimir: eliminar; reduzir: diminuir Art. 339, CP: denunciagao caluniosa ~ atribuir a alguém |determinado} a pritica de um crime. No to- cante A contravened, vide art. 339, § 22, CP = imputacio de fato preciso e determinado sonegagao de contribuicao previdencidria ~ nao confundir com caltinia Art. 340, CP: falsa comunicacao de crime ou contravencao ~ o agente comunica falsamente a pratica de crime ou contraven- co, sem, no entanto, atribuir a terceiro determinado ~ diferenciar do crime do art. 339 do CP Art. 341, CP: autoacusagio falsa ~ nticleo do tipo: atribuir a si a autoria de crime inexistente ou praticado por terceito ~ pode haver concurso de crimes com o art. 339 do CP Art. 342, CP: falso testemunho ou falsa pericia = nticleo do tipo: “fazer afirmagao falsa", "negar’ ou "calar a ver- dade" |reticéncia) = crime de mao prépria = ver §§ 12 e 22 (retratagao como forma de extingaio da punibili- dade - art. 107, CP} ~ nao confundir com 0 crime do art. 188 do CP Art. 343, CP: suborno = se for contra perito, contador, tradutor ou intérprete oficial, haverd o crime do art. 333, CP, pois se tratam de funciondrios puiblicos ~ objeto material: dinheiro ou qualquer vantagem Art. 348, CP: favorecimento pessoal = ver pardgrafos, principalmente 0 22 Art. 349, CP: favorecimento real = nao confundir com art. 180 do CP Art. 350, CP: exercicio arbitrario ou abuso de poder: ~ diferenciar do crime de abuso de autoridade da Lei n, 4.898/65 Art. 355, CP: ler com atencdo; crime préprio Art. 357, CP: nao confundir com art. 332 do CP; crime formal I — PROCESSO PENAL: Nas questées discursivas de processo penal, deve o candidato priorizar os seguintes temas, no que condiz ao processo penal: * Inquérito policial: arts. 42 a 23 do Cédigo de Processo Penal © Acdo penal: arts. 24 a 68 do Cédigo de Processo Penal. © Procedimentos (ritos|: art. 394 e seguintes do Cédigo de Processo Penal. * Priséo: preventiva art. 312 e seguintes do Codigo de Proceso Penal}, tempordria (Lei n, 7.960/89); flagrante (art, 302 ¢ seguintes do Cédigo de Processo Penal). * Ages auténomas de impugnacdo: habeas corpus [art. 52, LXVIIL, CF e art. 647 e seguintes do Cédigo de Processo Penal); mandado de seguranga (art. 52, LXIX, CF e Lei n. 12.016/2010); revisao criminal (art. 621 e seguintes do Cédigo de Processo Penal). © Recursos: art. 382, art. 574 e seguintes do Cédigo de Processo Penal, arts. 102, Ie Ill, CF e 105, Ie Il, CF; arts, 82 e 83, Lei n. 9.099/95. Il — PECA PROCESSUAL: Para fins de confeceao da pega processual, o candidato deve ter, antes, uma breve nogao geral das varias fases do proceso, desde o recebimento da demtincia até a fase recursal, a fim de que possa identificar a fase em que se encontra 0 problema sugerido, pois, desta forma, teré como saber qual a medida a ser tomada; porém, indiscutivel, nesta parte, o conheci- mento acerca dos procedimentos elencados no art, 394 do Cédigo de Processo Penal suas etapas, para vislumbrar 0 pedido da questo. Apés, 0 candidato volta-se & aplicagao dos institutos de processo penal em espécie. Assim, nesta parte da prova, sugere-se que 0 candidato, du- rante seus estudos, utilize doutrina que indique modelos de pecas para fins de compreender sua estrutura, formatando sua peticdo de modo coerente e correto. Porém, lembre-se 0 candidato de que este deve procurat, ao maximo, fundamentar suas petigdes, seja na forma de defesa, memoriais ou recur- 808 com 0s dispositivos legais pertinentes, indicando-os ou, se for 0 caso, reproduzindo-os ao logo do corpo do texto, no qual, desta forma, demons- trara 0 conhecimento da legislacao penal e processual penal. ‘Tem-se cobrado nas provas a redaciio de pecas de resposta a acusacao, memoriais e recursos. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AVENA, Norberto Claudio Pancaro. Processo penal. Série Concursos Piblicos. 4. ed. Sao Paulo: Método, 2008. BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral e parte especial. 13. ed. Sao Paulo: Saraiva, 2008. BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal, 4. ed. Si0 Pau- lo: Saraiva, 2009. CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. 10. ed, Sao Paulo: Saraiva, 2006, v. 1, 1, Me IV. ____.. Curso de processo penal. 16. ed. Séo Paulo: Saraiva, 2009. JESUS, Damasio de. Coleedo de direito penal. 31. ed. So Paulo: Sarai- va, 2010, v. 1,2, 34, NUCCT, Guilherme de Souza. Crimes contra a dignidade sexual: comen- tarios a Lei n. 12.015, de 7 de agosto de 2009. Sao Paulo: Revista dos ‘Tribunais, 2009. Leis penais e processuais penais comentadas. 4. ed. Sao Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. PIERANGELI, José Henrique. Manual de direito penal. 2. ed. Sao Pau- lo: Revista dos Tribunais, 2007, v. 2. RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 11, ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. 13. ed. So Paulo: Saraiva, 2010. ZAPFARONI, Eugénio Raiil; PIERNAGELI, José Henrique. Manual de direito penal brasileiro. 7. ed. Sa0 Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, v. 1 PENAL leawietie @ (012010-Fey) jose da silva foi preso em flagrante pela policia militar quando transportava em seu carro grande quantidade de drogas. Levado pelos policais 8 dele- gacia de policia mais proxima, José telefonou para seu advogado, 0 qual requereu ao delegado que aguardasse sua chegada para lavraro flagrant Enquanto esperavam o advogado, o delegado de policia conversou informalmente com José, 0 qual confessou que pertencia a um grupo que se dedicava ao trafico de drogas ¢ declinou 0 nome de outras cinco pessoas que participavam desse grupo. Essa conversa foi gravada pelo delegada de polica, ‘Ands a chegada do advogado a delegacia, a autoridade policial permitiu que José da Silva se entrevistasse particularmente com seu advogado e, $6 entdo, procedeu a la- vratura do auto de priséo em flagrante, ocasiao em que José foi informado de seu direi- to de permanecer calado e foi formalmente interrogado pela autoridade policial. Duran- te o interrogatorio formal, assistido pelo advogado, José daSilva optou por permanecer calado, afitmando que s6 se manifestaria em jutzo. Com base na gravacdo contendo a confissao ¢ delacao de José, o Delegado de Policia, ‘em um dnico ato, determina que um de seus policiaisatue como agente infiltrado e requer, ainda, outras medidas cautelares investigativas para obter provas em face dos demais membros do grupo criminaso: 1. quebra de sigilo de dados telefonicos, autorizada pelo juiz competente; 2. busca e apreensdo, deferida pelo juiz competente, a qual logrou aprender grande quantidade de drogas e armas; 3. prisio preventiva dos cinco compar- sas de José da Silva, que estavam de posse das drogas e armas. Todas as provas coligidas na investigagio corroboraram as informagbes fornecidas por José em seu depoimento, Relatado 0 inquérito policial, o promotor de justiga denunciou todos os envelvidos por associacao para 0 trdfico de drogas (art. 35, Lei 11.343/2006), trafic ilicito de entorpe- centes (art. 33, Lei 11.343/2006) ¢ quadrilha armada (art. 288, pardgrafo tinico). Considerando tal narrativa, excluindo eventual pedido de aplicacao do instituto da delagdo premiada, indique quais as teses defensivas, no plano do direito material e processual, que podem ser arguidas a partir do enunciado acima, pela defesa de José Indique 0s dispositivos legais aplicaveis aos argumentos apresentados, © caso apresentado traz a tona o cometimento, em tese, por parte de José da Silva do crime de trafico de drogas, ora previsto no art. 33, caput, da Lei n, 11.343/2006. Assim sendo, a partir da hipétese indi- cada, temos a tecer as seguintes consideragdes, com base no indagado. O indiciado José da Silva, preso em flagrante, deve ter pela autoridade policial assegurados todos seus direitos constitucionais, dentre os quais aque- les expressamente previstos no art. 5°, LXII e LXI da CE Logo, tendo em vista que 0 ato do interrogatério policial é um ato formal, deve, desta forma, durante este ser observado todo regramento previsto para o interrogat6rio judicial, qual seja, aquele disciplinado nos arts. 185 a 196 do Codigo de Pro- cesso Penal. Portanto, uma vez derivando da prépria Carta Magna o direito de permanecer em siléncio do preso, o qual deve ser alertado pela autorida- de policial, bem como a previsao no texto do Cédigo de Processo Penal, em seu art. 186, a gravacdo feita pela autoridade em tela constitui ato ilegal, eis que malgrado o direito constitucional de permanecer em silén- cio do preso. Ainda, ha de frisar-se que esta *prova" obtida pela autorida- de policial esta eivada de vicio, portanto, ilicita, devendo, se for 0 caso, ser desentranhada dos autos do inquérito ou mesmo do processo, com fulcro no art, 5%, LVI, da CF cfc art. 157, caput, do CP. Além disso, tendo em vista que as demais “provas’ a que chegou a autoridade policial foram carreadas por meio desta que, originariamente ilfcita, teve o condo de contaminar a todas outras que dela sobrevieram, devendo, também, serem desentranhadas, até, se for 0 caso, por meio da interposicao de habeas corpus, com fundamento no art. 5%, LXVIII, da CF cle art. 647 e seguintes do Cédigo Proceso Penal. Observacdes complementares Neste tema, cita-se Fernando da Costa Tourinho Filho, que diz: "Nao 36 as provas obtidas ilicitamente sao proibidas (busca domiciliar em mandado judicial, escuta telef6nica sem autorizagao da autoridade judicidria competente, obtencdo de confissdes mediante toda sorte de violencia ete.), como também as denominadas ‘provas ilicitas por derivacio’. Mediante escuta telefOnica {prova ilicita), obtém-se infor- magdo do lugar em que se encontra o entorpecente, que, a seguir, é apreendido com todas as formalidades legais... Assim, a obtencao ilicita daquela informagdo se projeta sobre a diligéncia de busca e apreensdo, aparentemente legal, mareando-a, nela transfundindo 0 estigma da ilicitude penal." (Fernando da Costa Tourinho Filho. Pro- cesso penal. 31. ed, S40 Paulo: Saraiva, v. 3, p. 244.) Inobstante isso, a infiltragdo policial preconizada pele autoridade em tela nao produz efeitos legais, uma vez que o delegado de policia, como sendo agente ptiblico, esta atrelado a lei, consoante art, 5° da CF logo, nada pode fazer ao arrepio desta, sob pena de ter seu ato eivado de vicio, No caso, a infiltragao policial somente é permitida na hipdtese do crime de trafico de drogas, mediante autorizagdo ju- dicial, apés oitiva do parquet, conforme se depreende do insculpido no art. 53, 1, da Lei n. 11.343/2006, o que nao ocorreu in casu. £, ressalte-se, nfo pode haver concurso material ~ art. 69 do Cédigo Penal - entre os crimes de associagao para o trafico - art. 35 da Lei n. 11,343/2006 - e formagéio de quadrilha - art. 288 do CP -; sendo os delitos praticados pelos agentes somente voltados para a traficdnci portanto, equivocado 0 Ministério Paiblico na elaboracao da inicial acusatéria, Isto deve-se ao fato de que haveria bis in idem, ou seja, a ‘associagdo criminosa’ estaria sendo duplamente punida em tnico ato, com base em dois tipos penais diversos. No caso, diante do exposto conflito aparente de normas, aplica-se o principio da especialidade. ‘Cumpre-se, neste caso, colacionar jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal, in verbis: *..) Ill. Gravagao clandestina de ‘conversa informal! do indiciado com policiais, 8. Ilicitude decorrente - quando nao da evidéncia de estar o suspeito, na ocasido, ilegalmente preso ou da falta de prova idénea do seu assentimento a gravacao ambiental - de constituir, dita ‘conversa informal’, modalidade de ‘interrogatorio’ sub-repticio, o qual - além de realizar-se sem as formalidades legais do interrogatério no inquérito policial (Cédigo de Processo Penal, art. 62, V) -, se faz sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao siléncio. 4. O privilégio contra a autoincriminagao - nemo tenetur se detegere -, erigido em garantia fundamental pela Constituigao - além da inconstitucionalidade superveniente da parte final do art. 186 Co- digo de Processo Penal - importou compelir o inquiridor, na policia ou em juizo, ao dever de advertir o interrogado do seu direito ao silencio: a falta da adverténcia ~ e da sua documentago formal - faz ilfcita a prova que, contra si mesmo, forneca o indiciado ou acusado no inter- rogat6rio formal e, com mais razdo, em “conversa informal’ gravada, clandestinamente ou nao. IV, Escula gravada da comunicagao telef6- nica com terceiro, que conteria evidéncia de quadrilha que integrariam: ilicitude, nas circunstancias, com relacdo a ambos os interlocutores. 5. A hipotese nao configura a gravacio da conversa telefonica prépria por um dos interlocutores ~ cujo uso como prova o STE, em dadas circuns- tancias, tem julgado licito - mas, sim, escuta e gravaco por tercciro de comunicacao telefOnica alheia, ainda que com a ciéncia ou mesmo a cooperacao de um dos interlocutores: essa tiltima, dada a intervencao de terceiro, se compreende no Ambito da garantia constitucional do sigilo das comunicagdes telefOnicas e o seu registro s6 se admitira como prova, se realizada mediante prévia ¢ regular autorizaco judicial. 6. A prova obtida mediante a escuta gravada por terceiro de conversa tele- fonica alheia 6 patentemente ilfcita em relacdo ao interlocutor inscien- te da intromissao indevida, nao importando 0 contetido do didlogo assim captado. 7. A ilicitude da escuta e gravacao no autorizadas de conversa alheia nao aproveita, em principio, ao interlocutor que, cien- te, haja aquiescido na operacio; aproveita-the, no entanto, se, ilegal- mente preso na ocasiao, o seu aparente assentimento na empreitada policial, ainda que existente, nao seria vélido’. (14'T., HC 80949/RY, rel. Min. Sepilveda Pertence, j. 30-10-2001 —_ @® 002/2010-FGV) Gio, funcionsrio publico, ao fiscalizar determinado estabeleci- mento comercial exige vantagem indevida A qual delito corresponde o fato narrado: | ~se a vantagem exigida servir para que Caio deixe de cobrar tributo devido; Il=sea vantagem, advinda de cobranca de tributo que Caio sabia nao ser devida, for desviada para proveito de Caio? EE No caso, Caio, funcionario piblico, exigi fiscalizar determinado estabelecimento comercial para deixar de cobrar tributo devido. Assim agindo, temos a ressaltar que os crimes praticados por funcionérios piblicos, em raz4o da sua funcdo, contra a Administra- do Pablica séo denominados crimes funcionais e, no ambito do Cédigo Penal, estdo previstos, em regra, nos arts. 312 a 327. Logo, dentre os crimes funcionais, temos que 0 funcionario que exige a vantagem indevida ao diretamente para si vantagem indevida em razio da funcao comete o crime previsto no art. $16 do Cédigo Penal. Contudo, em face do prinefpio da especialidade, neste caso, sendo o agente funcionario piblico que exerca a fungao de fiscal de renda, haveré um tipo penal especifico, qual seja, art. 32, Tl, da Lei n, 8.137/90, ora denominado crime funcional contra a ordem tributaria, o que ocorre na situagao da primeira indagagao do problema. Jano tocante a outra hipdtese apresentada na situacdo acima, tem-se que Caio, funcionario piiblico, praticou o crime de excesso de exagao qualificado, previsto no art. 316, § 28, do Cédigo Penal, pois, neste caso, desviara em proveito proprio o que recebera do tributo advindo de co- branga em que o agente sabia nao ser devido pelo contribuinte. Assim, a tipificagdo correta é a acima explicitada. Ressalte-se, ainda, que esta nao se confunde com o crime do art. 312, caput, do Cédigo Penal, qual seja, peculato-apropriagdo, pois neste o agente pablico esté na posse licita do bem ptiblico ou particular, em razdo da fungao, ¢ dele se apropria, enquanto naquele o agente piblico esta na posse ilicita do bem de parti- cular, pois recebeu um valor de tributo {neste caso, é especttfico de tribu- to ou contribuigdo social) que sabia ser indevido e dele se apropriou ‘Observagdes complementares Cita-se neste contexto, Cezar Roberto Bitencourt, segundo o qual estes "seriam delicta in officio, ou seja, delicta propria, ou seja, daque- es que integram a fungo administrativa estatal’. (Cezar Roberto Bitencourt, Tratado de direilo penal: parte especial. 2. ed. Sao Paulo: Saraiva, v. 5, p. 3]. Ou, como diz Caper, "o fiscal de imposto de ren- da que exige indevida vantagem para nao cobrar o tributo pratica 0 crime previsto na legislacao especial e nao o delito de concuss4o em estudo’, (Fernando Capez. Curso de direito penal: parte especial. 4. ed. Sao Paulo: Saraiva, v. 3, p. 423). Ainda, nao se confundem os arts. 313, caput, e 316, § 2%, ambos do Cédigo Penal, neste caso, em razio do principio da especialidade. Como assevera Bitencourt, quanto a art. 316, § 22, CP, na obra acima elencada, p. 73, “trata-se de um tipo derivado, que 4 forma qualificada do crime de excesso de exacao, com 0 acréscimo de, nessa hipétese, 0 sujeito ativo ‘desviar', em proveito préprio ou de outrem, o produto indevidamente recebido em nome do Estado Co © (02/2010-F6v) Pedro, almejando a morte de José, conira ele efetua disparo de arma de fogo, acertando-o na regiao toraxica. José vem a falecer, entretanto, no em razio do disparo recebido, mas porque, com intencdo suicida, havia ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a agressdo, o que foi comprovado durante instrucao processuial. Ainda assim, Pedro foi pronunciado nos termos do previsto no artigo 121, caput, do Cédigo Penal Na condigao de Advogado de Pedro: 1—indique o recurso cabtvel; l= 0 prazo de interposigao; lil -a argumentacdo visando a melhoria da situacao juridica do defendido. Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos legais A situagao apresentada requer, em primeiro lugar, que mencione-se © recurso cabivel na espécie. Diante da natureza do delito imputado ao agente, qual seja, art. 121, caput, do Cédigo Penal, tem-se que o processo em comento tramite no Juri, 0 qual possui rito especial, ora previsto no art, 406 e seguintes do Codigo de Processo Penal, Logo, este rito post duas fases, sendo a primeira chamada de judicium accusationis, ¢ a segun- da denominada judicium causae. Portanto, ao encerrar a primeira fase, 0 magistrado pode prolatar quatro tipos de sentenga, quais sejam, sentenga de prontncia, com fulcro no art. 413 do Codigo de Processo Penal; sen- tenga de improntincia, prevista no art. 414 do Cédigo de Processo Penal; sentenca de absolvi¢do sumaria, consoante art. 415 do Cédigo de Proces- so Penal; ¢, por fim, sentenca de desclassificacao, nos termos do art. 419 do Cédigo de Processo Penal. Diante do apresentado, o magistrado pro- nunciou 0 réu; logo, desta decistio, caberd Recurso em Sentido Estrito, com fundamento no art, 581, IV, do Cédigo de Processo Penal. Caso 0 juiz impronunciasse o réu ou 0 absolvesse sumariamente, 0 re- curso cabivel seria a apelagao, com base no art. 416 do Cédigo de Processo Penal. No caso de desclassificagao, o recurso cabivel seria o Recurso em Sentido Estrito, porém com base no art. 581, II, do Cédigo de proceso Penal. Ainda, quanto ao prazo suscitado na questo, temos que, para fins de ajuizamento do Recurso em Sentido Estrito, o prazo legal é de 05 (cin- co) dias, com fundamento no art. 586 da lei processual penal. Como tese defensiva, em grau recursal, deve ser sustentado que, no caso, trata-se de um crime de homicidio na forma tentada, qual seja, art. 121, caput cic art. 14, II, do CP, e nao homicidio na forma consumada. Isso se deve ao fato de que o Cédigo Penal adotou, no tocante ao nexo de causalidade, a teoria da equivaléncia dos antecedentes causais, ou deno- minada teoria da conditio sine qua non, conforme preconiza o art. 13, Se- gunda Parte, do Cédigo Penal, que considera causa a aco ou omissio, sem a qual 0 resultado nao teria ocorrido. Assim, temos no Ambito do Direito Penal as causas absolutamente independentes, as quais podem dividir-se em preexistentes, concomitan- tes e supervenientes, além das causas relativamente independentes, as quais dividem-se em preexistentes, concomitantes e supervenientes. In casu, temos a incidéncia de uma causa preexistente absolutamente inde pendente, logo, resta resolvida pelo art. 13, caput, do Cédigo Penal, ou seja, o agente no respande pelo resultado final, j4 que ha rompimento deste nexo causal, no sendo a agdo do autor que deu causa ao resultado. Observagdes complementares Como ensina Damésio de Jesus, ‘Quando a causa é absolutamente independente da conduta do sujeito, 0 problema é resolvido pelo caput do art, 13: ha exclusio da causalidade decorrente da conduta’. (Damasio de Jesus. Direito penal: parte geral, 31. ed. S4o Paulo: Sarai- va, p. 294). Portanto, precisa ser sustentado no recurso que o agente deve responder por tentativa de homicidio simples, e no homicidio consumado, uma vez que a pena é abrandada no primeiro caso. ay @D (0272010-F6y aurctio, tentando detender-se da agressdo a faca perpetrada por Ber lo, saca de seu revélver eefetua um disparo contra o agressor. Entretant, 0 disparo efetuado por Aurétio, ao invés de acertar Berio, atinge Cornélio, que se encontrava muito préximo de Berilo. Em consequéncia do tro, Comeélio vem a falecer. Aurélio &acusado de homictdio. Na qualidade de advogado de Aurélia indiquea tese de defesa que melhor se adéqua 20 fato, Justifique sua resposta, No caso acima, a tese a ser sustentada é a de que Aurélio, ao defender-se de Berilo, o qual fora agredi-lo mediante uso de uma faca, sacou sua arma e acertou Cornélio, o qual estava préximo ao agressor, vindo este a falecer. Temos, antes de tudo, na espécie, 0 chamado erro na execugao, pre- visto no art. 73 do Cédigo Penal, também denominado aberractio ictus, ou seja, o agente pretendia acertar alguém e acaba por acertar terceiro, n&o a vitima que queria. Devera Aurélio responder penalmente como se ti- vesse acertado a vitima contra a qual pretendia encerrar sua aco, uma vez que citado artigo legal remete a solugao para o art. 20, § 3%, do Cédi- g0 Penal, o qual trata do erro sobre a pessoa. Logo, Aurélio deveré ser responsabilizado como se tivesse acertado Berilo, Assim agindo, estaria, entao, em legitima defesa, conforme art. 23, IL, do Cédigo Penal, uma vez que estava usando dos meios necessatios, de modo moderado, a fim de repelir atual e injusta agressio que estava sofrendo. Portanto, estd excluida a antijuridicidade do fato, nao havendo crime, ou seja, 0 fato é tipico de homicidio, mas nao ilicito. Observagdes complementares Como assevera Damésio, “Aberractio ictus significa aberracdo no ataque ou desvio do golpe. Ocorre quando o sujeito, pretendendo atingir uma pessoa, vem a ofender outra’, (Damésio de Jesus. Direito penal: parte geral, 31. ed. Sao Paulo: Saraiva, p. 362.) E, no tocante a0 erro sobre a pessoa (error in persona}, o citado autor exemplifica, para melhor compreensfo, na obra acima, p. 361, 0 seguinte: "O agente pretende cometer homicidio contra Pedro. Coloca-se de atalaia e, pressentindo a aproximagio de um vulto e supondo tratar-se da vitima vem a matar o préprio pai. Sobre o fato nao incide a agravan- te genérica prevista no art. 61, II, ¢, 12 figura (ter cometido o crime contra ascendente}', i ee @® (0212010-FEV) Lucas, processado em liberdade, foi condenado na 12 instancia & pena de 05 (cinco) anos em regime integralmente fechado, pelo crime de trafico de ddrogas, cometido em setembro de 2006, Interpds Recurso de Apelacao o qual foi parcal- mente provido, 0 Tribunal alterou apenas o dispositivo da sentena que fixava o regime em integralmente fechado para inicialmente fechado. Apds 0 transito em julgado, Lucas deu inicio a0 cumprimento de pena em 10 de fevereiro de 2009. 0 juizo da execucdo, em 10 de outubro de 2010, negou a progressao de regime sob 0 fundamento de que Lucas ainda nao havia cumprido 2/5 da pena, em que pese os demas requisitos tenham sido preenchidos Dante dos fatos e da deciséo acima exposta, sendo que sua intimagio, na condicao de Advogado de Lucas, ocorreu em 11,10,2010: |= indique o recurso cabivel. LU apresente a argumentagao adequada, indicando os respectivos dispositivos legas, ‘Na questao apresentada, Lucas foi condenado pelo crime de tréfi- co de drogas ao tempo de 5 {cinco} anos em regime integralmente fechado, em setembro de 2006. Uma vez apelado, o ‘Tribunal proveu parcialmente seu recurso, vindo por alterar 0 regime de cumprimento de pena para cialmente fechado. Transitado em julgado, dando inicio ao cumprimento da pena, ja em 10-2-2009, o juizo da execucdo, em 10-10-2010, negou-lhe o beneficio legal da progressdo de regime, sob o fundamento de que o réu nao havia cumprido 2/5 da pena, ainda que preenchidos os demais requisitos O recurso cabivel na espécie é 0 agravo em execucio, previsto no art. 197 da Lei n. 7.210/84, Lei de Execugao Penal. Quanto a argumentacdo recursal, tem-se que deve ser alegado que o crime de trafico de drogas ¢ equiparado a crime hediondo, consoante regra do art. 28, caput, da Lei n. 8.072/90. Em principio, este diploma legal re- grava que, no caso de crimes hediondos e assemelhados, 0 que € 0 caso, a pena deveria ser cumprida integralmente em regime fechado. Porém, em 23-2-2006, no julgamento do HC 82959, o Supremo Tribunal Federal julgou este dispositivo de vedacao de progressao de regime nos crimes hediondos como inconstitucional, dentre outras razdes, pela ofensa ao principio da individualizacdo da pena, preconizado no art. 5%, XLVI, da CE. Logo, ape- sar de ter corrido o julgamento em um caso concreto, o STP entendeu que esta decisio teria efeitos erga omnes, sendo, portanto, cabivel a progressio de regime, ainda que se tratasse de crime hediondo. O patamar, a partir, de entao, seria a regra geral do art. 112 da Lei de Execucdo Penal, qual seja, 1/6 de cumprimento e bom comportamento carcerério. Em 28-3-2007, tivemos 0 advento da Lei n. 11.464/2007, a qual alterow 0 § 1 do art. 22 da referida lei e disciplinou, a partir de entio, que caberia progressao de regime para os réus condenados por crimes hediondos assemelhados, mas ap6s o cumprimento de 2/5 da pena, se ndo reinciden- te, e de 3/5 da pena, se reincidente, como esté atualmente redigida. Logo, a situacdo ficou mais gravosa para 0 réu, pois, até entdo, o patamar a ser utilizado era de 1/6 de cumprimento da pena, mediante decisio do STE. Portanto, a Lei n. 11.464/2007 € denominada uma lex gravior, por con- seguinte, irretroativa, nos termos do art. 52, XL, da Constituigo Federal ¢ art. 22, pargrafo tinico, do Cédigo Penal, nfo valendo para fatos cometidos anteriormente a data de sua publicacao, Assim sendo, Lucas faz jus a pro- gressdo de regime, com base no art. 112 da Lei n. 7.210/84, ante os funda- mentos acima expostos, diante da irretroatividade da Lei n. 11.464/2007. Observacdes complementares Vale, assim, ressaltar a jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal para ilustrar a questo, no tocante a irretroatividade da lei: "Relativa- mente aos crimes hediondos e equiparados cometidos antes da vigén- cia da Lei n, 11.464/07, como no caso em aprego, a progressao de re- gime carcerario deve observar 0 requisito temporal previsto no artigo 112 da Lei de Execugdes Penais, aplicando-se, portanto, a lei mais be- néfica’. (1 T., HC 98679/SP, rel. Min. Dias Toffoli, j. 10-8-2010.) © (01/2010-cePsE} Fm 27/8/2009, na cidade de Goidnia ~ GO, 0 servidor pablico federal Lucas, matorista do Ministério da Saude, no exercicio de suas fungbes e no hord- rio de expediente, atropelou e matou Almir, na faixa de pedestres. Instaurado e conclul- do 0 inquérito policial, com regular tramitacao, foi o servidor denunciado pela pratica do crime de homicidio culpaso. Apés recebimento da dentincia, o feito transcorreu em. perfeita obediéncia aos comands legais ¢ resultou na condenagao de Lucas. 0 magistrado, ao proferir a sentenca penal condenatoria, fixou, desde logo, o valor minimo para a reparacdo dos danos causados pela infracao, considerando os prejuizos soltidos pelo ofendido ¢ devidamente comprovados no pracesso, nos expressos termos do art. 387, inciso IV, do Cédigo de Processo Penal (CPP). Inconformado, Lucas apelou, encontrando-se o recurso pendente de julgamento. Em face dessa situacao hipotetica, responda, com fundamento no atual disciplinamento do CPP, as seguintes indagacées. 0 valor ixado pelo juiz na sentenca penal condenatoria poderd ser objeto imedia- ‘to de execugao? —O valor fixado pelo juiz criminal impede que os herdeiros de Almir promovam a liquidacao do julgado para a apuracao do dano efetivamente sofrida? No caso, Lucas fora condenado por homicidio culposo de transito. No tocante a sentenca condenatéria, 0 Cédigo de Processo Penal, recente- mente atualizado, disciplina que o juiz, ao proferir este tipo de sentenca, forte no art. 387, IY, fixard valor minimo para reparagio dos danos causa- dos pela infrago, considerando os prejuizos sofridos pelo ofendido. Assim, trata-se, nesta situagio, de uma acio civil ex delicto prevista no art. 68 do Cédigo de Processo Penal, sendo que a execugdo dar-se-4 apés a sentenga condenatéria penal transitar em julgado, ex vi, art. 63, para- grafo tinico, do Cédigo Penal. Logo, totalmente cabivel a pretenséo eventual dos herdeiros de exe- cutar 0 valor minimo decidido na sentenga criminal, porquanto somente com 0 advento do transito em julgado da sentenga, ‘Ainda com base no dispositivo citado, qual seja, art. 63, parégrafo tinico, do Cédigo Penal, os herdeiros poderdo pleitear no juizo civel a liquidacao do dano efetivamente sofrido, sem prejuizo da execuedo do valor minimo ja citado na sentenga penal. ‘Observagies complementares Como diz Edilson Bonfim, °A agao civil ex delicto &, antes de tudo, acdo civel, sendo que, exceto pelo que diz. respeito aos dispositivos legais acima mencionados, sua relaco ao delito de natureza penal restringe-se ao fato de que um mesmo fato sera causa de pedir tanto perante 0 juizo penal quanto no juizo civel’. (Bdilson Mougenot Bon- fim, Curso de processo penal. 4, ed. Séo Paulo: Saraiva, p, 21 @ (01/2010-cEsPE) Na zona rural de determinado municipio, foram encontrados vinte e sete trabathadores rurais, entre os quais seis adolescenttes e uma crianca com dez, anos de idade, que, contratados para trabalhar na lavoura, eram submetidos ao regime diario de quinze horas de trabalho, em local insalubre, sem instalacGes sanitdras, alo- jados em galpao sem ventilacao, Todos estavam, hava trés meses, proibidos de deixar a fazenda, sob grave ameaca em face de dividas contratdas com o arrendatério das terras, decortentes do desloca- mento de cidade do interior do estado para o lacal de trabalho, ber como pela aquisi- G0 de produtos alimenticios, remédios e ferramentas no armazém existente na sede da fazenda, de propriedade do empregador. Os documentos pessoais dessas pessoas foram retidos pelo gerente da fazenda, permanecendo elas, todo o tempo, sob forte vigiancia~ de seis agentes de seguranga, que, sem 0 devido licenciamento de porte de arma, osten tavam armas de grosso calibre, algumas de uso restrito das Forgas Armadas Dois empregados que tentaram fugir foram brutalmente agredidos por todos os agen- tes de seguranca e sofreram lesdes de natureza gravissima, ficando incapacitados definiti- vamente para o trabalho. Nessa situacao hipotética, que crime(s) praticaram o arrendata- rio da fazenda, 0 gerente e 0s segurancas do im6vel rural? Fundamente sua resposta ‘Trata-se de caso vertente de varios crimes. Logo, para afirmar-se que uma pessoa cometeu um crime, sob uma concepeao tripartida deste conceito, em uma visao analitica, temos que crime é um FATO TIPICO, ANTIJURIDICO E CULPAVEL. Em primeiro, quanto ao arrendatario da fazenda, ao gerente e aos segurangas, estes encontram suas condutas ti- pificadas no art, 149, § 1%, Le Il, e § 28, I, do Cédigo Penal, qual seja, reduc&o a condigéo andloga a de escravo e sua forma qualificada, sendo 0 bem juridico tutelado. Além disso, todos os agentes acima indicados t8m tipificacaio de suas condutas no art. 288 do Cédigo Penal, qual seja, o crime de formagao de quadrilha. E, por fim, os segurangas encontram tipificacdo de suas con- dutas no art. 16, caput, da Lei n. 10.826/2003, qual seja, porte ilegal de arma de uso restrito, ¢ art. 129, § 22, I, do Cédigo Penal, qual seja, lesao corporal grave. Logo, sendo, em todos os casos, 0 fato tipico, antijuridico ou ilicito, pois nao esto acobertados por qualquer causa de exclusio de ilicitude, ¢ culpaveis, uma vez que os agentes nao esto acobertados por nenhuma causa de exclusio de culpabilidade, temos que ha crime por parte dos autores na disposigées acima elencadas. Observagdes complementares Como Capez, lembremos, ao comentar o tipo penal do art, 288 do CP. assevera: “exige-se que a quadrilha ou bando se retina para a pratica de crimes indeterminados" (Fernando Caper. Curso de direito penal: parte especial. 4, ed. Sao Paulo: Saraiva, v. 3, p. 255.) @D (o1/2010-cesPx A autoridade policial titular da delegacia de combate aos delitos contra 0 patrimdnio de determinado municipio instaurou inquérito para a apuracgo da pratica de crime contra certa comerciante local, que teve seu estabelecimento furtado hd quase oto anos. As investigacbes desenvalvem-se de forma lenta, pois viras diligen- as foram efetuadas em outras citcunscrigBes policiais da mesma comarca, razao pela qual 0 delegado responsavel pelo caso constantemente vale-se da expedicao de cartas precatoriase requisigdes para as autoridades policiais dessas unidades, a fim de cumprir 05 alos necessarios ao esclarecimento do delito. Em uma dessas diligéncias, houve demora de mais de um ano para promover a oi- tiva de apenas uma testemunhra, Apesar do tempo transcorrido, a policia ainda nao dispde de elementos capazes de identificara autoria do delito, 0 comerciante nao man- tinha, em seu estabelecimento, sistema de seguranca pessoal nem sistema eletrOnico de seguranga, nao dispondo, assim, de nenhuma prova da autoria dos fatos, ada a imi- niéncia do fim do prazo prescricional, o referido comerciante solicitou orientacao a profissional da advocacia, no intuit de tomar alguma providencia para a punicao dos

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