Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Efeito Da Rápida Austenitização Sobre As Propriedades Mecânicas de Um Aço SAE 1045
Efeito Da Rápida Austenitização Sobre As Propriedades Mecânicas de Um Aço SAE 1045
Resumo
Abstract
REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 58(1): 51-56, jan. mar. 2005
51
1. Introduo
A formao da austenita uma ocorrncia inevitvel durante os tratamentos
termomecnicos e soldagem dos aos.
O fenmeno de austenitizao tem sido
estudado por alguns pesquisadores, que
procuram desenvolver modelos para explicar a cintica de austenitizao no
aquecimento isotrmico e no isotrmico, a partir de uma dada microestrutura
ou de microestruturas dissimilares (perltica, martenstica, ferrtica, ferrita + perlita[1,2,3,4]).
A condio inicial da austenita determina o desenvolvimento da microestrutura final e, conseqentemente, das
propriedades mecnicas finais do ao.
Assim, o comportamento e as propriedades mecnicas dos aos dependem,
no somente da natureza da decomposio da austenita no resfriamento contnuo (a fase final do ao), mas tambm da
cintica de reaustenitizao, ou seja, se
a fase austentica homognea ou heterognea, e, ainda, de seu tamanho de
gro, da taxa de aquecimento, da presena de incluses no metlicas e da
distribuio das fases[1].
Para os aos C-Mn temperados e
revenidos, o estudo do efeito da rpida
austenitizao sobre as propriedades
mecnicas de grande interesse cientfico, devido aos poucos trabalhos encontrados na literatura, e tambm de grande
interesse tecnolgico, devido ao seu
potencial uso na fabricao de tubos
para prospeco[5].
Nesse trabalho, foi estudado o efeito da influncia da rpida austenitizao,
de diferentes temperaturas de austenitizao e de tempos de revenimento sobre
a microestrutura final e propriedades mecnicas, avaliadas pela medio de dureza Vickers e por ensaios de trao, de um
ao de SAE1045, temperado e revenido.
2. Procedimento
experimental
O ao SAE1045, fornecido pela GEOSOL, foi recebido na forma de barras
com seo retangular (5mmx10mm) e
52
comprimento de 50mm e tem sua composio bsica dada na Tabela 1. A microestrutura do ao como recebido constituda essencialmente de ferrita e perlita, com dureza Vickers de 175.
Nos tratamentos trmicos de austenitizao, tmpera e revenimento, utilizou-se um forno tubular com retorta de
quartzo, na posio vertical, com mdulo de controle de temperatura realizado
por um microcomputador e atmosfera
natural. O controle de temperatura foi
feito com o auxlio de um termopar inserido nas amostras, do tipo K, chromelalumel, de 1,5mm de dimetro, com isolamento mineral e revestimento de ao inoxidvel, e com a aquisio dos perfis trmicos de aquecimento e resfriamento.
3. Resultados e
discusso
3.1 Amostras como temperadas
A Figura 1 mostra as fotomicrografias em MEV das amostras austenitizadas a 900 e 950C e temperadas aps os
tempos de encharque de 0 e 1800s. As
Figuras 1(a) e 1(c) mostram que a microestrutura das amostras temperadas, ao
atingir a temperatura de austenitizao,
constituda de martensita refinada, devido ao pequeno crescimento dos gros
austenticos, com pequena frao volumtrica de ferrita poligonal, e ferrita acicular. A ferrita acicular e poligonal se
forma devido baixa temperabilidade
martenstica da austenita com pequeno
tamanho de gro. Nas Figuras 1(b) e (d),
observa-se que a microestrutura essencialmente martenstica e mais grosseira.
Mn
Si
Cr
Mo
Al
Ti
0,46
0,68
0,012
0,008
0,2
0,01
0,02
0,02
0,002
REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 58(1): 51-56, jan. mar. 2005
REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 58(1): 51-56, jan. mar. 2005
53
54
REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 58(1): 51-56, jan. mar. 2005
trabalho. O alto valor da razo de escoamento sugere que as amostras temperadas e revenidas tm uma baixa taxa de
encruamento[9].
A Figura 7 mostra o alongamento
percentual das amostras temperadas e
revenidas como uma funo do tempo
de revenimento, para todas as condies
de austenitizao. Verifica-se que o alongamento variou entre 24 e 29% e tem uma
tendncia de aumentar com o aumento
do tempo de revenimento, para todas as
condies de austenitizao. As amostras austenitizadas em 900 e 950C, em
um tempo de encharque de 0s, e revenidas em 100 e 1800s a 600C, tm um alongamento percentual maior que o das
amostras austenitizadas com intervalos
de tempo de encharque maiores. Para as
amostras temperadas imediatamente
aps atingir a temperatura de austenitizao, a estrutura martenstica, oriunda
de gros austenticos pequenos, constituda de ripas muitos finas. Essa estrutura, quando revenida a 600C, sofre uma
rpida recuperao com a aniquilao
das discordncias geradas na transformao martenstica e uma estrutura de
gros fina e acicular desenvolvida[7,8].
Essa estrutura resulta nos valores maiores dos alongamentos percentuais.
A otimizao das propriedades mecnicas, ou seja, alta resistncia mecnica associada a uma alta ductilidade,
pode ser avaliada do produto do limite
de resistncia pelo alongamento percentual[9]. Esse produto, como uma funo
do tempo de encharque, para as duas
temperaturas de austenitizao, e os
dois tempos de revenimento so mostrados na Figura 8. Verifica-se que a otimizao das propriedades mecnicas
para o ao SAE1045 obtida com o tratamento trmico realizado a uma temperatura de austenitizao de 900C, tmpera imediatamente aps atingir esta
temperatura, e revenimento por 100s,
para a temperatura de revenimento utilizada de 600C.
4. Concluses
A microestrutura das amostras temperadas constituda, essencialmente,
de martensita, sendo que as amostras
austenitizadas a 900 e 950C e temperadas imediatamente ao atingir essas temperaturas, tm a microestrutura constituda de martensita refinada, devido ao
pequeno crescimento dos gros austenticos, com pequena frao volumtrica de ferrita poligonal e ferrita acicular.
REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 58(1): 51-56, jan. mar. 2005
55
5. Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq e
FAPEMIG pelo suporte financeiro a esse
trabalho.
6. Referncias
bibliogrficas
A nova maneira de
enviar um trabalho
para a REM
56
REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 58(1): 51-56, jan. mar. 2005