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MANUAL DE FORMULAÇÃO E

ANÁLISE DE INDICADORES DA
REDE EBSERH

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Tipo de documento Manual

Título do documento Manual de Formulação e Análise de Indicadores da Rede Ebserh

Elaboração Supervisão de Desempenho dos HUFs - SDHUF/CGR/VP

Revisão Coordenadoria de Gestão da Rede – CGR/VP

Emissão 19/07/2022

1
SUMÁRIO

QUAL É O PROPÓSITO DESTE MANUAL?........................................................................................ 2

O QUE SÃO INDICADORES? ............................................................................................................... 3

Conceito e finalidade .......................................................................................................................... 3


Atributos essenciais dos indicadores .................................................................................................. 4
Tipos de indicadores ........................................................................................................................... 5
COMO FORMULAR INDICADORES? ................................................................................................. 8

Formulação de indicadores ................................................................................................................ 8


10 erros comuns na formulação de indicadores ............................................................................... 13
COMO ANALISAR INDICADORES? ................................................................................................. 14

Comunicação dos resultados ............................................................................................................ 18


10 erros comuns na análise de indicadores ...................................................................................... 20
VAMOS APLICAR? ............................................................................................................................. 21

REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS ....................................................................................................... 28

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 37

1
QUAL É O PROPÓSITO DESTE MANUAL?

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério


da Educação (MEC), atua em duas das mais desafiadoras áreas do país, Educação e Saúde.
Com o propósito de “Ensinar para transformar o cuidar”, realiza atividades relevantes que
vão ao encontro do interesse público, de forma a proporcionar assistência humanizada,
resolutiva e de vanguarda com o melhor campo de prática para as Universidades Federais,
desenvolvendo ensino, pesquisa e gestão com sustentabilidade e transparência.
Ao longo dos anos a Empresa cresceu, com unidades geograficamente dispersas em todas
as regiões do Brasil, as quais, juntamente com a Administração Central, formam a Rede
Ebserh. Além do tamanho expressivo da Rede Ebserh, sua atuação na gestão de Hospitais
Universitários Federais (HUFs) impõe importante desafio: gerir a organização de maior
complexidade na sociedade moderna (hospital), tornando-a campo de prática para a
formação dos melhores profissionais e pesquisadores na área da saúde no país.
De modo a cumprir o papel da Rede Ebserh com excelência e responsabilidade, fica
evidente a importância de fomentar continuamente a cultura de planejamento e utilização
de indicadores para medir, acompanhar, melhorar diferentes realidades observadas e
alinhar ações coordenadas para o alcance dos objetivos pretendidos.
Nesse sentido, este Manual tem o propósito de disseminar a relevância dos indicadores,
enquanto ferramentas de gestão para a Rede Ebserh, fornecendo orientações práticas
sobre como elaborar, monitorar e analisar indicadores, bem como apresentar seus
atributos essenciais. Além disso, o Manual poderá nortear as ações dos profissionais
quanto ao acompanhamento de indicadores no seu dia a dia, proporcionando a otimização
dos processos.

“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define
o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”

(William Edwards Deming)

2
O QUE SÃO INDICADORES?

Conceito e finalidade

De acordo com o Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio - Corpo Comum


de Conhecimento (BPM CBOK, 2013), indicador é uma representação de forma simples
ou intuitiva de uma métrica ou medida para facilitar sua interpretação quando comparada
a uma referência ou alvo. A principal finalidade de um indicador é traduzir, de forma
mensurável ou descritível, um ou mais aspectos da realidade para possibilitar o seu
acompanhamento (BRASIL, 2018a).

Indicadores são compostos por componentes de dados ou informação a partir de uma base
matemática. Nessa linha, de acordo com o Guia Referencial para Medição de
Desempenho e Manual para Construção de Indicadores (BAHIA, 2021), os indicadores
apontam informações para controle, comunicação e melhoria da realidade observada e,
de forma prática, são importantes para conhecer as necessidades e expectativas de
determinados atores; facilitar o planejamento; mensurar os resultados; embasar a análise
crítica do desempenho; facilitar o processo de tomada de decisão; contribuir para a
melhoria contínua dos processos de trabalho; entre outros.

É importante citar que a gestão por indicadores envolve quatro etapas dentro de um ciclo
virtuoso, conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Ciclo PDSA da gestão por indicadores

PLANEJAR DESENVOLVER
Envolve a definição do
Envolve a coleta de dados para
objetivo pretendido, a
avaliação do indicador
formalização da ficha do
indicador e treinamento para
seu acompanhamento

AGIR ESTUDAR (STUDY)


Envolve a aplicação de Envolve a análise,
medidas preventivas e de apresentação e discussão do
contingência para garantir a
indicador
melhoria contínua do
indicador e da realidade
observada

Fonte: adaptado de Donnelly e Kirk (2015)

3
Atributos essenciais dos indicadores

Diferentes termos, referências, metas e outros requisitos podem ser considerados no


detalhamento dos indicadores. Por isso, os indicadores podem ser formulados de maneiras
diversas com o intuito de acompanhar uma mesma realidade.

Para qualificar o processo de seleção dos indicadores mais pertinentes e precisos ao


acompanhamento de determinada realidade, 17 atributos mínimos devem ser
considerados (ver Quadro 1 e o Apêndice A).

Quadro 1 - Atributos essenciais dos indicadores


Atributos Descrição

Acessibilidade O acesso às informações primárias, registro e manutenção


para o cálculo dos indicadores devem ser fáceis.
Auditabilidade/Rastreabilidade O indicador deve permitir a verificação das etapas de sua
obtenção, tratamento, formatação, difusão e interpretação.
Caráter experimental O indicador deve ser testado na prática antes de sua
implantação.
Clareza/ O indicador deve ser capaz de expressar sua mensagem de
Objetividade modo assertivo, transmitindo a informação de maneira
inteligível para seus usuários. Seu método de coleta e
processamento, bem como a fonte dos dados devem ser
confiáveis e o indicador deve ser inequívoco sobre o que
está sendo medido e quais dados estão sendo usados em
sua apuração.
Cobertura/Completude O indicador deve representar adequadamente a amplitude
e a diversidade de características do fenômeno
monitorado, resguardado o princípio da seletividade e da
simplicidade.
Comparabilidade Permite comparações ao longo do tempo e entre diferentes
objetos.
Confiabilidade A fonte de dados utilizada para o cálculo do indicador
deve ser confiável, de tal forma que diferentes avaliadores
possam chegar aos mesmos resultados.
Disponibilidade/ O cálculo do indicador deve ser fácil e rápido de modo
Tempestividade que a apuração deve estar disponível quando necessária,
em tempo para a tomada de decisão.
Economicidade As informações necessárias ao cálculo do indicador
devem ser coletadas e atualizadas a um custo razoável, ou
seja, a manutenção da base de dados não pode ser
dispendiosa para que o custo-benefício seja favorável.
Estabilidade O indicador deve incorporar variáveis e procedimentos
estáveis conceitualmente para permitir seu
acompanhamento ao longo do tempo.
Homogeneidade O indicador deve considerar variáveis homogêneas em
sua composição.
Independência O indicador deve medir os resultados atribuíveis às ações
que se quer monitorar, devendo ser evitados indicadores
que possam ser influenciados por fatores externos.
Representatividade O indicador deve captar as etapas mais importantes,
críticas e na fonte certa. Este atributo merece atenção, pois
indicadores muito representativos tendem a ser mais
difíceis de ser obtidos.
Seletividade O número de indicadores deve ser equilibrado e com foco
nos aspectos essenciais do que se quer monitorar.

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Atributos Descrição

Simplicidade/ O indicador deve ser de fácil compreensão e não envolver


Compreensão dificuldades de cálculo ou de uso.
Utilidade/Praticidade O indicador deve ser necessário e valioso para a tomada
de decisão no nível em que se aplica.
Validade O indicador deve refletir o fenômeno e a realidade
observada.
Fonte: Elaboração própria com base em Brasil (2000); Bittencourt (2004); Bonnefoy e Armijo (2005);
Bahia (2021)

Os indicadores devem ser úteis para a tomada de decisão e ter uma meta atrelada, de modo
que seu monitoramento permita o acompanhamento de sua evolução, bem como o
reconhecimento de oportunidades de melhoria.
Tipos de indicadores

A literatura oferece diversas maneiras de classificar os indicadores. As classificações


mencionadas nesta seção são apresentadas com o intuito de destacar os critérios
reconhecidos pela literatura e assim contribuir para o aperfeiçoamento da formulação dos
indicadores na Rede Ebserh.

O Manual de Indicadores do Plano Plurianual 2020-2023, elaborado pelo Ministério da


Economia, destaca dois métodos de classificação de indicadores, a saber: i) quanto ao
fluxo de implementação e classificação de indicadores; e ii) quanto ao desempenho.

De acordo com Bonnefoy e Armijo (2005), os indicadores podem ser classificados de


acordo com o fluxo de implementação nas diferentes fases do ciclo de implementação
de uma política pública, conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2 - Classificação dos indicadores com base no fluxo de implementação

1
INSUMO
Quantificam os recursos utilizados na produção dos
bens e serviços

PROCESSO

2 Medem o desempenho das atividades relacionadas


com a execução ou a forma como é realizado o trabalho
de produção dos bens e serviços

3
PRODUTO
Mostram, de forma quantitativa, os bens e serviços
produzidos e prestados

4
IMPACTO
Medem os efeitos a partir dos resultados pretendidos
pelas políticas e públicas

Fonte: Adaptado de Bonnefoy e Armijo (2005) e Brasil (2018a)

5
De acordo com Brasil (2000), os indicadores podem ser classificados com base no
desempenho para o alcance de determinado resultado, ou seja, com base no
“rendimento de um processo em termos de extrapolações de tempo, custo, capacidade e
qualidade” (BPM CBOK, 2013, p. 191).

Há quatro classificações de indicadores com base no critério desempenho, conforme


apresentado na Figura 3.

Figura 3 - Classificação dos indicadores com base no critério desempenho

ECONOMICIDADE

1 Mensuração dos gastos envolvidos na obtenção dos insumos necessários às ações que
produzirão os resultados planejados. Visa a minimizar custos sem comprometer os padrões de
qualidade estabelecidos e requer um sistema que estabeleça referenciais de comparação e
negociação.

EFICIÊNCIA

2
Essa medida visa a observar o emprego e utilização dos recursos alocados para gerar os produtos ou
resultados esperados. A ideia é medir o quanto se consegue produzir com os meios disponibilizados,
comparado com seus custos. Assim, a partir de um padrão ou referencial, a eficiência de um processo
será tanto maior quanto mais produtos forem entregues ou resultados obtidos com a mesma
quantidade de insumos, ou quando os mesmos produtos ou resultados forem obtidos com menor
quantidade de recursos.

3
EFICÁCIA
Aponta o grau de alcance das metas e objetivos planejados, ou seja, uma vez estabelecido o
referencial (linha de base) e as metas a serem alcançadas, avalia-se se estas foram atingidas ou
superadas.

EFETIVIDADE

4 Mensuração dos efeitos positivos ou negativos na realidade que sofreu a intervenção, ou seja,
apontamento de mudanças na situação socioeconômica, ambiental ou institucional decorrentes dos
resultados obtidos pela política, plano ou programa. Um programa pode ser eficaz, mas não efetivo,
caso não tenha transformado a realidade.

Fonte: Adaptado de Brasil (2018a, p. 17)

Considerando as possíveis classificações, é necessário observar ainda que existe


confluência entre os tipos de indicadores de ambos os critérios abordados.

De outra forma, tão importante quanto aquelas relacionadas aos critérios apresentados
anteriormente, os indicadores podem ser tipificados pelo nível hierárquico, ou seja,
podem ser classificados como indicadores de nível estratégico, tático ou operacional,
conforme a descrição na Figura 4.

6
Figura 4 - Classificação dos indicadores com base nos níveis hierárquicos

Estratégicos: respondem de forma


quantitativa ou qualitativa aos objetivos e /ou
projetos estratégicos da instituição e da
unidade.

Táticos: mensuram o desempenho dos


processos que compõem a cadeia de valor da
instituição ou da unidade.

Operacionais: monitoram as tarefas,


atividades e rotinas.

Fonte: Adaptado de Brasil (2021)

Na prática da Ebserh, além das tipologias abordadas anteriormente, amplamente


reconhecidas, falamos em dois tipos de indicadores com as seguintes conotações:
indicadores de desempenho que são mais focados na gestão do dia a dia dos processos;
e indicadores de resultado que são atrelados à transformação dos processos.

7
COMO FORMULAR INDICADORES?

Após apresentar os aspectos gerais dos indicadores, é hora de tratar de sua formulação.

Formulação de indicadores

O processo de formulação de indicadores deve passar por um conjunto de etapas para


estabelecer quais indicadores serão monitorados e suas respectivas metas, de acordo com
o que é apresentado na Figura 5.

Figura 5 - Ficha do processo formular indicadores

IDENTIFICAÇÃO DO OBJETIVO E DOS


FATORES CRÍTICOS PARA ALCANÇÁ-LO

IDENTIFICAR
indicadores potenciais e Normativos
indicadores já monitorados
vigentes

Normativos vigentes
IDENTIFICAR lacunas Plano Diretor Estratégico
Projetos

DEFINIR indicador Modelo de Ficha de Indicador


Manual de indicadores

DEFINIR meta

TESTAR o indicador Ficha do indicador

FORMALIZAR indicador Catálogo padronizado de indicadores


e meta

INDICADORES E METAS
DEFINIDOS

Adaptado de Brasil (2022)

Toda a definição de indicadores tem como pré-requisito a identificação do objetivo a ser


alcançado. É muito importante que haja alinhamento dos indicadores e metas com a
legislação aplicável à Rede Ebserh, aos objetivos institucionais e aos eixos de sua atuação.

8
Além disso, segundo a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ, 2019), é necessário
exercitar o pensamento sistêmico durante a formulação de indicadores, de modo que
exista correlação dos indicadores estratégicos com os demais indicadores da organização.

É fundamental verificar os fatores críticos para atingir o objetivo pretendido, etapa que
fomenta o levantamento dos potenciais indicadores. Nesse momento, precisamos estar
atentos para a quantidade de indicadores, a qual deve ser possível de gerenciar. A
quantidade de indicadores relativos a um objetivo pretendido não pode ser excessiva para
não prejudicar a construção fidedigna e o acompanhamento adequado de cada um
individualmente.

Com base em uma lista preliminar de indicadores, devemos verificar os indicadores já


monitorados; se existem indicadores determinados por leis e/ou regulamentos para
observar determinada realidade; se há evidências na literatura que indiquem o uso de
determinado indicador na observação de certas realidades; e se existem lacunas de
medição para contemplar o acompanhamento daquilo que foi identificado como crítico
para o alcance do objetivo pretendido com base nos normativos vigentes, planos
estratégicos, projetos e outros instrumentos.

A decisão sobre a periodicidade das medições pode determinar outras características. As


diferentes situações e tipos de indicadores podem requerer periodicidades de medições
diferentes.

Na sequência, os indicadores podem ser definidos, assim como suas metas, a fim de
estabelecer parâmetros atualizados para avaliar fidedignamente os resultados dos
indicadores.

Importante citar, que as metas dos indicadores devem ser construídas com
intencionalidade e, se possível ou necessário, de forma qualificada. Para a definição da
meta de um índice formado pelo atendimento de práticas de governança, é importante
entender quais práticas são avaliadas e quais práticas a instituição tem condições de
atender, considerando, para isso, as dificuldades a serem enfrentadas, tornando a meta
exequível e, ao mesmo tempo, desafiante.

Este Manual apresenta uma ferramenta que pode auxiliar os gestores na etapa de definição
de indicador, qual seja: a Ficha de Indicador1 (que será abordada na seção "Vamos
aplicar?"), um instrumento que facilita a delimitação dos indicadores e a padronização de
sua apuração com base em 17 requisitos capazes de melhorar a qualidade das métricas
baseados em Brasil (2018a) e Brasil (2018b), detalhados no Quadro 2.

A Ficha será a base do Catálogo de Indicadores, instrumento que ainda será implementado
após o estabelecimento dos fluxos e instâncias de aprovação local, de análise técnica e de
análise metodológica dos indicadores. O fluxo será testado, regulamentado em normativo
específico e sistematizado.

1
Faça aqui o download do modelo da Ficha de Indicador.

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Quadro 2 - Requisitos e orientações para a formulação de indicadores
Requisitos Orientações
Nome do indicador Escolha um nome que possibilite o entendimento da informação que será
disponibilizada. É importante identificar por escrito o tipo de medida.
Descrição e Esclareça o que está sendo medido, sua abrangência e sua relevância. Escolha um
justificativa indicador que permita dar visibilidade a uma situação, fazer comparações,
verificar mudanças ou tendências, de modo a ofertar informações significativas
para a condução da organização e a tomada de decisão nos diversos níveis de
gestão.
Periodicidade da Indique a frequência da realização da coleta do indicador (diário, semanal,
coleta mensal, trimestral, semestral, anual).
Periodicidade da Indique a frequência da realização da análise do indicador (diário, semanal,
análise mensal, trimestral, semestral, anual).
Responsável pela Indique o cargo/área do i) responsável pela coleta dos dados, ii) do responsável
coleta, pela pela validação e iii) do responsável pela análise do indicador.
validação e pela
análise
Forma de validação Descreva, quando aplicável, de que forma e em que momento é realizada a
checagem dos dados coletados, de modo a conferir conformidade ao indicador
apurado.
Fórmula Indique a fórmula que deverá ser utilizada para calcular o indicador.
Unidade de medida Descreva a unidade de medida (procedimentos, eventos, empregados, dias, horas,
dentre outras) e como está sendo tratada (n°, %, ‰ – por mil – índice, razão). A
unidade de medida utilizada deverá ser escolhida com cautela, considerando as
possíveis análises acerca do indicador.
Meta Conceitualmente, meta é o objetivo quantificado que evidencia o que se pretende
alcançar. Considerando os 05 (cinco) atributos clássicos da literatura
(RIETBERGEN. BLOK, 2010), uma meta deve ser SMART: específica
(specific), de modo a denotar exatamente o que se pretende alcançar; mensurável
para que apresente numericamente o resultado esperado; factível (achievable), a
fim de evitar frustrações; relevante, para que seja tratada como prioridade e que
todos os esforços para o alcance sejam bem empregados; e temporal, ou seja, que
traga consigo o tempo necessário para o alcance dos objetivos. Para que todos os
atributos sejam sempre preservados, é essencial que a meta seja periodicamente
visitada e calibrada. Também se recomenda o planejamento de melhorias com a
estratificação da meta ao longo do tempo, apresentando a tendência esperada para
o indicador.
Limite Defina, quando aplicável, uma tolerância de variação em relação à meta que
represente o espaço de oscilação admissível para o indicador, ou seja, o ponto que
não deve ser ultrapassado. Para estabelecer o limite deve ser utilizado um ou mais
dos seguintes referenciais: média da série histórica, literatura, legislação,
benchmarking ou estratégia da Ebserh. O limite não é aplicável para os casos em
que a meta é “entre faixas”.
Polaridade Indique a direção correta da evolução dos indicadores de modo a identificar se os
resultados apresentados são bons ou passíveis de melhoria, conforme informação
a seguir: “maior, melhor”; “menor, melhor”; e “entre faixas” (o indicador está
bom quando seu resultado se apresenta dentro de um intervalo estabelecido).
Parâmetros Descreva as informações das melhores práticas e resultados para o indicador e,
caso possível, acompanhando dados estatísticos. Assim, será possível visualizar
o horizonte de melhorias e realizar comparações internas e externas. É
fundamental observar os parâmetros estatísticos estabelecidos ou recomendados
em regulamentos ou na literatura científica.
Termos Descreva o significado de cada termo que compõe a fórmula do indicador de
modo a permitir sua replicabilidade.
Metodologia de Descreva o passo a passo da coleta e organização dos dados para gerar a
coleta e compilação informação pretendida. Os dados extraídos de sistemas deverão conter
detalhadamente os parâmetros de extração.
Limitações e vieses Aborde os fatores que restringem ou podem prejudicar a interpretação do
indicador, referentes tanto ao próprio conceito quanto às fontes utilizadas. Por

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Requisitos Orientações
exemplo, quando a composição do indicador depende de dados secundários, pode
ser que a indisponibilidade de alguns dados em determinado período torne o
indicador mais baixo do que o esperado e essa informação precisa estar expressa
nesse requisito. Isso é uma limitação e, ao mesmo tempo pode gerar um viés de
interpretação do indicador.
Fonte Indique a fonte dos dados que compõem o indicador, bem como as instruções
para acesso aos mesmos.
Referências Registre as referências bibliográficas do indicador e/ou dos termos que o compõe.
Fonte: Adaptado de Brasil (2018a); Brasil (2018b); e Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(HCPA)

A elaboração da Ficha de Indicador é parte fundamental no processo de planejamento do


indicador, por isso, orientamos elaborá-la criteriosamente.

A depender do indicador, antes de formalizá-lo, pode ser necessário testá-lo, medindo em


grupos de casos e controles para avaliar a sensibilidade, especificidade e o valor preditivo.

A periodicidade de análise de um indicador deve ser definida ainda na fase de sua


formulação. É fundamental definir com que frequência o indicador deverá ser coletado e
a frequência de análise, sendo que esta pode ser menos recorrente do que a coleta. O
objetivo que se deseja alcançar tem relação direta com essa definição.

Além disso, é importante planejar a melhoria do resultado do indicador, uma das etapas
mais importantes da gestão por indicadores, porque é, de fato, o que produzirá efeitos na
realidade observada.

Para o atingimento das metas, o gestor pode lançar mão de algumas ferramentas de
administração para verificação de causas e consequências, planejamento, priorização de
ações, avaliação de riscos, entre outros. Nesse diapasão, a Ebserh já utiliza a agenda de
melhorias, o plano de implantação de melhorias e o Kanban, sendo este mais operacional.

Tipos de medidas

Nesta seção, serão abordados alguns exemplos de tipos de medidas adequados para os
indicadores com base em Merchan-Hamann, Tauil e Costa (2000, pgs. 275 a 281) e na
página sobre Avaliação em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), conforme segue:

• Chance: razão entre duas probabilidades. Exemplo:

Queda no leito sem grade em relação ao leito com grade


Grupo Queda Não queda
Leito sem grade 17 114
Leito com grade 2 159

17 A chance de queda no leito sem


( )
114 grade é 11 vezes maior do que no
2 =11,85
( ) leito com grade
159

• Coeficientes: no caso de eventos ligados a saúde-doença, coeficientes são


medidas do tipo proporção em que, normalmente, os eventos do numerador

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representam um risco de ocorrência em relação ao denominador. Tais eventos
podem ser detectados em perspectivas diferentes:

1. Prevalência: número de casos existentes de um evento de interesse, por


exemplo uma doença, independentemente de serem casos novos ou
antigos, em uma população em um determinado período. Exemplo: a
prevalência de cobertura vacinal corresponde à proporção da população-
alvo que está imunizada em um dado momento. Exemplo de fórmula:

nº de casos da doença A no local B no período C


nº de pessoas expostas ao risco de contrair a doença A no local B no período C

Fonte: Laurenti et al. (1987)

2. Incidência: número de casos novos de um evento de interesse, por exemplo


uma doença, em uma população em um determinado período. Exemplo de
fórmula:

nº de novos casos da doença A no local B no período C


nº de pessoas expostas ao risco de contrair a doença A no local B no período C

Fonte: Laurenti et al. (1987)

• Proporção: medida na qual as unidades do numerador estão contidas no


denominador. Exemplo:

Intervenções farmacêuticas Dado coletado

nº de prescrições com intervenções x 100


nº de prescrições avaliadas Valor total

• Índice:
1. Relação em que o numerador e denominador expressam dimensões
distintas. Exemplo:

Hora-homem treinamento

Número total de horas de formação = 550 horas = 18,3h de treinamento por pessoa
Número total de colaboradores 30 colaboradores

2. Escala de pontuação que permite a soma de unidades de diversas


magnitudes e dimensões. Exemplos: índice resultante da Escala de
Glasgow (CGS), uma ferramenta utilizada para avaliar e calcular o nível
de consciência do paciente; o Indicador de Complexidade Estrutural (ICE)
e o Índice de Implantação do Programa Ebserh de Segurança do Paciente
da Ebserh.

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• Razão: expressa a relação entre duas magnitudes da mesma dimensão e natureza,
em que o numerador corresponde a uma categoria que exclui o denominador.
Exemplo:

Erros de medicação por quedas nas internações

Em 100 internações ocorreram 60 erros de medicação (EM) e 30 quedas (Q).


A razão entre eles é = 60/30 = 2
2 Erros de Medicação para 1 Queda
2:1

• Taxa: expressa a ocorrência de um dado evento incidente em termos da sua


tendência no tempo. Na visão da epidemiologia, é muito comum para a avaliação
de incidência, em que o numerador é constituído pelo total de casos incidentes em
um dado período e o denominador apresenta-se como uma medida composta que
inclui a dimensão do tempo. Exemplo: Taxa de Ocupação Hospitalar a ser
detalhada na seção “Vamos aplicar?”, mais adiante.

10 erros comuns na formulação de indicadores

É muito importante conhecer os principais erros envolvidos no processo de formulação


de indicadores. Dentre os mais comuns, podem ser citados os seguintes:

Figura 6 - 10 erros mais comuns na formulação de indicadores


Elaborar indicadores antes de definir os objetivos pretendidos

Não descrever suficientemente e nem adequadamente os indicadores

Não definir medidas de contingência para os possíveis resultados distantes da meta

Acompanhar indicadores que não sejam úteis ou de interesse da gestão

Definir indicadores sem metas e/ou limites

Não verificar a integridade dos dados que formam os indicadores

Não definir uma forma de validação dos dados que formam os indicadores

Estabelecer periodicidade de coleta insuficiente ou excessiva

Desconsiderar o custo-benefício da aferição dos indicadores

Definir indicadores em excesso, redundantes ou concorrentes


Fonte: Elaboração própria

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COMO ANALISAR INDICADORES?

Analisar indicadores não pode ser uma tarefa com fim em si mesma, ou seja, acompanhar
os indicadores deve indicar a necessidade de ações corretivas ou sinalizar que a realidade
observada está sob controle.

A forma como os indicadores devem ser analisados é resultado do seu processo de


formulação, especialmente da etapa de descrição do que está sendo medido.

Os indicadores sintetizam em números uma determinada realidade, mas esse aspecto


quantitativo deve ser complementado por análises e interpretações embasadas nos
requisitos que ajudaram a definir o indicador, levando-se em consideração ainda
mudanças de cenário, sazonalidades, outliers (observações que se encontram a uma
distância anormal de outros valores em uma amostra), entre outras condições que podem
gerar algum impacto.

Durante a análise de indicadores ocorrem dois processos, a saber: mensurar indicadores


e avaliar os resultados, conforme as macroatividades detalhadas nas Figuras 7 e 8.

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Figura 7 - Ficha do processo mensurar indicadores

INDICADORES E METAS
FORMULADOS

OBTER os dados que


Base de dados
compõem o indicador

CALCULAR indicador
Base de dados

Indicador calculado VALIDAR indicador Indicador validado

DISPONIBILIZAR
resultado

INDICADORES
MENSURADOS

Fonte: Adaptado de Brasil (2022)

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Figura 8 - Ficha do processo avaliar resultados

INDICADORES
MENSURADOS

COMPARAR resultado
Ficha de indicadores com os parâmetros e metas

ELABORAR
Relatório de
análise de
relatório
resultados

Relatório de
REPORTAR relatório Plano de melhorias
análise de
Plano de ação
resultados

RESULTADOS
AVALIADOS
Fonte: Adaptado de Brasil (2022)

Ressaltamos que avaliar resultados não é mesmo que monitorar/mensurar. Enquanto,


monitorar/mensurar tem o propósito de disponibilizar aos gestores informações simples
e tempestivas sobre determinada realidade (JANNUZZI et al., 2009, p. 124), avaliar
significa subsidiar os gestores com informações mais profundas, contextualizadas e
embasadas nos efeitos dos indicadores.

Por isso, é fundamental que os responsáveis pela coleta, análise e validação, definidos na
formalização dos indicadores, sejam preparados para executar essas atividades. Sob essa
perspectiva, a Ebserh promove capacitações para desenvolvimento de seus colaboradores
na gestão por indicadores.

A análise de indicadores deve ser bem executada para qualificar o processo decisório e,
de outra forma, haverá apenas dispêndio de recursos. Nesse momento, é fundamental que
seja observada a dinâmica dos indicadores no tempo e não apenas uma fotografia de
“antes e depois”, visto que uma análise estática pode levar a inferências equivocadas.
Uma análise inequívoca é crucial para a tomada de decisão e seus desdobramentos no

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curto, médio e longo prazo. Além disso, não se pode deixar de acompanhar os resultados
até que se confirme o alcance da meta de maneira sustentável.

Algumas ferramentas de resolução de problemas podem ser aplicadas para identificar


oportunidades de melhoria tais como o gráfico de controle e o diagrama de causa-e-efeito.

Uma das mais sofisticadas ferramentas para verificação do controle estatístico é o gráfico
de controle, uma representação gráfica de um indicador aferido, a partir de uma amostra
versus o número da amostra ou o tempo (MONTGOMERY, 2017).

O gráfico de controle contém uma linha central horizontal que, normalmente, representa
a média das observações; e duas linhas horizontais, chamadas de Limite Superior de
Controle (LSC), localizada três desvios-padrão acima da linha central, e Limite Inferior
de Controle (LIC), localizada três desvios padrão abaixo da linha central.

Gráficos de controle podem ser muito úteis para a analisar indicadores, podendo revelar
comportamentos não aleatórios (MONTEGOMERY, 2017).

A não-conformidade de um processo pode ser verificada por meio de algumas regras que
podem sugerir potencial causa especial que deva ser investigada, baseadas no Manual do
Controle Estatístico da Qualidade de 1956 da Western Electric. Um bom exemplo nesse
conjunto de regras é quando há uma ou mais observações fora do limite de controle
superior ou inferior (outliers), conforme ilustrado no Gráfico 1.

Gráfico 1 - Exemplo de gráfico de controle com causa especial com base na regra “um
ou mais pontos fora do limite de controle”
1,05
LSC
0,95

0,85

0,75

0,65 LIC
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
meses

Indicador Média

Fonte: Elaboração própria

Por isso, é muito importante que esse tipo de representação gráfica seja estruturado assim
que o indicador começar a ser coletado, incorporando novos dados de acordo com a
periodicidade de coleta. Esse instrumento permite avaliar com mais precisão as melhorias
necessárias em um processo seja para manter a gestão do dia a dia ou para transformá-lo,
além de demonstrar os efeitos das mudanças implementadas.

Ao se verificar a ocorrência de causa especial, por exemplo no gráfico de controle, é


importante que as causas sejam mapeadas.

Em situações em que as causas não são óbvias, o diagrama de causa-e-efeito é uma


ferramenta bastante útil, pois ajuda a identificar áreas problemáticas potenciais no
processo observado. Para construir um diagrama de causa-e-efeito, veja a Figura 9.

17
Figura 9 - Diagrama de causa-e-efeito
COMO CONSTRUIR UM DIAGRAMA DE CAUSA-E-EFEITO?

1. Definir o problema ou efeito a ser


analisado;
2. Formar a equipe para realizar a
análise, por exemplo, por meio de
brainstorming;
3. Desenhar a caixa de efeito e a
linha central;
4. Especificar as principais
categorias de causas potenciais
ligando-as à linha central;
5. Identificar as causas possíveis e
classificar nas categorias do passo
anterior;
6. Ordenar as causas para identificar
aquelas que parecem mais
prováveis de causar impacto sobre
o problema; e
7. Adotar ações corretivas.

Fonte: Adaptado de Montgomery (2017)

Comunicação dos resultados

A forma de comunicação dos resultados dos indicadores também é relevante. Para dar
transparência aos resultados, é importante definir uma estratégia de comunicação (ações,
canais, responsáveis, público-alvo e periodicidade de divulgação).

Segundo Pereira et al. (2018), a gestão à vista pode ser definida como uma maneira de
comunicação que é percebida por qualquer pessoa que a visualize. Tal prática de
compartilhamento de informações, que pode ser realizada por meio de quadros,
televisores, dispositivos móveis ou outros, promove tanto a cultura de avaliação no
ambiente de trabalho como incentiva os profissionais a se envolverem nos ciclos de
melhoria, auxiliando os gestores nas tomadas de decisões.

A comunicação dos resultados dos indicadores pode ser realizada por meio de relatórios2
periódicos, reuniões, painéis gerenciais – que devem ser mantidos atualizados e
disponíveis – avaliações externas, peças de comunicação, tais como banners, notícias, e-
mails, entre outros dispositivos. É muito importante apresentar o que foi feito, os
resultados obtidos e as respectivas análises, mantendo o envolvimento dos interessados
com o conteúdo apresentado, inspirando confiança e persuasão, usando uma técnica
denominada data storytelling3.

De acordo com Tom Davenport, “histórias com dados são mais interessantes do que
relatórios convencionais, porque nós já somos programados para aceitar e entender

2
É importante ressaltar que o relatório não é um documento que contém um simples agregado de
observações. Trata-se, na verdade, de uma forma de registrar se os resultados do indicador estão
caminhando a contento no sentido da meta pretendida ou se necessita de algum aprimoramento.
3
Um bom exemplo para ilustrar a aplicação do data storytelling é a ferramenta interativa “Como vai a
vida?” desenvolvida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O
Índice para uma Vida Melhor foi criado para comparar fatores centrais que contribuem para o bem-estar
nos países membros do OCDE.

18
melhor as histórias do que os números” (BRASIL, 2021, p. 35). Para contar histórias com
dados, algumas fases devem ser observadas, segundo Brasil (2021, pgs. 36-40):

• Entender o contexto: definir o público-alvo; verificar os conhecimentos e


habilidades do público-alvo; e descobrir as formas de apresentação mais eficientes
para esse público.

• Definir o visual: garantir que os resultados sejam facilmente absorvidos por seu
público-alvo, seja por meio de gráficos, mapas, quadros, tabelas, notas
explicativas, entre outros formatos visuais. Abordamos um pouco desse assunto
nos Gráficos 2 a 10, que mostram algumas formas de representação gráfica com
base em informações já utilizadas na Ebserh.

• Evitar saturação: evitar os elementos visuais que ocupam espaço, mas não
aumentam o entendimento. Nos gráficos, por exemplo, as dicas a seguir podem
ajudar: retirar a ênfase do título do gráfico; remover bordas e linhas de grade do
gráfico, quando possível; colocar as linhas e as legendas dos eixos x e y no
seguindo plano ou em cores neutras; entre outrs.

• Definir o foco: observar os elementos de atenção, pois o cérebro pode assimilar


rapidamente um destaque contido em um conjunto de informações. Esse destaque
é denominado atributo pré-atentivo e permite chamar a atenção para o que deve
ser visto. Veja a seguir um exemplo de aplicação do foco:

Suponha um indicador de consumo de um medicamento de alto custo e


perecibilidade para tratamento de uma doença infectocontagiosa, mensurado
ao longo de quatro anos, com coletas realizadas mensalmente e análises
trimestrais por um setor. Ao longo desses anos, a unidade responsável pela
coleta e validação dos dados do indicador verificou uma possível tendência de
queda no consumo do medicamento no 4º trimestre dos anos analisados. O
gráfico abaixo ilustra uma forma de destacar a tendência verificada para apoiar
os tomadores de decisão, por exemplo, a balancearem a aquisição do
medicamento para reduzir perdas.

• Eliminar distrações: cortar ou desenfatizar pode ser mais importante do que


incluir ou ressaltar.

• Criar uma arquitetura hierárquica de informações: subcategorias auxiliam o


público na interpretação dos dados organizando de forma hierárquica do conteúdo
apresentado.

19
• Simplificar: usar fontes de fácil leitura e comuns; usar linguagem simples; e
evitar preencher os espaços seja com informações ou mesmo aumentando o
tamanho da representação visual.

10 erros comuns na análise de indicadores

Considerando todo o contexto apresentado acerca da análise de indicadores, listamos a


seguir os erros mais comuns nessa etapa:

Figura 10 - 10 erros mais comuns na análise de indicadores

Não observar os requisitos definidos na Ficha de Indicador

Apresentar informações de maneira equivocada ou insuficiente

Não comunicar os resultados

Confundir monitoramento e avaliação de resultados de indicadores

Ignorar outliers ou não ajustar sazonalidades

Gerar sobrecarga de informações ou "lixo" gráfico

Não conferir a composição dos indicadores

Não revisar os indicadores e metas

Avaliar pontualmente e não considerar a estabilidade dos dados ou que tal medida é
de fato uma tendência e tomar como definitivo um dado pontual
Não aplicar medidas de contingência para quando há distanciamento da meta para a
direção incorreta

Fonte: Elaboração própria

20
VAMOS APLICAR?

Nesta seção, apresentamos dois exemplos de preenchimento do modelo da Ficha de


Indicador:

• Taxa de Ocupação Hospitalar (Figura 11); e

• Número de hospitais operando em situação de equilíbrio orçamentário (Figura 12).

Esses exemplos podem ser úteis para fixação do conteúdo deste Manual.

21
Figura 11 - Exemplo de aplicação da Ficha para indicador de desempenho com foco na gestão do dia a dia

NOME DO INDICADOR

Taxa de Ocupação Hospitalar (TOH)

DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA
Estima a utilização dos leitos ativos no hospital. Mede o perfil de utilização e a eficácia da gestão de leitos, a qual aumenta a oferta de leitos para o Sistema Único de
Saúde, se for realizada de forma eficiente. A taxa de ocupação hospitalar está relacionada ao intervalo de substituição e a média de permanência. Deve-se observar os
parâmetros instituídos pela Legislação vigente do SUS. O leito hospitalar deve ser visto como um recurso caro e complexo, por isso, a importância de sua utilização de
maneira racional e o desenvolvimento de melhorias são essenciais para uma eficaz utilização de recursos direcionados a manutenção de leitos e eficiência na prestação de
cuidados aos pacientes.

RESPONSÁVEL PELA COLETA RESPONSÁVEL PELA VALIDAÇÃO RESPONSÁVEL PELA ANÁLISE

Analista Administrativo/Unidade de Regulação Assistencial Chefe da Unidade de Regulação Assistencial Chefe do Setor de Regulação Assistencial

PERIODICIDADE DA COLETA PERIODICIDADE DA ANÁLISE


Diária Mensal
FORMA DE VALIDAÇÃO

A validação é realizada por meio contagens amostrais de checagem, realizadas por profissionais com acurácia nessas medições.

FÓRMULA UNIDADE DE MEDIDA META

(n° de pacientes-dia no período/ n° de leitos-dia no período) X 100 Percentual (%) 85% ao mês

LIMITE POLARIDADE
±5% Entre faixa

22
PARÂMETROS
Uma taxa de ocupação diária que não passa dos 60% pode indicar, por exemplo, que o hospital conta como uma estrutura além da necessária para aquele local. Já uma
taxa diária que costuma ultrapassar os 100% indica que o hospital está sempre dependendo de leitos extras, devendo então expandir o número de leitos disponíveis no
hospital. Esta situação oferece riscos à segurança do paciente. A literatura traz que uma taxa de ocupação ideal para um hospital geral, em média, gira em torno de 85%.

TERMOS

• Paciente-dia: unidade de medida que representa a assistência prestada a um paciente internado durante um dia hospitalar. O número de pacientes-dia corresponde
ao volume de pacientes que estão pernoitando no hospital a cada dia. O número de pacientes-dia será a somatória de pacientes-dia de cada dia no período
considerado. O dia da saída só será computado se a saída do paciente ocorrer no mesmo dia da Internação. Desconsiderar informações referentes a leitos de
Hospital Dia.
• Leitos-dia: unidade de medida que representa a disponibilidade de um leito hospitalar de internação por um dia hospitalar. O número de leitos-dia em determinado
período é a somatória de leitos-dia de cada dia no período considerado, incluindo os leitos bloqueados e excluindo os leitos extras.

METODOLOGIA DE COLETA E COMPILAÇÃO

Censo hospitalar diário

LIMITAÇÕES E VIESES

A alimentação do sistema ou a coleta dos dados do censo hospitalar deve estar fidedigna para que as informações de pacientes-dia e leitos-dia reflitam de forma precisa a
ocupação do leito hospitalar.

FONTE
A coleta do número de pacientes-dia e leitos-dia deve ser realizada utilizando o AGHU, quando disponível; ou por meio da realização do censo hospitalar diário.

23
REFERÊNCIAS

1. Brasil. Ministério da Saúde/Agência Nacional de Saúde Suplementar. Indicadores Hospitalares Essenciais. Taxa de Ocupação Operacional Geral [internet]. [acessado
em 27/02/2017]. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-EFI-01.pdf

2. Brasil. Ministério da Saúde. Padronização da nomenclatura do censo hospitalar. 2ª ed. 2.ed. revista. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 32p.

3. CQH. Compromisso com a Qualidade Hospitalar. 3º Caderno de Indicadores CQH-2009 / Programa CQH - São Paulo: APM/CREMESP, 2009. 92 p.

4. EBSERH: Manual de Conceitos e Nomenclaturas de Leitos Hospitalares; e

5. PRT. SAS/MS nº 312, de 2 de maio de 2002.

6. PRT. GM/MS nº 1631 de 01 de outubro de 2016

7. PRT GM/MS nº 3.410, de 30 de Dezembro de 2013.

8. PRT GM/MS nº 2.395, de 11 de Outubro de 2011.

Fonte: Elaboração própria

24
Figura 12 - Exemplo de aplicação da Ficha para indicador de resultado com foco na transformação do processo

NOME DO INDICADOR

Número de hospitais operando em situação de equilíbrio orçamentário

DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA
Este indicador é fundamental para o cumprimento dos dispositivos legais relativos à execução do orçamento público federal, bem como para a manutenção do equilíbrio
orçamentário e financeiro das contas da Empresa.

RESPONSÁVEL PELA COLETA RESPONSÁVEL PELA VALIDAÇÃO RESPONSÁVEL PELA ANÁLISE

Assessoria de Planejamento da Diretoria de Orçamento e Assessoria de Planejamento da Diretoria de Diretoria Executiva


Finanças Orçamento e Finanças

PERIODICIDADE DA COLETA PERIODICIDADE DA ANÁLISE


Mensal Anual

FORMA DE VALIDAÇÃO

No fechamento de cada mês é importante realizar a conciliação dos resultados extraídos do Tesouro Gerencial com a consulta direta dos saldos das contas no SIAFI,
apenas para verificar se não há erros estruturais no arquivo gerado pelo Tesouro Gerencial e/ou erros no carregamento dos dados no Painel de Informações. Considerando
que o registro das informações no SIAFI é realizado pelo usuário designado em cada UG para essa operação, foi emitido o Ofício-Circular - SEI nº 3/2019/DOF-EBSERH,
de 27 de maio de 2019, acerca dos procedimentos para o registro adequado.

25
FÓRMULA UNIDADE DE MEDIDA META

Σ de hospitais com saldo das Contas Contábeis de Credores Nacionais com Número absoluto de unidades 36 hospitais até o final do ano
Indicador de Superávit Financeiro Permanente ≅ 0
LIMITE POLARIDADE
40 Maior melhor
PARÂMETROS

O cenário ideal para fins de equilíbrio orçamentário e financeiro é que o saldo registrado nas Contas Contábeis de Credores Nacionais seja igual a zero, indicando que não
há passivos financeiros permanentes com impacto no superávit. Porém, o saldo dessas contas é dinâmico, podendo ocorrer que, no momento da apuração dos dados,
alguma unidade apresente saldo residual resultante de alguma intercorrência superveniente, que pode ser dirimida mediante a execução da despesa representada no passivo
permanente. Assim, mesmo que haja saldo registrado na conta, para monitoramento e avaliação das metas é prudente mensurar se o montante registrado é representativo
em relação ao volume de recursos de custeio movimentado pela unidade hospitalar no exercício. Caso não seja representativo, é muito provável que o saldo em questão
seja de fácil resolução e pode ser um rigor excessivo considerar descumprimento da meta por parte da unidade hospitalar envolvida.

TERMOS

Contas Contábeis de Credores Nacionais: as contas contábeis avaliadas para mensurar esse indicador são as contas patrimoniais “213110100 – FORNECEDORES
NACIONAIS” e “213110400 – CONTAS A PAGAR CREDORES NACIONAIS”, relacionadas no Plano de Contas Aplicado ao Setor Público;
Indicador de Superávit Financeiro: conforme artigos 43 e 105 da Lei nº 4.320/64, transcritos abaixo:
“Art. 43 [...]
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais
transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.”
“Art. 105 [...]
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.”

METODOLOGIA DE COLETA E COMPILAÇÃO

O indicador é composto a partir do saldo inscrito nas contas contábeis “213110100 – FORNECEDORES NACIONAIS” e “213110400 – CONTAS A PAGAR
CREDORES NACIONAIS” pelas Unidades Gestoras (UG) relativas aos hospitais vinculados à Ebserh. O registro nessas contas é realizado por cada UG no Sistema
Integrado de Administração Financeira – SIAFI. Para apuração, é extraído um único relatório consolidado em formato “.xlsx” (Microsoft Office Excel) a partir da
ferramenta “Tesouro Gerencial”, acessível com senha para usuários cadastrados no SIAFI. O relatório permite que os dados sejam lidos diretamente, sem necessidade de
consolidação. Porém, para facilitar a visualização, os dados são carregados no Painel de Informações Orçamentárias e Financeiras da DOF, disponível em
https://www.gov.br/ebserh/pt-br/acesso-a-informacao/receitas-e-despesas/painel-de-informacoes-orcamentarias-e-financeiras, na seção “Passivo sem Cobertura
Orçamentária”.

26
LIMITAÇÕES E VIESES
A correta representação do saldo nas Contas Contábeis de Credores Nacionais depende do registro adequado dessa informação no SIAFI por usuário cadastrado. Caso o
usuário não efetue o registro ou cometa algum erro no lançamento do dado na origem, pode ser uma tarefa difícil detectar esse erro. Para isso, a Ebserh emitiu, especialmente
no exercício de 2019, orientações quanto à importância de realizar esses lançamentos e da confiabilidade dos valores lançados.

FONTE
Sistema de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI e Tesouro Gerencial.

REFERÊNCIAS

1. Brasil. Ministério da Economia/Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. 8ª ed. Disponível em:
https://www.tesouro.fazenda.gov.br/mcasp
2. Brasil. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320compilado.htm

Fonte: Elaboração própria

27
REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS

GRÁFICO DE BARRAS Gráfico 2 - Execução por ação orçamentária

Ilustra comparações entre itens individuais. As categorias são


organizadas na vertical e os valores na horizontal para enfocar
valores de comparação e dar menos ênfase ao tempo. É R$ 508,1 Mi
bastante similar ao gráfico de colunas, mas gráficos em barras
são aconselhados quando é preciso trabalhar com rótulos
muito longos ou então os eixos utilizados estão relacionados R$ 290,3 Mi

Ações orçamentárias
ao tempo de duração de alguma experiência.

Veja um exemplo no Gráfico 2.


R$ 25 Mi

R$ 6,6 Mi

R$ 4,8 Mi

Valor empenhado (R$)


Fonte: Painel de Informações Orçamentárias e Financeiras da Diretoria de
Orçamento e Finanças (DOF). Acesso em 18 jun 2022

28
GRÁFICO DE COLUNAS Gráfico 3 - Valor negociado total por pregão na categoria Medicamentos
realizado no exercício de 2021
Mostra as alterações de dados em um período ou ilustra 100 Mi
comparações entre itens, mesmo com diferenças de valores

Valor negociado total (R$)


mínimas, de maneira clara e eficiente. As categorias são
organizadas na horizontal e os valores são distribuídos na 75 Mi
vertical, para enfatizar as variações ao longo do tempo.
50 Mi
Veja um exemplo no Gráfico 3.
25 Mi

0 Mi

Objetos dos pregões


Fonte: Painel de Indicadores da Diretoria de Administração e Infraestrutura. Acesso
em 23 dez 2021

29
GRÁFICO DE DISPERSÃO Gráfico 4 - Frequência de riscos por impacto e probabilidade na Rede Ebserh.

Representação de duas ou mais variáveis que são organizadas


em um gráfico, uma em função da outra, demonstrando a
correlação entre duas variáveis.

GRÁFICO DE BOLHAS

Variação de um gráfico de dispersão no qual os pontos de


dados são substituídos por bolhas, e uma dimensão adicional
dos dados é representada no tamanho das bolhas.

Veja um exemplo no Gráfico 4.

Fonte: Painel de Riscos da Ebserh. Acesso em: 23 dez 2021

30
GRÁFICO DE LINHAS Gráfico 5 - Valor das despesas empenhadas anualmente de pessoal, benefícios,
sentenças e residência por órgão
Utilizado para demonstrar evolução, tendências, mas sempre
R$ 6
com dados em intervalos equivalentes. É comum que no eixo R$ 5,48 R$ 5,48

Bilhões
horizontal seja informada a divisão do tempo e no eixo
R$ 5 R$ 4,56
vertical, os valores. As linhas desse tipo de gráfico são ideais
R$ 4,08
para representar várias séries, porém se você estiver R$ 3,72
R$ 4,14R$ 3,98 R$ 3,90 R$ 3,89
R$ 4 R$ 3,62
trabalhando com apenas uma, escolha um gráfico de barras R$ 3,42 R$ 4,04
R$ 3,20 R$ 3,17
ou colunas. EBSERH
R$ 3 R$ 2,60
Média
Veja um exemplo no Gráfico 5.
R$ 2 R$ 1,57

R$ 1
R$ 0,41
R$ 0,07
R$ 0
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Fonte: Painel de Informações Orçamentárias e Financeiras da DOF. Acesso em 22 jun


2022

31
GRÁFICO DE SETORES, CIRCULAR OU GRÁFICO Gráfico 6 - Despesas empenhadas por GND
DE PIZZA

Utilizado para representar a proporção de valores por


categoria a partir de um inteiro. É mais adequado para valores
percentuais, com poucas faixas e com valores distantes entre
si. Caso existam muitas faixas de pequeno valor, é muito
comum realizar um agrupamento na categoria “outros”.

Veja um exemplo no Gráfico 6.

Fonte: Painel de Informações Orçamentárias e Financeiras da DOF. Acesso em


22 dez 2021

32
GRÁFICO DE RADAR Gráfico 7 - Conformidade de atendimento de requisitos da qualidade por categoria

Usado para avaliar diferentes escolhas com


base em diversas variáveis, mostrando uma
ou mais variáveis em um gráfico
bidimensional, com um raio para cada
variável.

Veja um exemplo no Gráfico 7.

Fonte: Painel de Avaliação Interna de Qualidade. Acesso em: 22 dez 2021

33
GRÁFICO DE ÁREAS Gráfico 8 - Emendas por Grupo de Despesa de 2019 a 2022

É um gráfico de linhas, onde a área entre a R$ 150

Milhões
linha e o eixo é sombreada com uma cor.
Estes gráficos normalmente são utilizados
para representar os totais acumulados ao
longo do tempo e são a forma
convencional de exibir as linhas
empilhadas.
R$ 100 R$ 75,4

Veja um exemplo no Gráfico 8.


Investimento
Custeio

R$ 50

R$ 55,6 R$ 62,5
R$ 40,1

R$ 14,4

R$ 0 R$ 4,8 R$ 3,9 R$ 0,8


2019 2020 2021 2022

Fonte: Painel de Informações Orçamentárias e Financeiras da DOF. Acesso em 22 jun 2022

34
.

VELOCÍMETROS E TERMÔMETROS Gráfico 9 - Número de empregados e servidores, autorizados pela Sest e


dimensionamento da Ebserh
Não se classificam tecnicamente como um gráfico, mas são
um objeto visual muito utilizado, de fácil compreensão e de
grande apelo visual. Podem ser perfeitos para confrontar
simultaneamente informação quantitativa com informação
qualitativa.

Veja um exemplo no Gráfico 9.

Fonte: Painel de Informações Orçamentárias e Financeiras da DOF. Acesso em


23 dez 2021

35
MAPAS DE CORES OU DE ÁRVORES Gráfico 10 - Frequência de riscos por categoria

Representação visual de uma árvore de dados, organizando


objetos em uma estrutura hierárquica de principal-
secundário. Tem o poder visual avançado por suas cores e os
formatos demonstram de maneira rápida e simples os valores
e a importâncias no conjunto de valores em análise.

Veja um exemplo no Gráfico 10.

Fonte: Painel de Riscos da Ebserh. Acesso em: 23 dez 2021

36
REFERÊNCIAS

ALENCAR, J. R. B.; DE SOUZA JR, M B.; ROLIM NETO, P. J.; LOPES, C. E., 2004,
Uso de controle estatístico de processo (CEP) para validação de processo de
glibenclamida comprimidos. Revista Brasileira de Farmácia, n. 85, p. 115-119.

BAHIA, L. 2021, Guia Referencial para construção e análise de indicadores. Brasília:


Enap.

BONNEFOY, J. C.; ARMIJO, M. 2005, Indicadores de desempeño en el sector público.


Santiago do Chile: Instituto Latinoamericano y del Caribe de Planificación Económica y
Social – ILPES.

BITTENCOURT, F. M. R. 2004, Indicadores de desempenho como instrumentos de


auditoria e gestão, a partir da experiência do TCU. Revista do TCU, n. 102.

BPM CBOK. 2013, Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio – Corpo


Comum de Conhecimento. ABPMP CBOK V3.0.

BRASIL. Tribunal de Contas da União (TCU), 2000, Técnica de Auditoria: Indicadores


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https://portal.tcu.gov.br/biblioteca-digital/tecnica-de-auditoria-indicadores-de-
desempenho-e-mapa-de-produtos.htm.

_______. Ministério da Economia, 2018a, Guia Metodológico para Indicadores. Brasília:


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_______. Superior Tribunal de Justiça, 2018b, Construindo e gerenciando indicadores:


guia metodológico. Brasília: Superior Tribunal de Justiça, 48 p.

_______. Controladoria-Geral da União (CGU) - Secretária-Executiva (SE) - Diretoria


de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (DIPLAD), 2020, Guia para elaboração
de indicadores de desempenho de processos, 2020. Disponível em:
https://repositorio.cgu.gov.br/handle/1/66336. Acesso em: 05 jan 2022.

_______. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), 2021, Manual de


Diretrizes e Requisitos do Programa e Selo Ebserh de Qualidade. Disponível em:
https://www.gov.br/ebserh/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programa-e-
selo-ebserh-de-
qualidade/versao2domanual_de_diretrizes_e_requisitos_do_programa_e_selo_ebserh_d
e_qualidade_v2__final_2311_.pdf. Acesso em: 25 mar 2021.

_______. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), 2022, Cadeia de Valor.


Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/acesso-a-
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37
FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE (FNQ), 2019, Modelo de Excelência da
Gestão (MEG Saúde) - Instrumento de Avaliação da Maturidade da Gestão para
Organizações de Saúde. São Paulo: FNQ.

JANNUZZI, P., M., 2009, Indicadores sociais no Brasil. Conceitos, fontes de dados e
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KIRCHMER, M., 2019, Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócios – Corpo


Comum de Conhecimento. ABPMP BPM CBOK/ Mathias Kirchmer; Mark Scarsig;
Pater Frantz; trad. Valéria Mendonça de Albuquerque Mello; BPM CBOK Version 4.0.

MERCHAN-HAMANN, E.; TAUIL, P. L.; COSTA, M. P., 2000, Terminologia das


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Tradução: Ana Maria Lima de Farias e Vera Regina Lima de Farias e Flores. Rio de
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UCHOA, C. E., 2013, Elaboração de indicadores de desempenho institucional; desenho


e elaboração Coordenação Geral de Programas de Capacitação/DDG. Brasília:
ENAP/DDG.

38
APÊNDICE A. PERGUNTAS PARA AVALIAR A QUALIDADE DOS INDICADORES E PROMOVER MELHORIAS
ATRIBUTOS PERGUNTAS
Acessibilidade a) É fácil acessar as informações, registrar e manter o cálculo do indicador?
Auditabilidade/Rastreabilidade b) É possível percorrer e confirmar as etapas de obtenção, tratamento, formatação, difusão e interpretação do indicador?
Caráter experimental c) O indicador foi testado antes de ser implantado?

Clareza/ d) O indicador é claro?


Objetividade e) O método de coleta e processamento do indicador e sua fonte de dados são confiáveis?
Cobertura/Completude f) O indicador representa adequadamente a amplitude e a diversidade de características do fenômeno monitorado?
Comparabilidade g) O indicador permite comparações ao longo do tempo?
h) Os métodos de coleta e processamento do indicador são confiáveis?
Confiabilidade
i) A fonte de dados fornece o indicador com precisão e exatidão?

Disponibilidade/ j) É possível coletar os dados necessários para calcular o indicador em tempo para a tomada de decisão?
Tempestividade k) O indicador obtido é decorrente de informações atuais?
Economicidade l) A relação entre os custos de obtenção e os benefícios decorrentes do uso do indicador é favorável?
m) Uma série de medições do indicador permite monitoramentos e comparações coerentes, com mínima interferência de variáveis
Estabilidade
externas?
Homogeneidade n) Os dados aplicados na construção dos indicadores são homogêneos?
Independência o) Os indicadores são influenciados por fatores externos?
Representatividade p) O indicador representa fielmente o que se deseja medir?
Seletividade q) O indicador é equilibrado e com foco nos aspectos essenciais do que se quer monitorar?
Simplicidade/ Compreensão r) O público que irá ver e utilizar o indicador o entenderá facilmente?
Utilidade/Praticidade s) O indicador comunica a intenção do objetivo, demonstra o que a organização espera e, ainda, é útil aos tomadores de decisão?
Validade t) O indicador reflete o fenômeno a realidade observada?

Fontes: Brasil (2000); Bittencourt (2004); Bonnefoy e Armijo (2005); Uchoa (2013); Bahia (2021).

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