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ANÁLISE DE INDICADORES DA
REDE EBSERH
0
Tipo de documento Manual
Emissão 19/07/2022
1
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 37
1
QUAL É O PROPÓSITO DESTE MANUAL?
“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define
o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”
2
O QUE SÃO INDICADORES?
Conceito e finalidade
Indicadores são compostos por componentes de dados ou informação a partir de uma base
matemática. Nessa linha, de acordo com o Guia Referencial para Medição de
Desempenho e Manual para Construção de Indicadores (BAHIA, 2021), os indicadores
apontam informações para controle, comunicação e melhoria da realidade observada e,
de forma prática, são importantes para conhecer as necessidades e expectativas de
determinados atores; facilitar o planejamento; mensurar os resultados; embasar a análise
crítica do desempenho; facilitar o processo de tomada de decisão; contribuir para a
melhoria contínua dos processos de trabalho; entre outros.
É importante citar que a gestão por indicadores envolve quatro etapas dentro de um ciclo
virtuoso, conforme apresentado na Figura 1.
PLANEJAR DESENVOLVER
Envolve a definição do
Envolve a coleta de dados para
objetivo pretendido, a
avaliação do indicador
formalização da ficha do
indicador e treinamento para
seu acompanhamento
3
Atributos essenciais dos indicadores
4
Atributos Descrição
Os indicadores devem ser úteis para a tomada de decisão e ter uma meta atrelada, de modo
que seu monitoramento permita o acompanhamento de sua evolução, bem como o
reconhecimento de oportunidades de melhoria.
Tipos de indicadores
1
INSUMO
Quantificam os recursos utilizados na produção dos
bens e serviços
PROCESSO
3
PRODUTO
Mostram, de forma quantitativa, os bens e serviços
produzidos e prestados
4
IMPACTO
Medem os efeitos a partir dos resultados pretendidos
pelas políticas e públicas
5
De acordo com Brasil (2000), os indicadores podem ser classificados com base no
desempenho para o alcance de determinado resultado, ou seja, com base no
“rendimento de um processo em termos de extrapolações de tempo, custo, capacidade e
qualidade” (BPM CBOK, 2013, p. 191).
ECONOMICIDADE
1 Mensuração dos gastos envolvidos na obtenção dos insumos necessários às ações que
produzirão os resultados planejados. Visa a minimizar custos sem comprometer os padrões de
qualidade estabelecidos e requer um sistema que estabeleça referenciais de comparação e
negociação.
EFICIÊNCIA
2
Essa medida visa a observar o emprego e utilização dos recursos alocados para gerar os produtos ou
resultados esperados. A ideia é medir o quanto se consegue produzir com os meios disponibilizados,
comparado com seus custos. Assim, a partir de um padrão ou referencial, a eficiência de um processo
será tanto maior quanto mais produtos forem entregues ou resultados obtidos com a mesma
quantidade de insumos, ou quando os mesmos produtos ou resultados forem obtidos com menor
quantidade de recursos.
3
EFICÁCIA
Aponta o grau de alcance das metas e objetivos planejados, ou seja, uma vez estabelecido o
referencial (linha de base) e as metas a serem alcançadas, avalia-se se estas foram atingidas ou
superadas.
EFETIVIDADE
4 Mensuração dos efeitos positivos ou negativos na realidade que sofreu a intervenção, ou seja,
apontamento de mudanças na situação socioeconômica, ambiental ou institucional decorrentes dos
resultados obtidos pela política, plano ou programa. Um programa pode ser eficaz, mas não efetivo,
caso não tenha transformado a realidade.
De outra forma, tão importante quanto aquelas relacionadas aos critérios apresentados
anteriormente, os indicadores podem ser tipificados pelo nível hierárquico, ou seja,
podem ser classificados como indicadores de nível estratégico, tático ou operacional,
conforme a descrição na Figura 4.
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Figura 4 - Classificação dos indicadores com base nos níveis hierárquicos
7
COMO FORMULAR INDICADORES?
Após apresentar os aspectos gerais dos indicadores, é hora de tratar de sua formulação.
Formulação de indicadores
IDENTIFICAR
indicadores potenciais e Normativos
indicadores já monitorados
vigentes
Normativos vigentes
IDENTIFICAR lacunas Plano Diretor Estratégico
Projetos
DEFINIR meta
INDICADORES E METAS
DEFINIDOS
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Além disso, segundo a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ, 2019), é necessário
exercitar o pensamento sistêmico durante a formulação de indicadores, de modo que
exista correlação dos indicadores estratégicos com os demais indicadores da organização.
É fundamental verificar os fatores críticos para atingir o objetivo pretendido, etapa que
fomenta o levantamento dos potenciais indicadores. Nesse momento, precisamos estar
atentos para a quantidade de indicadores, a qual deve ser possível de gerenciar. A
quantidade de indicadores relativos a um objetivo pretendido não pode ser excessiva para
não prejudicar a construção fidedigna e o acompanhamento adequado de cada um
individualmente.
Na sequência, os indicadores podem ser definidos, assim como suas metas, a fim de
estabelecer parâmetros atualizados para avaliar fidedignamente os resultados dos
indicadores.
Importante citar, que as metas dos indicadores devem ser construídas com
intencionalidade e, se possível ou necessário, de forma qualificada. Para a definição da
meta de um índice formado pelo atendimento de práticas de governança, é importante
entender quais práticas são avaliadas e quais práticas a instituição tem condições de
atender, considerando, para isso, as dificuldades a serem enfrentadas, tornando a meta
exequível e, ao mesmo tempo, desafiante.
Este Manual apresenta uma ferramenta que pode auxiliar os gestores na etapa de definição
de indicador, qual seja: a Ficha de Indicador1 (que será abordada na seção "Vamos
aplicar?"), um instrumento que facilita a delimitação dos indicadores e a padronização de
sua apuração com base em 17 requisitos capazes de melhorar a qualidade das métricas
baseados em Brasil (2018a) e Brasil (2018b), detalhados no Quadro 2.
A Ficha será a base do Catálogo de Indicadores, instrumento que ainda será implementado
após o estabelecimento dos fluxos e instâncias de aprovação local, de análise técnica e de
análise metodológica dos indicadores. O fluxo será testado, regulamentado em normativo
específico e sistematizado.
1
Faça aqui o download do modelo da Ficha de Indicador.
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Quadro 2 - Requisitos e orientações para a formulação de indicadores
Requisitos Orientações
Nome do indicador Escolha um nome que possibilite o entendimento da informação que será
disponibilizada. É importante identificar por escrito o tipo de medida.
Descrição e Esclareça o que está sendo medido, sua abrangência e sua relevância. Escolha um
justificativa indicador que permita dar visibilidade a uma situação, fazer comparações,
verificar mudanças ou tendências, de modo a ofertar informações significativas
para a condução da organização e a tomada de decisão nos diversos níveis de
gestão.
Periodicidade da Indique a frequência da realização da coleta do indicador (diário, semanal,
coleta mensal, trimestral, semestral, anual).
Periodicidade da Indique a frequência da realização da análise do indicador (diário, semanal,
análise mensal, trimestral, semestral, anual).
Responsável pela Indique o cargo/área do i) responsável pela coleta dos dados, ii) do responsável
coleta, pela pela validação e iii) do responsável pela análise do indicador.
validação e pela
análise
Forma de validação Descreva, quando aplicável, de que forma e em que momento é realizada a
checagem dos dados coletados, de modo a conferir conformidade ao indicador
apurado.
Fórmula Indique a fórmula que deverá ser utilizada para calcular o indicador.
Unidade de medida Descreva a unidade de medida (procedimentos, eventos, empregados, dias, horas,
dentre outras) e como está sendo tratada (n°, %, ‰ – por mil – índice, razão). A
unidade de medida utilizada deverá ser escolhida com cautela, considerando as
possíveis análises acerca do indicador.
Meta Conceitualmente, meta é o objetivo quantificado que evidencia o que se pretende
alcançar. Considerando os 05 (cinco) atributos clássicos da literatura
(RIETBERGEN. BLOK, 2010), uma meta deve ser SMART: específica
(specific), de modo a denotar exatamente o que se pretende alcançar; mensurável
para que apresente numericamente o resultado esperado; factível (achievable), a
fim de evitar frustrações; relevante, para que seja tratada como prioridade e que
todos os esforços para o alcance sejam bem empregados; e temporal, ou seja, que
traga consigo o tempo necessário para o alcance dos objetivos. Para que todos os
atributos sejam sempre preservados, é essencial que a meta seja periodicamente
visitada e calibrada. Também se recomenda o planejamento de melhorias com a
estratificação da meta ao longo do tempo, apresentando a tendência esperada para
o indicador.
Limite Defina, quando aplicável, uma tolerância de variação em relação à meta que
represente o espaço de oscilação admissível para o indicador, ou seja, o ponto que
não deve ser ultrapassado. Para estabelecer o limite deve ser utilizado um ou mais
dos seguintes referenciais: média da série histórica, literatura, legislação,
benchmarking ou estratégia da Ebserh. O limite não é aplicável para os casos em
que a meta é “entre faixas”.
Polaridade Indique a direção correta da evolução dos indicadores de modo a identificar se os
resultados apresentados são bons ou passíveis de melhoria, conforme informação
a seguir: “maior, melhor”; “menor, melhor”; e “entre faixas” (o indicador está
bom quando seu resultado se apresenta dentro de um intervalo estabelecido).
Parâmetros Descreva as informações das melhores práticas e resultados para o indicador e,
caso possível, acompanhando dados estatísticos. Assim, será possível visualizar
o horizonte de melhorias e realizar comparações internas e externas. É
fundamental observar os parâmetros estatísticos estabelecidos ou recomendados
em regulamentos ou na literatura científica.
Termos Descreva o significado de cada termo que compõe a fórmula do indicador de
modo a permitir sua replicabilidade.
Metodologia de Descreva o passo a passo da coleta e organização dos dados para gerar a
coleta e compilação informação pretendida. Os dados extraídos de sistemas deverão conter
detalhadamente os parâmetros de extração.
Limitações e vieses Aborde os fatores que restringem ou podem prejudicar a interpretação do
indicador, referentes tanto ao próprio conceito quanto às fontes utilizadas. Por
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Requisitos Orientações
exemplo, quando a composição do indicador depende de dados secundários, pode
ser que a indisponibilidade de alguns dados em determinado período torne o
indicador mais baixo do que o esperado e essa informação precisa estar expressa
nesse requisito. Isso é uma limitação e, ao mesmo tempo pode gerar um viés de
interpretação do indicador.
Fonte Indique a fonte dos dados que compõem o indicador, bem como as instruções
para acesso aos mesmos.
Referências Registre as referências bibliográficas do indicador e/ou dos termos que o compõe.
Fonte: Adaptado de Brasil (2018a); Brasil (2018b); e Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(HCPA)
Além disso, é importante planejar a melhoria do resultado do indicador, uma das etapas
mais importantes da gestão por indicadores, porque é, de fato, o que produzirá efeitos na
realidade observada.
Para o atingimento das metas, o gestor pode lançar mão de algumas ferramentas de
administração para verificação de causas e consequências, planejamento, priorização de
ações, avaliação de riscos, entre outros. Nesse diapasão, a Ebserh já utiliza a agenda de
melhorias, o plano de implantação de melhorias e o Kanban, sendo este mais operacional.
Tipos de medidas
Nesta seção, serão abordados alguns exemplos de tipos de medidas adequados para os
indicadores com base em Merchan-Hamann, Tauil e Costa (2000, pgs. 275 a 281) e na
página sobre Avaliação em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), conforme segue:
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representam um risco de ocorrência em relação ao denominador. Tais eventos
podem ser detectados em perspectivas diferentes:
• Índice:
1. Relação em que o numerador e denominador expressam dimensões
distintas. Exemplo:
Hora-homem treinamento
Número total de horas de formação = 550 horas = 18,3h de treinamento por pessoa
Número total de colaboradores 30 colaboradores
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• Razão: expressa a relação entre duas magnitudes da mesma dimensão e natureza,
em que o numerador corresponde a uma categoria que exclui o denominador.
Exemplo:
Não definir uma forma de validação dos dados que formam os indicadores
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COMO ANALISAR INDICADORES?
Analisar indicadores não pode ser uma tarefa com fim em si mesma, ou seja, acompanhar
os indicadores deve indicar a necessidade de ações corretivas ou sinalizar que a realidade
observada está sob controle.
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Figura 7 - Ficha do processo mensurar indicadores
INDICADORES E METAS
FORMULADOS
CALCULAR indicador
Base de dados
DISPONIBILIZAR
resultado
INDICADORES
MENSURADOS
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Figura 8 - Ficha do processo avaliar resultados
INDICADORES
MENSURADOS
COMPARAR resultado
Ficha de indicadores com os parâmetros e metas
ELABORAR
Relatório de
análise de
relatório
resultados
Relatório de
REPORTAR relatório Plano de melhorias
análise de
Plano de ação
resultados
RESULTADOS
AVALIADOS
Fonte: Adaptado de Brasil (2022)
Por isso, é fundamental que os responsáveis pela coleta, análise e validação, definidos na
formalização dos indicadores, sejam preparados para executar essas atividades. Sob essa
perspectiva, a Ebserh promove capacitações para desenvolvimento de seus colaboradores
na gestão por indicadores.
A análise de indicadores deve ser bem executada para qualificar o processo decisório e,
de outra forma, haverá apenas dispêndio de recursos. Nesse momento, é fundamental que
seja observada a dinâmica dos indicadores no tempo e não apenas uma fotografia de
“antes e depois”, visto que uma análise estática pode levar a inferências equivocadas.
Uma análise inequívoca é crucial para a tomada de decisão e seus desdobramentos no
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curto, médio e longo prazo. Além disso, não se pode deixar de acompanhar os resultados
até que se confirme o alcance da meta de maneira sustentável.
Uma das mais sofisticadas ferramentas para verificação do controle estatístico é o gráfico
de controle, uma representação gráfica de um indicador aferido, a partir de uma amostra
versus o número da amostra ou o tempo (MONTGOMERY, 2017).
O gráfico de controle contém uma linha central horizontal que, normalmente, representa
a média das observações; e duas linhas horizontais, chamadas de Limite Superior de
Controle (LSC), localizada três desvios-padrão acima da linha central, e Limite Inferior
de Controle (LIC), localizada três desvios padrão abaixo da linha central.
Gráficos de controle podem ser muito úteis para a analisar indicadores, podendo revelar
comportamentos não aleatórios (MONTEGOMERY, 2017).
A não-conformidade de um processo pode ser verificada por meio de algumas regras que
podem sugerir potencial causa especial que deva ser investigada, baseadas no Manual do
Controle Estatístico da Qualidade de 1956 da Western Electric. Um bom exemplo nesse
conjunto de regras é quando há uma ou mais observações fora do limite de controle
superior ou inferior (outliers), conforme ilustrado no Gráfico 1.
Gráfico 1 - Exemplo de gráfico de controle com causa especial com base na regra “um
ou mais pontos fora do limite de controle”
1,05
LSC
0,95
0,85
0,75
0,65 LIC
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
meses
Indicador Média
Por isso, é muito importante que esse tipo de representação gráfica seja estruturado assim
que o indicador começar a ser coletado, incorporando novos dados de acordo com a
periodicidade de coleta. Esse instrumento permite avaliar com mais precisão as melhorias
necessárias em um processo seja para manter a gestão do dia a dia ou para transformá-lo,
além de demonstrar os efeitos das mudanças implementadas.
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Figura 9 - Diagrama de causa-e-efeito
COMO CONSTRUIR UM DIAGRAMA DE CAUSA-E-EFEITO?
A forma de comunicação dos resultados dos indicadores também é relevante. Para dar
transparência aos resultados, é importante definir uma estratégia de comunicação (ações,
canais, responsáveis, público-alvo e periodicidade de divulgação).
Segundo Pereira et al. (2018), a gestão à vista pode ser definida como uma maneira de
comunicação que é percebida por qualquer pessoa que a visualize. Tal prática de
compartilhamento de informações, que pode ser realizada por meio de quadros,
televisores, dispositivos móveis ou outros, promove tanto a cultura de avaliação no
ambiente de trabalho como incentiva os profissionais a se envolverem nos ciclos de
melhoria, auxiliando os gestores nas tomadas de decisões.
A comunicação dos resultados dos indicadores pode ser realizada por meio de relatórios2
periódicos, reuniões, painéis gerenciais – que devem ser mantidos atualizados e
disponíveis – avaliações externas, peças de comunicação, tais como banners, notícias, e-
mails, entre outros dispositivos. É muito importante apresentar o que foi feito, os
resultados obtidos e as respectivas análises, mantendo o envolvimento dos interessados
com o conteúdo apresentado, inspirando confiança e persuasão, usando uma técnica
denominada data storytelling3.
De acordo com Tom Davenport, “histórias com dados são mais interessantes do que
relatórios convencionais, porque nós já somos programados para aceitar e entender
2
É importante ressaltar que o relatório não é um documento que contém um simples agregado de
observações. Trata-se, na verdade, de uma forma de registrar se os resultados do indicador estão
caminhando a contento no sentido da meta pretendida ou se necessita de algum aprimoramento.
3
Um bom exemplo para ilustrar a aplicação do data storytelling é a ferramenta interativa “Como vai a
vida?” desenvolvida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O
Índice para uma Vida Melhor foi criado para comparar fatores centrais que contribuem para o bem-estar
nos países membros do OCDE.
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melhor as histórias do que os números” (BRASIL, 2021, p. 35). Para contar histórias com
dados, algumas fases devem ser observadas, segundo Brasil (2021, pgs. 36-40):
• Definir o visual: garantir que os resultados sejam facilmente absorvidos por seu
público-alvo, seja por meio de gráficos, mapas, quadros, tabelas, notas
explicativas, entre outros formatos visuais. Abordamos um pouco desse assunto
nos Gráficos 2 a 10, que mostram algumas formas de representação gráfica com
base em informações já utilizadas na Ebserh.
• Evitar saturação: evitar os elementos visuais que ocupam espaço, mas não
aumentam o entendimento. Nos gráficos, por exemplo, as dicas a seguir podem
ajudar: retirar a ênfase do título do gráfico; remover bordas e linhas de grade do
gráfico, quando possível; colocar as linhas e as legendas dos eixos x e y no
seguindo plano ou em cores neutras; entre outrs.
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• Simplificar: usar fontes de fácil leitura e comuns; usar linguagem simples; e
evitar preencher os espaços seja com informações ou mesmo aumentando o
tamanho da representação visual.
Avaliar pontualmente e não considerar a estabilidade dos dados ou que tal medida é
de fato uma tendência e tomar como definitivo um dado pontual
Não aplicar medidas de contingência para quando há distanciamento da meta para a
direção incorreta
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VAMOS APLICAR?
Esses exemplos podem ser úteis para fixação do conteúdo deste Manual.
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Figura 11 - Exemplo de aplicação da Ficha para indicador de desempenho com foco na gestão do dia a dia
NOME DO INDICADOR
DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA
Estima a utilização dos leitos ativos no hospital. Mede o perfil de utilização e a eficácia da gestão de leitos, a qual aumenta a oferta de leitos para o Sistema Único de
Saúde, se for realizada de forma eficiente. A taxa de ocupação hospitalar está relacionada ao intervalo de substituição e a média de permanência. Deve-se observar os
parâmetros instituídos pela Legislação vigente do SUS. O leito hospitalar deve ser visto como um recurso caro e complexo, por isso, a importância de sua utilização de
maneira racional e o desenvolvimento de melhorias são essenciais para uma eficaz utilização de recursos direcionados a manutenção de leitos e eficiência na prestação de
cuidados aos pacientes.
Analista Administrativo/Unidade de Regulação Assistencial Chefe da Unidade de Regulação Assistencial Chefe do Setor de Regulação Assistencial
A validação é realizada por meio contagens amostrais de checagem, realizadas por profissionais com acurácia nessas medições.
(n° de pacientes-dia no período/ n° de leitos-dia no período) X 100 Percentual (%) 85% ao mês
LIMITE POLARIDADE
±5% Entre faixa
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PARÂMETROS
Uma taxa de ocupação diária que não passa dos 60% pode indicar, por exemplo, que o hospital conta como uma estrutura além da necessária para aquele local. Já uma
taxa diária que costuma ultrapassar os 100% indica que o hospital está sempre dependendo de leitos extras, devendo então expandir o número de leitos disponíveis no
hospital. Esta situação oferece riscos à segurança do paciente. A literatura traz que uma taxa de ocupação ideal para um hospital geral, em média, gira em torno de 85%.
TERMOS
• Paciente-dia: unidade de medida que representa a assistência prestada a um paciente internado durante um dia hospitalar. O número de pacientes-dia corresponde
ao volume de pacientes que estão pernoitando no hospital a cada dia. O número de pacientes-dia será a somatória de pacientes-dia de cada dia no período
considerado. O dia da saída só será computado se a saída do paciente ocorrer no mesmo dia da Internação. Desconsiderar informações referentes a leitos de
Hospital Dia.
• Leitos-dia: unidade de medida que representa a disponibilidade de um leito hospitalar de internação por um dia hospitalar. O número de leitos-dia em determinado
período é a somatória de leitos-dia de cada dia no período considerado, incluindo os leitos bloqueados e excluindo os leitos extras.
LIMITAÇÕES E VIESES
A alimentação do sistema ou a coleta dos dados do censo hospitalar deve estar fidedigna para que as informações de pacientes-dia e leitos-dia reflitam de forma precisa a
ocupação do leito hospitalar.
FONTE
A coleta do número de pacientes-dia e leitos-dia deve ser realizada utilizando o AGHU, quando disponível; ou por meio da realização do censo hospitalar diário.
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REFERÊNCIAS
1. Brasil. Ministério da Saúde/Agência Nacional de Saúde Suplementar. Indicadores Hospitalares Essenciais. Taxa de Ocupação Operacional Geral [internet]. [acessado
em 27/02/2017]. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-EFI-01.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde. Padronização da nomenclatura do censo hospitalar. 2ª ed. 2.ed. revista. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 32p.
3. CQH. Compromisso com a Qualidade Hospitalar. 3º Caderno de Indicadores CQH-2009 / Programa CQH - São Paulo: APM/CREMESP, 2009. 92 p.
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Figura 12 - Exemplo de aplicação da Ficha para indicador de resultado com foco na transformação do processo
NOME DO INDICADOR
DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA
Este indicador é fundamental para o cumprimento dos dispositivos legais relativos à execução do orçamento público federal, bem como para a manutenção do equilíbrio
orçamentário e financeiro das contas da Empresa.
FORMA DE VALIDAÇÃO
No fechamento de cada mês é importante realizar a conciliação dos resultados extraídos do Tesouro Gerencial com a consulta direta dos saldos das contas no SIAFI,
apenas para verificar se não há erros estruturais no arquivo gerado pelo Tesouro Gerencial e/ou erros no carregamento dos dados no Painel de Informações. Considerando
que o registro das informações no SIAFI é realizado pelo usuário designado em cada UG para essa operação, foi emitido o Ofício-Circular - SEI nº 3/2019/DOF-EBSERH,
de 27 de maio de 2019, acerca dos procedimentos para o registro adequado.
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FÓRMULA UNIDADE DE MEDIDA META
Σ de hospitais com saldo das Contas Contábeis de Credores Nacionais com Número absoluto de unidades 36 hospitais até o final do ano
Indicador de Superávit Financeiro Permanente ≅ 0
LIMITE POLARIDADE
40 Maior melhor
PARÂMETROS
O cenário ideal para fins de equilíbrio orçamentário e financeiro é que o saldo registrado nas Contas Contábeis de Credores Nacionais seja igual a zero, indicando que não
há passivos financeiros permanentes com impacto no superávit. Porém, o saldo dessas contas é dinâmico, podendo ocorrer que, no momento da apuração dos dados,
alguma unidade apresente saldo residual resultante de alguma intercorrência superveniente, que pode ser dirimida mediante a execução da despesa representada no passivo
permanente. Assim, mesmo que haja saldo registrado na conta, para monitoramento e avaliação das metas é prudente mensurar se o montante registrado é representativo
em relação ao volume de recursos de custeio movimentado pela unidade hospitalar no exercício. Caso não seja representativo, é muito provável que o saldo em questão
seja de fácil resolução e pode ser um rigor excessivo considerar descumprimento da meta por parte da unidade hospitalar envolvida.
TERMOS
Contas Contábeis de Credores Nacionais: as contas contábeis avaliadas para mensurar esse indicador são as contas patrimoniais “213110100 – FORNECEDORES
NACIONAIS” e “213110400 – CONTAS A PAGAR CREDORES NACIONAIS”, relacionadas no Plano de Contas Aplicado ao Setor Público;
Indicador de Superávit Financeiro: conforme artigos 43 e 105 da Lei nº 4.320/64, transcritos abaixo:
“Art. 43 [...]
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais
transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.”
“Art. 105 [...]
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.”
O indicador é composto a partir do saldo inscrito nas contas contábeis “213110100 – FORNECEDORES NACIONAIS” e “213110400 – CONTAS A PAGAR
CREDORES NACIONAIS” pelas Unidades Gestoras (UG) relativas aos hospitais vinculados à Ebserh. O registro nessas contas é realizado por cada UG no Sistema
Integrado de Administração Financeira – SIAFI. Para apuração, é extraído um único relatório consolidado em formato “.xlsx” (Microsoft Office Excel) a partir da
ferramenta “Tesouro Gerencial”, acessível com senha para usuários cadastrados no SIAFI. O relatório permite que os dados sejam lidos diretamente, sem necessidade de
consolidação. Porém, para facilitar a visualização, os dados são carregados no Painel de Informações Orçamentárias e Financeiras da DOF, disponível em
https://www.gov.br/ebserh/pt-br/acesso-a-informacao/receitas-e-despesas/painel-de-informacoes-orcamentarias-e-financeiras, na seção “Passivo sem Cobertura
Orçamentária”.
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LIMITAÇÕES E VIESES
A correta representação do saldo nas Contas Contábeis de Credores Nacionais depende do registro adequado dessa informação no SIAFI por usuário cadastrado. Caso o
usuário não efetue o registro ou cometa algum erro no lançamento do dado na origem, pode ser uma tarefa difícil detectar esse erro. Para isso, a Ebserh emitiu, especialmente
no exercício de 2019, orientações quanto à importância de realizar esses lançamentos e da confiabilidade dos valores lançados.
FONTE
Sistema de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI e Tesouro Gerencial.
REFERÊNCIAS
1. Brasil. Ministério da Economia/Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. 8ª ed. Disponível em:
https://www.tesouro.fazenda.gov.br/mcasp
2. Brasil. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320compilado.htm
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REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS
Ações orçamentárias
ao tempo de duração de alguma experiência.
R$ 6,6 Mi
R$ 4,8 Mi
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GRÁFICO DE COLUNAS Gráfico 3 - Valor negociado total por pregão na categoria Medicamentos
realizado no exercício de 2021
Mostra as alterações de dados em um período ou ilustra 100 Mi
comparações entre itens, mesmo com diferenças de valores
0 Mi
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GRÁFICO DE DISPERSÃO Gráfico 4 - Frequência de riscos por impacto e probabilidade na Rede Ebserh.
GRÁFICO DE BOLHAS
30
GRÁFICO DE LINHAS Gráfico 5 - Valor das despesas empenhadas anualmente de pessoal, benefícios,
sentenças e residência por órgão
Utilizado para demonstrar evolução, tendências, mas sempre
R$ 6
com dados em intervalos equivalentes. É comum que no eixo R$ 5,48 R$ 5,48
Bilhões
horizontal seja informada a divisão do tempo e no eixo
R$ 5 R$ 4,56
vertical, os valores. As linhas desse tipo de gráfico são ideais
R$ 4,08
para representar várias séries, porém se você estiver R$ 3,72
R$ 4,14R$ 3,98 R$ 3,90 R$ 3,89
R$ 4 R$ 3,62
trabalhando com apenas uma, escolha um gráfico de barras R$ 3,42 R$ 4,04
R$ 3,20 R$ 3,17
ou colunas. EBSERH
R$ 3 R$ 2,60
Média
Veja um exemplo no Gráfico 5.
R$ 2 R$ 1,57
R$ 1
R$ 0,41
R$ 0,07
R$ 0
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
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GRÁFICO DE SETORES, CIRCULAR OU GRÁFICO Gráfico 6 - Despesas empenhadas por GND
DE PIZZA
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GRÁFICO DE RADAR Gráfico 7 - Conformidade de atendimento de requisitos da qualidade por categoria
33
GRÁFICO DE ÁREAS Gráfico 8 - Emendas por Grupo de Despesa de 2019 a 2022
Milhões
linha e o eixo é sombreada com uma cor.
Estes gráficos normalmente são utilizados
para representar os totais acumulados ao
longo do tempo e são a forma
convencional de exibir as linhas
empilhadas.
R$ 100 R$ 75,4
R$ 50
R$ 55,6 R$ 62,5
R$ 40,1
R$ 14,4
34
.
35
MAPAS DE CORES OU DE ÁRVORES Gráfico 10 - Frequência de riscos por categoria
36
REFERÊNCIAS
ALENCAR, J. R. B.; DE SOUZA JR, M B.; ROLIM NETO, P. J.; LOPES, C. E., 2004,
Uso de controle estatístico de processo (CEP) para validação de processo de
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APÊNDICE A. PERGUNTAS PARA AVALIAR A QUALIDADE DOS INDICADORES E PROMOVER MELHORIAS
ATRIBUTOS PERGUNTAS
Acessibilidade a) É fácil acessar as informações, registrar e manter o cálculo do indicador?
Auditabilidade/Rastreabilidade b) É possível percorrer e confirmar as etapas de obtenção, tratamento, formatação, difusão e interpretação do indicador?
Caráter experimental c) O indicador foi testado antes de ser implantado?
Disponibilidade/ j) É possível coletar os dados necessários para calcular o indicador em tempo para a tomada de decisão?
Tempestividade k) O indicador obtido é decorrente de informações atuais?
Economicidade l) A relação entre os custos de obtenção e os benefícios decorrentes do uso do indicador é favorável?
m) Uma série de medições do indicador permite monitoramentos e comparações coerentes, com mínima interferência de variáveis
Estabilidade
externas?
Homogeneidade n) Os dados aplicados na construção dos indicadores são homogêneos?
Independência o) Os indicadores são influenciados por fatores externos?
Representatividade p) O indicador representa fielmente o que se deseja medir?
Seletividade q) O indicador é equilibrado e com foco nos aspectos essenciais do que se quer monitorar?
Simplicidade/ Compreensão r) O público que irá ver e utilizar o indicador o entenderá facilmente?
Utilidade/Praticidade s) O indicador comunica a intenção do objetivo, demonstra o que a organização espera e, ainda, é útil aos tomadores de decisão?
Validade t) O indicador reflete o fenômeno a realidade observada?
Fontes: Brasil (2000); Bittencourt (2004); Bonnefoy e Armijo (2005); Uchoa (2013); Bahia (2021).
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