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Brasília, 20 de junho de 2010

PROVA – Resumo dos autores e sociólogos estudados até então

Diferenças entre Mills e Berger:

P. Berger afirmava que a sociologia é uma ciência incorreta, pois não é necessário transcorrer
todos os rituais de passagem, como casar ou virar militar, para que um indivíduo se torne bem
sucedido. A Sociologia não tem um propósito, um fim (pedagógico, moral, social),
diferentemente do Serviço Social, que constitui uma certa ação na sociedade. Segundo ele, “a
Sociologia não é uma ação social, e sim uma tentativa de compreensão. (...) Ela busca um ato
de percepção pura.” Já W. Mills afirmava que a sociologia é uma ciência crítica, apesar de ter o
mesmo pensamento de Berger sobre o propósito dela. Quanto ao objeto de estudo da
Sociologia, Berger definia como sendo a sociedade e suas inter-relações sociais o foco do
estudo dela. Mills, por sua vez, falava que o próprio objeto a ser estudado define a Sociologia.
Já no âmbito da metodologia utilizado por ambos, Weber defendia que como método
científico para estudo da sociologia é preciso disciplina, objetividade e técnicas científicas
como, por exemplo, a estatística que pode ser utilizada na resolução de problemas
sociológicos. Mills utilizava como método científico a idéia de “artesanato intelectual”, em
que consistiria a atividade do sociólogo. Tal artesanato permitiria tanto criar as condições para
o conhecimento da realidade, quanto liberar a imaginação sociológica de modo a torná-la
permeável a novas questões e possibilidades de resposta. Por fim, outra diferença existente
entre ambos está na definição de dois conceitos dos autores: consciência sociológica, de
Berger; e imaginação sociológica, de Mills. O primeiro consiste na capacidade de olhar uma
situação de pontos de vista de sistemas interpretativos antagônicos e dessa forma ampliar a
rota de descobertas acerca dessa atividade intelectual. O segundo conceito consiste em parte
considerável na capacidade de passar de uma perspectiva para outra, no sentido de se abstrair
de uma rotina da vida cotidiana e, nesse processo, consolidar uma visão adequada de uma
sociedade total e de seus componentes, passando a vê-los de forma diferenciada como de
costume, sendo essa imaginação o que distingue o cientista social do mero técnico.

Giddens:

Para A. Giddens, a Sociologia é o estudo da vida social humana, grupos e sociedade. Ele
enumera, em seu livro “Sociologia”, algumas formas em que ela se mostra útil na vida de um
indivíduo, como: obter consciência de diferenças culturais para que possamos olhar a
sociedade de diferentes pontos de vista; da avaliação dos efeitos das políticas para que haja
eficiência na execução de iniciativas políticas; e, por fim, da auto-conscientização para que
possamos influenciar o futuro pelo fato de sabermos o motivo e o modo como agimos e como
funciona a sociedade. Além de mencionar sobre as estruturas sociais – conceito que se refere
ao fato dos contextos sociais não consistirem apenas em acontecimentos, mas estarem
padronizados em estruturas de maneira diferente –, ele ainda disserta sobre os processos de
investigação sociológica.
Martins:

Traça uma cronologia que parte da idade moderna à contemporânea para explicar o
surgimento da sociologia. Começa pelo século XVIII, marco importante para o seu surgimento,
onde havia uma oposição entre os iluministas – primeiros a formar um grupo de filósofos que
procuravam transformar a sociedade – e conservadores, sendo que os últimos culpavam os
primeiros pelo desencadeamento do caos na sociedade e da Revolução Francesa de 1789.
Revolução essa que, juntamente com a Industrial, transformou o modo de organização da
sociedade, com o triunfo da indústria e advento do capitalismo, acarretando também a
desintegração de costumes e instituições até então existentes. Assim, a profundidade das
transformações colocava a sociedade num plano de análise, como um “problema” a ser
resolvido. Daí surge os primeiros pensadores chamados contratualistas, três de grande
destaque: Hobbes, Locke e Rousseau, que valorizavam o indivíduo em oposição ao social. O
positivismo, corrente de pensadores posterior aos contratualistas, se sobressai com dois
nomes de grande importância: Comte – criador da palavra “sociologia” – e Saint Simon, que
menciona o termo “fisiologia social”, comparando a sociedade a um organismo, onde é
necessário que cada parte deva estar em harmonia para que ela funcione direito, em
comparação análoga ao corpo humano. Isso acarreta duas conseqüências: o equilíbrio e a
mútua dependência. Ambos estavam preocupados com a ordem. Por fim, após os positivistas,
são os sociólogos clássicos que tomam lugar de destaque no campo de estudo da sociologia.
Entre eles estão Max Weber e Émile Durkheim. Nesse âmbito de transição e revoluções
existentes durante a época supramencionada, houve ainda o processo de despersonalização,
onde as pessoas passam a formar grupos e não mais viver como indivíduos separados e
juntamente com esse fenômeno, a diferenciação ocupacional, em que casa pessoa exerce um
papel na sociedade, aprofundando assim as relações de dependência entre elas.

Saint Simon

Via a sociedade como um organismo, onde se buscava o equilíbrio e a dependência entre as


partes e o todo. Afirmava que as leis universais poderiam ser comparadas com as leis da
natureza e que o objeto da sociologia é diferente das outras ciências como Biologia, Psicologia,
Filosofia etc.

Comte

Ele se inspirava na Física e pensava na sociedade como um modelo mecânico. Tinha como
objetivo estabelecer a ordem e analisar fatos observáveis. Proclamou também que os
fenômenos sociais são fatos naturais, submissos a leis naturais.

Durkheim

Tinha como objeto de estudo o fato social, definido por três características: externo ao
indivíduo, coercitivo e geral. Sua explicação sociológica é causal e funcional, ou seja, nem
todos os fenômenos sociais têm uma função, mas sim uma causa. Como metodologia de
estudo, considerava o fato social como uma coisa, onde as características externas são
observáveis.

Weber

Buscava entender e interpretar a sociologia como uma ação social e explicá-las em curso e
efeitos. Enunciava que a ação social é um comportamento humano com sentido voltado para
os outros, sendo sua única forma de entendimento através do indivíduo, diferentemente de
Durkheim, que defendia a Sociedade como único representante do sentido. É impossível para
a Sociologia criar regras, porque muitas concepções diferentes acabam anulando as regras.
Mas isso não quer dizer que seja possível criar modelos abstratos para entender a realidade.
Esses modelos foram chamados, por Weber, de tipo ideal: construção abstrata para pensar
sobre os valores mais importantes de determinada época e sobre as teorias de funcionamento
sociológico e a partir disso é possível fazer comparações. Na hipótese causal do sentido
voltado para os outros, ela pode incidir em seres individualizados, conhecidos, que incluem
qualquer relação interpessoal; ou na pluralidade indeterminada como, por exemplo, o
intercâmbio de dinheiro. O sentido pode se dar de duas formas: como tipo ideal e existente de
fato. Este, por sua vez, pode se subdividir em caso histórico concreto, dado pela utilização de
fatos históricos para compreender algum sentido na ação daquela época; e promédio numa
massa de dados, que é um conjunto de opiniões, correlaciona os dados para uma análise
causal. A ação social traz uma relação social, onde ocorre sentido recíproco (desejável ou
não), podendo ser de dois tipos: bilateral e unilateral. Existem quatro tipos de ação social:
racional com respeito afins, onde a ação racional é voltada para benefícios próprios

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