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——$$—________ ] | do 1008), - Ste Paula SP UGH FELH, 1966 ‘Semestral | | issn oros2o70 | 1. Ciéncias Sociais 2. Sociologia | - ae Road Esta revista estd indexada: indice Brasileiro de Ciéncias Sociais — IUPERJ-RJ al Political Sciences Absiracts International Bibliography of the Social, Sciences CD ROME SAMS — [eS iotatshe i eatallahinne dala asin aie emp “Nao'ha’pior inimigo do conhecimento que a terra firme RENATO JANINE RIBEIRO Para Ana Lifcia RESUMO: Neste artigo ertco 0 modo como se fazem teses em ciéncias socials no Brasil, com dependéncia excessiva da biblograta @ aplicagdo mecanica de algumas idéias na moda a todo tipo de corpus, mesmo aquele que tem riquezas ke que a teoria nao da ainda conta. Ocorrera um esvaziamente ds desejo del \pensar?/A Universidade nao deveria incentivar, nos alunos. 9 espirito de rise, ‘¢m vez do\anseio de acomodagae? Faco algumas sugestées nesta cirecao. m problema que, como leitor, constato com freqiiéncia nos trabalhos vq académicos em ciéncias humanas e sociais € sua timideze pequeno: alcance, Penso que isso esta ligado a um problema que vale a pena, ainda que em poucas piginas, levantar, O Brasil avangou muito, estes anos, em termos de produciio universita- tia. Ha cada vez mais teses, mais mestres, mais doutores. Mas nio estaremos assistindo a uma timidez muito grande no modo como os jovens pesquisadores abordam seus temas? E isso — perversamente—nio serd resultado, tamente desse avango, jd que ele insiste em metodologia, em formagao de base e em vairios outros elementos que tanto podem libertar quanto prender? Quero dizer ‘com isso: quando se fazem seminarios ou grupos de discussiio de ando se estudam os textos de referéncia, quando se conhece bem a bibliografia, isso tanto pode ajudar a liberar a reflexdo, quanto pode at jodelos ji constitui- dos. O primeiro papel € altamente positivo, e aplaudo-o. Ocorre quando se Item textos notiveis, que oferecem pistas novas. Voltarei aele, adiante, para acrescen- tar algumas observagées. Mas comego pelo segunda, a meu ver o que merece em parte, exa- a UNITERMOS: tases, bibliogratia, método, humanidades, Professor do Departa mento de Filosofia ca FFLCH - USP 189 RIBEIRO. nao rn. No hii pla de cnbecnenio qo ara iT Ss Uer3 A) 188188 malo de 98, eS Seas ‘maior tengo, porque nunca vejo, sequer, mencionado. ‘Tenho constatado, emmuitos trabalhos ditos de pesquisa, avers mecanicamente~ a um objeto oucorpus de estudo. Esse procedimento destro- Ga 05 melhores textos metodolégicos, eos melhores objetos de estudo. Foucault, Geertz e tantos outros assim so constituidos em chaves mestras para tratar de assuntos que podem, sem diivida, tera ver com o que eles trabalharam, mas cujo potencial inovador se vé destitufdo. O leitor sabe de que falo. Vezes sem conta, alguém pede — ou dé — _fSesahete lidar com tal ou qual tema. Estou longe de sugerir que ¢ trabalhe a partir do nada, que se prescinda do que o passado jd refletiu; mas quero observar algo a maisttalidemandas por parte do aluno, ou tal oferta, por parte do professor (¢ geralmente atendendo a uma solicitagao do estudante), Otema escolhido paraa pesquisa € dificil, digamos, e por vezes tentador; em suma (pelo menos em Humanas), os assuntos que escolhemos tém a ver com nosso desejo, o que explica que a. um s6 tempo nos atraiam e nos atemorizem. Mas ser corretol)— sobretudo, enriquecedor, esvaziar de pronto o temor, a dificuldade, ansiedade que um tema em nés suscita? Nao serd isso 0 que mais estd ocorrendo hoje, devido em boa medi- da as agéncias de financiamento & pesquisa, apressadas que esto elas em quantificar mais e mais teses defendidas; wn esvaziamento do desejo de pen- sar? Porque nio vejo razo, para alguém fazer uma pesquisa de verdade, que io seja omoralpensaf) a libido de conhecer. E, se € de amor ou desejo que se trata, deve gerar tudo 0 que o amor intenso suscita, de tremedeira até suor nas mios. O equivalente disso na drea de pesquisa é muito simples: 0 susto, ‘payor diante da novidade, Mas um pavor que desperte a vontade de inovar, em vez de levaro estudante a procurar terra firme, terreno conhecido. ‘Nao hd pior inimigo do conhecimento do que aterra firme. Ora, isto ~ significa, no que nos diz respeito, que devemos E claro que nao se espera de ninguém que - que nos precederam deram passos formidaveis, e ~ jeles nos devemos valer para avangar. Mas € preciso que cles sejam ajudas, ¢ no muletas. Um exemplo ésclarecera. Hé coisa de vinte anos, folheando 0 atélogo de uma (boa) editora brasileira, deparei com um livro que tratava, se no me engano, de antropologia ou sociologia religiosa. Como depois do titu- To da obra (que se referia a um caso preciso de nossa hist6ria ou vida social) estivesse transcrito 0 seu sumério, li este tiltimo—e nada tinha a ver como {itulo, O livro inteiro era uma discussio “com” (como se diz) alguns autores, sobretudo, se bem me lembro, Gramsci. O tema sequer tinha sido aflorado! Piedosamente, imagino que a pésquisa tena Semegado'pe plac © con utes ue OE ria récomelidado 20 pés- que defendesse; Corio mesirad eee. aan si} 20a verdadeaque oe 0 sei -em filosofia,’ “ei ditt ia; 2 eda te 6c Saotémined abalhg ‘€que sabemos corio‘ele funcionot:Eisso.vale até para a teses ou disserta- ‘s0es medfocres: porque, se alguém 36 consegue utilizar teorias alheias com uma desesperadofa falta de criatividade, parafraseando, repetindo etc., mes- ‘mo assim sempre realgard certos pontos da teoria imitada e deixaré outros de fora; e nisso estd sua; digamos-originalidade, ainda que fracd. Ora, se nunca um leitor repete exatamente o que leu, se hd sempre alguma diferenga entre 0 leitore 0 autor (ou entre o autor de uma tese e 0 autor citado em sua bibliogra- fia) mesmo quando o primeiro destes é desesperadoramente mediocre, 0 que 1ndo aconteceré quando ele tiver alguma qualidade? Seguramente poderd ter melhor nogao do que Ihe serviu mais, e do que Ihe serviu pouco ow nada, nos autores em quem se inspirou. Penso que este poderia se a em vez de redigir para atese moy geral- mente mal feito, de obras que, elas, foram bem redigidas, indagaro que, ent? ‘cada uma delas, foi fecundoe 0 que ndo°o foi! Até para, eventualmente, se descobrir que 0 quendo foi usado poderia ter sido mais rico, mais inspirador para.atese! Seja como for, a metodologia s6 pode ser explicitada.a posteriori Hii temas interessantissimos, mas que sio devastados pela tendén- cia simplesmente reduzi-los ailustragiio de uma tese bibliogratica. Vejam 0 ibsurdo: todo autor que € utilizado como referencial s6 conseguiu esse papel porque, em algum momento, inovou. Soube romper com as referéncias que antecediam, Soube afastar-se; pelo menos um pouco, daitendéncia aconside- (aros autores como autoridades + ¢ estou sendo literal, pensando no termo latino quctoritates, que designa oescritor acuja obras leitores, sobretudo os péstero8}conferem o valor juridico de um precedente interminavel rol de ritos de iniciagao e ascensio académica, ~ isto é, nio é preciso primeiro fazer a iniciagdo cientifica, em seguida as teses', af os con- cursos*, para, depois de bem cooptado pelo sistema, de bem legitimado em sua trajetéria, de bem normatizado em suas condutas e mesmo nos modos de sentir, o pesquisador se perceber autorizado a ousar. Porque quem nunca se atreveu pode ter dificuldades em, em algum momento, comegar a ousar. Tudo o que sugiro é que os temas de tese, que em Humanas, 20 contrario das Exatas e Biolégicas, geralmente tém muito a ver com o nosso jo (cesta é uma extraordindria qualidade nossa), sejam trabalhados com ‘maior abertura ao que eles tém anos dizer. Um pesquisador deve expor-se a sew objeto mais do que o faz, Parece-me que, com freqiiéncia, os pesquisadores se vacinam contra seu obj to; que, este uma vez escolhido, eles se portam como europeus docomeco do século (XX, é claro) que partiam para a Africa ~ ou norte-americanos para o Brasil - carregados de remédios, égua mineral e desinfetantes. Mas 0 que é desinfetar um tema? O que significa escolher um objeto de desejo e, depois A dissentagio de mes trado, as teses de dou torado livredocéncia, 0s concursos de con: teatagio, efetivago, Ii vre-dacente ¢ titular 7 RIBEIRO, Renato Janine, Noha irimigo por do conhecimento que a tra fe. Tempo Social Feu Sociol. USR S. Pave; 1(1): 189-195, mai do 1999, disso, anestesié-lo, esteriliza-lo? Aprender com a literatura Talvez falte, ao pesquisador em Humanas, a relagZo mais solta, ¢ Por isso mesmo mais rica, que temos, nés todos, leigos, e justamente por | sermos leigos, com a literatura, o teatro, o cinema, amiisica. A maioria esma- gadora de quem freqiienta essas artes 0 faz. como leigo, nfo como especialista ou critico ~¢ isso mesmo quando é, sob outros aspectos, um profissional consumado. Ora, como leigo, 0 leitor do romance ou o espectador do filme sofre, alegra-se, chora. Com isso ele vai-se formando, vai passando por sua Bildung, para usar a bela palavra alema que designa uma educacao como construgo que um ser humano faz de si. O romance, poemna ou peca assim se incorpora em minha vida: eu anexo-o a meu modo de ver o mundo. Mesmo as [pessoas menos instrufdas ou cultas assim procedem, por exemplo, com a ii- sica popular, na qual aprendem, no digo a pensar, masa formular, o amor, a alegria, atristeza c eventualmente a politica. Essa maneira mais livre de Tidarcom o que de melhor foi produzido no campo da cultura, como que i temerece ser chamado opatriménio cultural e artistico, por que nao pode inspirar-nos no trato com a pesquisa cientifica? A final, estamos selecionando o que é fundamental eo secundétio, estamos incorporando—e descartando—, guardando—e esquecendo, Por que fazemos, mesmo os mais timidos, sempre alguma triagem? E por que no comegarexplicitando esta selegZo, este recorte que efetuamos? Mas o mais tentador, sctln mesmo, &expor-se a0 que 0 objeto ou ocorpustraga de nove, de inesperado, Sei que isso vai contra quase tudo 0 ‘que se aconselha na Universidade. Por exemplo, se um aluno no segundo ano de graduagao jé ingressa na Iniciagdo Cientifica, ele provavelmente vai ligar- se tio logo possa a um professor ou linha de pesquisa, eignorar as outras com ‘que se depare. Se ele quiser terminar logo seu mestrado, vai sentir, mesmo ‘sem ter muita consciéncia disso, que explorar novos rumos, correrriscos, aven- turar-se por outros campos é perigoso para sua carreira. Em outras palavras, ouvir de outros e sentiré ele préprio— mesmo que ninguém o diga nas pala- ‘ras que ora emprego — que tem todo o interesse em se tornar bastante limi- tado intelectialmente. O resultado serd algo que uma amiga minha, de outra rea, certa vez me explicou, achando isso muito bom: que um bom aluno de graduago entrasse em seu laboratério, com tima iniciagdo cientifica, aos dezenove anos, comegasse 0 mestrado aos 22;0 doutorado aos 24, ¢ aos 2 estivesse como recém-doutor. Dez anos de bolsas, no laborat6rio das 9 as 18 horas, nunca correndo os riscos do mercado, nunca saindo da tutela académi- ca. Nao faltaré, nessa “vida” assim descrita, justamente um pouco de vida? ae: ee eee: ‘que'’d jovem pesquisador Se } 3 cs exponha tiiais a'seu Objeto'Ue trabalho: Lembre que, nas Humanas, nada é apenas objeto, porquie Sempre; de’alguma forma, tema ver intimamente com o sujeito que o esta estudando®. Daf quesem vez.de marcar essa exteriorid: - mecanica do sujeito ao objeto, mediados pela “bibliografia”, seja melhor ’ gulhar fundo, submeter-se ao que meu corpus(palavra melhor, esta, que ali: déum tomfisico ao que estaremos fazendo) me trouxer de sugestivo. Muit¢ vai surgir de errado, mas algo pode aparecer de novo e enriquecedor. Em suma, & preciso partir para o corpo-a-corpus, se me permitem essa expresso. Mas isso significa ira contracorrente de praticamente tudo o que se ensina na Uni- versidade, de tudo o que pretendem as agéncias de fomento. Porém, o que deseiamos? Sera mesmo a inovaciio, a descoberta de novos caminhos? Se for isso, a via do enquadramento e da normatizagio de nossos estudantes ndo é a mais adequada. Ela serve para torné-los sérios, cedo demais —c esse peso, essa gravidade, essa ponderagiio de seniores pre- coces s¢ nota com tristeza, quando por exemplo, em filosofia, a discussiio de idéias é substitufda pela histéria da filosofia. Quando o que deverfamos priorizar seria apenas uma coisa: como aproveitar o que a pesquisa traz de bom, de inovador, sua capacidade de p6r em xeque. Quo rolago ter com a bibliogratia Mas talvez.o problema esteja antes disso que afirmei. Pode ser que eu até esteja sendo otimista com o acesso que se tem a bibliografia, e que a realidade, nesse campo, seja pior do que imagino. Porque poucos léem obras inteiras, mesmo quando se trata dos classicos da érea: elas chegam emxerox de capitulos ou passagens, eventualmente até com a indicagio bibliografica correta jé apagada (quantos capftulos bons nio circulam, por ai, sem que 0 aluno saiba mais quem escreveu a obra em questo?). Talvez 0 problema jf antes mesmo do que eu afirmei acima, esteja no seguinte. {uma palavrasJéssemal}Com excegao dos cursos de filosofia e de letras qraramente se ensina a ler, comigor, tim text6. Avs textos se acede de’ Cf. meu texto “As Hu ‘maneira muito instrumentalycomo se contribuissem eles para resolver um pro- Pica. propasta pt blema preciso: “Quero ‘uma bibliografia’ [expresso que muitas vezes quer in dizer “um texto”, de modo que um termo coletivo se reduziu a singular] para _‘Pelitica cient ea proposta pat nova leitura d desenvolvin tratar da questio tal” .Naoisel@otextode maneiraimeressadagmasinteres%) in; Cadernos (Seita. O resultado € 0 pior de dois mundos. Nem se conhece bem a obra lida, I) eae Se ‘YTED ¢ nnem se produz conhecimento inovador sobre ocorpusescolhido. Nomodelaf Cn n.* bertuspe que eu acima criticava, supde-se que pelo menos a obra foi conhecida ber usp bo) sodmeanne -tehinedooeaisien ainda que reduzida ao papel de referencial legitimador de uma pesquisa sem [ inovagio. Mas parece que no dia a dia da pesquisa as coisas sao piores. sas ‘Oque propor, entio? Penso que Aoprimeira é - realmente conhecer a bibliografia, mas para além da utilidade imediata, Na leitura quer dos cléssicos da area, quer dos referenciais importantes, tem que ‘se recuperar o senso da aventura. Bles nao podem ser incorporados apenas Porque nos interessam em determinado ponto preciso. Sem o tempo, rf vvagaroso, de sua leitura como fim em si, como uma freqiientagdo prazeirosa, éles sequer sero conhecidos direito. Nada disso, alids, contradiz o que afir- mei antes —apenas 0 complement. 5) AcSegunda é estar atento aos pontos em que a bibliografia e nosso“. 4° Corpus esto de acordo, mas também aqueles em que irrompe adivergéncia.~ | ‘Aqui estd o eixo do que vim afirmando: nunca aplicar mecanicamente uma chave aum problema. Final sobre 0 comeco Eassim podemos concluir por onde se comega, falando de titulos e resumos (também chamados de “abstracts”. Aqui também a produco recen- te deixa a desejar. Muitos titulos mais parecem listagens de palavras-chave do que, propriamente, titulos: lembro a tradugdo de The origins of English individualism, de Alan Macfarlane, que deu em portugués Familia, proprie- dade e transigao social (Rio de Janeiro, 1980), que mais parece ficha de tombamento catalografico do que c nome de um livro! Mas o problema me- Thor se evidencia nos resumos. Estes padecem de trés principais falhas: 1. palavras desnecessérias: “Este artigo”, ou, pior, “Neste artigo”, geralmente repetidas em todo comego de frase, —como seo resumo se referis- se a outra coisa que nao o artigo que est sendo introduzido! 2. abuso da voz passiva. Em vez de se dizer “vou argumentar que”, “proporei que” (ou “vamos argumenta” “proporemes”,temos os anglicismos “& examinado (tal assunto)”, “serd sugerido”, “sZo tratados”. Por que? Pala- vras em excesso, construgo pedantes...,.: 3..uso excessivo, no resumo, de palavras-chave (que jé tém seu lugar, numa relagio a seguir) e de explicagdes sobre procedimentos e méto- dos. Em especial nas ciéncias sociais, ocorre de se insistir demais nos procedi- mentos adotados, no corpus escolhido, na metodologia utilizada, nos assun- tos tratados — ou seja, naformaque se seguiu, mais que nas conclusdes a que se tenha chegado. Nada disso seria criticdvel, nao fosse haver pouco espaco, € gastar preciosas palavras e caracteres que poderiam, deveriam, ser dedicados a0 contetido, as teses ou hipdteses propostas, que so realmente o que conta. i olsun pee gigas process caper temctem cat nte ae te eh Gs EsColfsticds dovvornéco da efa moderna? 1am perdid 9 yieg dealguns predecessores seus medievais, dé-se peso sIvo.as fontes, as aultoridades, c importancia em demasia a carreira aca- démica. ~ Ora, se fosse verdade que o importante hoje é a inovacio, se real- mente as liderangas universitérias e as agéncias de financiamento quisessem incentivar a pesquisa original, nfo se deveria querer exatamente 0 contrério: 0 risco, a opinio prépriae fundamentada? { Recebido para publicagio em margo/1999 ALZEIRO, Renato Janine. There isnot wes! enemy of knowiedge than secure land. Tempo Social Rex Sociol USR S. Paul, 11(1): 189-195, May 1989, ABSTRACT: In this atc | erlcize the way many thesis on Social Sciences are UNITERMS written in Brazil. They rely too much on bibliography and they often apply thesis, Frashanically some a la mode leas to every sort of corpus. even ii aor UBCGIPhy, doe tae clohness the present theory is sill unable to explain. 1s this maybe TeINeG, due to an emptying ofthe desire to think? Shouldn't the University instil some amantiess Spititof skin the students, instead oftling thom to accomodate thomuelvee? Some suggestions ara made in order to change this regrettable stateso Aa ORS: Mien 195 SREP PME RE ous

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