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26 | Cidade rbeldes Concluindo: para fazer rete a panos, cone A liberdade da cidade” David Harvey A cidade socilogo urban 1m reac Aguile depen. Se 28 | Cidade beds ‘cidade no se encontra alinada a eses diveits, enti ela precisa see ‘nudada. O dieto & cidade “aio ple ser conebio como ui ‘ireto de visa a os um neta Bs edades tradicion sor frmuladnromo umn renova taformado dirt ‘A liberdade da cidade é, portato, mato mais que wi dievto de acesn ilo que existe: ¢o dri de mar cidade mais de acordo com o dejo de nosinscoragien. Mas se Park estd certo ~ 00 refwaeew cide refanenon a1 mesanon ent precisa avaliar coe tinuamente o que podereis fazer de te meats, assim coo ds outros, no decorrerdapmess uray Se descobr estrssante, alienate, simplesmente desconfortivel on sem moriva- ‘io, eto tena 0 direita de mudar de rumo e busearrefazi- segundo ‘ntra imagem e através da construgo de ‘mente diferente, A questo do tipo de cidade que desejamor &Inseparivel ‘da questin do tipo de pesson que desjamns nos toner. A iberdade de Taser refazr a men dese tm dos mais procosos econo direitos Mas exist imeronns fea que militam contra de tas direitos, que quetem inclsive impedir que reconhegamos, pense ‘nos sobre on ajmon em rlagio a eles. Para cemecar,o extraondinrio escala da uebanizagiv ao longo dos ilkimos cem anos (qu fe 0 poplecio usbuna crescer de nenos de 10% até quase SOK) ene dificil fellexio sabre esse tema, O prépeio ritmo das madangas histricas € ‘sogriicas solapa nossa eapaciae de cancebere, como ooloca Park, até testo de “eelarecer” non tarts Te reso, do rein na ts vezes sem salhermes como on por qua, Serd isso contribu {elicidade ¢ para o bes nn Lao nos fox pessous melhores noe vide tornon, m do mal, vivemos na alot, em ci tavdase tenders a0 confit. A maneen pela al vero noms ‘ea maneita pela qual definios suas posiilidades quase sempre estio fssocindas a0 Lado ela cores onde os encontramon. A globaizagio © a ada em direcio ao nooliberalismo enfatizaram, eo ins de dim ‘as desgualdades roca O poder de clase fat rstaurado a lies eas! Os resultados foram indelevelmente gravados nas formas espacias ids, frag at Wig on Cie Oar, Mack, 1990)» 158 © David Hares 4 Bi Mrs of Neteralien (Oxo, Oxon Uninet Fs 208} os Dwalbratomshtarae plinen Sin Ps Leyla, 30), David Harvey 129 nossascidades, que cada vex mais vornant-se clades “de frgmentos orvifcados”, A maiora dos relatos agora sponta para um desenvalvimen: ‘gr0ligico desigual no longo dos ftimostrinta anos de reestruturagio ‘neoliberal, tanto imternamente quanto entre as edades, A cidade, parti feularmente no mundo orn desenvelvimente [L] ert eachando om diverse partes separadas, com a apatnte for Iago de "mierostads” Os hatreds ries sto steven porta sorte deserexgoe, tis como escola earas campor de ole, qucra de tie « patealhamento particular 24 hoes or dia, que ve eraraniann ent fcupagiesiogats onde nig &daponie erence em fonts ibis, ‘enum sistema sonitinio existe aletriedade& preg de poco, ‘um se toraaon lama quand chove« © compartilhanente os rags dméstics a norma. Cada faginento parece vivre funriona® ston mente, stad com mean igi ok pose agnrar na ita ‘ria pla sobevitacin As chamadas cdades “lois” do capitalism avanado so divi das soialmente entre as elites financeiras eas grandes poets de tab Thadores de baixa renda, que por sun ver se fundemn aos anarginalizados fe desempeegadon. Na cidade de Now York, durante o boom da dead de 1990, salirio diode Manhattan subiu i substancial taxa de 12%, ‘nas os bairros vision cain de 2% 1 4%, As cidades sempre foram, Tugares de desenvolvimentos geogriicos desiguais (x vers de ur tipo ‘otalmeate benevoenterentusianmante) ma as dferengas agora prlife- ‘am. se intensificam dle maneiras negativas, até mesmo patolipias, que nevitaelmente semeiam tensio civil. A Tata ontempordnea de absorver {0 nuis-valo dara a fase frenéien de comstrgi da cidade (basta ob- fervarohorizonte das cides de Xangai, Mumbai, So Paul, Cidade do Mésica)contrastadramaticamente com o desenvolvimento de um plancta ‘onde faelas prolifera’ ‘Tals desenvolviamentos urbanos desguaistragama 6 cenit para 0 feflito social. As edodes nunca foram, éverdade, lugares harmoniosos, fem confusio,canfito ou violinia, Hasta nos lembrarmos das histrias fda Coma de Paris de 1871, ou das revolts de 1864 contra oalstamen- to, para vermos o qui nge cheganos, Mas, gualmente, basta pensar Mato Wall, chad os Mask R. Monier tal. og), i emariphic Chane cd slept in the Dereon Ml ata endo ree 0p. * er Mike Davi, hea aea (SF, Baten, 206). $0 | Cidade elds ioléncia urbana que mais rcentemente consumin Belfast, qu desta Beirute e Sarajevo. que fer Borbim ¢ Abmedabad tremere tansfor- ‘mos em runas.a Palestina, Nem mesmo Los Angeles ~a cidade dos anjos~ {ok poupa, Na histéri urbana, calm ecivilidade so excegies, e nio sacogea Anion pergunt interessante & se os resultados sio criatvos ou Aestrutivos, Noemalmentesio ambos: «cidade em so por muito tempo tum epicentro decratividade destrutiva Fluxes nigratrioe em to parte: elites empresrias em movimen to; ncadémions ¢ consultres na etrada;digsporss trad (aauitasvezes ‘landestinamente)redes através de frontiras; legals © clandestinos, os ‘lesposeuidos que dormen is argens © mendigam nas rans rodeador de ‘gran aluénin as limps éenicas e eligiosus: as estranhas ‘Confronts improvieis~ tudo iso & parte feral do curb Ttrhane, tornado as quesies de cidadanin © dos direitos da derivado ‘ua vex mai difiees de defini, no exato momento en que eles se tornam tas vital estabelcer Frente is frgas hosts de mercado ea progress- a vigils estatal, Por um lado, tis difeoncigSes podem gerarnovas ‘marathons fuses, coms as que vemos nas tages musicals de Nova ‘Orleans Joanesburao ou no East Eo londrino. Coneuians da que odie ito diferenca é um dos mais preciosos direitos dos ctainos. A cidade Sempre fi um garde encontra de diferencne de interac eriativn um Ign onde desrden tem sets sos e ise, formas calturaise desxjos individuais concorrentes choc ‘Masa diferenca também pode resular em incleranci e segrege es, marginaidade e exclusion, quando no em fervoroos confronts. Em todo hugir encontramos diferentes nogies de direitos, tio refi radon # buseados. Os combatentes da Comins pensavam qur era sea tirito tomar Paris & burgaesia em HTL para reconstruéta de acon com o dejo de seu coragao, Os monarquistas que vieram para matélos ppnisavam que era soa dirito tomar a edade de volta em nome de Deus da propriedade privaca, Cation e protestants ulgavansecertos em Belfast ac proeurtrem liar seu espaco de qualquer vestigo da exitén- ia do ctr, Asim fez Shiv Sena em Bonnbatim (ugar que ees prefer ‘hamar de Mambai), quando langon em 1993 uma vilenta optracio de tnpera contra os magulmanos em nome do naconalismo Makarastr [io estariam tod exercitando da mesma forma seu dreto & cidade? Feca ‘re Aer, 180, a, Fah Cia of th Sets Scene from Developing Wer (i b tai do significada do David Harvey [31 Se for assim, como Marx to eelebrementeescreven, entre direitos gua Iquem decide &a forget, Ent 6a inn que odirsta Bi cidade se resume? Mentgrdemeu vino ou sr ale dh mend det 0, 0 que eu eos outros devemos fazer se determinarmos que a PB eee ca are Gane lo que nan estamos nor reazendo de maneiea sustentivel, emancipats fa on menmo “ivilicade’? Como, ea venino, poderiao dria & cidade fer exerci pela manga da vid urbana? A respesta de Lefebere & Smples em essincia: por meio da mebilizacio socal da lua politcal foci. Mas qual visio en ou os moviments socins construfmos para noe lar em nossa lta? De manele a assegurar estado pois em vex de cai muna violencia sem fin? Uma coisa & clara: no pov deixar ‘qveo med desta kiana nos acovardee ns aga estagnar em uma pas ‘ide sm sentido, Esitar o confito no &resposta:retornara tal estado ve deseolar do vento do proceso de urha {© prospeto de exeritar qualquer direto Existe um interessante paralelo entre o angus Imulogies de Mars. Pademos nos tansformar apenas pela transforma ‘io do mundo ¢ vice-versa, firma Mars. ssn rlagio daléticn esti na batho humano, Hi wm papel crucial ‘Mars, para a imaginagio» deseo. O que separa o pie dos anquitetos rlhores ables & que o arquiteto rige uma extrutura na imaginagio do arquiteto, que deveria chamar nos individual e coletivaesnt, fie ‘isris ede nosos engajamentos palitien inelct tds soon, eum jet a de osteo argiteton de nosso Fturos wrbas 0 direito & mudange da cidade ni é um direitoabstrato, mas sim as, que estamos cents disso on ‘i. Esse & un ponto profund, opis sobre 0 qual sryameto revue ce nmi chad através de Aint inerente Bs nonae press ‘que dintienretrna para nos asin le nos faz sob citeunstincinsurbaras que nin escalheros (Como porderia desejor wn mundo alernativo pone, ou mesmo imaginar aa Mrs pt Pl, Rie, 208), Lio p30 Han Leber masta wana Ba Hart, aor EM 198) ae Mars, O capt tL. 258, 52 | Cidade oboe seus contornos, seus enigunas e charmes, quan estou profundamente meso na experiéncia que jf existe? Como possoviver em Los Angeles fem me tornar um motorists de tal mansira feasted que vot sempre pela conser i € mais supersrodoviee? Ao abr 4 porta dain ginagio humana, Mars, ainda que tena procurndo nego, era um m0 ‘imento pico dentro do qual noses imaginncées poem vagar¢pensa ‘em possives ternatives de mune usbatos, Poderfanos tm dar ao bax de no sermos utépicos? Poder’ a consideragio de una teadigio wip a revelar wm camino vsionéro para informar nossas perspectivas db possibilidades e chamar os movimentossecais para alguna alternativa © Aliferentes iss da cidade? Una cidade sem super-redovias, por exemple? direito& cidade no pode ser concebido simplemente conno iri individu. Ele demanda um esforgocoltivo «a formagio de ‘tos politicos eoletivos ao redar de soldariedades soias. No entani © neolibeealis transformou as mgras do jogo politien. A governana substituis 0 govern: os direitos © sherds tem prioridade sobre a ‘emoeracia; a lei e as parceria pablice-privadas, fits sem transparé ‘a, substitsram as istituigdes dermoeritica; a anarquin do mercado © do empreendedorismo competitive aubstituiram as capacidades dlibere- tivas baseadas em solidariedadesscias, Cultures oposcionists eran, pportanto, de se edaptar esses movas fegras €encantrar nova maneiens de desafiar« hegenonia da ordem existent. Els poder ter apredid a nserinse em estrus de governanga, por vezes com poderoos efeitos (al como em mumerosss questesambientais). Recentement, toda vor de inowagiese experimentagses com forms coetivas de governance de rmocritica¢ de decsio comunal tam emergido an cena urbana Falasoos ‘de experizncias que vt desde oorgamento participativo de Porwo Alegre ‘de nits ousos municipios que lvaram a sri oy hea da Agena 21 (de chdadessustentvesformuladas nos acordos ambientas do io de Janeio), passando por comités de viznhos ¢assciagiesvounias que [rogresivamente se calocam a cargo de espago pabliese comunitarios, ‘és heteretdpcas has de diferenga que exchiem padres corporativos (Cais como o Walmart) ¢ que constrvem sstrmas leas de tra econdm ‘now comunidades sastentves, o dmbito de experimentagdo &vasto. A sdescentralizacio do poder que © neoliberaliono demanda abr espagos dle wd a sorte para que florescessem uma variedade de iniciativas locas, Vas Mime eon) Cit ranged ap 9; oti Pa ‘ealey ely lap he Ne ran Conte na Yr, Wiley, 95). David Harvey [33 Geoelitpine ogmrney gates cara Tso descentralizada ou de wun socialisip ansrisa do tnejamenty € contol central © ex fora. O problema & como reuni-las de maneia a construiruma alternativa vivel ao nroliberalisin de mere, A eriagio de novos espagos urbanos comuns commons. d ‘era piblica de pariipacio demoeritca, exige dearer wenoenve ola, tian que tem servido de mantra ao aeliberaliane desteuiv dos {ikinos anos. Tem de imaginar wana cidade mais inlsiva, mest se ontinaan a, basenda no apenas em una ena die ene de dirt, mas em priticas politic sconsmcas, Direc in alizados, ais coo ser trata com dignidade devi tx seb ‘mano ¢ ns liberdades de expresso, sie por deals preioss para serem postos de lado, mas «ests devemos aficionar 0 diteto de todon a ale= 1 chances de vid, direito ao suprte material eementar tinctusio iiferenca. A area, cameo suger Polanyi, & expand as esferas da There eds direitos além do confiarnento estrit an qua 0 neolibe raliamo 0 rez, O dite & cidade, cme comeced dizer, no €epetias um drew couliconal de acesso aqui que jexste, mas sim wm dieito tiv de fazer a edad diferente, de fomi-la mais de aconlo com nossa eeesidades eoletivas (por asin dizer) definir ina manciraakersativa de simplesmente ser humane. Se nosso amano urban fo Few, entio ele pe ee rimaginado erefeito Mas é qui que a eoncepaio do direito cidade toma nono vis. Foi nas rats que os tchecos se lbertaran ex 1989 ce opreivas formas de overnanca; foi na Praga da Pas Celestial que © movimento estat hints buscou estabelcer uma definig alkernativn de direitos; foi atta ‘és de massvom icon que Guerra do Vet oi forge foi mas ruas que miles protestarai conta oprospecto de uma interven 0 pert manera no Tea em 15 de evereen de 2005; fot nas rons de Seattle, Genova, Melbourne, Queber ¢ Bangkok que os direitos inabienves i propriedade priv eda tw de nero foram desa- fino, Se, afrma Mitchell, [Jo diet cidade 6m grit, wan demand, etn 6m grit que vio em dena que en forges a a exit wm ‘ga partie qual «entra do qual ran grit ween denna edo Yu. ‘ein No espa pine — as exquins ui parques,as rune drame s revolts toms organizagies pits pk epee aH es ‘nas para un popula mire ras dessa repent, ie me frac 84 | Cidade reeks guna fr a ean grt demandes faerie epg pl amar o cope orp ro propio grupos eri tornamce pion 0 direto inal dade repous sobre a capacidade de forgara bertura de moro que ocaldeirio da vida urbane poss se tornar 0 tatalitic de one nvas concepgées configuragies da vida fem ser pensadas eda qual novasemetios danoeas concepeies de direitos pps ser construas.O dire cidade no 6 un peseate. Ee em de er tml po movimento politico Ata peo dirt & cidade merece ser realiada. Deve ser consi- deradainaienivel, A Uberdade da cade sinda prcisa se aleangada, A tarefa 6 dificil e pode tomar sis anos de Ina, Mas, como ecroveu Bertolt Brecht Maia cola ate Riva rian par sn 0 mc ena, Cici lndgnaci A niitvn rid, a reflex los A pacar na ena pereverancs, Apenns real od asp tte Court of Direc ake Quando a cidade vai as ruas' Carlos Vainer 1.4 fagulla © a pradarta tions de todos on partidos, imprensa,eronis: entitas soins foram pegs de aurpresa pe manifestagiee de massa que nedaramn a fore e 0 cotiliany de noses Cdades em juno, Pea rapide com que se espraiaram, pels ‘que mobilizam, pela diversi det ‘estates, las evo as problemas poston pelos mix om grancles rirox momentos da histela em ‘mondangas © rupturas que parecis dela até vepere. tein em i agenda politica da sociedade , em alguns easos aber tran formando cm possbilidade algumas tudan 1.2, Tambén &sarpreendente # maneira crm que eses eventos ex- traordindvios vim desfaen, no mets parcnloente. 6 paradoxo de uma sociedade shana que, no slimos der a vinte anor, vi ox movimentos is reais domninnren sp tas dos movimontos poplars. Seno pr pera ltsgat nies etl

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