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A energia armazenada que corresponde a isto pode ser encontrada fem dois lugares, na mola que foi deformada a um comprimento maior, e no campo elétrico do proprio dipolo molecular, que tem gora energia total maior, porque as duas cargas esto mais afastadas. No caso de uma molécula real, ndo precisaremos fazer tal distingao. Toda a energia pertence fi estrutura molecular &. se esta estrutura din potencial eletrostitica ¢ energia cinética do movimento dos elétrons. ponto é simplesmente este: O trabalho que foi realizado sobre molécula para mudar sua polarizagao, E-dp aumentou, por este mesmo valor, a energia associada a propria molécul Vejamos como a energia armazenada no dielétrico pode ser expli- cada desta forma, Com N moléculas por unidade de volume, P = Np. Quando P varia de dP, EdP € o aumento da energia interna das moléculas em Tem‘, Mas, como P = (: 1)E/4s, E-dP =) 1)B-dE te 1d?) 76) 1 an 8x Portanto, dos oE3/Sn ergs que parecem estar armazenados no diel trico, (c~ DE/8x podem ser explicados pelo aumento da energia interna das mokéculas polarizadas, O remanescente 7/8r, € exata. memte a energia armazenada no campo no vicuo. mica, encontrariamos a ener, 9.15 DIELETRICOS CONSTITUIDOS DE MOLECULAS POLARES Moléculas com momentos de dipolo permanentes, moléculas po lares, respondem a um campo elétrico procurando alinha lamente a éle. O modélo mecinico apropriado niio é o de di nas extremidades de uma mola, mas de duas cargas presas as ext midades de um bastio. (Fig. 9.35). Se o bastio niio & paralelo ao campo, hd um conjugado sdbre éle, de valor Eys sen 0. O trabalho salizado num deslocamento angular dé & (conjugado x desloca- mento angular) ou Egs sen @ d0. Isto pode também ser escrito em érmnos do vetor momento de dipolo p, que um vetor de médulo gs, € da variagiio dp que ocorre através da rotagao de di. Do dia- rama, & claro que modulo de dp & p- ddl e sua diregao é tal que | E-dp = E dp sen 0, Entao dW = E dp. Isto concorda com a Eq. 75 como era de se esperar. Se uma molécula polar isolada ocupar a posigio indicada na Fig, 9.35, no instante em que o campo elétrico E for ligado, ela gi- rari para alinhar-se com 0 campo, ¢ continuari a gitar passando pela posiciio de equilibrio e oscilari como um péndulo, porque no tem meio de se livrar de sua energia. Contudo, uma molcula real, Uma motteuta polar & semethante a cercada de outras moléculas, pode trocar energia com suits vizinhas. uno extremidades Oe Wma vive que proveem uma espécie de “atrito” que amortece a oscilagio. rigida. Um campo E exerce um conjugado Pareceria que isto poderia resultar em que tddas as moléculas pola- | sabre a estrutura, res numa substincia se alinhem exatamente paralelas a qualquer se parale- SS 316 erent campo aplicado, por mais fraco que seja, De fato, isto seria possivel 4 temperatura de zero absoluto, supondo «t rotagiio ainda possivel Em qualquer temperatura acima de zero absoluto, o movimento 1odtico de agitagdo térmica, que € mais intenso quanto maior a tem- peratura, trabatha contra alinhamento ordenado. © campo apli- ido torna enérgicamente favorivel que um dipolo molecular apon- tc paralelamente a éle; mas, continuamente empurrado pelos vizi- nhos, 0 melhor que 0 dipolo pode fazer & permanecer por tempo lum pouco maior na diregao certa que na errada, Na iigna, por exem- plo, um campo de 1000 V/m resulta numa polarizagio equivalente ‘20 alinhamento perfeito de aproximadamente uma molécukit em 3000. Mesmo assim, esta é uma polarizagio muito maior que uma substin- cia ndo polar poderia exibir no mesmo campo, ¢ esta & a razdo para a constante dielétrica extraordiniriamente alta da gua, A polari= zagio volumétrica num dielétrico polar é geralmente proporcional & intensidade do campo elétrico aplicado ¢ inversamente propor- cional 4 temperatura absoluta, 9.16 POLARIZACAO EM CAMPOS VARIAVEIS. Até agora consideramos somente campos eletrostiticos ma ma- Aéria, Precisamos estudar os efeitos de campos elétricos que variam no tempo, como 9 campo num capacitor usado num cireuito de corrente alternada. A questo importante é: sera que as variagbes da polarizagio acompanhario as variagdes do campo? Permanccera a relacio entre P ¢ E, em qualquer instante, a mesma que num cam po clétrico estitico? Para variagdes muito lentas nao deveremos esperar nenhuma diferenca mas, como sempre, o critério para a lentidio depende do processo fisico particular, Acontece que a pol rizagao induzida ¢ a orientagao de dipolos permanentes sto dois processos de tempos de resposta bastante diferentes. A polarizacio induzida de atomos € moléculas ocorre pela distor io da estrutura eletrOnica. Pouca massa entra em jogo ¢ a estrt tora € bastante rigida; suas freqiiéneias naturais de vibragio sio extremamente altas. Em outras palavras, os movimentos de clétrons ‘nos dtomos ¢ moléculas sio caracterizados por periodos da ordem de 10°'® segundos — algo como o periodo da onda da luz visivel Para um atomo, 10" segundos € um tempo longo. Ele no tem dificuldade de reajustar sua estrutura eletrénica num tempo como se. Por causa disso, substincias estritamente nfo polares compor- tam-se pritticamente da mesma forma desde “ce” até as freqiiéncias proximas a da luz visivel. A polarizagio fica em fase com 0 campo © a susceptibilidade, 7. = P/f,€ independente da freqiiéneia. O que acontece quando a freqiiéncia de alternagio do campo aprosinaese de alguma freqiiéneia natural da estrutura eletrénica é uma questio interessante que devemos deixar para o proximo volume. (Uma con- seqiiéncia € 0 arco-iris!) 317 Agua, 20°C Gelo, - °C Gelo, 40°C fOr. 10 cio ciate ee i0een fic Frequncia de oscilagio do campo elétrico cicios/se. Fig. 9.36 A variagio da constante dielétriea da Agua ¢ do a freqiéneia. (Baseada em informagio de C. P. Smt, “Dieldcirie Behaviour and Structure". MeGraw-Hill, New York 1955, pura os dados referentes di gua R. P. Auty e R. H. Cole, J. Chem. Phys. 20, 1309, 1952, para 0s dados referentes ao ilo lo con im processo bastante di- ferente da mera distorgao da nuvem eletrénica. Téda a estrutura molecular deve girar. Numa escala microseépica, isto corresponde is agirar completamente um amendoim dentro dum saco de amendoim, © atrito tende a fazer a rotagio atrazar-se relativamente ao conju- gado ¢ a reduzir a amplitude da polarizagéo resultante. Onde &se ceito se situa, na escala de tempo, varia enormemente de uma subs- tincia para outra, Na fgua, o “tempo de resposta” para a reorienta: ‘Gio dos dipolos é algo como 10°"! segundos. A constante dielétrica permanece em t6rno de 80 até freqiiéncias da ordem de 10!° Hertz, Acima de 10"! Hz cai a um modesto valor tipico de um liquide nao polar. Os dipolos simplesmente nio podem acompanhar uma mu- | Ganga tao ripida do campo, Em outras substancias, especialmente sélidos, © tempo caracteristico pode ser bem mais longo. No gélo, pouco ‘abaixo de seu ponto de solidificagio, o tempo de resposta para a polarizacao eléttica é em tomo de 10~ + segundos. A Fig. 9.36, mostra algumas curvas experimentais de constante dielétrica versus freqiiéncia, para gua e gélo Voce pode perguntar porque uma molécula polar pode realmente girar sobre si mesma dentro de uma substineia rigida como um Cristal. Isto acontece em muitos cristais, onde gragas & vibragdo de seus vizinhos, uma molécula pode encontrar-se sibitamente com 318 suffeiente “espago” para girar sdbre si mesma completamente. Mas 4 pergunta é bastante boa, porque em alguns sdtidos podem ocorrer variagdes de carga elétrica que nao podem ser explicadas como ro- tagdes de momentos de dipolo moleculares permanentes. Retornare- mos logo a essa questiio. 9.17 CORRENTE DE CARGA LIGADA Onde quer que haja mudancas da polarizacio da matéria com tempo, hi uma corrente elétrica, um genuino movimento de carga Suponha que haja NV dipolos num centimetro cibico de dielétrico, & {que no intervalo de tempo di cada um déles muda de p para p + dp. Entio,a densidade macroscépica de polarizagio, P, muda de P = Np para P + dP = Nip + dp) Suponha que a mudanea dp foi efetuada movendo-se uma carga q através da distincia ds, em cada atomo ais = dp. Durante o tempo dt, houve realmente uma nuvem de carga, de densidade P = Ng, movendo-se com velocidade v = dst Esta € uma corrente de condugdio de uma certa densidade J em (ues/segr y dp _ aP dod on a fs Ja m= Nag A conexio entre a velocidade de variago da polarizagao e a den: dade de corrente, J = dP/dt & independente dos detalhes do modélo, Uma polarizagiio variavel é uma cortente de condugo, nilo essen- cialmente diferente de qualquer outra. Naturalmente, tal corrente é fonte de campo magnético. Se nao houver outras correntes presentes, poderemos escrever a segunda equagio de Maxwell, rot B = (Ic) (@E/ét + 4nd) como: wont (4a) 0) AA finica diferenca entre uma densidade de corrente de conducio “ordindria” ¢ a densidade de corrente @P/dr € que aguela envolve cargas liores em movimento e esta,cargas ligadas em movimento. Hi outra distingao pritica bastante Obvia — voce ndo pode ter uma corrente de carga ligada estaciondria, uma que permanece inutavel Usualmente preferimos considerar separadamente a corrente de car- galigada ea de carga livre, mantendo o simbolo J para a densicade de correnie de carga livre somente, EntQo, para incluir (6das as corren- tes na equacao de Maxwell, temos de escrevé-ta déste modo: wo Ba (EE van a ” ‘or caret lgada caret lire Num meio dielétrico E+ 4xP = curta da Eq. 79: levando a uma versio mais + a3) (80) Mais a Eq, 79 pode também ser abreviada introdu- zindo © vetor D, definido préviamente como E+ 4nP: Carga livre positiva O térmo éD/ét é usualmente chamado corrente de deslocamento, Realmente, a parte do mesmo que envolve OP/ér representa, como P Vimos, uma corrente honesta de condugio, cargas reais em movi- ‘mento. A tinica parte da densidade de corrente total que nio € real- mente carga em movimento é a parte 0&/0F, a verdadeira corrente | 7 de desocamento que dscutimos no final do Gap 7. Ineidentalment jeje! ise e se quizermos exptimir todus as componentes de ma densidad de } Y\ Y corrent ral em unidades de J deveremos eserever a Eg. 79 como HOMO eC oe ne nope ff ea a rrp [hE Py (82) ga le gaia ‘a ROMO #9 @ Envolvida na distingo entre enrga liga ¢lvre hi uma quest i que nao enfrentamos: podemos identificar sempre, sem ambigitidade Solida? A resposta € nap. Olhomos, do ponto de visterpacrosoopco, tm eamada fina de eloreto de sodio. 0 aranjo dos fons positives de sd e os negativos de clove foi mestrado na Fig L.A Fig. 937 i diren ef esquora, Se preferimos, poderemos consierar um pat de dipolo, Grupando-os como na Fig, 9.3, descr | como tendo uma densidade de polarizagio maeroseopica uniforme | P, um vetor apontando para baixo, Ao mesmo tempo, observamos | que hi uma camada de cargas positivas no t6po do cristal, e outra de cargas negativas na base, que no tendo sido incluidas em nossas | mokéculas, devem ser consideradas cargas livres. Fig. 9.37 A mesma réde iénies, com cat de Mas, poderiamos muito bem ter ay Fig. 9.37b, De acérdo com esta descri¢io, Pé um vetor para cima e gas livres negativas no topo do cristal © upado os ions como na sprupadas em pares come “moh | dois modos: setor polurizagio dirigido para | baixo (a) ou para cima (I), Os sistemas sto femos uma eamada de « Fisicamente idénticos: a diferenga esti apenas uma camada de cargas livres positivas embaixo. Ambas descrigses na descrigio, sdo corretas. Vocé nio teri dificuldade em encontrar uma outra 320 OO também correta, em que P é zero e nao ha carga livre. Cada deseriglio prevé E = 0, O campo macroscépico E & uma grandeza observavel fisicamente. Ela poder depender sdmente da distribui io da _maneira escolhida para deserevé-la Este exemplo nos ensina que no mundo atémico real a distingd carga lig arga livre” € mais ou menos arbitriia ¢ ade de polariza- também o & em conseaiiéncia, © conceito de den: glo P. O dipolo molecular é uma nogio bem definida somente onde s moléculas como tais so identificaveis ¢ onde ha alguma razio fisica para dizer: “Este aitomo pertence a esta molécula e no aquela” Em muitos cristais, tal afirmativa nao tem significado, Um atomo ou um ion pode interagir, com igual intensidade, com todos os seus vizinhos: pode-se falar simente de todo o cristal como uma tnica molécut Qualquer arbitrariedade na distingdo entre carga livre ¢ ligada persiste, naturalmente, na distinglo entre densidade de corrente de carga livre J e OP/é1. Considere a polarizagao de um cristal como 6 wélo, A réde cristalina é tridimensional, mas desenhamos na Fig, 9.38 um arranjo bidimensional com algumas caracteristicas similares, ‘Vamos chama-la gélo, Na Fig. 9.38a, podemos ficilmente identificar as moléculas de H,O, pois observamos que cada fitomo de oxigénio tem exatamente dois itomos H proximos, O cristal como mostrado € polarizado. P aponta para baixo porque, como anteriormente mencionado neste capitulo, a extremidade do oxigénio na molécula dda Agua tem um excesso de carga negativa. Podemos imaginar as partes negras no diagrama correspondentes ao hidrogénio, como car- ‘gts positivas. Suponha agora que alguma coisa aconteca para mudar ‘a condigio interna déste cristal para a mostrada na Fig. 9.38d, uma vista microscpica da mesma vizinhanga. Agora os dipoles vertidos e descrevemos o eristal como tendo polarizacio para cima, A imudanga poderia ter ocorrido através de dois modos essencial- mente diferentes, ilustrados nas Figs. 9.38) ¢ . Na Fig. 9.38b, um ‘campo elétrico E dirigide para cima, foi aplicado, empurrando para cima a extremidade positiva das moléculas, como que girando cada molécula sobre si mesma. Ha um movimento resultante de cargas positivas para cima: a corrente que éle representa sera computada no térmo OP/ér como acabamos de aprender. A Fig, 9.38¢ representa um processo bastante diferente, ao qual a aplicagdo de um campo elétrico para baixo, encoraja os hidrogénios f trocar de companheiros. Cada um migra para 0 dtomo de O mais, proximo abaixo déle. (Isto é mesmo mais facil, no cristal real, por- que o H, que fica entre dois étomos de O, é de alguma forma ligado a ambos, provendo @ que mantém o cristal tunido,) A configurasio final parece exatamente a mesma. Os dipolos so todos invertidos — mas o que ocorreu foi um fluxo para baixo de carga positiva, Ao avaliar a corrente, que deve entrar do lado dircito da Eq. 79 neste processo, devemos colocar no mesmo térmo 322 que antes, 2P/ér, que corresponde a uma corrente para cima; mas, emosire {que © campo externo coms entio A forma que satis as condigies de eontdrne de ondutor petite. F acéea do campo interuo? Faga uno eshogo de alga hinhas de ‘campo para éste caso Timite: Qual 9 valor do momento de dipalo induzido nana sera eondutora de rao nun campo Ey? Qual serio didmetro de wma esera pets: tamente condutora que teri a mesma polarzahidade que 0 toma de hidousnio" 9,10 De que porcentagem dere difrir © momento de dipolo induido de wna toticula de dgua (é = 81) do de uma esfera de rolamento de meamio diametro © ne tesmo camp rian de deduce slo campo mares 9.11 Na See. 9.10, o fato de gue © eatnpo erica & wniforme dentro da esfera pola ser potarizal, sizada foi dedusido da forma de poten no contdeno. Vooé pode também provi to. p M superpondo 0 eampo interno de duas bolas de carga, cts centros aio separados (oy Mosire que dentro de ums disteibui ional ae (b) Agora, ome duas dstibuigbesefericas com densidades pe veslri e miforme de caren, Fe propor 324 em C, €C, emostee que 0 campo revultante€ constane e paralelo linha de C, para Cy (¢) Anise da mesina mantra, 0 campo de uma bares clinic, long © citar |e & polarizada perpendicularmente 40 seu cao, 942. figura mosira tts eapacitores de mesma area e separagio das plas, Che ‘me Co a capacitincia do eapattor @ vicuo. Cada um dos outros € preenehido com um diektico, com a mesma constante deltricae, mas dispososdiferentement, coma mostrado, Determine # eapaeitincia de cada unt dsses Jos eapactores (Despreas 9 fete de borda} Probl. 9.12 9.13 Considere o eapuctor simplesmente como un dispostivo para armazenar nerma.& limitagio pratia da diferenca de potencal entre as placas de um capacitor ©. *rgider delétrica” do dielétrico de enchimento, que & 4 tninima intensidede de spo que pode exists néle, sem euusar umn fase. Esta & tipicamente em tirno de 10° volvem, para um bom ditérieo liquide de & > 2Jedensidade = tg.em! Desc ‘anda o peso dos eletrodos e do tesplente, quantos joules polem ser armazenatos Por guilograma de capacitor? (Observe que isto¢ independente da capactaneta. forme, romero de pleas. ct, Tomando arelag20joue/quilograma somo ular de mie de um reservaario de energa, compare o capacitor com ima batera de automone, com um yointe em rotago. Voed tard de fzeralgumas suposgies tances sane 1 piso energiadisponivels numa bateriae tera de decidir 0 que Fiita 9 velocalade ddeum volte. Quala 9.14 A figura. mostea exquematicamente dois dos quais umn bloco de diclerieo ¢insrido entce as placas de un capacitor, gem do capacitor como resereatori de ene rex Youd dever.analisr as variagSes de energi envolvides, como sugendas plas per fants, nos diggramas. Que vack pode diver sbee a forca no hletec” 9.18 Uma esfera metilica de raigra & ervoivida por uma delgada casca de diet tsico de aio inte ee rai ester f econstantediketrca eA esferamctlich posse ‘carga livre bre ou no dilericn. Anais cnr pormenots, exe sistema, d Potencial da esfera metliea ea ditribuigho da cares Tiga Probl, 914 325 Arinazenanlo enor em copacitres ‘algunas consideractes patios. eee Ly 2g = ee Energia armazenada =? = 1 Forga aplicada na placa =? an] Energia armazenada =? =| Forca aplicada na placa =? cen Energia armazenada =? [ lo 102 103 lod 105 10.6 107 108 109 Capitulo Como varias substincias respondem @ um campo magnético A ausoncia de “carga” magnética (0 campo de wn anel de corrente Férca num dipolo em campo Correntes el pine momento magnético do elétron Susceptibilidade magnétiea (0 campo magnético causado pela matéria magnet 0 campo de wn in permanente 10.10 Correntes livres & 0 campo H 10.11 Ferromagnetismo Problemas MI 350. 354 359 361 365 37 10 Campos magnéticos na matéria 10.1 COMO VARIAS SUBSTANCIAS RESPONDEM A UM. CAMPO MAGNETICO Imagine algumas experigneias feitas com um campo magnético muito intenso. Para sermos mais explicitos. suponha que tenhamos construido um solendide de Wem de diimetto interno, 40m de comprimento, como aquéle visto na Fig. 10.1. Seu didmetro externo € 40 em, a maior parte do espaco € preenchida com espiras de cobre. a bobina produziré um campo constante de 30.000 gauss no seu centro quando alimentada com 400 kW de poténeia eletrica e algo como 130 litros de agua por minuto para resfrii-la. Mencionamos ésses detalhes priticos para mostrar que nosso equipamento, apesar de no ter nada de extraordinirio, & um cleiroima de lahoratério bem respeitivel. A iniensidade do campo no centro € aproximac: mente 10° vézes 0 campo terrestre, © provavelmente 5 ou 10 vézes mais forte que 0 campo préximo de qualquer barra de ago imantaca ou ima em ferradura que vocé ji tenha manipulado. O campo razoavelmente uniforme perto do centro do solendide, caindo a0 longo do eixo, em ambas as extremidades, para aproximadamente tade do valor no centro. Ele no seré tdo uniforms quanto o campo do solendide da Fig. 6.18, pois nosso solendide ¢ equivalente tuperposigdo, em “camadas”, dossolendides cuja relagio compr mento para didmetro varia de'4/1 até 1/1. De fato, se analisarmos nossa bobina dessa forma, ¢ usarmos a formula (Eq. 6.44) deduzicla para 0 campo no eixo de um solendide de camada tinica, nao é dificil calcular exatamente 0 campo no eixo. O grifico da intensidade de campo no €ixo. com 0 campo central admitido como 30 kilo esti incluido na Fig, 10.1, A intensidade exatamente na extremidacle da bobina & 18.000 gauss € nessa vizinhanga 0 campo varia com um diente aproximado de 1700 gauss/em, Coloquemos varias substincias nésse campo e verifiquemos se uma forga nelas atua. Geralmente detectamos uma forga. Et desat parece quando se desliga a corrente na bobina. Logo descobrimos que a forga é mais intensa, no quando nossa amostra esti no centro a bobina, onde o campo magnético B, € mais intenso, mas quando cla esta proxima da extremidade, onde 0 gradiente dB./d= € grande. De agora em diante vamos suspender cada amostra dentro da bo- bina, bem junto da extremidade superior. A Fig. 10.2 representa tal amostra, contida num tubo de ensaio suspenso por uma mol que pode ser calibrada para indicar uma forga extra causada pelo 327 00m — (a) (Hy ig, 10.1a) Umi Gobina desenbada para produzir um campo mag nities intenso. © enrolamento, restr! a & mostrado nde do campo B. no seco transversal, (b) Umm grafico da int xo da. bobina. campo magnético, Naturalmente, devemos fazer uma experiéneia m o tubo de ensa inhos, para levar (0 a forga magnética sobre qualquer coisa que nao seja a amostra Encontramos em tal experiéneia qu particular, aluminio metilico por exemplo, é proporcional a massa rea sObre uma substincia da amostra e independente do seu formato, desde que a amostra 0 seja muito grande, (Experigneias com uma amostra pequena, nesta bobina, mostram que a fOrca permanece pritticamente constan- te numa regido de alguns centimetros de extensio, dentro da extre- midade da bobina; se usarmos amostras de volume entre 1 © 2 em’ clas podem ser perfeitamente mantidas dentro dessa regio). Pode 328 _ mos exprimir quantitativamente os resultados, para uma dada subs- tincia, como tantas dinas por grama de amostra, sob as condigdes B. = 18.000 gauss © dB,/dz = 1700 gauss-cm. ‘Mas, primeiro os resultados qualitativos, que sio um tanto des- concertantes: Para um grande nuimero de substineias puras muito comuns, as fOrgas observadas, apesar de serem fitcilmente mensurd- veis parecem, depois de todo nosso esférgo em conseguir um campo magnStien intenso. ridiculamente pequenas. tipieamente de der a vinte dinas por grama, nil mais do que uma pequena porcentagem do péso da amostra. Essas forgas sao para cima em algumas amos- tras, para baixo em outras. Isso no tem nada a ver com 0 sentido do campo, como podemos verificar pela inversio da corrente na bobina. Em ver disso, parece que algumas substincias sio sempre atraidas no sentido de intensidade crescene do campo, ¢ outras no sentido de intensidade decrescente, independentemente do sentido do campo. orga sobre uma amostra de | 4, num campo magni, com B, = 18000 gas, dB te = 1700 gansiom ‘Substincia Firma orga Diamaondica ‘Agua 1.0 22 dinas Cobre Cu 6 Chumbo Po Cloreto de Sétio Nact 1s Quarzo Si, 6 Emaire s -16 Diamante © Ie Graf © 110 Nitrosénio Liquide Ny ae 10 08K) Poramagnéticn Sodio Na +20 dinas Aluminio Al " Gloreto de Cobre uch, +280 Sulfato de Nique! NiSO, +890 Oxisinio Liguido 0; 00 (90'K) Ferromagnéica Fer + 400.000 dinas 20000 Magnetita *Sentido da forea: para baixe +, para cima —. Tihlas as redid feitas & temperatura de 20°C, com excegio dasucas assinaladas Encontramos algumas substineias que sio atraidas para dentro da bobina com uma forga considerivelmente grande, Por exemplo, cristais de cloreto de cobre sao puxados para baixo com uma frea de 280 dinas por grama de amostra, Oxigénio liquide comporta-se sspetacularmente nesta experiéncia; éle € puxado para dentro da 329 Forea maxima nesta regio Fig, 102 Um arranjo para medi a fBrga que age sobre uma substineia num campo mag: nitico. bobina com uma fOrga de aproximadamente oito vézes 0 seu peso. De fito, se tivéssemos posto um frasco descoberto, com oxigénio guido na extremidade inferior da bobina, o liquido seria levado para fora do frasco. (Onde voc8 pensa que éle pararia?). Por outro lado, 6 nitrogénio liquide demonstra ser bastante calmo; uma grama de nitrogénio liquido é empurrada para fora da bobina com uma forca Gebil de 10 dinas. Na tabela apresentamos alguns resultados que podem obier com tal experiéneia. As substancias foram escolhidas, inclusive aquelas ja mencionadas, da methor forma possivel numa lamostragem esparsa, para mostrar a larga faixa de comportamento magnético que encontramos nos materiais comuns. ‘Como vocé sabe, umas poucas substineias, das quais a mais fa- miliar € 0 ferro metilieo, parecem muito mais “magnéticas” do que Guaisquer outras, Na tabela, damos a fOrga que atuaria em um pe- Gago de ferro de 1g, colocado no campo da mesma posigio das ooutras amostras. A fOrga & aproximadamente meio quilo! (Nao seria- mos tao ingénuos a ponte de colocar no nosso tubo de ensaio algu- mas gramas de ferro e aproxima-lo de nosso ima, utiizando uma mola bastante delicada. Seria necessirio utilizar outra suspensio,) Note que hi um fator maior que 10° entre a fOrga que atua: numa arama de ferro ¢ a fOrga numa grama de cobre, elementos que sob ‘outros aspéctos no apresentam diferengas to radicuis. Isso indica {que medidas magnéticas precisas numa substincia como © cobre podem nao ser ficeis. Uma contaminagio de ferro metilico de algs- mas partes por milhdo, falsearia completamente resultado. "Ha ainda outra diferenga essencial entre 0 comportamento do ferro e da magnetita e das outras substincias da tabela, Suponha que facamos 0 teste Obvio, para verificar sea forga na amostra é propor ional a0 campo, variando a intensidade do campo no ima. Por exemplo, podemos reduzir a corrente no solendide & metade, ¢ por conseqiiéncia reduzir & metade tanto intensidade do campo B, como Seu gradiente dij,idz. Encontrariamos, para o caso das substancias situadas acima do ferro na tabela, que a forga reduzir-se-ia a wn {quarto do seu valor inicial, enquanto que a forga sObre a amostra dle ferro e de magnetita, reduzir-se-ia & metade ou um pouco menos Evidentemente, a forga, nessas condigdes pelo menos, é proporcional aio quadrado da intensidade do campo para tddas as outras substin- ias relacionadas, mas aproximadamente proporcional & propria intensidade do campo para o Fe ¢ Fe,Ox Parece que estamos lidando com fendmenos diferentes, e al isto complexos. Como um pequeno passo para a sua compreensio, podemos introduzir uma classificagao. Primeiro, aquelas substincias que so repelidas débilmente pelo nosso imi, agua, cloreto de sédio, quartzo, ete., chamam-se diamag- heticas. A maioria dos compostos inotginicos ¢ praticamente todos ‘os compastos orginicos siio diamagnéticos. Conelue-se entio, que © diamagnetismo € uma propriedade de cada atomo ¢ moléela 330 Quando se observa o comportamento oposto, ¢ porque o diamag- netismo é sobrepujado por um efeito mais forte, que produza atracio, \S que s3o atraidas para a regiio de campo mais paramagnéticas. Em alguns 4505, como nos © paramagnetismo nio é muito mais intenso do que o diamagnetismo comum, Em outros materiais da nossa lista, como 0 NiSo, ¢ CuCl; 0 efeito paramagnético € muito ais forte. Nestas substincias também dle cresce conforme a tempe- ratura diminui, produzindo efeitos bastante acentuados & tempera: turas proximas do zero absoluto. O erescimento do paramagnetismo com a diminuigio da temperatura é em parte, responsivel pela grande forca observada sobre o oxigénio liquido. Se vocé pensa que ludo sera ficil de explicar, observe que 0 cobre & diamagnétic, enquanto que o cloreto de cobre & paramagnético, mas 0 sodio & paramagnético enquanto que o cloreto de sédio & diamagnétics. Finalmente, substancias que se comportam como 0 ferro ¢ & ma nétita denominam-se ferromagnéticas. Juntamente com os metais comuns dessa classe, como o ferro, niquel e cobalto, so conhecid numerosas ligase compostos cristalinos ferromagnéticos, De fato, pesquisas recentes em ferromagnetism esto constantemente aumen- tando a lista Néste capitulo, temos dois objetivos. Um é 0 de desenvolver um tratamento dos fendmenas em grande escala que envolvem a materia magnetizada, nos quais a matéria em si é caracterizada por uns poueos pariimetros ¢ pelas relagdes entre éles, determinadas experi- mentalmente, E andlogo ao tratamento dos dielétricos, baseado em alguma relagao observada entre © campo elétrico ¢ a polarizagio volumétrica. Algumas vézes nés o denominamos de teoria ferone- nolégica, Nosso segundo objetivo & tentar compreender, pelo menos de uma forma geral, a origem dtOmica dos varios efeitos magnéticos. Os efeitos magnéticos, mais do que os fendmenos dielétricos, u compreendidos, revelam os aspéctos bisicos da estrutura ator Na tabela sobressai um fato geral. Energia muito pequena, sa scala de energias moleculares, esti envolvida no diamagnetismo € no paramagnetismo, Tome-se o exemplo extremo dio oxigénio liqui Para puxar Ig de oxigénio liquid fora de nosso ima, seria necessirio um, trabalho da ordem de grandeza de 7500 dinas vézes uma dis ‘de uns poucos centimetros (desde que a intensidade de campo ccai substaneialmente em uns poucos centimetros de distancia). Diga ‘mos, grosseiramente, $0.000 ergs. Para elevar de um grau a tempe- ratura de 1g de O, liquido, necessita-se cérea de 300 vézes essa energia ((.4cal ou 1,6j):e necessita-se de mais do que 30.000 vézes essa energia para vaporizar o liquide, isto é, para separar as moléculas uma da outra, Qualquer coisa que esteja acontecendo no oxigénio liquide no nivel molecular, como decorréncia do campo magnético, € em termos de energia, aparentemente, um acontecimento de pouca rmonta, 331 Sabemos que mesmo 0s campos magnéticos fortes nao tém priti- mente influ&ncia nos proeessos quimicos. c isso vale também para bioguimica. Voe’ pode colocar sua milo € antebrago (nao aquéle com 0 reldgio de pulso!) dentro do nosso solendide de 30 kilogauss sem nenhuma percepcao ou conseqiiéneia significante. E dificil prever seo seu brago sera paramagnético ou diamagnético, mas a forga que néle atua nao ser mais do que uma pequens parcela comparada ‘40 peso dle, em qualquer caso. Geragdes de camundongos tém sido ceriadas e reproduzidas em campos magnéticos intensos sem quais- {quer mudangas significativas. Agora, alé 0 momento que isto esta sendo escrito, outras experiéncias bioldgicas no revelaram nada de hotivel s6bre os efeitos magnéticos nos processos quimicos*. Isto io € surpreendente. Na sua interagio com a matéria, © campo mnético desempenha um papel completamente diferente daguéle do campo elétrico, As forgas elétricas dominam irresistivelmente 0 cenirio molecular, porque étomos € moléculas sio constituides de cargas elétricas que se movent len 102 A AUSENCIA DA “CARGA” MAGNETICA. (© campo magnético fora de um bastio magnetizado, como uma wulha magnética, € muito parecide com o campo elétrico fora de tum bastio elétricamente polarizado, um bast2o com excesso de cart positiva numa extremidade e carga negativa na outra (Fig, 103). E concebivel que 0 campo magnético tenha fontes que com éle se relacionem da mesma forma que as cargas clétricas se relacionam ‘com 0 campo elétrico. Entao 0 polo “norte” de uma agulha imantada seria a localizagdo de um excesso de uma espécie de “carga magnética’ € 0 polo sul seria a localizagao de um excesso da espécie posta. Podemas chamar de positiva a “carga norte” e de negativa a “carga sul”, com 0 campo magnético orientado da positiva para a negativa, fa mesma regra que foi adotada para o campo elétrico ¢ carga elé= Irica, HistOricamente, foi essa a convene estabelecida para a orien- “Isso no quer diver que pequenos efeitos sto sempre inconsequantes. Um ant mento comin se que {Soa importancia, na escola molecule linda asin as iryores mun terreno ineinado crescem verticalnen. Iso presumivelmente envolve a Forge total mua unidade biologice maior do_que © tamanho molecular, De fato um “tropismo” semelhante [oi demonstrado experimentalmente no caso do erescimento de mmudas em campos rmagnéticos fortemente na homogéneos. Nio estamos sugerindo ue as proprisds- des magncticas das molkeulas alo inferesam aos bioguimicos. Pelo contri os intermediitios nas reagoes quimicas sio algunas ¥7es detetados e mesmo ident Ficados. pelo seu comportamento magnético. Mas isso € uns cose muito diferente di influgncia de um eampo magntica forte wo peocesso quimicn. A propisito, se voce folocar a eabeca nm campo anagnétio fle e balancr-la, voce "senira” corentes ‘lewroliicas em sun boca simples evidendia da fbrga cletromotriz induzida. ramos Je wsts, mostrar que a grasidade & energéticamente 332 Fig. 10.3 (a) Dois discos elettizados com cargas Ue sinais opostos (observam-se as segBes trans: versais dos eletrodos como barras negras sslidas) tm um campo elétrico que € {to bastdo polarizado, Isto 0 bast ocuy yocé imaginar ido a regido dentro da fron- sm traceiado, seu campo ex. temo sera igual ao deseahado. O campo ele ttico aqui tornou-se visivel devido a uma imfinidade de fibras em suspense. no dle, se orientam na diregao do campo. iodo elegante de demonstragio das configuragdes do campo elétrico* € devido a Mr. Harold M. Waage, do Laboratério de (6) © campo magnético em tame de um ci- lindro magnetizado visto pela orientacio de Pequenos pedagos de fio de niquel, imerso fm glicerina. (Esta tentativa de apertsigoar a teadicional demonstragio. com “Timalha de ferro” peta adaptagio da téeniea de Waage no fai muito bem sucedidn — 0s fios de niguel tendem a se unir em compridos fla- Mentos, 0s. quais so atraidos pelo ima). Diagramas dos campos nos dois sistemas, cons imuidos tedricamente sao vistos mais adiante a Fig. 10.21 THM. Wangs, ont. Phys, 32,388 (1964, io do campo magnético*. Aquilo que designamos por carga ‘magnética tem sido comumente chamado intensidade de plo ma tie Esta idéia & perfeitamente aceitavel. Ela se torna mesmo mais plausivel quando nés lembramos que as equacdes fundamentais do campo eletromagnético so bem simétricas em Ee B. Por que et iio podemos esperar encontrar simetria nas fontes do campo? Com ca magnética como uma possivel fonte do campo magnético B, amos ter div B = 4x1, onde seria a densidade de carga magné 1, cm completa analogia com a densidade de carga elétrica p. Duas cargus magnéticas positivas (ow polos norte) ¢ unitirias, sepa. radas pela distancia de lem, seriam repelidas uma pela outra eom uma forga de | dina, e assim por diante. A diliculdade consiste em que as coisas nfo so dessa forma A Natureza, por alguma raza, no usou essa oportunidade. O mundo em volta de nés aparece totalmente assimétrieo no sentido de que nao encontramos carga magnética alguma, Ninguém ainda obs ‘vou, isoladamente, excesso de uma espécie de carga magnética, um polo norte isolado por exemplo. Se tal objeto existisse, éle seria reco nhecido de varias maneiras, Ele daria origem a um campo magnético orientado radialmente para fora do objeto e decrescente com /P, 1 grandes distincias. Talvez mais notivel, tal objeto, quando colo: cado num campo magnético uniforme, softeria ago de uma forge. ‘Ao contririo das amostras em nosso solendide, a forga maxima ‘ovorreria no centro e nao na extremidade da bobina. F, de modo diferente da forga sObre uma particula eletrizada, em movimento num ‘campo magnético, a f6rga nesse plo norte em repouso seria para- lela a0 campo, e nio perpendicular Haveria um fluxo de B diferente de zero para fora de uma regitio some do espago que contivesse um pdlo magnético isolado. A evidéncia dda auséncia total de tais objetos pode entZo ser resumida pela afir- magio de que, em véz de div B= 4x7, encontramos simplesmente div B=0 em qualquer lugar w Realmente em qualquer lugar? Poderiam estar os pélos norte ¢ sul unidos em pares inseparaveis, de intensidades iguais mas de sinais, opostos, tio proximos que seria fisicamente impossivel explorar a “Lembre-se que no Cap. 6 estabelecemos o sentido positive de B com referéacia «um sentido de corrente (sentido do movimento de carga positva) €a egra da tireita, Agora "plo nore” signifiea “extremidade da agulha magnéica que procura ‘palo norte" Até hoje mio eompreensemos porque a polaridade magnética da terra de uma forma, e ado da cutra, © dsignacao por Franklin de eleticidade “positiva” ino tinha mada a ver eom i860. Assim, o foto que & prodso usar uma reara da mo diveita em nee de uma repra da mio esquerda para que fea tudo consistent, & pura coincidéncia 334 0 entre os membros do par? Nao hi nenhum motivo para pensar- mos dessa forma, mas nfo faria nenhuma diferenga porque a afir- magio da Eq. I valeria sempre que B, em si mesmo, tivesse alum ido. Tem havido sérias especulagdes, entretanto, de que pares de polos, como pares de particulas elementares, possam ser ctiados € afastados em acontecimentos nucleares bastante enerasticos. Algumas pesquisas recentes de tais particulas, chamadas mono- polos magnéticos, nfo detetaram nenhuma*. Se clas nao podem sim 0 fOr, porque nao podem, permanece uma questio existir,e se aberta. Se alguém descobrisse um monopolo, éle estaria autorizado a adicionar triunfantemente depois da Eq. 1, a restrigio”... exceto no local déste monopolo magnético, norte (ou sul), que aparece em minha chapa folografica (ou cimera de bélhas, ou contador, etc)”. Mas mesmo isso nao afetaria a conclusio principal: A matéria ordi niria é feita de cargas elétricas, ¢ niio de cargas magnéticas. ‘Somos forcados a concluir que as tinicas fontes do campo magné tico silo correntes elétricas, Isto nos conduz de volta a hipdtese de Ampére, sua idéia de que 0 magnetismo na matéria € devido a um rmimero muito grande de pequenos antis de corrente elétriea. distri buidos através da substancia. 103 0 CAMPO DE UM ANEL DE CORRENTE. Um condutor apoia-se no plano xy, formando um anel que envolve 2 origem, como na Fig. 10.4a. Uma corrente constante f, medida em ues/seg, circula pela espira, Estamos interessdos no campo magné- tico que esta corrente produz, nao nas proximidades do anel, mas em pontos distantes, como P, na figura. Admitiremos que rs, a dis até Py, seja muito maior do gue qyalquer dimensio do anel. Para simplificar a figura, localizamos P, no plano y2; ficaré bem clara que isso no é nenhuma restrigao. Esta é uma boa ocasifo para empregar~ mos © potencial vetor. Primeiro calcukaremos © potencial vetor A. em P, . isto € A (0. y, , 24). Disto sera Gbvio qual é © valor do po- lencial vetor em qualquer outro ponto distante do anel. Entio, achando-se o rotacional de A. obteremos © campo magnético B. ‘Para um relat da pesquisa de monopolos magnéticos, ejao artige de Kenneth Ford, "Monopalos Magneticos” Se. American 208,30 (Dezembro 1963). "assimetia” evidente na auséneia de carea maunética & bem diferente da assimetria erica que ‘os familie, a diferenga de comportameato cate particulas positivas e ncpativas letrons slo particule negativas estivels; carga potitiva encostraae na forma do prion, particula muito mais pesada, Mas, sabemos que isto nao & nacessriamente Universal, porque sabemos que existom as antipariculas, Toda a evidéncia aponia na possibile de materia fita de eletons pasitivos e protons negatives: esta “ant- inatéia” seria gmea da maria que eneoatramos em nossa parte do univers. Jt ‘vimos os ingradientes de wm mundo de antimatérin no laboratério — mas ox igre Gentes de um "gémeo magnétco” nio foram vstos Hi strias divides de que Sls ‘ristam e him forte argumenta de qu se eles existem, dover ser hasantedicrenes, fob alguns outros aspectos, das particulas eletizadas 335 dx, positivo vs positive x, negative v's megativo| (©) ig, 104 (a) Céleulo do potencial vetor A em um ponto distante da espira de corrente (6) Vista lateral, olhando do eixo x, mostrando que ra ros $e 80, PS dv € 0 ftea da espira (0 Vista de tépo, para mostrar que fesse Para uma corrente confinada no fio, temos, conforme a Eq. 6.35 A(O,¥5.20) tI ile @ Naquela ocasio estivemos apenas interessados na contribuigio de um pequeno segmento do circuito, agora devemos integrar sobre todo oanel. Considerea variacao do denominador r»,4 medida que vamos percorrendo a espira. Se P, esta muito afastado, a variagao de p meira ordem em r,, depende apenas de x. Isto deveria ficar claro na observagio da. vista lateral, esbogada na Fig. 104, Assim, despre zando quantidades proporcionais a (x,/r,,)% podemos admitir que 3 € 712, situadas no mesmo plano de topo na vista lateral, ejam iguais. De um modo geral, numa aproximagio de primeira ordem na relagto (dimensdes do anel/distiincia a P,), temos entio rua ® ry y2send 3 Observe agora os dois elementos de cireuito dly € dl’, vistos na Fig. 10.44, Para éles, as variagdes dy, tem o mesmo modulo mas sio de sinais contrarios, e como ji haviamos observado antes, ri €r'13 Sto iguais até primeira ordem, Nessa ordem de aproxima entdo, suas contribuigdes & integral de linha cancelar-se-io muitua- mente, ¢ isto é verdadciro para t6da a espira. Portanto, A em P, nao tera a componente segundo y, Obviamente ée também nio ter componente segundo =, pois © contdrno da espira em si, ja nao tem componente em z. A componente segundo x do potencial vetor resulta da contribuigao dos elementos dx do contorno de integra tint J a “ Sem prejudicar nossa aproximagzo’ de primeira ordem, podemos transformar a Eq. 3 em AO. y, 3 © usando-a no integrando, temos AQ. y 2) = fe +e) any 6 Na integragio, r, ¢ 0 so constantes. Obviamente, Jes em torno da espira é nula. Agora | yz dx, a0 longo do ancl, é exatamente a firea da espira, independéntemente da sua forma. (Veja Fig. 104c). Assim encontramos, finalmente, ive, Isen x (rea da espira) 0 337 Fig nético € relacionada com a corr regra do suca-rélha como aqui & ilustrado, 5 Por definigdo, 0 vetor momento mi te pela Fig, 106 Um dipolo magnético situado na forigem. Para todo ponto distante da espira, Aum vetor paralelo ao plano xy, tangente ‘4 um circulo em tdrno do eixo = Aqui est um ponto simples, mas crucial: desde que a forma da espira no tem influéncia, nossa restri¢do de P, a0 plano yz nao acarreta nenhuma diferenga essencial, Entio devemos ter na Eq. 7 0 resultado geral que procuramos, resta enuncii-lo em sua generalidade: potencial vetor de uma espira plana de corrente, de qualquer forma, distancia r da espira muito maior do que as dimensoes desta, & tum vetor perpendicular ao plano contendo re a normal ao plano da espira, de densidade, fasen ® onde a é a area da espira. Este potencial vetor & simétrico em relagdo ao eixo da espira, 0 que implica na simetria da intensidade do campo B também. A explicasao. désse fato & que estamos considerando regides tio distantes do anel que os detalhes da sua forma tém influéncia desprezivel. Tados os angis que tem 0 mesmo produto corrente x area produzem 0 mesmo campo em pontos distantes. Denominamos o produto fale de mo- mento de dipolo magnético do anel de corrente, denotando-o por m. © momento de dipolo magnético & evidentemente um vetor, sua diregao é a da normal ao plano do anel, ou a0 do vetor a, a superticie orientada correspondente a rca limitada pelo anel. 1 mata o Quanto ao sentido, convencionamos que o sentido de m e o sentido da corrente no anel estio relacionados pela regra do saca-rolhas, como ilustrado na Fig. 10.5. (© momento de dipolo do anel da Fig. 10.da esta dirigido para baixo, de acBrdo com esta regra). O velor potencial do campo de um dipolo magnético m pode agora ser deserito simplesmente pelos vetores. aamgt «i conde 7 @ um vetor unitario que aponta do anel para 0 ponto onde Asta sendo calculado. Voce pode verificar que isso esta de acdrdo com 0 que foi anteriormente convencionado. Observe que o sentido de A deve sempre ser 0 mesmo que o da corrente na parte mais proxima do ancl A Fig, 10.6 mostra um dipolo magnético situado na origem, com ‘© momento de dipolo m apontando no sentido positive de 2. Para exprimir o vetor potencial em qualquer ponto (x,y,2), observamos quer =x? +o be sen = / x7 F s%/r,A intensidade A do Ppotencial vetor nesse ponto & nsen 0 _m/eeye ants lays ay Desde que A ¢ tangente a uma circunferéncia num plano horizontal com centro no cixo =, suas componentes sio: ) my 2) | Calculemos B para um ponto no plano xz, determinando as com- ponentes de rot A e entio (nfo antes) fazendo y = 0. No plano 0, sen 0) = x/r € cos @ = =/r. As componentes do campo em qualquer ponto désse plano sio entio dadas por: 3m sen @ cos 0 0 «ay = m13 cos? 0-1) B, Agora retorne a Sec. 9.3, onde, na Eg. 9.14, esto expressas as componentes, no plano xy, do campo E de um dipolo elétrico situado exatamente como nosso dipolo magnético m. As expressdes sto idénticas. Verificamos ento que © campo magnético de uma peque- na espira de corrente, em pontos distantes, tem a mesma forma que © campo elétrico de duas cargas separadas. J4 sabemos qual ¢ 0 aspecto désse campo, 0 campo do dipolo elétrico. A Fig, 10.7 & uma tentativa de sugerir 0 aspecto tri-dimensional das linhas de campo de B devidas & nossa espira de corrente de momento de dipolo m. © campo magnético prdximo A espira de corrente € totalmente diferente do campo elétrico proximo a um par de cargas separadas, positiva € negativa, conforme mostra a comparacio na Fig. 1038. | Observe que, entre as cargas, 0 campo elétrica aponta para baixo, 339 Fig, 107 Algumas linhas de campo magnético tno campo de um dipolo magnético, isto & uma pequena espira de corrente, | be \ ee iz \ ae \ 1 y ~ \ iN Se Ney \ SSE oS ro EE A a enquanto que internamente 10 anel de corrente, o campo magnético aponta para cima, apesar de que em pontos distantes, os campos se assemelham. Isto reflete o fato de que nosso campo magnético sa- tisfaz V-B = 0 em qualquer lugar, mesmo dentro da fonte. As linhas do campo magnético sio fechadas, sem comégo nem fim. Por pro- ximo e distante deve-se entender, evidentemente em relagio as di- menses do anel de corrente ou a separagiio de cargas. Se reduzirmos as dimensdes do ancl e aumentarmos 2 corrente mantendo constante ‘o momento de dipolo m = La/c, aproximar-nos-emos do dipolo mag- nético infinitesimal, o correspondente do dipoto elétrico infinitesimal escrito no capitulo 9. 104 FORGA NUM DIPOLO EM CAMPO EXTE. NO Considere um pequeno anel circular de corrente, de raio r, colo- cado no campo magnético de algum outro sistema de corrente, como um solencicl, Na Fig. 109 esboca-se um campo B, de um! modo geral orientado segundo z. Ble nao & um campo uniforme, enfraque~ cendo conforme avangamos na diregao =; isto é evidente quando se observa que as linhas de campo abrem-se em leque. Admitamos, por simplicidade, que o campo seja simétrico em relagio ao eixo = Enido éle se assemelha ao campo proximo 2 extremidade superior do solendide da Fig. 10.1. O campo representado na Fig. 10.9 no inclui o campo magnético da corrente no proprio nel. Desejamos encontrar a fBrga no anel de corrente causada pelo outro campo, que denominaremos, na falta de um nome melhor, © campo externo, A férga resultante no anel de corrente devido ao Seu préprio campo @ certamente zero, de modo que poderemos ignorar ésse campo proprio nesta discussio. Se vocé estudar a situacdo nasEig. 10.9, logo coneluiré que deve haver uma forga resultante no anel de corrente. Ela aparece porque © campo externo B tem uma componente radial B,. orientada para fora, em qualquer parte do anel. Entao, se @ corrente circula no sentido indicado, cada elemento do anel, di, deve sofrer uma fo para baixo, de intensidade 1B,dlje, Se B, tiver a mesma intensidade em todos 08 pontos do anel, como deve ser no campo siméttico admi- tido, a fOrga resultante & para baixo e tera a intensidade 2arIB, as) Agora B, pode ser relacionado, diretamente, com o gradiente de B,. Desde que div B = 0 em todos os pontos, 0 fluxo do campo magnético através de qualquer superficie fechada & nulo. Considere © pequeno cilindro de raio r e altura Az (Fig, 10.10). O fluxo para fora das paredes laterais é 2nr(A=)B,.E 0 fluxo para fora nas bases & 341 Fig, 10.9 Um anel de coreente num campo forme. (O campo do prb= prio ancl no esti mostrado). Por caus da do campo B,, hi u Fig. 10.10 © teorema de Gauss pode ser utili zdo para relacionar B, € 0BJ0,, conduzindo a Bq, 16. que, em aproximac ‘Az, & ar°(@B,(02) Az. Igualando a zero 0 fluxo total, vem: 0 = rr (0B,/02) Ac + 2arB, As, que nos da a rekagio 3B, -5 ro) Como uma verificago do sinal, observe que de acdrdo com a Eq, 16, 8, & positive quando B, decresce com o aumento de z, Uma olhadela na figura mostra que isso esti. correto. Avfarea no dipolo pode agora ser expressa em térmos do gra iente da componente B, do campo externo: Qarl r OB. _ wrt OB, cola ¢ No fator nr2I/e teconhecemos a intensidade m do momento de dipolo magnético do nosso anel de corrente, Assim, a forga no anel pode ser expressa muito simplesmente em térmos do momento de dipolo: de primeira ordem nas pequenas distincias a7 (1s) [Nés no o provamos, mas voc nio ficaré surpreso de ouvir que @ forga sSbre pequenos aneis de qualquer formato depende somente do produto corrente x area, isto € do momento de dipolo. A forma nto importa. Evidentemente estamos examinardo apenas ants su- ficientements pequenos de modo que somente a variaglo de primei- ra ordem do campo sobre 0 ane! seja significante. ‘Nosso ane! na Fig, 1.9 tem um momento de dipolo m apontando para cima_e4 forga é para buixo. Obviamente, se pudéssemos inverter mcorrente no ane, dessi forma invertendo m, a forga inverteria o Sentido. A situagdo pode ser resumida da seguiinte forma: Momento de dipolo paruielo ao campo externo: A fora atua no sentido em que a intensidade do campo cresee. ‘Momento de dipolo ariiparatelo ao campo externo: A ferca tua no sentido em que a intensidade do campo decresce. Campo externo uniforme: Forca nuda Evidentemente, éste niio 0 caso mais geral. © momento m po- deria estar orientado num ngulo qualquer em relagao a B, ¢ as Componentes diferentes de B poderiam ser variaveis no espago de maneirt diferente, Nao é muito difiil descobrir uma formula para a forca F que aparece no caso geral, Ela seria exatamente como @ fSrmula que obtivemos, na Eq, 9.22, para a fOrga num dipolo elétrieo ‘num campo elétrico nao uniforme. Isto é, a componente segundo > da forga em qualquer dipolo magnético m é dada por F,=m-grad By a9) ¢ formulas andlogas para, F, ¢ Fe 342

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