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9.5 Dipolos atémicos & moleculares: Momentos de dipoles induzidos 287 9.6 © tensor de polarizabilidade 291 9.7 Momentos de dipolos permanentes 293 98 O campo elétrico causado pela materia pokurizada 295 99. © capacitor preenchido com dielétrieo 300 9.10 O campo de uma esfera polarizada 302 9.11 Uma esfera dielétriea num campo uniforme 306 9.12 O campo de uma carga num mei diclétrico e a lei de Gauss 307 9.13 A conexao entre a susceptibilidade clétrica e a polarizabilidade atémica 310 9.14 Variagdes de energia na polarizagio 315 9.15 Dielétricos constituidos de moléculas polares 316 9.16 Polarizagio em campos 9.17 Corrente de carga ligada 319 Problemas 323, iveis 317 tol respondem 327 10.2 ‘earga” magnética 332 10.3, O campo de um anel de corrente 335 10.4 A forga sdbre um dipolo num campo externo 341 I 10.9 © campo de um ima permanente 359 10.10 Correntes livres e 0 campo Hl 361 10.11 Ferromagnetismo 365 Problemas 371 Problemas ¢ questies «icionais 374 Apéndice: Unie nota sobre o sistema MKS de unidades elétricas 413 Indice remissivo 4V7 Tabela ile valéres, unidades e converses capas internas Capitulo 1 11 Carga elétrica 3 12 Conservagdo da carga 5 13) Quanti carga 6 14 A let de Coulomb 8 15. Energia de um sistema de cargas 11 16 Energia eléirica numa réde cristalina 17 O campo elétrico 18 Distribuigdes de carga 19 Flux 110 Lei LU Campo de esférica de carga 26 12 Campo de wma carga linear 28 Campo de uma distribuigao plana infinita de carga » Problemas 30 4 Eletrostatica: Cargas @ campos 1.1 CARGA ELETRICA Para os primeiros pesquisadores, a Eletricidade pareceu ser um fendmeno extraordinario. Obter dos corpos o fogo suril, como era es chamada,levar um objeto a um estado altamente eletrili cado, produzir um fluxo continuo de corrente, exigiam persisténcia habilidosa. Exceptuando-se o espetiiculo do relimpago, as manifes- tagdes comuns da natureza, desde o congelamento da agua ao cres- cimento das drvores, pareciam nfo ter relagio alguma com 0 com- portamento curioso dos objetos cletrizados. Atualmente sabemos due as forcas elétricas determinam em grande parte, as propriedades Tisicas ¢ quimicas da matéria em toda a faixa que vai desde 0 atomo até a célula viva. Temos de agradecer por éste conhecimento, aos cientistas do século dezenove: Ampére, Faraday, outros que descobriram a natureza do cletromagnetismo, bem como a0s fisicos e quimicos do século vinte que revelaram a estrutura atémica da. matéria, eletromagnetismo eldssico estuda as eargas e correntes elétricas es muituas, como se LOdas as grandezas envolvidas pudessem ser medidas independentemente, com precisio ilimitada. Aqui, lassico significa apenas “nio-quintico”. A lei quintica, com sua constante i, € ignorada na teoria clissica do eletromagnetismo, da ‘mesma forma como na mecinica clissica. Realmente, a teoria clas- ica foi desenvolvida até um estado muito proximo do atual, antes da descoberta de Planck, Ela sobreviveu notvelmente bem. Nem a revolusio da fisica quintica, nem 0 desenvolvimento da relatividade especial deslustraram equacdes do campo eletromasnético que Maxwell estabeleceu hit cem anos atras. Bvidentemente, a teoria estava sSlidamente bascada na experi mentagiio, € por causa disso era muito segura dentro dos limites do mpo de aplicacao original — bobinas, capaci eventualmente ondas de ridio e ondas luminosas, No entanto, mesmo um éxito tho grande nao garante a validade num outro dominio, por exemplo, no interior de uma molécula Dois futos ajudam a explicar a importincia continua da teoria clissica do eletromagnetismo na fisica moderna. Primeiro, a relat: vidade restrita no cxigiu nenhuma revisio do eletromagnetismo classico, Cronoldgicamente, a relatividade especial naseew do ele- tromagnetismo clissico ¢ das experincias inspiradas por éle. As equagdes de Maxwell, deduzidas muito antes dos trabalhos de faxwell e muitos 3 Lorentz © Einstein revelaram-se inteiramente compativeis com a Felatividade. Em segundo lugar, as modificagSes quinticas das Fargas eletramagnéticas revelaram-se sem importineia até distancias da ordem de 10" em, cem vezes menores que o ditomo. Podemos Goserever a repulsdo e atragio de particulas no Atomo utilizando as mesmas leis que se aplicam ds folhas de_um eletroscopio, embora hecwsitemos da mecinica quintica para prover © comportamento das particulas sob ado desis fSreas. Para distaneias ainda menore ‘uma combinagio muito bem sucedida, entre a teoria eletromag- nética € a teoria quantica, chamada eletrodindmica quintica, que parece estar de acdrdo com a experiéneia mesmo até as menores distancias jf exploradas. Supomos que 0 leitor ja tena algum conhecimento dos fend- menos elementares da cletricidade. Nao vamos rever todas as expe- riéncias que demonstra E ram a existéncia da carga clétriea mem todas tis provas da constituigao eétrica da matéria, Por outro lado, quer nos exminar com cuidado os fundamentos experimentais das | bisicas das quais depende todo o resto, Neste capitulo estudaremos mr das cargas eltricas estacionarius — eleirostitica E certo que uma propricdade fundamental da carga elétrica € & sua existéneia nas duas espécies que hd muito tempo foram chamadas ponitiva e negativa, Observou-se o fato de que t6das as particulas Fletrizadas podem ser divididas em duas classes, de. tal forma que todos os componentes de uma classe se repelem entre si, ao passo que atraem os componentes da outra classe Se dois pequenos corpos eletrizados, A © B, separados por uma certa distancia, repelem-se, ¢ se A atrai um terceiro corpo eletrizado Cento sempre se verifica que B atrai C. Nao podemos dizer com Certera, porque previlece esta Ici universal. Mas hoje os fisicos fendem a-considerar as cargas positivas ¢ negativas, fundamental mente. como manifestagées opostas de uma qualidade, da mesma forma que “direito” © “esquerdo” sio_manifestagdes opostas de “ado”. Realmente, a questio da simetria relacionada com direito fe esquerdo parece estar intimamente relacionada com essa dual ade de carga eletrica, bem como com outra simetria fundamental, tos dois sentidos do tempo. A fisica das particulas elementares esté langando alguma luz sObre essas quest&es, ‘ que nés chamamos de carga negativa poderia ter sido chamada de positiva e viee-versa®. A escolha foi um acidente historico. Nosso universo parece ser uma mistura muito bem equilibrada de carga létrica positiva e negativa, o que, desde que cargas semelhantes se repelem, nao € surpreendente. +p nga do clevon comum nit tm nada de insnioamente negatiens Ur into sncwrita deode que ae define a multiplieacie, difere esensialmente de um insite we ps ede seu qudrado scrum inti de sial posto, Mas o preduto Teas argas nao € uina carga: mio hi comparagi. 4 COCO Duas outras propriedades observadas da carga elétrica sio essenciais na estrutura elétrica da matéria: a carga se conserva e a carga é quantizada. Essas propriedades se referem a quantidade de carga ¢, assim, implicam numa medigao de carga. Estabeleceremos pre te como a carga pode ser medida em fungao da forca entre cargas separadas por certa distincia. Mas por enquanto con: sideramos isso como sabido, de forma que podemos falar livremente sObre ésses fatos. fundamentais 1.2 CONSERVAG4O DA CARGA isoludo, nunca varia, Por fsolado aatravessa os limites do sistema, A carga tot entendemos que nenhuma matéri Luz pode entra ir do sistema sem alterar © principio, pois fotons ndo transportam carga elétrica. Por exemplo, uma caixa de paredes finas no vacuo, exposta a raios gama pode tornar-se o palco de uma “eriagao de par”, evento no qual um foton de alta encrgia |, num sistem: termina sua existénein com a criagdo de um clétron neg: elétron positivo (Fig. 1.1). Nasceram duas particulas eletrizadas mas a variagdo da carga total, dentro e fora da caixa, € nula. Um evento ‘que violasse a lei acima estabelecida, seria a criagiio de uma particul letrizada positivamente sem a eriagao simulténea de uma particula eletrizada negativamente. Tal ocorréncia nunca foi observada, F evidente que se as cargas elétricas do elétron e do positron nao fssem precisamente iguais em modulo, a criagao do par violavia alei rigorosa da conservagio da carga. Pelo que se pode verific experimentalmente, suas cargas sao iguais, Uma comprova experimental interessante é fornecida pela estrutura chamada posi- trénio, formada por um elétron © um positron e nada mais. Esse curioso dtomo pode viver durante um tempo suficiente — um décimo de micro segundo, mais ou menos para set estudado em miniicia Ele se comporta como se fosse elétticamente neutro, Realmente, a maioria dos fisicos ficaria surprésa, para no dizer incrédula, se qualquer diferenga fOsse encontrada entre as intensidades dessas cargas, pois sabemos que o elétron o positron estio relacionados entre si como particula ¢ antiparticula. A rigorosa igualdade de suas, cargas, assim como a igualdade de suas massas, ¢ uma manifestagio de uma simetria aparentemente universal na natureza: a dualidade particula — antiparticula. Pode-se pensar, ento, se a conservagio da carga € meramente um corolério de alguma lei mais geral de conservagio que governa a eriagao & a aniquilagio de particul ow € a conservagao da carga um requisito primordial, com o qual a5 outras leis tenham de concordar? Ou seri que essas perguntas tem significado? Nao sabemos com certeza. Uma coisa fieara clara no decorrer do nosso estudo de eletromag- netismo: a ndo-conservagio da carga seria totalmente incompativel com a estrutura da nossa teoria eletrom: atual, Podemos, 5 Depois Fig. 11 Particulas eartegadas so eriadas aos es, com) mestna carga, mas de sinais con entiio enuneiar a [ei da conservagdo da carga, seja como um postulado da teoria seja como uma lei empirica corroborada sem excecio por tOdas as experiéneias feitas até hoje: ‘A carga total elétrica num sistema isotado, isto & ‘a soma algebrica das cargas positivas © negativas, em qualquer instante, nunca varia, Mais cedo ou mais tarde precisaremos verificar se essa lei esta de acdrdo com a exigéncia da invarianga relativistica, Adiaremos até o capitulo $ uma discussia completa dessatmportante questio. Mas a resposta & que ela esti de acdrdo, € no s6 meramente no ido de que a lei acima prevalece em qualquer sistema de refe- réncia inercial, mas no sentido mais forte de que obscrvadores loca- lizados em referenciais diferentes, ao medirem a carga, obtém o mesmo resultado. Em outras palavras a carga elétrica total de um sistema isolado € um mimero relativisticamente invariante. 13 QUANTIZAGAO DA CARGA A experiéncia da gota de dleo, de Millikan, e diversas outras, demonstram que a carga clétrica aparece na natureza em miiltiplos de um nico valor unitério. Essa intensidade é representada por e, 4 carga cletrénica. Ja observamos que o positron tem exatamente esta intensidade de carga. O que aparece como mais notavel & a igualdade rigorosa das cargas de t6das as outras particulas eletri zadas;it igualdade, por exemplo, do médulo da carga positiva do proton ¢ da negativa do elétron Essa igualdade particular, © equilibrio proton-elétron, & pas- sivel de uma verificaglo muito precisa, Pode-se verificar a neutra~ lidade elétrica do éitomo ou molécula do hidrogénio normal. Para fsse fim, pode-se tentar defletir um feixe de atomos ou moléculas por meio de um campo elétrico. Numa experiéneia muito precisa destinada a essa finalidade*, enviou-se um feixe muito bem defi- nido de dtomos de eésio, em alto vacuo, através de um campo ele trio intenso. Da auséncia de qualquer desvio observavel, pade-se coneluir que a carga total de um tomo de eésio deve ser menor que 10" e. Uma verificagio precisa ainda foi feta recentemente por um método diferente®. Uma grande quantidade de hidrogénio 21. © Zomn, G. F. Chamberisn, and V, W. Hues, Phrs. Rex. 129, 2566 (196. 13. G, Kings Phys. Ren. Letiors 8, 362 (1940). Neste artigo so encontradas rele: reacias @ verges anteriores de igualade de eargas, © mesmo se dando com 0 ‘Sule de VW, Hughes em Griritaion und Roletvty editade por HY. Chin ¢ WE, Hovimann ¢W.A, Benjamin, Ine. New York. [64h cap. 13 6 ¢gas0s0 foi comprimida num recipiente muito bem isolado elétrica- mente do ambiente. Permitiu-se entao que o gis escapasse do reser- vatério por um processo que impedia a saida de qualquer ion comurn Sea carga do proton diferisse da do elétron por, por exemplo, uma par- te num billdo, entio cada molécula de hidrogénio, formada por dois protons ¢ dois elétrons, teria uma carga de 2 x 10" ee retiada de téda a massa de hidrogénio alteraria mensurdvelmente a carga ¢ 0 potencial do recipiente. Realmente, a experigneia poderia ter reve. lado uma carga residual tio pequena como 10°" e por tomo no entanto, no se observou carga alguma! Concluimos que o elétron eo proton tém cargas iguais com uma precisio de | para 10-2” De acdtdo com as idéias atuais, o elétron e 0 proton diferentes entre si como 0 podem Ser quaisquer outras part clementares. Ninguém entende ainda porque suas cargas devam ser iguais wlé um grau tio fantistico de precisio, Evidentemente @ quantizagio da carga & uma lei profunda e universal da natureza Tiidas as particulas eletrizadas clementares, até o ponto em que podemos determinar, tém cargas de magnitudes rigorosamente iguais. Podemos apenas ter a esperanga de que algum fat coberts ou consideragdo twérica possa revelar porque uma particula de carga 0,500 e ow 0999 © mio pode existc’ © fenémeno da quantizagio da earga nao pertence ao escépo do eletromagnetismo clissico, & claro. De modo geral 0 ignoramos ¢ Procederemos como se nossas cargas puntiformes q pudessem ter qualquer magnitude. Iss0 no nos traré dificuldades, De fato, con- \ém lembrar que no se pode esperar que a teoria clissica explique ‘estrutura das particulas elementares (To pouco é certo que a atual teoria quintica possa fazé-lo'), O que mantém a estrutura do elé- tron & to mistetioso como o que fixa o valor preciso de sua carga. Alguma coisa mais do que fErgas elétricas deve agir, pois as Forgas eletrostitieas entre as diversas partes do elétron seriam repulsivas No nosso estudo de eletricidade © magnetismo consideraremos as particulas eletrizadas apenas como portadoras de eargas, com dimensdes to pequenas que seu tamanho e estrutura sio, para a maioria dos fins, totalmente insignificantes, No caso do. préton, por exemplo, as experiéncias de espalhamentos de particulas de alta energia nos mostram que a carga elétrica nio se estende apre- ciivelmente além de um raio de 10 em, Lembramos que a analise de Rutherford, do espalhamento de particulas alfa, mostrou que leos pesados t6 rga elérica distribuida numa regito menor que 10"! em, Para o fisico do século dezenove,a “carga des- Em algumas recentes hipotesesteoricas a respeito de pticlas elementars, foisuperida a possibilidade daexiténcia de partculas de carga jee je. Numa posterior pesquisa dessts partculas, sob eondigdes supostas favonsvet sua pout ‘eteceio nenhuma aparecen IL. Leiponer, W. T-Chy, RC. Larsen, RK. AGA 5 Ret, Laters 1223 (1964), Ao se esctever ia no entanto, hiptese comminus, em pe Parties with a charge of te, P puntiforme” permaneceu como um conceito abstrato, do qual bolinha de sabugueiro era uma realizagio muito grosseira. Hoje estamos familiarizados com as particulas atomicas. A granulosidade Gn eletricidade é tao Sbvia na nossa moderna descrigto da natureza {que consideramos menos artificial a idealizagio de uma carga pun- tHforme do que a de uma distribuigio de densidade de carga continua mente variivel. Quando postulamos tais distribuigdes, podemos imagind-las como valores médios de um grande niimero de cargas tlementares, da _mesma forma pela qual definimos a densidade de um liguido, mo obstante sua descontinuidade uma escala molecular. Em corpos muito maiores que as goticulas Ue dleo de Millikan, a quantizaglo da carga nao & muito perceptivel! macroscopi 14 4 LEI DE COULOMB Como voce provivelmente ji sabe, a interagio de cargas elétricas vm repouso é regida pela lei de Coulomb: duas cargas elétricas catacionarits se repelem ow se atraem com uma férga proporcionsl fo produto da intensidade das cargas ¢ inversamente proporcional dhe quadrado da distincia entre elas. Podemos dizer isso compar tamente em forma vetorial: Fy = a fit 2 w Onde «; € dy So niimeros (escalares) que dio a intensidade e © Sinal das respectivas cargas, #,, 6 0 vetor unitirio na diregao ¢ sen- Tido da carga 1 a carga 2 F, &a forca que age sobre @ carga 2 Assim, a Eq, | exprime, entre outras coists, o fato de que curgas de Sinal oposto se atraem e cargas iguais se repelem ¢ que a forga & newtoniana, isto & Fy =~ Fy ‘O vetor unitirio Fa, mostra que a forea & paralela 4 reta que liga fas cargas, Nio poderia ser de outra forma, a no ser que © proprio ‘0 tivesse alguma propriedade direcional intrinseca, pois que, para duas cargas puntiformes s6zinhas, no espago vazio e isotropico, enhuma outta diresio pode ser individualizada, Se a propria “carga puntiforme” tivesse uma estrutura interna, com um eixo definindo uma diregio, entio ela deveria ser deserita por mais do {que a simples grandeza escalar 4. ‘Supomos, ao eserever a Eq. 1, que ambas as eargas so bem lo lizadas, ocupando volumes pequenos em relaglo a ray ; Se ni. ra, nao poderia ser definide de modo a tomar a Eq. 1 vilida em feral. A restrigdo relativa a cargas estaciondrias & feita, por ora, esp: +A convensio agui adotada pode nfo parecer mais natural mas ests mats de achud coma pase em outtas partes da Fisica e temtarentos usr ao longo de todo te liv. para excluir a questo de forgas magnéticas eriadas por cargas em movimento, que estudaremos num capitulo posterior. ‘A constante k foi incluida na Eq, (I) para levar em conta as uni- dades. Mediremos, usualmente, r2, em centimetros, F em dinas ¢ a carga em unidades eletrostéticas CGS ou ues. Neste caso k vale exatamente um, Duas cargas de uma ues repelem-se com a forca de uma dina, quando afustadas de um contimetro. Podemos consi derar a Eq. 1, com & = 1, como definindo a unidade de carga no sistema de unidades CGS eletrostitico. Algumas vézes usaremos 0 coulomb como a unidade de carga, Esta unidade encontra mente acompanhada das unidades metro-quilograma-segundo (M- KS); sendo tal, que quando a carga & expressa em coulombs ¢ a distancia em metros, a Eq. 1 fornece a fOrga em newtons, desde que se atribua a ko valor de 89875 x 10°. A causa da introduezio do coulomb reside na simplicidade da sua relagao com as unidades elétricas comuns (ampere, volt, ohm ¢ watt), que sio usadas na engenharia, no laboratorio e na vida difria, Uma earga de um cow lomb equivale a 2.998 x 10? ues © iimico meio que temos de detectar e medir cargas elétricas observar a interagao de corpos eletrizados. Pode-se imaginar, entao, quanto do conteiido aparente da lei de Coulomb é realmente apenas definigdo. Na forma em que foi expressa, o conteiida fisico signifi tivo € a afirmaggio da dependéncia com’o inverso do quadrado ¢ a implicagdo que o efeito da carga elétrica ¢ aditiro. Para tornar claro Ste tiltimo ponto, temos de eonsiderar mais que duas eargas. Afinal, se tivéssemos apenas duas cargas no mundo, q, € 42, para fazer experiéncias, jamais poderiamos medi-lus separadamente. Pode. riamos apenas verificar que F & proporcional a 1/rs,", Suponhamos que temos trés corpos eletrizados com cargus 4, . 3 € qs- Podemos medir a forga sdbre q, quando qz esti a 10 em de q; .€ qa es afustada, como na Fig, 1.2a. A’seguir podemos afastar gy, trazer 4, & posigdo inicial de q, e medir novamente a forga sobre g, - Final: mente, trazemos 3 muito préxima a q, e colocamos ambas a 10 cm de q,- Descobrimos, por medigio, que a forga sobre g, & igual J soma das forgas anteriormente medidas. Este é um resultado signi ficativo que nao poderia ser previsto por argumentos ldgicos de simetria como os que usamos acima para mostrar que a forga entre dduas cargas puntiformes tinh de ter a diregao da reta definida por elas. A forea com a qual duas cargas interagem nio é modificada pela presenca de uma terceira carga. e usual- *0 mimero 2998 que aparece avima ¢ aparecers mas tarde em outros transfor imacies de unidades poder Iembrardhe a velocidade da luz: de ato & dele que dle provem, por uma via que no precisimos investigar no momento, Multus veees vot Encomira em livros ¢labelae apenas um ftor 3. Rigorosamente, cada ftor 3 numa ansformagio de tnikladeselerias deveria er 209702 2... ow aualquer us set a parte de alearismos signiiativas estabelecda para o valor da velocidad Ive em Snidades métrcas Distineia ) Quatro tipos de pares sto evidenciados tiva dupla, 2e. Somando sdbre todos os pares, temos: 4.32 b 2e) Ide? | 12 | de ae e + Vamp bb “ A Fig, 1.6b mostra 2 proveniéncia de cada um dos térmos desta soma, A cnergia € positiva, indieando que foi necessirio fornecer trabalho para constituir o sistema. O trabalho poderia ser recupe rado, evidentemente, se deixdssemos que as cargas se afastassemt, exercendo férgas sobre corpos externos. Ou, se a penas os elétrons Yoassem para fora desta disitibuigio, a eneryia cinériea roral de todas as particulas seria igual a U. Isso serin verdadeizo, seja no aso em que se afastassem simultanea ¢ simétricamente, seja no Caso em que fossem liberadas uma de cada vez em qualquer ordem ‘Aqui se pereebe 0 poder dessa simples nogio de energin potencial total do sistema, Imagine como seria o problema se tivéssemos Ue calcular o vetor forga resultante em cada particula, em cada fo de configuragao do sistema! F. verdade que, neste exemple, simetria geométrica simplificaria a tarefa; que mesmo assim, seria mais complicada do que cilculo simples acima, Uma mancira de escrever a instrugdo para a soma sObre pares & esta y Mite 0°) A notagio de somatéria dupla YS, diz: Faga j = 1 ¢ so- ime para k = 2,3, 4.14 Ny depois faga j = 2¢ some para k = 1 Ba Ne assim por diante, até j = NE evidente que isso inclue cada par dinas pézes © para corrigi isto colocamos i frente 0 fator } 1.6 ENERGIA ELETRICA NUMA REDE CRISTALINA Essas idéias t@m una aplicagdio importante na fisica dos cristais. Sabemos que um cristal idnico como o cloreto de s6dio pode ser Gescrito, com boa aproximagho, por uma disposigtio de fons pi tivos (Na*) ¢ ions negativos (CI-) alternando-se numa réde tridi- mensional regular. No cloreto de sédio a disposi¢ao ¢ a representada ha Fig, I.7a. E claro que os ions nao sao cargas puntiformes, mas Gio distribuigdes aproximadamente esféricas de cargas © portant [como provaremos mais adiunte) as forgas elétricas que éles exer- cem entre si so as mesmas que existiriam se cada ion fOsse substi tuido por uma carga puntiforme equivalente no seu centro. Mos- tramos esse sistema elétricamente equivalente na Fig. 1.7. A energi potencial cletrostitica da réde tem um papel importante na expli cagdo da estabilidade © coesio do cristal ‘mos avaliar sua intensidade. Encontramo-nos, de imediato, face a uma somatéria enorme, se nlo duplamente infinita, pois qualquer cristal macrose6pico contém pelo menos 10° atomos. A somatéria convergira? Bem, : ‘o que temos esperanca de encontrar é a energia potencial por unidade de volume ou massa do cristal. Confiamos em que isso seja ind pendente do tamanho do cristal, valendo-nos do argumento geral de que uma extremidade de um cristal macroscépico possa ter Pequena influéncia na outra. Duas gramas de cloreto de sodio de vem ter 0 dobro da energia potencial de uma grama e a forma do cristal nao deve ter importancia pois os étomos da superficie con tituem uma pequena fragio do numero total de atomos. Estariamos errados nessa hipétese inicial se os eristais fossem formados por ions do mesmo sinal. Ento uma grama de cristal teria uma carga clétrica enorme ¢ juntar dois cristais semelhantes para formar um ria uma quantidade Fantistica de energia. (Voo’ pode calcular quantal) Salva-se a situagio pelo fato de que a estrutura cristalina € uma alternancia de cargas iguais ¢ opostas, de modo que cada pedago macrose6pico do eristal & quase peri famente neuteo. Para caleular a energia potencial, observamos inicialmente que cada ion positivo esti numa posigao equivalente aquela de qualquer outro ion positivo. Mais ainda, embora nio seja talvez dbvio pela Fig. 17, a disposigio dos ions positivos ao redor de um ion nega- tivo € exatamente a mesma dos ions negatives ao redor de um ion positivo e assim por diante. Por conseguinte podemos considerar cada fon como um centro, no importa de que tipo, somar as suas interugdes com todos 03 outros, ¢ simplesmente multiplicar pelo nimero total de ions de ambos os tipos Isto reduz Sria dupla da Eg. 9 a uma somatoria simples ¢ um fator N, devemos ainda colocar 0 fator $ para compensar ico, Vejamos se pode- cristal de duas gramas ex incluso de cada par duas vézes. Isto é a energia da rede do de sédio com um niimero total WV de ions & elo y hte (10) t 2 ry (b) Sree amie aes min, revise aes 2 Updo do il it L s{ Se tee a tier Gh eswbatiaastepoe eater panna © primeiro térmo pravém dos seis ions de cloro mais préximos, sgundo dos doze ions de sddio das arestas do cubo ¢ assim por diante. £ claro, incidentalmente, que ¢ A distineia a, 0 5 15 a converge, em mado absoluto; se Fossemos tolos a ponto de somar todos os termos positivos em primeiro lugar, essa somatoria diver tiria, Para calcular uma tal soma, deveriamos arranjé-la de maneira Gque, a0 prosseguirmos, incluindo ions cada véz mais distantes, jincluissemo-los em grupos que Tepresentam camadas quase neutras ide material, Entio ao se interromper 4 soma, os ions mais remotos, {que foram’ desprezados, serio uma mistura uniforme de cargas positivas © negativas, de forma que podemos crer que sua cont buigdo seria pequena. Esta € uma maneira grasseira de descrever 0 {que realmente constitue um problema de eomputacio mais deticado, © cilculo numérico de tal série & realizado hoje em dia com um computador eletrénico, Neste exemplo a resposta & 0.8738 ( Aqui N, 0 nimero de ions, ¢ 0 débro do mimero de moléculas de NaCl ‘© sinal negativo representa a predomindneia dos vizinhos mais proximos e mostra que é necessirio fornecer trabalho para desmem- pear o cristal em ions. Em outras palavras, a energia elétrica ajuda a explicar a coesdo do cristal. Se essa fosse a historia tdda, no entanto, aacrstal entraria em colapso. porguanio a energia porencial da dis- tribuigao de cargas & Sbviamente diminuida por uma reducdo do espagamento a. Encontramos aqui novamente o dilems familiar da fisica classica, isto é, ndo qudntica. De acdrdo com as leis eldssicas henhum sistema pode permanecer em equilibrio estavel, apenas sot gio de forgas elétricas. Isso forna a nossa andlise inatil? De mode nenhum. Feliz. € surpreendentemente ainda & possivel atribuir ur Significado A energia potencial eltrica, nos quadros da fisiea quiin fica dos cristais, e calculé-la de maneira muito semethante 4 que aprendemos aqui. 0 CAMPO ELETRICO Suponhamos uma distribuigo de eargas ys day + dy + Be no espaco, ¢ interessémo-nos, nfo pelas foreas que elas exerces entre si, mas apenas pelos efeitos que produzem sobre alguma outt Carga ip, que soja Urazida as suas proximidades, Sabemos caleult ‘2 forea resultante nessa carga, conhecida a sua posigdo que podemc definir pelas coordenadas x, 9, 2. A fOrga na carga do & Fy = y other a Bits do sistema ao ponto (x, Ys 2} .e dividirmos por do, obterem onde fo, € 0 vetor da jeésima ea forga € proporcional qq assim, 16 St luma grandeza vetorial que depende apenas da estrutura do. noss: sistema original de cargas, dj...» dy. € da posigao do ponto (3, y. 2). Chamamos essa fungdo vetorial de x,y, 2 0 campo eléirico eriado por 4, .-.. dy € usamos o simbolo para éle E. As cargas qj. dy so chamadas fonres do campo. Podemos adotar como definis do campo elétrico Ede un EX, (4) A fig. 18 representa a soma vetorial do campo de uma carga puntiforme de -+ 2 ues com o campo de uma carga puntiforme de ues, num determinado ponto do espaso. No sistema de unidades CGS, @ unidade de midulo de campo clétrico € expressa em dinas por unidade de carga, isto € dinas/ues ‘Mé agora, nada de realmente ndvo, Ocampo eltrco & meramente uma outra maneira de descrever o sistema de cargas; éle o faz for- necendo a forga por unidade de carga, em médulo, diregzo © sen- tido, que uma carga de prova qo sofre em qualquer ponto. Devemos tomar um pouco de cuidado com essa interpretagio. A menos que as cargas fontes sejam realmente iméveis, 2 introdugao de uma carga de prova qo, finita, pode causar um deslocamento destas cargas, de modo que o préprio campo, como definido pela Eq. 1.4, fica dife Fl: fl B voamspovece urn nosior? wisoor rente. E por isso que partimos da hipatese inicial de cargas fixas. Gear dos tapos Gaede poe cabs Muitas pessoas, ds vézes, definem campo impondo a qy a condi- ia Barpae daa ao de.ser uma carga “infinitesimal” ¢ tornando E o limite de F/qo ara do — 0. Qualquer sabor de rigorismo que isso possa sugerit é ilusério. Lembre-se que no mundo real nunca observamos uma carga menor que e! Realmente, se considerarmos a Eq. 14 como nossa definieao de E, sem referéncia a uma carga de prova, niio surge problema algum ¢ as fontes ndo precisam ser fixas. Caso a introdugio de uma nova carga cause deslocamentos das cargas fontes, entdo ela realmente produzita modificagio no campo elé- trio © se quisermos prever a forga sobre a nova carga, devemos utilizar 0 ndvo campo elétrico para calculi-la. Talver voce ainda queira perguntar: que & um campo elétrico? alguma coisa real, ou & meramente o nome de um fator numa equagio o qual deve ser multiplicado por alguma outra coisa para dar © valor numérico da forga que medimos numa experiéncia? Duas observagdes podem ser diteis aqui. Primeira: desde que fun- ciona, no faz diferenca, Esta no € uma resposta frivola, mas séria Segunda: o fato de que o vetor campo eléttico num ponto do espago & tudo 0 que precisamos conhecer para calcular a forga em gualgucr | carga naquele ponto nao é, de modo algum, trivial. Poderia ser de | outra forma! Se nunca tivesse sido realizada experiéneia alguma, poderiamos imaginar que, em duas posigdes diferentes, nas. quais cargas unitirias sofrem fOrgas iguais, cargas de prova de duas uni- "7 Jes poderiam sofrer fOrgas diferentes, dependendo da sees ras caras do sistema, Se isso fOsse verdade, & descricio por meio de campo nfo funcionaria. ‘o campo eltrico atribue a cada ponto do sistema uma Parrie auido. se eonhecemos E numa pequena vizinhangt, jagses, © que acomtecerit com dade local, neste tention sabemos, sem maiores i vargas, naquiela vizinhanga. Nao hi necessidade de saber rico quaisqu que fontes produzir o Pmontos do espago, Lemos uma deserigao completa de vim o campo. Se conhecemos o campo ¢l toda o sistema, que inclu dades de tOdas as car Fear um campo elétrico, voce precisa associar um vetor iste gm médulo, uma direcio e um sentido a cada ponto do es varios esquemas, nenhum déles completamente sive poder revelar as posigdes € intensic Para visu pago. Usaremos | Satisfatdrio, para represent F dificil desenbar em duas dimensdes a int [ ridimensional. Podemos indicar 0 modulo, a diregio ¢ « campos vetoriais neste hivro. uma fungiic veto wewido B, em varios pontos, desenhando pequenas setas Proxy seneee pontos, fazendo as setas mais longas onde E fOr maior! a inane dese exquera, mostramos ma figura 194 © campo ce veizatgn puntiforme isolada de + 3 unidades © na Fig, LPP ¢ | impo de uma carga puntforme de ~ 1 unidade, Essas represents | Fal epreseningio & bastante groseira. ail indicaro porto do emacs & | gual ve aetbue un determinado ¥eI0" © anagio de E @ geralmente i a aaa fare o compriments dot setts proporsonas | © Carga | () © Carga -1 b) | 5 de uma carga 4 3.(b) Campo de uma cara pronimadas = 0 aqui © Carga +3 © Carga | Pig. 1.10 O eampo na vizinhanga de duns a Fig 4 superposigio: dos campos ges ndo acrescentam nada de ndvo ao nosso conhecimento do campo de uma iinica carga: qualquer um pode imaginar um simples campo radial proporcional ao inverso do quadrado da distincia sem o aunilio de um desenho. Na fig. 1.10, mostramos eampos de mesmas cargas pontuais, separadas pela distancia a, e representados da mesma forma que na fig. 19, afim de combind-los. Tudo o que a Fig. L10 pode mostrar é 0 campo no plano que contém as earg Para obter uma repress F luma rotagio da figura em torno de seu eixo de simetria, Na Fig, 1.10, ha um ponto do espago onde Eé nulo. A que distineia da carga ‘mais proxima éle deve ficar? Observe também que nos extremos da figura 0 campo aponta para fora de forma mais ou menos pronun- ciada. E possivel perceber que, a uma distincia muito grande das i, © campo parecer’ muito com o produzido por uma dinica positiva. Isso é de se esperar pois a sep pode fazer muita diferenga em pontos muito distantes e uma carga de +2 unidades & exatamente o que sobraria se superpus nossas duas fontes num ponto. {ago tridimensional & necessirio imagi igo das cargas nile 19 © Carga +3 © Carga ig. 1-11 Algumas liltas de ca oso redar de a =-l po no catapo el 8 mpo elétrico consiste em desent Outra forma de representar 0 linhas de campo, Sio curvas cujas tan purafelas a0 campo no ponte. Tais curvas so lisas Precio em singuldridades como cargas puntiformes, ou em POW xe vo exemplo da Fig. 1.10 onde o campo & mulo. As ln} im diretumente a intensidade do campo. € ntes, em cada pomto de campo nao fornet eremos. elas convirjam de modo geral > de campo intenso © divirjam quar rid de campo fraco. Na Fig. 1.11 es se aproximam de uma 20 desenhadas algumas linhas de campo para a mesma distribuigio de cargas da Fig. 1.10, uma carga positiva de (és unidades e uma negativa de uma unidade. Novamente estamos restringidos pelas carateristicas do papel e tinta a uma seceao bidimensional através de uma familia tridimensional de curvas. 18 DISTRIBUICO DE CARGA Este é um lugar tao bom: como qualquer outro para passarmos i generalizagdo de cargas puntiformes a distribuigdes continuas de carga, Uma distribuigao volumétrica de carga & descrita por u fongio escalar, densidade de carga p, que & uma functlo de posigio, cujas dimensdes so carga/eolune. Isto & multiplicado por um elemento de volume dé a carga contida nesse elemento de volume © mesmo simbolo € usado muitas vézes para massa por unidade de volume, mas, neste livro, serd usado sempre para representar carga por unidade de volume. Se escrevemos p como fungio das coordenadas x, ¥, 2, entio p(x, y, 2) dx, dy dz € a carga contida na caixinha de volume dx-dy-dz localizada no ponto (x, 9, 2) E claro que em escala at6mica a densidade de carga varia enor: memente de ponto a ponto; no obstante, ela se revela como um conceito {itil mesmo nesse dominio. No entanto, nds a utilizaremos principalmente em sistemas macroscépicos, tio grandes que um elemento de volume do = dx dy dz € muito pequeno em relagao ao tamanho do sistema embora suficientemenie grande para conter muitos atomos ou cargas elementares. Como observamos antes, deirontamo-nos com um problema semethante ao definir a densi= dade de massa de uma substincia, Quando a fonte do campo elétrigo & uma distribuigio continua de carga ao invés de cargas puntifdrmes, precisamos apen tiuir a soma da Eq. 13 pela integeal apropriada. A integ campo eléttico em (x, y, =) produzido por cargas em outros pontos Woy, 2). - (eae ng Wt dx’ dy us) & uma integral de volume. Mantendo (x. 2) fixos, fazemos as varigveis de integragio x,y’ € 2 eabrit todo 0 espago que contém as cargas, somando assim as contribuigdes de das as fragdes de carga. O vetor unitario F aponta de (x’, y’, 2") para (x, y, 2) —a menos que se queira colocar o sinal negativo diante da integral, caso em gue devemos inverter 0 sentido de #. E sempre difcl lembrar cor- reiamente os sinais, Vamos recordar que 0 campo elgtrico aponta ies if3 ay clmenio dn til para fora de uma fomte positiva (Fig. 1.12). Sass AGG, coutioal pa och as vizinhangas de uma carga realmente puntiforme o campo citaris Hn ponte’: $i 2) 0 eainipo El clétrico tende a infinito como I/r* ao se aproximar do ponto, Nao reste ponto & a soma de teas essas contri= hi sentido algum em se falar do campo na carga puntiforme, Uma buigdes. (Eq. 15). a te) Fig. 1.13 (a) Una superficie fechada num campo vetorial & dividida (6) em pequenos flementos de sires. (ch Cada elemento de Area & ropres jade por um velor para fora ‘vez que acreditamos que as nossas fontes fisicas de campo no sencentragées infinitas de carga em volume mulo mas, ao contrar cctraturae fnitas, ignoramos simplesmente as singularidades mate- eicas eriadas pela nossa linguagem que usa 0 conexito de care puntiforme e deixamos fora da discussio o interior de nassns fontes eae gntares, Vale pena observar, no entanto, que wna dstribuicho crtinaa de carga nao contém nenhum trago de singultridade ¢ permite que 0 campo seja definido em pontos invrnes a propria TRrribuigto, Isio € assim porque a integral de volume da Ea. 15 see impedida de estourar na vizinhanga de r = 0 pelo fato de que sejemento de volume varia com r? dr. Vale dizer, desde que # Pe SGneea fnito, © campo € finito em todos os pontos, mesmo No Interior ow periferia de uma distribuigio de cares. L9 FLUNO A relaggo entre o campo elétrico e suas fontes pode ser expresst de Num muancira notivelmente simples, que nos seri muito StL Para oso preeisamos definir uma grandeza chamada fluxo ‘Considere um campo elétrico no espago €, nesse mesmo espace uma superficie fecha arbteiria, como um bali de forma qualavet Hert representa essa superticie, estando o campo sugerido por aigumas linhas de campo. Divida agora tds superficie em Pequenos trechos, to pequenos que a superficie de cada. PALE Pea ven paerada plana € 0 velor eampo no varie aprecidvelmente seine um trecho, Em oultras palavras, nao deixe que o balio sia sere rugoso e no deixe que sta superficie passe por uma sing aie ere campo, como uma cargi puntforme. A fea de cada Trecho tem um certo valor ¢ cada um define univocament® Oe aeato e sentido — a normal a superficie orientada para fora, (Come sr Rerice € fechada, voc® pode distinguir o interior do exterior © van nd ambigiidade), Representemos ésse modulo, direstio e sen Tate por um vetor, Entio, para cada uma das porgdes em que 2 Supeatiie foi dividida, por exemplo a. de mimero j, temos wm voter ay, que define sua fra e orientaglo. As operagdes que acabamos de eidur estdo representadas nas Figs. 1.13b ee. Observe que 0 velor ay, ao depende, em absoluto, da forma do trecho: nae importa timo divikiimos a superficie, desde que as partes sejam suficiente- mente pequenas. Seja E, 0 vetor campo elétrico no local do trecho de aiimero © produto escalar Ey-a € um nlmero, Chamamos ésse niimero 0 Por singularidade do campo ensndemos gralente no apenss uns foe pun tara t's cam en innit, tas qualquer ponto one 0 campo vie Peeiere e auey ou module son por exsrpi una canada fintamente ine sea Reamer i ips and 2 stfore de desconidade numa ea Ba Hecmeaseons 22 Fluxo = 0 Fluxo = 0 Fluxo = ta cos 60° = 0.5 va Fig, 1.14 © fuxo através do quado de area a ¢ v-a, onde v é a ve: locidade do Nuido. O Mo seri o volume d uid que atravessa 0 quadro, por unidade de tempo Jluxo através désse pedago de superficie, Para compreender «ori gem do nome, imagine uma Fungo vetorial que represente a velo- cidade no movimento de um fMluido, digamos num rio, onde a velo. cidade varia de um ponto a outro mas é constante no tempo em qualquer posigio dada, Represente &se campo vetorial por v, me: dido, digamos, em centimetros por segundo. Entio, se a for a orientada, em centimetros quadrados, de um quadro eolocado na i io va é a tuzio de Agua através do quadro em metros eiibicos por segundo. (Fig. 1.14). Devemos ressaltar que nossa de- Gnigdo de Mux é aplicdvel a qualquer fungio vetorial, nao importa qual scja a grandeza fisica por ela representada Somemos agora o fluxo através de todos os trechos para obter o fluxo através da superficie inte ‘que repre semtaremos por « |,uuma grandeza ese =, E 16) Tornando os trechos menores € mais numerosos, sem limite, pas: samos da somatoria da Eq. 16 1 uma integral de superficie: Uma integral de superficie de qualquer fungio vetorial F, sobre uma superficie 5, significa apenas isto: divida S em partes pequenas. cada uma representada por um vetor, orientado para fora de médue lo igual & Area do trecho; em cada uma tome 0 produto escalar do vetor pelo valor de F no local; some todos ésses produtos, € 0 limite dessa soma, quando diminucm as areas das partes, éa integr de superficie. Nao se alarme pela perspectiva de ser obrigado a etuar ésses cileulos para uma superficie de forma complicada 23 como o da Fig, 1.13. A propriedade surpreendente que ponto de demonstrar toma isso desnecessitrio! tamos a 110 LEI DE G uss Tomemos caso mais simples possivel; suponhamos que 0 campo € 0 de uma tinica carga puntiforme positiva q e a superficie uma esfera de raio r centrada na carga (Fig. 1.15). Qual € fluxo © através dessa superficie? A resposta € simples porque © médulo de E em qualquer ponto da superlicie € q/r? e sua diregio ¢ sentido coincidem com os da normal no ponto orientada para fora. As temos © = E x area total = 4 x ane? = dng us) © fluxo no depende do tamanho da esfera Fig, 1.415 Qual &0 Nuxo que vai de uma esera fora imagine uma segunda superficie, ou baldo, envolvendo a ue enyolwe uma carga puntiforme 4. no primeira, mas nio esfériea, como na Fig. 1.16. Afirmamos que campo E produrido por esta carga? fluxo total através desta superficie € 0 mesmo que através da esfera Para perceber isso, considere um cone com vértice em g. que corta luma peguena porgao a da esfera e continua até a superficie externa, onde corta uma superficie A, a distincia R da carga puntiforme, A firea da superficie A é maior do que a de a por dois fatores: pri- ineiro, pela relagio entre os quadrados das duas distineias (R/r)”: segundo, devido ao fator 1/cos 0 introduzido pela sua inclinacao. © angulo 0 ¢ 0 angulo entre a normal externa ¢ a diregio radial (Wer Fig. 1.16. © campo clétrico nessa vizinhanga diminue em Telagiio a seu valor na esfera pelo valor (r/R)? sendo ainda radial. Denominando Ey 9 campo no trecho externo & E,, 0 campo ma esfera, temos: Fluxo através do trecho externo = Eyg"A = Ey A cos 0 Ea 9) Fluxo através do trecho interno = Eyy-a rat on 0-[E0(8) Je(®) ata oo 0 B0 Isso demonstra que 0 fluxo através dos dois trechos de supertic © mesmo. Assim, cada pedago da superficie externa pode ser pasto, déste modo em correspondéneia com parte da superficie esférica, de forma que o fluxo total através das duas superficies deve ser © mesmo. Isto & 0 fluxo através da nova superficie deve ser 4ng. Mas esta era uma superficie de forma ¢ tamanho arbirrdrios*. Em conclusio: (6 fluxo de um campo elétrivo, através de qualquer superficie que envolve uma carga puntiforme q, € 4zq- Como corolirio podemos Fig, 1.16 Esta figara mostra que 0 luxe através de qualquer superficie fechada enval Para series exatos, 96s fiers a segunda superficie envolver a ester mas endo y € o mesmo que 6 fluxo através da iso nis era renlmente nevesirio, Aem disso, aesfera pode serimaginada tio peauena ester, {quanto quieres. 24 se

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