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Walter Benjamin Cage pCa ESCRITOS SOBRE MITO E LINGUAGEM (1915-1921) Jeune Mars icin Lg rma Chae A tina TAY buon ches editorall34 Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem do homem da manifstagio da vida cspiritual hi cebida como uma espécie de inguagem, « es concepgio leva, cm tod a parte, maneira de verdadeito método, a novos ques- tionamentos. Pode-s falar de uma cscultra, de uma linguagem da jurisprudéneia que nada térm a na pode ser con sagem da musica e da ver, imeatamente, com as Kinguas em que esto edigias as sentengas dos eibunai Finguagem da cos, Nesse context, lingua, ot lingnagem,” significa o princt- ingles lems; pode-se falar de uma ca que no & Kingua especializada dos eéeni- Uo dice deride ect of deo eo olan ingle sume pr ccm] peers agg emus dng bin ene Spa aks ot inguin -ple. Ee diel t= sad decmprino ao ingis E. Coni se entre the pom a ening ent per "Tag co toda comer, Oslamesepeeast ntl ke mercer reo poder ro nmo Spe cde Spc un amp ve por ow ses. ial do de Bann {ier cepa lage de dosage, Com cio, amo gi Maga se Cofino ral cana vr nuance xcs sobre moo tngutgein Pio que se volta para a comunicagio de conteids espirituais®? ‘nos dominios em questio: na tenica, na atte, na jurspeudéncia ‘ou na teligido, Resumindo: toda comunicagso de conttidoses- Pirtuas € lingua, linguagem, sendoa comunicacio pela palavra apenas um caso particular: o da comunicacie humana edo que a fandamenta ou do que se funda sobre el (a jurisprnkencia, poesia). Mas a exsténcia da linguagem est todos os donninios de manifesta do esp re-send apenas 3 co humano, 30 qual, mei eminem (er sete Spada tls Wied eo ‘rie ordi ona a ca gue ding homer sea annapolis l psp fat epee rafal gu pn vice ‘esas baat Nese eid, ale uma meio de "ga ho psa” dT aco tings sea i Indo soe as gis nt cs “gn” lan ma pot xp Aor os“ ir Mas el Spe “Fro sa mis guinea Sef ol 3p. 21 “01. fans caps egies Sra sda sa acer spo dda omens cl ia iene mas ae ep asm msg, ome se Willy nn Homie Daves por fim. abv gies adn pre pups do i ‘phi ome paix donnie Sone deacon dice ing" dele que ops poe demas pc dexpresi. Vide ope por air elec Jgugen” pa mar ena: Onin aon com Mi Sel mann Sia (ee Lr le do unde, Wale evens: roan pt th, So Pl mala ts po aloo _riqu seite dea, nm nara, 1999), pmo ela Tingalpa lero di. NE) 2 Saeed do ema Gsm sora re dn es “ois poomas de Fri Hold’ nee alameda) hum sentido ou em outro, a lingua sempre pertence, mas aab- solucamente tudo. Néo ha evento ou coisa, tanto na naturez animal, quanto na inanimada, que nao tenha, de alguma ma- cia, partcipagio na linguagem, pois € essencal a tudo com nica eu conteido espritual. Masas palavas“Hingua” "lingua gem", ness acepcio, mo consticuems em absoluto metiforas. O Faxo de que no podemos representa para ns mesmo nada que » communique, através da expresso, sua esséncia spiritual, & » conhecimento pheno de conteides @ maior o4 menor geau ddeconscigncia com o qual tal comunicagio aparentemente (ou Tigada cm mada altera 0 fat de nso podermos xs mesmo cm parte agua aa total ausen= cia de linguagem. Uma existéncia que realmente) represent lagi com a Finguagem 6 uma ida: mas nem mesmo no donni- nig daquelas das qu define, em seu mito, aida de Des, ‘um tal ida soa capa de se omar Feeund, Sa é correo dizer que, ness tna meal cm que se constitu’ como comunicagio de contet dosspirituais,¢arbuida linguagem. F nao hi diva de que mina, toda expresso, 4 expresso xb deve sor entenida, de acordo com sua inteitae sia esi, come lnguagon: por outro lado, para com preender uma eséncia linguistics, tems sempre que perguncar de qu esncia espiritual cla é manifesta media, Iso sig nifea que a lingua alems, por exemplo, aio & em absoluto, a expresso de tudo 0 que podemos sar aoravés dla, mas, sim, a expresio imediata daquilo que se ja dentro dela Fste se” & uma esséncia espiitual. Com isso, & primeita vist, € evidente que a esénciaespriual que se ‘comunica na lingua no é a prépra lingua, mas algo que dela deve ser diferencia. A viso segundo a qual a esséncia espiri- tual de uma coisa consist precisamente em sa lingua ou ling ‘gem — tal visio, entendida como hipétese, é o grande abismo suupostamente — expres xeros sobre moe tnguagen no qual ameaga precpiarse tds tora da linguagorn, esa taf a de manerse em suspenso, ahismo. A diferenciago entre lingua, na qual agulaeomunica,€ dsting primo tama investiga de carter tevco sobre a Hinguagems € esa lferena parce ser to indubitivel que, a0 conto, dena recisamenteacima desse denise a eséncia spiritual ea linguistica,eantas vers afirma- da, constitu um profundo e incompreenivel paradox, para o qual se encontrou expressio no duplo sentido da palavea Ado [go no entanto, esse paradexo, enquance solusio, acup permanccendo para lo colocado no inicio, lum lugar cenceal na ceria da Tinguage doxo wel, qua 04 tual que the corresponde, E fundamental saber que est es «ia spiritual se comunica na lingua endo anaes da lings. Por tanto, no hum faance das Fagus, se se entender por falante ia através desis linguas. A esencia esi Hingua e nao através de uma King, isto quer dizer que, vista do exterior cl, a esénca espitiual, nciaespriual 6 € tica 3 esséncia lingustica ma medida em que & comunicsvel. 0 «que€ comunicivel em uma esséncia espriual ésua essénca lin guistica,Poreanto a linguagem comunica, a cada w viva extn ja espritual 36 comunicada na medida em que se encontra imediatamente lingua? Ela comunica a exséncia x aque que se com inven eséncia linguistics. A es eencerada em sua esi lingulstica, na medida em que eas comunicoel 2 Osram ena de cla ips in, gus comsi a sim deta ln? de W. 8) lngvagem do omen A linguagem comunica a eséncia lingulstca das coisas. ‘Masa manifestagio mais laa dessa exséncia € prépeia ling gem. A resposta & pergunta “O que comunica a linguage deve ser. "Toda linguagem comunica-sea si mesma”. A ingua- gem destakimpuaa, por excmplo, no comunica a Kimpul (pois 4 esséncia espirtual da Kimpada, na medida em que € comuni ‘vel, no Gc absolute a préipiaKipada) mas a Eimpada-ln iguagem, a Kimpada-na-comunicaga0, Pie na linguagem & assim: «educa linguistics das cosas € rus a fimpadi-na-expressio. Tinguagem. A consprcensio da weora da linguagem depend da capacidade de levae essa assergo a1um grade clareza que ei- mine qualquer apartncia de cautoogia. Essa proposigi mio & aol ive em uma ca, possignifca que aquilo que & com Tingaagem, Tudo repousa nesse“e" (que dizer"“imedistamente”). — Nao se trata de diner que incspirinal és esivale: aul qc em um essa espritual comuniesvel e manifs jis claramente na sta Vingua, como acabarnos de dizer, de ppassigem, no inicio deste pardgrafo: mas ese elemento com nice! éalinguagem mesma sem mediagies. Dito de outea ma- riatamene ah lo que ucla € comunicsvel. Aquilo que & comunicivel ent uma nia, a Hingua de uma esnciaespiriual csséncia espiviual € aquilo no que ela se co nea: © que quer dizer que toda lingua se comunica si mesma, Ou melhor: toda lingua se comun rio [Median da comunicagio. A c "om si mesma; ca é, no sentido mais puro, 0 acteristic pripria do 2 Malan Mitel ster cor lek epi sumer ticular imperin pr ns. O end em sigs {kin pts deminer liga pric ermo, Mofion de iene e mood amano sm ei eld empre eceide de sgn 0 mica atin, ‘nc, is & aimed de oa comunicgio cpr, £0 98 problema fundamental da weovadalinguagem, , se qusermos chamar de mica esa imediaade eno o problema origin "io da linguagem ser a sua magia. Ao mesmo tempo, ilar da magi da lingam sigifica meter a outo aspect: asec ser infin Ese ¢condiconado pore attri, Ps precisimente porque nada se comunice «ae da ling, ag to que se comunica a lingua no pode ser inzado ne me do do exterior, pris em cada lingua ese a incom 2°? pie inca em eu gine, infntude Ea sua esi ing i contetidos verbais, que define o sew limite. ‘Acesénca linguitica das coisas & a sua inguagems aplica- ‘Shade a0 ser humano, essa afiemagso significa que a eséncialin- _gufstca do ser humano éa sua lingua. Iso quer dizer que 0 bo- ‘mem comuniea sua propria essncia esprit nasa lingua. Mas lingua do homem fala em palavrss, Portanto, ser humane ‘comunica sua propria essnciaespriual (na medida em que cla seja comunicivel) ao nomear todas a outras coisas. Mas conhe- ‘cmos outras inguagens que nomeiam as coisas? Que nose fa aqui a objegio de que ndo conhecemos neshuma outa ing {gem que nio seja a do homem, pois isso no é verdade, O que io conhecemos fora da linguagem humana é wma linguagem rnomeadore; 0 identifica linguagem nomeadoraclinguagem em. > geral a teora da linguagem acaba por privarse de sas percep selec dena re intramelcom st fen xe ‘os por isa meso, prs Benjamin indus ela de ete [Ue ‘mire, Come pl“ portato ding er aes scp, ads opto po ifr mcs iin, sempre que ea jy Mim csc if. quand itl Val or snd gure wn gtr fit 4 | tose Matin sof om eu epg a wpa ae \ cen mt Maden Tera dx mi) (dE) 5s mas profundas. — Porta, aenéncialnatice do home {ho fate dele nome a coos ara qué nomear? A quem s¢comunica «home? — Mas series questo, no cso do homer, dives da de otras formas

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